Nova rodada
ThiagoBora/AEF
Bingo preenche
a
cartela
e o
tempo
dos
aposentados
Para atrairos
jogadores
órfãos dosestabelecimentos fechados em
2005,
grupos eigrejas organizam
bingos
bcnctcorres Ojogo, quando
nãoexplorado
paraenriquecimento
pessoal,
é
liberadopela Justiça,
página15
Laboratór·
Falta
de leis
claras
dificulta
doação
de
corpos para
ensino
Para estudar
anatomia,
alunos da área dasaúde
dependem
do Instituto
Médico
Legal
e doServiço
deVerificação
deÓbito,
instituições
que doam oscadáveres,
Mas aúnica
legislação
existente não regulamenta
adistribuição
de corposentre as
universidades,
páginas
6e7Polêmica
dos
cartões
corporativos
chegaaSC
FLORIANÓPOLIS,
MAIO DE 2008
•CURSO
DE
JORNALISMO
DA
UFSC
ANO
XXV, NÚMERO
8
Trégua
ao
filtro solar
o
uniforme usadopelos agentes
de
saúdeprotege
dosraios solaresenão
polui
o meio ambiente, Recomendadopelo
Instituto Nacional dbCâncer
(INCA),
servede modelo para outrascapitais
brasileiras página12Negócios
Pequenas
cidades,
grandes
empresas
Em cerca de 150
municípios
de ços(ICMS)
que retornaà
cidade estrutura e o aumento na renda SantaCatarina,
mais da metadepode representar
quase 90% se traduzem em mais benefíciosda
arrecadação
égerada
a par- do total, O fenômeno-que não para a
população,
Poroutro,
atir da
produção
de uma única serestringe
ao estado-gera, comunidade tem de lidar com o
empresa, que emprega a maior ao mesmo
tempo,
um clima de risco latente de umcolapso
ecoparte
dos moradores daregião,
euforia e incerteza, Por umlado,
nômico
da localidade em virtude Emalguns
casos, o valor do Im- maior oferta de empregos, mais de umapossível
críse.posto
sobreComércio
e Servi-investimentos,
melhoriasnainfra- página10Após
os casosnacionais degastos
excessivosempadarias
deluxo,
via gens paraaDisney
ecompra detapiocas,
o uso do cartãocorporativo
porórgãos públicos
daeducação
superior
se tornou alvo de desconfiança,
O Centro Federal deEducação Tecnológica
de Santa Catarina(Cefet-SC) registrou
nasfaturas doscartões,
noanode2007,
uma das maioresdespesas
entreasinstituições
federaisnopaís
-pouco mais de
R$
200 mil. Alegislação,
que deveriaregulamentar
autilização
dessa forma depagamento,
traz valores e limites poucoclaros,
dando margem a
irregularidades
que somente serão sanadasapós
auditorias do Tribunal deContas
da União, Porenquanto,
as leisguiadas pelo
bomsenso não
têm
impedido
o crescimento no valor das contas,página4
usten
Empresários
investem
em
créditos
de carbono para
aumentar
lucros
O estado ocupa aquinta posi-
Hidrelétricas(PCHs),
Somenteemção
no comércio de créditos de2007,
o mercado de Mecanismo carbono brasileiro, Osprincipais
Limpo
deDesenvolvimento(MDL)
projetas
envolvem investimentos movimentou 3 bilhões de euros emenergia
comcogeração
de em todo opaís,
2
IOpinião
Florianópolis,
maiode2008ZERO
R.ORWIOPOUS,MAIO DE 2008-ctlllSO Df JDRIWJSMD ANOXXV,NÚMERO8
JORNAL
LABORATÓRIO
ZERO AnoXXV- N° 8 Maio 2008 UniversidadeFederal de SantaCatarina -UFSC Fechamento:21 de maio CursodeJornalismo -CCE- UFSC Trindade-Fpolis
- CEP 88040-900 Tel.:(48)
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MONITORIA Isadora Peron AGRADECIMENTOSAgência
EnsaioFotojornalismo,
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Melhor
Peça
GráficaI, II, III,
IVe XISet Universitário /PUC-RS
1988, 89, 90,
91,
92e98•
Melhor Jornal-laboratório
I Prêmio Foca
Sind. dosJornalistasde
SC,
2000•
3°melhorJornal-laboratório
do Brasil EXPOCOM 1994Impressão:
GrafinorteCirculação:
NacionalDistribuição:
GratuitaTiragem:
5.000
exemplares
EDITORIAL
Anatomia
da
educação
om umaumentode45%nacriação
de cursos de Medicina nosúltimosquatroanos,cresce ade
manda por cadáveres humanos
paraseremutilizadosnoslabora
tórios deanatomia. Em Santa Ca
tarina,a
responsabilidade
sobre adistribuição
de corpos entre as universidades ficaa cargo
doInstituto Médico
Legal
(IML)
edoServiço
deVerificação
deÓbito (SVO).
Conformeapurado
pela
reportagemdoZERO,são poucasasdoações
realizadas diretamentea
instituições
deensino, ouseja,
amaioriados cadáveresvem mesmodoIMLedoSVO. Afalta de leis
específicas
paraapolítica
dedoações
temlevantado,
inclusive,
asuspeita
deirregularidades
envolvendo otráfi codecadáveresemtodoopais.
Em2001,porexemplo,
oMinistérioPúblico deMinas Geraisinvestigou delegados, integrantes
deumauniversidade
particular
localefuncionários doIMLsobrea
possibilidade
de que oscorpos usadosemsala deaulafossem de moradores derua.
Para
fugir
depolêmicas
e contornar osproblemas
defalta de cadáveresparaoestudo,
uma das alternativas encontradas foi a adoção
de modelos feitos de acn1icoouplástico.
