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Medicina Veterinária: Relatório de estágio curricular obrigatório

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Academic year: 2021

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Bárbara Cella Gielda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Curitibanos-SC 2018.2

Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Rurais Curso de Medicina Veterinária

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Bárbara Cella Gielda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Relatório de estágio curricular obrigatório realizado no Serviço de Inspeção Federal SIF nº 140, apresentado como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Prof. Dr. Rogério Manoel Lemes de Campos.

Supervisor: Auditor Fiscal Federal Agropecuário Miron Mitterer

Curitibanos-SC 2018.2

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Caminhão com suínos aguardando para serem descarregados ... 14

Figura 2 - Pocilgas de matança. A: Baia com presença de leitões. B: Baia com presença de matrizes. ... 15

Figura 3 - Sistema de aspersão ligado sob as pocilgas de matança ... 16

Figura 4 - Suínos passando pelo chuveiro antes de irem para o redondel ... 18

Figura 5 - Suíno seguindo em direção ao restrainer ... 18

Figura 6 - Suíno sendo insensibilizado pelo método dos 3 pontos ... 19

Figura 7 - A: Sangria de suíno. B: Suíno após ser sangrado mostrando que o sangue se acumula embaixo da esteira ... 20

Figura 8 - Carcaças de suínos seguindo na nórea em direção ao chuveiro pela canaleta da sangria ... 20

Figura 9 - Carcaça de suíno na entrada do tanque de escaldagem ... 21

Figura 10: Carcaça em direção ao chamuscador B: Carcaça na saída do polimento ... 22

Figura 11- Inspeção da cabeça e da papada... 23

Figura 12 - Cabeça descartada pela presença de pelos na máscara ... 24

Figura 13 - Quadro marcador de lesões na inspeção ... 25

Figura 14- A: Inspeção do intestino B: Corte dos nodos linfáticos da cadeia mesentérica .... 26

Figura 15 - Inspeção da Língua ... 28

Figura 16 - Inspeção dos Pulmões. A: Pulmões identificados com congestão B: Pulmões identificados com aspiração de líquido. ... 29

Figura 17- Inspeção do coração A: Separação entre o coração e os pulmões B: Posicionamento do coração embaixo do chuveirinho C: Corte no ápice do coração ... 31

Figura 18 - Coração identificado com pericardite ... 31

Figura 19 - Inspeção do Fígado ... 32

Figura 20 - Inspeção do rim. A: Rim identificado com congestão. B: Rim normal ... 34

Figura 21- Amostras coletadas para análise de Trichinella spirallis ... 36

Figura 22- Carcaça desviada para o DIF ... 37

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Total de animais abatidos por fases de crescimento no período de 01 de agosto a 29 de outubro de 2018 ... 13

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Índice de condenações mensais apontadas na cabeça e papada de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste- 2018 ... 24 Tabela 2 - Índice de condenações mensais apontados no Intestino de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 27 Tabela 3 - Índice de condenações mensais apontados no Útero de matrizes no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 27 Tabela 4 - Índice de condenações mensais apontados no Baço de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 28 Tabela 5 - Índice de condenações mensais apontados nos Pulmões de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 30 Tabela 6 - Índice de condenações mensais da apontadas na Língua de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 30 Tabela 7 - Índice de condenações mensais apontados no Coração de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 32 Tabela 8 - Índice de condenações mensais apontados no Fígado de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 33 Tabela 9 - Índice de condenações mensais apontados nos Rins de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 34 Tabela 10 - Índice de condenações mensais apontadas na Carcaça de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 35 Tabela 11 - Índice das condenações após serem desviados para o DIF, no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018 ... 38 Tabela 12 - Relação das drogas veterinárias investigadas pelo PNCRC ... 43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento SISRES - Sistema de Controle de Resíduos e Contaminantes SIF - Serviço de Inspeção Federal

PNCRC - Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes

CIDASC - Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina NE - Não Exportável

DIF – Departamento de Inspeção Final ROT - Registro de Ocorrência de Trânsito GTA - Guia de Trânsito Animal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 OBJETIVOS ... 10

2.1 Objetivo geral ... 10

2.2 Objetivo específico ... 10

3 DADOS SOBRE O ESTÁGIO ... 11

3.1 Orientador ... 11

3.2 Supervisor ... 11

3.3 Local do estágio... 11

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 12

4.1 Abate ... 13

4.2 Recepção dos suínos e inspeção ante mortem ... 13

4.2.1 Pocilga de sequestro ... 16

4.3 Sala de Necropsia ... 17

4.4 Área suja do abate ... 17

4.4.1 Condução para o abate ... 17

4.4.2 Insensibilização e sangria ... 19

4.4.3 Escaldagem, Depilagem e chamuscamento ... 21

4.4.4 Toalete de depilação e retirada do ouvido médio ... 22

4.5 Área limpa ... 22

4.5.1 Extração e oclusão do reto ... 22

4.5.2 Desarticulação da cabeça ... 23

4.5.3 Inspeção da cabeça e papada ... 23

4.5.4 Abertura das cavidades e evisceração ... 25

4.5.5 Inspeção de vísceras ... 25

4.5.5.1 Vísceras brancas ... 25

(8)

4.5.5.3 Coração e fígado ... 30

4.5.5.4 Rim ... 33

4.5.6 Divisão e inspeção da Carcaça ... 35

4.5.7 Coleta de amostra para Trichinella spirallis ... 36

4.5.8 Departamento de inspeção final ... 36

4.5.9 Toalete final, retirada da gordura em rama e dos miúdos ... 39

4.5.10 Resfriamento ... 39

4.6 Laboratório de Trichinella spiralis... 40

4.7 Monitoramento da Peste da Suína Clássica ... 41

4.8 PNCRC ... 42

5 CONCLUSÃO ... 45

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(10)

1 INTRODUÇÃO

O consumo da carne suína no Brasil e no Mundo é crescente e as pessoas buscam cada vez mais por um produto seguro e inócuo à saúde. Devido a isso, é importante que a cadeia produtiva assegure um produto final sem risco ao ser humano, bem como os programas de bem-estar animal sejam respeitados em todo processo. Assim, é interessante que a empresa tenha um sistema de rastreabilidade caso algum problema de cunho sanitário aconteça possa ser identificado e evitado a fim de prevenir perdas maiores na produção (MAIA, DINIZ, 2009).

É de suma importância o trabalho do Serviço de Inspeção Federal (SIF) em estabelecimentos que comercializam produtos de origem animal, a fim de garantir qualidade sanitária certificada e atendimento aos requisitos exigidos por parte dos países de destino.

O presente relatório tem como objetivo elencar as atividades realizadas e acompanhadas no período de estágio curricular obrigatório em um frigorífico responsável pelo abate de suínos na cidade de Herval D’Oeste, Santa Catarina, através do acompanhamento da equipe do Serviço de Inspeção Federal.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

A realização do estágio com ênfase em inspeção de produtos de origem animal busca aperfeiçoar o conhecimento adquirido no período da graduação, bem como também conhecer melhor a rotina de funcionamento de um frigorífico e atuação do Médico Veterinário nesse meio de trabalho.

