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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Jéssica Wizbicki de Oliveira

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

EM MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS

2018

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica e Cirúrgica de Felinos apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora: Profa Dra. Cristiane Beck

Ijuí, RS 2018

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Jéssica Wizbicki de Oliveira

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica e Cirúrgica de Felinos apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Aprovado em 09 de julho de 2018:

_______________________________________________ Cristiane Beck, Drª (UNIJUÍ)

(Orientadora)

_______________________________________________ Cristiane Elise Teichmann, MSc. (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2018

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A todos os animais que passaram pela minha vida acadêmica e pessoal.

Em especial, aos meus “filhos peludos”, Marie, Úrsula, Fúria e Mizinha por todo o carinho e por servirem de motivação para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A minha supervisora Rochana Rodrigues Fett, por ter sido a grande responsável por eu ter concluído meu estágio e, por ter cedido sua clínica para a realização do mesmo, sendo uma inspiração pela forma como trata os “bigodinhos”. E também por ter me ensinado o quanto é importante ter dedicação à profissão e fazer o que se ama.

Agradeço também a toda equipe Chatterie, pela compreensão e pelos ensinamentos. Em especial ao doutor Tobias Fett, pelas vezes que me incentivou a aprender mais. E também a Dona Lúcia, pelos almoços e “puxões de orelha”.

A minha orientadora Dra Cristiane Beck, pela orientação e aprendizado durante a graduação.

E por fim, a todos os animais, que me ensinaram o significado de amizade, lealdade e amor incondicional e que nortearam a minha escolha profissional.

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Os gatos foram colocados no mundo para refutar o dogma de que todas as coisas foram criadas para servir ao homem.

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR FINAL SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA

E CIRÚRGICA DE FELINOS

AUTORA: Jéssica Wizbicki de Oliveira ORIENTADORA: Profa Dra Cristiane Beck

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Médica e Cirúrgica de Felinos, no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, localizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, totalizando 150 horas, no período de 8 de janeiro de 2018 a 01 de fevereiro de 2018, sob orientação da Professora Drª Cristiane Beck e supervisão da médica veterinária Rochana Rodrigues Fett. A realização do estágio propiciou o acompanhamento de cirurgias, atendimentos clínicos a felinos, procedimentos ambulatoriais, exames complementares e atividades de enfermagem. Neste trabalho, serão relatados e discutidos dois casos clínicos, sendo o primeiro ―Hipertireoidismo em uma fêmea felina‖ e o segundo ―Doença do trato urinário inferior em um felino macho‖. O estágio curricular possibilita ao aluno a oportunidade de vivenciar outras realidades fora do âmbito acadêmico e também auxilia no desenvolvimento de habilidades e conhecimentos práticos.

Palavras-chave: Clínica de felinos. DTUIF. Hipertireoidismo.

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Tabela 1 – Procedimentos ambulatoriais e atividades acompanhadas na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018. ... 13 Tabela 2 – Atendimentos clínicos acompanhados na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018... 14 Tabela 3 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018... 14 Tabela 4 – Exames complementares acompanhados na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018... 15

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – RESULTADO DO T4 TOTAL CASO CLÍNICO I ... 37

ANEXO B – RESULTADO DA CREATININA DO CASO CLÍNICO I ... 38

ANEXO C – RESULTADO DO HEMOGRAMA DO CASO CLÍNICO II ... 39

ANEXO D – RESULTADO DO PERFIL BIOQUÍMICO DO CASO CLÍNICO II ... 40

ANEXO E – RESULTADO DO EXAME ULTRASSONOGRÁFICO DO CASO CLÍNICO II ... 41

ANEXO F – RESULTADO DO EXAME QUALITATIVO DE URINA DO CASO CLÍNICO II ... 44

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% Porcentagem

ºC Grau célsius

® Marca registrada

ALT Alanina aminotransferase

BID Bis in Die (do latim, duas vezes ao dia)

bpm Batimentos por minuto

CAFF Citologia aspirativa por agulha fina

DTUIF Doença do trato urinário inferior de felinos FA Fosfatase alcalina

FeLV Vírus da leucemia felina

FIV Vírus da imunodeficiência felina

IV Intravenoso

Kg Quilograma

mmHg Milímetros de Mercúrio mg/kg Miligrama por quilograma ml

mpm

Mililitros

Movimentos por minuto

RS Rio Grande do Sul

SC Subcutâneo

SID Semel in die (do latim, uma vez ao dia)

SRD Sem raça definida

TID Ter in die (do latim, três vezes ao dia)

TGF Taxa de filtração glomerular TSH Hormônio Tireoestimulante TUI Trato urinário inferior

T4 Tiroxina

T3 Triiodotironina

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 12 3 DESENVOLVIMENTO ... 16 3.1 CASO CLÍNICO 1 ... 16 3.1.1 Introdução ... 16 3.1.2 Metodologia ... 17 3.1.3 Resultados e discussão ... 18 3.1.4 Conclusão ... 21 3.1.5 Referências bibliográficas ... 21 3.2 CASO CLÍNICO 2 ... 23 3.2.1 Introdução ... 23 3.2.2 Metodologia ... 24 3.2.3 Resultados e discussão ... 25 3.2.4 Conclusão ... 30 3.2.5 Referências bibliográficas ... 30 4 CONCLUSÃO ... 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 33 ANEXOS ... 36

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, localizado na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018, totalizando 150 horas. O estágio foi realizado na área de clínica e cirurgia de felinos sob supervisão da Médica Veterinária Rochana Rodrigues Fett e orientação da professora Doutora Cristiane Beck.

A clínica veterinária Chatterie faz atendimento exclusivo para felinos da cidade de Porto Alegre e da região metropolitana. O estabelecimento funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana e conta com uma equipe formada por quatorze funcionários, sendo que deste total, dez são veterinários. A clínica também tem parceria com mais nove especialistas nas áreas de acupuntura, nefrologia, neurologia, dermatologia e diagnóstico por imagem. Além da equipe médica, a clínica conta com três salas de internação, um bloco cirúrgico, um laboratório de análises clínicas e dois consultórios. Além disso, a clínica possui o certificado Cat Friendly

Practice, o que significa que todo o manejo dos felinos é voltado para a redução do estresse e

bem estar dos animais.