É
o caso dealgumas
instituições
do DistritoFederal,
comoUniversidade de Brasília(UNB),
Fundação
de Ensino ePesquisa
em Ciênciasda Saúde
(Fepecs)
da Secretaria daSaúde,
aUnião Educacional do Planalto Central (Uni
plac)
e aUniversidadeCatólica(PUC).
Estarealidadevivida
pelas
instituições
e assoluções
encontradaspor
algumas
delaspara nãoterdelidarcom os entraves
legais
trazemà tona adiscussãosobreamaneiracomosão utilizados
oscorposhumanosnas
pesquisas.
Oencontrocom ocadáver
representa
parao estudante de Medicina o
primeiro
contatocom a
profissão,
eécompreensível
queaforma como oaluno lidacom omomentodefinasuaatuação
nos anosseguintes. É
umasituação
que
permite
oenfrentamento detemasdifíceis,
como a morte,olutoe adignidade
humana.Correntesde estudosatuais consideram quea
posturadesumanizadora dosmédicosé estabe lecidaa
partir
daprática
dadissecação.
Segun
do
elas,
arelação estudante-corpo
determina comoseráarelação médico-paciente.
Em
pesquisa
realizada com calouros dos cursos da Faculdade de Medicinada Universidade Federal do Rio deJaneiro
(UFRJ),
em2000,foi constatadaa
importância
que os estudantes dão a umchamado "distanciamen
to
profissional"
_ ummistode frieza e olhar
científico sobre o
objeto
a serexaminado. Aoentender ocadáver humanocomo um
"isso",
em vezdeum"outro",
navisãodasprofessoras
responsáveis pelo
estudo, ignoram-se
osaspec tosemocionaisenvolvidosnoprocesso.Mesmocom a
adoção
de leismaisrígidas,
queregulamentem
adistribuição
de corpos sem apossibilidade
defraudes,
observa-seque aquestão
fundamentalestánocomportamen to dos estudantes frenteàprática
anatômica.Sea
identificação
do cadávercomopessoageraangústia
noestudante,
comocomprovado
pela
pesquisa
daUFRJ,
talvezseja
omomentodesereavaliaras
condições
nasquais
sãorealizadasasaulas de anatomia. Por meiode atividades
pedagógicas, professores
ealunospoderão
refletir sobreoexercícioda
profissão
eencontrarmaneiras de estimularo atendimentomédico
maishumanizado.
Sobre
ochargista
OanielleReis, autoradessacharge,tem 22anos e cursa a7afasedocursode Jornalismo daUniversidade
Federal de SantaCatarina(UFSC).Aintegrantedo ZEROtambém estuda ModanaUniversidade doEstado
de Santa Catarina(Udesc),ondefreqüentaaulasde
desenhoecriatividade. Querentraremcontatocom ela?
Escreva para:danielle_reis@hotmail.com
Para
oschargistas
Se você édaquelesquequando lêuma
notícialogoaimagina numacharge, desenhe paraoZEROeenvie parao
e-mail zero@cce.ufsc.br Suacharge pode
serpublicadanesseespaçoefazerparte
daspróximas ediçõesdojornal.
CARTAS
Projeto
socialSou acadêmica do Curso de
Administração
naUdesc,
onde desenvolvemos umprojeto social,
partedeuma
disciplina
curricular.Nomomento,estamosrecolhendorecursospara construir um
consultório
odontológico
paraosalunos daAPAE,IPalhoça,
instituição
queadotamos.Acaptação
derecursosacontecedurantetodo mês demaioe a
entreganofinaldo mês.Paramais
informações:
vanessa_de_marco@hotmail.com.
De
qualquer
forma,
parabenizo pelo
conteúdo dojornal.
Vanessade Marco,
Florianópolis
Novasmídias
Somosda acessibilidade daUNISULeatendemos aalunos
portadores
de deficiência visual.Temosestudantes cursando
comunicação
egostaríamos
de saberseexistea
possibilidade
de vocêsdispo
nibilizaremoconteúdo do
jornal digitalizado,
oualgum
outromeio,pois
todos têmgrande
curiosidadeemconhecerotrabalho devocês!
AcessibilidadeUNISUL,
Palhoça
Os
jornais
ZEROdoanode2008 estarãodispo
níveis noblog:
blogdozero.uorldpress.com
emarquivos
emPDF. Aúltimaedição já
estálá.AnoXII
N°4
,;;;;;
2/95
i:E:�=
Nesta
edição,
oZEROhomenageia
ashistóriasem
quadrinhos
com suaprimeira
reportagemnesteformato. Masascriaturase oscria
dores destaartepovoamas
páginas
dojornal
há
algum
tempo. OZEROZINE,
queteveduasedições
especiais,
em1992e1995,
tratouexclusivamente deassuntosrelacionados à "oitava
arte"_
nas
palavras
dosnossoscolegas
ante cessores.Nade95[foto
acima],
oleitorpodia
encontrarmatériassobreumdecretopresíden
cial de
1963
quegarantia
a reservade mercadode60%para
HQs nacionais;
osproblemas
encontrados
pelos quadrinistas
catarinenses parapublicarem
suasobras;
e ashistórias de brasileirosquedesenhavam para
grandes
editoras dequadrinhos,
comoDCeMarvel.Umdeleite,
além de
textual,
visual,
pois
todas aspáginas
foram recheadascom
ilustrações
denomes expressivos
do mundo dasHQs
ecomdesenhos feitosespecialmente
paraaedição.