2.2 Objetivo específico

 Conhecer a rotina de funcionamento do frigorífico e o fluxograma de abate dos suínos com ênfase na inspeção ante e post mortem;

 Melhorar o senso crítico com base no que foi aprendido durante a graduação correlacionando com o que foi visto durante o estágio;

 Acompanhar o papel do Médico Veterinário dentro do Serviço de Inspeção Federal e o que compete a um Auditor Fiscal Federal Agropecuário;

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3 DADOS SOBRE O ESTÁGIO

3.1 Orientador

A orientação acadêmica no decorrer do estágio curricular obrigatório foi realizada pelo Professor Dr. Rogério Manoel Lemes de Campos. Sua trajetória acadêmica se iniciou no ano de 1992 onde cursou Medicina Veterinária na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Após, realizou sua primeira especialização no ano de 1995 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Desenvolvimento e Planejamento Rural, em seguida, no ano de 1998 realizou a sua segunda especialização pela Fundação Oswaldo Cruz em Epidemiologia e Vigilância à Saúde. No ano de 1999 pela Universidade Federal de Lavras fez sua terceira especialização em Produção de Suínos e Aves.

Além disso, é mestre em Ciências e Tecnologia dos Alimentos Carnes e derivados pela Universidade Federal de Santa Maria (2002) e concluiu o Doutorado em Ciências Veterinárias com ênfase em Higiene e tecnologia de Alimentos – carnes e derivados pela Universidad Complutuense de Madrid, Espanha, em 2007. Pós-Doutorado em Produtos Cárneos pela Embrapa Suínos e Aves.

Atualmente é responsável pelas disciplinas de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Tecnologia de Produtos de Origem Animal e Piscicultura que são ofertadas no curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Catarina, no Campus de Curitibanos.

3.2 Supervisor

A supervisão do estágio ficou a cargo do Auditor Fiscal Federal Agropecuário Miron Mitterer, responsável pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) Nº 140, desde 2002. É graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas no ano de 1982.

3.3 Local do estágio

O estágio supervisionado obrigatório em Medicina Veterinária foi desenvolvido no Serviço de Inspeção Federal (SIF) Nº 140 que inspeciona um frigorífico responsável pelo abate de suínos na cidade de Herval D’Oeste, Santa Catarina. O estágio iniciou no dia 01 de

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agosto de 2018 com término no dia 29 de outubro de 2018, totalizando 450 horas de estágio supervisionado.

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estágio foram acompanhadas todas as atividades realizadas dentro do frigorífico com maior ênfase na área de Inspeção de Produtos de Origem Animal, no que diz respeito ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) ante e post mortem. Foi possível acompanhar e conhecer todo o fluxograma de funcionamento de um frigorífico responsável pelo abate de suínos.

No setor da recepção de suínos foi possível acompanhar e praticar a verificação do Guia Trânsito Animal (GTA) e do Boletim Sanitário (BS), observação e acompanhamento no descarregamento dos suínos e julgar sobre o destino dos animais com lesões, além de preenchimento de Registro Ocorrência de Trânsito (ROT) e acompanhamento nas necropsias dos suínos que foram para a pocilga de sequestro e que chegaram mortos ao frigorífico.

Na área limpa do abate, foi possível acompanhar e praticar o que compete aos auxiliares de inspeção, aprendendo a identificar, inspecionar e como realizar o corte correto do órgão para avaliação. No Departamento de Inspeção Final (DIF), o acompanhamento da identificação das lesões, retirada das partes acometidas, determinação do destino da carcaça e carimbagem da carcaça. Também foi possível acompanhar e praticar a marcação dos lotes, ou seja, a marcação de doenças identificadas nas linhas de inspeção de acordo com a mudança de lotes em planilhas, além da marcação das alterações identificadas no DIF e o destino da carcaça.

No laboratório de trichinna, realizou-se a análises das amostras coletadas, seguida de anotações dos dados no livro ATA, preenchimento da planilha de acompanhamento de doenças epidemiológicas e a contagem dos romaneios no formulário de coleta.

No acompanhamento do Plano Nacional de Controle de Resíduos e contaminantes (PNCRC), realizou-se a coleta de amostras, preenchimento de requisições no sistema, preparação das amostras para enviar ao laboratório. E no monitoramento da Peste Suína Clássica, auxiliou-se no preparo das amostras no laboratório.

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4.1 Abate

O frigorífico responsável pelo abate de suínos na cidade de Herval D’Oeste, Santa Catarina, possui uma capacidade de abate diária de 1.500 suínos em média. No frigorífico são abatidos leitões fora do padrão, matrizes de descarte, machos inteiros, machos imunocastrados e em menor número suínos oriundos de granjas com Sistema Vertical Terminador (SVT). Os animais são provenientes de integrados da Empresa Brasilfoods (BRF) dos estados Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. No período de estágio foram acompanhados o abate de 95.903 animais e conforme o gráfico (1) a seguir, ele exemplifica, a quantidade de animais abatidos por fases de crescimento.

Gráfico 1 - Total de animais abatidos por fases de crescimento no período de 01 de agosto a 29 de outubro de 2018

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

4.2 Recepção dos suínos e inspeção ante mortem

A chegada e o descarregamento dos animais no frigorífico inicia aproximadamente 00:10h e se estende até 10:10h da manhã do dia seguinte, podendo ocorrer de chegar algum caminhão fora do horário estipulado. Enquanto, isso os caminhões (Figura 1) ficam aguardando no pátio da empresa próximo as pocilgas. Primeiro é descarregado os animais

24908 22237 15472 33167 46 SVT'S Machos Imunocastrados

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vindos do Rio Grande do Sul e do Paraná, pois são de localidades mais distantes e em seguida conforme ordem de chegada.

Figura 1- Caminhão com suínos aguardando para serem descarregados

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

A primeira etapa se dá pela verificação de compatibilidade entre a GTA e o BS, observando se as quantidades de animais descritos estão de acordo com a quantidade que será descarregada, conferem-se os dados do produtor, bem como se foi respeitado o período de carência das drogas veterinárias que foram aplicadas durante o alojamento dos suínos na propriedade, a hora da suspensão ração e verifica-se também a presença da declaração de castração imunológica por meio da vacina VIVAX. Em seguida a conferência as informações são descritas em uma planilha pelo auxiliar de inspeção.

Caso alguma não conformidade seja identificada, por exemplo, quando falta o BS ou o GTA, não é feito o descarregamento dos animais; quando o horário da suspensão da ração não está especificado no boletim os animais são descarregados e sequestrados nas pocilgas; ou pode ocorrer alguma falha na documentação, os animais são mandados para o abate e sequestrados na câmara fria até posterior regularização. Além disso, quando vem no caminhão suíno a mais ou a menos da quantidade descrita, é gerado um ROT corrigindo o total de animais que foram descarregados.

Após verificação, o auxiliar de inspeção autoriza o motorista estacionar com o veículo em frente à rampa de desembarque. A rampa deve obedecer a um ângulo de 20º e conter piso antiderrapante emborrachado, sendo regulada quando necessário, tendo cuidado para que não fique um vão entre a rampa e o caminhão. Em seguida, um funcionário abre a porta e vai tocando os animais para fora. Os suínos são direcionados até a balança onde são

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marcados com uma tatuagem na região dorsal, que corresponde ao número do romaneio e posteriormente alojados nas pocilgas de matança, onde permaneceram até o momento do abate.