O estágio curricular propiciou o aprimoramento de conhecimentos adquiridos durante a graduação. Também proporcionou a oportunidade de vivenciar uma realidade diferente e novas formas de aprendizado.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Estágio Curricular em Medicina Veterinária foi realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie na área de clínica médica e cirúrgica de felinos de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018. Durante o estágio foram realizadas atividades de auxílio aos pacientes internados, por meio da aplicação de medicações e aferição de parâmetros, como temperatura retal, pressão arterial e glicemia. Ainda foi possível a realização de hemogramas, auxílio em cirurgias e aplicação de soro subcutâneo. O estagiário também era incumbido de zelar e medicar os felinos residentes.

Além das atividades de auxílio aos pacientes da clínica, foi possível o acompanhamento a exames de imagem, consultas de rotina, consultas especializadas, tratamento com acupuntura, aplicação de vacinas e demais procedimentos ambulatoriais. Atividades como contenção, tricotomia, banho e limpeza dos boxes de internação também foram realizadas.

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Tabela 1 – Procedimentos ambulatoriais e atividades acompanhadas na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018.

Procedimento Total %

Acesso venoso 30 13,89

Acupuntura 2 0,93

Aferição de parâmetros 8 3,70

Aplicação de medicação 105 48,61

Aplicação de vacina quádrupla felina 3 1,39

Aplicação de vacina quíntupla felina 4 1,85

Aplicação de vacina tríplice felina 3 1,39

Cistocentese 10 4,63 Coleta de sangue 22 10,19 Compressão de bexiga 2 0,93 Compressão de cólon 3 1,39 Consulta especializada 2 0,93 Fluidoterapia subcutânea 8 3,70 Nebulização 5 2,31 Quimioterapia 3 1,39

Raspado profundo de pele 2 0,93

Transfusão sanguínea 2 0,93

Urohidropropulsão 1 0,46

Vídeo-otoscopia 1 0,46

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Tabela 2 – Atendimentos clínicos acompanhados na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018.

Diagnóstico Total %

Asma 1 4,17

Dermatofitose 2 8,33

Diabetes melitus 1 4,17

Distúrbio de comportamento 1 4,17

Doença renal crônica 2 8,33

Doença intestinal inflamatória 1 4,17

DTUIF 1 4,17

FeLV 3 12,50

Gengivite 2 8,33

Giardíase 1 4,17

Hipertireoidismo 1 4,17

Intoxicação por Lírio 1 4,17

Linfoma intestinal 1 4,17

Linfoma de canal medular 1 4,17

Peritonite infecciosa felina 1 4,17

Sarna otodécica 2 8,33

Tromboembolismo 1 4,17

Uveíte 1 4,17

Total 24 100,0

Tabela 3 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018.

Procedimento Total % Biópsias 3 21,43 Eletroquimioterapia 1 7,14 Exérese de fibrossarcoma 1 7,14 Orquiectomia 2 14,29 Ováriohisterectomia eletiva 4 28,57 Profilaxia dentária 2 14,29

Punção de medula óssea 1 7,14

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Tabela 4 – Exames complementares acompanhados na espécie felina, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais realizado no Centro de Saúde do Gato- Chatterie, na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 08 de janeiro a 01 de fevereiro de 2018.

Exames Total %

CAFF 1 0,67

Contagem de leucócitos totais 25 16,67

Ecocardiograma 4 2,67

Eritrograma 25 16,67

Lactato sanguíneo 30 20,00

Snap Test FIV/FeLV 20 13,33

Teste da Lâmpada de Wood 5 3,33

Teste de glicemia 30 20,00

Ultrassom abdominal 10 6,67

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3 DESENVOLVIMENTO

3.1 CASO CLÍNICO 1:

Hipertireoidismo em uma fêmea felina Jéssica Wizbicki de Oliveira, Cristiane Beck

3.1.1 Introdução

O hipertireoidismo ou tireotoxicose é um distúrbio que afeta vários sistemas, devido a concentrações elevadas de T4 e T3, dois hormônios produzidos pela glândula tireoide

(PETERSON, 2008). É a endocrinopatia mais comum em gatos, principalmente nos idosos e de meia idade (TILLEY e SMITH, 2008). A etiologia da doença pode estar relacionada a fatores ambientais, genéticos, infecciosos, nutricionais e imunológicos (NELSON, 2010).

A glândula tireoide é constituída por dois lobos adjacentes ao quinto ou sexto anel traqueal, em posição caudal à laringe. Na área cervical caudal e no mediastino estão presentes pequenas quantidades de tecido tireóideo ectópico. A paratireoide externa encontra-se na fáscia, normalmente no polo cranial de cada lobo tireóideo. A paratireoide interna não é macroscopicamente visível (CRYSTAL e NORSWORTHY, 2004).

A causa mais frequente de hipertireoidismo felino é a hiperplasia nodular da glândula tireoide. Os nódulos hiperfuncionais autônomos da glândula secretam T4 e T3, sem o controle

fisiológico normal, mediado pela secreção de TSH. Isso ocorre porque a tireoide felina contém uma subpopulação de células foliculares que apresentam alto potencial de crescimento intrínseco. Na tireoide com hiperplasia adenomatosa, essa subpopulação de tireócitos pode se replicar de maneira autônoma. Quando essas células em rápida divisão estão localizadas em números suficientes, podem continuar a crescer sem estimulação de TSH. Por conseguinte, essas células hiperplásicas adenomatosas da tireoide apresentam autonomia de crescimento e também a habilidade de funcionar e secretar hormônio tireóideo de maneira autônoma (TILLEY e SMITH, 2008, BARAL e PETERSON, 2015).