ERRAMOS
Capa:
Ocrédito da fotoprincipal
estáerrado.A autoria éde
Thiago
PradoNeris.Editorial:Atéadata de fechamento Carlos
Antônio Fernandes de Oliveira era Procurador
Regional
Eleitoral.Durante adistribuição,
Oliveiradeixoucargo.
Página
7: Foramdoisprefeitos
cassadosemCaldasNovasenãoquatro.
.
Florianópolis,
maiode2008Mariana Gomes
Entrevista
I
A
ponta
brasileira
no
balé
russo
Primeira
estrangeira
a sercontratada
pelo
Teatro
Bolshoi,
criado
em1776,
Mariana
Gomes
mora emMoscou
desde setembro de 2005
eaté
hoje
enfrenta
dificuldades. Na
Rússia,
descobriu que
obalé
não
é
umapaixão
nacional
e nemtodo mudo quer
serbailarino. Ainda
assim,
opúblico
sabe
apreciar
adança
clássica. Por
isso,
deixar
aEuropa
não
está
nosplanos
de
Mariana,
por
enquanto. Ganhou,
nofinal de
abril,
aprata
noFestival de
Dança
de
Rieti, Itália,
nacategoria
pas de
deuxclássico
sênior,
estilo
executado por dois
bailarinos.
Entre
aulas,
ensaios
eapresentações,
Mariana
conversou com oZERO
pela
internet.
Zero
- Comoéo seudia-a-dia?Mariana Gomes - Acordo às 8h da
manhãe vouparaoteatro.Sãodezmi
nutosa
pé
emais 20 de metrô.Faço
meiahora deaquecimento
nocamarime aula de clássico. Depois,
temosensaiodocorpode baile atéametade datarde,
às I5h. Emseguida,
voupra faculdade.Perco sempreoiníciodaaulaàs I4hporquelevo
mais30minutosdemetrôeônibus.Saioda facul dadee voucorrendoparao
segundo
ensaiodocorpo de baile quenormalmente começaàs
I9h
evai atéàs 22h.Quando
temespetáculo,
saio maiscedopramepreparar.
Normalmente, quando
oespetá
culo
acaba,
costumoaproveitar
o raromomentodas salas do teatrovaziase ensaio
alguma
coisasozinha pramanteraforma.
Porque
sódançando
nocorpo de baileagenteacabaseacomodandoe
perdendo
atécnica.Sobratempoparaolazer?Oque você faz
nessashoras?
Uma vez por semana, no meu dia de
folga.
Tentofazer tudooque é
preciso.
Tenho que cuidardacasa,lavararoupa,fazercompras,essascoisas
também. Fico bastante temposemirao cinema,
assistir a umconcerto,encontrar os
amigos
brasileiros.Mas,
quando
eusaioe medistraio, vejo
afalta queissofaze oquantoé
importante.
Você
já
fezapresentações
com o Bolshoi emoutrospaíses
alémda Rússiaedo Brasil?Com o Bolshoi da Rússia
não,
só com o de]oinville.
DoisanosdecontratonoBolshoié considerado pouco.
Normalmente, viajam
asveteranas.Que
diferenças
você vê navalorização
da
dança, especialmente
do baléclássico,
da Rússiaemrelação
aoBrasil?Aqui
avalorização
vem desde cedo. Temos,por
exemplo,
quasetododomingo
ao meio-diaaapresentação
do baléinfantil,
como o[espetácu
lo]
Chippolino,
quenuncatemumlugar
vazio. Ascrianças
enchem aplatéia
enão desconcentramnenhumminuto. O
Quebra-nozes
éa mesmacoisa.
Aqui
naRússiaexisteatradição
deque quem nãoassistir,nocomeçodoano,aoQuebra-nozes,
nãoteráumanodesorte.Existematéteatrosin
fantis,
como o NataliaSais, ondeadecoração
é toda paracriançascomoumparque de diversões.Eessa
tradição desperta
nascrianças
umavontade detornar-sebailarinos?
Não,é apenasum lazer.Claroque existemas
quegostammaiseque levamasério.MasnoBra
sil,
umacriança
queassistee gostade balécom certezaé porque faz balé naescola ou querserbailarina.
Obalé éuma
paixão
nacionalnaRússia?Praelesé tãonormalcomoiraocinema. Então nãosoa
erudito,
como noBrasil?Aspessoas sabemassistir,
apreciar,
criticar.Que
diferenças
você vê entre opúblico
brasileiroeorusso?
O
público
russo entende o que está assistindo. O
público
brasileiro,
nem sempre. Temos oFestivalde
Dança [de
joínville],
porexemplo,
queumapartedo
público
entende,
eoutraque sóvibraquando
alguém
gira
oitopiruetas.
Masaqui,
não. Além daquantidade
equalidade,
opúblico
vai atrásdosentimento,da arte,enãodocirco.Vocêsente
algum tipo
depreconceito
pelo
fatode nãoser russa em umbalé tão tradi
cional?
Sinto,claro!No começofoi bemmaisdifícil.
Agora
já conheço
melhorogrupo,já
meentendeme meaceitam mais. Antes nãometratavam
bem,
asmeninasnãocompreendiam
por queeuestavaali.Nãometratavam
mal,
mastambém nãoaju
davam. O maisdifícil é
quando
preciso
dealgu
macoisa.Por
exemplo,
umcrachápraentrarnoKremlin,
quando
temosespetáculos
láouquando
esqueceramde levarmeu
figurino
paraaapresentação
porquenãotinham meu nome nalista.Já
aconteceutambém de eu nãoestarpresentenoslibretosdo balé. E temcoisas mais
complicadas,
como ovisto. Nessasúltimas
férias,
fuiobrigada
aficarummêsamaisem Salvadorporqueeles
nãosabiamcomofazermeu
registro.