Os suínos permanecem em jejum por 6 a 8 horas, o qual se inicia na propriedade após o corte da ração pelo produtor, contando mais o tempo de viagem até o frigorífico e a espera para serem descarregados. Além disso, permanecem de 3 a 4 horas nas pocilgas e quando completado o tempo indicado de jejum e dieta hídrica no máximo 24 horas, para posterior serem enviados ao abate. Caso passe das 24 horas do corte de ração, os suínos são alimentados, espera-se por 8 horas para poder enviá-los ao abate ou espera-se para abater no dia seguinte.

A recepção dos suínos conta com 47 pocilgas de matança (Figura 2) dividas em duas por um portão de metal e cada uma comporta em média 30 a 40 leitões, 7 a 11 matrizes e 18 SVTs, respeitando uma ocupação de 0,6m²/100kg por animal vivo. As pocilgas ficam em locais protegidos por telhados e são classificadas com as letras do alfabeto. Em cada baia contém 3 bicos de água do tipo chupeta com vazão de 2 litros de água por minuto.

Figura 2 - Pocilgas de matança. A: Baia com presença de leitões. B: Baia com presença de matrizes.

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Sob as pocilgas possui um sistema de aspersão (Figura 3) que é ligado quando os animais são alojados por um período de 30 a 45 minutos em média e em dias quentes permanece ligado, porem toma-se cuidado em dias frios para não deixar por muito tempo com o objetivo de evitar que o animal tenha hipotermia. A temperatura da água deve estar entre 15ºC a 18°C ou 20ºC a 25ºC. A importância da vaporização de água ajudará a refrescar os

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suínos, além de acalmá-los e auxiliar na limpeza da pele, bem como irá facilitar a insensibilização, pois a corrente elétrica se dissipará melhor.

Figura 3 - Sistema de aspersão ligado sob as pocilgas de matança

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Após cada descarregamento, um funcionário é responsável pela limpeza da rampa e do corredor por onde os suínos passaram e outro faz a lavação dos veículos

4.2.1 Pocilga de sequestro

As pocilgas de sequestro tem função de receber os animais que possuem alguma alteração e não podem seguir para o abate normal. Nesse local os animais são mantidos em observação e passam por um exame clínico feito pelo Médico Veterinário inspetor. As mesmas num total de 2 baias, localizam-se próximo as pocilgas de matança e são pintadas de vermelho, sendo devidamente identificadas. As pocilgas de sequestro são de uso exclusivo do SIF. Uma pocilga é destinada para a matança de emergência imediata e a outra para matança de emergência mediata.

No momento do descarregamento é feito uma observação minuciosa dos animais e caso algum apresente alguma lesão ou esteja se apresentando cansado, os mesmos são pesados e levados até a pocilga de sequestro. Caso algum não consiga se movimentar é usado um carrinho de rodinha para levá-lo até a pocilga.

Quando um animal chega debilitado, cansado ou com alguma fratura, mas que apresenta condições de aproveitamento da carcaça, o mesmo é separado e recebe um carimbo com a sigla MM, significando Abate de Emergência Medito, sendo abatidos no primeiro

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horário e suas carcaças e vísceras posteriormente desviados para o DIF, condenando apenas as vísceras conforme julgamento. Os animais caquéticos que apresentam hérnias, abcessos, ascite ou quando estão incapacitados de se locomover, são abatidos como matança de emergência imediata após o término do descarregamento. A carcaça e as vísceras são colocadas no moedor e enviadas para a graxaria.

Para o abate de emergência, possui um equipamento simples de eletronarcose com 2 pontos, de modo que o equipamento primeiro deve ser posto na região temporal e em seguida posicionado no peito, é então feito a sangria.

Na planilha ante mortem é anotado o total de animais, abate de emergência e se teve algum condenado juntamente com as causas, além de marcar os mortos nas baias e os que vieram a óbito durante o transporte até o frigorifico.

As principais causas de animais condenados são por hérnias, abcessos, ascites, claudicação e contusão.

4.3 Sala de Necropsia

A sala de necropsia está localizada próxima a pocilgas de sequestro e nela é realizada a necropsia dos animais que chegam mortos, ou seja, que vieram a óbito durante o transporte, bem como dos suínos que estão na pocilga de sequestro. A mesma obedece às exigências conforme está descrita na portaria do MAPA nº 711 de 1995. Atualmente está sendo usada outra sala que fica nas dependências das pocilgas para realização das necropsias.

4.4 Área suja do abate

A área suja do abate abrange operações como a sangria, escaldagem, depilação, chamuscamento, retirada dos casquinhos, ouvido médio e a passagem pelo chuveiro, com função de separação entre a área suja do abate e a área limpa do abate (BRASIL, 1995).

4.4.1 Condução para o abate

Antes de serem encaminhados ao abate, ocorre à aspersão de água sob os suínos durante 15 minutos. Os animais são conduzidos por lote, mas em grupos pequenos. É

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utilizado pelos funcionários como instrumento de manejo um chicote feito de plástico, remo, chocalho ou prancha de plástico para auxilio durante o deslocamento dos suínos.

Os animais são levados das baias, passando pelos corredores até um chuveiro na entrada do redondel (Figura 4), por onde recebem uma chuveirada de água. Em fila indiana passam por um corredor em direção ao restrainer (Figura 5), onde serão devidamente contidos para serem insensibilizados. Caso algum animal se apresente cansado ou com alguma fratura, indica-se movimentar o suíno o mínimo possível utilizando um carrinho para movê-lo e leva-se até a insensibilização por uma entrada secundária.

Figura 4 - Suínos passando pelo chuveiro antes de irem para o redondel

Fonte: SIF nº 140 (2018).

Figura 5 - Suíno seguindo em direção ao restrainer

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4.4.2 Insensibilização e sangria

O método de insensibilização utilizado no frigorífico é a Eletrocussão ou Sistema de Três Pontos (Figura 6), que se dá pela aplicação de corrente elétrica na região temporal e simultaneamente no lado esquerdo do peito na altura do coração com o animal devidamente contido no restrainer. Aplica-se o choque primeiro na cabeça e após no peito.

O tempo de choque deve ser no mínimo de 5 segundos para animais menores e 3 segundos para animais maiores. É importante que o suíno sofra uma insensibilização adequada para que não leve a alterações na carne. Para confirmar, são observados alguns sinais como ausência de piscar espontâneo; ausência de movimentos oculares; ausência de movimentos respiratórios rítmicos; ausência de lateralização do corpo ou pescoço; ausência de reflexo por estímulo de dor, e ausência de vocalização. Se tiver algo de errado regula-se o grau da amperagem, pois são abatidos suínos de diferentes tamanhos e pode levar a uma insensibilização inadequada.

