FABIANO SALVADORI
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DESACOPLADO DE FLUXO E CONJUGADO PARA
ACIONAMENTOS COM MÁQUINAS ASSÍNCRONAS
Dissertação a p r e s e n t a d a à Coordenação dos
c u r s o s de Pós-Graduação em E n g e n h a r i a
Elétrica da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l da
P a r a i b a - UFPb, em cumprimento d a s
exigências p a r a a obtenção do grau de
Mestre em E n g e n h a r i a Elétrica.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:
PROCESSAMENTO DA ENERGIA
CONVERSÃO E CONTROLE
ORIENTADORES:
CURSINO BRANDÃO JACOBINA
•
ANTONIO MARCUS NOGUEIRA LIMA
>CAMPINA GRANDE - PARAÍBA
SETEMBRO DE 1991
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DESACOPLADO DE FLUXO E CONJUGADO
PARA MÁQUINAS ASSÍNCRONAS
FABIANO SALVADORI
DISERIAÇÃO APROVADA EM 04.10.91
Componente d a Banca
CAMPINA GRANDE - PB
OUTUBRO - 1991
DEDICATÓRIA
A meus p a i s D i a l m i n o e E l z a
A João A u g u s t o , M a r i a J u s s a r a , A d r i a n o ,
R e g i n a , Júnior e Gerusa
AGRADECIMENTOS
Aos p r o f e s s o r e s C u r s i n o Brandão J a c o b i n a e A n t o n i o Marcus
N o g u e i r a Lima p e l a i n t e n s a orientação e colaboração sem os q u a i s
e s t e t r a b a l h o não s e r i a possível.
Aos p r o f e s s o r e s W e l l i n g t o n S a n t o s M o t t a e M i s a e l E l i a s de
M o r a i s p o r a c e i t a r e m p a r t i c i p a r da Banca Examinadora d e s t a t e s e .
Aos meus c o m p a n h e i r o s de t r a b a l h o Nazareno, E u r i c o , K l e b e r ,
T a l v a n e s , Joseana, Dário, J e f f e r s o n , A r l i n d o , José Sérgio e aos
p r o f e s s o r e s B e n e d i t o e Homero p e l a s c o n s t a n t e s discussões não só
técnicas como de v i d a que e n r i q u e c e r a m e s t e t r a b a l h o e minha
experiência.
- Aos c o l e g a s L u r d e s , Marcos, Brâncio e Lacava p e l o
companherismo e amizade com que acompanharam e s t e período.
RESUMO
E s t e t r a b a l h o , a p r e s e n t a um e s t u d o sistemático de várias
estratégias de c o n t r o l e p r o p o s t a s p a r a a s s e g u r a r o desacoplamento
de f l u x o e c o n j u g a d o , nos s i s t e m a s de a c i o n a m e n t o s estáticos de
máquinas assíncronas.
0 d e s a c o p l a m e n t o e n t r e f l u x o e c o n j u g a d o é o b t i d o através
da e s c o l h a , adequada, de um c o n j u n t o de variáveis de e s t a d o
r e p r e s e n t a n t e s da máquina, e de, um s i s t e m a de coordenadas de
referência p a r a o modelo de atuação. E s t a abordagem p e r m i t e
u t i l i z a r c o n t r o l a d o r e s c o n v e n c i o n a i s l i n e a r e s d i s c r e t o s a
parâmetros c o n s t a n t e s , nas malhas de c o n t r o l e de f l u x o e
c o n j u g a d o .
As estratégias de c o n t r o l e d e s a c o p l a d o f l u x o - c o n j u g a d o são
c l a s s i f i c a d a s de a c o r d o com a componente de f l u x o u t i l i z a d a p a r a
manter a excitação magnética c o n s t a n t e e a variável empregada
p a r a c o n t r o l a r o c o n j u g a d o eletromagnético. A excitação magnética
pode s e r c o n t r o l a d a através do f l u x o estatórico, f l u x o r o t o r i c o
ou f l u x o de e n t r e f e r r o . 0 c o n j u g a d o pode s e r c o n t r o l a d o p e l a
frequência de e s c o r r e g a m e n t o da variável e s c o l h i d a p a r a e x c i t a r
a máquina, bem como p e l a componente em q u a d r a t u r a (normalmente
c o r r e n t e ) com a variável de excitação.
ABSTRACT
T h i s work p r e s e n t s a s y s t e m a t i c s t u d y o f v a r i o u s c o n t r o l
s t r a t e g i e s p r o p o s e d t o a c h i e v e t h e f l u x and t o r q u e d e c o u p l i n g i n
a s y n c h r o n o u s machine d r i v e systems.
The d e c o u p l i n g between t h e m a g n e t i c f l u x and e l e t r o m a g n e t i c
t o r q u e c o n t r o l s i s o b t a i n e d t h r o u g h t h e c h o i c e o f an adequate s e t
o f machine s t a t e v a r i a b l e s and a r e f e r e n c e frame f o r d e v e l o p p i n g
a w o r k i n g model. T h i s a p p r o a c h e n a b l e s one t o use s t a n d a r d l i n e a r
t i m e - i n v a r i a n t d i s c r e t e r e g u l a t o r s i n t h e f l u x and t o r q u e c o n t r o l
l o o p s .
The c o n t r o l s t r a t e g i e s a r e c l a s s i f i e d i n a c c o r d a n c e w i t h t h e
f l u x component u s e d t o keep t h e m a g n e t i c f l u x e x c i t a t i o n c o n s t a n t
and t h e s y s t e m v a r i a b l e used t o c o n t r o l t h e e l e t r o m a g n e t i c
t o r q u e . The m a g n e t i c e x c i t a t i o n may be c o n t r o l l e d t h r o u g h t h e
s t a t o r f l u x , o r by t h e r o t o r f l u x o r even by t h e . a i r - g a p f l u x .
The e l e t r o m a g n e t i c t o r q u e may be c o n t r o l l e d v i a t h e s l i p
f r e q u e n c y o f e x c i t a t i o n v a r i a b l e as w e l l as by i t s q u a d r a t u r e
component ( n o r m a l l y a c u r r e n t ) .
