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Academic year: 2021

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Conhecimento na Era Virtual

Professora: Leonor N. Medeiros Campos

Esta aula Conhecimento na era virtual tem um texto do prof. Sander e dois arquivos que tratam de: Os métodos de ensino na Cibercultura e Estilos de coaprendizagem e alguns indicadores das competências digitais.

Leiam o texto abaixo e os dois arquivos citados anexo a esta aula.

Conhecimento na era virtual Por Sander Neves – professor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

Sala de aula nos moldes da década de 1970 Fonte: histeducg2.blogspot.com

Sala de aula nos moldes da década de 1980 Fonte: sjose.com.br

1. Introdução

Qual foi o primeiro pensamento que veio à sua mente quando você observou as imagens acima? Pense bem antes de seguir adiante na leitura deste texto. São imagens do século passado, quando as novas tecnologias de comunicação e informação ainda engatinhavam e tinham presença inexpressiva nas salas de aula. No entanto, desde o final do século XX e, de forma mais incisiva neste início do século XXI, tornou-se impensável desenvolver uma educação de qualidade dissociada das novas possibilidades tecnológicas que permeiam a sociedade.

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Engana-se quem pensa que apenas a educação recebe os impactos das novas tecnologias. Todas as áreas do mercado precisam das máquinas para qualificar e agilizar as relações mercadológicas. E na sua vida pessoal (familiar), quais são os impactos das novas tecnologias? Analise um pouco como é a sua relação com alguns equipamentos como: celular, computador, internet, videogame, MP3, MP4, Ipod, Ipad, etc. É fato que o conhecimento nunca esteve tão acessível à humanidade, mas também é clara a necessidade de filtrar as informações publicadas na rede mundial de comunicação.

2. O mundo virtual

Você consegue imaginar o mundo do século XXI sem conexões virtuais? Imaginar o fim das Redes Sociais? Ou da própria Internet? Isto é impossível no contexto atual, não é mesmo? Na verdade, na segunda década do século XXI assistimos a ampliação das conexões virtuais. Cidades como Londres1, São Paulo2 e Belo Horizonte3 criaram espaços públicos com acesso gratuito à Internet. Há inclusive, cidades brasileiras que tem 100% de cobertura wireless: a amazonense Parintins, a fluminense Piraí e a paulista Sud Mennucci4.

Nos Estados Unidos, quem viaja de trem ou ônibus entre New York e Boston, por exemplo, conta com acesso gratuito à Internet durante o trajeto5! Há inclusive, tomadas para recarregar notebook, Ipad ou celulares com acesso à rede mundial. Até mesmo em vôos domésticos nos EUA oferecem serviços gratuitos de Internet6. Também é muito comum anúncios de Internet

grátis nos cafés e restaurantes espalhados por Manhattan (área mais povoada de New York).

1 A promessa da prefeitura de Londres é que até a Olimpíada de 2012 toda cidade tenha acesso gratuito à Internet. Leia em: http://mapadelondres.org/2011/08/olimpiadas-londres-internet-graca/.

2 É cada vez mais raro um Shopping Center em São Paulo que não oferece Internet gratuita. Além disso, o governo paulista criou Infocentros onde as pessoas se cadastram para usar a rede mundial de comunicação gratuitamente: http://www.hostpobre.com/endereco-infocentro-sao-paulo-internet-de-graca-do-governo.html. 3 É possível conectar-se gratuitamente na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Leia a lista completa de locais com acesso gratuito à Internet em Belo Horizonte: http://thibireis.info/2010/02/acesso-gratuito-a-internet-em-belo-horizonte/.

4 Leia reportagem: http://webmais.com/cidades-brasileiras-com-internet-wireless-gratis/.

5 E não é só nas viagens intermunicipais. Nos trens que ligam Boston às cidades da região metropolitana também há conexão gratuita à Internet.

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A Organização das Nações Unidas7 publicou, no início de junho de 2011, um relatório que

denuncia que desconectar uma pessoa é uma violação aos direitos humanos. Para a entidade, a Internet é uma rede de informação, isto é, privar o acesso ao ambiente virtual vai de encontro ao parágrafo 2, do artigo 19, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos8, criado em

1966. O texto reza que: “Toda pessoa terá o direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, independente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, de forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha”.

3. Linear x não-linear

O encantamento das pessoas em relação às novas tecnologias tem culminado em situações extremas. Um jovem chinês, de apenas 17 anos, chegou ao ponto de vender um rim para comprar um Ipad9. O jogo via computador também fez uma vítima. Um jovem britânico morreu de trombose venosa profunda (associado a longos períodos de inatividade) depois de ficar 12 horas para em frente ao X-Box10. Não é este o objetivo da tecnologia. A Internet pode se tornar um vício desagradável ou uma porta para o conhecimento e entretenimento, tudo depende da forma que você lida com ela. Vamos fazer um pequeno teste. Pare, pense e responda as seguintes questões:

1) Quais são as motivações que te levam a entrar na Internet? 2) Quando você acessa a Internet, qual é o primeiro site que entra?