Figura 6 - Suíno sendo insensibilizado pelo método dos 3 pontos

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Após a insensibilização o suíno desliza em direção a uma esteira (Figura 7), ficando na posição horizontal e ao lado fica o funcionário responsável pela sangria, a qual deve ser feita em no máximo 30 segundos. Utiliza-se uma faca pontiaguda para seccionar os vasos na região frontal do pescoço. A coloração das facas utilizadas são azuis e amarelas, trocadas a cada 10 suínos e esterilizadas a cada suíno sangrado. A água do esterilizador obedece a uma

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temperatura mínima de 82,2ºC. O sangue escorre por uma canaleta e acumula em baixo da esteira e é enviado até um tanque que posteriormente tem outro destino.

Figura 7 - A: Sangria de suíno. B: Suíno após ser sangrado mostrando que o sangue se acumula embaixo da esteira

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Após a sangria a carcaça segue na esteira até onde será feito a pendura pelo pé direito, seguindo na nórea pela canaleta de sangria (Figura 8) por 3 minutos em direção ao chuveiro para retirada do excesso de sangue e para o tanque de escaldagem.

Figura 8 - Carcaças de suínos seguindo na nórea em direção ao chuveiro pela canaleta da sangria

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

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4.4.3 Escaldagem, Depilagem e chamuscamento

Os animais são imersos em um tanque (Figura 9) com água quente a uma temperatura entre 62ºC a 65ºC, totalizando, no mínimo, 6 minutos entre a entrada e a saída do tanque. Essa imersão em água quente irá facilitar a remoção da sujeira mais grosseira, além dos pelos, unhas e também irá frouxar os cascos. A renovação da água é contínua e ao final do dia. Remove-se toda a água, faz-se uma limpeza para retirada de qualquer resíduo presente e em seguida o tanque é novamente preenchido de água.

Figura 9 - Carcaça de suíno na entrada do tanque de escaldagem

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

A depiladeira fica na vertical e internamente possui um cilindro giratório que possui cerdas de silicone. Com o impacto das cerdas ao encostar-se à pele, é capaz de retirar uma boa parte dos pelos sem machucar a carcaça, e também é capaz de retirar a ponta dos cascos. A água usada na depilação apresenta uma temperatura acima de 40ºC. Depois de depilado, é retirada a ponta dos cascos que não saíram na depiladeira e feito a rependura na nórea com balancins introduzidos nos tendões expostos nos membros posteriores.

Na nórea os animais passam por um chamuscador (Figura 10) com maçaricos a gás com uma pressão de 0,8 bahr, sendo as condições verificadas regularmente para não queimar a carcaça. Após, passam pelo polimento (Figura 10), o qual é realizado por rolos de chicote com jatos de água morna, que é capaz de retirar resíduos de pelos queimados.

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Figura 10: Carcaça em direção ao chamuscador B: Carcaça na saída do polimento

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

4.4.4 Toalete de depilação e retirada do ouvido médio

Na nórea o suíno passa por um funcionário que realiza a raspagem dos pelos com o uso de uma faca e um instrumento a ar para auxiliar. O ouvido médio é retirado com o auxílio de um trimer, o qual é esterilizado a cada 10 suínos. Posteriormente, a carcaça passa por um chuveiro que delimita a área suja da área limpa.

4.5 Área limpa

A área limpa inicia após a carcaça passar pelo chuveiro que funciona como uma barreira física para separar da área suja. Ela compreende desde a oclusão do reto, abertura da cavidade abdominal e torácica, até a inspeção das vísceras e da carcaça, bem com a divisão da carcaça, retirada dos miúdos internos e externos até a passagem pelo choque térmico (BRASIL,1995).

4.5.1 Extração e oclusão do reto

O reto é extraído por meio de uma pistola pneumática ou manualmente com o uso de um gancho, logo após coloca-se um saco plástico que é amarrado, tendo como objetivo ocluir e evitar a contaminação da carcaça por conteúdo fecal. A pistola é esterilizada a cada suíno e

B A

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o operador deve lavar a mão a cada vez que terminar o procedimento para passar para a próxima carcaça.

Em machos imunocastrados, antes da oclusão do reto é feito a retirada da porção escrotal com o uso de uma faca e são enviadas através de um chute para graxaria e posteriormente para a fabricação de farinha.

4.5.2 Desarticulação da cabeça

Com o auxilio de uma tesoura de desnuque é feito a desarticulação atlanto-occiptal, deixando a cabeça pendurada na carcaça, porém quando tem abate de matrizes, depois que é feito a desarticulação, a cabeça é pendurada sozinha em outro gancho para evitar o contato com a calha. A esterilização acontece a cada suíno com um sistema de auto lavagem a uma temperatura de 85ºC.

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4.5.3 Inspeção da cabeça e papada

É realizado primeiro o exame visual da cabeça e em seguida incidido sagitalmente e profundamente o músculo masseter e pterigoide, incisado os nodos linfáticos parotídeos e as glândulas parótidas. Na inspeção da papada (Figura 11) é feito uma incisão longitudinal nos nodos linfáticos cervicais, retrofaríngeos e mandibulares. Para inspeção da cabeça e papada utiliza-se uma faca e um gancho. Na matriz é incidido os músculos da nuca e sobrepaleta para observação de lesões, como abcessos intramusculares.

Figura 11- Inspeção da cabeça e da papada

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

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Em ambos os locais é prestado bastante atenção na observação de lesões como abcessos, melanose, contaminação por conteúdo gástrico e busca-se cisticercose. As alterações identificadas são anotadas no quadro marcador pelo auxiliar de inspeção e condena-se a cabeça na linha por contaminação, presença de pelos (Figura 12) ou se ela veio a cair na calha antes de passar pela inspeção. Em caso de identificação de linfadenite, é comunicado o auxiliar de inspeção que está, tanto na inspeção do intestino quanto da carcaça, para averiguar melhor se tem algum outro ponto acometido. No período do estágio teve uma ocorrência de 5146 (5,36%) cabeças condenadas por contaminação (Tabela 1).

Figura 12 - Cabeça descartada pela presença de pelos na máscara

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Tabela 1- Índice de condenações mensais apontadas na cabeça e papada de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste- 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL %

Cabeça

Contaminação 2112 5,88% 1608 3,42% 1426 4,96% 5146 5,36%

TOTAL 2112 5,88% 1608 3,42% 1426 4,96% 5146 5,36% Fonte: SIF Nº 140 (2018).

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4.5.4 Abertura das cavidades e evisceração

A evisceração é feita com o uso de uma faca específica para evitar ao máximo a perfuração intestinal e consequente contaminação. Consiste na abertura abdominal seguida pela abertura da cavidade torácica com um corte ventral.

A carcaça segue na nórea passando por um funcionário que realiza a retirada das vísceras brancas e um segundo a retirada das vísceras vermelhas, ambas são colocadas em bandejas de metal. Próximo a eles tem uma terceira pessoa responsável por marcar na carcaça o número da bandeja que foi colocado às vísceras correspondentes que seguem por uma mesa rolante. As bandejas devem seguir sincronizadas com a carcaça e a higienização acontece constantemente a uma temperatura de 85ºC.

4.5.5 Inspeção de vísceras

A inspeção post mortem da carcaça e das vísceras é de responsabilidade única da Inspeção Federal e fica a cargo dos auxiliares de inspeção. Os auxiliares de inspeção são funcionários cedidos ao SIF, são devidamente treinados e aptos a identificar lesões, sendo que cada alteração encontrada é marcada no quadro de ábaco (Figura 13).

