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Globalização e Integração Económica. Miguel Silva Pinto Correia [A GLOBALIZAÇÃO E A REPÚBLICA POPULAR DA CHINA: DESAFIOS E POTENCIALIDADE DE UM PAÍS]

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2010

Globalização e Integração Económica

Miguel Silva Pinto Correia

[

A GLOBALIZAÇÃO E A REPÚBLICA

POPULAR DA CHINA: DESAFIOS E

POTENCIALIDADE DE UM PAÍS

]

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2 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

中国,又一次飞跃。

China. O novo grande salto em frente.

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3 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Índice

Introdução ... 4

Breve História: do Império Celestial à República Popular da China ... 5

A Economia da RPC: de Mao Zedong a Deng Xiaoping ... 6

Macau e Hong Kong: Membros fundadores da OMC. ... 7

A Adesão da RPC à OMC: O Processo de Adesão ... 7

A Adesão da RPC à OMC: os Efeitos na Economia da RPC ... 9

Os Desafios da RPC no Mundo Globalizado:... 13

Conclusão ... 18

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4 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Introdução

A China, pela sua dimensão territorial e cultura, afirma-se no mundo globalizado graças à visão de Deng Xiaoping que, para libertar o potencial criador dos chineses, lança mão duma política de coexistência do capitalismo mais feroz com o centralismo democrático do PCC, permitindo assim que a acumulação capitalista alimente um sistema comunista para governar os destinos do país e a lançar a expansão deste para além fronteiras com a conquista do mercado global.

A um sistema comunista puro e duro com a inerente ineficiência produtiva sucede um sistema capitalista economicamente triunfante ainda que politicamente dependente da hierarquia comunista.

Essa “habilidade” da coexistência do capitalismo com o comunismo e o seu sucesso deve-se em grande parte à forma hábil como as autoridades conduziram a integração da economia chinesa no mercado global através da adesão de Hong Kong e Macau à OMC. Do sucesso dessa liberalização às “portas de casa” testaram o modelo, e assim avançaram para a integração na OMC com mais segurança.

Com uma competitividade assente nos baixos salários, no dumping social, cambial e ambiental tornaram-se na fábrica do mundo, quer para produtos de baixa tecnologia, quer para produtos de alta tecnologia. A acumulação financeira daí decorrente, dado o baixo consumo interno, tornou a China no maior credor mundial do EUA e num mercado apetecível para o resto do mundo.

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5 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Breve História: do Império Celestial à República Popular da China

Entre o final do Império do Grande Ming1 e durante todo Império do Grande Qing2, entre 1620 e 1912, a China vivia mergulhada na inércia social, económica, científica e cultural. Os primeiros contactos estabelecidos pelos ocidentais no séc. XV demonstravam já essa inércia: os chineses viviam, no que eles consideravam, o centro do universo. O triunfalismo cultural e a tirania mesquinha e condescendente, como Landes (1998) assim o descreve, levaram a que a sociedade Chinesa, em concreto os seus líderes, rejeitassem as ideias, tecnologias, ciência e até mesmo os bens trazidos pelos estrangeiros. A China tornou-se neste período “um aprendiz relutante e um mau aluno”.

A China preferia viver orgulhosamente fechada nas suas tradições e contemplação da sua grandeza passada, desdenhando o que o Ocidente lhe pudesse oferecer ou trazer. Inclusive os chineses com uma mente mais aberta, como o Imperador Kangxi3, apesar de reconhecerem a ciência ocidental como sendo diferente consideravam, no entanto, que os princípios que lhes eram subjacentes serem “considerados chineses na sua origem”. Note-se ainda, que durante o reinado de George III4, quando já se tinha iniciado a Revolução Industrial, o Imperador Qianlong5 escreve uma carta ao soberano inglês na qual afirma que o Império Celestial tem tudo o que é necessário dentro das suas fronteiras e que por isso não tem necessidade em importar quaisquer produtos manufacturados.