3) Qual é a relação do seu tempo de navegação se compararmos as navegações em sites de conhecimento versus sites de entretenimento?

7 Veja esta e outras notícias no site: http://www.onu-brasil.org.br/. 8 Leia o documento na íntegra:

http://www.oas.org/dil/port/1966%20Pacto%20Internacional%20sobre%20Direitos%20Civis%20e%20Pol%C3 %ADticos.pdf.

9 Leia a notícia completa no site:

http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2011/06/chines-vende-rim-para-comprar-ipad.html.

10 Leia a notícia completa no site:

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As perguntas são simples, mas as respostas nem tanto. Como a rede mundial de comunicação pressupõe liberdade, parte dos(as) internautas acaba se “perdendo” no emaranhado de possibilidades apresentadas. Ao contrário de outros meios de comunicação, a Internet possibilita a leitura não-linear. Como assim? A leitura linear é a padrão: os livros começam na página 1 e terminam na página 100. Então o lemos do início ao fim, na ordem indicada pelo(a) autor(a). Já na Internet, fazemos nosso próprio caminho a partir dos links, ou seja, podemos fazer um caminho de leitura completamente diferente daquele imaginado pelo(a) autor(a). É a não-linearidade.

Quer um exemplo? Você pode estar procurando detalhes sobre a História do Brasil e pode “cair” em um texto cujo parágrafo inicial tem um link que te leve à história de uma cidade, como o Rio de Janeiro. Você clica e sai do texto inicial sobre a História do Brasil. No texto relativo a esta cidade, o(a) internauta pode clicar em outro link que conta detalhes sobre as Olimpíadas que acontecerão na capital fluminense em 2016. Perceberam? O objetivo era saber detalhes da História do Brasil, mas no final da navegação você acabou buscando informações sobre um evento esportivo mundial que acontecerá somente daqui a quatro anos! Ao mesmo tempo em que a Internet tem um emaranhado de possibilidades para ampliar o nosso conhecimento, ela também pode nos levar a horas de navegação em conteúdos que não acrescentam nada ao nosso cotidiano. Tempo perdido.

Outro ponto que chama atenção na Internet é a possibilidade de escolha em relação à televisão e ao rádio. Você já deve ter notado que os jornais impressos diários trazem a programação dos principais canais de televisão abertos. Está lá: 19 horas, novela tal; 21 horas, jornal tal, etc. A programação é aquela divulgada e ponto final11: não há escolha. Com a Internet é diferente. Você é quem monta sua própria programação e ela pode ser uma multiprogramação! Para começar, você pode montar sua própria rádio. Há sites, como o UOL12, que permitem que você escolha um cardápio de músicas (são centenas de artistas de diferentes estilos) para

11 Nos Estados Unidos a televisão digital já permite voltar (assim como acontece com DVDs) programas que você perdeu, gravar os conteúdos diretamente no aparelho de TV, colocar em câmera lenta e até assistir dois canais ao mesmo tempo na mesma tela. Contudo, ainda não há possibilidade de adiantar o conteúdo previamente definida por cada emissora.

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escutar, e na ordem que julgar mais adequada. Isto é, enquanto navega em outros sites há possibilidade de escutar as músicas prediletas gratuitamente.

Quando se fala em televisão do século XXI não podemos deixar de citar o Youtube13. Criado

em 2005, o site permite que as pessoas escolham os conteúdos para assistir nos momentos que julgar mais conveniente. Você monta a sua própria grade de programação. E tem mais: qualquer pessoa pode criar seu próprio canal de televisão, onde poderá postar os vídeos, divididos por áreas, para chamar atenção para fatos que acontecem na vida pessoal ou profissional. O Youtube fez tanto sucesso que em apenas um ano no ar chamou atenção da gigante Google, que comprou o site R$ 3,55 bilhões. Um detalhe: os criadores do Youtube, Chad Hurley e Steve Chen tinham, em 2005, 28 e 26 anos, respectivamente.

4. Use, mas com moderação

As redes sociais, talvez, sejam a invenção de maior sucesso no mundo pós-internet. Orkut, Facebook, Linkedln, Qpasa, Twitter, MSN, ICQ, Blog e Second Life são apenas alguns dos ambientes on-line onde as pessoas trocam informações, postam fotos e vídeos e até mesmo estudam. Isto mesmo! As redes sociais não existem apenas para entretenimento. Elas também são fontes de informações e troca de idéias que podem ajudar no seu desenvolvimento pessoal e profissional. Há grupos de estudo on-line que fazem reflexões e debates a cerca de pontos como filosofia, sociologia, antropologia e outros incontáveis.

