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Zero, 2008, ano 25, n.8, maio

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Nova rodada

ThiagoBora/AEF

Bingo preenche

a

cartela

e o

tempo

dos

aposentados

Para atrairos

jogadores

órfãos dos

estabelecimentos fechados em

2005,

grupos e

igrejas organizam

bingos

bcnctcorres O

jogo, quando

não

explorado

para

enriquecimento

pessoal,

é

liberado

pela Justiça,

página15

Laboratór·

Falta

de leis

claras

dificulta

doação

de

corpos para

ensino

Para estudar

anatomia,

alunos da área da

saúde

dependem

do Insti­

tuto

Médico

Legal

e do

Serviço

de

Verificação

de

Óbito,

instituições

que doam os

cadáveres,

Mas a

única

legislação

existente não re­

gulamenta

a

distribuição

de corpos

entre as

universidades,

páginas

6e7

Polêmica

dos

cartões

corporativos

chegaaSC

FLORIANÓPOLIS,

MAIO DE 2008

CURSO

DE

JORNALISMO

DA

UFSC

ANO

XXV, NÚMERO

8

Trégua

ao

filtro solar

o

uniforme usado

pelos agentes

de

saúde

protege

dosraios solarese

não

polui

o meio ambiente, Recomendado

pelo

Instituto Nacional db

Câncer

(INCA),

servede modelo para outras

capitais

brasileiras página12

Negócios

Pequenas

cidades,

grandes

empresas

Em cerca de 150

municípios

de ços

(ICMS)

que retorna

à

cidade estrutura e o aumento na renda Santa

Catarina,

mais da metade

pode representar

quase 90% se traduzem em mais benefícios

da

arrecadação

é

gerada

a par- do total, O fenômeno

-que não para a

população,

Por

outro,

a

tir da

produção

de uma única se

restringe

ao estado

-gera, comunidade tem de lidar com o

empresa, que emprega a maior ao mesmo

tempo,

um clima de risco latente de um

colapso

eco­

parte

dos moradores da

região,

euforia e incerteza, Por um

lado,

nômico

da localidade em virtude Em

alguns

casos, o valor do Im- maior oferta de empregos, mais de uma

possível

críse.

posto

sobre

Comércio

e Servi-

investimentos,

melhoriasnainfra- página10

Após

os casosnacionais de

gastos

excessivosem

padarias

de

luxo,

via­ gens paraa

Disney

ecompra de

tapiocas,

o uso do cartão

corporativo

por

órgãos públicos

da

educação

superior

se tornou alvo de descon­

fiança,

O Centro Federal de

Educação Tecnológica

de Santa Catarina

(Cefet-SC) registrou

nasfaturas dos

cartões,

noanode

2007,

uma das maiores

despesas

entreas

instituições

federaisno

país

-pouco mais de

R$

200 mil. A

legislação,

que deveria

regulamentar

a

utilização

dessa forma de

pagamento,

traz valores e limites pouco

claros,

dando mar­

gem a

irregularidades

que somente serão sanadas

após

auditorias do Tribunal de

Contas

da União, Por

enquanto,

as leis

guiadas pelo

bom

senso não

têm

impedido

o crescimento no valor das contas,

página4

usten

Empresários

investem

em

créditos

de carbono para

aumentar

lucros

O estado ocupa a

quinta posi-

Hidrelétricas

(PCHs),

Somenteem

ção

no comércio de créditos de

2007,

o mercado de Mecanismo carbono brasileiro, Os

principais

Limpo

deDesenvolvimento

(MDL)

projetas

envolvem investimentos movimentou 3 bilhões de euros em

energia

com

cogeração

de em todo o

país,

(2)

2

IOpinião

Florianópolis,

maiode2008

ZERO

R.ORWIOPOUS,MAIO DE 2008-ctlllSO Df JDRIWJSMD ANO

XXV,NÚMERO8

JORNAL

LABORATÓRIO

ZERO AnoXXV- N° 8 Maio 2008 UniversidadeFederal de SantaCatarina -UFSC Fechamento:21 de maio CursodeJornalismo -CCE- UFSC Trindade

-Fpolis

- CEP 88040-900 Tel.:

(48)

3721-6599/3721-9490

Blog: blogdozero.

worldpress.

com

E-mail: zero@cce.ufsc.br

REDAÇÃO

Beatriz

Ferrari,

Camila

Brandalise,

Cauê

Oliveira,

Carolina

Granda,

Cristiane

Barrionuevo,

Daniele

Carvalho,

Danielle

Reis,

Eduardo

Wolff,

Elaine

Almeida,

Fernanda

Friedrich,

Filipe Speck,

Grazielle

Schneider,

Graziele

Frederico,

Janaína

Cavalli,

João Gustavo

Munhoz,

JulianaDal

Piva,

Juliana

Gomes,

Julie

Philippe,

Larissa

Linder,

Lívia

Andrade,

Márcio

Barcellos,

Manuela

Franceschini,

Mariana

Hilgert,

Mayara Rinaldi,

Nanni

Rios, Nancy Dutra,

Társia Paula

Farias, Thiago

Prado Neris

FOTOGRAFIA

Agência

Ensaio

Fotojornalismo,

Eduardo

Wolff,

Thiago

Prado Neris

EDITORAÇÃO

Annelize

Conti,

Camila

Brandalise,

Carolina

Granda,

Cauê

Oliveira,

Daniele

Carvalho,

Eduardo

Wolff,

Elaine

Almeida,

Flávia

Schiochet,

Fernanda

Friedrich,

Filipe

Speck,

Guilherme

Carrion,

Grazielle

Schneider,

Graziele

Frederico,

João Gustavo

Munhoz,

JulianaDal

Piva,

Juliana

Gomes,

Julie

Philippe,

Larissa

Linder, Nancy Dutra,

Pedro

Dellagnelo,

Thiago

Neris,

Vera Flesch PROFESSOR COORDENADOR Tattiana Teixeira

COORDENAÇÃO

GRÁFICA

Lucio

Baggio

MONITORIA Isadora Peron AGRADECIMENTOS

Agência

Ensaio

Fotojornalismo,

Clóvis

Geyer,

LucasNeumann

••••••

Melhor

Peça

Gráfica

I, II, III,

IVe XI

Set Universitário /PUC-RS

1988, 89, 90,

91,

92e98

Melhor Jornal-laboratório

I Prêmio Foca

Sind. dosJornalistasde

SC,

2000

3°melhor

Jornal-laboratório

do Brasil EXPOCOM 1994

Impressão:

Grafinorte

Circulação:

Nacional

Distribuição:

Gratuita

Tiragem:

5.000

exemplares

EDITORIAL

Anatomia

da

educação

om umaumentode45%nacria­

ção

de cursos de Medicina nos

últimosquatroanos,cresce ade­

manda por cadáveres humanos

paraseremutilizadosnoslabora­

tórios deanatomia. Em Santa Ca­

tarina,a

responsabilidade

sobre a

distribuição

de corpos entre as universidades ficaa cargo

doInstituto Médico

Legal

(IML)

edo

Serviço

de

Verificação

de

Óbito (SVO).

