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A metodologia do ensino de história nos anos finais do ensino fundamental

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DHE - Departamento de Humanidades e Educação.

ELISA PORTOLANN VIDOTTE

A METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ijuí/RS 2018

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ELISA PORTOLANN VIDOTTE

A METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em História da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí –, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciada em História.

Orientador: Prof. Ms. João Frantz

Ijuí/RS 2018

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer os obstáculos.

A minha família, aos professores e todos os meus amigos que contribuíram de forma direta e indireta para a realização deste trabalho.

As Escolas fonte de pesquisa e os professores e alunos que participaram deste trabalho de pesquisa.

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RESUMO

Este trabalho apresenta o resultado de um estudo sobre a Metodologia usada pelos professores da rede publica do município de Redentora/RS em relação ao ensino de historia. A história ainda é uma disciplina que os docentes apresentam mais dificuldades em romper com a metodologia tradicional. A superação da prática pedagógica tradicional no ensino de historia apresenta-se como uma necessidade aos educadores. Assim, apresentamos uma sugestão de sequência didática utilizando diferentes estratégias para o Ensino de História.

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SÚMARIO

INTRODUÇÃO ... 6

1. O ENSINO DE HISTÓRIA E SUAS METODOLOGIAS ... 9

2. O ENSINO DE HISTÓRIA NO MUNICÍPIO DE REDENTORA/RS ... 20

2.1 Metodologias e Estratégias usadas pelos Docentes da disciplina de História ... 22

2.1.1 Características dos participantes desta pesquisa ... 23

3. POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA ... 26

3.1 Sugestão de Sequencia Didática ... 27

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 29

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INTRODUÇÃO

“Ensinar História é caminhar numa linha de tempo, com duração e cortes diversos. Ensinar história é estruturar identidades. Ensinar história é também produzir conhecimento” (Sônia Nikitiuk)

A história é uma das disciplinas em que os professores encontram maiores dificuldades para romper com o ensino tradicional. Ensinar História de forma construtiva e crítica não é nada fácil, pois o professor enfrenta muitas dificuldades no dia a dia. A crise educacional e a defasagem do salário que estamos nos deparando atualmente, em especial nas escolas públicas é motivo de preocupação e intensas discussões no meio acadêmico e na sociedade principalmente.

Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), o ensino tradicional cedeu lugar a uma perspectiva não linear, articulada e vinculada à realidade do aluno. Mas em diversas escolas essa mudança não ocorreu ficando apenas na teoria, pois poucos professores valorizam a experiência do seu aluno, embora esta deveria ser uma ferramenta norteadora do seu trabalho.

A mudança esperada nos paradigmas, ainda não atingiu a ação da totalidade dos educadores, assim como também a modernidade não atingiu a todos os países subdesenvolvidos.

Nas três ultimas décadas, inúmeras pesquisas propostas e debates cercaram a disciplina de História visando a transformação dos procedimentos de ensino utilizados nesse campo do conhecimento.

O Ensino e o estudo da historia como disciplina escolar foram fortemente influenciados pelo contexto sócio histórico. Ainda no século passado, as aulas de historia eram baseadas na memorização, e repetição oral de textos escritos. A existência de materiais didáticos era muito rara e a transmissão dos conteúdos ficava unicamente ao professor.

O papel da disciplina de historia no ensino regular ficou marcado durante quase todo o século XX por um ensino de fatos históricos pontuais e

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centralizados em personagens e símbolos nacionalistas, algumas vezes com forte caráter de formação ideológica, como por exemplo, o Ensino de história no período da Ditadura Militar no Brasil.

Nesse sentido, a intencionalidade da pesquisa ora apresentada recaiu no interesse de conhecer e investigar a metodologia usada nas escolas públicas, em especial no município de Redentora/RS, onde resido e atuo como professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental há aproximadamente 15 anos. Com esse trabalho foi possível identificar a prática de ensino e as mudanças ocorridas no decorrer dos anos, também a formação dos professores e sua forma de atuação em sala de aula.

Para a elaboração deste trabalho realizei leitura de referenciais teóricos e de diferentes autores/pesquisadores da área, que embasaram os estudos realizados acerca do contexto e das práticas desenvolvidas na disciplina de história, em duas escolas municipais do município de Redentora/RS.

Nessa perspectiva, procurei conversar com docentes com formação em diferentes épocas e instituições, comparando a metodologia utilizada por professores recém formados e os que já possuem vários anos de prática. Conversei com alguns alunos os quais expressaram seus interesses e angústias em relação à disciplina de historia. Outro fato que observei, é um aspecto imprescindível para um ensino de qualidade, que são as condições sociais da comunidade escolar e os recursos que a escola possui. Quanto menores e mais precárias as condições financeiras da instituição e dos alunos, maiores são as dificuldades pedagógicas para efetivação do trabalho docente.