Os sinais clínicos mais comuns são poliúria, polidipsia, hiperatividade, polifagia, tireoide palpável ao exame físico e perda de peso. Devido ao caráter multissistêmico da doença, podem ocorrer sinais clínicos gastrintestinais, cardiovasculares e nervosos. Estes incluem: êmese, diarreia, aumento do volume fecal, taquicardia, sopros sistólicos, dispneia, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, inquietação e agressividade (KAHN, 2008).

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O diagnóstico da patologia baseia-se na análise de T4 total sérica, que em 90% dos

casos encontra-se elevada (BARAL e PETERSON, 2015). Contudo, cerca de 10% dos felinos com hipertireoidismo apresenta T4 total dentro dos valores de referência. Nesses casos,

a doença está em sua fase inicial ou há a presença de doença não-tireoidiana concomitante que suprime os valores de T4 até limites normais. O diagnóstico, nessas situações, deve ser

baseado no exame físico, histórico e T4 livre (KAHN, 2008).

O tratamento para o hipertireoidismo felino pode ser feito mediante a utilização de drogas antitireoidianas, tireoidectomia ou radioterapia (KAHN, 2008). Tanto a tireoidectomia quanto a radioterapia são abordagens terapêuticas que visam a cura permanente. Os medicamentos anitireoidianos precisam ser administrados diariamente e somente controlam a doença (NELSON, 2010).

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de hipertireoidismo felino atendido no Centro de Saúde do Gato- Chatterie na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, descrevendo aspectos clínicos, epidemiológicos, diagnósticos e terapêuticos da doença.

3.1.2 Metodologia

Durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Centro de Saúde do Gato- Chatterie foi acompanhado o atendimento clínico a uma fêmea felina, SRD, castrada, com 14 anos de idade, pesando 3,6 kg.

À anamnese, o tutor relatou que o animal estava apresentando alterações de comportamento, com episódios de agressividade, ansiedade e hiperatividade noturna, sem precisar a data de início dos sinais clínicos. O felino estava se alimentando normalmente, sendo que a composição de sua dieta era à base de ração seca e enlatada. Também foi negado emagrecimento e qualquer episódio de vômito ou diarreia.

Ao exame físico foi verificada temperatura retal de 38,6ºC, pressão arterial sistólica de 110 mmHg, frequência cardíaca de 220 bpm e frequência respiratória de 35 mpm. Por meio de palpação foi observado aumento discreto bilateral dos lobos tireoidianos. Além disso, foi observada inflamação da conjuntiva ocular.

Com base nos sinais clínicos e exame físico, suspeitou-se de hipertireoidismo, sendo realizada coleta de sangue da veia safena medial e solicitado exame bioquímico de T4 total e creatinina sérica. Foi recomendado ao tutor o estímulo físico do animal, através de brincadeiras, 20 minutos antes de dormir e retorno em 10 dias para o resultado dos exames e

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abordagem terapêutica, sendo prescrito colírio de flurbiprofeno, 1 gota a cada 12 horas por 20 dias e gel oftálmico à base de dexpantenol, 1 gota a cada 12 horas, durante 5 dias.

Durante a consulta de retorno, o tutor foi instruído sobre a doença, respectivo tratamento e possíveis complicações. Como medida terapêutica, prescreveu-se 1,25 mg/gato de metimazol, via oral, duas vezes ao dia, por duas semanas. Na ocasião, também foi solicitado ao tutor, que retornasse à clínica em 15 dias, para reavaliação da paciente e para realização de novos exames de T4 total, ecocardiograma, ultrassonografia abdominal,

hemograma, exames bioquímicos (ALT, FA, ureia e creatinina) e urinálise. Contudo, não houve retorno da paciente para a realização dos exames.

3.1.3 Resultados e discussão

Segundo Bartges et al. (2015), a idade média dos felinos que apresentam hipertireoidismo é de 13 anos, podendo variar entre 4 a 20 anos (NELSON, 2010). Apesar da variação etária, sabe-se que a prevalência da doença aumenta com a idade (GUO et al., 2016; CROOSLEY et al., 2017). Faria et al., (2013) descreve ainda que há um risco maior para o desenvolvimento da doença em pacientes acima de 7 anos. No caso relatado, a paciente encontrava-se na faixa etária de maior casuística da doença, 14 anos, o que corrobora com as literaturas acima descritas.

Com relação ao gênero, não há predisposição por fêmeas ou machos (McLEAN, 2017; CROOSLEY et al., 2017). Entretanto, como identificado neste caso, animais castrados e sem raça definida compõe a maioria dos pacientes afetados pela doença (FARIA et al., 2013; CROOSLEY et al., 2017).

Durante a consulta, a principal queixa relatada pelo tutor era o comportamento hiperativo e ansioso do animal, sem a presença de perda de peso ou de desordens gastrointestinais. Dados estes que confirmam o que Peterson (2008) escreveu. Para o autor, o estado hipertireoideo é lentamente progressivo e até que se desenvolvam perda de peso ou outros sinais preocupantes, o proprietário acredita que o felino está saudável. Crença esta que é reforçada pelo fato de grande parte dos gatos hipertireoideos manter bom apetite e estar hiperativa para sua idade.

As alterações de comportamento apresentadas pela paciente como a ansiedade, a hiperatividade e a agressividade são resultado das altas concentrações de T4 e T3, uma vez que

todas as manifestações clínicas do hipertireoidismo são decorrentes dos efeitos do excesso desses hormônios (PANCIERA et al., 2008). Os hormônios tireoidianos interagem com o

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sistema nervoso central, levando ao aumento do direcionamento simpático, tendo como resultado a hiperexcitabilidade e o nervosismo. Além disso, o felino hipertireoideo pode acordar facilmente e ter o sono abreviado, como foi observado neste caso (PETERSON, 2008, BARAL e PETERSON, 2015).