Conforme

apurado

pela

reportagemdoZERO,são poucasas

doações

realizadas diretamentea

instituições

deensino, ou

seja,

amaioriados cadáveresvem mesmodo

IMLedoSVO. Afalta de leis

específicas

paraa

política

de

doações

tem

levantado,

inclusive,

a

suspeita

de

irregularidades

envolvendo otráfi­ codecadáveresemtodoo

pais.

Em2001,por

exemplo,

oMinistérioPúblico deMinas Gerais

investigou delegados, integrantes

deumauni­

versidade

particular

localefuncionários doIML

sobrea

possibilidade

de que oscorpos usados

emsala deaulafossem de moradores derua.

Para

fugir

de

polêmicas

e contornar os

problemas

defalta de cadáveresparao

estudo,

uma das alternativas encontradas foi a ado­

ção

de modelos feitos de acn1icoou

plástico.

É

o caso de

algumas

instituições

do Distrito

Federal,

comoUniversidade de Brasília

(UNB),

Fundação

de Ensino e

Pesquisa

em Ciências

da Saúde

(Fepecs)

da Secretaria da

Saúde,

a

União Educacional do Planalto Central (Uni­

plac)

e aUniversidadeCatólica

(PUC).

Estare­

alidadevivida

pelas

instituições

e as

soluções

encontradaspor

algumas

delaspara nãoterde

lidarcom os entraves

legais

trazemà tona a

discussãosobreamaneiracomosão utilizados

oscorposhumanosnas

pesquisas.

Oencontrocom ocadáver

representa

para

o estudante de Medicina o

primeiro

contato

com a

profissão,

compreensível

queaforma como oaluno lidacom omomentodefinasua

atuação

nos anos

seguintes. É

uma

situação

que

permite

oenfrentamento detemas

difíceis,

como a morte,olutoe a

dignidade

humana.

Correntesde estudosatuais consideram quea

posturadesumanizadora dosmédicosé estabe­ lecidaa

partir

da

prática

da

dissecação.

Segun­

do

elas,

a

relação estudante-corpo

determina comoseráa

relação médico-paciente.

Em

pesquisa

realizada com calouros dos cursos da Faculdade de Medicinada Univer­

sidade Federal do Rio deJaneiro

(UFRJ),

em

2000,foi constatadaa

importância

que os es­

tudantes dão a umchamado "distanciamen­

to

profissional"

_ um

mistode frieza e olhar

científico sobre o

objeto

a serexaminado. Ao

entender ocadáver humanocomo um

"isso",

em vezdeum

"outro",

navisãodas

professoras

responsáveis pelo

estudo, ignoram-se

osaspec­ tosemocionaisenvolvidosnoprocesso.

Mesmocom a

adoção

de leismais

rígidas,

que

regulamentem

a

distribuição

de corpos sem a

possibilidade

de

fraudes,

observa-seque a

questão

fundamentalestánocomportamen­ to dos estudantes frenteà

prática

anatômica.

Sea

identificação

do cadávercomopessoagera

angústia

no

estudante,

como

comprovado

pela

pesquisa

da

UFRJ,

talvez

seja

omomentodese

reavaliaras

condições

nas

quais

sãorealizadas

asaulas de anatomia. Por meiode atividades

pedagógicas, professores

ealunos

poderão

re­

fletir sobreoexercícioda

profissão

eencontrar

maneiras de estimularo atendimentomédico

maishumanizado.

Sobre

o

chargista

OanielleReis, autoradessacharge,tem 22anos e cursa a7afasedocursode Jornalismo daUniversidade

Federal de SantaCatarina(UFSC).Aintegrantedo ZEROtambém estuda ModanaUniversidade doEstado

de Santa Catarina(Udesc),ondefreqüentaaulasde

desenhoecriatividade. Querentraremcontatocom ela?

Escreva para:danielle_reis@hotmail.com

Para

os

chargistas

Se você édaquelesquequando lêuma

notícialogoaimagina numacharge, desenhe paraoZEROeenvie parao

e-mail zero@cce.ufsc.br Suacharge pode

serpublicadanesseespaçoefazerparte

daspróximas ediçõesdojornal.

CARTAS

Projeto

social

Sou acadêmica do Curso de

Administração

na

Udesc,

onde desenvolvemos um

projeto social,

partedeuma

disciplina

curricular.Nomomento,

estamosrecolhendorecursospara construir um

consultório

odontológico

paraosalunos daAPAE,I

Palhoça,

instituição

queadotamos.A

captação

de

recursosacontecedurantetodo mês demaioe a

entreganofinaldo mês.Paramais

informações:

vanessa_de_marco@hotmail.com.

De

qualquer

forma,

parabenizo pelo

conteúdo do

jornal.

Vanessade Marco,

Florianópolis

Novasmídias

Somosda acessibilidade daUNISULeatendemos aalunos

portadores

de deficiência visual.Temos

estudantes cursando

comunicação

e

gostaríamos

de saberseexistea

possibilidade

de vocês

dispo­

nibilizaremoconteúdo do

jornal digitalizado,

ou

algum

outromeio,

pois

todos têm

grande

curiosi­

dadeemconhecerotrabalho devocês!

AcessibilidadeUNISUL,

Palhoça

Os

jornais

ZEROdoanode2008 estarão

dispo­

níveis no

blog:

blogdozero.uorldpress.com

em

arquivos

emPDF. Aúltima

edição já

estálá.