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL 1
1. SISTEMAS DE ACIONAMENTOS ESTÁTICOS 4
1.1 - INTRODUÇÃO 4
1.2 - ACIONAMENTOS ELÉTRICOS ESTÁTICOS 4
1.2.1 Acionamentos Elétricos a c o r r e n t e c o n
-tínua 5
1.2.2 Acionamentos elétricos a c o r r e n t e a l
-t e r n a d a 5
1.2.2.1 - Máquinas síncronas 6
1.2.2.2 - Máquinas assíncronas 7
1.3 - SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO 10
1.4 - MÉTODO DE CONTROLE DE MÁQUINAS ASSÍNCRONAS ... 12
1.4.1 - Métodos de c o n t r o l e e s c a l a r 13
1.4.1.1 - C o n t r o l e v o l t s / h e r t z .' 13
1.4.1.2 C o n t r o l e de f l u x o e c o n j u g a
-do 15
1.4.1.3 C o n t r o l e de c o r r e n t e e e s
-c o r r e g a m e n t o 15
1.4.2 - Métodos de c o n t r o l e v e t o r i a l 16
1.4.2.1 - C o n t r o l e em campo o r i e n t a d o
i n d i r e t o ( " F e e d f o r w a r d " ) .. 17
1.4.2.2 - C o n t r o l e em campo o r i e n t a d o
d i r e t o ("Feedback") 19
1.5 - AQUISIÇÃO DE FLUXO .20
1.6 - CONCLUSÃO 22
2. MODELO IDEALIZADO DA MÁQUINA ASSÍNCRONA 23
2.1 - INTRODUÇÃO 23
2.2 - DESCRIÇÃO DO MODELO E HIPÓTESES SIMPLIFICADO
RAS 23
2.3 - EQUAÇÕES GERAIS DA MÁQUINA ASSÍNCRONA
TRIFÁSI-CA IDEALIZADA 24
2". 4 - TRANSFORMAÇÃO TRIFÁSICA BIFÁSICA 28
2.5 - AS VARIÁVEIS DE ESTADO DA MÁQUINA ASSÍNCRONA . 3 1
2.5.1 - P o s i c i o n a m e n t o do s i s t e m a de e i x o s d q
de referência 33
2.6 - MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
ORDINÁRIAS: MÉTODO DE RUNGE-KUTTA 34
2.7 - CONCLUSÃO 35
3. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE 36
3.1 - INTRODUÇÃO 36
3.2 - CONTROLE VETORIAL EM QUADRATURA 39
3.2.1 - C o n t r o l e v e t o r i a l em q u a d r a t u r a :
f l u x o estatórico/corrente estatórica . 40
3.2.2 - C o n t r o l e v e t o r i a l em q u a d r a t u r a :
f l u x o rotórico/corrente estatórica ... 43
3 . 3 - CONTROLE VETORIAL POR ESCORREGAMENTO 45
3.3.1 C o n t r o l e v e t o r i a l p o r e s c o r r e g a m e n t o
-f l u x o estatórico 46
3.3.2 - C o n t r o l e v e t o r i a l p o r
escOrregamento-f l u x o rotórico 48
3.4 - CONTROLE DE CORRENTE 52
3.5 - COMPLEXIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO .55
3.6 - CONCLUSÃO 57
4. ESTRUTURA DOS CONTROLADORES DE FLUXO E CORRENTE 58
4.1 - INTRODUÇÃO 58
4.2 - ESCOLHA DO PERÍODO DE AMOSTRAGEM 58
4.3 - CÁLCULO DOS CONTROLADORES 60
4.3.1 - C o n t r o l a d o r P r o p o r c i o n a l - P 64
4.3.2 - C o n t r o l a d o r P r o p o r c i o n a l I n t e g r a l - P I . . 65
4.4 - CONTROLE CORRENTE/TENSÃO 66
4.5 - CONTROLE FLUXO/CORRENTE - 67
4.6 - CONTROLE FLUXO/TENSÃO 68
4.7 - CONCLUSÃO 69
5. RESULTADOS OBTIDOS VIA SIMULAÇÃO DIGITAL 70
5.1 - INTRODUÇÃO 70
5.2 - RESULTADOS OBTIDOS UTILIZANDO CONTROLE
ESCA-LAR VOLTS/HERTZ PARA MÁQUINA 1 7 1
5.3 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A MÁQUINA 1 -"COM A
FONTE DE CORRENTE ESTACIONÁRIA 73
5.4 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A MÁQUINA 1 - COM A
FONTE DE CORRENTE SÍNCRONA 8 1
5.5 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A MÁQUINA 2 83
5.6 - ESTUDO COMPARATIVO PARA VÁRIOS PERÍODOS DE
A-MOSTRAGEM 87
5.7 - CONCLUSÃO 93
6. CONCLUSÃO GERAL 95
APÊNDICE A 98
APÊNDICE B 100
APÊNDICE C 106
APÊNDICE D
ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS
FIGURA 1.1 - S i s t e m a c o m p l e t o de a c i o n a m e n t o estático
p a r a máquinas assíncronas 10
FIGURA 1.2 - Diagrama s i m p l i f i c a d o do i n v e r s o r 11
FIGURA 1.3 Esquema de c o n t r o l e v o l t s / h e r t z a u t o p i l o t a
-do 14
FIGURA 1.4 - Esquema de c o n t r o l e f l u x o / c o n j u g a d o 15
FIGURA 1.5 - Esquema de c o n t r o l e c o r r e n t e / c o n j u g a d o .... 16
FIGURA 1.6 Esquema de c o n t r o l e em campo o r i e n t a d o i n
-d i r e t o ( " f e e -d f o r w a r -d " ) 18
FIGURA 1.7 - Transformações de coordenadas 19
FIGURA 1.8 Esquema de c o n t r o l e v e t o r i a l d i r e t o ( " f e e d
-b a c k ) 20
FIGURA 2.1 - Máquina simétrica trifásica ' 25
FIGURA 2.2 - E i x o s de referência da transformação
gene-r a l i z a d a 29
FIGURA 3.1 - Esquema de c o n t r o l e v e t o r i a l em q u a d r a t u r a
a f l u x o estatórico 42
FIGURA 3.2 - Esquema de c o n t r o l e v e t o r i a l em q u a d r a t u r a
a f l u x o rotórico 44
FIGURA 3.3 Esquema de c o n t r o l e v e t o r i a l v i a e s c o r r e g a
-mento a f l u x o estatórico - no e s t a t o r 47
FIGURA 3.4 - Esquema de c o n t r o l e v e t o r i a l v i a e s c o r r e g a
mento a f l u x o estatórico - no campo 48
-mento a f l u x o rotórico - no campo 50
FIGURA 3.6 Esquema de c o n t r o l e v e t o r i a l v i a e s c o r r e g a
-mento a f l u x o rotórico - no r o t o r 52
FIGURA 4.1 - Domínio adimissível n o . p l a n o z p a r a os
pó-l o s dominantes de um s i s t e m a amostrado .... 60
FIGURA 4.2 - Esquema de c o n t r o l e típico em d i a g r a m a de
b l o c o s 62
FIGURA 4.3 - Diagrama e s t r u t u r a l de um c o n t r o l a d o r P ... 64
FIGURA 4.4 - Diagrama e s t r u t u r a l de um c o n t r o l a d o r P I .. 66
FIGURA 5.1 - R e s u l t a d o s do esquema de c o n t r o l e e s c a l a r
V o l t / H e r t z 72
FIGURA 5.2 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e em q u a d r a t u
-r a a f l u x o estató-rico 74
FIGURA 5.3 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e em q u a d r a t u
-r a a f l u x o -rotó-rico - f o n t e de c o -r -r e n t e
estacionária 75
FIGURA 5.4 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
-gamento a f l u x o estatórico - no e s t a t o r ... 76
FIGURA 5.5 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
-gamento a f l u x o rotórico - no r o t o r 77
FIGURA 5.6 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e em q u a d r a t u
-r a a f l u x o estató-rico - a l t a v e l o c i d a d e ... 78
FIGURA 5.7 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e em q u a d r a t u
-r a a f l u x o -rotó-rico - a l t a v e l o c i d a d e 79
FIGURA 5.8 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
gamento a f l u x o estatórico no e s t a t o r
-a l t -a v e l o c i d -a d e .80
FIGURA 5.9 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
-gamento a f l u x o rotórico - no r o t o r - a l t a
v e l o c i d a d e 8 1
FIGURA 5.10 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e em q u a d r a t u
-r a a f l u x o -rotó-rico - f o n t e de c o -r -r e n t e
campo 82
FIGURA 5 . 1 1 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
gamento a f l u x o rotórico no r o t o r f o n
-t e de c o r r e n -t e síncrona 83
FIGURA 5.12 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e em q u a d r a t u
-r a a f l u x o estató-rico - máquina 2 84
FIGURA 5.13 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
-gamento a f l u x o estatórico - máquina 2 .... 85
FIGURA 5.14 R e s u l t a d o s esquema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e
-gamento a f l u x o rotórico - no r o t o r -
má-q u i n a 2 86
FIGURA 5.15-a - R e s u l t a d o s de c o n j u g a d o do esquema de
c o n t r o l e p o r e s c o r r e g a m e n t o a f l u x o e s
-tatórico no e s t a t o r - c o n s i d e r a n d o
qua-t r o d i f e r e n qua-t e s períodos de amosqua-tragem. 88
FIGURA 5.15b R e s u l t a d o s de f l u x o estatórico do e s
-quema de c o n t r o l e p o r e s c o r r e g a m e n t o a
f l u x o estatórico no e s t a t o r c o n s i d e
-rando q u a t r o d i f e r e n t e s períodos de
a-mostragem 89
FIGURA 5.16-a - R e s u l t a d o s de c o n j u g a d o do esquema de
c o n t r o l e p o r e s c o r r e g a m e n t o a f l u x o r o
-tórico no r o t o r - c o n s i d e r a n d o q u a t r o
d i f e r e n t e s períodos de amostragem ... 9 1
FIGURA 5.16-b - R e s u l t a d o s de f l u x o rotórico do
esque-ma de c o n t r o l e p o r e s c o r r e g a m e n t o a
f l u x o rotórico no r o t o r - c o n s i d e r a n d o
q u a t r o d i f e r e n t e s períodos de a m o s t r a
-gem 92
FIGURA B . l - Diagrama em b l o c o s do módulo c o m p l e t o p a r a
FIGURA C . l - S i s t e m a d i s c r e t o com e l e m e n t o s e g u r a d o r de
ordem z e r o (ZOH) 107
TABELA 3.1 - Comparação da c o m p l e x i d a d e c o m p u t a c i o n a l .. 56
TABELA 4.1 - Configuração das grandezas c o n t r o l a d a s .... 63
TABELA 5.1 Ganhos p r o p o r c i o n a l e i n t e g r a l p a r a c o n t r o
l a d o r e s u t i l i z a d o s na estratégia p o r e s c o r
-regamento a f l u x o estatórico no e s t a t o r ... 87
TABELA 5.2 Ganhos p r o p o r c i o n a l e i n t e g r a l p a r a c o n t r o
l a d o r e s u t i l i z a d o s na estratégia p o r e s c o r
-regamento a f l u x o rotórico no r o t o r 90
SIMBOLOGIA
v
8e v
ri
se i
r.