Acabosendoprejudicada
porque aspessoassimplesmente
não sabemoquefazer,
nem como.Souoprimeiro
casodeuma
estrangeira
no Bolshoi. Outra coisaqueacontece mesmo é que todos os bailarinos rece
bempagamentonocartão,eeu,nocaixadotea tro.Comoelesnãotêm nenhumcaso como o meu emtodahistória doteatro,aindanão sabemcomo
resolveresses
problemas.
Como você lidacom esse
tipo
dedificuldade?
Já
encaro tudo issomelhor,
mas no começo metiravado sério.Hoje
euconheço
muitagentenoteatro,seifalarrusso. Conversoeresolvo.Mas
quando
cheguei,
nãoconseguia
nemexplicar
osproblemas.
Alguma
coisatedecepcionou? Alguma
expectativa
que vocêcrioufoi frustrante quan dovocêchegou
naRússia?Muitascoisas.Acreditoqueemtodo
lugar
issodeveacontecer.Nemsempre
aquele
queestáfazen doopapel
deprimeiro
bailarino,
ousolista,
éomelhorou mereceestarali.
Quando cheguei
acheitudo
lindo,
eracomoestarvendoumfilme.Depois
comeceia entendere as coisasforam mudando.Aqui
temtodososproblemas
queumagrande
empresatem, de
concorrências, intrigas
etc.É
difícillidarcomissotudosem sedesconcentrar dos ob
jetivos.
Quando cheguei
eratudoestranho. Ojeito
como aspessoassevestiam, osdias escuros sem
sol,
o frio intenso. Maseuimaginei
que setodomundo
aqui
vive assime éfeliz,
eupoderia
de morarmaisumpouco,mas um diatambémmeacostumaria.
Você disse que sofreu por ser brasileira
em um meio tradicionalmente russo. Como
é,
aínaRússia,
sermaisuma nobalé Bolshoie no Brasil serreconhecidaporser aúnica
estrangeira
noTeatro?É
umagrande responsabilidade.
Represento
aescola de
joinville
eoBrasilotempotodo.Carrego
todo diaessa
responsabilidade,
oqueasoutrasnão carregamemmomentoalgum.
Eu sempre pensonissoetenhocertezaquenunca vou
decepcionar.
Masno
Brasil,
nãovejo
queseja
tãovalorizada,
pelo
menosnão sinto queeuseja
algo
maisdoqueaqui.
As poucas meninasrussasdomeucamarimque sabemaminhahistória desdeo
princípio já
choraramedisseram queeu sou um
exemplo
praelas. Isso pra mimtevemuito maisvalor doque
sairno
jornal
como aprimeira
brasileiracontratada
pelo
Bolshoi.Que
projetos
eperspectivas
vocêtempara ofuturo?Meu
objetivo
agoraédançar
eterminarafa culdade[de
coreografia].
Depois
ainda não sei,mas
pretendo
trabalharcomosolista.Não queroficar pra semprenocorpo de baile.Sefor
preciso
mudar deteatropra isso mais
tar-de,
quem sabe?Voltarpara oBrasil por
enquantonão estános seus
planos?
Não. Gostariade voltar para
dançar
emalguns
con-l.'
.�
�-...�
-.
certos,masnão paratra
balhar definitivamente.
Trabalhar com dan
çanaRússia émelhor?
Nomomento sim.Não
vejo
ainda um teatro noBrasil onde eu possa
dançar
comtanta fre-_qüência
e que tenha tantosrepertórios.
Aindatenho muito para
apro-veitar
aqui.
EduardoWolff
Quando
cheguei
era
tudo
estranho. Mas
. ..
eu
tmeqme! que
se
todo mundo
.. .
euu
vive essun
e
é
feliz,
eu
poderia
demorar
meis um
pouco,
mas um
dia
também
me
acostumaria"
Aqui
tem
todos
os
problemas
que
uma
grande
empresa
tem,
de
concorrências,
intrigas"
Mariana Gomes nasceu emSalvadoreestudou balé clássicona
EscoladoTeatro Bolshoiem
Joinville.
Após
terminarocurso,conquistou
umestágio
nobalérusso efoi contratada
logo
emseguida.
Além debailarina,
é estudante deCoreografia
comespecialização
emPedagogia
emDança
Clássica noInstituto do TeatroRusso,
tambémemMoscou
4
IPolítica
Florianópolis,
maiode2008Cefel
gasla
RS
207
mil
com
carlão
Instituição
catarinense tem
a
segunda
maior fatura
entre
centros
tecnológicos
do
país
em
2007
CentroFederal de
Educação
Tec-\ "
lnológíca
deSanta Catarina(Ce-fet-SC)
ocupaosextolugar
entre asinstituições
federais de ensino do Brasilque maisgastaramcom o usodecartões
corporativos
em2007. Oextratodegastoscomcartãoda
instituição
totalizou,
no anopassado,
R$
207 mil.Detodososcentrosde
educação tecnológica
doBrasil,
ocatarinensesógastoumenosqueoCefet deGoiás. Esseúltimopassou
porumaanálise doMinistérioPúblico Federalnoinício doano em
função
da falta dedocumentação
necessáriaque comprovasse aregularidade
das compras.Emnotade
esclarecimento,
oCefetgoiano
alegou
queoalto valor da faturatotal se deu
principalmente
porque o centro não conta comnenhum
tipo
de fundação
paracaptarrecursos. A diretorageral
doCefet-SC,
Consuelo Siel ski Santos, usa o mes mo argumentoquando
questionada
sobre adiferença
entre os gas tosdas duasinstituições
federais catarinenses. AUniversidade Federal de
Santa Catarina
(UFSC),
também
adepta
dosistemadecartões, gastouno ano
passado
R$
52mil,
masatendea umnúme ro quatro vezes maior
de alunos. "Diferente
permite
comprasde atéR$
8mil,
independente
do tamanho dainstituição,
relativas estritamente a materiais eserviços emergenciais
e"gastos
de pequenovulto"
-ovalornãoestá
especi
ficado
pela
lei-eé
proibido
utilizaroscartões
quando
acompra deveserfeitapor meiode
licitação pública.