Figura 13 - Quadro marcador de lesões na inspeção

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

4.5.5.1 Vísceras brancas

Faz parte dessa linha de inspeção o intestino, estômago, baço, bexiga e útero. Primeiramente realiza-se um exame visual do intestino e em seguida por meio da palpação,

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podendo ser feito cortes quando se julgar necessário, como por exemplo, em caso de verminose. É incidido em fatias os nodos linfáticos da cadeia mesentérica (Figura 14) e o nodo linfático gastro hepático. Além disso, é observado o aspecto, coloração e a presença ou não de aderências.

Figura 14- A: Inspeção do intestino B: Corte dos nodos linfáticos da cadeia mesentérica

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

O baço é examinado visualmente, observando o aspecto, volume, coloração e consistência. Quando é abate de matrizes, inspeciona-se o útero buscando detectar metrite, maceração fetal ou mumificação fetal, além de gestação avançada, nesses casos o órgão deve ser descartado.

Em caso de contaminação é feito um corte do baço e em caso de enterite é feito de 3 a 4 cortes no rim e um X no fígado significando que serão descartados. A condenação mais frequente é devido a enterites, com uma incidência de 17,71% e segundo por contaminação gastrointestinal, com 10,09% em relação ao total de carcaças abatidas, conforme está descrito na tabela 2. Por sua vez, em relação ao útero (tabela 3), apresentou uma semelhança entre os resultados da incidência das condenações e quanto ao baço (tabela 4), a condenação que prevaleceu é por contaminação com 10,09%.

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Tabela 2 - Índice de condenações mensais apontados no Intestino de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % Total %

Intestino Contaminação 4012 11,18% 3201 10,24% 2469 8,57% 9682 10,09% Pneumatose 19 0,05% 8 0,02% 9 0,03% 36 0,03% Enterite 5472 15,25% 5753 18,41% 5768 20,03% 16993 17,71% Linfadenite 336 0,93% 268 0,85% 210 0,72% 814 0,84% Verminose 39 0,10% 3 0,009% 56 0,19% 98 0,10% Total 9878 27,51% 9233 29,53% 8512 29,54% 27623 28,77% Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Tabela 3 - Índice de condenações mensais apontados no Útero de matrizes no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Útero

Contaminação 105 0,29% 32 0,10% 33 0,01% 170 0,17% Metrite 55 0,15% 37 0,11% 74 0,25% 166 0,17%

TOTAL 160 0,44% 69 0,21% 107 0,26% 336 0,34%

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Tabela 4 - Índice de condenações mensais apontados no Baço de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Baço Contaminação 4012 11,18% 3201 10,24% 2469 8,57% 9682 10,09% Congestão 153 0,42% 136 0,43% 258 0,89% 547 0,57% Esplenite 21 0,05% 27 0,08% 23 0,07% 71 0,07% TOTAL 4186 11,65% 3364 10,75% 2750 9,53% 10300 10,73% Fonte: SIF Nº 140 (2018). 4.5.5.2 Pulmão e língua

Primeiramente é feito o exame visual para o descarte de contaminação, em seguida realiza-se a palpação do órgão e então é feito um corte longitudinal profundo na face ventral mediana da língua (Figura 15) para pesquisa de corpo estranho, abcessos, cisticercose ou alguma outra alteração de cunho duvidoso.

Figura 15 - Inspeção da Língua

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Após, passa-se para o pulmão, onde é realizado o exame visual da superfície dos pulmões. Em seguida é incidido o pulmão para inspeção dos brônquios e bronquíolos afim de verificar a luz bronquial, bem como, os nodos linfáticos apicais, brônquicos e esofágicos. As principais alterações identificadas são pneumonia enzoótica, aspiração de líquido (Figura 16), atelectasia pulmonar, presença de verminose, congestão (Figura 16), e também contaminação por fezes e bile. Em caso de contaminação, é feito cortes em X no pulmão e na língua para serem descartados.

Durante o estágio, quanto às condenações pulmonares (Tabela 5), as que se mostraram mais relevantes foram por pneumonia enzoótica (10,92%), atelectasia (7,63%) e congestão (5,23%). Por outro lado, a principal e única condenação da língua (Tabela 6) foi devido à contaminação (3,89%).

Figura 16 - Inspeção dos Pulmões. A: Pulmões identificados com congestão. B: Pulmões identificados com aspiração de líquido.

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

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Tabela 5 - Índice de condenações mensais apontados nos Pulmões de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Pulmão Contaminação 1257 3,51% 1017 3,25% 1074 3,73% 3348 3,49% Aspiração de líquido 496 1,38% 410 1,31% 360 1,25% 1266 1,32% Atelectasia 2225 6,20% 2450 7,84% 2644 9,18% 7319 7,63% Congestão 1350 3,76% 1923 6,15% 1749 6,07% 5022 5,23% Enfisema 7 0,02% 5 0,01% 0 0,00% 12 0,01% Pneumonia Enzoótica 3518 9,80% 3680 11,77% 3271 11,36% 10469 10,92% Verminose 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% TOTAL 8853 24,67% 9485 30,33% 6454 31,59% 27436 28,60% Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Tabela 6 - Índice de condenações mensais da apontadas na Língua de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Língua

Contaminação 1360 3.80% 1250 4% 1127 3,91% 3737 3,89%

TOTAL 1360 3.80% 1250 4% 1127 3,91% 3737 3,89%

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

4.5.5.3 Coração e fígado

É feito um corte para separação do coração para facilitar o manuseio. O auxiliar de inspeção faz um corte no ápice do coração (Figura 17) conservando as válvulas cardíacas e observa-se a presença de aderências caracterizando uma pericardite, além de visualizar a

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presença de contaminação. O coração diagnosticado com pericardite (Figura 18) ou contaminação é feito um corte em X indicando que deve ser descartado. É usado um chuveiro com temperatura da água entre 38 a 40ºC para lavagem do excesso de sangue, facilitando a visualização do mesmo.

Figura 17- Inspeção do coração A: Separação entre o coração e os pulmões B: Posicionamento do coração embaixo do chuveirinho C: Corte no ápice do coração

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Figura 18 - Coração identificado com pericardite

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Raspa-se levemente e cuidadosamente a faca sobre o fígado (Figura 19) para facilitar a visualização do parênquima, também dever ser incidido o órgão e feito a compressão dos ductos biliares, bem como a incisão dos nodos linfáticos hepáticos. No fígado é avaliada a coloração, aspecto, consistência, presença de nódulos, abcessos, manchas brancas e contaminação.

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Figura 19 - Inspeção do Fígado

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Em relação às condenações do coração (tabela 7) e fígado (tabela 8), no período de estágio, a condenação por pericardite apresentou uma incidência de 7,90% em relação ao total do abate, e quanto ao fígado, à condenação por perihepatite se mostrou mais prevalente com um percentual de 10,42%.