8nr
n
Ordem do s i s t e m a da máquina.
Dimensão do v e t o r de saída da máquina.
Dimensão do v e t o r de e n t r a d a da máquina.
E i x o s de referência com v e l o c i d a d e w
g.
Período de amostragem [ s ] .
Pulsação de e s c o r r e g a m e n t o [ r a d / s ] .
Pulsação a n g u l a r dos campos g i r a n t e s da máquina [ r a d / s ]
Pulsação a n g u l a r elétrica do r o t o r [ r a d / s ] .
Pulsação a n g u l a r dos e i x o s d,q e i x o genérico [ r a d / s ] .
Pulsação a n g u l a r do v e t o r f l u x o estatórico [ r a d / s ] .
Pulsação a n g u l a r do v e t o r f l u x o rotórico [ r a d / s ] .
A n g u l o mecânico de posição rotórica [ r a d ] .
Ângulo elétrico de posição rotórica [ r a d ] .
Posição a n g u l a r do e i x o d [ r a d ] .
A n g u l o do v e t o r f l u x o estatórico r e f e r e n c i a d o ao
f i x o [ r a d ] .
A n g u l o do v e t o r f l u x o rotórico r e f e r e n c i a d o ao
f i x o [ r a d ] .
A n g u l o dos campos g i r a n t e s da máquina [ r a d ] .
A n g u l o e n t r e uma b o b i n a do e s t a t o r e uma do r o t o r [ r a d ] .
A n g u l o e n t r e o f l u x o estatórico e o rotórico [ r a d ] .
V e t o r de tensões [ v ] .
V e t o r de c o r r e n t e s [ A ] .
V e t o r de f l u x o s [Wb].
M a t r i z de indutâncias estatóricas da máquina trifásica [ H ]
M a t r i z de indutâncias rotóricas da máquina trifásica [ H ] .
: V e t o r e s de tensão estatórica e rotórica [ v ] .
: V e t o r e s de c o r r e n t e estatórica e rotórica [ A ] .
V e t o r e s de f l u x o de magnetização, estatórico e
rotórico [ W b ] .
V e t o r dee f l u x o n o m i n a l da máquina [ W b ] .
e s t a t o r
e s t a t o r
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B re L
reR
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s
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xo , d , q
xl , 2 , 3
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l
se
r q
K j
c
r ca
K
F oíndice "g'
índice "a"
M a t r i z e s de indutâncias mútuas e n t r e e s t a t o r e
r o t o r da máquina trifásica [ H ] .
M a t r i z de resistências estatóricas [ Q ] .
M a t r i z de resistências rotóricas [ Q ] ,
M a t r i z de indutâncias [ H ] .
M a t r i z de resistências [ Q ] .
V e t o r de e s t a d o no r e f e r e n c i a l d,q.
V e t o r de e s t a d o no r e f e r e n c i a l trifásico.
Indutâncias próprias de b o b i n a s do e s t a t o r e
r o t o r [ H ] .
Indutâncias mútuas e n t r e duas b o b i n a s do e s t a t o r e
r o t o r [ H ] .
Indutância mútua e n t r e uma b o b i n a do e s t a t o r e uma
do r o t o r [H3.
Resistência de uma b o b i n a do e s t a t o r e r o t o r [ f i ] .
M a t r i z da transformação l i n e a r trifásica-bifásica.
Componentes de f l u x o estatórico de e i x o s d,q [ W b ] .
Componentes de f l u x o rotórico de e i x o s d,q [Wb].
Componentes de tensão estatórica de e i x o s d,q [ v ] .
Componentes de tensão rotórica de e i x o s d,q [ v ] .
Componentes de c o r r e n t e estatórica de e i x o s d,q [ A ] .
Componentes de c o r r e n t e rotórica de e i x o s d,q [ A ] .
Indutâncias próprias de e s t a t o r e r o t o r da máquina
bifásica [ H ] .
Indutância mútua e n t r e o e s t a t o r e o r o t o r da
máquina bifásica [ H ] .
Número de p a r e s de pólos.
Conjugado eletromagnético [N.m].
Momento de inércia da máquina [ k g . m
2] . .
Conjugado de c a r g a [N.m].
Conjugado de a t r i t o [N.m].
C o e f i c i e n t e de a t r i t o [N. rn/rad/s] .
C o e f i c i e n t e de dispersão magnética t o t a l .
I n d i c a p o s i c i o n a m e n t o genérico das g r a n d e z a s
(tensões, c o r r e n t e s e f l u x o s ) .
I n d i c a p o s i c i o n a m e n t o das g r a n d e z a s s o b r e o v e t o r
f l u x o estatórico.
índice "b" : I n d i c a p o s i c i o n a m e n t o das g r a n d e z a s s o b r e o v e t o r
f l u x o r o t o r i c o .
índice " r " : I n d i c a p o s i c i o n a m e n t o das g r a n d e z a s s o b r e o e i x o
r o t o r i c o .
índice " s " : I n d i c a p o s i c i o n a m e n t o das g r a n d e z a s s o b r e o e i x o
f i x o estatórico.
índice "*" : I n d i c a grandezas de referência.
L : Op>erador da t r a n s f o r m a d a de Laplace.
L~l : Operador da t r a n s f o r m a d a i n v e r s a de L a p l a c e .
B : Vetor dos pólos de malha a b e r t a (plano s ) .
exp : Operador de exponenciação.
pg : Operador de d e r i v a d a p a r c i a l em relação a 6 (d/dô).
P : Operador de d e r i v a d a em relação a t ( d / d t ) .
j : Operador da componente imaginária de números c o m p l e x o s .
h : I n t e r v a l o de tempo, t 2 - t ^ ( s ) , passo de integração.
O"i+owj[ : Representação de pólo complexo ( p l a n o s ) .
Z j _ : Representação de pólo no p l a n o z.
! : Operador matemático f a t o r i a l .
2 : Operador matemático somatório.
X : Operador matemático p r o d u t o r i o .
I m ( x ) : P a r c e l a imaginária da variável x.
( x ~ ) : Conjugado complexo da variável x.
G p ( s ) : Função de transferência do r e g u l a d o r .
Gg(s) : Função de transferência do s i s t e m a (máquina).
G z ( e ) : Função de transferência da f o n t e de alimentação.
ZOH : Elemento s e g u r a d o r de ordem z e r o - "Zero O r d e r H o l d " .
PWM : Modulação p o r l a r g u r a de p u l s o - " P u l s e W i d t h
M o d u l a t i o n " .
FMM : Força m a g n e t o m o t r i z .
VSI : I n v e r s o r f o n t e de tensão - " V o l t a g e Source I n v e r t e r " .
IM : Máquina de indução - " I n d u c t i o n M o t o r " .
R$S : R e g u l a d o r de f l u x o em r e f e r e n c i a l genérico.
R^
g: R e g u l a d o r de c o r r e n t e em r e f e r e n c i a l genérico.
PPI : I n t e r f a c e p a r a l e l a periférica, " P e r i p h e r a l P a r a l l e l
I n t e r f a c e ".
CPU : Unidade C e n t r a l de Processamento, " C e n t r a l P r o c e s s i n g
U n i t .
Laboratório de Eletrônica I n d u s t r i a l e Acionament
de Máquinas.