No primeiro capitulo minha abordagem se concentra na história da disciplina de história no Brasil e as metodologias mais usadas pelos professores da Educação Básica. Em seguida temos o capítulo 2, o qual apresenta um pequeno relato sobre o município de Redentora com o foco central na educação do município. No subcapítulo 2.1 apresento as metodologias e estratégias usadas pelos professores da área das ciências humanas da rede pública municipal de Redentora, seguido pelo subcapítulo 2.1.1 com as características dos sujeitos que participaram da pesquisa e um relato da entrevista realizada com professores da disciplina de história e alunos do Ensino Fundamental de algumas escolas municipais de Redentora. O

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capítulo 3 apresenta uma possiblidade de sequencia didática para o ensino de história no Ensino Fundamental. Após temos as considerações finais.

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1. O ENSINO DE HISTÓRIA E SUAS METODOLOGIAS

História é uma palavra de origem grega que traz como definição “investigação”, ou seja, conhecimento a partir da investigação. Assim, a História é considerada uma ciência que estuda o passado e o processo de evolução da humanidade, tendo como referência uma época, um povo ou um indivíduo específico, um determinado lugar. História é um conjunto de acontecimentos que são estudados pelos historiadores. Os estudos acerca da história começaram quando o ser humano encontrou os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados, de modo que a história divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.

Como disciplina escolar, a história se encontra na área das ciências sociais, e engloba o estudo do passado da humanidade. Por outro lado, ela também pode ser compreendida como um relato de ficção, ou como o relato da nossa própria história pessoal.

A disciplina de História surgiu no Brasil a partir do século XIX, com a criação do Colégio Pedro II, o primeiro colégio secundário do País, que apesar de público era pago, abrangendo uma parte do período imperial e o início da República, baseada num modelo francês, pautada na formação cultural das elites, privilegiava os feitos e heróis nacionais, os conteúdos abordavam as práticas cotidianas como os ritos cívicos, festas, desfiles e eventos de culto aos símbolos da Pátria.

O Brasil ao longo da história passou por transformações econômicas e culturais as quais influenciaram diretamente na educação e também no ensino de História. Alguns movimentos como o da Escola Nova, que chegou ao Brasil por volta de1882, com uma ideia principal de que a Educação é uma necessidade social, tiveram influencia no ensino da história fazendo surgir outras possibilidades metodológicas, entre elas a preocupação em despertar hábitos de investigação, crítica e raciocínio lógico, com a pretensão de preparar o aluno para uma vida ativa e atuante por meio de um estudo dirigido. Nessa época o aluno recebia um caderno com questões e respostas, consultava a resposta correta para cada questão e testava seus conhecimentos adquiridos em pesquisas e experiências.

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Mesmo com essas propostas de mudanças metodológicas e didáticas não aconteceram muitos avanços na prática de sala de aula, a disciplina de história continuou sendo ministrada de forma pouco reflexiva, predominando a seleção de conteúdos, as festividades cívicas, memorização de datas e nomes das personalidades históricas, características do Ensino Tradicional.

Havia uma supervalorização do fato: a história era resumida naquilo que se podia perceber e observar, não eram permitidas abstrações. Com a filosofia positivista que procurava valorizar o homem como indivíduo, não havia uma preocupação historiográfica com o coletivo e sim com os heróis e homens que produzem os fatos. Os historiadores positivistas seguiam uma sequência cronológica de fatos, o homem era visto como sujeito de transformação e nunca como objeto de estudo.

A História Tradicional identificada como historiografia positivista, tinha o documento como o objeto principal de análise, ela trabalhava baseada em conceitos de que a história é o fato, a qual se constrói a partir de documentos, se esse não existir, não há história, pois não há comprovação de fatos. Os historiadores tradicionais ou positivistas acreditavam que os métodos utilizados pelas ciências naturais deveriam ser os mesmos aplicados às ciências humanas. Pois afirmavam que a história poderia ter uma interpretação científica dos fatos, sendo “verdadeira” e isenta de abstrações.

Havia um tempo em que a história era contada considerando somente a estrutura política, privilegiando sempre os governos e os governantes, e isso intrigava alguns historiadores e então os levou a repensar essa metodologia surgindo assim, novas tendências historiográficas, as quais eram preocupadas com os processos de transformação da sociedade, entre essas tendências destaca-se a teoria marxista.

Nesta teoria, a história é explicada através dos fatos materiais, a infraestrutura determina a superestrutura. Sua base era econômica e consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida e da estrutura política e a estrutura ideológica. O historiador marxista trabalha na investigação do processo histórico concreto, intervindo de modo prático sobre eles. A estrutura econômica é que determina as demais esferas da vida social,

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privilegiando a produção material, também enfatiza os aspectos da economia na construção da história.

Surge no Brasil outra corrente historiográfica, a Escola dos “Annales” considerada uma inovação da historiografia, com uma visão voltada para a história de longa duração onde a vida política, a organização social, o cotidiano e a economia eram fontes de pesquisa.Com essa proposta a história aproximou-se mais da geografia, antropologia, sociologia, psicologia, filosofia, possibilitando agora com novos instrumentos de pesquisa, chegar a uma ou várias respostas sobre o objeto ao que se pesquisa e muitas vezes encontrando inúmeros questionamentos, coisa que antes não existia.

A produção historiográfica por muito tempo ficou só nas narrativas dos grandes acontecimentos, a partir de 1930ocorreram às primeiras mudanças, as discussões políticas influenciaram diretamente o ensino público e consequentemente a disciplina de História, sendo fundamental para a renovação da historiografia, tanto marxistas, quanto da chamada escola dos Annales.