Segundo Panciera et al. (2008), há o aumento de ambos os lobos da glândula tireoide em 70% dos casos da doença. O aumento dos lobos tireoidianos está relacionado ao nível sérico de T4 total. Animais com lobos maiores tendem a produzir maiores concentrações de T4

total e, por conseguinte, a ter alterações sistêmicas mais severas (FARIA et al., 2013). No caso relatado, o nível sérico de T4 total encontrado foi de 64,6 ng/ml, estando acima do valor

de referência (15-30 ng/ml) (ANEXO A). Neste caso um aumento considerado discreto (30-60 ng/ml) por Faria et al. (2013); portanto não levando a alterações sistêmicas mais severas. Houve correlação positiva entre o tamanho dos lobos e o aumento dos níveis séricos de T4

total. O diagnóstico precoce do hipertireoidismo também pode ter contribuído para a normalidade dos parâmetros vitais da paciente (FEITOSA, 2008; FARIA et al., 2013).

Um dos fatores de risco para o desenvolvimento do hipertireoidismo nos pacientes felinos é o consumo de alimentos enlatados, devido à presença de compostos bociogênicos, como por exemplo, bisfenol A. Estes últimos migram para o alimento durante a estocagem e podem levar a alterações da glândula, como identificado neste caso (BARTGES et al., 2015; NELSON, 2010).

O metimazol é uma droga anitireoidiana, que por meio da inibição da enzima tireoide peroxidase (TPO), reduz a incorporação de iodo em moléculas de tirosina para formação de T4 e T3. Entretanto, não inibe a liberação do hormônio tireoidiano pré-formado, nem afeta os

hormônios tireoidianos que já estão em circulação ou armazenados na tireoide. Também não interfere na conversão periférica de T4 em T3 (PAPICH, 2012). No caso relatado, a dose

administrada de metimazol foi de 1,25 mg, BID, totalizando 2,5 mg/gato/dia, o que corrobora com o que escreveu Panciera et al. (2008). Para o autor, o metimazol é considerado o medicamento de escolha para felinos hipertireoideos, sendo bem tolerado e seguro. A dose inicial a ser administrada, depende da gravidade da doença e pode variar de 2,5 a 10 mg/gato, via oral. Orienta-se o fracionamento da dose, duas vezes ao dia, para maior eficácia do tratamento, como instituído.

Recomendou-se ao tutor, que após duas semanas de tratamento, o felino deveria retornar à clínica para realizar novo T4 total sérico e caso fosse necessário, reajustar a dose.

Também foi indicado que a paciente fizesse hemograma e perfil bioquímico. Essa recomendação está de acordo com o que preconiza Papich (2012), para o qual, são necessárias

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de 2-4 semanas para que os níveis séricos de T4 atinjam níveis normais em pacientes em

tratamento. O autor também recomenda que seja feito monitoramento das concentrações plasmáticas de T4 e ajuste da dose de manutenção. Esse monitoramento deve ser feito a cada 2

semanas, durante os três primeiros meses de tratamento e também deve incluir hemograma, T4

sérico e perfil bioquímico, devido ao fato de os sinais adversos da medicação aparecerem nesse período inicial de tratamento. Dentre as reações adversas apresentadas estão hepatopatias, trombocitopenia, anemia hemolítica e agranulocitose (PANCIERA et al., 2008, PETERSON, 2008). Os exames de urinálise, ultrassonografia abdominal, hemograma e perfil bioquímico auxiliam também no diagnóstico de doença renal concomitante e de outras patologias comuns em gatos idosos (BARAL e PETERSON, 2015). Entretanto, não foram realizados neste caso, pois a paciente não retornou.

A doença renal concomitante é comum em gatos hipertireoideos idosos. Contudo, nesses pacientes o diagnóstico de doença renal não é direto por causa das interações entre as duas doenças. De modo geral, a creatinina encontra-se reduzida em gatos hipertireoideos devido ao aumento tanto da TFG quanto da redução da massa muscular. Todos os tratamentos para o hipertireoidismo podem piorar a função renal, uma vez que a condição hipertireoidea aumenta o fluxo sanguíneo renal e a TFG. Quando o hipertireoidismo é tratado, o débito cardíaco e o fluxo sanguíneo para os rins diminui, o que leva à queda na TFG até 50% do nível anteriormente ao tratamento. Em alguns pacientes, essa redução no fluxo sanguíneo pode desmascarar a doença renal que antes não era identificada (CANEY, 2015). A administração de metimazol pode reduzir a TFG e piorar o quadro de nefropatia nesses pacientes, por isso a importância da verificação da concentração sérica de creatinina antes e durante o tratamento (BARAL e PETERSON, 2015; PETERSON, 2008).

O resultado encontrado para creatinina, neste caso, foi de 2,09 mg/dl (ANEXO B), estando acima do valor de referência (0,6-1,8 mg/dl). Para Bush (2004) a elevação da concentração de creatinina indica deficiência da função renal. Porém nesse caso, não pôde ser constatada nefropatia, em virtude do não retorno do tutor com a paciente para monitoração e realização dos demais exames que comprovariam tal diagnóstico. O estado hipertireoideo inicial e a ausência de perda de peso também poderiam ter contribuído para a não diminuição da creatinina antes do tratamento. Ainda, se houvesse o desenvolvimento de significativa azotemia ou de sinais clínicos de insuficiência renal no decorrer do tratamento, o protocolo com metimazol poderia ser modificado, dando-se início ao tratamento para insuficiência renal, também podendo ser mantido um estado de hipertireoidismo leve a fim de melhorar a função renal (CANEY, 2015; FARIA et al., 2013).

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A recomendação do exame de ecocardiograma é justificada em virtude de que o hipertireoidismo pode levar a hipertrofia do músculo cardíaco. Nesses casos, podem estar presentes o aumento da espessura da parede, do volume da câmara ventricular esquerda e da contratilidade do coração. Essas alterações, quando associados à taquicardia, elevam 2 a 3 vezes o débito cardíaco, podendo causar insuficiência (RISHNIW, 2015), porém não foi possível realizar o acompanhamento da paciente neste caso.