INTRODUÇÃO GERAL
São m u i t a s as aplicações i n d u s t r i a i s onde o c o n t r o l e de
c o n j u g a d o , v e l o c i d a d e ou posição são necessários. Por exemplo: em
e s t e i r a s r o l a n t e s que devem t r a n s p o r t a r c a r g a s sem variações de
v e l o c i d a d e , máquinas b o b i n a d o r a s que devem manter a mesma
v e l o c i d a d e independentemente do c o n j u g a d o s o l i c i t a d o e os braços
de um robô que devem p o s i c i o n a r - s e c o r r e t a m e n t e sem serem
i n f l u e n c i a d o s p e l a v e l o c i d a d e ou c a r g a t r a c i o n a d a . E s t a s funções
podem s e r r e a l i z a d a s u t i l i z a n d o máquinas CC ou CA.
As máquinas de c o r r e n t e contínua sempre r e p r e s e n t a r a m uma
opção mais a t r a t i v a de a c i o n a m e n t o elétrico onde se f a z i a
necessário c o n t r o l e de v e l o c i d a d e e posição. I s t o se deve ao
f a t o , em se t r a t a n d o de uma máquina CC com excitação s e p a r a d a , de
p o d e r - s e c o n t r o l a r f l u x o de magnetização e c o r r e n t e de armadura
( c o n j u g a d o ) , i n d e p e n d e n t e m e n t e . N e s t a s máquinas a presença de
c o m u t a d o r e s , e s c o v a s , f a i s c a m e n t o e n e c e s s i d a d e de manutenção
freqüente, r e s t r i n g e m sua utilização quando operam em l o c a i s com
a presença de gases inflamáveis, difícil manutenção ou onde o
c u s t o é f a t o r i m p o r t a n t e .
As máquinas de c o r r e n t e a l t e r n a d a , p a r t i c u l a r m e n t e do t i p o
r o t o r em g a i o l a , apenas r e c e n t e m e n t e t o r n a r a m - s e uma a l t e r n a t i v a
a t r a t i v a . I s t o o c o r r e u , em função do d e s e n v o l v i m e n t o de novos
componentes s e m i c o n d u t o r e s , com frequências de chaveamento da
ordem de 10kHz e de c u s t o mais acessível, p o s s i b i l i t a n d o o
s u r g i m e n t o de f o n t e s estáticas com m e l h o r e s características de
operação. Além d i s s o , o d e s e n v o l v i m e n t o de novas técnicas de
c o n t r o l e de máquinas CA, como p o r exemplo, c o n t r o l e de campo
o r i e n t a d o d i r e t o ("Feedback") F. B l a s c h k e , 1972; i n d i r e t o
( " F e e d f o r w a r d " ) K. Hasse, 1969, v i a b i l i z a r a m sua utilização em
uma gema de aplicações onde, suas características ( m e l h o r relação
potência/volume, menor peso, menor c u s t o ) sobrepõe-se às da
máquina CC.
U t i l i z a n d o a representação blfásica da máquina e as técnicas
de c o n t r o l e d e s a c o p l a d o d i r e t o , que serão t r a t a d a s a s e g u i r ,
pode-se e f e t u a r o c o n t r o l e da máquina a t u a n d o s o b r e uma variável
p r i n c i p a l (responsável p e l o c o n j u g a d o ) , e o u t r a secundária ( o u de
excitação, responsável p e l o nível de magnetização da máquina).
O desacoplamento das variáveis c o n t r o l a d a s , p o s s i b i l i t a
o b t e r bom desempenho e rápida r e s p o s t a dinâmica de c o n j u g a d o em
r e g i m e transitório e permanente, mantendo a variável secundária
( f l u x o ) c o n s t a n t e . E s t a s características devem a p r o x i m a r - s e das
a p r e s e n t a d a s p e l a s máquinas CC com excitação i n d e p e n d e n t e .
Neste t r a b a l h o são a p r e s e n t a d a s várias estratégias de
a c i o n a m e n t o estático p a r a máquinas de indução, com c o n t r o l a d o r e s
d e f i n i d o s em função da g r a n d e z a p r i n c i p a l e secundária a s s i m como
do r e f e r e n c i a l e s c o l h i d o .
O t r a b a l h o d i v i d e - s e b a s i c a m e n t e em 5 capítulos
No capítulo 1 a p r e s e n t a - s e os s i s t e m a s de a c i o n a m e n t o s
estáticos, s i s t e m a de alimentação, métodos de c o n t r o l e (de
máquinas assíncronas) e aquisição de f l u x o das máquinas. Nos
a c i o n a m e n t o s em c o r r e n t e a l t e r n a d a são a p r e s e n t a d a s as máquinas
síncronas e assíncronas. 0 s i s t e m a de alimentação da máquina
constituído de um i n v e r s o r trifásico a t r a n s i s t o r e s é
a p r e s e n t a d o . As f o r m a s de aquisição de f l u x o são a n a l i s a d a s .
A modelagem dinâmica da máquina assíncrona, o b t e n d o - s e o
s i s t e m a e q u i v a l e n t e da máquina bifásica no espaço de e s t a d o s é
a p r e s e n t a d a no capítulo 2. A n a l i s a - s e o método de resolução da
equações d i f e r e n c i a i s ordinárias r e p r e s e n t a n t e s do modelo da
máquina bifásica.
0 capítulo 3, a b o r d a as estratégias de c o n t r o l e de f l u x o e
c o n j u g a d o d e s a c o p l a d o p a r a máquinas assíncronas. Faz-se um e s t u d o
c o m p a r a t i v o e n t r e estratégias de c o n t r o l e já c o n s a g r a d a s (campo
o r i e n t a d o ) com as estratégias a p r e s e n t a d a s em função da
c o m p l e x i d a d e e r e s p o s t a s v i a simulação d i g i t a l . S u b d i v i d e - s e em
d o i s g r u p o s , estratégias de c o n t r o l e v e t o r i a l em q u a d r a t u r a e
estratégias de c o n t r o l e v e t o r i a l p o r e s c o r r e g a m e n t o .
No capítulo 4 a e s t r u t u r a dos c o n t r o l a d o r e s de f l u x o e
c o r r e n t e é d e f i n i d a . A e s c o l h a do período de amostragem é f e i t a
em função de critérios a p r e s e n t a d o s p o r Bühler(1983), e os
c o n t r o l a d o r e s são e s c o l h i d o s e n t r e modelos c o n v e n c i o n a i s
monovariáveis.
F i n a l i z a n d o , no capítulo 5 são a p r e s e n t a d o s os r e s u l t a d o s
o b t i d o s v i a simulação d i g i t a l p a r a .duas máquinas com
características c o n s t r u t i v a s d i f e r e n t e s e um r e s u l t a d o de
simulação da estratégia de c o n t r o l e e s c a l a r v o l t s / h e r t z . 0
desempenho das d i f e r e n t e s estratégias f o i c o n s i d e r a d o em função
da aplicação de d e g r a u de referência de c o n j u g a d o e inversão do
v a l o r d e s t a referência. E s t a s observações f o r a m f e i t a s
c o n s i d e r a n d o , p r i m e i r o a máquina na p a r t i d a ( v e l o c i d a d e w
r= 0 ) e
em segundo l u g a r a máquina na v e l o c i d a d e próxima da n o m i n a l
( w
r= 3 5 0 ) . E f e t u a - s e um e s t u d o c o m p a r a t i v a do e f e i t o do período de
amostragem no desempenho de duas das estratégias a p r e s e n t a d a s .
CAPÍTULO 1
SISTEMAS DE ACIONAMENTOS ESTÁTICOS
1 . 1 - INTRODUÇÃO
Neste capítulo, são a p r e s e n t a d o s os c o n c e i t o s r e f e r e n t e s aos
a c i o n a m e n t o s estáticos de máquinas elétricas. São a b o r d a d o s os
a c i o n a m e n t o s elétricos estáticos a c o r r e n t e contínua e a c o r r e n t e
a l t e r n a d a (síncronos e assíncronos).
A alimentação de máquina assíncrona, é f e i t a através de um
i n v e r s o r f o n t e de tensão ("VSI-PWM"). E s t e i n v e r s o r , é r e a l i z a d o
u t i l i z a n d o como e l e m e n t o s e m i c o n d u t o r o t r a n s i s t o r de potência e
a estratégia de espaço v e t o r i a l " s p a c e - v e c t o r " p a r a modulação.