As propostas curriculares passaram a ser debatidas, com discussões de caráter psicológico e pedagógico em função do papel do sujeito que aprende e as novas formas de se compreender o ensino. Buscava-se, um trabalho com a História temática, tendo-se a História Local como um recurso pedagógico fundamental.

Após a Segunda Guerra Mundial até o final da década de 1970foi um período de lutas pela especificidade do ensino de história no currículo escolar. Destacam-se dois momentos significativos nesse processo: primeiro a democratização do País com o fim da ditadura Vargas, e o segundo durante o governo militar.

Imediatamente após a guerra, a História passou a ser considerada, pela política internacional, como sendo uma disciplina significativa na formação de uma cidadania para a paz, recebendo cuidados especiais tanto na organização curricular quanto na produção dos materiais didáticos. A Organização das Nações unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) passou a interferir na elaboração de livros escolares e nas propostas curriculares, principalmente

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nas questões raciais. Segundo essa organização a História deveria apresentar conteúdos mais humanísticos e pacifistas, voltados ao estudo dos processos e desenvolvimento econômico das sociedades, bem como dos avanços tecnológicos, científicos e culturais da humanidade.

Enquanto no plano da educação nacional a tendência era substituir História e Geografia por Estudos Sociais. Uma proposta para renovar o enfoque da disciplina que perdia o caráter do projeto nacionalista cívico e moralizante, marcando a penetração da visão norte-americana nos currículos brasileiros.

A disciplina de História no início dos anos 1950 recebia uma nova seriação de História Geral e do Brasil para o ensino secundário, influências de historiadores profissionais formados pelas universidades. E a temática econômica ganhava espaço na disciplina com o estudo dos ciclos econômicos, sendo entendida a partir da sucessão linear dos centros econômicos hegemônicos da cana-de-açúcar, mineração, café e industrialização.

Paralelo a isso, era introduzido, nos cursos das escolas experimentais e vocacionais, os programas de Estudos Sociais, centrados no desenvolvimento da ideia dos círculos concêntricos, de educação para o trabalho, de um preparo voltado para o advento do mundo urbano e industrial. Uma das propostas de estudo no nível secundário era a economia, baseados nos “modos de produção”, sob a influência da historiografia marxista.

Nas escolas primárias, mesmo com as propostas de Estudos Sociais, prevaleciam os conhecimentos históricos baseados nas festividades cívicas, e nas séries finais preparavam-se os alunos com resumos da História colonial, imperial e republicana para atender ao programa dos exames de admissão (de acordo com a organização dos níveis de ensino na época). A substituição de História e Geografia, pelos Estudos Sociais ocorreu durante o governo militar coma Lei n. 5.692/71. Os Estudos Sociais constituíram-se ao lado da Educação Moral e Cívica fundamentada nos estudos históricos, intercalados por temas de Geografia centrados nos círculos concêntricos. Com essa substituição os conteúdos de História e Geografia foram esvaziados ou diluídos.

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A organização curricular de Estudos Sociais tinha uma proposta de estudos sobre a sociedade e estes deveriam estar vinculados aos estágios de desenvolvimento psicológico do aluno, devendo, partir do concreto ao abstrato em etapas sucessivas. Iniciava-se o estudo do mais próximo, a comunidade ou o bairro, indo ao mais distante, o município, o estado, o país, o mundo. Os conteúdos eram organizados hierarquicamente devendo respeitar a faixa etária do aluno, por isso a história do mundo não era ensinada na escola primária, por ser considerada distante e abstrata. Essa visão da disciplina fez gerar os chamados pré-requisitos de aprendizagem, que se configura a necessidade da aquisição de noções e de conceitos relacionados às Ciências Humanas. Nesta linha de pensamento entendia-se que o aluno para compreender a História deveria dominar, a princípio, a noção de tempo histórico. Com isso o ensino limitava-se a atividades de organização do tempo cronológico, datas, calendário, ordenação temporal, sequência passado-presente-futuro. Era uma linha do tempo, amarrada a uma visão linear e progressiva dos acontecimentos.

Houveram algumas transformações no Ensino durante o governo militar, as quais não se limitaram às mudanças no currículo e nos métodos de ensino. O fim do exame de admissão e o ensino obrigatório de oito anos da escola de primeiro grau trouxeram mudanças significativas no sistema público de Ensino no Brasil. Ao mesmo tempo em que eram ampliadas as oportunidades de acesso à escola para a maioria da população, ocorria uma paradoxal deterioração da qualidade do ensino público.

Havendo uma necessidade de atender à demanda de profissionais da área de Estudos Sociais os governos militares criaram os cursos de Licenciatura Curta o que contribuiu para o avanço das entidades privadas no ensino superior e uma desqualificação profissional do docente.

Além do mais, os Estudos Sociais ignoravam as áreas de conhecimentos específicos em favor de saberes puramente escolares, contribuindo para um afastamento entre as universidades e as escolas de primeiro e segundo graus. Considerando uma pratica que prejudicou o diálogo entre pesquisa acadêmica e o saber escolar, também atrasou as necessárias

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introduções de reformulações do conhecimento histórico e das ciências pedagógicas no âmbito escolar.