AnoXII

N°4

,;;;;;

2/95

i:E:�=

Nesta

edição,

oZERO

homenageia

ashistó­

riasem

quadrinhos

com sua

primeira

reporta­

gemnesteformato. Masascriaturase oscria­

dores destaartepovoamas

páginas

do

jornal

algum

tempo. OZERO

ZINE,

queteveduas

edições

especiais,

em1992e

1995,

tratouexclu­

sivamente deassuntosrelacionados à "oitava

arte"_

nas

palavras

dosnossos

colegas

ante­ cessores.Nade95

[foto

acima],

oleitor

podia

encontrarmatériassobreumdecreto

presíden­

cial de

1963

que

garantia

a reservade mercado

de60%para

HQs nacionais;

os

problemas

en­

contrados

pelos quadrinistas

catarinenses para

publicarem

suas

obras;

e ashistórias de brasi­

leirosquedesenhavam para

grandes

editoras de

quadrinhos,

comoDCeMarvel.Um

deleite,

além de

textual,

visual,

pois

todas as

páginas

foram recheadascom

ilustrações

denomes ex­

pressivos

do mundo das

HQs

ecomdesenhos feitos

especialmente

paraa

edição.

ERRAMOS

Capa:

Ocrédito da foto

principal

estáerra­

do.A autoria éde

Thiago

PradoNeris.

Editorial:Atéadata de fechamento Carlos

Antônio Fernandes de Oliveira era Procurador

Regional

Eleitoral.Durante a

distribuição,

Oli­

veiradeixoucargo.

Página

7: Foramdois

prefeitos

cassadosem

CaldasNovasenãoquatro.

(3)

.

Florianópolis,

maiode2008

Mariana Gomes

Entrevista

I

A

ponta

brasileira

no

balé

russo

Primeira

estrangeira

a ser

contratada

pelo

Teatro

Bolshoi,

criado

em

1776,

Mariana

Gomes

mora em

Moscou

desde setembro de 2005

e

até

hoje

enfrenta

dificuldades. Na

Rússia,

descobriu que

o

balé

não

é

uma

paixão

nacional

e nem

todo mudo quer

ser

bailarino. Ainda

assim,

o

público

sabe

apreciar

a

dança

clássica. Por

isso,

deixar

a

Europa

não

está

nos

planos

de

Mariana,

por

enquanto. Ganhou,

no

final de

abril,

a

prata

no

Festival de

Dança

de

Rieti, Itália,

na

categoria

pas de

deuxclássico

sênior,

estilo

executado por dois

bailarinos.

Entre

aulas,

ensaios

e

apresentações,

Mariana

conversou com o

ZERO

pela

internet.

Zero

- Comoéo seudia-a-dia?

Mariana Gomes - Acordo às 8h da

manhãe vouparaoteatro.Sãodezmi­

nutosa

emais 20 de metrô.

Faço

meiahora de

aquecimento

nocamarime aula de clássico. De­

pois,

temosensaiodocorpode baile atéametade da

tarde,

às I5h. Em

seguida,

voupra faculdade.

Perco sempreoiníciodaaulaàs I4hporquelevo

mais30minutosdemetrôeônibus.Saioda facul­ dadee voucorrendoparao

segundo

ensaiodocor­

po de baile quenormalmente começaàs

I9h

evai atéàs 22h.

Quando

tem

espetáculo,

saio maiscedo

pramepreparar.

Normalmente, quando

o

espetá­

culo

acaba,

costumo

aproveitar

o raromomento

das salas do teatrovaziase ensaio

alguma

coisa

sozinha pramanteraforma.

Porque

dançando

nocorpo de baileagenteacabaseacomodandoe

perdendo

atécnica.

Sobratempoparaolazer?Oque você faz

nessashoras?

Uma vez por semana, no meu dia de

folga.

Tentofazer tudooque é

preciso.

Tenho que cuidar

dacasa,lavararoupa,fazercompras,essascoisas

também. Fico bastante temposemirao cinema,

assistir a umconcerto,encontrar os

amigos

bra­

sileiros.Mas,

quando

eusaioe me

distraio, vejo

a

falta queissofaze oquantoé

importante.

Você

fez

apresentações

com o Bolshoi emoutros

países

alémda Rússiaedo Brasil?

Com o Bolshoi da Rússia

não,

só com o de

]oinville.

DoisanosdecontratonoBolshoié consi­

derado pouco.

Normalmente, viajam

asveteranas.

Que

diferenças

você vê na

valorização

da

dança, especialmente

do balé

clássico,

da Rússiaem

relação

aoBrasil?

Aqui

a

valorização

vem desde cedo. Temos,

por

exemplo,

quasetodo

domingo

ao meio-diaa

apresentação

do balé

infantil,

como o

[espetácu­

lo]

Chippolino,

quenuncatemum

lugar

vazio. As

crianças

enchem a

platéia

enão desconcentram

nenhumminuto. O

Quebra-nozes

éa mesmacoi­

sa.

Aqui

naRússiaexistea

tradição

deque quem nãoassistir,nocomeçodoano,ao

Quebra-nozes,

nãoteráumanodesorte.Existematéteatrosin­

fantis,

como o NataliaSais, ondea

decoração

é toda paracriançascomoumparque de diversões.

Eessa

tradição desperta

nas

crianças

uma

vontade detornar-sebailarinos?

Não,é apenasum lazer.Claroque existemas

quegostammaiseque levamasério.MasnoBra­

sil,

uma

criança

queassistee gostade balécom certezaé porque faz balé naescola ou querser

bailarina.

Obalé éuma

paixão

nacionalnaRússia?

Praelesé tãonormalcomoiraocinema. Então nãosoa

erudito,

como noBrasil?

Aspessoas sabemassistir,

apreciar,

criticar.

Que

diferenças

você vê entre o

público

brasileiroeorusso?

O

público

russo entende o que está assistin­

do. O

público

brasileiro,

nem sempre. Temos o

Festivalde

Dança [de

joínville],

por

exemplo,

que

umapartedo

público

entende,

eoutraque sóvibra

quando

alguém

gira

oito

piruetas.