São a n a l i s a d a s as técnicas de c o n t r o l e e s c a l a r ( v o l t s / h e r t z ,
f l u x o / c o n j u g a d o e c o r r e n t e / e s c o r r e g a m e n t o ) , e v e t o r i a l ( d i r e t o e
i n d i r e t o ) . As estratégias de c o n t r o l e d i r e t o , - fazem u s o de
realimentação do s i n a l de f l u x o . Para obtenção d e s t e s i n a l
pode-se m e d i r ou e s t i m a r os f l u x o s , e s t a s m a n e i r a s de obtenção do
s i n a l de f l u x o são abordadas.
1.2 - ACIONAMENTOS ELÉTRICOS ESTÁTICOS
A e l e t r i c i d a d e r e p r e s e n t a a mais versátil f o r m a de e n e r g i a ,
sendo g e r a d a com razoável eficiência a p a r t i r de uma f o n t e
primária: renovável ( p . e x . , r i o s ) , não-renovável (fóssil ou
n u c l e a r ) . P o s s i b i l i t a s e r t r a n s m i t i d a e distribuída a l o n g a s
distâncias com b a i x a s p e r d a s e c u s t o s e c o n v e r t i d a p a r a o u t r o s
t i p o s de e n e r g i a t a i s como térmica, química ou mecânica
( L e o n h a r d , 1 9 8 8 ) .
sendo a u n i d a d e d e s t i n a d a a c o n v e r t e r e n e r g i a elétrica em e n e r g i a
mecânica, .assegurando-se c o m p l e t o c o n t r o l e elétrico e eletrônico
do p r o c e s s o .
E s t e s i s t e m a é composto de uma f o n t e a l i m e n t a d o r a ( p o r
exemplo um i n v e r s o r trifásico), de uma máquina elétrica (máquina
de c o r r e n t e a l t e r n a d a ou c o r r e n t e contínua) e uma u n i d a d e
eletrônica (aquisição, c o n t r o l e e comando).
1-2.1 — A c i o n a m e n t o s elétricos a c o r r e n t e contínua
E s t e t i p o de a c i o n a m e n t o u t i l i z a uma máquina elétrica
a l i m e n t a d a em c o r r e n t e contínua. As máquinas de c o r r e n t e contínua
a i n d a h o j e r e p r e s e n t a m uma e s c o l h a b a s t a n t e comum p a r a
a c i o n a m e n t o s elétricos i n d u s t r i a i s . I s t o se deve as suas
características o p e r a c i o n a i s e de c o n t r o l e . Uma das p r i n c i p a i s
d e s v a n t a g e n s é a utilização de c o m u t a d o r e s mecânicos que l i m i t a m
a potência e a v e l o c i d a d e d e s t a s máquinas. E s t e t i p o de comutação
mecânica r e q u e r manutenção freqüente e g e r a f a i s c a m e n t o o que
r e s t r i n g e sua utilização em p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s onde há
presença de gases inflamáveis ou e x p l o s i v o s .
Nas máquinas de c o r r e n t e contínua o campo magnético
estacionário do i n d u t o r pode s e r p r o d u z i d o p o r imãs permanentes
ou p o r uma c o r r e n t e estatórica contínua. 0 e n r o l a m e n t o r o t o r i c o
ao s e r a l i m e n t a d o com c o r r e n t e contínua através do comutador
mecânico, c r i a um campo magnético i n d u z i d o p e r p e n d i c u l a r
( i n t e i r a m e n t e d e s a c o p l a d o ) ao campo do i n d u t o r (Bose, 1 9 8 2 ) .
0 c o n j u g a d o é, p o r t a n t o , gerado p o r e s t a s g r a n d e z a s
d e s a c o p l a d a s ( f l u x o de campo e c o r r e n t e de a r m a d u r a ) . 0 f l u x o de
campo é de grande importância no c o n t r o l e de máquinas CC, p o i s se
a c o r r e n t e de campo é s u p r i d a p o r uma f o n t e i n d e p e n d e n t e
variável, i s t o p o s s i b i l i t a grande f l e x i b i l i d a d e .
1.2.2 - A c i o n a m e n t o s elétricos a c o r r e n t e a l t e r n a d a
Os a c i o n a m e n t o s u t i l i z a n d o máquinas CA apenas r e c e n t e m e n t e
começaram a r e p r e s e n t a r uma opção r e a l m e n t e a t r a t i v a . I s t o se
deve a evolução o c o r r i d a nas áreas: de estratégias de c o n t r o l e ,
s e m i c o n d u t o r e s e m i c r o p r o c e s s a d o r e s .
As d i f i c u l d a d e s em a c i o n a m e n t o s com máquinas CA provêm dos
s e g u i n t e s f a t o s : a ) n e c e s s i d a d e de alimentá-la através de urn
c o n v e r s o r de potência a freqüência ou a m p l i t u d e variáveis
(estático ou r o t a t i v o ) , b ) n e c e s s i d a d e de p r o c e s s a r m o s s i n a i s
a l t e r n a d o s e c ) uma dinâmica complexa.
A dinâmica complexa se r e f l e t e no f a t o que o c o n j u g a d o
eletromagnético gerado p o r uma máquina CA., r e s u l t a da ação de
várias grandezas que não estão d e s a c o p l a d a s . E s t e acoplamento
t o r n a necessário às estratégias de c o n t r o l e d e s t e t i p o de máquina
f a z e r e m uso de algorítimos de c o m p l e x i d a d e b a s t a n t e e l e v a d a .
P o r t a n t o , p a r a a t i n g i r o estágio a t u a l de d e s e n v o l v i m e n t o em
a c i o n a m e n t o s a c o r r e n t e a l t e r n a d a f o r a m necessários: a ) evolução
das estratégias de c o n t r o l e ( D o t e , 1988 e Leonhard, 1 9 8 8 ) , b )
evolução da microeletrônica que p o s s i b i l i t o u a aplicação de novas
estratégias de c o n t r o l e ( M y e r s , 1986) e, c ) evolução da
t e c n o l o g i a em s e m i c o n d u t o r e s , d i m i n u i n d o c u s t o s e aumentando as
freqüências de chaveamento (Chen, 1987 e Hower, 1 9 8 8 ) .
O u t r o s s i m , a evolução do p r o j e t o da máquina CA, m e l h o r a n d o o
desempenho e d i m i n u i n d o c u s t o s , p r o p i c i o u um s i g n i f i c a t i v o
aperfeiçoamento no s i s t e m a (máquina, alimentação e c o n t r o l e ,
conforme mostrado na f i g u r a 1 . 1 ) . Note-se que em a c i o n a m e n t o s CA
a máquina c o n s t i t u i o s u b s i s t e m a p r i n c i p a l , e d e s t a f o r m a , é de
f u n d a m e n t a l importância a compreensão de seu princípio de
operação.
1.2.2.1 - Máquinas síncronas
Os a c i o n a m e n t o s com máquinas síncronas a p r e s e n t a m algumas
v a n t a g e n s , quando comparadas com o m o t o r de indução, no que se
r e f e r e à eficiência e f a t o r de potência, além de poderem o p e r a r
em a l t a s potências (MW). T a i s a c i o n a m e n t o s são i n d i c a d o s p a r a uma
l a r g a f a i x a de aplicações, podendo-se d e f i n i r várias a l t e r n a t i v a s
de c o n t r o l e ( S i l v a , 1 9 9 1 ) .
A excitação de uma máquina síncrona é e f e t u a d a separadamente
p o r uma f o n t e de c o r r e n t e contínua ou imãs p e r m a n e n t e s . I s t o
r e p r e s e n t a v a n t a g e n s e d e s v a n t a g e n s . A vantagem c o n s i s t e na
p o s s i b i l i d a d e de obtenção de f a t o r de potência próximo ao
unitário, o que r e d u z as p e r d a s no c o b r e . Porém, com alimentação
contínua, aumentam-se os c u s t o s e a manuteção (em função dos
anéis e e s c o v a s ) ; e com imãs p e r m a n e n t e s , não é possível
compensar os e f e i t o s da reação de armadura.
As máquinas síncronas podem s e r c l a s s i f i c a d a s em vários
t i p o s (Bose, 1986a):
1) Máquinas síncronas a relutância variável - é a m a i s s i m p l e s de
t o d a s , seu c o n j u g a d o é d e s e n v o l v i d o d e v i d o a saliências no r o t o r .
E s t e t i p o de máquina tem um f a t o r de potência c o n s i d e r a d o b a i x o ,
d e v i d o a excitação s e r s u p r i d a p e l o e s t a t o r .