Os últimos dias do Império do Grande Qing foram marcados pelo descontentamento por parte dos civis. As invasões estrangeiras, que acabavam em tratados de reparação humilhantes, e o sentimento de que o poder deveria ser restaurado a favor da maior étnica Han, contribuíram para a Revolta de Xinhai6 e, posteriormente, a fundação da República da

China7, a 1 de Janeiro de 1912 em Nanjing. A República da China viveu períodos conturbados após a sua fundação. Apesar de, nominalmente, unida sob a direcção do Partido Nacionalista Chinês8, a China estava fragmentada pelos territórios controlados pelos Senhores da Guerra e pelas potências estrangeiras. A República da China encontrava-se por isso submersa numa grande fragilidade económica.

Durante o processo de industrialização o governo do Partido Nacionalista Chinês (KMT) teve de lidar com as reivindicações do Partido Comunista Chinês9 (PCC), do qual foi aliado político até 1927, com períodos de guerra civil entre as década de 20 e 40 e com a invasão japonesa da Manchúria, que afectou fortemente o processo de industrialização chinesa. Após a Guerra da Libertação10 iniciada contra o KMT em 1927, o caos económico e político, aliado aos elevados níveis de corrupção governamental em que a República da China sob a liderança do KMT estava mergulhada após a II Guerra Mundial, levaram a que o PCC, através do seu braço armado, o Exército de Libertação do Povo11, tomassem Pequim sem qualquer esforço em 1949. A 1 de Outubro de 1949 Mao Zedong12 proclama a fundação da República Popular da China (RPC) do topo de Tiananmen13. Pouco depois de 1 de Outubro de 1949, Chiang Kai-shek14 e as suas tropas aliadas, juntamente com cerca de dois milhões de

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6 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

pessoas15, exilam-se na província chinesa de Taiwan onde proclamam Taipei como capital temporária da República da China. Actualmente a soberania sobre a província chinesa de Taiwan é detida pela República da China16.

A Economia da RPC: de Mao Zedong a Deng Xiaoping

Mao Zedong durante os seus primeiros anos de liderança na RPC relançou a economia através da ligação desta com a economia da URSS, aproveitando ainda a região da Manchúria, rica em recursos naturais, para concentrar aí o esforço de industrialização, tendo como base a indústria já desenvolvida na II Guerra Mundial. Mas devido a diferenças ideológicas com a URSS, Mao perde o apoio tecnológico e monetário da URSS que combinado com a fraca produção agrícola leva o líder chinês a instituir o “Grande Salto em Frente”17, com o principal objectivo de iniciar uma industrialização a nível rural, utilizando as técnicas disponíveis nos campos. A política do “Grade Salto em Frente” ao instituir o sistema de comunas, substituindo as unidades de produção familiar, enfrentou grande resistência da população18 e revelou-se altamente ineficiente em termos económicos e agrícolas, levando cerca de 36 milhões de chineses a morrerem de fome19.

Pressões internas, no seio do PCC, lideradas por Deng Xiaoping, culparam directamente Mao Zedong pelo estado da economia em 1962; em resposta, Mao ordenou que se apostasse no planeamento da economia com enfoque na indústria ligeira em detrimento da pesada, pelo que o output agrícola cresceu ente 1961 e 1965 a um ritmo de 9,4%20. Mas esta não foi a única resposta de Mao às críticas vindas do PCC, pelo que em 1966 inicia a Grande Revolução Cultural do Proletariado21 com vista a remover os seus críticos de dentro do partido, ordenando aos Guardas Vermelhos22 para atacar a elite partidária e intelectuais,

eventualmente a Revolução Cultural atingiu as zonas rurais lançando a anarquia paralisando por completo a economia chinesa. A Revolução Cultural acabou por ser travada pelo próprio Mao Zedong através da intervenção do Exército de Libertação do Povo.

