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Avaliação do laçamento de esgoto tratado e in natura do estuário do rio Sergipe.

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Academic year: 2021

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar

Avaliação do lançamento de esgoto tratado e in natura do estuário do rio

Sergipe.

Rômulo André Santos Silva (PROBIC/Unit), e-mail: romuloandre_555@hotmail.com;

Igor Luiz de Souza Aragão, e-mail: i.aragao@campus.fct.unl.pt;

Eliane Bezerra Cavalcanti, e-mail: ebcavalcanti@gmail.com;

Maria Nogueira Marques (Orientador), e-mail: mnogueiramarques@yahoo.com.

Universidade Tiradentes/Engenharia de Petróleo/Aracaju, SE.

1.00.00.00-3- Ciências Exatas e da terra 1.06.00.00-0- Química

RESUMO: Este estudo foi realizado na região do sistema estuarino do rio Sergipe, em área que se encontra sob a influência de ações antrópicas como o despejo de esgoto in natura, por encanamentos clandestinos e esgoto tratado pela estação de recuperação de qualidade de Nossa Senhora do Socorro-SE (Erq-Norte). Foram analisados os seguintes parâmetros físicos e químicos: temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, sólidos totais, turbidez e carbono orgânico total. Verificou-se que os valores de oxigênio dissolvido (média de 4,26 ± 2,9 mg/L de O2 ) ficaram abaixo da legislação e os valores de carbono orgânico total (média de 61,33 ± 8,34 mg/L ) ficaram acima. Os resultados evidenciam o impacto que o estuário vem sofrendo devido as ações antrópicas de seu entorno.

Palavras-chaves: ação atrópica. Recurso hídrico. Qualidade de água.

INTRODUÇÃO

O sistema estuarino é uma zona de interação entre o continente com a atmosfera e o meio marinho. Os estuários apresentam grande importância ao ecossistema devido a sua dinamicidade (CARVALHO E FONTES, 2006). Atualmente a degradação dos estuários vem sendo causadas devido ao despejo desordenado de resíduos industriais e domésticos, que são fontes de poluição orgânica e inorgânica.

O sistema estuarino do rio Sergipe, desempenha papel importante para a região metropolitana de Aracaju (RMA), pois é fornecedor de matéria prima para a indústria, turismo, lazer como também é meio de subsistência para os pescadores.

A região metropolitana de Aracaju (RMA), desenvolveu-se junto ao estuário do rio Sergipe. Na RMA o índice de coleta de esgotos sanitários, é da ordem de 35%, refletindo em impactos na

qualidade das águas urbanas (GIAU,2010). O processo de implantação da rede de canais de drenagem da pluvial, em Aracaju ocorreu de forma desordenada e dispersa. O espaço urbano foi sofrendo pressão humana e criando diversos problemas de infraestrutura, dentre eles o despejo ilegal de esgotos nas calhas desta rede de drenagem, no qual dejetos escoados diretamente para o estuário sem algum tratamento prévio (ALVES, 2007; GIAU, 2010).

O objetivo principal deste trabalho de pesquisa é fazer uma avaliação físico-química do sistema estuarino do rio Sergipe e canais de drenagem pluviais (CDP), presentes na cidade de Aracaju.

MATERIAL E MÉTODOS

A área do sistema estuarino do rio Sergipe é compreendida pelos municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras, Santo Amaro das Brotas, Maruim e Riachuelo. Sendo os municípios de Aracaju e Nossa Senhora do socorro, locais onde foram demarcados cinco pontos de coleta, descritos no quadro 1.

Quadro 1- Descrição dos pontos de coleta.

Cód. Descrição Coordenadas

RM Localizado a montante da confluência do rio Sergipe com o rio do Sal.

24L 714674 8797184

RJ Jusante entre o rio Sergipe e o rio do Sal

24L 715489 8799145

C01 Próximo ao Parque Shopping Aracaju, bairro industrial.

24L 713294 8790985

C02 Av. Anisio de Azevedo. 24L 713458 879085

C03 Proxim ao calçadão do bairro 13 de julho.

713077 8790414

Para este trabalho foram realizadas cinco campanhas de amostragem de água, compreendidas no período de agosto de 2015 a fevereiro de 2016.

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar As amostras foram coletadas na camada superficial

dos corpos hídricos, sempre no período em que a maré estava em estado vazante, com o proposito de apresentar apenas influência das águas fluviais e dos efluentes lançados.