3.1.4 Conclusão

O hipertireoidismo é uma patologia de fácil controle quando o tratamento e os métodos diagnósticos forem corretamente instituídos. Sendo esta patologia muito comum em pacientes idosos, o diagnóstico precoce foi fundamental para o quadro clínico do felino. Salienta-se, porém que nesses pacientes o risco de desenvolvimento de outras patologias relacionadas à idade, é grande, por isso, exames de rotina devem ser empregados durante o tratamento. Além disso, faz-se necessário o controle da saúde do gato, por meio de exames periódicos, uma vez que a administração do metimazol pode acarretar em reações adversas. Sendo assim, é de extrema importância o comprometimento do tutor, que neste caso, não aderiu ao protocolo de tratamento de forma correta.

3.1.5 Referências

BARAL, R. M.; PETERSON, M. E. Endocrinologia. In: LITTLE, S. E. O gato: medicina interna. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. cap. 24, p. 824-842.

BARTGES, J. et al. Tratamento nutricional de doenças. In: LITTLE, S. O gato: medicina interna. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. cap. 18, p. 383-384.

CANEY, S. Tratamento de doença concomitante. In: LITTLE, S. E. O gato: medicina interna. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. cap. 35, p. 1567-1570.

CROSSLEY, V. J. Breed, coat color, and hair length as risk factors for hyperthyroidism in cats. Journal of Veterinary Internal Medicine, n. 31, p.1028-1034, 2017.

FARIA, V. P. et al. Avaliação do perfil clínico e laboratorial de gatos hipertireoideos com ou sem lobo tireoidiano aumentado à palpação cervical. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 1, n. 33, p.80-85, 2013.

FEITOSA, F. L. Exame físico geral ou de rotina. In:______. Semiologia veterinária: a arte do diagnóstico. 2. ed. São Paulo: Roca, 2008. cap. 4, p.65-86.

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GUO, W. et al. Temporal changes of PBDE levels in california house cats and a link to cat hyperthyroidism. Environmental Science & Tecnology, v. 3, n. 50, p. 1510-1518, 2016. KAHN, C. M. Glândula tireoide. In:______: Manual Merck de veterinária. 9. ed. São Paulo: Roca, 2008. p. 395.

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3.2 CASO CLÍNICO 2:

Doença do trato urinário inferior em um felino macho Jéssica Wizbicki de Oliveira, Cristiane Beck

3.2.1 Introdução

A doença do trato urinário inferior de felinos caracteriza-se pela manifestação de um ou mais sinais clínicos como hematúria, disúria, estrangúria, micção inapropriada, obstrução parcial ou total da uretra (GRAUER, 2010), ou seja, um grupo de sinais clínicos relacionados com a eliminação da urina (LITTLE, 2015). Os fatores de risco para o surgimento da DTUIF incluem dieta seca, inatividade, excesso de peso e eventos estressantes (COOPER, 2015; SÆVIK et al., 2011).

Devido às características complexas e multissistêmicas da DTUIF, Buffington (2011) propõe uma nova nomenclatura para designar afecções que afetam o sistema urinário dos felinos. Essa nova denominação deve ser empregada para designar pacientes que tenham sinais clínicos de disfunção do TUI e em outros órgãos, sinais clínicos associados a eventos estressantes para o paciente e resolução da severidade dos sinais clínicos após enriquecimento ambiental. Essa nova nomenclatura chamada de ―Sindrome de Pandora‖, deve ser adotada até que uma nova denominação, mais cientificamente apropriada, seja desenvolvida.

A DTUIF pode ser causada por distúrbios como cistite idiopática, urolitíase, neoplasias, disfunções anatômicas, infecções e tampões uretrais, sendo a causa mais frequente, a cistite idiopática (65%). O diagnóstico da doença é por exclusão, e são empregados métodos diagnósticos como exame físico apurado, anamnese, hemograma, perfil bioquímico sérico, urinálise, urocultura, radiografias e ultrassonografias (LITTLE, 2015; FANE, 2008).

O tratamento consiste no reestabelecimento do fluxo urinário, correção das anormalidades hidroeletrolíticas, uso de medicações, manejo dietético e manejo ambiental para a redução do estresse, além de exigir abordagem cirúrgica. O prognóstico da doença é favorável (TILLEY e SMITH, 2008).

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de DTUIF com obstrução total da uretra, atendido no Centro de Saúde do Gato- Chatterie na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, descrevendo aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos da doença.

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3.2.2 Metodologia

Durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Centro de Saúde do Gato- Chatterie foi acompanhado o atendimento clínico de um macho felino, SRD, castrado, com 8 anos de idade e pesando 6, 530 kg. A queixa principal era de que o paciente não conseguia urinar, embora fosse na caixa de areia várias vezes e estava lambendo a genitália excessivamente. Os tutores não souberam informar quando os sinais haviam começado.

À anamnese foi relatado que o paciente estava em processo de adaptação a um novo gato, sendo que ambos compartilhavam o mesmo ambiente. O felino não tinha acesso a quintal e a alimentação do felino era composta por ração renal seca. Ao exame físico foi verificado aumento de volume vesical, temperatura retal de 38,8ºC, pressão arterial sistólica de 120 mmHg, frequência cardíaca de 180 bpm e frequência respiratória de 30 mpm. O paciente estava consciente e atento ao meio. Devido ao histórico e sinais clínicos, suspeitou-se de DTUIF com obstrução, sendo solicitados hemograma, exames bioquímicos (ALT, FA, P, K, ureia e creatinina), EQU e ultrassom abdominal. O método de escolha para a colheita de urina foi a cistocentese.

