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Presença de distúrbio da imagem corporal, estado nutricional e nível de atividade física de escolares

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GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - CAMPUS SANTA ROSA

PRESENÇA DE DISTÚRBIO DA IMAGEM CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE ESCOLARES

CAROLINE CERETTA BONAZZA

SANTA ROSA 2016

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CAROLINE CERETTA BONAZZA

PRESENÇA DE DISTÚRBIO DA IMAGEM CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE ESCOLARES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física - Licenciatura, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Educação Física.

Orientadora: Prof. Dra. Moane Marchesan Krug

SANTA ROSA 2016

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SUL CAMPUS SANTA ROSA

Elaborado por:

CAROLINE CERETTA BONAZZA

Como requisito para obtenção do Grau de Licenciada em Educação Física.

Membros da banca:

___________________________________________________ Prof. Ms. Luiz Serafim de Mello Loi

(Avaliador)

___________________________________________________ Prof. Dra. Moane Marchesan Krug

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DEDICATÓRIA

A minha filha, minha vida, meu eterno amor, minha fonte de luz e determinação.

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Agradeço primeiramente a Deus, por ter me iluminado e guiado meus passos até aqui, me dando sabedoria, força, coragem e muita saúde para enfrentar todos os obstáculos e poder concluir uma etapa muito importante em minha vida.

A todos os professores que contribuíram para minha formação, transmitindo seus conhecimentos e suas experiências.

Agradeço a minha orientadora, Moane Marchesan Krug, pelo incentivo em todos os momentos dessa trajetória, pelos grandes aprendizados e ensinamentos, por ter me ajudado e me guiado no decorrer deste trabalho, me dando todo o suporte necessário.

A minha família, por sempre me apoiar, caminhar e batalhar juntamente comigo em todas as minhas escolhas.

Em especial a minha Mãe, aquela que devo quem me tornei hoje, minha inspiração pessoal e profissional, meu maior exemplo pela mulher que és, guerreira e batalhadora, não me deixando fraquejar nunca, sem você jamais chegaria até aqui, essa conquista é nossa.

Agradeço aos meus amigos que sempre estiveram do meu lado, me motivando, compreendendo e me auxiliando.

Aos amigos que fiz durante toda essa jornada, em especial aqueles que sempre levarei em meu coração, onde nunca me deixaram desistir e sempre estiveram de mãos dadas comigo.

A minha amiga, colega e parceira Daize Führ, por compartilhar muitos momentos comigo, inclusive esse trabalho não seria possível sem sua ajuda.

Por fim, a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para que um sonho de muitos se tornasse realidade.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.”

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ANEXO A: QUESTIONÁRIO PENSE 2012 ...48 ANEXO B: QUESTIONÁRIO DE ESCALA DE SILHUETAS ...52 ANEXO C: BODY SHAPE QUESTIONNAIRE ...53

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Tabela 1. Características sócias e demográficas dos escolares participantes do estudo ...31 Tabela 2: Distúrbio da Imagem Corporal em escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS ...32 Tabela 3: Percepção da Imagem Corporal em escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS ...32 Tabela 4: Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com o sexo dos escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS ...34 Tabela 5: Nível de Atividade Física dos escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS ...35 Tabela 6: Distúrbio da Imagem Corporal dos escolares do Ensino Médio da rede Estadual, no Município de Tucunduva, RS ...36

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Gráfico 1: Comparação com o estado nutricional de acordo com o sexo dos

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Atualmente a imagem corporal vem se tornando uma constante preocupação para a sociedade, tendo em vista que a população em geral busca cada vez mais a boa forma física, o que interfere diretamente na autoestima. A mídia e a cultura da sociedade têm influência nos comportamentos dos corpos, de como ser, agir e se comportar. Na adolescência há uma maior cobrança por parte de colegas, dos familiares, bem como, dos próprios adolescentes, que acabam sendo muitas vezes o centro de críticas que reflete em isolamento social. Dentro das escolas é possível diagnosticar comportamentos inadequados, que podem acarretar em complexos com a sua imagem corporal, além de repassar informações sobre a aceitação do seu corpo, alimentação saudável e prática regular de atividades físicas, que podem contribuir com a sua psicológica dos escolares. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar a imagem corporal de escolares e verificar a relação com o estado nutricional e o nível de atividade física. Para isso desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa, transversal, descritiva, que teve como amostra 56 escolares da rede pública no Município de Tucunduva/RS. Os adolescentes preencheram três questionários: A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE), para avaliar as variáveis demográficas, sociais e nível de atividade física, utilização do questionário de escala de silhuetas, para analisar a percepção da imagem corporal e o questionário Body Shape Questionnaire (BSQ) referente à relação da aparência, após foram submetidos à pesagem e metragem corporal individual para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). A partir da análise dos dados pôde-se perceber a presença leve e moderado do distúrbio da imagem corporal no sexo feminino, entretanto o sexo masculino sente-se mais satisfeito com seu próprio corpo, no índice de massa corporal não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos. Os escolares classificaram-se em inativos, pois não atingiram o tempo necessário gasto para as práticas de atividades físicas de acordo com sua faixa etária e houve correlação entre IMC e distúrbio da imagem corporal, quanto maior o IMC maior é a possível presença da insatisfação corporal. A partir dos dados é possível concluir que a inatividade física é preocupante, tendo em vista que muitas doenças e problemas de saúde podem ser evitados e/ou amenizados através da prática regular de atividades físicas desde a infância até a vida adulta. Ainda, destaca-se o papel da escola na formação das crianças e adolescentes, sendo a principal incentivadora para um estilo de vida mais ativo, podendo apropriar-se de uma Educação Física Escolar inovadora e assim, contribuir para hábitos e um estilo de vida mais saudável e ativo por toda a vida. Sendo assim, conclui -se que a prática regular de atividade física é a grande aliada para evitar um estado nutricional elevado que vai implicar na imagem corporal podendo desencadear algum distúrbio da imagem corporal, bem como ela irá proporcionar benefícios em diferentes aspectos como mental, social e físico.

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INTRODUÇÃO ...12

1 REVISÃO DE LITERATURA...14

1.1 ADOLESCÊNCIA, FASE DE DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS ...14

1.2 IMAGEM CORPORAL: CONCEITOS E EXPLANAÇÕES ...15

1.3 O CORPO NA CONTEMPORANEIDADE: INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA SOCIEDADE ...16

1.4 ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES...18

1.5 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES ...21

2 METODOLOGIA ...27

2.1 POPULAÇÃO ...27

2.2 AMOSTRA ...27

2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ...28

2.4 INSTRUMENTOS DA PESQUISA ...28

2.5 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS...29

2.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ...30

2.7 ANÁLISES DOS DADOS ...30

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...31

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...38

REFERÊNCIAS...40

APÊNDICE...45

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INTRODUÇÃO

A insatisfação com a imagem corporal atinge altos níveis em sujeitos jovens, como crianças e adolescentes, sofrendo influências sociais e culturais. É possível observar muitos comportamentos dentro da escola, relacionadas ao corpo, a alimentação e a atividade física que, de forma inadequada, são prejudiciais e podem afetar no seu crescimento, desenvolvimento e na saúde. Quanto mais o corpo se distancia do padrão idealizado dentro da sociedade, maior a perturbação com a autoestima dos escolares.