No decorrer dos anos 1970 as lutas de profissionais da Educação, desde a sala de aula até a universidade, ganharam maior expressão com o crescimento das associações de historiadores e geógrafos (ANPUH e AGB1)

que se abriram aos docentes, e seu engajamento na batalha pela volta de História e Geografia aos currículos escolares e extinção dos cursos de Licenciatura Curta em Estudos Sociais.

Nos anos 1980 os conhecimentos escolares passaram a ser questionados e redefinidos por reformas curriculares. Houve uma transformação na clientela escolar composta agora por vários grupos sociais que passavam por um intenso processo de migração, do campo para as cidades, e também entre os Estados, com acentuado processo de diferenciação econômica e social, forçavam mudanças no espaço escolar.

Esta nova geração de alunos habituavam-se à presença de novas tecnologias de comunicação, em especial o rádio e a televisão, que se tornaram canais de informação e de formação cultural. Estes meios de comunicação adentraram as escolas tornando-se uma nova realidade que não poderia ser mais ignorada.

Ao mesmo tempo os professores tornaram-se uma importante voz na configuração do saber escolar, iniciaram-se neste contexto as discussões sobre o retorno da História e da Geografia ao currículo escolar a partir das séries iniciais de escolarização. Reforçando os diálogos entre pesquisadores e docentes do ensino médio, houve uma considerável expansão dos cursos de pós-graduação em História, com presença significativa de professores da Educação Básica.

Os historiadores demostravam interesses a novas problemáticas e temáticas de estudo, sensibilizados por questões ligadas à história social, cultural e do cotidiano, sugerindo possibilidades de rever no ensino fundamental as abordagens históricas tradicionais. A história chamada “tradicional” sofreu diferentes contestações.

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Os métodos tradicionais de ensino estavam sendo questionados com maior ênfase. Os livros didáticos, que eram difundidos amplamente e enraizados nas práticas escolares, passaram a ser questionados em relação aos conteúdos e exercícios propostos.

Na década de 1990, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) produzidos e divulgados pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, nos quais estão indicados os objetivos, os conteúdos e as orientações didáticas para o ensino na Escola Fundamental, nas diferentes áreas de conhecimento.

Os PCNs trabalham na perspectiva de que a História deve adequar-se ao novo movimento sociocultural, enfatizando o significado da cidadania, compartilhando a ideia de que a história moderna se constituiu pela ampliação dos direitos a serem garantidos (civis, políticos, sociais e culturais). O ensino da história é um processo em contínua transformação e adaptação à realidade dos alunos e da sociedade como um todo. É indispensável, neste processo que o professor acompanhe as transformações e procure continuamente se adaptar as novas demandas do ensino.

Quanto aos objetivos do ensino de História, nessa última década, além da preocupação com a cidadania, existe também o objetivo de contribuir para a construção de identidade, não só nacional, mas global.

É necessário repensar o ensino de história não como um conhecimento pronto e acabado pautado em fatos somente, mas como ciência que tem importância social para compreender a igualdade e as transformações pelas quais a sociedade passa. Sendo assim, podemos afirmar que o processo histórico é contínuo, as transformações acontecem e são decorrentes das ações dos próprios homens.

Somos desafiados a adequar as exigências do mundo real, com uma prática de ensino de história que apresente conteúdos socialmente responsáveis, pois o objetivo central da história não é mais o estudo do passado e sim o estudo da relação entre o presente e o passado, na percepção de suas continuidades e mudanças. O passado não é apenas uma data, a

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distância cronológica que separa um evento do outro. O passado torna-se indispensável quando estabelece com ele relações de mudanças.

Nessa perspectiva, o professor deve disponibilizar ferramentas para a construção de uma nova visão da disciplina de história, se libertando de conceitos estereotipados e muitas vezes preconceituosos, possibilitando assim novas maneiras de olhar e entender o mundo.

A aprendizagem ocorre de forma simultânea com o desenvolvimento do ser humano, funda-se num processo contínuo com as modificações em função das situações e das ações exercidas pelos sujeitos no seu contexto histórico-social. A disciplina de História permite uma compreensão da realidade, possibilita mudanças a serem realizadas pelo homem com o objetivo de ampliar suas experiências coletivas. Sendo assim os alunos chegam à escola carregando concepções, noções, ideias, conceitos, preconceitos e informações cujo aprendizado teve origem na experiência pessoal, no convívio com os mais velhos e seus amigos e familiares.

Consideram-se também as histórias individuais, pois elas são parte das histórias coletivas, os fatos históricos não se explicam por si só, eles se tornam compreensíveis quando colocados em relação a outros fatos dentro de um conjunto maior. O ideal é fazer o aluno compreender que as grandes personalidades não produzem a História e sim a história que produz grandes personalidades.

Assim, a História não pode ser apresentada ao educando como uma verdade acabada ou ainda uma série de datas e fatos que se deve aprender pela memorização. É fundamental que o aluno perceba que não há verdades absolutas, mas diferentes sujeitos e formas de organização onde o homem é ao mesmo tempo produto e produtor da história.