Após o resultado dos exames, o felino foi submetido à anestesia geral com propofol (ao efeito) e midazolam 0,2 mg/kg, ambos via endovenosa, sendo que o acesso foi mantido com fluidoterapia com Ringer lactato, 40 ml/kg. Em seguida conduziu-se à desobstrução, por meio da técnica de propulsão hídrica. Para essa técnica foi utilizado um cateter 22 sem mandril, uma seringa de 20 ml, uma sonda flexível estéril de polivinil, solução fisiológica a 0,9%, luvas de procedimento e gel lubrificante K-Y®. Primeiramente, foi realizada a massagem na uretra peniana do paciente em decúbito dorsal. Em seguida, foi introduzido o cateter lubrificado na uretra do felino e realizado o acoplamento da seringa com 20 ml de solução. Após a propulsão hídrica foi introduzida a sonda flexível e retirada a urina excedente. Após a remoção da urina foram efetuadas lavagens repetidas da bexiga sendo utilizado um total de 150 ml de solução fisiológica durante o procedimento de lavagem. Por meio de compressão manual foi verificado o reestabelecimento do fluxo urinário. No decorrer do procedimento de lavagem foi expelido um pequeno tampão uretral e numerosos sedimentos. Findado o procedimento a sonda uretral foi removida.

O felino ficou internado por um período de quatro dias. No primeiro dia recebeu 1,5 mg/kg de tramadol BID, SC; 0,05 mg/kg de meloxicam SID, SC; 4mg/kg de meperidina SID, SC; prazosina 0,5 mg/gato BID, VO e 270 ml de Ringer lactato para manutenção. No segundo

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dia foi acrescentado 4 mg/gato de amitriptilina SID, VO. No terceiro e quarto dia de internação, foi suspendido o tramadol e acrescentado 0,2 mg/kg de metadona BID, SC e 1 mg/gato de diazepam SID, VO. Também foi adicionado ao tratamento valerato de betametasona na forma de creme no prepúcio do felino, sendo aplicado três vezes ao dia. Em virtude de o animal ter apresentado febre, utilizou-se 16 mg/kg de dipirona IV em dose única de 0,2 ml no terceiro dia.

Durante o período de internação o paciente expeliu tampões uretrais, coágulos e urinou em jato fino e em gotas. Devido a isso, o felino foi submetido a uma cistocentese diária e duas compressões para o esvaziamento da vesícula urinária. No terceiro dia de tratamento, o paciente foi novamente sondado. A fixação da sonda foi realizada na cauda e com esparadrapo, porém o paciente arrancou a sonda horas após sua fixação, pois estava sem colar. Também se alimentou apenas com ração seca, recusando alimento úmido durante o tratamento. Não foram realizadas lavagens após a desobstrução inicial.

Após quatro dias de internação o paciente recebeu alta e continuou em casa, o tratamento. Este último composto por diazepam 1mg/gato SID, via oral, por 2 dias; betametasona tópica SID, por 5 dias; tramadol 1,5 mg/kg BID, via oral, por 5 dias; meloxicam 0,05 mg/kg SID, via oral, por 3 dias; prazosina 0,5 mg/gato BID, via oral, por 15 dias e amitriptilina 4 mg/gato SID, via oral, por 30 dias. Também foi prescrito 150 ml de ringer lactato, subcutâneo, uma vez ao dia, por 10 dias. Recomendou-se ainda a ração Urinary S/O® por 2 meses e depois uma formulação para adultos castrados super premium e 2 gramas de probiótico, a cada 24 horas por 7 dias. Não houve recidiva após o término do tratamento.

3.2.3 Resultados e discussão

O risco de desenvolvimento para a DTUIF obstrutiva é maior entre gatos na faixa etária de 4 a 10 anos, sendo que a idade no momento da castração não influencia o diâmetro da uretra e não influencia o risco de obstrução uretral. A uropatia obstrutiva é mais comum em machos devido ao menor diâmetro da uretra em comparação com a das fêmeas (LITTLE, 2015). A idade e o sexo podem ter contribuído para o quadro clínico do paciente.

Segundo Corgozinho e Souza (2003), o perfil comumente encontrado em um paciente com DTUIF é o de um gato sedentário, castrado, obeso e que consome ração seca com pouca água, além do estresse que também contribui para o desenvolvimento dos sinais clínicos da doença. A introdução de um novo membro na casa como um novo gato ou um bebê, bem como férias ou estações frias, frequentemente aparecem no histórico fornecido pelos tutores.

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Quando há mais de um felino na casa pode haver competição pela caixa sanitária, água, comida e espaço. A diminuição do volume de urina e a frequência de micção, pelos fatores acima citados, facilitam o desenvolvimento dos sinais clínicos de DTUIF (GRAUER, 2010). Gatos sem acesso ao meio externo também têm maior risco para o desenvolvimento de uropatia obstrutiva (LITTLE, 2015). Todos esses fatores parecem ter contribuído para o aparecimento da doença no paciente.

O grau de obstrução e a duração da doença são os fatores que irão determinar os sinais clínicos e o histórico do paciente. Os sinais clínicos comumente encontrados quando há obstrução parcial da uretra incluem estrangúria, polaciúria, disúria, hematúria, micção inapropriada ou incontinência urinária. Porém, quando há obstrução total da uretra, em um período de tempo de 6-24 horas, os tutores podem observar que o gato faz tentativas frequentes para urinar, lambe a genitália, vocaliza e demonstra ansiedade. Nesses casos, se o animal não for desobstruído num período entre 36 a 48 horas, surgirão sinais clínicos como vômito, anorexia, depressão, desidratação, fraqueza, acidose e bradicardia (MATTHEWS, 2008; GRAUER, 2010; CORGOZINHO e SOUZA, 2003). No caso relatado, devido aos sinais clínicos apresentados pelo paciente, pôde-se inferir que o tempo de obstrução era inferior a 24 horas.

Devido ao fato da obstrução do fluxo urinário ser induzida por distintos mecanismos, é necessária a avalição diagnóstica de rotina do paciente. Além da anamnese e do exame físico, devem ser colhidas amostras de sangue e urina antes da abordagem diagnóstica e terapêutica, uma vez que há o risco de alteração dos resultados. Durante a cistocentese descompressiva, antes do tratamento, amostras de urina devem ser coletadas, como instituído neste caso (OSBORNE et al., 2008).