A mídia veicula imagens de corpos ditos “perfeitos” que atingem principalmente essa população de escolares, que pela fase vivida, estão preocupados com a aparência física, devido a autoafirmação. Diante disso, adotam muitas vezes, medidas radicais e imediatas para alcançar os ideais de um corpo belo, acreditando que só assim serão aceitos pelos outros e pela sociedade.

Segundo Siqueira e Faria (2007), a atualidade nos insere em uma era em que a mídia produz e transmite discursos sobre e para o corpo, como modos de vestir, alimentar, exercitar, divertir, comportar, através da televisão, anúncios, propagandas, jornais, revistas, internet, influenciando assim as várias formas dos sujeitos serem e estarem na sociedade.

A adolescência é a fase de inúmeras descobertas e também, das afirmações. Nessa fase os jovens precisam lidar com as mudanças no seu corpo e muitas vezes não se identificam com o seu próprio físico. Muitos fatores podem contribuir com uma boa imagem corporal, como por exemplo, o nível de atividade física e o estado nutricional.

Sendo assim, os adolescentes foram o público alvo de estudo deste trabalho, que buscou investigar como eles percebem sua imagem corporal e qual a relação da mesma com o nível de atividades físicas e seu estado nutricional.

Para auxiliar na compreensão dos resultados, foram elencados alguns objetivos específicos:

a) Caracterizar os escolares de acordo com as variáveis demográficas, sociais, estado nutricional e nível de atividade física;

b) Analisar a satisfação dos escolares com sua imagem corporal; c) Verificar o estado nutricional de escolares;

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e) Relacionar a imagem corporal com o índice de massa corporal e com o nível de atividade física;

Desta maneira, o presente estudo será organizado da seguinte maneira: no primeiro momento expõem-se o referencial teórico, onde há o embasamento para a pesquisa, dando suporte necessário para o esclarecimento, conceituando e fazendo explanações sobre as temáticas abordadas. Sequencialmente é apresentada a metodologia exemplificando os métodos utilizados para a pesquisa, a população alvo, bem como a delineação do estudo. Por conseguinte, apresentam-se os resultados coletados, bem como a discussão com a literatura existente e, por final, a conclusão.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 ADOLESCÊNCIA, FASE DE DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2012, p. 11) considera-se “adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. Conforme (VALENÇA; GERMANI, 2009, p. 174) “a adolescência é marcada por intensas modificações físicas, psíquicas, comportamentais e sociais. É a transição entre a infância e a vida adulta, em que muitas das características ou dos hábitos referentes ao estilo de vida do adulto são adquiridos e/ou consolidados”. Ele está sujeito a muitas pressões ao longo do seu desenvolvimento que podem afetar ou alterar seu estilo de vida através do contexto do grupo de relações interpessoais em que está envolvido como: influenciados, exigidos por pais, colegas, pela mídia sobre a aparência física, possibilitando o desenvolvimento de hábitos inadequados para a saúde.

“Nesse período, o jovem vivencia alterações nos aspectos biológicos, emocionais e socioculturais. Podendo estar mais vulneráveis para moldurarem sentimentos e comportamentos a respeito do seu próprio corpo.” (FORTES; MORGADO; FERREIRA, 2013, p. 59).

O componente biológico segundo Valença e Germani (2009) é caracterizado pelas transformações anatômicas e fisiológicas, que incluem o crescimento e desenvolvimento e a maturação sexual, caracterizando-se a puberdade, que é a fase quando uma glândula (pituitária, localizada na base do cérebro) envia uma mensagem para as glândulas sexuais, para que as mesmas aumentem sua secreção de hormônios, ou seja, ocorre o amadurecimento dos órgãos sexuais. A partir da mesma considera-se o início da adolescência. Com isso ocorrem algumas transformações no corpo como: o crescimento rápido, o aumento de peso e altura, mudanças de humor, acne na pele, crescimento de pêlos, mudança de voz (meninos). O desenvolvimento físico-motor, capacidade e força física, características sexuais. “Quanto ao estirão de crescimento, o indivíduo atinge seu pico de velocidade máxima de crescimento, que pode ser diferente para cada adolescente e ter relação com a maturação sexual.” (VALENÇA; GERMANI, 2009, p. 175).

Segundo os autores citados acima “o aspecto emocional compreende as adaptações ao corpo em transformação, às novas experiências, e às novas relações

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com a família e outros grupos sociais, e o sociocultural abrange a busca da identidade adulta através de uma crescente autonomia e independência.” (VALENÇA;GERMANI, 2009, p. 175).

1.2 IMAGEM CORPORAL: CONCEITOS E EXPLANAÇÕES

Segundo Scherer et al. (2010) a imagem corporal pode ser definida como a formação multidimensional que envolve a percepção corporal, o desenho que uma pessoa tem em sua mente em relação ao tamanho, imagem e formas corporais, juntamente com os sentimentos que ela possui em relação a isso. “Ela pode ser influenciada por inúmeros fatores de origem física, psicológica, ambiental e cultural no âmbito da subjetividade de cada ser humano, tais como sexo, idade, meios de comunicação, crenças, raça e valores.” (CASTRO et al., 2010, p. 3100).

A maior prevalência de insatisfação da imagem corporal é encontrada nos adolescentes podendo citar as palavras de Petroski; Pelegrini e Glaner (2012) período marcado por grandes transformações biológicas, físicas, psicológicas e sociais. Tem sido associada também de acordo com Iepsen e Silva (2014, p. 318) “fatores como sexo, cor da pele, massa corporal, atividade física, alimentação, local de moradia, entre outros.” A insatisfação corporal do adolescente é representada pelo desejo que seu corpo seja diferente da forma que o percebe, existindo assim uma apreciação negativa.

De acordo com Scherer et al. (2010, p. 199):

[...] antigamente, o modelo de beleza exaltado era caracterizado por um corpo feminino obeso. Porem, nos últimos anos, a figura hum ana ideal passou a ser um corpo magro, esguio e atlético. Entretanto, esse padrão de beleza desconsidera os aspectos de saúde e as diferentes constituições físicas da população, acarretando, muitas vezes, uma imagem corporal negativa, indicada por altos níveis de insatisfação com o corpo.

Há diferenças entre meninos e meninas adolescentes quanto aos aspectos corporais ideais segundo Adami et al. (2008), no qual os rapazes visam a quantidade muscular, num porte atlético ou naqueles que possuem sobrepeso o desejo de reduzir suas medidas. As moças o ideal de beleza está amplamente vinculada à magreza.

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A sociedade contemporânea vem apresentando uma preocupação excessiva com os padrões de beleza, a valorização do corpo belo. Isto segundo Petroski; Pelegrini e Glaner (2012, p. 1072) “tem contribuído para o aumento da insatisfação com a imagem corporal, acometendo negativamente alguns aspectos da vida dos indivíduos, principalmente no que tange ao comportamento alimentar, psicossocial, físico, cognitivo e à autoestima.” Com o objetivo de alcançar o padrão ideal de beleza imposto pela cultura é cada vez mais evidente que as pessoas estão recorrendo a dietas auto impostas, ao exercício físico exagerado, ao consumo de medicamentos como diuréticos, laxantes, estimulantes, substâncias prejudiciais utilizadas sem acompanhamento, investindo em cirurgias plásticas, tecnologias estéticas, dentre outros recursos, podendo levar a transtornos alimentares e outros problemas de saúde pública, causando graves impactos no organismo.