Mas

aqui,

não. Além da

quantidade

e

qualidade,

o

público

vai atrásdosentimento,da arte,enãodocirco.

Vocêsente

algum tipo

de

preconceito

pelo

fatode nãoser russa em umbalé tão tradi­

cional?

Sinto,claro!No começofoi bemmaisdifícil.

Agora

já conheço

melhorogrupo,

meentendem

e meaceitam mais. Antes nãometratavam

bem,

asmeninasnão

compreendiam

por queeuestava

ali.Nãometratavam

mal,

mastambém não

aju­

davam. O maisdifícil é

quando

preciso

de

algu­

macoisa.Por

exemplo,

umcrachápraentrarno

Kremlin,

quando

temos

espetáculos

láou

quando

esqueceramde levarmeu

figurino

paraaapresen­

tação

porquenãotinham meu nome nalista.

aconteceutambém de eu nãoestarpresentenos

libretosdo balé. E temcoisas mais

complicadas,

como ovisto. Nessasúltimas

férias,

fui

obrigada

aficarummêsamaisem Salvadorporqueeles

nãosabiamcomofazermeu

registro.

Acabosendo

prejudicada

porque aspessoas

simplesmente

não sabemoque

fazer,

nem como.Souo

primeiro

caso

deuma

estrangeira

no Bolshoi. Outra coisaque

acontece mesmo é que todos os bailarinos rece­

bempagamentonocartão,eeu,nocaixadotea­ tro.Comoelesnãotêm nenhumcaso como o meu emtodahistória doteatro,aindanão sabemcomo

resolveresses

problemas.

Como você lidacom esse

tipo

dedificul­

dade?

encaro tudo isso

melhor,

mas no começo metiravado sério.

Hoje

eu

conheço

muitagente

noteatro,seifalarrusso. Conversoeresolvo.Mas

quando

cheguei,

não

conseguia

nem

explicar

os

problemas.

Alguma

coisate

decepcionou? Alguma

ex­

pectativa

que vocêcrioufoi frustrante quan­ dovocê

chegou

naRússia?

Muitascoisas.Acreditoqueemtodo

lugar

isso

deveacontecer.Nemsempre

aquele

queestáfazen­ doo

papel

de

primeiro

bailarino,

ou

solista,

éo

melhorou mereceestarali.

Quando cheguei

achei

tudo

lindo,

eracomoestarvendoumfilme.

Depois

comeceia entendere as coisasforam mudando.

Aqui

temtodosos

problemas

queuma

grande

em­

presatem, de

concorrências, intrigas

etc.

É

difícil

lidarcomissotudosem sedesconcentrar dos ob­

jetivos.

Quando cheguei

eratudoestranho. O

jeito

como aspessoassevestiam, osdias escuros sem

sol,

o frio intenso. Maseu

imaginei

que setodo

mundo

aqui

vive assime é

feliz,

eu

poderia

de­ morarmaisumpouco,mas um diatambémme

acostumaria.

Você disse que sofreu por ser brasileira

em um meio tradicionalmente russo. Como

é,

aína

Rússia,

sermaisuma nobalé Bolshoi

e no Brasil serreconhecidaporser aúnica

estrangeira

noTeatro?

É

uma

grande responsabilidade.

Represento

a

escola de

joinville

eoBrasilotempotodo.

Carrego

todo diaessa

responsabilidade,

oqueasoutrasnão carregamemmomento

algum.

Eu sempre penso

nissoetenhocertezaquenunca vou

decepcionar.

Masno

Brasil,

não

vejo

que

seja

tão

valorizada,

pelo

menosnão sinto queeu

seja

algo

maisdoque

aqui.

As poucas meninasrussasdomeucamarim

que sabemaminhahistória desdeo

princípio já

choraramedisseram queeu sou um

exemplo

pra

elas. Isso pra mimtevemuito maisvalor doque

sairno

jornal

como a

primeira

brasileiracontra­

tada

pelo

Bolshoi.

Que

projetos

e

perspectivas

vocêtempara ofuturo?

Meu

objetivo

agoraé

dançar

eterminarafa­ culdade

[de

coreografia].

Depois

ainda não sei,

mas

pretendo

trabalharcomosolista.Não quero

ficar pra semprenocorpo de baile.Sefor

preciso

mudar deteatropra isso mais

tar-de,

quem sabe?

Voltarpara oBrasil por

enquantonão estános seus

planos?

Não. Gostariade voltar para

dançar

em

alguns

con-l.'

.�

�-...�

-.

certos,masnão paratra­

balhar definitivamente.

Trabalhar com dan­

çanaRússia émelhor?

Nomomento sim.Não

vejo

ainda um teatro no

Brasil onde eu possa

dançar

comtanta fre-_

qüência

e que tenha tantos

repertórios.

Ainda

tenho muito para

apro-veitar

aqui.

EduardoWolff

Quando

cheguei

era

tudo

estranho. Mas

. ..

eu

tmeqme! que

se

todo mundo

.. .

euu

vive essun

e

é

feliz,

eu

poderia

demorar

meis um

pouco,

mas um

dia

também

me

acostumaria"

Aqui

tem

todos

os

problemas

que

uma

grande

empresa

tem,

de

concorrências,

intrigas"

Mariana Gomes nasceu emSalvadore

estudou balé clássicona

EscoladoTeatro Bolshoiem

Joinville.

Após

terminarocurso,

conquistou

um

estágio

nobalé

russo efoi contratada

logo

em

seguida.