Quanto aos conteúdos curriculares, os PCNs propõem que sejam organizados em consonância com a realidade histórica na qual se insere consequentemente esta relação com o conhecimento histórico, os professores e educandos precisam ter uma abordagem crítica, estar atentos para as transformações e as inúmeras formas de ensinar e aprender História.

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O conhecimento é uma construção a partir da internalização dos conceitos aprendidos culturalmente por intermédio da interação com o outro. É dever da escola proporcionar situações de aprendizagem para que os educandos troquem experiências e auxiliados pelo professor sistematizem essas trocas. Cabe ao professor realizar uma organização didática adequada formulando hipóteses; classificando fontes históricas; analisando as mesmas para que aconteça o aprendizado esperado.

Observando o ensino de História, na dinâmica da educação escolar, ainda identifica-se que o livro didático continua sendo o referencial prioritário e básico para estudos, tanto de alunos quanto de professores. Nesse sentido, destacamos que houveram algumas mudanças significativas nas últimas décadas em relação à prática docente, mas o livro didático persiste como sendo uma muleta para alguns professores, porém o saber não deixou de estar fundamentado no conteúdo, na memorização e na história factual. Assim, é necessário que se tome cuidado para que a escola não trate os alunos como máquinas que guardam e arquivam uma grande quantidade de informação, pois não é a quantidade de informação e sim a qualidade do processo de ensino aprendizagem que importam.

Em relação à concepção e caracterização do livro didático, Bitencourt (2002, p. 73), afirma que:

É necessário enfatizar que o livro didático possui vários sujeitos em seu processo de elaboração e passa pela intervenção de professores e alunos que realizam práticas diferentes de leituras e de trabalho escolar. Os usos que os professores e os alunos fazem do livro didático são variados e podem transformar esse veículo ideológico e fonte de lucro das editoras em instrumento de trabalho mais eficiente e adequado às necessidades de um ensino autônomo. (BITENCOURT, 2002, p. 73).

Assim, conforme o autor é importante observar que o processo de produção dos materiais para sala de aula, como por exemplo, os livros didáticos, é também um processo histórico, e por isso mesmo, não neutro, permeado de interesses e de acordo com os objetivos e planos para a sociedade que se quer formar. Nesse sentido, salientamos que:

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[...] o professor pode superar as deficiências de um texto didático quando competente para aquilo que se destina, isto é: o ensino. Se bem preparado, tanto metodologicamente, quanto na área de conhecimento em que trabalha, no caso História, acreditamos que, ainda: um bom professor pode fazer um excelente trabalho com o pior dos livros didáticos. ().

Por outro lado, valorizando a interação em sala de aula e a produção de materiais didáticos próprios (saindo do cerceamento dos livros didáticos), o professor poderá utilizar em suas aulas, por exemplo, brincadeiras antigas e músicas, sugerir ao aluno que traga um objeto antigo, e a partir dele organizar uma ficha de identificação (a quem pertence, de que é feito, quando foi produzido, anotar o máximo de informação possível).Utilizando informações da própria história de cada estudante através dos documentos como a certidão de nascimento e carteira de vacinação, o aluno poderá, dessa forma, entender que é sujeito da história e que faz parte da história de um grupo social.

Há uma diversidade de enfoques metodológicos construídos especialmente nas últimas décadas que nos fazem pensar que não há uma metodologia única para a pesquisa e para a prática pedagógica do ensino de História. O desafio é mostrar que é possível desenvolver uma prática de ensino de História rica em conteúdo, que prioriza conceitos que são imprescindíveis na formação histórica e que auxilie o aluno em sua vivência como cidadão.

A dinamicidade e a inovação das aulas estão correlacionadas às concepções político-educacionais. É um imperativo dizer e lembrar constantemente que:

[...] uma aula pode ser extremamente conservadora e ultrapassada contando com todos os mais modernos meios audiovisuais. Uma aula pode ser muito dinâmica e inovadora utilizando giz, professor e aluno. Em outras palavras, podemos utilizar meios novos, mas é a própria concepção de história que deve ser repensada. O recorte que o professor faz é uma opção política. (BEZERRA, 2003, p.09).

Em outros termos, compreendemos que o professor de História deve se constituir tendo como base uma postura e uma visão crítica, podendo assim atuar para a construção de um novo modelo de ensino que rompa com a estrutura do velho paradigma que constituía a forma tradicional de ensinar.

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Cabe lembrar que as mudanças acontecem de maneira processual, e da mesma forma que a sociedade se constitui em um processo histórico, também os processos de ensino e aprendizagem da História em sala de aula vão se modificando ao longo do tempo.

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2. O ENSINO DE HISTÓRIA NO MUNICÍPIO DE REDENTORA/RS

Os dados a seguir sobre o município de Redentora são baseados num levantamento da Secretaria de Educação e Cultura deste município e posteriormente registrado numa apostila que encontramos na Biblioteca Municipal e também na própria secretaria de Educação.

O município de Redentora fica situado na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, se constitui como uma base essencialmente agrícola, tendo em vista as principais fontes de renda e subsistência que provem dos cultivos de soja, milho e trigo. Possui uma população de aproximadamente 11600 habitantes, de acordo com o Censo realizado em 2010. Tem uma extensão territorial de 302 km2, e faz divisa com os municípios de: Coronel Bicaco,

Miraguaí, Braga e Dois Irmãos das Missões.