No hemograma do paciente (ANEXO C) foi verificada eritrocitose, aumento da hemoglobina, microcitose, leucocitose por neutrofilia e basofilia. No perfil bioquímico não houve alterações (ANEXO D). O aumento tanto das hemácias quanto da hemoglobina sugere, entre outras causas, desidratação (BUSH, 2004a), o que corrobora com que escreveu Mathews (2008), para o qual a desidratação é um achado comum em animais com obstrução total do fluxo urinário. Leucocitose e neutrofilia podem estar associadas à inflamação ou ao estresse (BUSH, 2004b). No caso relatado foi evidenciado o estresse do felino durante a colheita. O exame de ultrassom abdominal (ANEXO E) indicou o espessamento da parede da bexiga e grande quantidade de sedimento/cristais, sugerindo cistite. À ultrassonografia também foi constatada esplenomegalia e hepatopatia esteroidal/infiltração gordurosa. Esta última pode ser

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devido ao estado catabólico em que se encontra o gato obstruído, e que predispõe os animais obesos à lipidose hepática (CORGOZINHO e SOUZA, 2003).

O exame qualitativo de urina (ANEXO F) revelou proteinúria (100 mg/dL), pH alcalino (8,0), sangue oculto (1+), numerosas células de transição, leucócitos (30), hematúria (mais de 100), muco (1+) e grande quantidade de cristais de estruvita (3+). Não foram observadas bactérias ou cilindros. Para Norsworthy e Grace (2004), a hematúria e a cristalúria por estruvita são achados comuns na DTUIF, sendo que a hematúria deve-se principalmente pela distensão da bexiga e pelo processo inflamatório. A alcalinização da urina, tanto pode estar associada a estresse recente, como pela retenção urinária. Além disso, proteinúria, células de transição e leucócitos também podem indicar processo inflamatório da bexiga. A urocultura deve ser realizada sempre que existir a presença de hemácias e bactérias na urina. Porém, a urina tende a ser asséptica e a existência de bactérias; portanto, é rara. Nesse caso, como não foram identificadas bactérias, o exame não foi realizado (BUSH, 2004c; CORGOZINHO e SOUZA, 2003; NORSWORTHY e GRACE, 2004).

Após a desobstrução, o paciente expeliu inúmeros tampões uretrais. Esses tampões foram formados, provavelmente, devido à ocorrência simultânea de inflamação do trato urinário e pela cristalúria persistente (OSBORNE e al., 2008), como foi identificado pelo exame de ultrassom e de urina. Little (2015) escreve ainda que a maior parte dos tampões uretrais é composta por mucoproteína, fragmentos inflamatórios e cristais aprisionados, sendo que a composição mineral dos tampões uretrais é predominantemente de estruvita. Ainda não se sabe o que leva à formação dos tampões uretrais, e embora, acredita-se que os tampões se formem em felinos com inflamação latente. Nesse caso, cristais presentes no lúmen uretral podem ser aprisionados por proteínas do plasma que entram na urina a partir de extravasamento vascular suburotelial, o que resulta em obstrução. A inflamação ativa associada ao extravasamento de proteínas plasmáticas para a urina pode elevar o pH urinário, favorecendo a precipitação de cristais de estruvita.

No caso relatado após o resultado dos exames, o paciente foi submetido à fluidoterapia de manutenção com Ringer Lactato e posteriormente, anestesiado. Segundo Norsworthy e Grace (2004), gatos com obstrução uretral total, frequentemente estão desidratados, por isso a primeira conduta terapêutica a ser instituída é a administração intravenosa de fluidos. A administração de solução eletrolítica alcalinizante, como Ringer Lactato, deve ser instituída após o teor sérico de potássio ser conhecido, uma vez que pacientes obstruídos, muitas vezes desenvolvem hipercalemia, o que neste caso não ocorreu.

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Para o procedimento anestésico foi utilizado propofol ao efeito e midazolam, via intravenosa. O midazolam, neste caso, foi administrado em virtude de suas propriedades relaxantes, o que facilita a cateterização. O propofol, também produz grau moderado de relaxamento e também é indicado para procedimentos de desobstrução. Ambas as drogas produzem depressão cardiorrespiratória (PAPICH, 2012; CORGOZINHO e SOUZA, 2003; FANTONI et al., 2010) portanto; durante o procedimento foi utilizado concomitantemente oxigenoterapia.

Durante o procedimento de desobstrução, deve-se tentar evitar complicações iatrogênicas, como infecções e lesões, para isso a manipulação deve ser delicada. Antes da introdução do cateter, deve ser realizada a antissepsia do pênis e após a sua exposição, o cateter estéril e lubrificado deve ser suavemente introduzido na uretra até o ponto de desobstrução. Para a irrigação devem ser utilizadas soluções atóxicas, estéreis e não irritantes, como Ringer Lactato e solução salina a 0,9% em alíquotas de 20 ml para a remoção dos cristais da bexiga. Essa manobra deve ser repetida até que se constate a remoção do material obstrutor, o tampão removido deve ser envasado junto com solução de formalina e enviado para análise, sempre que possível (MATTHEWS, 2008; CORGOZINHO e SOUZA, 2003; NORSWORTHY e GRACE, 2004), porém no caso acompanhado o tampão removido foi descartado.

Segundo Corgozinho e Souza (2003), o uso de cateter de espera previne uma nova obstrução pelo material que não foi retirado pela irrigação e facilita a monitoração do fluxo urinário, porém predispõe a infecções e irritações uretrais. O uso de colar elisabetano é fundamental para evitar que o gato remova o cateter de espera. Neste caso, optou-se pela cateterização de espera, contudo o paciente ficou sondado por algumas horas e após remover a sonda, a mesma não foi recolocada. Para Little (2015) um cateter urinário de espera não é necessário para todos os pacientes obstruídos. Se o gato sem cateter urinário não estiver urinando regularmente ou não estiver esvaziando por completo a bexiga, esta deve ser comprimida manualmente 3 ou 4 vezes por dia, no caso relatado foram realizadas duas compressões e uma cistocentese.