Tabela 7 - Índice de condenações mensais apontados no Coração de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Coração

Contaminação 1186 3,30% 1221 3,90% 1070 3,71% 3477 3,62% Pericardite 2675 7,45% 2559 8,18% 2351 8,16% 7585 7,90%

TOTAL 3861 10,75% 3780 12,08% 3421 11,87% 11062 11,52%

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Tabela 8 - Índice de condenações mensais apontados no Fígado de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Fígado Abcesso 7 0,01% 9 0,02% 7 0,02% 23 0,02% Cirrose 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% Congestão 155 0,43% 140 0,44% 114 0,39% 409 0,42% Contaminação 1648 4,60% 1474 4,71% 1210 4,21% 4332 4,51% Esteatose hepática 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% Lesão de Migração Larval 1037 2,90% 901 2,88% 670 2,32% 2608 2,71% Perihepatite 3207 8,94% 3789 12,12% 2999 10,41% 9995 10,42% Teleangiectasia 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% Verminose 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% TOTAL 6055 16,89% 6314 20,18% 5000 17,35% 17367 18,08% Fonte: SIF Nº 140 (2018). 4.5.5.4 Rim

O rim é retirado da carcaça juntamente com as vísceras brancas e ao encontrar ele na mesa, após faz-se um corte na cápsula renal retirando-a, nesse momento analisa-se a presença de cistos, aderências da cápsula ao parênquima, congestão e infarto isquêmico. É feito o exame visual e a palpação observando a coloração, aspecto, volume e consistência (Figura 20).

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Figura 20 - Inspeção do rim. A: Rim identificado com congestão. B: Rim normal

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Em casos de enterite e contaminação o rim vai ser condenado. Uma marcação no quadro por cisto urinário corresponde a dois rins com cisto, a qual teve um índice de condenação maior, conforme mostra a Tabela 9.

Tabela 9 - Índice de condenações mensais apontados nos Rins de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Rim Cisto urinário 3520 9,81% 3856 12,34% 3484 12,10% 10860 11,32% Congestão 43 0,12% 67 0,21% 18 0,06% 128 0,13% Contaminação 2227 6,20% 1439 4,60% 1343 4,66% 5009 5,22% Infarto Isquêmico 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% Nefrite 598 1,66% 584 1,86% 420 1,45% 1602 1,67% TOTAL 6388 17,79% 5946 19,01% 5265 18,27% 17599 18,34% Fonte: SIF Nº 140 (2018). A B

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4.5.6 Divisão e inspeção da Carcaça

Após a evisceração a carcaça é divida ao meio com um corte longitudinal, por meio de uma serra elétrica que passa por uma esterilização, a cada 10 suínos, numa temperatura da água 82,2ºC.

A carcaça segue na nórea e passa pela inspeção feita por dois auxiliares de inspeção que ficam em cima de uma plataforma. Primeiro realiza a inspeção visual observando a coloração, características da pele, estado nutricional, a cavidade torácica e cavidade abdominal, além de examinar os nodos linfáticos inguinais superiores ou retromamários e ilíaco anterior e posterior. Em matrizes realiza-se o corte na paleta e do pernil, em ambos os lados a fim de localizar cisticercose mesmo que não tenha sido detectada nas demais linhas de inspeção, também verifica-se a presença de abcessos.

No caso de possíveis alterações, como por exemplo, pleurisia, pneumonia, peritonite, contaminação gastrointestinal e biliar, presença de abcessos, edema, fraturas, artrite, neoplasias e odor repugnante, a carcaça é desviada para o DIF. De todas as carcaças abatidas, 10,58% apresentaram alguma lesão, sendo por abcesso (5,10%) e por aderência (3,55%), as principais causas (Tabela 10).

Tabela 10 - Índice de condenações mensais apontadas na Carcaça de suínos no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de Carcaças

Abatidas 35866 31250 28786 95902

Agosto % Setembro % Outubro % TOTAL % Carcaça Contaminação 606 1,69% 513 1,64% 473 1,64% 1592 1,66% Contusão 207 0,38% 145 0,46% 107 0,37% 459 0,47% Abcesso 1650 4,60% 1378 4,41% 1867 6,48% 4895 5,10% Aderência 1039 2,89% 1052 3,36% 1129 3,92% 3220 3,35% TOTAL 3502 9,56% 3088 9,87% 3576 12,41% 10166 10,58% Fonte: SIF Nº 140 (2018).

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4.5.7 Coleta de amostra para Trichinella spirallis

Após a inspeção da carcaça, é coletado um fragmento do diafragma e colocado em uma bandeja numerada do 0 ao 100 (Figura 21). Cada bandeja corresponde a uma letra do alfabeto, paralelamente é preenchido um formulário contendo informações como o número da amostra, o número da tatuagem do suíno e a letra da bandeja. No animal é marcado o número da amostra juntamente com a letra correspondente da bandeja. Quando completado 200 amostras, são levadas até o laboratório para proceder às análises.

Figura 21- Amostras coletadas para análise de Trichinella spirallis

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

4.5.8 Departamento de inspeção final

No caso de identificação de alguma lesão na carcaça ou contaminação, a mesma é desviada para o DIF (Figura 22). Na nórea, a carcaça primeiramente é pesada em uma balança já calibrada, após é feito a identificação e a retirada da parte atingida, sendo pesada mais uma vez. Realiza-se a marcação do peso inicial e final, bem como o número correspondente da alteração do local da lesão na carcaça que foi retirada e o destino. Dependendo do tipo e da gravidade da lesão a carcaça pode ser destinada para a graxaria, para cozidos ou então ser liberada.

São anotadas em uma planilha informações sobre a carcaça que adentra ao DIF, como o número do lote, o número correspondente a amostra coletada da trichinna, a alteração identificada, o local da lesão e o destino da carcaça.

No local onde o DIF está localizado possui uma placa que estão descritas as principais lesões ou doenças, o local acometido e o destino juntamente com os números correspondentes de cada alteração.

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Quando o destino é graxaria, pode ser enviada tanto a carcaça inteira quanto só as partes acometidas que foram retiradas as principais causas são por enterite, abcesso, pneumonia, odor repugnante, dilacerado, contaminação biliar e gastrointestinal, bem como carcaças que caem da nórea. Para cozidos são enviadas carcaças que apresentam-se mal depiladas, peritonite e grau leve de contaminação. As carcaças que são liberadas recebem o carimbo de Não Exportado (NE) e seguem na nórea, porém, no ano de 2018 foi lançado um novo decreto em que não se deve mais carimbar o NE nas carcaças. Mas era feito no pernil, lombo e paleta. A prevalência das principais condenações de carcaças e seus respectivos destinos após serem desviados para o DIF, no período de 01 de agosto a 29 de outubro estão listadas na tabela 11.