Todo adolescente tem em sua mente um corpo idealizado, que está associado às realizações pessoais e a felicidade, quanto mais este corpo se distanciar do real, maior será a possibilidade de conflito, podendo ocasionar distúrbios psicológicos e sociais relacionados à sua autoestima, como a distorção da imagem corporal, segundo as palavras de Fleitlich et al. (2000) é denominada quando mesmo as adolescentes estando em um peso adequado ou abaixo para sua estrutura corporal, sentem-se gordas ou desproporcionais.

Diante dessa grande preocupação com a autoimagem e na tentativa dos escolares idealizarem uma aparência esteticamente perfeita, acabam comprometendo sua saúde e seu corpo, através de alimentações inadequadas e sem práticas regulares de atividades físicas, optando por medidas radicais e imediatas com intuito de alcançar uma imagem corporal ideal para a sociedade contemporânea.

1.3 O CORPO NA CONTEMPORANEIDADE: INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA SOCIEDADE

Os seres humanos na atualidade adquirem uma constante necessidade em adaptar-se ao contexto social, ou seja, um incessante desejo da plena superação e satisfação, em relação aos novos desafios impostos. “Esta mudança que caracteriza a sociedade contemporânea resulta do rápido desenvolvimento científico e tecnológico e tem como consequência a alteração da hierarquia dos valores, atitudes e comportamentos.” (SANTIAGO, 2012, p. 627).

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Com o passar dos anos intensificou-se as concepções destinadas para o corpo, transformando-o em um objeto. Uma sociedade marcada pela valorização da imagem, sendo ela o cartão de visita dos sujeitos, onde a aparência passa a ter valor. Quando este considera que seu corpo não corresponde ao modelo ideal presente na sociedade contemporânea, passa a ter um cuidado maior, com um conjunto de práticas corporais, como as dietas, exercícios físicos e procedimentos estéticos, configurando-se segundo Santiago (2012) um estilo de vida.

O corpo encontra na mídia um espaço onde representações a seu respeito são amplamente construídas e reproduzidas. Anúncios publicitários, textos jornalísticos, fotos e ilustrações na televisão, na internet e na mídia impressa veiculam discursos, vozes sobre o corpo e sobre como ele é visto, desejado, vendido. (SIQUEIRA; FARIA, 2007, p. 172).

E de acordo com Santiago (2012, p. 627),

Vive-se num tempo em que meios de comunicação social, produzem e veiculam todo um discurso sobre e para o corpo, dizendo com o é que as mulheres e os homens se devem vestir comer, maquiar, divertir, mudar, comportar e até praticar exercício físico. Todas estas práticas corporais constituem um conjunto de relações de saber-poder que produzem as formas de ser e de estar no mundo dos sujeitos.

Conforme as palavras de Santos et al. (2014) o modelo de corpo estereotipado, ganha cada vez mais influência da mídia, interferindo significativamente na percepção e nas atitudes dos adolescentes na busca pelo modelo de corpo dito “ideal”. Há também uma pressão muito grande imposta pela sociedade, pelos familiares, pelos amigos sobre a imagem corporal e os métodos para modificar este corpo.

“Nesse sentido, a aparência e outros atributos físicos são fatores importantes que contribuem para a percepção sobre a aceitação e sucesso social” (SANTOS et al., 2014, p. 194). É o período em que há uma maior preocupação como os outros sujeitos veem e pensam em relação ao outro.

Segundo Siqueira e Faria (2007), há muito tempo as revistas vem divulgando conceitos de corpos saudáveis, estampando “modelos” com um corpo magro, musculoso como exemplos a serem seguidos para alcançar-se um objetivo ideal, muitas vezes sendo visto como sinônimo de saúde. Homens e mulheres são influenciados a alcançar a aparência desejável. A autoestima é influenciada pelas representações sociais do corpo através de uma boa forma.

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O corpo desejado como objeto de consumo de acordo com Santiago (2012) acaba sendo submisso aos recursos científicos, às novas tecnologias, que garantem moldar o corpo sem esforço ou prejuízos, apresentados como métodos eficazes e eficientes. É veiculado pela comunicação social, idealizando que este corpo ideal seja acessível para todos, onde na verdade é praticamente impossível de alcançar.

“Nessa busca da adequação aos padrões socialmente construídos e potencializados pelos meios de comunicação, estabelecidos pela valorização da estética, tem-se preterido a própria saúde.” (LEAL et al. , 2010, p. 78). Com a busca incessante de um corpo perfeito para a sociedade moderna pode-se notar algumas atitudes errôneas e nocivas da população, o que surgem questionamentos e alertas de saúde pública. Os adolescentes possuem uma grande preocupação com a sua imagem, principalmente por ser um período de muitas transformações, essa inquietação é transmitida por expressões comportamentais, corporais. Alertar pais, profissionais e alunos sobre os riscos que estão expostos, até mesmo detectando comportamentos inadequados muitas vezes silenciosos e imperceptíveis. Visando a condição de uma vida melhor, com qualidade sendo mais saudável aliando uma alimentação adequada, balanceada para cada indivíduo com uma prática regular de atividades físicas, promovendo a saúde do corpo e implicando na sua estética. 1.4 ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES

Nos últimos anos houve um aumento dos estudos com base em levantamentos populacionais envolvendo principalmente em crianças e adolescentes, havendo uma necessidade em pesquisar o desenvolvimento e crescimento desses indivíduos. A avaliação antropométrica bem como a massa corporal podem-se citar as palavras de Farias e Salvador (2005) é a forma mais utilizada para avaliação do estado nutricional, podendo através desse método, detectar casos de subnutrição ou obesidade precoce.

O método antropométrico de massa e estrutura corporal apresenta diversas vantagens, inclusive o baixo custo econômico para a realização, tendo correlação com a gordura corporal. Servindo assim como instrumento de avaliação para medidas de intervenção na escola. O cálculo do índice de massa corporal (IMC) se dá através das medidas de peso e estatura de cada indivíduo seguido do cálculo: IMC = peso (kg)

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composição corporal o crescente aumento da prevalência tanto da obesidade quanto da desnutrição no mundo, ou seja, o conhecimento da composição corporal auxilia e valida as pesquisas a detectar os sujeitos que estão sujeitos a riscos a saúde, acometidos pelo excesso de peso ou falta dele. Sendo assim alertar e ajudar as pessoas de maneira imediata, na tentativa de aliviar os impactos na saúde.

O percentual de gordura corporal pode ser obtido conforme D’Avila, Silva e Vasconcelos (2016) através de vários métodos e protocolos, sendo avaliado e coletado em diversos pontos anatômicos do corpo humano. Observando a quantidade como a distribuição corporal de tecido adiposo.

Atualmente no Brasil há um maior índice de pesquisas relacionando o estado nutricional com a obesidade e sobrepeso, de acordo com Farias e Salvador (2005) um estilo de vida sedentário é um fator importante na relação entre obesidade e mortalidade, com a falta de gasto energético, consumo de alimentos ricos em gorduras e com alto teor calórico, ocorrendo um aumento e o acúmulo de gordura corporal, além disso, como Carspersen et al. (1985) ressalta a falta de atividades físicas e de hábitos saudáveis podem levar crianças e adolescentes a desenvolverem ao longo da vida, cardiopatias, diabetes, hipertensão, osteoporose, e alguns tipos de câncer.