2) Máquinas síncronas a imãs-permanentes - ap>licáveis em
a c i o n a m e n t o s de b a i x a e média potência. A eficiência d e s t e t i p o
de máquina é a l t a . O c o r r e , c o n t u d o , que é impossível a t u a r s o b r e
o f l u x o de e n t r e f e r r o , t o r n a n d o difícil o p e r a r na região de
potência c o n s t a n t e e a l t a v e l o c i d a d e , sem i n t r o d u z i r c o r r e n t e
estatórica r e a t i v a .
3) Máquina síncrona c o n v e n c i o n a l - normalmente é a m a i o r em
tamanho, a c o r r e n t e contínua de excitação é s u p r i d a p o r uma
e x c i t a t r i z estática v i a escovas e anéis.
Nas máquinas síncronas não e x i s t e , em r e g i m e permanente,
tensão i n d u z i d a no r o t o r , d e s t a f o r m a a FMM necessária p a r a o
f o r n e c i m e n t o de c o n j u g a d o é p r o d u z i d a e x c l u s i v a m e n t e p e l o
e n r o l a m e n t o de campo. A interação e n t r e a FMM rotórica e o f l u x o
de e n t r e f e r r o é responsável p e l a produção do c o n j u g a d o .
1.2.2.2 - Máquinas assíncronas
As máquinas assíncronas c o n s t i t u e m h o j e a grande m a i o r i a do
maquínário u t i l i z a d o na conversão de e n e r g i a elétrica em e n e r g i a
mecânica. E s t a s máquinas são d i f e r e n c i a d a s p e l o t i p o de
construção de seu r o t o r : a ) r o t o r e n r o l a d o (de anéis) ou b ) r o t o r
em b a r r a s ( g a i o l a de e s q u i l o ) .
A p r i m e i r a tem um e n r o l a m e n t o polifásico s e m e l h a n t e ao do
e s t a t o r , e e n r o l a d o com o mesmo número de pólos. As saídas
t e r m i n a i s dos e n r o l a m e n t o s são l i g a d a s a anéis c o l e t o r e s i s o l a d o s
montados s o b r e o e i x o . Por meio de escovas de g r a f i t e a p o i a d a s
n e s t e s anéis, os t e r m i n a i s do r o t o r são disponíveis e x t e r i o r m e n t e
ao m o t o r .
A segunda, pode s e r em g a i o l a s i m p l e s ou d u p l a . A g a i o l a
s i m p l e s , que é a mais u t i l i z a d a , c o n s i s t e em b a r r a s e n c a i x a d a s no
f e r r o do r o t o r e c u r t o - c i c u i t a d a s em cada e x t r e m i d a d e p o r anéis
c o n d u t o r e s . 0 e n c a i x e d e s t a s b a r r a s pode s e r a p a r e n t e ou
p r o f u n d o . A utilização de r o t o r e s com b a r r a s p r o f u n d a s , é um modo
engenhoso e s i m p l e s de o b t e r - s e uma resistência de r o t o r variável
com a v e l o c i d a d e . E s t e esquema b a s e i a - s e no e f e i t o i n d u t i v o do
f l u x o d i s p e r s o na r a n h u r a s o b r e a distribuição de c o r r e n t e nas
b a r r a s do r o t o r . Os fenômenos são b a s i c a m e n t e os mesmos do e f e i t o
p e l i c u l a r e de p r o x i m i d a d e em q u a l q u e r s i s t e m a de c o n d u t o r e s
p e r c o r r i d o s p o r c o r r e n t e a l t e r n a d a .
A g a i o l a d u p l a , é o u t r o modo de o b t e r - s e r e s u l t a d o s
s i m i l a r e s ao da g a i o l a com b a r r a s p r o f u n d a s . E s t e t i p o de
" e n r o l a m e n t o " c o n s i s t e de duas camadas de b a r r a s c u r t o - c i c u i t a d a s
p o r anéis nas e x t r e m i d a d e s . As b a r r a s s u p e r i o r e s são de mesma
área t r a n s v e r s a l que as b a r r a s i n f e r i o r e s e conseqüentemente tem
m a i o r resistência. A indutância das b a r r a s i n f e r i o r e s é m a i o r que
a das s u p e r i o r e s , d e v i d o ao f l u x o que a t r a v e s s a a r a n h u r a e n t r e
as duas camadas. A diferença de indutância pode s e r m u i t o grande
p o r d i m e n s i o n a m e n t o a p r o p r i a d o da r a n h u r a e n t r e a s b a r r a s . Com
r o t o r p a r a d o quando a freqüência d e s t e é i g u a l a freqüência do
e s t a t o r , há c o r r e n t e r e l a t i v a m e n t e pequena nas b a r r a s i n f e r i o r e s
d e v i d o a sua reatância, a resistência e f e t i v a do r o t o r p a r a d o ,
então, se a p r o x i m a d a q u e l a da camada s u p e r i o r , de a l t a
resistência. E n t r e t a n t o , nas b a i x a s freqüências do r o t o r ,
c o r r e s p o n d e n t e s a pequenos e s c o r r e g a m e n t o s , a reatância t o r n a - s e
de pouca importância, e a resistência do r o t o r então a p r o x i m a - s e
àquela com b a r r a s p r o f u n d a s .
As características que se destacam nas máquinas assíncronas
são sua s i m p l i c i d a d e de construção, sua r o b u s t e z e seu b a i x o
c u s t o . Combinados, e s t e s f a t o r e s com o d e s e n v o l v i m e n t o o c o r r i d o
na érea de s e m i c o n d u t o r e s de potência, as máquinas assíncronas
t o r n a r a m - s e a l v o de c r e s c e n t e i n t e r e s s e .
Em situações em que n e c e s s i t a - s e t r a b a l h a r em a l t a
v e l o c i d a d e as máquinas assíncronas r e p r e s e n t a m e x c e l e n t e opção em
comparação com as máquinas síncronas e de c o r r e n t e contínua. I s t o
o c o r r e em função d e s t a não n e c e s s i t a r de e s c o v a s e comutadores
mecânicos. O u t r a s áreas onde e s t a s máquinas são m u i t o u t i l i z a d a s
é em a c i o n a m e n t o s onde e x i g e - s e :
a ) c o n j u g a d o r e s i s t e n t e variável e potência c o n s t a n t e
( b o b i n a d o r e s , a g i t a d o r a s , c o r t a d e i r a s , t o r n o s de superfície),
b ) c o n j u g a d o r e s i s t e n t e c o n s t a n t e e potência variável ( e l e v a d o r e s
de c a r g a , g u i n d a s t e s , l a m i n a d o r a s , c o r r e i a s t r a n s p o r t a d o r a s ) ,
c ) c o n j u g a d o r e s i s t e n t e variável e potência variável ( c a l a n d r a s ,
f r e i o s a c o r r e n t e de F o u c a u l t ) .
As máquinas assíncronas são a l i m e n t a d a s com tensão
trifásica que induzem c o r r e n t e s nos e n r o l a m e n t o s c u r t o
-c i r -c u i t a d o s do r o t o r , p e l o f l u x o estatóri-co que se move em
relação a e s t e com v e l o c i d a d e do e s c o r r e g a m e n t o .
N e g l i g e n c i a n d o os e f e i t o s dos harmônicos, d e v i d o a
distribuição não s e n o i d a l dos e n r o l a m e n t o s e não s e n o i d a l das
ondas de tensão e c o r r e n t e , o e s t a t o r e s t a b e l e c e uma d e n s i d a d e de
onda de f l u x o no e n t r e f e r r o g i r a n d o na v e l o c i d a d e síncrona. Se o
r o t o r e n c o n t r a - s e i n i c i a l m e n t e estacionário, seus c o n d u t o r e s
s o f r e m uma " v a r r e d u r a " do campo magnético, i n d u z i n d o c o r r e n t e s
rotóricas a mesma freqüência. A interação do f l u x o de e n t r e f e r r o
com as fmm produzem c o n j u g a d o na máquina. Se a máquina assíncrona
g i r a r a v e l o c i d a d e de s i n c r o n i s m o não haverá q u a l q u e r indução e
d e s t a f o r m a não será p r o d u z i d o c o n j u g a d o . Para q u a l q u e r o u t r a
v e l o c i d a d e d i f e r e n t e da síncrona tem-se um e s c o r r e g a m e n t o w
s r=
w
s-w
r, o f l u x o de e n t r e f e r r o move-se a freqüência w
s rr e l a t i v a ao
r o t o r i n d u z i n d o tensões s o b r e e s t e , tensões e s t a s que produzem
c o r r e n t e s na freqüência de e s c o r r e g a m e n t o .