Cada funcionáriotemumlimitees
tabelecido de acordocom oorçamento ecom onúmerode alunos da unidade
no
qual
opera. Adiretora administrativa doCefet-SC,
Rosângela
Casarotto,
alega
queocartãosó éusadopara
questões
emergenciais,
quedispensam
oproces sodelicitação.
ConsueloSantos,diretora
geral, exemplifica: "compramos
um ternoem uma casade noivasporque nós temos um alunoque foi mestre de ce
rimônia de uma for
maturaemSão
José.
Eaí,
vaibotaromenino sem terno?",questio
na. Casarotto dá ou troexemplo:
"A gentequase não vai mais,
mas às vezes a gente
vaipara
Chapecó
[554
km de
Florianópolis]
decarro.Nãodápra ircom umtanque
daqui
até lá. Então
precisa
abastecerno meiodo
caminho,
enãohánenhumpostode
gasoli
nacredenciadoouque
passoupor
licitação.
É
preciso
desembolsaresse recursoe,navolta,
apessoa quefoi-omotorista
-pede
reembolsodaquele
gasto. E issoéfeitocom umsaqueusandoocartão
corporativo".
Emuma
portaria
de fevereiro des te ano, o governo federalproibiu
ossaques, limitando-os apenas a casos
excepcionais,
devido àexagerada
disseminação
dessaprática
degastoseàfal tade controlequepode
darmargemairregularidades.
Antesdisso,
emjaneiro
de2008,umfuncionário do Cefetrece
beuafatura doseucartãocom ovalor de
R$
3.484,
referente apenasasaquesdiretosnaboca docaixa.Outro,sacou
Se
existir
alguma
irregularidade,
tanto
na
UFSGquanto
no
Getet,
InIcIaremos um
processo de
investigação"
JoãoManoel daSilva
Dionísio,
SecretáriodoTCUem
Florianópolis
da
UFSC,
nãopossuímos
fundações
paracaptarrecursos,e nos soorçamentoémuitomenor",justifica
Santos.
Ano
passado,
13 cartões estavamdistribuídosentrefuncionários
ligados
àadministração
da infra-estrutura dainstituição.
Avice-diretorageral,
Regi
na
Rogério,
explica
queesses funcionáriosdevem ocupar
"cargos
deconfiança".
Em2008,aquantidade
baixou para11,numatentativado Cefet dereduzirosgastosem50%,deacordocom a
direção.
Naportaria
desuprimento
de fundos do cartãocorporativo,
nãohá
regulamentações específicas
sobre quempode
usar osistema. Alegislação
As 10 maiores
faturas de 2007
R$ 283.722,46 Celet Goiás
R$ 207.316,97 Celet Santa Catarina
R$ 137.093,14 Celet Minas Gerais
R$ 95.523,76 Celet Pará
R$ 69.054,95 Celet Piauí
R$ 31.585,88 Celet Maranhão
i R$ 29.719,19 Celet Rio Grande do Norte
R$ 23.946,43 CeletEspíritoSanto
'R$ 22.531,25 CeletAmazonas
'2
�$
17.245,41 Celet Mato Grosso•.. ...••._ ..__ .FQ!lte:PDrtaldaT.r:�nsp�.ênq"-";
R$
4.105,
fracionadoemquatrosaquesde
R$
1mil,
umdeR$
30eoutrodeR$
75,comdata também de
janeiro.
Emnovembro de2007,umservidor fezsete
saquesde
R$
100nomesmodia.Tantodiretoras
gerais
quantodiretora administrativadesconversam: "estamosevi
tandoossaquesaomáximo".
ConsueloSantosainda
explica
que todas as compras feitasprecisam
sercomprovadas
com adocumentação
exigida,
como notas fiscais e faturas."Osprocessos estão na CGU
[Contro
ladoria Geralda
União]. É
tudomuitotransparente,todapartetantode
supri
mentoquantode materialpermanente. Nóssomosmuitovisadosporquetemos
muitaobra.Estamosconstruindomais seisunidades do Cefet-SC".E se,
pelos
escândalos envolvendo cartões corpo
rativos,o governodecidisse
suspender
o usodessesistema?"Nóspararíamos
ainstituição,
não teriacomo funcionar.Agentenão tem outromecanismo. Se nãofosseocartão,tinhaqueteruma conta
emergencial.
Maseuvejo
queocartãofoiumaforma melhor do que
lidar diretamentecom o
dinheiro,
que erapior. Hoje
é tudocontrolado,
eeuvejo
quetemqueserassim",responde.
CartõesnaUFSC
A Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC)
adota umapolítica
diferentequantoao usodecartõescor
porativos.
Com 20.220alunos,
2.853 servidores e1.632
docentes,
tem 10 cartõesdistribuídosentrePrefeitura doCampus,
Etusc(escritório
técnico-administrativo), Departamento
dePsicologia Experimental,
núcleo de manutenção,
Centro de Ciências daSaúde,
Centrode Ciências
Agrárias
eDeparta
mentodeCompras.
O usoé restritoacompras autorizadas com antecedên
cia."Ocartãoéliberado conforme as
comprasqueserãofeitas por cadaum
dos
portadores.