O consumo alimentar é um dos fatores de risco para o elevado índice de massa corpórea, a alimentação interfere diretamente no peso corporal. As crianças sofrem grande influência dos familiares, podendo então ocorrer o consumo de alimentos mais saudáveis, já os adolescentes possuem uma autonomia muito maior segundo Fisberg et al. (2000), o comportamento alimentar desses sujeitos vincula-se fortemente aos padrões manifestados pelo grupo etário ao qual pertence, pela omissão de refeições, pelo consumo de alimentos de elevado conteúdo energético e pobre em nutrientes, pela ingestão precoce de bebidas alcoólicas e pelas tendênci as a restrições dietéticas. Para os autores, esses comportamentos fazem parte do estilo de vida dos adolescentes. Os comportamentos alimentares inadequados são hábitos deletérios a saúde, como distúrbios alimentares e nutricionais, como a obesidade, anorexia, bulimia, compulsão alimentar.

As práticas alimentares adotadas atualmente na adolescência têm correspondido a dietas ricas em gorduras, açúcares e sódio, com pequena participação de frutas e hortaliças. Este quadro está relacionado à manifestação

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cada vez mais precoce de doenças crônicas entre os adolescentes. (TORAL;

CONTI; SLATER, 2009).

A obesidade é considerada uma desordem nutricional, sendo de acordo com Oliveira et al. (2003) um excesso de gordura corporal relacionado à massa magra e o sobrepeso como uma proporção relativa de peso maior que a desejável para a altura, são condições de etiologia multifatorial. Bem como, psicológicos, socioeconômicos, a predisposição genética sendo favorável a produção do ganho excessivo de peso, as preferências alimentares e a prática de atividades físicas das crianças e adolescentes sofre influência do contexto familiar, levando esses hábitos para a vida adulta, tendo o ambiente, como outro fator condicionante.

Houve um aumento da prevalência de doenças relacionadas com a obesidade afetando crianças e adolescentes no Brasil e em diversos países do mundo, estando conforme Fernandes et al. (2009) fortemente relacionado com o estilo de vida, sendo as ações cotidianas que refletem na vida dos sujeitos. A saúde e a qualidade de vida dependem dos hábitos do dia a dia.

“A implementação de programas de educação nutricional nas escolas e a consequente criação de um ambiente favorável à saúde e à promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudáveis constituem-se em importantes estratégias para enfrentar problemas alimentares e nutricionais como obesidade e doenças crônicas não transmissíveis associadas” (FERNANDES et al., 2009).

Conhecer os fatores associados aos comportamentos alimentares inadequados em adolescentes escolares de acordo com Fortes, Morgado e Ferreira (2013, p. 63),

[...] torna-se uma investigação de importância central aos profissionais da área da saúde, em especial, ao professor de Educação Física. Esse profissional poderia ficar atento às atitudes de seus alunos em escolas, academias e clubes e propor estratégias de intervenção mediante a observação de alguma atitude de risco ao comportamento alimentar inadequado.

Segundo Araujo (2010) a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) investigou fatores de risco e proteção à saúde de adolescentes brasileiros, sendo a amostra alunos de escolas públicas e privadas das capitais brasileiras e o Distrito Federal. A proporção dos déficits de excesso de peso no Brasil em adolescentes apresentou 23,0%, obesidade 7,3% e 2,9% relacionados a magreza. As maiores

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taxas de excesso de peso e obesidade foram encontradas entre jovens das regiões Sul e Sudeste. O sexo masculino apresentou 24,0% de déficit de excesso de peso enquanto o sexo feminino 22,1%, já a obesidade no sexo masculino 8,7% e no sexo feminino 6,0%. Estando os déficits de altura, peso, excesso de peso e obesidade mais prevalente no sexo masculino, aqueles com classe socioeconômica mais elevada apresentaram mais índices de excesso de peso e obesidade.

Conforme Baruki et al. (2006, p. 91) “crianças e adolescentes mais ativos apresentam menor percentual de gordura corporal e menores valores de índice de massa corporal (IMC).” De acordo com os autores citados acima, crianças e adolescentes obesas e/ou com excesso de peso comparadas com aquelas com peso normal são menos ativas e participam de atividades predominantemente de baixa intensidade. Portanto a gordura corporal pode determinar o nível de atividade física nesses sujeitos, dificultando o controle do peso corporal.

De acordo com Farias e Salvador (2005) as atividades físicas regulares e a promoção de hábitos saudáveis, intervenções nutricionais, prescrição de dietas, contribuem significativamente para o controle do peso corporal e na prevenção da obesidade e doenças crônicas degenerativas. O monitoramento na fase das mudanças associadas ao crescimento, ao desenvolvimento e a maturação, são essenciais, pois é nesse período que estão mais predispostos.

1.5 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES

Carspersen et al. (1985) definem atividade física, como sendo todo e qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético acima dos níveis de repouso, e o exercício físico como toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física.

Conforme o Ministério da Saúde (s/d, p.1), o sedentarismo é “a falta ou diminuição da atividade física regular.” Sendo assim, é precursor de uma infinidade de patologias, entre elas complicações físicas e psíquicas, provenientes da falta de movimento corporal. Para amenizar o sedentarismo, é necessário a prática de atividade física ou exercícios físicos.

Segundo Farias e Salvador (2005) uma das principais causas na diminuição dos níveis de atividade física é o tempo diário em que crianças e adolescentes

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passam sentados em frente à televisão, computadores, celulares, videogames, dentre outros eletrônicos. Contribuindo assim para a instalação do sedentarismo no cotidiano. Silva et al. (2009) apontam ainda o envolvimento em atividades intelectuais (tarefas da escola, leituras, trabalhos), a ausência das aulas de Educação Física na escola, a diminuição de espaços livres para a prática que faz com que crianças e adolescentes busquem outras formas de lazer que não exigem movimentação corporal.

Com esses avanços tecnológicos da sociedade moderna de acordo com Matsudo et al. (1998) faz com que as crianças e adolescentes se tornem menos ativas, abrindo espaço para a instalação de sérias doenças crônicas que podem começar na infância e serem levadas para a vida adulta, bem como um estilo de vida ativo e de qualidade que pode servir como fator de prevenção para toda vida.

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), conforme Organização Mundial de Saúde (2011) são doenças multifatoriais que se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração, e atualmente podem ser consideradas sério problema de saúde pública, e já são responsáveis por 63% das mortes no mundo. A falta de atividades físicas, e de hábitos saudáveis podem levar crianças e adolescentes a desenvolverem ao longo da vida, cardiopatias, diabetes, hipertensão, obesidades, osteoporose, e alguns tipos de câncer.

Muitos estudos em concordância com Matsudo et al. (1998) enfatizam o nível de atividades físicas em crianças e os seus pais, revelando que filhos de pais/mães ativos são mais ativos, do que aqueles de pais inativos, ressaltando a grande influência que o estilo de vida dos pais tem nas crianças e adolescentes. Portanto a família tem papel fundamental para adquirir hábitos de vida saudáveis.

De acordo com Farias Júnior (2006, p. 2), “os níveis adequados de prática de atividade física são extremamente importantes para um processo satisfatório de crescimento e desenvolvimento.” Quanto mais desenvolverem um estilo de vida ativo no seu cotidiano ao longo da infância mais predispostos estão a manter a prática durante a vida adulta.

