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Classificação de risco de crédito na Sicredi União-RS

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Academic year: 2021

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UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RS CAMPUS SANTA ROSA

Pós Graduação em Gestão de Cooperativas Convênio SESCOOP/RS

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE CRÉDITO NA SICREDI UNIÃO-RS

Roberto Sergio Alberti * Daniel Knebel Baggio †

*

Acadêmicos do Curso de Pós-Graduação MBA em Gestão de Cooperativas, UNIJUI, 2016. E-mail: roberto_alberti@sicredi.com.br ; Telefones 999760625..

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Resumo

Este trabalho tem como objetivo levantar informações sobre a classificação de risco de crédito na Cooperativa Sicredi União RS, com base no levantamento por amostragem de 300 associados, com saldo em carteira de crédito no ano de 2016. A classificação de risco de crédito, tem referência ao processo de ordenação de cada operação de crédito para um nível de risco compatível com a perda esperada, normatizada pelo Banco Central do Brasil, motivada pela possibilidade de não receber parte ou totalmente uma ou mais operações pactuadas, no vencimento. Caso houver o pagamento integral dentro do prazo contratado, o valor provisionado no decorrer da operação será revertido, e a operação liquidada. Para o presente estudo foram selecionadas 100 contas com maior exposição de crédito, 100 contas intermediárias e 100 contas com menor saldo médio em carteira no período analisado. Para esta amostragem foi levado em conta além do saldo devedor médio no período analisado, o valor médio de provisão ou reversão no mesmo período, bem como o setor de atividade, nível de risco e também a Classificação de pessoa física ou pessoa jurídica. Sabe-se que as provisões em operações de crédito se fazem necessária, porém devem ser bem administradas, pois quanto menor for o valor provisionado, melhor será o resultado líquido da empresa no período. O estudo demonstrou que o setor de atividade Agropecuário é o que possui maior valor de crédito tomado e com maior número de associados, porém na média a provisão fica em torno de 0,13% na média da amostragem, ficando acima apenas da Saúde (0,04%); Serviços (0,05%) e a educação com reversão (-0,15%). Tendo um conhecimento melhor sobre as características dos associados que estão gerando maior provisão, é possível buscar medidas que possam auxiliar nesta gestão, e que podem impactar na decisão da operação, no momento de novas concessões de crédito, e com acompanhamento do associado até a liquidação da operação.

Palavras-chave

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Abstract

This paper aims to raise information about credit risk classification in the Cooperativa Sicredi União RS, based on sample survey of 300 associates, with balance in credit portfolio in 2016. The credit risk classification refers to the process of ordering each credit operation to a level of risk compatible with the expected loss, normalized by the Brazil’s Central Bank, motivated by the possibility of not receiving a part or the total of one or more agreed operations at their maturity. In case of full payment within the contracted term, the amount provisioned during the operation will be reversed, and the transaction will be settled. For the present study, there were selected 100 accounts with higher credit exposure, 100 intermediate accounts and 100 accounts with the lowest average balance in the portfolio within the analyzed period. For this sampling, it was considered, besides the average outstand balance in the period, the average provision or reversal in the same period, as well as the activity sector, level of risk and also the classification of individuals or legal entities. It is known that provisions in credit operations are needed, but they must be well managed, since the lower the provisioned amount, the better the company's net profit in the period. The survey showed that the agricultural sector is the one with the highest credit value taken and with the highest number of associates, however, on average the provision gets around 0.13% in the sample mean, only above Health ( 0.04%); Services (0.05%) and education with reversion (-0, 15%). With a better knowledge about the associates characteristics that generate greater provision, it is possible to seek measures that may help in this management, and that may impact the decision when new loans are granted, and with associate accompaniment until the operation settlement.

Keywords

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1 - Introdução

A Classificação de risco de crédito, de acordo com a norma interna de classificação de risco do Sicredi, refere-se ao processo de ordenação das exposições em níveis de risco compatíveis com as perdas esperadas, incluindo todas as operações de empréstimos, financiamentos, coobrigações ou demais obrigações caracterizadas por um direito a receber (dívida). Estas perdas são derivadas da possibilidade de descumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações, incluindo a desvalorização de contratos, a redução de ganhos ou remunerações originalmente pactuadas, as vantagens concedidas na renegociação e os custos incorridos na recuperação de crédito.

A classificação de risco pode ser caraterizada como um processo administrativo onde os riscos são controlados e administrados, e a informação pode ser a situação em uma das partes da transação, conhece ou sabe de um fato material relevante que a outra parte não sabe. Sabe-se que o Risco de Crédito está presente em toda e qualquer operação de crédito, pois de alguma forma existe sempre a possibilidade de ocorrer o descumprimento de uma obrigação contratada por algum fator inesperado que poderá acarretar em perda, que pode ser pequena ou de maior dimensão. A atividade empresarial, geralmente expõe a variada gama de riscos. Para Moore (1997, apud DACORSO, 2000), o risco trata de acontecimentos futuros e está presente na vida de todos e em diversas ocasiões, sem assumir riscos torna-se impossível o avanço econômico e até mesmo a manutenção do status quo (do latin que significa estado atual).

De acordo com Vicente (2001) quando o risco existe deve haver ao menos dois possíveis resultados: probabilidade = 1 (incerteza) ou probabilidade = 0 (certeza). Moore (1997, apud DACORSO, 2000) complementa que o resultado futuro, pode tomar diferentes formas, por vezes desfavoráveis, enquanto a incerteza deriva de uma possibilidade diferente de zero, ou seja, acontecimentos menos favoráveis podem ocorrer.