Se eu liberoalguém
para comprar só no
supermercado,
quando
ela fornumaloja
depeçasocartão não
passa",
explica
LuizCorrêadeSouza,coordenador do
departamen
tode contabilidade financeira.
Emsua
gestão,
Souzadiz terpro-Criadoem 1998 pelogoverno FernandoHenrique Cardoso,oscan:ões€le
pagamento
dogovernofed'eralsurgiramcomoalternativaàscontasdotipo"B",que funcionavarncom usodecheque,eforarn rnais difundidos
nogoverno Lula. Ern 2007 houve urnaurnento degastosde 129%ern
relação
a2006.O Cefet aurnentou deR$19 rnilern2005-ana ernque foram instituidososcartões
-para
R$207 milem2007.JáaUFSC começoua usar ocartãoern2006
eapresentouumafatura de R$1,8 rnil,que subiu paraR$52 rnilno ano
passado.
Eduardo. WDlff
ConsuelaSantos
(e),
diretorageral
do Cefet·SC:"semcartão,
nãofuncionamos"cedidoemconformidadecom a
lei,
limitandoousodoscartões estritamente para
questões emergenciais,
gastosdepequeno valor e relacionados direta mentecom ofuncionamento dainsti
tuição.
"Anopassado,
umafuncionáriado
Hospital
Universitário,
portadora
de um cartãopara compra de remédios que ocasionalmente faltam no
HUe
precisam
seradquiridos
em umafarmácia,
queria
fazerumaárvore denatal na ala da
pediatria.
Elafoi aomercadoecomprou bolasparaenfei tecom ocartão. Maso
suprimento
defundosnão
contempla
isso,eelateveque devolver
R$
40 gastos indevidamente.Esse
tipo
dedespesa
nãosepode
ter", garante.
Souzadiz queos
produtos
comprados
pela
UFSCsão,em suamaioria,pormeiode
licitação
eparao anointeiro.Alguns
funcionárioschegam
arequerer umcartãousandocomoargumentoademora das
licitações.
Quanto
aisso,ocoordenadoré taxativo: "a demora do processo licitatório não
justifica
o usodocartão". Essas
medidas,
noentanto,sãocriadas por cadagestorfinanceiro.
Ogoverno deixa claro
qual
éalei,
equeelatemqueser
seguida,
mas amaneira comosãoadministradososcartões é
decidida dentro da
instituição. Álvaro
Prata, recém
empossado
reitor, garantea
manutenção
do atualsistema."Tentamos gastar pouco para evitar
maiores
polêmicas.
Essaadministração
parcimoniosa
serámantida."Em2006,
quando
o sistema foiimplantado,
aUFSCcontavacom apenas umcartão
etotalizouafatura de
R$
1,8mil.Anopassado,
foramR$
52 mil desembolsa dos por10 cartões.Controle
orçamentário
Osecretário do Tribunal deContas
daUnião
(TCU)
emFlorianópolis,João
Manoel da Silva
Dionísio,
esclarecequea
documentação
de todasasempresasquetrabalhamcomcartões
corporati
vospassa
primeiro
porumaauditoria realizadapela
Controladoria Geral daUnião
(CGD). Depois
dessaanálise,
oTCUrecebe umrelatório sobreosgas tosde cada
instituição.
"Os gastos de 2007só serãoencaminhadosaoTCUapartir
domeiodesse ano.Seforconstatada
alguma irregularidade
tanto naUFSCquantonoCefet,
iniciaremosumprocesso de
investigação",
observa osecretário.Foi
depois
dos escândalos com oscartões noiníciodo ano queo gover nodecidiuinstituir,emfevereiro desse
ano, um decreto
restringindo
os saques, queaté então nãotinham limite
específico.
"Muitasvezes aleiécriadasem maiores
regulamentações,
e vaisendo
adaptada
de acordocom a maneiracomoé
seguida.
Osgastosdevem serguiados pelo
bomsenso,equando
notamosalguma
irregularidade,
solicitamos que a
instituição
tenhamaiscuidadona
administração
dasverbas",
explica
Dionísio.Camila Brandalise
Os cartões devemserusados parapagamentodedespesaseventuaiscujos
valores nãoultrapassemolimite estabelecido:R$15 mil para obrase
serviços
deengenhariaeR$8 mil para demaisserviçoseprodutos.
O valor dos saques é limitadoematé 30% do total da
despesaanual da entidade. Os saques são restritosa
situações
especiais.NaFunai,porexemplo,parapagamentode travessia de riosnaAmazônia. Nessas
situações,
ofuncionário pagacom oprópriodinheiroedepoisé reembolsado através do saque.
Oportal transparênciaBrasil trazasinformaçõesdosgastos
comcartãocorporativonosite
www.portaltransparencia.gov.br.
Naprimeira página,é só clicarem"aplicações
diretas",selecionar oitem"Cartõesde
Pagamento
do Governo Federal"e oano quesequerconsultar,e escolheroórgãoeainstituiçãoparaconferirasfaturas.
ZERO
Florianópolis,
maiode2008Polítical
5
Relação
entre
política
e
mídia
gera
mais
controvérsias
Novas
denúncias
contra
Luiz
Henrique
são
feitas;
desta
vez,
a
prefeitura
de
Florianópolis
também
passou
a ser
acusada de
relação imprópria
com a
mídia
"
ão existe nenhuma relação [entre1
publicidade
ejornalismo".