Com a morte da Mao Zedong em 1976 e a chegada de Deng Xiaoping ao poder, têm inicio, em 1978, a Reforma e Abertura23 que viriam a catapultar a RPC como potência económica e comercial emergente. Sob a política proposta por Deng em 1962, “não interessa se o gato é preto ou branco desde que este cace o rato”. A RPC inicia reformas em todos os sectores económicos a abre-se ao Investimento Directo Estrangeiro (IDE), pela primeira vez em 1978, desde o tempo da República da China liderada pelo KMT, através da criação das Zonas Económicas Especiais que se tornaram nos propulsores da economia nacional chinesa. Deng descentralizou o controlo governamental, reabriu a Bolsa de Shanghai e em 1992 acelerou os processos de privatização das empresas controladas pelo governo. As reformas de Deng foram continuadas pelos sucessores, “escolhidos a dedo”, Jiang Zemin24 e Zhu Rongji25. Foi durante a presidência de Jiang Zemin que a RPC aderiu à Organização Mundial do Comércio (OMC), no ano de 2000, completando-se assim a abertura da RPC à economia mundial.

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7 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Macau e Hong Kong: Membros fundadores da OMC.

Ao longo das distintas histórias26 de Macau e Hong Kong, em termos de ocupação por parte dos ocidentais, estes territórios foram sempre considerados portos comerciais que permitiam as trocas entre os ocidentais, os chineses e os japoneses.

Macau e Hong Kong foram membros fundadores da OMC no ano de 1995, como territórios aduaneiros com autonomia total sobre a sua política comercial externa. Note-se que à data da fundação da OMC, Macau era uma Colónia Portuguesa e Hong Kong uma Colónia da Coroa Britânica.

Aquando da devolução da soberania sobre Hong Kong, 1997, e Macau, em 1999, ambos os territórios tornaram Regiões Administrativas Especiais (RAE) da RPC. A criação das RAEs por parte da RPC, reflectindo a política de “um país, dois sistemas”, garante que ambos os territórios possuam um elevado grau de autonomia político-administrativa que é apenas limitada a nível da representação diplomática e em termos militares, pelo que ambas as RAE possuem o seu próprio sistema político, administrativo, judicial, económico-financeiro e monetário.

A experiência de Hong Kong a nível de negociações comerciais externas reporta-se ao GATT, tendo participado como membro na Ronda do Uruguai das Negociações Multilaterais Comerciais. Tanto Macau como Hong Kong tornaram-se membros da OMC através do artigo XI do Acordo de Marraquexe que estabelece a OMC, estatuo que continuam a manter enquanto RAEs da RPC, mesmo após a adesão da RPC à OMC. O facto de as duas RAEs já pertencerem à instituição internacional que regula o comércio entre nações, serviu como exemplo e objecto de estudo para RPC vir a negociar com a OMC e saber quais as vantagens concretas da sua adesão. Não podemos negar o facto de a RPC ter exportado para o resto do mundo tendo como intermediários as RAEs, tal facto serviu sem dúvida para preparar as indústrias, em especial as da Província de Guangdong27.

A Adesão da RPC à OMC: O Processo de Adesão

A China foi uma das partes contratantes do GATT, que entrou em vigor em 1948, porém a Revolução de 1949 levou o Governo da República da China (Taiwan) a retirar-se unilateralmente do acordo. É apenas em 1986 que a RPC pede o status de parte contratante, durante 14 anos a adesão da China ao GATT foi negociada, e apesar de ter participado como observadora na Ronda do Uruguai e assinado o Acordo de Marraquexe, não lhe foi reconhecido o estatuto de membro dentro da OMC, tal só viria a ocorrer com as conclusões das negociações em 2001. Um dos motivos que atrasou o processo de negociação da adesão da RPC à OMC prendeu-se com o facto dos países em desenvolvimento temerem que a procura global pelas suas importações o IDE diminuísse, já os países desenvolvidos temiam que o seu mercado fosse invadido com produtos chineses.