Antes da coleta das amostras foi feito a ambientalização dos recipientes e para a conservação das amostras foi utilizado os procedimentos descritos no Standard Methods for the Examination of Water and Wasterwater (APHA, 2012).

Os parâmetros analisados in loco foram: pH, temperatura da água, oxigênio dissolvido (OD), e sólidos totais dissolvidos (STD), todos eles utilizando uma sonda multiparâmetrica HANNA- HI 9828, para o parâmetro de turbidez sua analise foi feita em laboratório utilizando um turbidímetro TB 1000p e o carbono orgânico total (COT), foi quantificado pelo equipamento TOC-L SHIMADZU SCIENTIFIC INSTRUMENTS.

Após a obtenção dos resultados dos parâmetros analisados, foi feita a comparação dos mesmos com as resoluções CONAMA 357/05, que dispõe da classificação dos corpos de água e diretrizes para o seu enquadramento, os pontos do estuário do rio Sergipe (RM e RJ), foram classificados como águas salinas de classe II, e para os pontos dos canais utilizou-se a resolução CONAMA 430/11, que trata sobre a emissão de efluentes e seus valores máximos permitidos.

RESULTADOSEDISCUSSÃO

Os valores de temperatura obtiveram média de 29,87ºC ± 0,65ºC. A resolução CONAMA/ 357 não estabelece nenhum VMP, mas altas temperaturas diminuem a solubilidade do oxigênio na água. Todavia a temperatura é um parâmetro que influência nos processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem no corpo d`água.

Na figura 1, é apresentada a variação da temperatura. Observa-se que esta aumentou de forma previsível com a mudança das estações climáticas, onde as maiores temperaturas foram obtidas no período de verão.

O parâmetro de pH, influência diretamente em fatores químicos, físicos e biológicos que ocorrem no meio hídrico. Valores elevados de pH, contribuem com a proliferação de algas e valores baixos podem ocasionar o processos oxidativos, nitrificação e deteriorização da matéria orgânica (CETESB,1988).

Figura 1- Variação da temperatura nos pontos de coleta no

período de agosto de 2015 a fevereiro de 2016.

A resolução CONAMA 357/05 estabelece uma faixa de pH de 6,5 a 9,0 tanto para águas salobras de classe II (Estuário) e Salinas classe I (CDP). Na figura 2, é apresentado os valores de pH, onde nos meses de agosto/15 e fevereiro de 2016, os valores de pH, estiveram abaixo do estabelecido pela legislação nos pontos RM (6,21) e C01 (6,15) respectivamente. A média do pH, registrado nos pontos foi de 7,18 ±0,22.

Figura 2- Variação do pH nos pontos de coleta no período de

agosto de 2015 a fevereiro de 2016.

O oxigênio dissolvido é a quantidade de oxigênio que está solubilizado em um corpo hídrico, essa quantidade de oxigênio é consumida através dos organismos contidos nele (FIORUCCI, 2005). A resolução CONAMA 357/05 estabelece para águas salobras de classe II, o valor mínimo de 5 mgO2/L. Nos pontos do estuário esse valor ficou abaixo nos meses de dezembro/15, RM (2,12) e RJ (1,45), e janeiro/16, RJ (4,60) como pode ser observado na figura 3, esses valores indicam ocorreu a hipóxia, evento que pode causar a redução da sobrevivência e desenvolvimento de espécies. Para os pontos localizados nos canais todas as coletas apresentaram valores abaixo do permitido pela legislação que é de 6 mgO2/L, isto acontece devido, há alta descarga de matéria orgânica lançada nas . 25 27 29 31 33 35

ago/15 set/15 dez/15 jan/16 fev/16

RM RJ C01 C02 C03 6 6 5 , 7 , 7 5 8

ago/15 set/15 dez/15 jan/16 fev/16

RM RJ C01 C02 C03

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar calhas das canais. A média de oxigênio dissolvido foi

de 4,26 ± 2,9 mgO2/L.

Figura 3- Variação dos valores de oxigênio dissolvido no período

de agosto de 2015 a fevereiro de 2016.

As taxas de desgastes das rochas por intemperismo e também aos despejos de efluentes são as causas do aumento de sólidos dissolvidos no corpo hídrico. A resolução CONAMA 357/05 não estabelece VMP para o parâmetro de sólidos totais dissolvidos (STD).