O risco empresarial conforme Jorion (1999), consiste na volatilidade de resultados inesperados, normalmente relacionados ao valor de ativos ou passivos de interesse. Este mesmo autor denota que as empresas estão expostas a três riscos: Risco operacional, o qual se assume voluntariamente a fim de criar vantagem competitiva e valorizar a empresa perante seus acionistas; o risco estratégico, que é o resultado das mudanças fundamentais no cenário económico ou político; e risco financeiro, que é ligado a possíveis perdas nos mercados financeiros.

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O Banco Central do Brasil*, através da Resolução nº 1.748 de 30/08/1990 que vigorou até 29/02/2000, estabelecia procedimentos para classificação das operações de crédito, baseados exclusivamente no prazo de inadimplência, desconsiderando o risco potencial do tomador de recursos.

Cooperativas de crédito, conforme Pinheiro (2006,p.7) “são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade cooperativa, tendo por objetivo a prestação de serviços financeiros aos associados”[...], além de outras operações especificas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor.

De acordo com a Lei número 5.764 de 1971, as cooperativas de crédito são instituições financeiras, constituídas como sociedade de pessoas, com firma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos, com objetivo de proporcionar crédito e prestar serviço a seus associados. Nos atos normativos baixados pelo CMV, Conselho Monetário Nacional, e pelo BACEN, Banco Central do Brasil, as cooperativas de crédito classificam-se em: singulares, cooperativas centrais ou federações de cooperativas e as confederações de cooperativas (BACEN, 2006).

As cooperativas de crédito, ao contrario dos outros tipos de instituições financeiras que visam o lucro econômico, têm por premissa o desenvolvimento social e econômico dos cooperados por meio da geração de resultados. Deste modo, a riqueza alcançada passa a compor o patrimônio de seus cooperados, e assim consolida a sustentabilidade como objetivo primordial.

Portanto, este trabalho tem como objetivo, analisar a classificação de risco de crédito das operações concedidas pela Sicredi União – RS a seus associados, e avaliar se o grau de provisão de risco atende um patamar aceitável, possibilitando dimensionar a necessidade ou não de melhorias na gestão.

2 - Referencial Teórico

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2.1 - Risco de Crédito

Segundo Silva (2000, p. 54), em relação ao risco de crédito é o risco que uma instituição financeira assume ao conceder um empréstimo ou financiamento em não receber o valor contratado no prazo estabelecido, ou seja, o descumprimento da promessa de pagamento pelo devedor.

Para Schrickel (2000, p. 35) ele considera risco como incerteza, imponderável, porém argumenta que “o negócio dos bancos é assumir riscos; mas eles apenas emprestam para quem não precisa, isto é, quem demonstra que pode liquidar o empréstimo no vencimento”.

Para o Banco Central do Brasil [2010] o risco de crédito é o “risco decorrente da possibilidade de que a contraparte não honre a entrega de papéis ou fundos pactuados”.

Portanto, o risco de crédito é a probabilidade de não receber parte ou a totalidade de um certo valor esperado, e que este deve ser calculado previamente durante a análise para concessão e obtendo uma precificação bem como garantias adequadas a fim de mitigar o risco.

2.2 -Cooperativismo

De acordo com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) – entidade máxima do movimento cooperativo global, Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas, unidas voluntariamente, para atender as suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, através de uma empresa coletiva e democraticamente controlada” (Congresso Centenário da ACI 1995). Já, conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Cooperativa é uma associação de pessoas que se uniram voluntariamente para realizar um objetivo comum, através da formação de uma organização administrada e controlada democraticamente, realizando contribuições justas para o capital necessário e aceitando assumir de forma igualitária os riscos e benefícios do empreendimento no qual os sócios participam ativamente (OIT, apud RECH,2000,p.22).

Conforme Meinen e Port (2014) e baseados no estatuto da cooperativa de consumo de Rochdale (1844), que continha sete artigos, os primeiros princípios – designados de “regras de ouro” – tinham o seguinte enunciado, em 1885: 1 – adesão livre; 2 – controle democrático: “um homem, um voto”; 3 – devolução do excedente ou retorno sobre as compras; 4 – juros

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limitados ao capital; 5 – neutralidade política, religiosa e racial; 6 – vendas a dinheiro e à vista; e 7 – fomento do ensino em todos os graus.

Para que se mantivessem aderentes à dinâmica social e considerassem os novos tipos cooperativos que, aos poucos, vieram a somar-se ao cooperativismo de consumo, os princípios foram revisados nos anos de 1937, 1966 e 1995, em congressos coordenados pela Aliança Cooperativa Internacional – ACI. A lista definida em 1995, vigente até hoje, dá conta de que a ação cooperativa, em qualquer parte do mundo, deve orientar-se pelas seguintes diretrizes fundamentais:

Adesão Livre e Voluntária: Todas as pessoas aptas poderão utilizar seus

serviços e assumir as responsabilidades cabíveis como membros, sem discriminação de sexo ou gênero, social, racial, política e religiosa.

Gestão Democrática: As cooperativas são organizações democráticas,

controladas pelos seus membros, que tem participação ativa na formulação das suas políticas e na tomada de decisões sendo que as pessoas eleitas com representantes dos demais são responsáveis pelos mesmos.