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A necessidade de garantir a protecção dos seus interesses comerciais, por forma a sustentar o crescimento rápido da sua economia, foi a razão económica para aderir à OMC, o pragmatismo desta decisão é acompanhado pelas ambições geopolíticas da RPC em tornar-se um potência capaz de fazer frente ao hegemónico EUA. A adesão à OMC dotou a RPC de protecção no acesso aos maiores mercados mundiais, tornando-a ainda mais atractiva para os investidores internacionais, em especial aqueles que estão interessados nas enormes potencialidades do mercado doméstico da RPC.

Com a entrada na OMC a RPC comprometeu-se, como qualquer país, a reduzir o nível médio das suas tarifas, em concreto de 31,5% para 17,4%, reduzir as quotas e os subsídios à exportação. No que toca ao mercado das tecnologias da informação, as tarifas serão eliminadas.

A reforma a nível de acesso ao mercado na RPC ocorreu no sector dos serviços, que até ao momento de adesão se encontrava fechado ao investimento estrangeiro, com a adesão à OMC o investimento estrangeiro pode agora ser feito nos seguros, banca, securities, sendo que o próprio sector dos serviços deverá ficar totalmente aberto. As negociações permitiram ainda aos investidores estrangeiros distribuir os seus produtos por todo o território continental chinês, podendo ainda fazer negócios com a RPC sem terem que estabelecer presença física no território. Porém, a maior surpresa surge no mercado agrícola, neste sector a RPC comprometeu-se muito para além das exigências da OMC, concordando em eliminar os subsídios à exportação e impondo um tecto máximo aos subsídios domésticos agrícolas, tecto esse abaixo daquele que é exigido ao países em desenvolvimento.

Apesar de todos estes compromisso assumidos por parte do governo chinês, os observadores internacionais têm dúvidas quanto à implementação das medidas necessárias para que tais objectivos sejam atingidos, esses mesmos observadores internacionais afirmam que o governo chinês fixar-se-á nos compromissos mensuráveis (como tarifas, subsídios e quotas), enquanto as medidas não mensuráveis (como as relacionadas com o sector de serviços), estarão abertas a debates devido à possibilidade múltiplas interpretações. Para evitar o não cumprimento de objectivos por parte das autoridades chinesas, a OMC estabeleceu um mecanismo de monitorização de implementação multilateral para avaliar os avanços chineses nos primeiros oito anos de adesão da RPC à OMC.

Ao aderir a uma organização internacional baseada em regras com aplicação efectiva das mesmas, tem impactos que afectam não só a esfera económica mas também política, a adesão à OMC implica por isso reformas em especial no sector empresarial do Estado, mas também uma maior transparência administrativa, em especial no que toca a concursos públicos28, o que implica reformas na burocracia administrativa da RPC. De forma a incrementar a transparência, relativamente às normas da OMC que o governo chinês adopta, o mesmo disponibilizou-se a criar um Jornal Oficial29 onde são publicadas todas as leis referentes ao comércio internacional e às reformas acordadas com a OMC.

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A complexidade jurídica que a OMC acarreta levou o governo chinês a incluir na sua reforma judicial “tribunais e procedimentos para revisão de todas as medidas legais e administrativas relacionadas com comércio internacional bem como possibilidade de recorrer das decisões”30.

No que diz respeito ao sector empresarial, o governo de Pequim tem feito um esforço em transformar as empresas geridas pelo Estado em empresas detidas pelo Estado, graças às reformas legais e reguladoras induzidas pela a adesão à OMC, apesar do empenho do governo da RPC, este continua a ser em muitos casos accionista maioritário das empresas, através de privatizações parciais, uma vez que as considera como pilares31 da economia chinesa. Graças a estas privatizações, ainda que parciais, o sector empresarial do Estado encontra-se melhor preparado para competir com as novas iniciativas empresariais estrangeiras e locais.