Uma das causas para a reobstrução após a remoção da sonda são os espasmos da musculatura lisa e esquelética ao redor da uretra (MATTHEWS, 2008). Por isso, faz-se necessário o uso de drogas antiespasmódicas e relaxantes (LITTLE, 2015), como o diazepam e a prazosina. Ambas as drogas têm efeito na diminuição do tônus muscular, sendo então empregadas no tratamento do felino (PAPICH, 2012).

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A amitriptilina foi utilizada para o tratamento do felino por um período de 33 dias e seu uso é justificado, pois para Tilley e Smith (2008), é um antidepressivo tricíclico e ansiolítico, com propriedades anti-histamínicas, anticolinérgicas, anti-inflamatórias e analgésicas. É indicada para o tratamento sintomático das DTUIF idiopáticas em longo prazo, porém o tempo de duração da terapia ainda é empírico (MATTHEWS, 2008).

Segundo Corgozinho e Souza (2003), a utilização de analgésicos e anti-inflamatórios é fundamental na terapia de gatos com DTUIF. O meloxicam, um anti-inflamatório não esteroidal é indicado para tratar disúria em animais não azotêmicos. O tramadol é um opióide, derivado da morfina e a troca desse fármaco pela meperidina e, em sequência, pela metadona, durante o tratamento é justificada. A metadona, também é um opiáceo derivado da morfina, contudo apresenta efeito analgésico mais duradouro que a mesma e tem a vantagem de produzir menor grau de sedação. Já a meperidina, é um antiespasmódico e analgésico, muito utilizado para o pós-operatório imediato. Em gatos, se comparado à morfina, produz menos efeitos excitatórios, por isso é uma droga de uso rotineiro nesta espécie (GÓRNIAK, 2010). Como recomenda Papich (2012), foi utilizado o corticosteroide, betametasona, via tópica, para reduzir o edema e a inflamação causada pela cateterização no pênis do felino.

A formação de urólitos de estruvita é influenciada pelo pH da urina, pela concentração da urina e pela existência de materiais calculogênicos. O pH da urina influencia a formação de urólitos de estruvita e estes podem ser dissolvidos quando for reduzido abaixo de 6,4. Há associação entre fatores da dieta e a formação de estruvita. Dietas com teor moderado de proteína e baixo teor de gordura estão relacionadas a um risco maior para o desenvolvimento de cristais de estruvita (LITTLE, 2015). No caso relatado, o felino recebia ração renal, porém não apresentava doença renal. As formulações para o tratamento dietético do doente renal, comumente tem teor de proteína reduzido, fato que pode resultar na alcalinização da urina e predispor a formação de cristais de estruvita.

Com relação ao manejo dietético, deve-se considerar o uso de alimento enlatado, uma vez que o alimento úmido favorece a produção de uma urina mais diluída, devido à presença de água (NORSWORTHY e GRACE, 2004), entretanto o paciente rejeitava esse tipo de alimento. Para o tratamento dietético do paciente foi escolhida a formulação Urinary Feline S/O® na versão seca, que auxilia na dissolução de cálculos de estruvita, promove a diluição da urina e diminui a formação de precursores de cristais (ROYAL CANIN, 2018).

Além das medicações, também foi indicado que o paciente continuasse com a fluidoterapia em casa, sendo então, empregados 150 ml de Ringer Lactato, a cada 24 horas por 10 dias, via subcutânea. Essa conduta está de acordo com o que escreveu Lunn et al.,

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(2015). Para o autor, gatos com doença branda ou aqueles que necessitem de fluidoterapia domiciliar são candidatos à administração subcutânea, porém essa via não é adequada para gatos com desidratação grave, hipovolemia, hipotensão ou doença crítica. Fluidos cristaloides isotônicos ricos em sódio, como solução de Ringer Lactato, são usados com maior frequência. O uso de probióticos para tratamento e prevenção de doenças está crescendo rapidamente. Dados referentes ao uso de probióticos para prevenção ou tratamento de doenças do trato urinário inferior em gatos ainda são escassos. Mecanismos propostos na literatura humana para prevenção de infecção urogenital por probióticos incluem a modulação da imunidade do hospedeiro, impedindo a aderência de organismos ao epitélio urogenital e a modulação do crescimento ou a colonização de patógenos (RADITIC, 2015).

3.2.4 Conclusão

A uropatia obstrutiva é uma enfermidade que exige abordagem de caráter emergencial. No caso relatado tanto a terapêutica instituída quanto o diagnóstico foram essenciais para a recuperação do paciente. Salienta-se também o papel do tutor que, nesse caso, proporcionou rápido atendimento ao felino e soube identificar os sinais clínicos da DTUIF.

3.2.5 Referências

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4 CONCLUSÃO

O estágio final possibilita ao aluno o aprimoramento dos conhecimentos adquiridos na graduação e a aquisição de novas experiências. Também propicia o acompanhamento da rotina dos profissionais médicos veterinários, sendo fundamental para a formação intelectual e pessoal do aluno, além de oportunizar o contato com uma realidade diferente da vivenciada no espaço acadêmico.

A Chatterie é referência nacional e internacional no atendimento aos felinos. Toda a estrutura da clínica é voltada para a redução do estresse dos felinos, fazendo parte do programa mundial Cat Friendly Practice. Além do correto manejo dos felinos, a empresa também tem preocupação com o bem estar psicológico dos tutores em situações de doença e morte dos animais.

O acompanhamento dos atendimentos clínicos, a rotina da clínica e as cirurgias foram essenciais ao aprendizado e contribuíram para a escolha da área de atuação profissional. A área de Clínica Médica de Felinos deve ser fortemente fomentada na formação dos médicos veterinários, uma vez que o número de felinos no Brasil cresce exponencialmente e deve superar o número de cães em alguns anos. Salienta-se também o papel do correto manejo dos felinos, que previne situações de estresse impactando fortemente no tratamento desses pacientes.

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