Participação Econômica: Os sócios contribuem para o capital das suas

cooperativas de forma equitativa, e com controle democrático. Uma parte deste capital fica como propriedade comum da Cooperativa, que esta por sua vez, mediante condições econômico-financeiras, poderá remunerar o capital integralizado pelos sócios, como forma de maior adesão e fortalecimento da Cooperativa. Os associados que manterem seus recursos excedentes e centralizarem o máximo suas movimentações na Cooperativa, estarão contribuindo para o desenvolvimento da cooperativa, possibilitando a formação de reservas, retorno aos sócios nas proporções de suas transações com as cooperativas bem como apoiando outras atividades que forem aprovadas pelos associados.

Autonomia e Independência: As cooperativas são organizações autônomas,

de ajuda mútua, controladas pelos seus associados, e que se houver necessidade de firmar acordos com outras organizações incluindo instituições públicas, ou recorrerem a recursos financeiros externos, devem primar pela segurança do controle democrático de seus associados, mantendo a autonomia da cooperativa.

Educação, Formação e Informação: As cooperativas investem constantemente em educação e formação dos seus representantes eleitos, e de seus colaboradores, para que estes possam contribuir para o desenvolvimento da sua Cooperativa

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de forma mais eficaz, levando a informação aos jovens e lideres das vantagens em participar de uma cooperativa.

Intercooperação: As cooperativas atendem de forma mais eficaz aos seus

cooperados, fortalecendo o movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

Interesse pela Comunidade: As cooperativas investem no desenvolvimento

sustentado nas comunidades que atuam como forma de fortalecimento regional, através de políticas aprovadas pelos seus membros, pois todo o recurso gerado na região, é reinvestido ali mesmo.

A palavra Cooperativismo origina-se do termo cooperação que significa agir de forma coletiva. “É uma doutrina cultural socioeconômica, fundamentada na liberdade humana e nos princípios cooperativos, que surgiu em meados do século XVIII” Sescoop (2005 Apud VOLKWEIS, 2015, p. 4). Segundo Meinem e Port (2014), o cooperativismo é uma iniciativa sócio empreendedora ou sócio econômica baseada em valores e princípios cujo objetivo é a construção de uma vida melhor para mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo, constituindo-se a maior organização não governamental do planeta. Büttenbender (2011) afirma que o cooperativismo, ao longo da sua história, tem demonstrado as suas impactantes e positivas contribuições para o desenvolvimento das sociedades, tanto as consideradas desenvolvidas, em desenvolvimento, quanto as subdesenvolvidas.

Nesta sua trajetória, o cooperativismo propagou raízes e contribuições positivas em todas as dimensões do planeta. Estas contribuições em alguns momentos serviram para manter o domínio sobre determinados grupos sociais e, em outros, para promover o verdadeiro direito de cidadania, gerando melhores condições de vida aos que com ela convivem e participam.

Ainda segundo Büttenbender (2011) o cooperativismo estende os laços a todas as dimensões da sociedade, tanto no Brasil como no mundo. A cooperação e o cooperativismo fundamentam a sua atuação nos valores da ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Por este motivo está presente no trabalho, na agricultura, na indústria, no comercio, nos serviços, enfim, nos seus 13 segmentos. Os princípios basilares articulam e convergem as ações do cooperativismo e devem aproximar as suas diferentes linhas abarcadoras.

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2.3 - Cooperativismo de Crédito/Financeiro

De acordo com Meinem e Port (2014), a história do cooperativismo retrata que, por volta de 1850, a Europa vivia um momento de profunda crise econômica, motivada por vários fatores, tais como: o avanço da revolução industrial, a introdução do livre comércio, a fome decorrente de algumas frustrações de safra e a livre atuação de agiotas. Tais fatos deram sentido ao surgimento de um movimento baseado nos princípios da cooperação, que aflorou como necessidade e não como opção.

As primeiras cooperativas de crédito/financeiras tiveram Franz Herman Schulze como seu precursor, com a criação da primeira cooperativa de crédito urbana no ano de 1856, na cidade alemã de Delitzsch. Originaram-se desse movimento os Volksbank (banco do povo), voltados para as necessidades dos proprietários de pequenas empresas (comerciantes e artesãos) com grande adesão da população urbana, chegando a 183 cooperativas já em 1859, com 18.000 membros, tais cooperativas seguiam o modelo que passou a ser denominado Schulze-Delitsch.

Também na Alemanha, Friedrich Wilhelm Raiffeisen, constituiu em 1862, em Anhausen, e em 1964 e, Heddesdorf, ambos na região da Renânia Palatinado, as cooperativas de crédito rural, à época chamadas de loan societies e que, mais tarde, assumiram o nome de Raiffeisenbank, que após um período inicial de baixa adesão, em 1900, já havia 2.083 Cooperativas de Créditos na Região.

2.4 - Caracterização da Cooperativa – Sicredi União RS

A Cooperativa de Crédito de Livre admissão de Associados Serro Azul – Sicredi União RS começa sua história em 1913 com a vinda do Padre Theodor Amstad até Cerro Largo que trouxe a ideia pioneira de implantação das Caixas Rurais no modelo Raiffeisen, sistema que ele havia conhecido na Europa.

A caixa Rural em Cerro Largo foi então criada, em 06 de julho de 1913, inicialmente apenas para crianças em idade escolar. O dinheiro era recolhido pelos professores nas aulas. O depositante recebia um cartão ou uma caderneta, onde eram controlados os valores.