Redentora faz parte da região turística conhecida como Rota do Yucumã, em razão de pertencer ao caminho realizado até o município de Derrubadas/RS, onde se encontra o Salto do Yucumã, como é conhecida a maior queda de água longitudinal do planeta.

No território de Redentora há uma parte da Reserva Indígena do Guarita, que se estende também pelo território dos municípios de Tenente Portela e Erval Seco. A Reserva Indígena do Guarita abriga o maior contingente da população Kaingang e também Guarani (aproximadamente 6 mil pessoas), tendo seu território sido demarcado com cerca de 23 mil hectares.

Vivemos num mundo capitalista, onde se procura obter conhecimentos com o objetivo de conseguir posição social e retorno financeiro, uma sociedade que usa a violência como argumento e faz dela meios para defender seus interesses. Um mundo conturbado, onde a família, eixo central da sociedade, perde sua identidade, gerando filhos sem princípios e valores. As consequências da crise global interferem na situação do nosso município: pais desempregados, baixo poder aquisitivo, famílias desestruturadas, crianças/alunos desmotivados.

Nossa comunidade escolar é afetada pelos fatores anteriormente mencionados, passa por dificuldades com infra-estrutura, saneamento, falta de

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valores éticos, morais e religiosos, falta de condições de vida dignas, alcoolismo, drogas, entre outros. Nas escolas do campo, que em Redentora tem duas, uma municipal e outra estadual, a situação da clientela varia muito pouco, pois os problemas com drogas são acentuados em todo o município e estão presentes também em meio às famílias do interior, inclusive nas famílias indígenas, que fazem parte do público atendido em nossas escolas.

Quanto à educação, nossas escolas tem a missão de compartilhar o conhecimento e desenvolver consciência crítica, de forma que seja capaz de analisar a realidade, a fim de buscar condições de vida melhor, mais digna e com maiores valores pessoais e sociais, de respeito à vida em sua complexidade, do meio ambiente como forma sustentável de vida. Também desejamos que nossa clientela interfira no seu meio, participando das decisões, buscando soluções, tendo boa convivência, tendo presente em sua vida os valores morais e éticos.

Como panorama geral da Educação no município, cabe destacar que o sistema municipal é composto por 6 escolas, sendo que apenas 2 oferecem o ensino fundamental completo. Estas duas escolas compõem nosso objeto de pesquisa, lembrando que nosso foco está no ensino de história.

As Modalidades de Ensino oferecidas pelas escolas municipais Maria Belmont Albert (que identificaremos como Escola A), localizada no Bairro Nove de Julho na zona urbana, e na Escola Assis Brasil (que identificaremos como Escola B), localizada no distrito de Sitio Cassemiro, são: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Essa duas escolas atendem uma clientela de aproximadamente 280 alunos.

No município ainda tem mais três escolas municipais que atendem alunos da educação infantil ate o 4º ano do ensino fundamental, sendo uma na cidade e duas no interior. Ainda tem uma Escola só de Educação Infantil que atende uma media de 200 alunos, situada na zona urbana. Há também uma Escola Estadual na cidade e 8 escolas Indígenas dentro da Terra Indígena do Guarita. As escolas Indígenas são todas estaduais, e portanto, não fazem parte do foco deste trabalho.

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Em estudo aos Planos de Ensino, e aos Projetos Político Pedagógico das duas escolas em questão; observamos que as Propostas de ensino para a disciplina de História ainda são insipientes em objetivos e apresentam um texto simples, sem detalhar metodologias, mostra um objetivo geral, uma competência e os conteúdos programáticos sugeridos como orientação ao trabalho do professor.

Considerando a necessidade de repensar e também fazer uma reflexão sobre a nossa prática docente no Ensino de História nos anos finais do Ensino Fundamental, bem como a necessidade de analisar e discutir a metodologia usada nas aulas desse componente curricular organizado e modificado no decorrer dos anos, é que buscamos neste estudo, promover reflexões que permitam olhar para as metodologias de Ensino de História com o intuito de proporcionar ao aluno desenvolvimento e ampliação de sua capacidade de ser um sujeito crítico em relação ao modelo de sociedade que vivemos e o que queremos que seja construído.

2.1 Metodologias e Estratégias usadas pelos Docentes da disciplina de História

Os professores são sujeitos do conhecimento e sua prática exige um saber teórico, científico e didático-pedagógico, o que requer processos de formação inicial e continuada que contribuam para a sua constituição. Sendo assim, cabe ao professor mediar e organizar os processos de ensino e aprendizagem em relação ao conteúdo, metodologia, avaliações e demais situações pertinentes ao sistema da escola, buscando favorecer a interação com e entre os estudantes, valorizando também os seus saberes provenientes de experiências anteriores.

Quanto à sala de aula, que se constitui em um espaço complexo, o professor tem que levar em conta muitas variáveis. Em toda e qualquer ação pedagógica é importante respeitar os saberes do educando, com isso valorizando e reconhecendo a sua identidade cultural. O docente é considerado o principal mediador da cultura e dos saberes escolar e também é detentor da missão educativa da Escola.