Além de

bailarina,

é estudante de

Coreografia

com

especialização

em

Pedagogia

em

Dança

Clássica noInstituto do Teatro

Russo,

tambémem

Moscou

(4)

4

IPolítica

Florianópolis,

maiode2008

Cefel

gasla

RS

207

mil

com

carlão

Instituição

catarinense tem

a

segunda

maior fatura

entre

centros

tecnológicos

do

país

em

2007

CentroFederal de

Educação

Tec-\ "

lnológíca

deSanta Catarina

(Ce-fet-SC)

ocupaosexto

lugar

entre as

instituições

federais de ensino do Brasilque maisgastaramcom o usode

cartões

corporativos

em2007. Oextrato

degastoscomcartãoda

instituição

to­

talizou,

no ano

passado,

R$

207 mil.De

todososcentrosde

educação tecnológica

do

Brasil,

ocatarinensesógastoumenos

queoCefet deGoiás. Esseúltimopassou

porumaanálise doMinistérioPúblico Federalnoinício doano em

função

da falta de

documentação

necessáriaque comprovasse a

regularidade

das com­

pras.Emnotade

esclarecimento,

oCefet

goiano

alegou

queoalto valor da fatura

total se deu

principalmente

porque o centro não conta com

nenhum

tipo

de funda­

ção

paracaptarrecursos. A diretora

geral

do

Cefet-SC,

Consuelo Siel­ ski Santos, usa o mes­ mo argumento

quando

questionada

sobre a

diferença

entre os gas­ tosdas duas

instituições

federais catarinenses. A

Universidade Federal de

Santa Catarina

(UFSC),

também

adepta

dosiste­

madecartões, gastouno ano

passado

R$

52

mil,

masatendea umnúme­ ro quatro vezes maior

de alunos. "Diferente

permite

comprasde até

R$

8

mil,

in­

dependente

do tamanho da

instituição,

relativas estritamente a materiais e

serviços emergenciais

e

"gastos

de pe­

quenovulto"

-ovalornãoestá

especi­

ficado

pela

lei

-eé

proibido

utilizaros

cartões

quando

acompra deveserfeita

por meiode

licitação pública.

Cada funcionáriotemumlimitees­

tabelecido de acordocom oorçamento ecom onúmerode alunos da unidade

no

qual

opera. Adiretora administrativa do

Cefet-SC,

Rosângela

Casarotto,

alega

queocartãosó éusadopara

questões

emergenciais,

que

dispensam

oproces­ sode

licitação.

ConsueloSantos,direto­

ra

geral, exemplifica: "compramos

um ternoem uma casade noivasporque nós temos um aluno

que foi mestre de ce­

rimônia de uma for­

maturaemSão

José.

E

aí,

vaibotaromenino sem terno?",

questio­

na. Casarotto dá ou­ tro

exemplo:

"A gente

quase não vai mais,

mas às vezes a gente

vaipara

Chapecó

[554

km de

Florianópolis]

decarro.Nãodápra ir

com umtanque

daqui

até lá. Então

precisa

abastecerno meiodo

caminho,

enãoháne­

nhumpostode

gasoli­

nacredenciadoouque

passoupor

licitação.

É

preciso

desembolsaresse recursoe,na

volta,

apessoa quefoi

-omotorista

-pede

reembolso

daquele

gasto. E isso

éfeitocom umsaqueusandoocartão

corporativo".

Emuma

portaria

de fevereiro des­ te ano, o governo federal

proibiu

os

saques, limitando-os apenas a casos

excepcionais,

devido à

exagerada

disse­

minação

dessa

prática

degastoseàfal­ tade controleque

pode

darmargema

irregularidades.

Antes

disso,

em

janeiro

de2008,umfuncionário do Cefetrece­

beuafatura doseucartãocom ovalor de

R$

3.484,

referente apenasasaques

diretosnaboca docaixa.Outro,sacou

Se

existir

alguma

irregularidade,

tanto

na

UFSGquanto

no

Getet,

InIcIaremos um

processo de

investigação"

JoãoManoel daSilva

Dionísio,

SecretáriodoTCUem

Florianópolis

da

UFSC,

não

possuímos

fundações

paracaptarrecursos,e nos­ soorçamentoémuitomenor",

justifica

Santos.

Ano

passado,

13 cartões estavam

distribuídosentrefuncionários

ligados

à

administração

da infra-estrutura da

instituição.

Avice-diretora

geral,

Regi­

na

Rogério,

explica

queesses funcio­

náriosdevem ocupar

"cargos

decon­

fiança".

Em2008,a

quantidade

baixou para11,numatentativado Cefet dere­

duzirosgastosem50%,deacordocom a

direção.

Na

portaria

de

suprimento

de fundos do cartão

corporativo,

não

regulamentações específicas

sobre quem

pode

usar osistema. A

legislação

As 10 maiores

faturas de 2007

R$ 283.722,46 Celet Goiás

R$ 207.316,97 Celet Santa Catarina

R$ 137.093,14 Celet Minas Gerais

R$ 95.523,76 Celet Pará

R$ 69.054,95 Celet Piauí

R$ 31.585,88 Celet Maranhão

i R$ 29.719,19 Celet Rio Grande do Norte

R$ 23.946,43 CeletEspíritoSanto

'R$ 22.531,25 CeletAmazonas

'2

�$

17.245,41 Celet Mato Grosso

•.. ...••._ ..__ .FQ!lte:PDrtaldaT.r:�nsp�.ênq"-";

R$

4.105,

fracionadoemquatrosaques

de

R$

1

mil,

umde

R$

30eoutrode

R$

75,comdata também de

janeiro.

Em

novembro de2007,umservidor fezsete

saquesde

R$

100nomesmodia.Tanto

diretoras

gerais

quantodiretora admi­

nistrativadesconversam: "estamosevi­

tandoossaquesaomáximo".

ConsueloSantosainda

explica

que todas as compras feitas

precisam

ser

comprovadas

com a

documentação

exigida,

como notas fiscais e faturas.

"Osprocessos estão na CGU

[Contro­

ladoria Geralda

União]. É

tudomuito

transparente,todapartetantode

supri­

mentoquantode materialpermanente. Nóssomosmuitovisadosporquetemos

muitaobra.Estamosconstruindomais seisunidades do Cefet-SC".E se,

pelos

escândalos envolvendo cartões corpo­

rativos,o governodecidisse

suspender

o usodessesistema?"Nós

pararíamos

a

instituição,

não teriacomo funcionar.

Agentenão tem outromecanismo. Se nãofosseocartão,tinhaqueteruma conta

emergencial.

Maseu

vejo

queo

cartãofoiumaforma melhor do que

lidar diretamentecom o

dinheiro,

que era

pior. Hoje

é tudo

controlado,

eeu

vejo

quetemqueserassim",

responde.

CartõesnaUFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC)

adota uma

política

diferentequantoao usodecartõescor­

porativos.