Depois de dois meses, dia 15 de Setembro de 1913, foi realizada mais uma reunião para a fundação definitiva da Caixa Rural, quando 44 pessoas assinaram a lista de sócios

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fundadores, dos quais 32 subscreveram 50 mil reais e 12 subscreveram 5 mil reais, em capital social.

A cooperativa tem por objetivos principais estimular a formação de poupança, administrando os recursos pertinentes, e, através da mutualidade, conceder empréstimos aos associados, além de prestar serviços inerentes à sua condição de instituição financeira. Pode praticar todas as operações compatíveis com a sua modalidade social, inclusive obter recursos financeiros de fontes externas, obedecida à legislação pertinente, os atos regulamentares oficiais, o estatuto e as normas internas do Sicredi.

A Sicredi União RS é o resultado da fusão entre três cooperativas do Sistema Sicredi , uma iniciativa ocorrida em 2010 entre a Sicredi Serro Azul RS, Sicredi Missões RS e Sicredi Grande Santa Rosa RS, passando a ser uma das maiores cooperativas de crédito do Brasil, com uma ideia de desenvolvimento proposta pelo Sistema Sicredi, e com a necessidade de cada vez mais padronizar os processos e obter ganhos de escala.

Até o final do ano de 2016, a Cooperativa atendia 39 municípios, com 43 agências, 590 colaboradores, 134 mil associados, 277 milhões em patrimônio, 1,59 bilhões de ativos, e 54 milhões de resultado apresentado a seus associados.

A Cooperativa é administrada estrategicamente por um Conselho de Administração, órgão de deliberação colegiada, composto por um Presidente, um Vice-Presidente e 10 (dez) conselheiros efetivos, que são eleitos pelos próprios associados.

O conselho de administração é o guardião dos associados e do sistema de governança, é ele que decide os rumos do negócio, conforme o melhor interesse da organização.

Também conta com um conselho fiscal composto por três membros efetivos e três membros suplentes, com mandato de três anos e eleitos em assembleia geral.

Cabe a este conselho efetuar a fiscalização sobre o patrimônio, as operações com os associados, os serviços e os atos dos administradores da Cooperativa.

A Sicredi União - RS atende uma área total de 20.481 Km2, população total de 455 mil habitantes, representando 29% de participação no mercado.

Sua sede administrativa está localizada na cidade de Santa Rosa e possui como presidente o Sr Fernando Dall Agnese, como vice o Sr. Enio Scheid, Diretor Executivo Sr. Sidnei Strejevitch, Diretor de Operações Sr. Giovani John, e Diretor de Negocios Sr. Joelmir Winck. (Fonte- Relatório anual 2016 Sicredi União)

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2.5 - A Classificação de risco

A classificação de risco de crédito, é um processo de ordenação das exposições em níveis de risco compatíveis com as perdas esperadas, para todas as operações de empréstimos, financiamentos, coobrigações ou demais obrigações que se caracterizam por um direito a receber (divida).

O Banco Central do Brasil*, através da Resolução nº 1.748 de 30/08/1990 que vigorou até 29/02/2000, estabelecia procedimentos para classificação das operações de crédito, baseados exclusivamente no prazo de inadimplência, desconsiderando o risco potencial do tomador de recursos.

Os créditos eram classificados como: a) Normal, quando vencidos até 60 dias;

b) Atraso, quando vencidos há mais de 60 dias e com garantias;

c) Liquidação, quando vencidos há mais de 60 dias sem garantias, e há mais de 180 dias com garantias suficientes.

Com o tempo, houve a necessidade de readequação devido à evolução e sofisticação do mercado financeiro, aliado à mudança no perfil de crédito das operações contratadas, e por estes motivos, o Conselho Monetário Nacional promoveu a revisão dos procedimentos estabelecidos na resolução nº 1.748, com objetivos mais abrangentes para a classificação da carteira de crédito e de provisão para perdas em bases tecnicamente mais adequadas, classificando em nove níveis de risco, em ordem crescente, que são: AA, A, B, C, D, E, F, G e H.

Devido às dificuldades operacionais observadas nas instituições financeiras para a implantação do novo sistema de classificação de risco, em 24/02/2000 foi editada a Resolução nº 2.697, atribuindo um prazo maior para as instituições financeiras se adequarem.

As metodologias de classificação de risco são de responsabilidade de cada instituição financeira, porém deverão obedecer aos seguintes fatores, que são regrados pelo Banco central:

a) em relação ao devedor e seus garantidores:

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1- Situação econômico-financeira; 2- Grau de endividamento;

3- Capacidade de geração de resultado; 4- Fluxo de caixa;

5- Administração e qualidade de controles; 6- Pontualidade e atrasos nos pagamentos; 7- Contingências;

8- Setor de atividade econômica; 9- Limite de crédito;

b) em relação à operação:

1- Natureza e finalidade da transação;

2- Característica das garantias, particularidade à suficiência e liquidez; 3- Valor;

2.5.1- Classificação de risco no Sicredi

No Sicredi, existe a Norma Interna de Classificação de Risco de Crédito, em consonância com as Normas do Banco Central do Brasil, que compõe em um processo de ordenação das exposições em níveis de risco compatíveis com as perdas esperadas, incluindo toda e qualquer operação que se caracteriza por um direito a receber (dívida).