Mas esta adesão por parte da RPC à organização que regula a liberalização do comércio a nível mundial não implica apenas uma reestruturação do lado chinês, a adesão também trouxe benefícios, entre eles, o estatuto permanente de Nação-Mais-Favorecida, estatuto este que era negociado bilateralmente todos os anos entre a RPC e os EUA, estando sujeito ainda a aprovação no Congresso dos Estados Unidos. A possibilidade de recorrer ao mecanismo de resolução de disputas para defender os seus interesses comerciais e o direito a participar nas conferências negociais multilaterais relativas às futuras regras para a liberalização do comércio, são contrapartidas da adesão da RPC à OMC.

A Adesão da RPC à OMC: os Efeitos na Economia da RPC

Antes de mencionar o impacto económica que a adesão à OMC tem na RPC, é necessário mencionar que ainda se encontram em vigor discriminações provisórias que podem eliminar ou atenuar certos ganhos que estão associados à abertura do mercado da RPC ao mundo, nomeadamente o mecanismo transitório de salvaguarda para produtos específicos. Este mecanismo permite aos parceiros comerciais da economia chinesa impor restrições baseadas em “perturbação do mercado ou ameaça de perturbação do mercado”, quando os critérios normais da OMC são mais restritos32. Outra das consequências que pode atenuar os ganhos, com origem na abertura do mercado, prende-se com as medidas de retaliação a aplicar aos exportadores chineses devido ao número recorde de processos antidumping com que RPC se depara.

Existem numerosos estudos relacionados com impacto económico da adesão da RPC à OMC, quer a nível interno, isto para a economia da RPC, quer a nível de impacto na economia global.

O grande impacto da adesão à OMC reflecte-se no PIB da RPC, uma vez que a abertura da economia tem tido impacto sobre todas as variáveis macroeconómicas, estimando-se que o PIB real em 2010 seja 10,7% superior em relação às projecções feitas na ausência de não

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adesão à OMC. Note-se ainda que desde Janeiro de 2000 até Outubro de 2010, o PIB da RPC cresceu (ajustado à inflação) a uma média de 9,37% ao ano, atingindo o seu apogeu em Março de 2007 com um crescimento de 13%.

Com as taxas de crescimento do PIB verificada na RPC, verificou-se ainda um aumento de produção em todos os sectores industriais, fruto de uma crescente liberalização que por sua vez permitiu um fluxo maior de capital doméstico e estrangeiro levando assim a aumentos de produtividade e menores custos de capital nos sectores liberalizados pelo governo chinês. O aumento de produtividade permite uma redução dos preços, dando impulso a um maior consumo interno, o que por sua vez aumenta a produção chinesa e consequentemente ainda mais o PIB da RPC.

Até à entrada da RPC na OMC o seu crescimento económico tinha-se baseado em dois vectores: a substituição de importações e a elevada promoção de exportações, torna-se óbvio que a entrada da RPC na organização reguladora do comércio vem colocar um travão à política de substituição de importações.

Outra das vantagens trazidas pela OMC prende-se com o facto de a mesma impulsionar as indústrias chinesas a deslocarem-se para actividades de maior valor acrescentado, tal facto verifica-se com maior incidência nas cidades do litoral chinês, embora seja um fenómeno que abrange o todo nacional, mas que também deve ser encorajado pelo governo chinês nas zonas rurais como forma de aumentar o rendimento dos agricultores e evitar crescentes pressões migratórias do campo para a cidade. As empresas chinesas ao iniciarem-se em actividades com maior valor acrescentado, poderão vir a passar um período de grande aumento de produtividade, à semelhança do que aconteceu com as economias vizinhas. As actividades industriais de maior valor acrescentado, em especial os sectores referentes à montagem de bens de tecnologia de ponta ou produção de bens de baixa de tecnologia, têm vindo a ganhar cada vez mais relevo no tecido industrial chinês desde a adesão do país OMC, entrando em concorrência directa com a República da Coreia. O grande trunfo da RPC em termos das suas exportações está subjacente no facto do país ter capacidade para exportar não só bens manufacturados mas também em bens com um elevado grau de tecnologia como é o caso dos semicondutores, das telecomunicações e do sector automóvel afectando o Reino da Tailândia e a Malásia, este facto é suportado pelos dados estatísticos que demonstram que entre 1993 e 2003 a maquinaria, os transportes e os equipamentos electrónicos viram o seu peso subir de 17% para 41% do total de exportações.