1.3 - SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
No que se r e f e r e a alimentação das máquinas assíncronas, são d o i s os t i p o s básicos de c o n v e r s o r e s estáticos: a ) i n v e r s o r e s f o n t e de c o r r e n t e e b ) i n v e r s o r e s f o n t e de tensão.
Neste t r a b a l h o , f o i e s c o l h i d o p a r a alimentação da máquina assíncrona um i n v e r s o r a f o n t e de tensão trifásica, a t r a n s i s t o r e s , com modulação de l a r g u r a de p u l s o ("VSI-PWM"), u t i l i aando a técnica de modulação p o r espaço v e t o r i a l , "space-v e c t o r " ( A l "space-v e s , 1 9 9 1 , B r o e c k , 1988 e J a c o b i n a 1 9 9 0 ) . A f i g u r a 1.1 a p r e s e n t a o s i s t e m a c o m p l e t o de a c i o n a m e n t o estático. r e t i t " i c a d o r i n v e r s e r U N 8 P A/D A/D uP + DSP PPI uP + DSP I 3 I b U r F i g u r a 1.1 - S i s t e m a c o m p l e t o de a c i o n a m e n t o estático p a r a máquinas assíncronas a l i m e n t a d a s p o r i n v e r s o r f o n t e de tensão
trifásico a t r a n s i s t o r , com modulação de l a r g u r a de p u l s o s p o r espaço v e t o r i a l - "VSI-PWM Space v e c t o r " .
De a c o r d o com S o u 3 a ( 1 9 8 9 ) , a utilização do t r a n s i s t o r de potência a p r e s e n t a algumas v a n t a g e n s t a i s como:
- m a i o r f a c i l i d a d e de comando,
- eliminação dos c i r c u i t o s de auxílio a comutação necessários em
i n v e r s o r e s a t i r i s t o r ,
- operação em freqüência de comutação m a i s e l e v a d a o que p e r m i t e
uma m a i o r redução dos harmônicos de b a i x a ordem,
- m e l h o r i a da r e s p o s t a transitória do i n v e r s o r .
A técnica de modulação p o r espaço v e t o r i a l ( " s p a c e - v e c t o r " )
p a r t e do p r e s s u p o s t o , de t e r - s e c o n h e c i m e n t o das tensões
bifésicas v
s(j
se v
Bq 8, no r e f e r e n c i a l estatórico. Dado o v e t o r
tensão estatórica de referência, f o r n e c i d o p e l o c o n t r o l a d o r , são
c a l c u l a d o s as frações de T
er e f e r e n t e s a aplicação de v e t o r e s
a t i v o s a d j i a s c e n t e s e r o d a l i v r e .
A f i g u r a 1.2 a p r e s e n t a um d i a g r a m a s i m p l i f i c a d o do i n v e r s o r
trifásico.
F i g u r a 1.2 - Diagrama s i m p l i f i c a d o do i n v e r s o r , onde E é a tensão
da f o n t e CC, Rj_, R2 e R3 r e p r e s e n t a m as c a r g a s l i g a d a s ao
i n v e r s o r ( f a s e s da máquina),Tj_ e T^/são os t r a n s i s t o r e s , N é o
n e u t r o da máquina ( f l u t u a n t e ) e 0 r e p r e s e n t a o n e u t r o da f o n t e
CC.
S e j a S i ( t ) uma variável lógica que r e p r e s e n t a o s i n a l de
comando dos i n t e r r u p t o r e s da f a s e i ( i v a r i a n d o de 1 a 3 ) do
i n v e r s o r , d e f i n i d a da f o r m a a s e g u i r :
Se:
S ^ ( t ) = 0 => S^ estará c o n d u z i n d o e S^'estará a b e r t a ;
S ^ ( t ) = 1 => estará a b e r t a e S-^'estará c o n d u z i n d o .
Logo, as tensões de f a s e ( v
si , v
s 2e v
s3) a p l i c a d a s na
máquina são o b t i d a s da f o r m a s e g u i n t e :
vs l
2 - 1 - 1
vs 2
= E/3
- 1
- 1
vs 3
- 1 - 1
2
As tensões estatóricas da máquina V
6- L , V
s2 e v
s3 são
r e p r e s e n t a d a s p o r um único v e t o r v
s. E x i s t e m , o i t o p o s s i b i l i d a d e s
p a r a o p o s i c i o n a m e n t o d e s t e v e t o r de a c o r d o com as o i t o prováveis
configurações das chaves do i n v e r s o r , de a c o r d o com as expressões
o b t i d a s a p a r t i r da expressão ( 1 . 1 ) .
1.4 - MÉTODOS DE CONTROLE DE MÁQUINAS ASSÍNCRONAS
Em função da n a t u r e z a da aplicação o método de c o n t r o l e de
máquinas assíncronas a s e r u t i l i z a d o pode v a r i a r . Conforme
B o s e ( 1 9 8 2 ) , a decisão s o b r e que t i p o de c o n t r o l e u t i l i z a r b a s e i a
-se nas questões a s e g u i r : a ) que t i p o de c o n v e r s o r -será u t i l i z a d o
p a r a a l i m e n t a r a máquina, b ) se o c o n t r o l e será em malha a b e r t a
ou malha f e c h a d a , c ) se será e f e t u a d o c o n t r o l e de posição,
v e l o c i d a d e ou c o n j u g a d o , d ) é um c o n t r o l e em um, d o i s ou q u a t r o
q u a d r a n t e s , e ) que t i p o de desempenho é d e s e j a d o e f ) q u a l é a
r o b u s t e z em relação a variações paramétricas.
Os métodos de c o n t r o l e f o r a m d i v i d i d o s em duas c a t e g o r i a s ,
c o n t r o l e e s c a l a r e c o n t r o l e v e t o r i a l . 0 c o n t r o l e e s c a l a r
s u b d i v i d e - s e em c o n t r o l e v o l t s , / h e r t z , c o n t r o l e f l u x o / c o n j u g a d o e
c o n t r o l e c o r r e n t e / e s c o r r e g a m e n t o . O c o n t r o l e v e t o r i a l s u b d i v i d e
-se em c o n t r o l e v e t o r i a l i n d i r e t o ( " f e e d f o r w a r d " ) e c o n t r o l e
v e t o r i a l d i r e t o ( " f e e d b a c k " ) .
necessário u t i l i z a r esquemas que p o s s i b i l i t e m desacoplar o
c o n t r o l e do f l u x o do c o n t r o l e de conjugado. 0 desacoplamento de
f l u x o e conjugado é o b t i d o nos esquemas de c o n t r o l e v e t o r i a l os
quais p o s s i b i l i t a m alcançar bom desempenho t a n t o em regime
permanente como em regime transitório.
Faz-se à s e g u i r uma explanação dos c o n t r o l e s i n d i r e t o
("fedforward") desenvolvido por K.Hasse, e c o n t r o l e d i r e t o
("feedback") apresentado por Blaschke.
1.4.2.1 - C o n t r o l e em campo o r i e n t a d o i n d i r e t o ("feedforward")
No c o n t r o l e em campo o r i e n t a d o i n d i r e t o a máquina apresenta
resposta dinâmica s u p e r i o r aos c o n t r o l e s e s c a l a r e s e a velocidade
pode v a r i a r de zero até a v e l o c i d a d e nominal. Neste t i p o de
c o n t r o l e a condição fundamental é t e r conhecimento da posição
rotórica, sendo o f l u x o c o n t r o l a d o em malha a b e r t a .
Segundo Nordin(1985), este t i p o de c o n t r o l e é dependente dos
parâmetros da máquina, e para um desacoplamento i d e a l , os
parâmetros do c o n t r o l a d o r deverão e s t a r a j u s t a d o s aos parâmetros
da máquina, o que é difícil de se o b t e r . 0 parâmetro dominante a
ser considerado é a resistência rotórica, que v a r i a em função da
temperatura, e que pode ser estimada por vários métodos
"on-l i n e " .