Essas perdas são motivadas pela possibilidade de descumprimento pelo tomador ou contraparte de suas obrigações, incluindo a desvalorização de contratos, a redução de ganhos ou remunerações originalmente pactuadas, as vantagens concedidas na renegociação e os custos incorridos na recuperação de crédito. Com base nessa possibilidade de perdas, faz-se necessário a definição de um conjunto de regras e parâmetros que devem ser observados para adequada classificação de risco da carteira, seguindo a normatização do Banco central e classificando os seus associados, operações, do garantidor e do conglomerado em um dos 9 níveis de risco que são denominados Rating.

Os níveis de risco são: AA, A, B, C, D, E, F, G e H, ordenados do melhor ao pior nível de risco, e a cada nível de risco foi atribuído uma pontuação, que vai de 1 a 9 , que também são ordenados do melhor para o pior, e para cada nível de risco é atribuído um % de provisão que vai de 0,00% para no nível AA; 0,5% para o nível A; 1% para o nível B; 3% para o nível C; 10% para o nível D; 30% para o nível E; 50% para o nível F; 70% para o nível

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G e 100% quando o nível é H. O valor referente a provisão é calculado pela média da classificação de risco considerando o nível de risco do tomador, da operação e do aval ou fiador.

2.5.2 - Critérios qualitativos

Os critérios qualitativos usados na classificação de risco do associado tomador e avalista são: situação econômico financeira, seu grau de endividamento, capacidade de geração de resultado, fluxo de caixa, qualidade da administração e controles, pontualidade e atrasos em seus pagamentos, contingência, setor de atividade econômica e limite de crédito.

Quanto aos critérios da operação são baseados na natureza e na finalidade da operação, característica das garantias e adequação à capacidade e objetivo.

Esta análise qualitativa deve ser realizada para todas as novas operações cujos aqueles associados possuem comprometimento igual ou superior a 50.000,00 e com revisão periódica, ou seja, mensal para associados apurados via modelo qualitativo e para todos os tipos em situação de atraso, a cada seis meses de forma manual para associados cujo montante tomado representa mais que 5% do PR(Patrimônio de referência) e com operações em dia e a cada 12 meses, e de forma manual para demais situações em dia.

2.5.3 - Regra de arrasto

Após a apuração da média simples resultante da avaliação do associado, garantidor e operação(ões), entra a regra de arrasto até a classificação final, ou seja:

 Régua de atraso: verifica os dias de atraso da operação, comparando com a pontuação final obtida equivalente ao período de atraso, prevalecendo a de pior nível de risco.  Arrasto no nível do associado: após a etapa anterior, é avaliada entre as operações de

um mesmo associado, aquela que apresentar o pior nível de risco, arrasta-se as demais para o mesmo nível.

 Arrasto no nível grupo econômico/conglomerado: Após as etapas anteriores, as pontuações aplicadas são comparadas para os membros de um grupo econômico ou conglomerado, prevalecendo aquela que apresentar pior nível de risco.

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Sendo assim, quanto menor o nível de risco de uma operação de crédito, melhor para a instituição financeira, pois o valor da provisão deixa de entrar como receita naquele período, e só poderá ser revertido quando da reclassificação, e se melhorar o nível de risco, ou quando liquidada a operação.

No Sicredi, como regra, o nível de risco máximo aceitável para contratação de uma nova operação de crédito para seus associados é o nível “D”, com exceção para operações na modalidade de desconto de recebível cartão, e crédito com consignação em folha.

3 - Metodologia

Para a realização do presente estudo foram analisados os resultados da classificação de risco em uma amostragem de 300 associados com carteira de crédito ativa, da Sicredi União RS, considerando os 100 associados com maior saldo médio em carteira de crédito, os 100 associados com menor saldo médio em carteira de crédito, e 100 associados intermediários (do meio da tabela) de saldo médio na carteira de crédito, compreendido entre os meses de janeiro a dezembro do ano de 2016.

A seleção da amostra foi efetuada através do relatório apurado pela Sicredi União, no período mensal, de todos os associados com operações de crédito, o qual contém o saldo da carteira de crédito por associado, o valor da provisão ou reversão por associado no respectivo mês, sendo que foi juntado o relatório dos 12 meses do ano de 2016, efetuada a média do saldo em carteira de crédito por associado, e com base nesta média, foram selecionados os associados que farão parte da pesquisa, por amostragem, sem identificação dos mesmos por questão de sigilo.

Estes associados relacionados, foram classificados em 8 setores de atividade conforme informações retiradas do cadastro de cada um na Cooperativa, que são: Agropecuário, Comercio, Educação, Saúde, Indústria, Serviços, Transporte, Aposentados e Outros de menor proporção.

Com auxilio do Microsoft Excel foram extraídas as informações dispostas em forma de tabela, facilitando a análise das informações, como quantidade, valores e percentual.

Assim pode-se identificar os destaques para cada um dos três grupos da amostragem por Nível de Risco, Saldo em Carteira de Crédito, Valor da Provisão e Setor de Atividade.

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4 - Resultados

Através desta pesquisa, conseguiu-se informações relevantes que mesmo sendo pelo método de amostragem, demonstram em que setor de atividade ficou representada as maiores provisões no período avaliado, e em qual o nível de risco que possui maior concentração de associados, considerando os 100 associados maiores tomadores, os 100 intermediários e os 100 associados com menor saldo médio em carteira de crédito no ano de 2016.