Outra das grandes oportunidades trazidas com a maior abertura económica da RPC prende-se com a possibilidade de a mesma, num futuro próximo vir a participar, ou não, em acordos regionais de livre comércio com os seus parceiros económicos asiáticas, em especial com o bloco ASEAN33 e o Japão. Estes acordos comerciais em que a RPC vier a ficar de fora traduzirão o desejo dos parceiros regionais em manter os níveis de comércio intra-regional;

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no entanto, se os acordos envolverem a RPC, verificar-se-á nessa situação que ambas as partes desejam apostar rapidamente no sector dos serviços e dos produtos industriais de elevada qualidade e tecnologia para fazer face à concorrência de outra grande potência emergente que é a Índia.

O grande acordo comercial depois da adesão à OMC que a RPC assinou foi com a sua Província de Taiwan, este acordo34 permitiu um aumento das trocas comerciais entre a China Continental e a ilha-Província cujas estimativas realizadas, tendo em conta a redução de tarifas, aponta para ganhos de comércio na ordem de USD 13,8 biliões para a província chinesa de Taiwan e de USD 2,8 biliões para RPC. Este acordo é semelhante aos Acordos de Estreitamento de Relações Económicas35 que a RPC tem vindo a fazer com as RAEs.

Em termos de consumo (final) este aumentou desde 2000 até 2009 a uma taxa de crescimento médio anual de 6,95%, tendo atingido em 2007 o pico máximo de 9,98%. Tal deve-se a uma expansão da procura por produtos manufacturados e serviços em detrimento dos produtos agrícolas, fruto do aumento do PIB per capita que tem vindo aumentar a uma taxa de crescimento média anual de 9,93% no período considerado.

De acordo com Mai et all (2004) as taxas de crescimento médias de valor acrescentado em todas as commodities irá aumentar, sendo que de acordo com as projecções feitas (contra as projecções de não adesão à OMC) para o consumo das mesmas, apenas se verifica uma quebra no consumo de gás natural e de gado.

Apesar do enorme impacto positivo da adesão à OMC na economia chinesa, o grande problema põe-se em relação às áreas rurais chinesas, onde habita 70% da população chinesa que contribui com 30% para to total do PIB. Apesar destes números, a população dependente da agricultura viu o seu rendimento aumentar apenas de 1,8%, em 2000, o aumento mais baixo desde as reformas agrícolas iniciadas em 1980. Aliados a estes números, prende-se ainda o facto de apenas 15% da totalidade do território chinês ser arável, destes 15% apenas 1,2% suporta colheitas permanentemente, alimentando 20% da população mundial. Pelo que foi política prioritária do Presidente Jiang Zemin aumentar o output agrícola, aumentar os rendimentos dos agricultores e manter a estabilidade social nas aldeias. A abertura ao comércio a que a OMC obriga, leva a que o governo chinês tenha necessidade de encontrar novas fontes de rendimento para os agricultores ao mesmo tempo que tenta criar um novo sistema de uso das terras agrícolas aliado a uma constante procura de terrenos para habitação e indústria.