Para obtenção do desacoplamento, é d e f i n i d a uma freqüência
de escorregamento w^
r( i n t e g r a n d o obtém-se o ângulo ô b
ru t i l i z a d o
para a transformação de coordenadas). Os v e t o r e s de referência
são o b t i d o s ã p a r t i r do seno e cosseno deste ângulo, determinando
os e i x o s elétricos desejados com relação ao r e f e r e n c i a l rotórico
d e f i n i d o s de forma "feedforward". Somando a v e l o c i d a d e de
escorregamento com a v e l o c i d a d e rotórica (w^p + w
r) obtém-se a
freqüência esperada para o f l u x o . A f i g u r a 1.6 apresenta o
diagrama em blocos desta estratégia.
f e d8
$ *—^ x
3 K l
i s d
b*
c
e*
>-
K2
Íb*
1s q .
-jô
be
Ifri
ÍR i
r8d
Cá R i
í
T .
xs q
sq
*| PWM
VSI
+
IM
K3
Wbr*,
K3
)
w.
F i g u r a 1.6 - Esquema de c o n t r o l e em campo o r i e n t a d o i n d i r e t o
( "f eedforvíard" ) .
Na f i g u r a 1.6, $
ré o módulo do f l u x o rotórico, K l (= l / l
m) ,
K2 (= l
r/ P / l
m2 ) e K3 (= r
r/ l
r) são constantes. c
e* é o conjugado
de referência. 0 bloco e~<3Sb r e p r e s e n t a a transformação das
coordenadas do r e f e r e n c i a l síncrono (campo girânte) para o
r e f e r e n c i a l f i x o (estatórico): i
sd
B* - i s d
b* -
c o s Sb
+i s q
b-
s e n Sb
ei
s q s*
=- i
s cj
b* . senôk + i g q ^ * . coso]-,. A f i g u r a 1.7 r e p r e s e n t a esta
transformação e a transformação i n v e r s a (do r e f e r e n c i a l f i x o para
o r e f e r e n c i a l síncrono).
< >
V
x s
e±jôg
e±jôg
e±jôg
x
ds
Xqg
Estacionário para genérico
C O S Ô g - s e n ô g
" x
d s'
x
qs
s e n ô g C O S Ô g( X )
d qg = e-ÔSg.(X)
dqs
Genérico para estacionário
x
d s'
C O S Ô g s e n ô gx
dg
XqB
- s e n ô g C O S Ô gX
qg
( X )
d qB = e J S g . ( X )
d qg
F i g u r a 1.7 - Transformações de coordenadas de um r e f e r e n c i a l
genéricoe (campo ou r o t o r ) para o r e f e r e n c i a l estacionário.
Se a freqüência de escorregamento de referência e s t i v e r
i n c o r r e t a em função de e r r o na c o n s t a n t e de tempo r o t o r i c a T
r, a
c o r r e n t e rotórica i
rnão estará no seu v a l o r c o r r e t o , e p o r t a n t o ,
a subdivisão da c o r r e n t e estatórica estará i n c o r r e t a ( N o r d i n ,
1985).
1.4.2.2 - C o n t r o l e em campo o r i e n t a d o d i r e t o ("feedback")
Sistemas de acionamentos estáticos com máquinas assíncronas
de a l t o desempenho dinâmico, podem ser o b t i d o s também com
c o n t r o l e d i r e t o . Neste caso, e x i s t e mais f l e x i b i l i d a d e na
definição das estratégias de c o n t r o l e u t i l i z a d a s e mais robustez
a variações paramétricas.
0 c o n t r o l e v e t o r i a l d i r e t o p o s s i b i l i t a p r o v e r resposta
transitória rápida e bem amortecida. Sendo r e a l i z a d o em malha
fechada, necessita-se t e r conhecimento dos f l u x o s da máquina. A
obtenção destes pode ser f e i t a através de medições d i r e t a s ou
através de estimação u t i l i z a n d o as tensões e c o r r e n t e s da máquina
(Lima, 1989). Em função da realimentação e s t a estratégia é pouco
sensível a variações paramétricas, se comparada com a estratégia
de c o n t r o l e i n d i r e t o . A f i g u r a 1.8 apresenta o diagrama em blocos
do c o n t r o l e em campo o r i e n t a d o , um exemplo de c o n t r o l e v e t o r i a l
d i r e t o .
F i g u r a 1.8 - Esquema de c o n t r o l e em campo o r i e n t a d o d i r e t o
("feedback").
Na f i g u r a 1.8, $
ré o módulo do f l u x o rotórico, K é uma
constante ( = l
r/ l
m/ P . $
r) . c
e* é o conjugado de referência. 0 bloco
ejôb i m p l i c a : i
sd
S* ~
is d
b* -
c o s ôb
+i
Sq
b* -
s e n Sb
ei s q
S* = ~
^ s d
b* -
s e n^ b
+i s q
b* -
c o s^ b
-Uma das d i f i c u l d a d e s de u t i l i z a r - s e o c o n t r o l e v e t o r i a l
d i r e t o é que em baixas v e l o c i d a d e s torna-se difícil o b t e r s i n a i s
de f l u x o bastante apurados. Segundo Bose(1986a), a forma de
obtenção dos s i n a i s de f l u x o através da integração d i r e t a das
tensões de fase pode ser usada somente em a l t a s v e l o c i d a d e s . 0
acoplamento e x i s t e n t e , pequeno em a l t a s v e l o c i d a d e s , r e s u l t a
maior na medida em que se reduz a v e l o c i d a d e .
1.5 - AQUISIÇÃO DE FLUXO
De acordo com Lima(1989), para um c o n t r o l e e f i c a z do
conjugado da máquina assíncrona, é a s s e n c i a l manter constante o
nível de f l u x o magnético no e n t r e f e r r o . Assim, na maior p a r t e das
estratégias de c o n t r o l e propostas para e s t a s máquinas, é
fundamental a reconstituição do f l u x o magnético da forma mais
p e r f e i t a possível.
Pode-se o b t e r a medida de f l u x o no i n t e r i o r da máquina
através de enrolamentos de f l u x o ( " f l u x c o i l s " ) ou sensores de
e f e i t o H a l l . E x i s t e contudo, para este t i p o de c a p t o r , problemas
causados p e l a sua f r a g i l i d a d e a vibrações e desgaste em função do
c a l o r . Além d i s s o , a qualidade do s i n a l f o r n e c i d o por e s t e s , não
é muito boa. Outra desvantagem deste esquema é que as máquinas
produzidas a nível c o m e r c i a l não apresentam e s t e s componentes, e
para sua instalação ou a l t e r a s e a l i n h a de montagem ou i n s t a l a
-se "à p o s t e r i o r i " , o que -se c o n f i g u r a uma situação bastante
crítica e onerosa.
Para Lima(1989), uma a l t e r n a t i v a para e v i t a r a instalação de
um c a p t o r de f l u x o é, a p a r t i r de grandezas c u j a obtenção s e j a
mais fácil, t a i s como v e l o c i d a d e de rotação, c o r r e n t e s e tensões,
e f e t u a r a reconstituição do f l u x o em uma f a i x a b a s t a n t e grande de
funcionamento da máquina.
1.6 - CONCLUSÃO
Neste capítulo foram apresentados alguns t i p o s de
acionamentos elétricos estáticos. Em função da abrangência
optou-se por acionamento com máquina assíncrona r o t o r em g a i o l a .
Este t i p o de acionamento é r o b u s t o , o módulo máquina é menos
oneroso que o de c o r r e n t e contínua, além de poder operar em
ambientes p e r i g o s o s (p.ex. ambientes com gases e x p l o s i v o s ) , além
de necessitarem menos manutenção. Apresentam como i n c o n v e n i e n t e o
a l t o custo do sistema de alimentação ( i n v e r s o r a t r a n s i s t o r ) .
Mas, com o desenvolvimento o c o r r i d o na área dos componentes
semicondutores, acompanhado de uma redução dos c u s t o s , este f a t o r
brevemente estará e q u i l i b r a d o com os gastos necessários para
implantação de um sistema de acionamento de uma máquina CC.
Foram apresentados também, as estratégias de c o n t r o l e
e s c a l a r (em c o r r e n t e e em tensão) e v e t o r i a l ( i n d i r e t o e d i r e t o )
com suas r e s p e c t i v a s vantagens desvantagens.
CAPÍTULO 2
MODELO IDEALIZADO DA MÁQUINA ASSÍNCRONA