Quadro 1 – Demonstrativo por nível de risco para amostragem dos 100 associados com maior saldo médio em carteira de crédito.

MAIORES

Nível de risco Saldo médio ano Valor

Provisão/reversão Nº Associados A 8.327.365,70 - 33,17 8 B 48.117.158,64 15.212,44 40 C 51.229.986,24 14.550,04 38 D 15.804.446,91 83.510,29 9 E 2.123.553,93 56.409,68 2 F 1.898.292,88 59.972,81 2 G 1.123.301,30 8.435,82 1 Total Geral 128.624.105,59 238.057,91 100

Fonte: Elaboração própria

O quadro demonstra que a maior concentração em valor de Saldo médio no ano de 2016 para os 100 associados com maior saldo médio no período, está no nível de risco “C” com o valor de R$ 51.229.986,24, porém o maior valor provisionado está no nível de risco “D” com provisão de R$ 83.510,29, sendo que a maior concentração de associados está no nível de risco “B”, com 40 membros e que a provisão média para este grupo do quadro é de apenas 0,19%.

Quadro 2 – Demonstrativo por nível de risco para amostragem dos 100 associados intermediários.

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INTERMEDIARIOS Nível de risco Saldo médio ano Valor

Provisão/reversão Nº Associados A 350.679,03 1.755,41 52 B 87.715,06 681,06 13 C 74.213,08 1.728,63 11 D 67.519,92 4.766,16 10 E 27.051,82 4.487,63 4 F 6.747,10 3.373,55 1 G 40.424,40 25.041,36 6 H 20.256,90 19.468,38 3 Total Geral 674.607,31 61.302,19 100

Fonte: Elaboração própria

O Quadro 2 demonstra que a maior concentração em valor de Saldo médio no ano de 2016 para os 100 associados Intermediários em relação ao saldo médio no período, está no nível de risco “A” com o valor de R$ 350.679,03, porém o maior valor provisionado está no nível de risco “G”, com provisão de R$ 25.041,36, sendo que a maior concentração de associados está no nível de risco “A”, com 52 membros e que a provisão média para este grupo do quadro é de 9,09%.

Quadro 3 - Demonstrativo por nível de risco para amostragem dos 100 associados com menor saldo médio em carteira de crédito.

MENORES Nível de risco Saldo médio ano Valor

Provisão/reversão Nº Associados A 276.979,34 99,89 55 B 85.530,07 71,91 17 C 25.104,44 27,53 5 D 45.290,89 70,59 9 E 30.155,95 807,31 6 F 10.045,99 793,23 2 G 5.015,40 - 2,12 1 H 25.167,74 155,30 5 Total Geral 503.289,81 2.023,63 100

Fonte: Elaboração própria

Neste quadro percebe-se que a maior concentração em valor de Saldo médio no ano de 2016 para os 100 associados com menor saldo médio em operações de crédito no período, está no nível de risco “A”, com o valor de R$ 276.979,34, que o maior valor provisionado

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está no nível de risco “E”, com provisão de R$ 807,31, sendo que a maior concentração de associados está no nível de risco “A”, com 55 membros, e que a provisão média para este grupo do quadro é de apenas 0,40%.

Quadro 4 - Demonstrativo por setor de atividade para amostragem dos 100 associados com maior saldo médio em carteira de crédito.

MAIORES Setor de Atividade Nº Associad os PF PJ Saldo médio ano Provisão/Revers ão % / Total AGROPECUÁRIO 61 56 5 72.301.884,67 95.813,25 40% APOSENTADO 0 0 0 - - 0% COMERCIO 27 2 25 38.065.171,20 94.926,53 40% EDUCAÇÃO 1 1 2.727.608,08 -4.043,09 -2% INDÚSTRIA 5 5 9.083.615,36 38.721,22 16% OUTROS 0 - - 0% SAÚDE 1 1 937.293,39 125,47 0% SERVIÇOS 1 1 1.000.000,00 - 0% TRANSPORTE 4 4 4.508.532,89 12.514,53 5% Total Geral 100 58 42 128.624.105,59 238.057,91 100%

Fonte: Elaboração própria

Neste quadro percebe-se que a maior concentração em valor de Saldo médio no ano de 2016 para os 100 associados com maior saldo médio em operações de crédito no período, pertence ao setor de atividade Agropecuário, com valor de R$ 72.301.884,67, também o maior valor provisionado que é de R$ 95.813,25, e que o comércio vem logo em seguida com R$ 94.926,25 de provisão, e a maior concentração de associados também está no setor agropecuário com 61 associados.

Quadro 5 - Demonstrativo por setor de atividade para amostragem dos 100 associados com saldo médio intermediário em carteira de crédito.

(18)

INTERMEDIARIOS Setor de Atividade Nº Associados PF PJ Saldo médio ano Provisão/Reversão % / Total AGROPECUARIO 32 32 215.987,02 581,62 25% APOSENTADO 18 18 121.483,35 434,16 19% COMERCIO 14 10 4 94.474,25 386,1 17% EDUCAÇÃO 0 - - 0% INDÚSTRIA 1 1 6.771,50 33,85 1% OUTROS 14 14 94.346,25 443,15 19% SAÚDE 1 1 6.796,40 270,22 12% SERVIÇOS 12 12 80.788,82 182,96 8% TRANSPORTE 8 7 1 53.959,72 -18,85 -1% Total Geral 100 94 6 674.607,31 2.313,21 100%

Fonte: Elaboração própria

Neste quadro percebe-se que a maior concentração em valor de Saldo médio no ano de 2016 para os 100 associados com saldo médio intermediário em operações de crédito no período, pertence ao setor de atividade Agropecuário, com valor de R$ 215.987,02, também o maior valor provisionado que é de R$ 581,62, e a maior concentração de associados também está no setor agropecuário com 32 associados.