Tal como acontece com o sector terciário e secundário, o governo chinês começou a incentivar os agricultores a dedicarem-se a actividades agrícolas com maior valor acrescentado, como é o da produção fruto/hortícola ou biológica ao abolir o imposto de 12% sobre o rendimento dos agricultores que se dedicavam à produção de fruta36. Antecipando a entrada na OMC e com o intuito de diversificar as fontes de rendimento dos agricultores o

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governo chinês criou, em 1992 o Centro de Desenvolvimento de Alimentação Verde da China37, promovendo a produção agrícola biológica.

Para além de incentivar a produção de produtos agrícolas com maior valor acrescentado é necessário a criação de um bom sistema de distribuição dos produtos de forma a escoar a produção das áreas rurais e ajudar os agricultores a aceder ao vasto mercado interno chinês, ainda no pacote de reformas rurais a encetar pelo governo chinês deve estar presente a necessidade de investimentos sustentáveis na agricultura e tecnologia agrícolas e uma maior educação da população rural e a possibilidade de criação de cooperativas agrícolas para promover economias de escala. Estas reformas são cruciais nas áreas rurais uma vez que os Governos Populares das províncias, dada o seu relativo grau de autonomia em relação ao Governo da RPC, podem colocar entraves à abertura do mercado com medidas proteccionistas que visam satisfazer as exigências da população agrícola. Só assim será possível garantir, no longo prazo, uma transição para um economia aberta, em termos agrícolas, sem elevados custos para as populações rurais.

Além do mais, a abertura ao comércio internacional, levará certamente à importação de produtos agrícolas, em especial dos EUA e da Commonwealth da Austrália, de baixo valor como é o do trigo, arroz, e algodão (sectores agrícolas chineses altamente controlados pelo Estado) o que obrigará os agricultores a apostarem no sector hortícola para exportação, tendência essa que já se verifica.

No entanto as exportações agrícolas da RPC apesar de em contínuo crescimento são muitas vezes postas em causa por questões fitossanitárias que os parceiros comerciais da RPC levantam. Apesar de dos Acordos Sanitários e Fitossanitários assinados pela RPC aquando da adesão à OMC, a corrupção a nível governamental, e em especial na Administração Nacional da Alimentação e Medicamentos38, têm dificultado, e em alguns casos, eliminado, a supervisão da agência no que toca a higiene e segurança alimentar, veterinária e cosmética, dificultando, em último caso, a exportação de bens chineses.

Mas adesão à OMC não se traduz apenas em ganhos de comércio e acordos de comércio livre, a pertença a esta instituição internacional ajudou a RPC a captar ainda mais IDE. Os fluxos de IDE na RPC têm vindo a assistir a um crescendo sem precedentes. Tal fluxo traz, com é sabido enormes benefícios para a economia. Os fluxos de IDE ajudaram a RPC a captar tecnologia e ganhos de eficiência, esto efeito é ainda ampliado pelo facto do IDE ter privilegiado o sector das comunicações, dos equipamentos, dos químicos e da maquinaria pesada. O IDE provocou ganhos de eficiência pois as empresas para onde foi direccionado eram te pequena e média dimensão, onde o grau de desenvolvimento tecnológico não era elevado. O IDE pode vir ainda a ajudar, economicamente, as zonas rurais da RPC ao criar oportunidades para o desenvolvimento do comércio intra-regional, uma vez que o crescimento das zonas rurais tem vindo a decrescer nas últimas décadas.

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Como detentora de mais de USD 1.7 triliões, valor esse que cresce USD 1 bilião por dia, em obrigações do tesouro norte-americano, pelo que a RPC através do Ministério das Finanças criou, em Dezembro de 2007, a Sociedade de Investimento da China39 (SIC) para gerir o quinto maior fundo de riqueza soberano do mundo. Compete à SIC investir o seu capital de USD 200 biliões em economias em desenvolvimento e desenvolvidas, bem como nos mercados financeiros. Desde a sua fundação que 50% dos seus investimentos são feitos a nível global, tendo atingido em 2009 um retorno de 11,7% sobre a totalidade do seu portfólio, o que significou que os seus activos cresceram para um valor que rondam os USD 332 biliões. A estratégia de investimento da SIC é simples, deter, investir e gerir uma parte das reservas em divisa estrangeiras detidas pelo Banco Popular da China40. O investimento é feito numa base comercial e após uma criteriosa análise das empresas em que investe, tendo como objectivo retornos sustentáveis para os accionistas e não o de controlar as empresas multinacionais em que investe.