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Esse trabalho de pesquisa tem como foco as metodologias de ensino utilizadas nas aulas de História dos Anos Finais do Ensino Fundamental, nas escolas públicas do Município de Redentora/RS e foi desenvolvida com os professores que estavam atuando no momento na disciplina de História.

2.1.1 Características dos participantes desta pesquisa

Os sujeitos participantes desta pesquisa foram dois professores e alunos do 6º ao 9º Ano da Escola B e uma professora e alguns alunos do 9º Ano da Escola A.

Para preservar a identidade dos participantes da pesquisa usarei uma combinação alfanumérica sequencial, como por exemplo: P1- Professor 1, P2 – professor 2.

Realizei observações nessas duas escolas acima citadas, em sala de aula e dialogando com os professores e os alunos sobre as aulas de História, conteúdos que estavam trabalhando, as metodologias.

Registrei algumas falas dos professores a partir de uma conversa semiestruturada, que teve como referência as seguintes questões: Qual a sua formação e em que ano concluiu a graduação? Qual o motivo que levou a escolha deste curso? Há quanto tempo atua em sala de aula? Nas suas aulas de história, quais as metodologias usadas? Quais deram mais certo ou são mais aceitas pelos alunos?

Em relação às respostas: O Professor P1 é graduado em História pela Unijui, concluiu em 2004, tem pós-graduação em Interdisciplinaridade pela FAI (Faculdade de Santa Catarina.) e atua em sala de aula desde 2002. Em sua fala diz que fez o magistério e que sempre desejou ser docente, a escolha pelo curso de História foi influenciada pela professora da disciplina de história que teve no Ensino Fundamental. Ele descreve que em suas aulas faz leituras com os alunos, inclusive nos livros didáticos, atividades de interpretação, pesquisas (quando tem internet na escola ou os computadores funcionam), alguns vídeos ou filmes para ilustrar os estudos. Continua usando as praticas que vê maior aceitação dos alunos e tenta utilizar outras quando possível.

O P2 atua desde 1989, é formado em História pela Unijuí e concluiu o curso em 2007. A escolha pelo curso de História se deu por uma “paixão de

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infância”, nas palavras do professor. Quanto às metodologias usadas em sala de aula ele relata que faz trabalhos em grupos, pesquisas, pequenos debate sobre o tema, usa o livro didático e passeios a locais históricos. Diz que não encontra resistência aos métodos utilizados e aos conteúdos trabalhados em sala de aula.

Já o P3 é formado em Pedagogia desde 2008, e atua na docência há doze anos. O motivo pelo qual esta atuando este ano na disciplina de História se dá pela falta de professor habilitado em história no quadro docente da escola. As suas práticas em sala de aula são basicamente as mesmas citadas pelos outros professores.

Assim, observamos que os três professores com quem dialogamos, possuem diferentes trajetórias de formação inicial e continuada, compondo um cenário diferenciado em sua atuação profissional. No entanto, em relação às metodologias utilizadas, todos apontaram basicamente para as mesmas estratégias: uso de livro didático, vídeos, internet, e quando possível a realização de passeios ou visitação á lugares históricos.

Além do diálogo com os docentes, conversei com alguns alunos de 6º a 9º Ano do Ensino Fundamental das duas escolas, individualmente, perguntando: O que eles mais gostam nas aulas de história? Se consideram importante a disciplina de História?

A grande maioria das respostas em relação ao que mais gostam nas aulas de história, do ponto de vista dos estudantes, é estudar e conhecer sobre a história do Brasil, e também sobre a primeira e a segunda guerra mundial. Ainda, os estudantes afirmam que preferem as aulas que tem diálogos e não só as leituras e as pesquisas. Consideram importantes as aulas de história, pois é uma disciplina que traz um grande conhecimento para a formação do sujeito tornando-o um cidadão critico e com senso de justiça.

De modo geral, os estudantes não descreveram metodologias específicas (nem caberia a eles definir metodologias), apenas mencionaram que preferem o diálogo e as aulas em que participam mais ativamente. Isso nos mostra que os estudantes se sentem valorizados quando podem participar da aula e quando as decisões são tomadas em coletivo. Mesmo sem conhecer todas as possibilidades e conteúdos que a disciplina de história poderia abordar, os estudantes se mostraram bastante interessados pelos conteúdos

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que já estudaram, e percebem a importância desses estudos para sua própria constituição enquanto sujeitos ativos e participantes da sociedade.

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3. POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA

Para além das estratégias e metodologias mencionadas pelos docentes entrevistados, apresento nesse capítulo outra possibilidade de organização metodológica, denominada de Sequência Didática. A sequência didática é uma alternativa que o professor tem para planejar o seu trabalho em sala de aula levando em conta os conteúdos e seus objetivos de aprendizagem para um determinado período delimitado.

De acordo com Dolz, Noverraz e Schneuwlv (2004, p.97), “Sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”. Ela está entre outras modalidades de organização da aula, como por exemplo as atividades de rotina e projetos didáticos.

Fazer um planejamento que seja capaz de levar uma turma do ensino fundamental a um avanço considerável na sua aprendizagem, é sempre um grande desafio para o professor.