Os níveis de inatividade física em crianças e adolescentes tem se mostrado elevada, sofrem influências por fatores demográficos, biológicos, psicológicos, sociais e ambienta De acordo com Hallal et al. (2010) a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) investigou fatores de risco e proteção à saúde de adolescentes brasileiros, sendo a amostra alunos de escolas públicas e privadas das

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capitais brasileiras e o Distrito Federal. A proporção de jovens ativos foi de 43,1%, sendo maior no sexo masculino (56,2%) enquanto ao sexo feminino (31,3%). O percentual de jovens ativos variou de 34,2% em São Luiz (MA) a 51,5% Florianópolis (SC). Apenas duas capitais (Florianópolis-SC e Curitiba-PR) atingiram mais da metade de adolescentes ativos. “A maior parte dos jovens do Centro-Oeste, do Sudeste, do Nordeste e do Norte são insuficientemente ativos. Na região Sul, na maioria os jovens foram considerados ativos. O percentual de jovens inativos variou de 1,8% na região Sul a 7,3% na região Nordeste.”

Biazussi (s/d) são inúmeros os benefícios que a atividade física tem sobre crianças e adolescentes, desde que sua prática seja regular. O efeito sobre a qualidade do sono, sobre os transtornos de humor, mudanças nas esferas físicas, psíquicas, alterações positivas na imagem corporal, efeito sobre o crescimento e desenvolvimento, favorece a longevidade. Exercícios aeróbios e anaeróbios são, segundo ele, de suma importância, provocam sensações de relaxamento e bem estar e principalmente devem levar em consideração o prazer individual. De acordo com as palavras de Bracco et al. (2003) a participação de crianças em atividades desportivas é parte do processo de socialização, oferece oportunidades de lazer e desenvolvimento de aptidões.

Segundo, Florindo et al. ( apud STRONG et al., 2005; PATE et al.,2002, p.25):

A recomendação atual para a prática de atividade física na adolescência é de que todo jovem deveria envolver-se, diariamente, por cerca de 60 minutos ou mais em atividades físicas moderadas e/ou vigorosas pelo menos cinco vezes por semana. Essas atividades físicas devem ser desenvolvidas de forma apropriada, divertida e conter uma grande variedade de movimentos.

Um programa formal de exercícios físicos conforme Lazzoli (1998) deve treinar pelo menos três componentes: aeróbico, força muscular e flexibilidade, variando a ênfase de acordo com a condição da criança ou do adolescente.

Quando o objetivo é o condicionamento aeróbico, a prescrição deve contemplar as variáveis: tipo, duração, intensidade e frequência semanal, obedecendo aos princípios gerais de treinamento. O t reinamento muscular deve ser realizado com cargas moderadas e maior número de repetições, valorizando o gesto motor, uma vez que este tipo de atividade contribui para o aumento da força muscular e massa óssea. Em relação à flexibilidade, seu treinamento deve envolver os principais movimentos articulares e ser realizado de forma lenta até o ponto de ligeiro desconforto e então mantidos por cerca de 10 a 20 segundos. (LAZZOLI et al., 1998, p. 108).

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011), com os adolescentes pode-se trabalhar além de tudo o esporte propriamente dito e com exercícios programados. Devem acumular pelo menos 60 minutos de moderada a vigorosa atividade física diária, sendo aeróbia e aquelas que estimulem a musculatura e ossos, pelo menos três vezes por semana. A fim de melhorar a aptidão cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea, cardiovascular e metabólica, benefícios à saúde corporal, que consequentemente será favorável a mental e social.

“Existem critérios a serem seguidos para a prescrição de exercícios visando treinamento: curvas de maturação funcional, o estado nutricional, a maturação biológica e a prática esportiva”, segundo Biazussi (apud MATSUDO; MATSUDO,1995). Podendo citar as palavras de Bracco (2003), quando a prática de atividade física ou treinamento for inadequado, podem ocorrer lesões físicas, estresse, distúrbios psicológicos e alimentares.

De acordo com Florindo et al. (2009) a escola é um dos ambientes mais favoráveis para a promoção das atividades físicas em crianças e adolescentes, possibilita intervenções interdisciplinares, propostas para educação em saúde, e ainda a educação física escolar proporciona a educação para atividades físicas e saúde. Fernandes et al. (2009) ressalta ainda, no contexto escolar o desenvolvimento de ações para a formação de hábitos de vida saudáveis, propiciando opções de lanches nutricionalmente equilibrados, exercícios físicos e regulares e programas de educação nutricional.

O tempo destinado para as aulas de Educação Física, conforme Toigo (2007) não se torna eficaz para realizar atividades que tragam benefícios significativos aos adolescentes, pois há um grande desperdício de tempo em função de organizar as atividades, materiais, alunos.

Florindo et al. (2009) afirma que como disciplina do currículo escolar a educação física deve promover a formação das pessoas. Abordando de forma eficiente os aspectos relacionados à saúde e qualidade vida, tornando os sujeitos capazes de ter autoconhecimento corporal, compreender sua funcionalidade e preveni-lo. Sendo necessário atribuir aos interesses dos jovens, fazendo com que percebam a importância, permitindo assim que busquem informações, entendimento e vivencie na prática atividades que possam melhorar seu comportamento como um

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todo, criando e proporcionando hábitos saudáveis realizando-os fora do âmbito escolar.

Betti e Zuliani (2002) apostam em uma Educação Física técnico-pedagógica com estratégias de ensino utilizando-se da recreação, esporte e atividades rítmicas e expressivas, jogos simbólicos, de competição, de cooperação, pré-desportivos, sequências pedagógicas, resolução de problemas, jogos de expressão corporal, gincanas, campeonatos, festivais, dentro do lúdico, discussões sobre temas, leitura de textos, trabalhos, etc. Os autores ainda ressaltam que:

Esse rico acervo de estratégias e conteúdos, usado criativa e coerentemente por cada professor, em virtude de seus objetivos específicos, do contexto e das características e necessidades de sua clientela, possibilita à Educação Física a construção de uma metodologia de ensino singular em face das outras disciplinas, favorecendo em muito o desenvolvimento pleno do educando – afetivo social e motor. (BETTI; ZULIANI, 2002).

De acordo com Toigo (2007), as aulas de Educação Física devem oportunizar a participação de todos os alunos que estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, que diferentes experiências proporcionem oportunidades de conquistas a todas as crianças. Nesse sentido, uma das alternativas é que o professor de Educação Física favoreça níveis diferenciados de desafios para cada atividade, a organização do ambiente e do material didático aumenta o tempo de prática engajada, o professor deve estruturar o processo de ensino de forma a atingir certos objetivos baseados no contexto do ambiente de aprendizagem.

“A idade escolar é o melhor período para o desenvolvimento da aptidão física e para a adoção de um estilo de vida mais ativo, que pode ser mantido na vida futura”. (BRACCO, 2003, p. 6).

Portanto considerando as palavras de Lazzoli (1998) os benefícios das atividades físicas regulares tanto em crianças quanto adolescentes são de curto e em longo prazo, podendo estender-se a vida adulta prevenindo doenças com o avançar da idade. A prescrição das atividades deverá ser de acordo com a faixa etária respeitando o seu crescimento e o desenvolvimento e o objetivo dessa prática seja ela competitivo, lazer ou saúde, devendo ser considerada prioridade na sociedade. Os profissionais da área da saúde devem incentivar a prática regular de exercícios físicos, mesmo na presença de doenças, sendo raras as contra indicações absolutas para a prática, a educação física escolar bem aplicada é

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essencial para a formação de crianças e adolescentes, os governos, meios de comunicação, entidades profissionais devem considerar e priorizar as atividades físicas como uma questão de saúde pública, divulgando informações e criando programas de exercícios físicos orientados.