Figura 22- Carcaça desviada para o DIF

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Tabela 11 - Índice das condenações após serem desviados para o DIF, no período de 01 de agosto a 29 de outubro. Herval D’Oeste - 2018

Total de carcaças abatidas 95.902

Destino das carcaças

Condenações Liberadas: nº (%) Cozidos: nº (%) Graxaria: nº (%)

Abecesso 2134 (2,225%) 12 (0,012%) 391 (0,407%) Adipoxantose 0 (0,000%) 8 (0,008%) 0 (0,000%) Artrite 281 (0,293%) 1 (0,001%) 0 (0,000%) Caquexia 0 (0,000%) 13 (0,014%) 2 (0,002%) Contaminação 1737 (1,811%) 286 (0,298%) 457 (0,476%) Contusão 183 (0,190%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Criptorquida 0 (0,000%) 0 (0,000%) 1 (0,001%) Caudofagia 182 (0,189%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Dermatite 254 (0,264%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Dilacerado 412 (0,429%) 0 (0,000%) 132 (0,137%) Enterite 0 (0,000%) 0 (0,000%) 117 (0,121%) Erisipela 0 (0,000%) 1 (0,001%) 1 (0,001%) Escaldagem Excessiva 2 (0,002%) 19 (0,020%) 13 (0,013%) Evisceração Retardada 0 (0,000%) 13 (0,013%) 25 (0,026%) Escoriação no couro 0 (0,000%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Emergência 85 (0,088%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Gestação Adiantada 0 (0,000%) 1 (0,001%) 0 (0,000%) Icterícia 0 (0,000%) 1 (0,001%) 7 (0,007%)

Lesão por medicamento 1 (0,001%) 0 (0,00%) 0 (0,000%)

Linfadenite 1 (0,001%) 2 (0,002%) 0 (0,000%) Mamite 0 (0,000%) 6 (0,006%) 0 (0,000%) Mal depilado 1 (0,001%) 448 (0,467%) 0 (0,000%) Melanose 0 (0,000%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Miopatia Exsudativa 0 (0,000%) 5 (0,005%) 0 (0,000%) Neoplasia 0 (0,000%) 0 (0,000%) 1 (0,001%) Não chamuscado 1 (0,001%) 2 (0,002%) 0 (0,000%) Odor Repugnante 0 (0,000%) 0 (0,000%) 13 (0,013%) Peritonite 0 (0,000%) 89 (0,092%) 8 (0,008%) Peritonite / Enterite 0 (0,000%) 0 (0,000%) 53 (0,055%) Pneumonia 0 (0,000%) 0 (0,000%) 171 (0,178%) Pleurisia 15827 (16,503%) 4 (0,004%) 0 (0,000%) Sarna 0 (0,000%) 0 (0,000%) 0 (0,000%) Tecnopatia 1 (0,001%) 56 (0,058%) 0 (0,000%) TOTAL 21102 (21,999%) 967 (1,005%) 1392 (1,451%) Fonte: SIF Nº140 (2018).

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4.5.9 Toalete final, retirada da gordura em rama e dos miúdos

É realizado a retirada dos linfonodos inguinais ou retromamários com uso de uma faca, respeitando uma margem de segurança, além da gordura em excesso. Em seguida realiza-se a retirada por completo da medula óssea da coluna vertebral utilizando um sugador com uma ponta em forma de gancho.

Seguindo na nórea a carcaça passa por um chuveiro e numa plataforma um funcionário é responsável pela retirada do rabo. Na parte de baixo, outra pessoa faz a retirada da cabeça e envia para a sala de cabeças, assim como as pata dianteiras são retiradas e enviadas para a mesma sala que os rabos. No toalete da papada é feito a remoção dos linfonodos e restos de pelos.

A retirada da gordura em rama é feita por meio de um equipamento com um extrator giratório, o funcionário encosta esse rolo na carcaça e ao girar puxa a gordura e envia para a sala de peritônio.

Por fim, antes do choque térmico a carcaça passa por um último toalete e uma última avaliação para controle de contaminação fecal e biliar, esse local é conhecido como Ponto Crítico de Controle (PCC). Caso passar alguma carcaça com contaminação o responsável tem que anotar e se alguma passou despercebida, para-se a nórea e retira a parte acometida.

4.5.10 Resfriamento

Primeiro passa por um chuveiro com jatos de água sob pressão para limpeza da carcaça e em seguida é enviada para o resfriamento.

A carcaça segue até uma câmara de choque térmico que é dividida em 3 fases: a primeira permanece por a uma temperatura de -12ºC a -15ºC por 45 minutos; a segunda temperatura de -8ºC a -10ºC por 1 hora e 15 minutos, a terceira é uma câmara de equalização com temperatura menor que 7ºC permanecendo por 12 horas. Esse processo tem como objetivo inibir o crescimento bacteriano, diminuir a perda de umidade e facilitar a desossa.

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4.6 Laboratório de Trichinella spiralis

O teste da trichina tem como objetivo a identificação de larvas do nematódeo

Trichinella spiralis. A triquinelose é considerada pela Organização Mundial de Sanidade

Animal como uma enfermidade de notificação obrigatória e para os países poderem exportar é de suma importância o teste como garantia de que os produtos oriundos de determinado lugar estejam livres da Trichinella spiralis. O Brasil é considerado um país livre comprovado graças a vigilâncias constantes que são realizadas nos estabelecimentos por meio de testes (ABCS, 2018; SILVA, 2006; VASCONCELOS, 2006).

O laboratório está localizado nas dependências do setor da Inspeção Federal e o método utilizado é de digestão artificial utilizando agitadores magnéticos.

As bandejas com as amostras coletadas são enviadas para o laboratório juntamente com um formulário de coleta contendo o número da amostra em que é anotado o romaneio e a letra correspondente a bandeja, a data, a hora que iniciou e também o término da coleta. A responsável pelo laboratório é uma auxiliar de inspeção, faz a contagem por romaneio anotado no formulário para depois conferir com o corte de ração e o total de animais que foi abatido no dia, garantindo que todos passaram pela coleta.

No laboratório, (Figura 23) ao receber as amostras devidamente identificadas nas tábuas de coletas, o auxiliar de inspeção corta 1g de cada amostra até totalizar 100g e o restante é mantido na geladeira para contraprova até final do teste. Após o corte é feito a trituração dos pedaços e em seguida colocados em um becker com 2 litros de água entre 46°C e 48°C juntamente com 10g de pepsina e 11ml de ácido clorídrico a 37%, onde permanece durante 30 minutos sob agitação. Passado os 30 minutos transfere-se o liquido para o funil de decantação passando por uma peneira com malha e mantém o filtrado em repouso por mais 30 minutos. Após, coleta-se 40 ml do líquido decantado e deixa repousando por 10 minutos, em seguida recolhe-se o sobrenadante em uma placa de petri para posterior observação em um microscópio utilizando um aumento de 40x.

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Figura 23 - Laboratório - A: Agitadores magnéticos. B: Funil de Decantação

Fonte: SIF Nº 140 (2018).

Após o processamento das análises, são anotados os resultados no livro ata que serve com um controle das amostras analisadas no laboratório. No livro ata contem informações como a data do abate, o número da amostra, o número da amostra do ano em vigor, o número da tatuagem, o nome do tecido coletado, a hora da coleta e a hora final do processo, a quantidade de ácido e pepsina usada em cada teste, o resultado e a hora da liberação, e por fim a assinatura do Médico Veterinário.

É função também da responsável pelo laboratório realizar anotações em uma planilha do nome do produtor, da localidade, do romaneio e da quantidade de animais. Nessa planilha também vai o total de pneumonias que foi identificado no momento da inspeção do pulmão. Essa planilha sobre o acompanhamento de doenças epidemiológicas.