Contudo, vale a pena chamar atenção para quatro detalhes relevantes:

- o que você escreve e as fotos que você coloca as redes sociais viram arquivos públicos14. Cuidado para não escrever o que gerará arrependimento. Lembre-se que uma frase que você escreve pode ser passada para terceiros, mesmo que a pessoa não faça parte da sua rede. Ou uma foto, tirada em momento de descontração, pode se virar contra você em um teste

13 Mais detalhes sobre o Youtube na matéria:

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1306288-6174,00.html.

14 Há algumas redes sociais que já permitem que você escolha quem pode e quem não pode acessar as fotos e vídeos que você posta no seu perfil.

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de seleção do mercado. Isto mesmo: há empresas que vasculham a sua vida on-line para chocar com as informações dadas na entrevista pessoal15;

- O Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) do Izabela Hendrix pode até ser chamado de rede social. Afinal de contas, é um ambiente on-line onde docentes e discentes trocam informações sobre determinados assuntos acadêmicos. Neste ambiente, você deve usar a linguagem formal e não o “internetês”. Abreviações e linguagens informais são completamente descartáveis no ambiente acadêmico. Lembre-se que o SIGA arquiva todo o registro da sua vida acadêmica, por isso pense bem antes de entregar uma atividade ou enviar uma mensagem para docentes e/ou discentes.

- Não há filtro (ou censura, como dizem alguns estudiosos) na Internet. Desta maneira, um doutor em fitoterápicos e uma criança de 10 anos podem ter um site e/ou blog sobre assuntos ligados à natureza. A dica que fica para busca de informações confiáveis é que você confie navegue em sites: de profissionais formados(as) em uma área específica; oficiais de governos (municipal, estadual ou federal) e sites de instituições de ensino. O MEC, por exemplo, criou o portal Periódicos16, onde podemos encontrar milhares de publicações de diferentes áreas do conhecimento. O próprio Google17 disponibiliza, na íntegra e gratuitamente, milhares de obras (livros e revistas) via Internet.

- Para finalizar, não podemos deixar de citar a Wikipédia18. Trata-se da primeira enciclopédia “aberta” do mundo. Nela, qualquer internauta pode inserir, editar e excluir conteúdos. Você sabia? Se quiser, pode contar a História do Brasil do seu jeito! Esta liberdade, no entanto, também gera dúvidas. Todas as pessoas que escrevem para o Wikipédia tem conhecimento suficiente para transmitir os dados de maneira correta? Se você usa (e gosta) do Wikipédia, uma dica: sempre confirme as informações em fontes mais seguras, como livros e revistas científicas. Afinal de contas, nem todo mundo faz o uso adequado das facilidades proporcionadas pela rede mundial de comunicação.

Vamos navegar?

15 Leia mais sobre o assunto:

http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/empresas-vasculham-web-antes-de-contratar/10075/.

16 Mais detalhes no endereço: http://www.periodicos.capes.gov.br/.

17 Entre na área de livros do Google: http://books.google.com.br/bkshp?hl=pt-BR&tab=pp. 18 Página inicial: http://pt.wikipedia.org/.

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Referências

BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas: Autores Associados, 1999, 115 p. CREPALDE, Ricardo. Sistema de Gestão de Aulas – criando cultura para o Ensino a Distância e melhorando o processo de ensino-aprendizagem pela internet. São Bernardo do Campo: São Paulo, 2003, p. 133-142.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: 34, 1993, 208 p.

____________. O que é Virtual? São Paulo: Editora 34, 1995, 150 p.

____________. A Máquina Universo – criação, cognição e cultura informática. Porto Alegre: Artmed, 1998, 169 p.

____________. A Revolução contemporânea em matéria de comunicação. (In) Para Navegar Século XXI – Tecnologias do Imaginário e Cibercultura, Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999a, p. 199-216.

____________. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999b, 260 p.

____________. Filosofia World – O Mercado, o Ciberespaço, a consciência. Lisboa: Editora Piaget, 2000, 207 p.

PALHARES, Roberto. A Educação a Distância, uma antiga, ilustre e ainda desconhecida modalidade de educação. In: ANUÁRIO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. São Paulo: Editora Monitor, 2005, p. 11-13.

PERROTTI, Edna Maria Barian. Educação a Distância: descobrindo o prazer de escrever. São Bernardo do Campo: São Paulo, 2003, p. 117-132.

PETERS, Otto. Didática do Ensino à Distância. Palestra realizada no dia 12 de setembro de 2001.

RECORDER, Maria José. Informação eletrônica e novas tecnologias. São Paulo: Summus, 1995.

SATHLER, Luciano Rosa Guimarães. Gestão de novas tecnologias no contexto

educacional. São Bernardo do Campo: UMESP, 2003, p. 51-76.

______. Novas tecnologias e mudanças no contexto de uma instituição educacional. São Bernardo do Campo: UMESP, 2005, p. 15-28.

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VIGNERON, Jacques e OLIVEIRA, Vera Barros de. Sala de Aula e Tecnologias, São Paulo: Editora Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), 2005, 142 p.

Referências

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