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2 METODOLOGIA

Essa pesquisa se caracterizou como, quantitativa, transversal, descritiva. Fonseca (2002, p. 20) esclarece que a pesquisa quantitativa

recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis. Considera que a realidade pode ser compreendida através de dados recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa.

De acordo com Fontelles (2009), a pesquisa transversal se caracteriza pelo curto período de tempo em que é realizada, ou seja, em um determinado e momento ela é aplicada. E segundo Gil (2002, p. 42), a pesquisa descritiva tem “por objetivo primordial a descrição das características de determinada população, ou fenômeno, ou então, o estabelecimento de relações entre variáveis, sua característica está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como questionário e a observação sistemática.” Caracterizam-se pesquisas que têm por objetivo estudar as características de um grupo, nível, condições, índices, variáveis, opiniões, atitudes, crenças de uma população.

2.1 POPULAÇÃO

A população deste estudo foi constituída por 98 alunos matriculados em uma escola da rede estadual Ensino Médio, do Município de Tucunduva-RS, no decorrente ano letivo de 2016.

2.2 AMOSTRA

A amostra da pesquisa se constituiu por 56 escolares adolescentes matriculados no ensino médio de uma escola estadual. Para fazer parte da amostra os mesmos deveriam estar matriculados no turno da manhã, deveriam ter no máximo até 17 anos, faixa etária que compreende os adolescentes segundo o Estatuto da criança e do adolescente. Deveriam estar presentes no dia da coleta e apresentar o termo de consentimento livre e esclarecido devidamente preenchido e assinado pelo responsável.

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2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos da pesquisa escolares com idade superior a 17 anos, aqueles que não estavam presentes no dia da coleta de dados, os adolescentes que não trouxeram o termo de consentimento livre e esclarecido devidamente assinado e os quais não foram autorizados pelos responsáveis a participar do estudo.

2.4 INSTRUMENTOS DA PESQUISA

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram:

a) Questionário Pense 2012 (ANEXO A). A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar foi realizada a partir de um convênio entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde, com apoio do Ministério da Educação. Tem como objetivo integrar as redes de Educação Básica e a de Atenção Básica à Saúde, visando otimizar o uso de espaços públicos para a promoção da saúde dos escolares. O questionário constitui-se por 16 blocos compreendendo: características sociodemográficas, alimentação, imagem corporal, atividade física, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas, rede de proteção, saúde bucal, comportamento sexual, violência e acidentes, trabalho, hábitos de higiene, saúde mental, uso de serviços de saúde e prevalência de asma e antropometria. Perguntas objetivas com um total de 129. Para o presente estudo o questionário foi reformulado, num total de 5 blocos avaliando apenas as variáveis demográficas, sociais e nível de atividade física, num total de 29 perguntas. b) O IMC foi calculado a partir das medidas antropométricas (peso e altura) para

avaliar o estado nutricional dos escolares através do cálculo proposto por Quetelet (1835): IMC = altura² (m peso (kg)2) tendo como base dos resultados a

classificação da Organização Mundial da Saúde.

c) Para aferir a altura usou-se uma fita métrica e para a pesagem utilizou-se uma balança eletrônica da marca Cadence capacidade 150 kg.

d) Utilização do questionário de escala de silhuetas de Stunkard et al. (ANEXO B), para auto avaliação escala de silhuetas corporais, foi utilizado para

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analisar a percepção da imagem corporal dos escolares, com 9 imagens femininas e masculinas com perfis corporais diferentes, aquele com baixo peso até com peso mais elevado, a análise do questionário foi a partir da relação como o escolar vê sua aparência física “real” e como ele gostaria de ser “ideal”, indicando o número da imagem mais adequada.

e) O questionário Body Shape Questionnaire (BSQ), (ANEXO C) adaptado e validado para uso no Brasil por Mônica Cristina Di Pietro, Evelyn Doering Xavier e Dartiu Xavier da Silveira, PROAD - Departamento de Psiquiatria – UNIFESP - EDM, constitui-se por 34 perguntas em relação à aparência do escolar, respondendo com a legenda: 1 nunca, 2 raramente, 3 às vezes, 4 frequentemente, 5 muito frequente, 6 sempre. Utilizado, portanto para analisar a satisfação corporal dos escolares.

2.5 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS

A pesquisadora inicialmente entrou em contato com a Instituição de Ensino onde foi realizada a pesquisa através de uma carta de apresentação, com os objetivos do trabalho e o desenvolvimento. A partir da autorização da escola, a acadêmica entrou em contato com a população da pesquisa, os adolescentes. Como o trabalho teve o objetivo de abranger todos os escolares do turno da manhã, a organização aconteceu por turmas. Ocorreu a explicação para que os escolares pudessem entender a temática da pesquisa e o que se pretendia encontrar através dos resultados. Foi enviado com antecedência um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que os pais e/ou responsáveis dos escolares pudessem estar cientes da pesquisa dentro da escola e autorizá-los a participar. Após o recolhimento dos termos devidamente assinados, a pesquisa deu-se início.

Primeiramente a pesquisadora entregou todos os questionários para os alunos na seguinte ordem: questionário para avaliar as variáveis demográficas, sociais e nível de atividade física, o questionário de escala de silhuetas e o questionário de satisfação corporal. Foi lido em voz alta cada questionário e em seguida explicado à turma, em caso de dúvidas foi esclarecido para que pudessem ter o máximo de entendimento e facilidade para o preenchimento, durante sua realização em caso de dúvidas a pesquisadora auxiliou os alunos. Para as respostas o informante teve que optar por aquela que melhor correspondesse ao seu estilo de

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vida. Após todos finalizarem os questionários, permaneceram com os mesmos onde individualmente com a pesquisadora foram realizadas as medidas antropométricas para avaliar o IMC que foi anotado no questionário do escolar, após realizar com todas as turmas da escola, foi feita a análise dos dados, verificando os resultados.

2.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

Essa pesquisa seguiu as normas do Conselho Nacional de Saúde, segunda a Resolução 446/12 que visa e estabelece os cuidados básicos para a realização de pesquisas com seres humanos. Além disso, todos os escolares e responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A).

2.7 ANÁLISES DOS DADOS

A análise estatística foi realizada utilizando o programa SPSS versão 17.0. Foi testada a normalidade dos dados e, como a curva mostrou-se normal, foram utilizados os seguintes testes:

a) Teste “t” de Student para amostras independentes, para comparar as diferenças entre as médias do NAF entre os sexos feminino e masculino. b) O Qui-quadrado para associar as prevalências de imagem corporal, de

percepção de IC e IMC com o sexo.

c) A Correlação de Pearson, para relacionar a IC com o IMC e com o TAF.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados na tabela 1 informam as características dos escolares participantes deste estudo. De acordo com a tabela é possível afirmar que a maioria dos escolares era do sexo feminino (53,6%), com idades entre 15 e 17 anos, brancos (85,7%), moram com a mãe (96,4%) e (75,0%) dos escolares moram com o pai, o grau de escolaridade apresentado foi ensino fundamental completo/ensino médio completo das mães (41,0%) e dos pais (64,4%).

Tabela 1. Características sócias e demográficas dos escolares participantes do estudo.