4.7 Monitoramento da Peste da Suína Clássica

Primeiramente ocorre a separação de uma matriz por caminhão que chega ao frigorífico, desse animal é realizado a coleta de sangue no momento da sangria. São coletados em tubos de 5 ml, em seguida as amostras são levadas até o laboratório onde serão processadas. É retirado o coagulo que se forma dentro do tubo e então são postas na centrifuga por 5 minutos. Enquanto isso, é preenchido um formulário contendo o número do lote, a data da coleta, número do GTA sendo o tubo identificado com o número do SIF, número da amostra e o ano da coleta. Após 5 minutos retira-se os tubos da centrífuga e com

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um conta gotas retira-se apenas o soro que separou e transfere para o tubo de eppendorf, o mesmo contendo a identificação correspondente ao animal de que foi coletado a amostra.

As amostras prontas são congeladas e enviadas a cada 30dias para o laboratório credenciado, localizado em Concórdia e o resultado das análises é enviado para a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) e então repassado para a empresa.

4.8 PNCRC

O Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) visa garantir que os produtos de origem animal produzidos no Brasil sejam livres de resíduos de constituintes químicos e são embasados na normativa DAS N.º 42, de 20 de dezembro de 1999. O plano busca ter em mente o potencial de exposição da população aos resíduos medicamentosos que podem causar algum risco á saúde humana, impedir o abate de animais de locais que tenha violado o limite máximo de resíduo e o uso de medicamentos veterinários considerados proibidos (BRASIL, 1999).

O não cumprimento das normas estabelecidas podem gerar consequências importantes que afetaria a exportação de produtos de origem animal para mercados como dos Estados Unidos e países da União Europeia (BRASIL, 1999).

O boletim sanitário apresenta informações que devem expressamente serem seguidas na propriedade em que o suíno foi criado, dentre elas está a não administração de hormônios de origem natural ou sintética, substâncias hormonais tireoidianas, cloranfenicol, tetraciclinas, grisina e bacitracina em especiais. O teste abrange uma ampla gama de fármacos veterinárias, incluindo os que são permitidos e as proibidos para o uso em animais, como mostra na tabela a seguir, as principais drogas investigadas e seus respectivos tecidos ou líquidos de coleta segundo a Instrução Normativa Nº 20, de 26 de julho de 2018.

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Tabela 12 - Relação das drogas veterinárias investigadas pelo PNCRC

Drogas Veterinárias investigadas Material de coleta

Antimicrobianos Rim e músculo

Sedativos Rim

Antiparasitário Fígado e músculo

Anticoccidianos Músculo

Micotoxinas Fígado

Contaminantes Inorgânicos Músculo, rim e fígado Substâncias de ação anabolizante Urina, fígado e músculo

Anti-inflamatórios não hormonais Músculo

Anti-inflamatórios esteroidais Fígado

Organoclorados e PCB’s Gordura

Dioxinas, furanos e PCB’s Gordura

Organofosforados, Piretróides, Pirazóis, Neonicotinóides, Carbamatos e

Benzimidazóis

Músculo

Fonte: Adaptado da Instrução Normativa MAPA Nº 20, de 26 de julho de 2018.

A colheita das amostras é de responsabilidade do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do estabelecimento. O procedimento de coleta acontece de forma aleatória de acordo com o sorteio que acontece pelo Sistema de Controle de Resíduos e Contaminantes (SISRES) e semanalmente deve ser verificado no site para ver qual amostra a ser coletada e o que será analisado. É priorizada a coleta de amostras de animais provenientes do mesmo lote devido à quantidade exigida de cada amostra. Possui um prazo de 07 dias corridos a partir da data prevista pelo sorteio e 07 dias para enviar as amostras para os laboratórios oficiais ou públicos e privados credenciados do Ministério da Agricultura Pecuária, Abastecimento (MAPA).

Conforme visto no estágio, as amostras são coletadas diretamente das mesas de inspeção em média uns 7 rins e 100mL de urina, e aproximadamente 1kg de músculo de carcaças desviadas para o DIF. Após são acondicionadas na câmara fria por 72h em sacos plásticos devidamente identificados e lacrados para posteriormente serem enviadas para o laboratório escolhido no sorteio.

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Caso seja confirmado uma violação do limite máximo de resíduo, a propriedade é notificada e interditada, ficando proibida de comercializar animais até que o resultado de novas análises seja negativo (BRASIL,1999).

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5 CONCLUSÃO

O estágio curricular obrigatório é fundamental no processo de formação do graduando, pois tem o objetivo de vivenciar experiências e correlacionar com o que foi aprendido durante a graduação.

No período do estágio foi possível cumprir com os objetivos propostos e o trabalho realizado foi de suma importância para aprimorar e sedimentar meus conhecimentos, uma vez que, me permitiu conhecer e compreender melhor o papel do Médico Veterinário no âmbito da inspeção de produtos de origem animal, deixando claro que seu trabalho se inicia com o acompanhamento da chegada do animal até a entrega do produto final ao consumidor.

Foi possível também aprender e colocar em prática o que compete ao Serviço de Inspeção Federal, bem como, o conhecimento do funcionamento de um frigorífico responsável pelo abate de suínos.

Por meio do estágio tive a oportunidade de trocar experiência e conhecimentos com os funcionários e profissionais da área, as quais contribuirão positivamente para o meu crescimento, tanto profissional quanto pessoal.

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6REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 711 de 01 de novembro de 1995. Normas técnicas de instalações e equipamentos para abate e industrialização de suínos. Publicado no Diário Oficial da União de 03/11/1995.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 42, de 20 de dezembro de 1999. Plano Nacional de Controle de Resíduos em Produtos de Origem Animal. Publicado no Diário Oficial da União em 22 de dezembro de 1999.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 20, de 26 de julho de 2018. Plano de amostragem das cadeias de carnes – PNCR 2018. Publicado no Diário Oficial da União em 31 de julho de 2018.

SEBRAE, A. P. Bem-estar Animal em Produção de Suínos: Frigorífico. ABCS. Brasília, DF. 2016. 38p.

LUCKTE, C. B.; CIOCCA, J. R. P.; DANDIN, T.; BARBALHO, P. C.; VILELA, J. A.; DALLA COSTA, O. A. Abate Humanitário de Suínos. Rio de Janeiro: WSPA. 2010. 132p. MAIA, A. P. A.; DINIZ, L. L. Segurança alimentar e sistema de gestão de qualidade na cadeia produtiva de frangos de corte. Revista Eletrônica Nutritime, v.6, n.4, p. 991 – 1000. Julho/agosto, 2009.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sistema de Inspeção Federal. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-animal/sif. Acesso em: 02 de set. 2018.

SILVA, T. F. C. Trichinella Spiralis em Suínos. 2006. 198f. Monografia (especialização) – Curso de Medicina Veterinária, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba – PR, 2006. Disponível em: <http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/08/triquinella-spirallis-em-suinos.pdf>. Acesso em: 25 set. 2018.

VASCONCELOR, M. F. Trichinella Spiralis e a exportação brasileira de carne suína. Monografia – curso de pós-graduação lato sensu em Qualidade em alimentos. Universidade de Brasília, Centro de Excelência em Turismo, Brasília-DF, 2006.

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