Com 20.220

alunos,

2.853 servidores e

1.632

docentes,

tem 10 cartõesdistribuídosentrePrefeitura do

Campus,

Etusc

(escritório

técnico-ad­

ministrativo), Departamento

dePsico­

logia Experimental,

núcleo de manu­

tenção,

Centro de Ciências da

Saúde,

Centrode Ciências

Agrárias

e

Departa­

mentode

Compras.

O usoé restritoa

compras autorizadas com antecedên­

cia."Ocartãoéliberado conforme as

comprasqueserãofeitas por cadaum

dos

portadores.

Se eu libero

alguém

para comprar só no

supermercado,

quando

ela fornuma

loja

depeçaso

cartão não

passa",

explica

LuizCorrêa

deSouza,coordenador do

departamen­

tode contabilidade financeira.

Emsua

gestão,

Souzadiz ter

pro-Criadoem 1998 pelogoverno FernandoHenrique Cardoso,oscan:ões€le

pagamento

dogovernofed'eral

surgiramcomoalternativaàscontasdotipo"B",que funcionavarncom usodecheque,eforarn rnais difundidos

nogoverno Lula. Ern 2007 houve urnaurnento degastosde 129%ern

relação

a2006.O Cefet aurnentou deR$19 rnilern2005

-ana ernque foram instituidososcartões

-para

R$207 milem2007.JáaUFSC começoua usar ocartãoern2006

eapresentouumafatura de R$1,8 rnil,que subiu paraR$52 rnilno ano

passado.

Eduardo. WDlff

ConsuelaSantos

(e),

diretora

geral

do Cefet·SC:"sem

cartão,

nãofuncionamos"

cedidoemconformidadecom a

lei,

li­

mitandoousodoscartões estritamente para

questões emergenciais,

gastosde

pequeno valor e relacionados direta­ mentecom ofuncionamento dainsti­

tuição.

"Ano

passado,

umafuncionária

do

Hospital

Universitário,

portadora

de um cartãopara compra de remé­

dios que ocasionalmente faltam no

HUe

precisam

ser

adquiridos

em uma

farmácia,

queria

fazerumaárvore de

natal na ala da

pediatria.

Elafoi ao

mercadoecomprou bolasparaenfei­ tecom ocartão. Maso

suprimento

de

fundosnão

contempla

isso,eelateve

que devolver

R$

40 gastos indevida­

mente.Esse

tipo

de

despesa

nãose

pode

ter", garante.

Souzadiz queos

produtos

compra­

dos

pela

UFSCsão,em suamaioria,por

meiode

licitação

eparao anointeiro.

Alguns

funcionários

chegam

arequerer umcartãousandocomoargumentoa

demora das

licitações.

Quanto

aisso,o

coordenadoré taxativo: "a demora do processo licitatório não

justifica

o uso

docartão". Essas

medidas,

noentanto,

sãocriadas por cadagestorfinanceiro.

Ogoverno deixa claro

qual

éa

lei,

eque

elatemqueser

seguida,

mas amanei­

ra comosãoadministradososcartões é

decidida dentro da

instituição. Álvaro

Prata, recém

empossado

reitor, ga­

rantea

manutenção

do atualsistema.

"Tentamos gastar pouco para evitar

maiores

polêmicas.

Essa

administração

parcimoniosa

serámantida."Em

2006,

quando

o sistema foi

implantado,

a

UFSCcontavacom apenas umcartão

etotalizouafatura de

R$

1,8mil.Ano

passado,

foram

R$

52 mil desembolsa­ dos por10 cartões.

Controle

orçamentário

Osecretário do Tribunal deContas

daUnião

(TCU)

em

Florianópolis,João

Manoel da Silva

Dionísio,

esclareceque

a

documentação

de todasasempresas

quetrabalhamcomcartões

corporati­

vospassa

primeiro

porumaauditoria realizada

pela

Controladoria Geral da

União

(CGD). Depois

dessa

análise,

o

TCUrecebe umrelatório sobreosgas­ tosde cada

instituição.

"Os gastos de 2007só serãoencaminhadosaoTCUa

partir

domeiodesse ano.Seforcons­

tatada

alguma irregularidade

tanto naUFSCquantono

Cefet,

iniciaremos

umprocesso de

investigação",

observa osecretário.

Foi

depois

dos escândalos com os

cartões noiníciodo ano queo gover­ nodecidiuinstituir,emfevereiro desse

ano, um decreto

restringindo

os sa­

ques, queaté então nãotinham limite

específico.

"Muitasvezes aleiécriada

sem maiores

regulamentações,

e vai

sendo

adaptada

de acordocom a ma­

neiracomoé

seguida.

Osgastosdevem ser

guiados pelo

bomsenso,e

quando

notamos

alguma

irregularidade,

soli­

citamos que a

instituição

tenhamais

cuidadona

administração

das

verbas",

explica

Dionísio.

Camila Brandalise

Os cartões devemserusados parapagamentodedespesaseventuaiscujos

valores nãoultrapassemolimite estabelecido:R$15 mil para obrase

serviços

de

engenhariaeR$8 mil para demaisserviçoseprodutos.

O valor dos saques é limitadoematé 30% do total da

despesaanual da entidade. Os saques são restritosa

situações

especiais.NaFunai,porexemplo,parapagamentode travessia de riosnaAmazônia. Nessas

situações,

ofuncionário pagacom o

própriodinheiroedepoisé reembolsado através do saque.

Oportal transparênciaBrasil trazasinformaçõesdosgastos

comcartãocorporativonosite

www.portaltransparencia.gov.br.

Naprimeira página,é só clicarem

"aplicações

diretas",selecio­

nar oitem"Cartõesde

Pagamento

do Governo Federal"e oano quesequerconsultar,e escolheroórgãoeainstituiçãopara

conferirasfaturas.

ZERO

(5)

Florianópolis,

maiode2008

Polítical

5

Relação

entre

política

e

mídia

gera

mais

controvérsias

Novas

denúncias

contra

Luiz

Henrique

são

feitas;

desta

vez,

a

prefeitura

de

Florianópolis

também

passou

a ser

acusada de

relação imprópria

com a

mídia

"

ão existe nenhuma rela­

ção [entre1

publicidade

e

jornalismo".