Variáveis Frequência Percentual

Sexo Feminino Masculino Total 30 26 56 53,6 46,4 100 Idade 15 anos 16 anos 17 anos Total 12 27 17 56 21,1 47,4 29,8 100 Cor da pele Branca Não branca Total 48 8 56 85,7 14,3 100 Mora com mãe

Sim Não Total 54 2 56 96,4 3,6 100 Mora com seu pai

Sim Não Total 42 14 56 75,0 25,0 100 Grau de escolaridade da mãe

Não estudou/ Fundamental incompleto Fundamental Completo/ Ensino Médio

completo

Ensino Superior Completo/ Pós-Graduação Não sei Total 20 23 7 6 56 35,7 41,0 12,5 10,7 100 Grau de escolaridade do pai

Não estudou/ Fundamental incompleto Fundamental Completo/ Ensino Médio

completo

Ensino Superior Completo/ Pós-Graduação

16 26 5 9 28,6 64,4 8,9 16,1

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Não sei

Total

56 100

Os resultados do presente estudo mostraram presença de distúrbios da imagem corporal em escolares, apenas do sexo feminino, conforme mostra a tabela 2. Cabe ressaltar que nenhum escolar apresentou DIC grave.

Tabela 2: Distúrbio da Imagem Corporal em escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS.

Sexo

Distúrbio da Imagem Corporal X P

Nenhum n (%) Leve n (%) Moderado n (%) 5,018 0,025* Feminino 24 (80,0) 4 (13,3) 2(6,7) Masculino 26 (100) 0 (0) 0 (0) Total 50 (89,3) 4 (7,1) 2 (3,6) *p≤0,05 estatisticamente significativo.

Com relação à percepção do escolar sobre a sua imagem corporal, o sexo masculino sente-se mais satisfeito com seu próprio corpo do que as escolares do sexo feminino, apresentando valores percentuais superiores, como pode ser observado na tabela 3. As escolares apresentaram resultados mais elevados no desejo de reduzir as suas medidas.

Tabela 3: Percepção da Imagem Corporal em escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS.

Sexo

Percepção da Imagem Corporal X P

Deseja reduzir n (%) Satisfeito n (%) Deseja aumentar n (%) 2,360 0,296 Feminino 16 (53,3) 5 (16,7) 9 (30,0) Masculino 9 (34,6) 8 (30,8) 9 (34,6) Total 25 (44,6) 13 (23,2) 18 (32,1)

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Esses resultados concordam com Alves et al. (2008) que indica que 90% dos indivíduos atingidos pelos distúrbios da imagem corporal são do sexo feminino e, ocorrem geralmente na adolescência, devido às preocupações com a boa forma física, pelo padrão ideal de beleza feminino exaltado pela magreza.

Ainda concordando com os dados do presente estudo, Glaner et al. (2013) ao analisar a imagem corporal de adolescentes com a utilização da escala de silhuetas corporais, encontrou maior percentual de insatisfação com o corpo no sexo feminino.

Em estudo no Município de Florianópolis-SC, Alves et al. (2008) utilizou o mesmo instrumento de pesquisa o BQS, para analisar a insatisfação com o corpo em adolescentes, revelou que a insatisfação corporal é o maior fator para desencadear os distúrbios da imagem, estando ainda associada com a faixa etária, principalmente na transição da infância para a adolescência, período marcado pelos aspectos emocionais e perceptivos.

Segundo Glaner et al. (2013), a alta prevalência com a insatisfação corporal em adolescentes é preocupante, podendo desenvolver várias doenças como as do distúrbio da imagem corporal, e até mesmo sintomas depressivos. Pode-se observar também no estado nutricional dos escolares o aumento de adolescentes com excesso de peso e obesidade, que contribuem para ocorrência de doenças crônicas degenerativas.

O maior indício é que os escolares estão mais preocupados em alcançar uma boa forma física, deixando de lado a saúde, entretanto, Petroski et al. (2012) enfatiza que a saúde e a estética são os motivos que influenciam a insatisfação com a imagem corporal. Sendo assim, ações multidisciplinares de promoção à saúde podem repercutir de forma positiva sobre a satisfação da imagem corporal.

Os resultados referentes à média do IMC dos escolares estão expostos no gráfico 1. Com base nos resultados apresentados pelo estudo, pode-se observar que o sexo masculino possui valores de IMC mais elevado que no sexo feminino, sem diferenças estatisticamente significativas entre os sexos.

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Gráfico 1: Comparação com o estado nutricional de acordo com o sexo dos escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS.

Quando analisados os dados de acordo com a classificação proposta para o IMC, não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos. Constatou-se que os escolares do sexo masculino possuem maiores percentuais de baixo peso, enquanto que o sexo feminino apresenta percentuais superiores de excesso de peso/obesidade. Essas informações podem ser observadas na tabela 4.

Tabela 4: Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com o sexo dos escolares do Ensino Médio da cidade de Tucunduva, RS.

Sexo IMC x p Baixo peso n (%) Peso normal n (%) Excesso de peso / Obesidade n (%) 2,413 0,416 Feminino 0 (0) 23 (76,7) 7 (23,3) Masculino 2 (7,7) 18 (69,2) 6 (23,1) Total 2 (3,6) 41 (73,2) 13 (23,2)

Diferente do presente estudo, a pesquisa apresentada por Farias e Salvador (2005) revelou valores do IMC estatisticamente superiores nos escolares do sexo masculino da cidade de Porto Velho. No mesmo estudo (FARIAS; SALVADOR,

21,5 21,8 21,65 21,35 21,4 21,45 21,5 21,55 21,6 21,65 21,7 21,75 21,8 21,85

Feminino Masculino Total

ESTADO NUTRIC IO NAL DOS ESCOLARES

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2005) foi encontrado um índice de adiposidade corporal elevada em ambos os sexos, diferenciando-se o da presente pesquisa onde se pode constatar baixo peso no sexo masculino e peso elevado no sexo feminino, apesar de não haver significância entre os gêneros.

Em contrapartida, utilizando-se dos mesmos métodos de pesquisa na cidade de Maringá, no Estado do Paraná, a maioria dos escolares apresentou IMC normal, entretanto foram encontrados índices de desnutrição, excesso de peso/obesidade em ambos os sexos.

O nível de atividade física dos escolares é apresentado na tabela 5. Os dados permitem perceber que a maioria da amostra é inativa, pois não atingiu pelo menos 300 minutos de atividades físicas aeróbias na semana. Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos.

Tabela 5: Nível de Atividade Física dos escolares do Ensino Médio da rede Estadual, no Município de Tucunduva, RS. Sexo Ativo n (%) Inativo n (%) X p Feminino 13 (43,3) 17 (56,7) 0,134 0,789 Masculino 10 (38,5) 16 (61,5) Total 23 (41,1) 33 (58,9)

*Estatisticamente significativo para p≤0,05

Os dados apresentados concordam com a pesquisa de Farias e Salvador (2005) que também encontraram para a maioria dos adolescentes, a classificação de insuficientemente ativos. Em estudo desenvolvido no Pernambuco, conforme Tenório et al. (2010) a maioria dos estudantes apresentou níveis insuficientes de atividade física, sendo esta proporção maior no sexo feminino. Apesar de utilizar instrumentos diferentes em comparação a outros estudos os resultados foram os mesmos, em Niterói, no Rio de Janeiro os resultados obtiveram maior prevalência de escolares inativos, podendo observar nesse estudo que o maior nível de atividades físicas encontrava-se aos finais de semana.