Categórica,
essaéa
opinião
do secretário deComunicação
deSantaCatarina,Derly
Massaud deAnunciação,
arespeito
dequalquer
denúnciareferenteàs
relações
entrepublicidade institucional do estadoe apro
dução
de matérias favoráveis aogover no.Adiscussão foi levantadaapartir
deacusações
que resultaramnumprocesso- deautoriado
ex-governador Esperidião
Amin
(PP)
e acoligação
"Salve Santa Catarina"(PP,
PMN, pv,PRONA)
-contraLuiz
Henrique
da Silveira(PMDB)
e a coligação
"TodosporTodaSanta Catarina"(PAN,
PFL,PHS, PMDB,
PPS,PRTB,
PSDB,PTdoB).
Oatualgovernador
foi acusado de usar, de formaindevida,
os meiosde
comunicação
duranteaseleições
de2006.Oprocesso aindacorre noTribunal
Superior
Eleitoral(TSE)
Justificando
o seuvotoafavor dacassação,
oministrodoSuperior
Tribunal deJustiça
(S1]),
AtiParglender,
sustentaque"foi montadoomaioraparatodecomu
nicação
já
vistoemSanta Catarinacom umúnicofun: alavancaracandidaturaà
reeleição
doentãogovernador".
A publicação
do cadernoespecial
40 mesesde
mudança,
veiculadonosjornais
filiados à
Associação
dosJornais
doInterior(Adjori)
em2006,
deu inícioaoprocesso,encabeçado pela coligação
doex-gover nadorEspiridião
Amim.Oabrandamento dodebate sobreo caso
-adiado por trêsvezes eretomado
somentenocomeçodemaio- não
impe
diu quea
oposição
continuasseapresentandonovasdenúncias.Emseu
blog,
overeador de
Florianópolis,
VitorSantos,do Partido
Progressista (PP),
apresentamais
acusações.
Paraele,
muitodoque dizalei édesrespeitado.
AConstituição
Estadual determina quea
propaganda
dogoverno deve
restringir-se
àdivulgação
denotaseavisosoficiais de
esclarecimento,
campanhas
educativas deinteressepúbli
co,campanhas
deracionalização
eracionamentodousode
serviços
públicos
edeutilidade
pública.
"Se você pegarumjor
nal que tenha
publicidade
do governo doestado,
vocêvaiverquenãosegueoquediza
constituição."
Segundo
overeador,
Luiz
Henrique
nãofoioúnico;
"Eleexacerbou. Vocêpegaurn
jornal
que sótem umaedítoría,
aPolítica,
edentrodessaeditoria sóexisteo
prefeito
eogovernador,
nãoháoutraspessoas. Fotosemtodasas
páginas,
isso éumalouvação,
umabsurdo".
A
relação
imprópria apontada
por Santos seria baseada num vinculo dedependência,
noqual
osjornais
seriamobrigados
apublicar
matérias,
queesta-riamvinculadasà
publicidade
oficial dogovernador. "Reproduzindo
isso[as
matérias
1
de modo unânimeemtodososjor
nais quecirculamemSantaCatarina,os
pequenos
jornais,
issoéumaferramentaeleitoral de
primeira ordem,
disfarçada
dejornalismo",
denuncia.Santosdiz ainda que "ogoverno nãocolocaumapublici
dadeapenas
pensando
noleitor;
vamosensinaramataro
mosquito
dadengue,
que éde utilidade
pública.
O governousa essedinheiro também paracorromperoveículo.
É
umatroca.Eu anuncioevocêslimpam
minha barra".Apesar
dasacusações
em seublog,
overeadornãofez de núnciasformaisaoMinistério Público.Emdesacordocom as
acusações,
oSecretário de
Comunicação
doEstado,
Derly
Massaud,
garantequeoPoder Públicoagede acordocom alei. Ele também
elogia
otrabalho dos veículos deSC."Onossoestado é
privilegiado,
pois,
indepen
dente doporte,temosexcelentes veículos de
comunicação
nacapital
e nointerior.Entendoquetodos nósdevemosnos or
gulhar
donossoatualestágio
emmatériade veículos de
comunicação
social.""Divulgar
acidade"Santosfezaanálise de
alguns
veículos que ilustramas suasdenúncias.Entre
elesestãoo
jornal
A Rmtee arevistarecém-lançadaSe
Magazine.
AreportagemdoZEROteveacesso atrês
exemplares
dojornal
e àprimeira edição
da revistaeanalisouosveículosconformeosanún
ciosveiculadose suasmatérias.
Fundado
pelo jornalista
FernandoOliveira,
ojornal
A F()flte começouaserimpresso
em2003,anodoprimeiro
mandatodo
governador
LuizHenrique.
Oveículo é
quinzenal,
etemumatiragem
deseismil
exemplares. Quando questionado
a
respeito
darelação
entrepublicidade
e asmatériasdivulgadas
(ver
ilustração),
Oliveira afirma: "todo
jornal
sesustenta combaseempublicidade,
todoórgão
deimprensa
opera dessamaneira,
sendoaúnicafonte de sobrevivência".O
jorna
lista considera queasmídias dogoverno
auxiliam,
mas osvaloressãomenores secomparados
aos de empresasprivadas.
"Nemogoverno,emuitomenos aspre
feituras,
sãoasmaioresfontes delucro,
muito
pelo
contrário,
nãosepode
contarmuito,
pois
opagamentoé moroso". ParaOliveira,
seria incoerente nãopublicar
asações
dogovernoedaprefei
turaem um
jornal
editadosomenteduasvezes na semana"Se você for
analisar,
osjornais
diáriosdivulgam
bemmaisosprojetos
desteórgão,
inclusiveemespaçosbemmaiores",
aponta,
concluindo que "noJornal
AIonte,comabsolutacerte zapossoafirmar queogovernador
nãoA
espontaneidade
nos
jornais
do
interior
de
se
Apresençaconstantede
propagandas
dogovernoemjornais
dointeriordeSCfazpartedeumprocesso
regular
de vendadeespaços
publicitários.