Categórica,

essaéa

opinião

do secretário deComuni­

cação

deSantaCatarina,

Derly

Massaud de

Anunciação,

a

respeito

de

qualquer

denúnciareferenteàs

relações

entrepu­

blicidade institucional do estadoe apro­

dução

de matérias favoráveis aogover­ no.Adiscussão foi levantadaa

partir

de

acusações

que resultaramnumprocesso

- deautoriado

ex-governador Esperidião

Amin

(PP)

e a

coligação

"Salve Santa Catarina"

(PP,

PMN, pv,

PRONA)

-contra

Luiz

Henrique

da Silveira

(PMDB)

e a co­

ligação

"TodosporTodaSanta Catarina"

(PAN,

PFL,

PHS, PMDB,

PPS,

PRTB,

PSDB,

PTdoB).

Oatual

governador

foi acusado de usar, de forma

indevida,

os meios

de

comunicação

duranteas

eleições

de

2006.Oprocesso aindacorre noTribunal

Superior

Eleitoral

(TSE)

Justificando

o seuvotoafavor dacas­

sação,

oministrodo

Superior

Tribunal de

Justiça

(S1]),

Ati

Parglender,

sustentaque

"foi montadoomaioraparatodecomu­

nicação

vistoemSanta Catarinacom umúnicofun: alavancaracandidatura

à

reeleição

doentão

governador".

A pu­

blicação

do caderno

especial

40 meses

de

mudança,

veiculadonos

jornais

filia­

dos à

Associação

dos

Jornais

doInterior

(Adjori)

em

2006,

deu inícioaoprocesso,

encabeçado pela coligação

doex-gover­ nador

Espiridião

Amim.

Oabrandamento dodebate sobreo caso

-adiado por trêsvezes eretomado

somentenocomeçodemaio- não

impe­

diu quea

oposição

continuasseapresen­

tandonovasdenúncias.Emseu

blog,

o

vereador de

Florianópolis,

VitorSantos,

do Partido

Progressista (PP),

apresenta

mais

acusações.

Para

ele,

muitodoque dizalei é

desrespeitado.

A

Constituição

Estadual determina quea

propaganda

do

governo deve

restringir-se

à

divulgação

de

notaseavisosoficiais de

esclarecimento,

campanhas

educativas deinteresse

públi­

co,

campanhas

de

racionalização

eracio­

namentodousode

serviços

públicos

ede

utilidade

pública.

"Se você pegarum

jor­

nal que tenha

publicidade

do governo do

estado,

vocêvaiverquenãosegueoque

diza

constituição."

Segundo

o

vereador,

Luiz

Henrique

nãofoio

único;

"Eleexa­

cerbou. Vocêpegaurn

jornal

que sótem uma

edítoría,

a

Política,

edentrodessa

editoria sóexisteo

prefeito

eogoverna­

dor,

nãoháoutraspessoas. Fotosemto­

dasas

páginas,

isso éuma

louvação,

um

absurdo".

A

relação

imprópria apontada

por Santos seria baseada num vinculo de

dependência,

no

qual

os

jornais

seriam

obrigados

a

publicar

matérias,

que

esta-riamvinculadasà

publicidade

oficial do

governador. "Reproduzindo

isso

[as

ma­

térias

1

de modo unânimeemtodosos

jor­

nais quecirculamemSantaCatarina,os

pequenos

jornais,

issoéumaferramenta

eleitoral de

primeira ordem,

disfarçada

de

jornalismo",

denuncia.Santosdiz ainda que "ogoverno nãocolocauma

publici­

dadeapenas

pensando

no

leitor;

vamos

ensinaramataro

mosquito

da

dengue,

que éde utilidade

pública.

O governousa essedinheiro também paracorrompero

veículo.

É

umatroca.Eu anuncioevocês

limpam

minha barra".

Apesar

dasacusa­

ções

em seu

blog,

overeadornãofez de­ núnciasformaisaoMinistério Público.

Emdesacordocom as

acusações,

o

Secretário de

Comunicação

do

Estado,

Derly

Massaud,

garantequeoPoder Pú­

blicoagede acordocom alei. Ele também

elogia

otrabalho dos veículos deSC."O

nossoestado é

privilegiado,

pois,

indepen­

dente doporte,temosexcelentes veículos de

comunicação

na

capital

e nointerior.

Entendoquetodos nósdevemosnos or­

gulhar

donossoatual

estágio

emmatéria

de veículos de

comunicação

social."

"Divulgar

acidade"

Santosfezaanálise de

alguns

veícu­

los que ilustramas suasdenúncias.Entre

elesestãoo

jornal

A Rmtee arevistare­

cém-lançadaSe

Magazine.

Areportagem

doZEROteveacesso atrês

exemplares

do

jornal

e à

primeira edição

da revistae

analisouosveículosconformeosanún­

ciosveiculadose suasmatérias.

Fundado

pelo jornalista

Fernando

Oliveira,

o

jornal

A F()flte começouaser

impresso

em2003,anodo

primeiro

man­

datodo

governador

Luiz

Henrique.

Ove­

ículo é

quinzenal,

etemuma

tiragem

de

seismil

exemplares. Quando questionado

a

respeito

da

relação

entre

publicidade

e asmatérias

divulgadas

(ver

ilustração),

Oliveira afirma: "todo

jornal

sesustenta combaseem

publicidade,

todo

órgão

de

imprensa

opera dessa

maneira,

sendoa

únicafonte de sobrevivência".O

jorna­

lista considera queasmídias dogoverno

auxiliam,

mas osvaloressãomenores se

comparados

aos de empresas

privadas.

"Nemogoverno,emuitomenos aspre­

feituras,

sãoasmaioresfontes de

lucro,

muito

pelo

contrário,

nãose

pode

contar

muito,

pois

opagamentoé moroso". Para

Oliveira,

seria incoerente não

publicar

as

ações

dogovernoeda

prefei­

turaem um

jornal

editadosomenteduas

vezes na semana"Se você for

analisar,

os

jornais

diários

divulgam

bemmaisos

projetos

deste

órgão,

inclusiveemespaços

bemmaiores",

aponta,

concluindo que "no

Jornal

AIonte,comabsolutacerte­ zapossoafirmar queo

governador

não

A

espontaneidade

nos

jornais

do

interior

de

se

Apresençaconstantede

propagandas

dogovernoem

jornais

dointeriordeSCfaz

partedeumprocesso

regular

de vendade

espaços

publicitários.