Quadro 6 - Demonstrativo por setor de atividade para amostragem dos 100 associados com menor saldo médio em carteira de crédito.

MENORES Setor de Atividade Nº Associados PF PJ Saldo médio

ano Provisão/Reversão % / Total

AGROPECUARIO 25 24 1 125.778,87 406,28 20% APOSENTADO 18 18 90.785,12 762,42 38% COMERCIO 12 11 1 60.368,73 -150,99 -7% EDUCAÇÃO 2 2 10.065,79 4,01 0% INDÚSTRIA 3 3 15.068,01 130,79 6% OUTROS 14 14 70.429,43 364,54 18% SAÚDE 2 2 10.020,13 2,76 0% SERVIÇOS 19 18 1 95.633,44 384,45 19% TRANSPORTE 5 5 25.140,30 119,38 6% Total Geral 100 97 3 503.289,81 2.023,63 100%

(19)

Neste quadro percebe-se que a maior concentração em valor de Saldo médio no ano de 2016 para os 100 associados com menor saldo médio em operações de crédito no período, também pertence ao setor de atividade Agropecuário, com valor de R$ 125.778,87, porém a maior provisão está no setor de Aposentados, com R$ 762,42, a maior concentração de associados também está no setor agropecuário com 25 associados.

Quadro 7 - Quadro demonstrativo por Pessoa Física ou Pessoa Jurídica na amostragem dos 100 associados com maior saldo médio em carteira de crédito.

POR TIPO DE PESSOA

Tipo de

pessoa Nº Associados Saldo Médio Provisão/Re

versão A B C D E F G FISICA 58 69.212.808,46 95.069,85 6 24 24 2 1 1 JURIDICA 42 59.411.297,14 42.988,06 2 16 14 7 1 1 1 Total Geral 100 128.624.105,59 238.057,91 8 40 38 9 2 2 1

Fonte: Elaboração própria

No quadro 7 é possível observar que as contas PF são em maior número na amostragem com 58% assim como o Saldo médio em operações de crédito que representa 54% do saldo médio total, já o valor de provisão se concentra mais nas PJ com 60% do percentual provisionado e a concentração de ambos no quesito nível de risco ficou no nível B e nível C.

Quadro 8 - Demonstrativo por Pessoa Física ou Pessoa Jurídica na amostragem dos 100 associados com saldo médio intermediário em carteira de crédito.

(20)

POR TIPO DE PESSOA

Tipo de pessoa Nº

Associados Saldo Médio

Provisão/ Reversão A B C D E F G H FISICA 94 634.108,46 1.893,69 50 12 10 9 4 1 5 3 JURIDICA 6 40.498,82 419,52 2 1 1 1 1 Total Geral 100 674.607,31 2.313,21 52 13 11 10 4 1 6 3

Fonte: Elaboração própria

Neste quadro visualiza-se que as contas PF são em maior número na amostragem com 94% assim como o Saldo médio em operações de crédito que também representa 94% do saldo médio total, e o valor de provisão também é superior nas PF com 82% do percentual provisionado, e a concentração deste público no quesito nível de risco ficou no nível A.

Quadro 9 - Demonstrativo por Pessoa Física ou Pessoa Jurídica na amostragem dos 100 associados com menor saldo médio em carteira de crédito.

POR TIPO DE PESSOA

Tipo de pessoa Nº

Associados Saldo Médio

Provisão/ Reversão A B C D E F G H FISICA 97 488.188,04 1.991,25 53 16 5 9 6 2 1 5 JURIDICA 3 15.101,77 32,38 2 1 Total Geral 100 503.289,81 2.023,63 55 17 5 9 6 2 1 5

Fonte: Elaboração própria

Neste quadro identifica-se que as contas PF são em maior número na amostragem com 97% assim como o Saldo médio em operações de crédito que também representa 97% do saldo médio total, e o valor de provisão também é superior nas PF com 98% do percentual provisionado, e a concentração deste público no quesito nível de risco ficou no nível A tanto para PF como para PJ.

(21)

POR TIPO DE PESSOA Tipo de associado Nº Associa dos

Media Carteira Média

Provisão Média carteira por associado Média Provisão por associado % Provisão por associado Pessoa Física 249 70.344.100,96 98.954,79 282.506,43 397,41 0,14% Pessoa Jurídica 51 59.466.897,70 143.439,96 1.166.017,60 2.812,55 0,24% Total 300 129.810.998,66 242.394,75 432.703,33 807,98 0,19%

Fonte: Elaboração própria

Com este estudo e pela amostragem, concluímos que a maior parte dos associados é formada por Pessoas Físicas, com 83%, porém os resultados demonstram que os maiores valores tomados e as maiores provisões por associado estão nas consta de Pessoas Jurídicas.