Paraesteano,aSe cretariadeComunicação possui
umaverbadisponível
deR$
62milhões,
divididaentre asagências
depublicidade
contratadas.Paraestabelecerum
parâmetro,
este ano oGovernoFederaldispõe
deR$
172,8 milhõesparaseremGovernadorLuizHenrique
se
Magazine
ejornal
AFonte são alvos de denúncia do vereador Vitor Satos
(PP)
,
comunidades
ganllam
�lorm,
oi..
segunda
etapa dasemcentrosdesaude
EntregsDa
T lUZ
ouras da
luenida
88rC"IO
L
·'r:
�<>(;<;;'�"1"&'""";4
gastoscom
publicidade, segundo
oProjeto
de LeiOrçamentária
2008. Só paracampanhas
naáreadeSaúde,
sãoR$
75,6
milhões.SantaCatarina,paraessa mesma
pasta,
possuiu R$
4,5
milhões.Contrariando
denúncias,
acoordenadora de
Jornalismo
daAdjori,
Ritade Cássia
Lombardi,
nãoacredita queosveículosfiquem
presosao governoemvirtude do dinheiro.Paraela,
adistribuição
deste valor tomou-se, desdeoprimeiro mandato,
maisdemocrática,
viabilizandonovasoportuni
dadesaoscercade 150 filiados. "O quea
gente
viu,
de 2003 paracá,
foium usomaisdemocrático das
campanhas
de comunicação.
Falopelos
associados daAdjori,
queanteserammuito poucosos
contemplados
comverbasgovernamentais",
diz.Comessa
democratização,
acoordenadora acredita que a
concentração
de verbasemveículos degrande
porteficamaisdificil deocorrer."Vocêevitaasub
serviência.
É
umaverbaimportante,
masnão
chega
acomprometereditorialmente opróprio
veículo."Bemcomo osrepresentantesdos de
mais
veículos,
acoordenadora daAdjori
afirmanão existirnenhum comprome timentoentrenoticiase
publicidade.
As razões queexplicariam
a presença dematériasdiversasemqueofoco éogo
vernadornãoserelacionama
qualquer
tipo
denegócio.
"O quehouve,
defato,
foiumamídiaespontânea
muitogrande
emfavor doLuiz
Henrique.
Issoéinegá
vel. Mas
espontânea
mesmo, porqueosjornais
sesentiramgratificados
porumgovernoqueos
olhou,
queosprestigiou
erepassou verba pra eles". (M.H.)
usoumídiaindevida".
Dostrês
exemplares
analisadospelo
ZERO, nenhum apresentamatériades favorávelaogovernoouà
prefeitura
dacapital.
Naedição especial
den°76,
publicadaemmarço,do total de 11
pági
nas, quatro apresentammatériassobrerealizações
-como a
divulgação
denovasobras- deLuiz
Henrique
eDárioBerger
(PSBD).
Nasduaspublicações seguintes,
dezpáginas
-de 32
-novamente mostram
ações
dos doispolíticos.
Cadajornal
traz nomínimoumanúnciopublicitário,
geralmente demeia
página
oumais,tantode
campanhas,
quantode obras dasinstituições governamentais
emunicipais.
Areportagemdo'Uro nãoteveacesso a
mais
edições,
pois,
conforme informouOliveira,
elasjá
estariamarquivadas.
Osecretáriomunicipal
decomunicação
social,
PauloArenhart,
defende queamídia da
prefeitura
deFlorianópolis
é,
hoje,
"eminentemente técnica". Ele explica:
"Levamosemcontaosíndicesdeaudiênciae de
circulação
paraatingir
mos opúblico
alvoemcadacampanha.
Sóassimtenho acertezade que estou
fazendouma
comunicação
inteligente
emaximizandoos recursosde
divulgação
epublicidade
dosatosgovernamentais.
MÍ diapolítica
écoisadopassado.
Não existemmais
práticas
deadministrações
anteriores,ondeo
poder
público
comprava amídiaemtrocade matériaspositivas".
Outroveículocitado porSantosem suasdenúncias éase
Magazine. Espe
cializadaemturismo,a
primeira edição
foi
lançada
emmarçoeteve
Florianópolis
comocapa
(ver
ilustração).
Paraumafonte ligada
àeditora-que
preferiu
nãoseidentificar-, arevistanasceu com ointuitode
homenagear
as cidades catarinenses edivulgá-las.
VendidaaR$
10,60
edistribuída
gratuitamente
emórgãos
públicos,
empresas,
associações
eaeroportos,é publicada
mensalmente,
com umatiragem
decincomil
exemplares.
Deacordocom arepresentante,não
há
"relação
comnenhumórgão público.
Eles
podem
procurar para fazer umacampanha
oupara anunciaracidade,
mas nãohá nenhumvinculo,
não são anunciantesquevãoestarsemprena revistaouque procuramarevista. Agente,
àsvezes,
pode
fazerumanúnciocomeles ounão.É
tratado como uma empresanormal".
A presençado
governador
edeoutraspersonalidades políticas
naprimeira
edição
-como a
primeira-dama
dacapital,
Rosa
Berger
e oSecretário de Desenvolvimento
regional
da GrandeFlorianópolis,
Valter Galina- foijustificada
porfazerpartedo
objetivo
darevista:divulgar
acidade.Omesmo
exemplar
contoucom umapropaganda
de duaspáginas
daprefeitura
deFlorianópolis. "Quem
fazacidade,
normalmente,
sãoosadministradores.Nãotemnenhuma