Paraesteano,aSe­ cretariade

Comunicação possui

umaverba

disponível

de

R$

62

milhões,

divididaentre as

agências

de

publicidade

contratadas.

Paraestabelecerum

parâmetro,

este ano oGovernoFederal

dispõe

de

R$

172,8 milhõesparaserem

GovernadorLuizHenrique

se

Magazine

e

jornal

AFonte são alvos de denúncia do vereador Vitor Satos

(PP)

,

comunidades

ganllam

�lorm,

oi..

segunda

etapa das

emcentrosdesaude

EntregsDa

T lUZ

ouras da

luenida

88rC"IO

L

·'r:

�<>(;<;;'�"1"&'""";4

gastoscom

publicidade, segundo

oPro­

jeto

de Lei

Orçamentária

2008. Só para

campanhas

naáreade

Saúde,

são

R$

75,6

milhões.SantaCatarina,paraessa mesma

pasta,

possuiu R$

4,5

milhões.

Contrariando

denúncias,

acoordena­

dora de

Jornalismo

da

Adjori,

Ritade Cás­

sia

Lombardi,

nãoacredita queosveículos

fiquem

presosao governoemvirtude do dinheiro.Para

ela,

a

distribuição

deste valor tomou-se, desdeo

primeiro mandato,

mais

democrática,

viabilizandonovas

oportuni­

dadesaoscercade 150 filiados. "O quea

gente

viu,

de 2003 para

cá,

foium usomais

democrático das

campanhas

de comuni­

cação.

Falo

pelos

associados da

Adjori,

que

anteserammuito poucosos

contemplados

comverbas

governamentais",

diz.

Comessa

democratização,

acoorde­

nadora acredita que a

concentração

de verbasemveículos de

grande

portefica

maisdificil deocorrer."Vocêevitaasub­

serviência.

É

umaverba

importante,

mas

não

chega

acomprometereditorialmente o

próprio

veículo."

Bemcomo osrepresentantesdos de­

mais

veículos,

acoordenadora da

Adjori

afirmanão existirnenhum comprome­ timentoentrenoticiase

publicidade.

As razões que

explicariam

a presença de

matériasdiversasemqueofoco éogo­

vernadornãoserelacionama

qualquer

tipo

de

negócio.

"O que

houve,

de

fato,

foiumamídia

espontânea

muito

grande

emfavor doLuiz

Henrique.

Issoé

inegá­

vel. Mas

espontânea

mesmo, porqueos

jornais

sesentiram

gratificados

porum

governoqueos

olhou,

queos

prestigiou

e

repassou verba pra eles". (M.H.)

usoumídiaindevida".

Dostrês

exemplares

analisados

pelo

ZERO, nenhum apresentamatériades­ favorávelaogovernoouà

prefeitura

da

capital.

Na

edição especial

den°

76,

pu­

blicadaemmarço,do total de 11

pági­

nas, quatro apresentammatériassobre

realizações

-como a

divulgação

denovas

obras- deLuiz

Henrique

eDário

Berger

(PSBD).

Nasduas

publicações seguintes,

dez

páginas

-de 32

-novamente mostram

ações

dos dois

políticos.

Cada

jornal

traz nomínimoumanúncio

publicitário,

ge­

ralmente demeia

página

oumais,tanto

de

campanhas,

quantode obras dasins­

tituições governamentais

e

municipais.

Areportagemdo'Uro nãoteveacesso a

mais

edições,

pois,

conforme informou

Oliveira,

elas

estariam

arquivadas.

Osecretário

municipal

decomuni­

cação

social,

Paulo

Arenhart,

defende que

amídia da

prefeitura

de

Florianópolis

é,

hoje,

"eminentemente técnica". Ele ex­

plica:

"Levamosemcontaosíndicesde

audiênciae de

circulação

para

atingir­

mos o

público

alvoemcada

campanha.

Sóassimtenho acertezade que estou

fazendouma

comunicação

inteligente

e

maximizandoos recursosde

divulgação

e

publicidade

dosatos

governamentais.

MÍ­ dia

política

écoisado

passado.

Não exis­

temmais

práticas

de

administrações

an­

teriores,ondeo

poder

público

comprava amídiaemtrocade matérias

positivas".

Outroveículocitado porSantosem suasdenúncias éase

Magazine. Espe­

cializadaemturismo,a

primeira edição

foi

lançada

emmarçoeteve

Florianópolis

como

capa

(ver

ilustração).

Paraumafonte li­

gada

àeditora

-que

preferiu

nãoseiden­

tificar-, arevistanasceu com ointuitode

homenagear

as cidades catarinenses e

divulgá-las.

Vendidaa

R$

10,60

edistri­

buída

gratuitamente

em

órgãos

públicos,

empresas,

associações

eaeroportos,é pu­

blicada

mensalmente,

com uma

tiragem

decincomil

exemplares.

Deacordocom arepresentante,não

"relação

comnenhum

órgão público.

Eles

podem

procurar para fazer uma

campanha

oupara anunciara

cidade,

mas nãohá nenhum

vinculo,

não são anunciantesquevãoestarsemprena re­

vistaouque procuramarevista. Agente,

àsvezes,

pode

fazerumanúnciocomeles ounão.

É

tratado como uma empresa

normal".

A presençado

governador

edeoutras

personalidades políticas

na

primeira

edi­

ção

-como a

primeira-dama

da

capital,

Rosa

Berger

e oSecretário de Desenvolvi­

mento

regional

da Grande

Florianópolis,

Valter Galina- foi

justificada

porfazer

partedo

objetivo

darevista:

divulgar

a

cidade.Omesmo

exemplar

contoucom uma

propaganda

de duas

páginas

da

prefeitura

de

Florianópolis. "Quem

faza

cidade,

normalmente,

sãoosadministra­

dores.Nãotemnenhuma

relação

parti­

dária,

arevistaé totalmenteneutraem

relação

aisso",

explica

arepresentante. MarianaHilgert

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