Na figura 4 apresenta os valores obtidos de STD em todas as coletas. Observa-se que os pontos dos canais apresentaram concentrações maiores de STD que os pontos do rio Sergipe, o que indica a contaminação do estuário por despejo de efluentes. Os meses de setembro de 2015 e janeiro de 2016 apresentaram as maiores concentrações de STD, nas amostras dos canais pluviais. A média de STD foi de 28,01 ± 14,96 mg/L.

Figura 4-Valores dos Sólidos Totais Dissolvidos medidos durantes

as campanhas de coletas.

A turbidez relaciona-se com a presença de partículas sólidas como argila e silte no corpo hídrico. A resolução CONAMA 357/05 não estabelece VMP para a turbidez, mas cita que os corpos hídricos de água salobra classe II e salina classe I a turbidez deve ser virtualmente ausentes. Na figura 5 apresenta os valores de turbidez. O ponto RM do estuário foi o que apresentou as maiores turbidez. A

média de turbidez nos pontos foi de 31,93 ± 3,85 NTU.

Figura 5- Valores de turbidez medidos durante as campanhas

de coletas.

A quantidade de COT, em ambientes aquáticos pode ser proveniente de matas ciliares, espécies orgânicas e descarga de efluentes. A resolução CONAMA 357/05 dita que para corpos de água salobra classe II o VMP é de 5 mg/L de COT, para os pontos do estuário a média de COT foi de 46,97 ± 14,17 mg/L onde em todos os meses de coleta os valores excederam o VMP (figura 6). Para os canais de drenagem pluviais (CDP) onde o VMP é entre 2 e 3 mg/L segundo o CONAMA 357/05, a média foi de 70,90 ± 8,34 mg/L. Estes altos valores indicam que o estuário apresenta grande quantidade de matéria orgânica em suas águas, provindas das residências domesticas e industrias circunvizinhas que acabam despejando seus dejetos de forma in natura.

Figura 6- Valores de Carbono Orgânico Total medido durante as

campanhas de coletas.

CONCLUSÕES

Os resultados apresentado neste trabalho, diz respeito à condição hídrica do estuário e dos CDP, localizados no município de Aracaju. Os parâmetros de OD e COT que são altamente importantes com relação à qualidade de água, apresentaram valores 0 5 10 15 20 25 RM RJ C01 C02 C03 0 20 40 60 80 100

ago/15 set/15 dez/15 jan/16 fev/16

RM RJ C01 C02 C03 0 10 20 30 40 50 60 70

ago/15 set/15 dez/15 jan/16 fev/16

RM RJ C01 C02 C03 10 30 50 70 90 110 130

ago/15 set/15 dez/15 jan/16 fev/16

RM RJ C01 C02 C03

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar que estão em desacordo com os valores ambientais

segundo a legislação vigente. Baixa concentração de OD nos canais e a constatação de hipóxia no estuário do rio Sergipe, no período de seca (dezembro/2015 e janeiro de 2016) e a alta concentração de COT tanto nos canais quanto no estuário indicam a influência das atividades urbanas e industriais como principal atuante na contaminação desses corpos hídricos. Portanto é recomendável propor aos órgãos atuantes ações preventivas e preservativas tanto para a melhoria do saneamento básico como para as espécies existentes na região.

AGRADECIMENTOS

A UNIT pela bolsa PROBIC-UNIT e o Laboratório de Tratamento de Resíduos e Efluentes-ITP

REFERÊNCIAS

ALVES, J. P. H.; PASSOS, E. A.; GARCIA, C.A. B. Metals and Acid Volatile Sulfide in Sediment Cores from the Sergipe River Estuary, Northeast, Brazil. J. Braz. Chem. Soc., Vol. 18, No. 4, 748-758, 2007.

APHA (2012). Standards Methods for the Examination of Water and Wasterwater, 21st edn. American Public Health Association. 1368p.

CARVALHO, M. E. S.; FONTES, A. L.; Caracterização Geomorfológica da Zona Costeira do Estado de Sergipe; International Associations of Geomorphologists, 2006.

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB. 1988. GUIA DE COLETA E PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS DE ÁGUA. CETESB, SÃO PAULO.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- CONAMA.Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponivél: mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf. Acesso 28/07/2016.

FIORUCCI, A. R,. FILHO E. B., A importância do oxigênio dissolvido em ecossistemas aquáticos. Química Nova. 2005.

GIAU, GESTÃO INTEGRADA DAS ÁGUAS URBANAS EM ARACAJU-

SE/BRASIL. RELATÓRIO DO DIAGNOSTICO QUALITATIVO. 2010.

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