Em São Paulo, Vila Nova cachoeirinha, um distrito com elevado índice de vulnerabilidade social, Ceschini; Florindo; Benício (2007) classificaram adolescentes

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em ativos aqueles que acumulavam 300 minutos por semana gasto com atividades físicas. Mais da metade dos escolares pesquisados foram apontados como inativos, um dado muito importante que a pesquisa revela é que a inatividade física esteve associada aos adolescentes que faziam uso de cigarros, bebidas alcoólicas, aqueles que não participavam das aulas de Educação Física e que não recebiam incentivos para as práticas de atividade física. Podendo ressaltar que o contexto social em que os indivíduos vivem interfere diretamente na qualidade e estilo de vida.

Com a baixa prevalência de adolescentes ativos há uma preocupação com os prejuízos causados na saúde pela inatividade física e a probabilidade aumentada em tornarem-se adultos sedentários. Tendo em vista que muitos fatores podem determinar essas práticas, assim como também algumas barreiras e facilitadores criados pelos indivíduos, é essencial a prática regular de atividades físicas em todas as faixas etárias, trazendo assim inúmeros benefícios para a saúde, mental, física, implica na estética corporal e promove o convívio social.

As relações entre os distúrbios da imagem corporal com o IMC e o TAF estão expostas na tabela 6. De acordo com os resultados é possível verificar uma correlação positiva e significativa entre imagem corporal e índice de massa corporal, indicando que, quanto mais elevado for o IMC, maior será o distúrbio da imagem corporal.

Tabela 6: Distúrbio da Imagem Corporal dos escolares do Ensino Médio da rede Estadual, no Município de Tucunduva, RS.

Distúrbios da Imagem Corporal

Correlações Pearson P

IMC 0,365 0,006*

TAF 0,116 0,394

*Estatisticamente significativo para p≤0,05

A pesquisa realizada por Kaneshima et al. (2006) em escolares de Maringá, apresenta um fato importante, onde as escolares portadoras do distúrbio da imagem corporal apresentavam IMC normal.

A correlação entre indicador antropométrico e insatisfação com a imagem corporal conforme Glaner et al. (2013) também é possível ser observada, onde o fato do baixo IMC no sexo masculino reforça o desejo de estarem com um porte

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mais atlético. O sexo feminino com IMC mais elevado comparado aquelas com IMC normal apresentam mais chances em desenvolverem insatisfação com a imagem corporal. Com dados encontrados na literatura, as moças almejam um corpo esbelto. Os resultados encontrados na presente pesquisa assemelham-se com outros estudos, conforme Santos et al. (2014) realizado no Paraná, apresentou relação entre IMC e insatisfação com a imagem corporal, podendo observar a prevalência na redução das medidas no sexo feminino.

Vários elementos estão envolvidos na estrutura da imagem corporal, não é apenas a imagem que cada um tem da sua própria aparência, mas há associação de fatores psicológicos e sociológicos, segundo Sousa et al. (2003), a medida que o corpo vai se transformando e criando novas formas, mais consciente vai se tornando a auto imagem definitiva. A pesquisa realizada no Município de Três de Maio, RS, por Corseuil et al. (2009) pode ser comparada ao presente estudo por se tratar da mesma região e uma cidade de pequeno porte. Na associação entre IMC e distúrbio da imagem corporal, pode-se verificar que a maioria dos escolares com elevado IMC e percentual de gordura demonstram mais chances de insatisfação corporal do que aqueles com estado nutricional considerado adequado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo foi desenvolvido como Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física – Licenciatura, tendo como tema “Presença de distúrbio da imagem corporal, estado nutricional e nível de atividade física de escolares”. Desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa, transversal, descritiva com o propósito de investigar e responder a problematização do estudo.

A revisão de literatura constituiu-se em uma pesquisa literária sobre as temáticas abordadas: adolescência período de desenvolvimento e mudanças, podendo assim compreender esta fase marcada por transformações corporais e psicológicas, o entendimento sobre o corpo na contemporaneidade de como ele é visto e veiculado para os indivíduos, as influências que recebe da mídia, o estado nutricional dos escolares e a prática de atividades físicas, dando suporte, embasamento teórico de conceitos bem como explanações sobre os assuntos referidos no estudo.

Na pesquisa prática, a coleta de dados buscou investigar como os escolares “viam seu corpo em relação ao estado nutricional e a autoestima”, se estavam satisfeitos com seu próprio corpo e se praticavam atividades físicas, através de questionários e cálculo do IMC. Com base no estudo realizado é possível afirmar que os adolescentes se preocupam com a forma física principalmente as escolares do sexo feminino que desejam reduzir as suas medidas corporais, no entanto o sexo masculino sente-se mais satisfeito com a percepção do próprio corpo e apresentou valor do IMC mais elevado, mas sem diferenças estatisticamente significativas entre os sexos, pôde se constatar através da classificação proposta que o sexo masculino apresentam maiores percentuais de baixo peso enquanto o sexo feminino excesso de peso/obesidade. Os DIC estão correlacionados com o IMC, sendo assim, quanto mais elevado o IMC, maior é a presença do DIC. Portanto, houve relação da imagem corporal com o estado nutricional dos escolares e o nível de atividade física.

A preocupação com a imagem corporal muitas vezes leva os sujeitos a praticar atividades físicas, mas como em muitos estudos revelados o índice de adolescentes ativos é bem pequeno, não atingindo os níveis necessários de prática para a faixa etária, podendo destacar diversos fatores que contribuem para esses resultados de baixa prevalência.

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A inatividade física é preocupante, tendo em vista que muitas doenças e problemas de saúde podem ser evitados e/ou amenizados através da prática regular de atividades físicas desde a infância até a vida adulta, o que implica nos gastos gerados com a saúde pública. Para tanto é necessário mais incentivo na criação de programas práticos e estratégias comunitárias com profissionais capacitados para o incentivo de atividades físicas regulares.

A população em geral sabe da importância da prática de atividades físicas e os benefícios, mas mesmo não o fazem. Assim como os adolescentes relataram na pesquisa que a forma física os leva a praticar atividades físicas, porém não atingem o percentual adequado, pode-se destacar a falta de informação do que são atividades e exercícios físicos, o tempo adequado destinado para a prática, que possa trazer mais qualidade na vida dos sujeitos.

É necessário destacar o papel da escola na formação das crianças e adolescentes, sendo a principal incentivadora para um estilo de vida mais ativo, podendo apropriar-se de uma Educação Física Escolar inovadora, buscando novas estratégias pedagógicas, experimentando novas abordagens de conteúdos, metodologias, que atraiam seus alunos para a prática levando os conhecimentos e experiências adquiridos para o seu cotidiano, através de atividades físicas regulares, comportamentos alimentares mais saudáveis, contribuindo para a formação integral de crianças e adolescentes e a apropriação crítica, a aceitação do próprio corpo e do próximo levando em consideração a individualidade e potencialidades de cada um. Ao concluir a pesquisa, nota-se que a prática regular de atividades físicas é a grande aliada para evitar um estado nutricional elevado que vai implicar na imagem corporal podendo desencadear algum distúrbio da imagem corporal. Sendo de suma importância a prática de atividades físicas, proporcionando benefícios em diferentes aspectos como para a saúde física, mental, para o desenvolvimento, crescimento, relacionamentos, comportamentos, vulnerabilidade social de crianças e adolescentes.

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