Inicia-se pela escolha dos conteúdos que serão abordados, o ideal é que o planejamento esteja plenamente de acordo com o projeto político-pedagógico (PPP) da escola e atrelado a uma proposta curricular. A tarefa parece ser um pouco complexa, desafiadora.

A partir do estudo de diferentes metodologias usadas no ensino da disciplina de história apresento uma proposta de sequência didática, a qual traz como foco a História do município de Redentora. Este trabalho foi realizado com os alunos do 7ºano do Ensino Fundamental, no ano letivo de 2017, em ocasião do dia do município que é comemorado em 12 de Abril.

Nesse sentido, descrevo a proposta de sequência didática para o ensino de história, que poderá ser adaptada ao contexto de outras escolas do município, lembrando que toda sequencia didática tem uma estrutura que poderá ser modificada de acordo com a necessidade.

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3.1 Sugestão de Sequencia Didática TEMA: O Município de Redentora/RS

APRESENTAÇÂO: A escolha desse tema se deu em ocasião ao aniversário do município, mas pela relevância do tema poderia ser trabalhado em qualquer outra data. O município de Redentora foi emancipado em 12 de Abril de 1964, teve outros nomes até ser batizado com o atual nome devido a uma imagem do Cristo Redentor que a Igreja Católica da cidade havia ganhado na época.

O ideal é que o aluno reconheça a sua história, se identifique também dentro da história do seu município, é preciso partir da história local para que Ele entenda a história num todo.

JUSTIFICATIVA: Esta sequencia didática foi elaborada com o proposito de valorizar a história local, criando possibilidades para o aluno localizar-se dentro do estado e do seu país.

PÚBLICO ALVO: alunos do 7º ano do Ensino Fundamental. NÚMERO DE AULAS: 8 aulas.

CONTEÚDOS ABORDADOS: -Linha do tempo

-Grupos Étnicos existentes no município. -Economia.

-Hino Municipal.

-Poderes executivo e legislativo. QUADRO SINTÉTICO DAS AULAS: -Leituras e pesquisa sobre o tema.

-Visita a câmera de vereadores e prefeitura municipal. -Diálogo com pessoas mais antigas da comunidade. -Expor cartazes na escola sobre o tema.

-Fazer maquetes da cidade e do bairro onde a escola esta localizada. -Questionário.

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-Atividades com o mapa municipal e do Brasil.

A Sequência Didática é um conjunto de ideias e materiais de ensino destinados a permitir a aprendizagem de um determinado conteúdo ou tema. Essa sequência que apresentei pode ser considerada como um exemplo e também sugestão para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de História nas escolas do Município de Redentora/RS, podendo ser adaptada conforme a realidade de cada município.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A disciplina de História se apresenta como uma das disciplinas fundamentais no processo de formação dos sujeitos, considerando a necessidade de conhecer os processos históricos de desenvolvimento das sociedades, possibilitando a compreensão do momento atual.

A história procura ver especificamente as transformações pelas quais passaram as sociedades humanas. A transformação é a essência da História, quem olhar para traz, na história de sua própria vida, compreenderá isso facilmente. Nós mudamos constantemente, isso é válido para o individuo e para a sociedade. Nada permanece igual e é através do tempo que se percebe as mudanças.

É necessário que haja uma reflexão por parte do professor diante da sua prática pedagógica, e assim tornar sua aula de História interessante e atraente para seus alunos. Instigando-os a entender o passado como fator que influencia sobre o presente. O Ensino da História deve oferecer ao aluno um estímulo para a compreensão da realidade.

Considerando a problematização da pesquisa que tinha como foco central nas metodologias de Ensino utilizadas nas aulas de História nos anos finais do Ensino Fundamental, nas escolas do Município de Redentora/RS, observa-se que as metodologias mais utilizadas pelos professores da rede Municipal, apresentam-se basicamente as mesmas estratégias: uso de livro didático, vídeos, internet, e quando possível à realização de passeios ou visitação á lugares históricos. Levando em conta que o professor tem que se adequar aos recursos que a escola e Secretaria de Educação oferecem.

Considerando que devido à realidade financeira dos alunos e a “carência de cultura” de alguns pais não é possível pedir ao aluno que leve para escola nenhum tipo de material para realizar alguma atividade, somente aquilo que a escola dispõe ou o próprio professor. Com isso entendo que quanto menores e mais precárias as condições financeiras da instituição e dos alunos, maiores são as dificuldades pedagógicas.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394|96.2. SILVA, Marco Antônio. Nas trilhas do ensino de história: teoria e prática / Marco Silva, Amélia Porto. - Belo Horizonte: Rona, 2012.

BRODBECK, Marta de Souza Lima. Vivenciando a História- Metodologia de Ensino de História. Curitiba, 2012.

GIL, Carmen Zeli De Vargas. A docência em História: reflexões e propostas para ações. Editora Edelbra Editora Ltda

BNCC – Base Nacional Comum Curricular.

KARNAL, L. História na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003, 37-48.

COTRIM, Gilberto. Historia Global – Brasil e Geral. São Paulo: Editora Saraiva 2010

BOULOS, Júnior Alfredo. História, Sociedade e Cidadania. São Paulo, FTD S.A, 2015.

BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar História- das Origens do homem a era digital. São Paulo, Moderna, 2015.

Referências

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