Quadro 11 - Quadro resumo das 300 contas por setor de atividade

POR SETOR DE ATIVIDADE

Setor de Atividade

Nº Associa

dos

Media Carteira Média

Provisão Média carteira por associado Média Provisão por associado % Provisão por associado AGROPEC. 118 72.643.650,56 96.801,15 615.624,16 820,35 0,13% APOSENTADO 36 212.268,47 1.196,58 5.896,35 33,24 0,56% COMERCIO 53 38.220.014,18 95.161,64 721.132,34 1.795,50 0,25% EDUCAÇÃO 3 2.737.673,87 -4.039,08 912.557,96 -1.346,36 -0,15% INDÚSTRIA 9 9.105.454,87 38.885,86 1.011.717,21 4.320,65 0,43% OUTROS 28 164.775,68 807,69 5.884,85 28,85 0,49% SAÚDE 4 954.109,92 398,45 238.527,48 99,61 0,04% SERVIÇOS 32 1.176.422,26 567,41 36.763,20 17,73 0,05% TRANSPORTE 17 4.587.632,91 12.615,06 269.860,76 742,06 0,27% Total Geral 300 129.802.002,71 242.394,75 432.673,34 807,98 0,19%

Fonte: Elaboração própria

No Quadro 11 percebe-se que o maior público é do ramo agropecuário com 39% dos associados analisados, e que o maior % médio de provisão por associado é do setor de aposentados, com 0,56%.

(22)

Os dados acima demonstram que as contas de Pessoas Físicas são a maioria e representam 83% do total de contas da amostragem e que em valor médio de carteira ela representa apenas 54%, e que o total de provisão média as pessoas físicas detêm 40,8% do total demonstrando que as Pessoas Jurídicas, em menor quantidade, representam maior provisão, e também a maior média por carteira de associados.

Destaque também para o setor de atividade Agropecuário que representa o maior número de associados na amostragem com 118 contas, seguido pelo setor Comércio com 53, contas, observando que apesar de ser grande a diferença no número de associados entre os dois segmentos, o valor da provisão é muito próximo para ambos, demonstrando que o comércio possui maior incidência de provisão que o setor agropecuário, cabendo uma atenção maior.

Com menor número de associados chama atenção o setor de aposentados, com 36 contas, mas que lidera com 0,56% na média de provisão por associado, que é o maior da amostragem, cabendo uma avaliação maior e buscando uma migração para modalidade de consignado que reduz significativamente os riscos.

5 – Considerações finais

A realização deste estudo permitiu identificar o público com maior participação no provisionamento do ano de 2016, e através destas informações, possibilita a Sicredi tomar medidas que possam contribuir para melhorar o índice de provisão bem como ser mais cauteloso no momento da concessão de crédito para o público em destaque.

Nota-se que o público Aposentado, é que possui maior índice de provisão por associado, embora esse público demonstra baixa representatividade em valores na carteira de crédito bem como em provisões.

O Setor que demanda maior atenção é a indústria que apresenta a maior provisão média por empresa associada seguida pelo comércio que também representa a segunda maior provisão média por associado.

Como a Sicredi possui vários setores de atividade inseridos em seu quadro de associados, esta pesquisa merece uma maior atenção, e como sugestão, ampliação de pesquisa que envolva todos os associados para que o resultado seja mais assertivo, e com este resultado criar normas de analise de crédito que permitam melhorar os índices de provisão, seja agregando mais garantias reais, bem como substituindo as operações tradicionais por crédito

(23)

consignado paras as Pessoas física, e desconto de recebíveis para Pessoas Jurídica, pois trazem maior segurança e consequentemente menores provisões para a Cooperativa.

Como limitações do estudo destaca-se a questão de sigilo bancário que não permite que sejam mostradas todas as informações do associado, bem como a delimitação do número de associados que revela dados de uma amostragem, que pode elevar a margem de erro em até 10% para mais ou para menos.

Por fim, destaca-se que a correta classificação de risco de crédito é fator de muita importância para a Sicredi União e demais Cooperativas de Crédito, pois os resultados almejados pelas organizações dependem também dos resultados de uma correta classificação de risco, sendo que através desta pesquisa conseguimos identificar a classe de associados que se destacam em maiores provisões, e elaborar um plano preventivo com finalidade de evitar perdas no resultado.

6 - Bibliografia

Banco Central do Brasil em http:://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2000/06/

ri200006b1o.pdf. < acesso em 21 de Setembro de 2017.

BUTTENBENDER, Pedro Luís. Gestão de Cooperativas: Fundamentos, Estudos e

Práticas. Ijuí: Unijuí, 2011

DACORSO, A. L. R. Tomada de decisão e risco: São Paulo, 2000.

JORION, P. 1999: A nova fonte de referência para o controle do risco de mercado. São Paulo: BM&F.

MEINEN, Ênio e PORT, Marcio. Cooperativismo Financeiro: Percurso Histórico,

Perspectivas e Desafios. Brasilia: Confebras, 2014.

PINHEIRO, Marcos Antonio Henrique. Cooperativas de Crédito: História de evolução normativa no Brasil. (2006,p.7).

SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Análise de Crédito: Concessão de gerência de

empréstimos. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2000

SILVA, José Pereira da. Gestão de Análise de risco de crédito.3.ed.São Paulo:Atlas,2000. SICREDI, Norma Interna – Classificação de risco de crédito, 2016.

VICENTE, Ernesto Fernando Rodrigues. A Estimativa do Risco na Constituição da PDD, 2001.

(24)

VOLKWEIS, Adriel Angelo. Análise do Nível de Satisfação dos Associados em uma

Unidade de Atendimento de uma Cooperativa de Crédito. Unijui, 2015.

Referências

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