A criação da SIC e o seu relativo grau de transparência no que toca às suas operações é sem dúvida fruto da abertura ao comércio e investimento internacional a que a RPC se tem exposto desde a adesão à OMC, reflectindo ao mesmo tempo um interesse geoestratégico bem definido, nomeadamente no que toca à expansão territorial de mercados e acesso a novas tecnologias. Historicamente é possível observar que o número de empresas adquiridas por capitais chineses e o IDE oriundo da RPC registam o seu aumento exponencial a partir do ano da adesão à OMC altura a que se verifica a liberalização do comércio e maior facilidade de investimento na RPC e da RPC em países terceiros.

A RPC é um dos quinze maiores investidores internacional, tendo investido cerca de USD 20,9 biliões só no terceiro trimestre de 2009, sendo que a maioria desse investimento foi feita quase exclusivamente em recursos naturais e 40% envolveu a aquisição de controlo accionista. A RPC tem vindo a investir na RAE Hong Kong, nas Ilhas Caimão41, nas Ilhas Virgem Britânicas42, na União Europeia e nos EUA. Note-se ainda que o investimento de origem chinesa na UE é motivado, em alguns casos, pelo estabelecimento de centros de investigação e desenvolvimento no seio das economias desenvolvidas.

Os Desafios da RPC no Mundo Globalizado:

O principal “adversário” do RPC é o seu vizinho fronteiriço, a Índia. Um factores que pode favorecer a Índia em detrimento do RPC no que toca ao crescimento económico, prende-se com a própria demografia da RPC que dentro de pouco tempo terá a sua população a envelhecer drasticamente devido à “política de um só filho”. A política de controlo populacional tem vindo a ser criticada na Conferência Consultiva Política Popular da China43 e pela Academia Chinesa de Ciências Sociais44, mas até agora o Governo da RPC nada tem feito em relação à política de controlo populacional à excepção de não aplicar a política na RAE Macau, na RAE Hong Kong e na Região Autónoma do Tibete. Porém a “política de um só filho” tem vindo a ser contornada por casais com rendimento acima da média, que

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recorrem a tratamentos de fertilidade, dada a maior probabilidade de terem gémeos, não sendo assim penalizados.

Juntamente com esta política de natalidade, que contribuiu para o nascimento acentuado de crianças do sexo masculino, surge também um regresso das atitudes tradicionais para com as mulheres na sociedade chinesa, algo que não se verificava desde que Mao Zedong que tinha contribuído largamente para a melhoria do papel da mulher na sociedade chinesa. A ocupação de cargos políticos ou empresariais de topo é raramente ocupado por mulheres. No entanto a maior independência económica que estas têm vindo a ganhar desde o tempo de Mao, levou a que hoje metade das mulheres mais ricas do mundo seja chinesa.

Apesar da Índia ter uma população jovem e capaz de falar inglês, um activo importante no mundo cada vez mais globalizado, e o grau de literacia estar a crescer, esta taxa de literacia é de apenas 60% na Índia e de 93% na RPC. A RPC, através do Ministério da Educação45 tem

vindo, desde 1986, a modernizar e a alocar mais recursos para o sistema educativo, ao mesmo tempo que exige aos alunos a aprendizagem de um currículo extenso e técnico em termos científicos, tendo recentemente introduzido o inglês como língua de aprendizagem obrigatória logo nas escolas primárias. O sistema de ensino chinês é sem dúvida um activo, em detrimento do sistema de ensino indiano altamente caótico, preparando os alunos para os desafios com que a RPC deparará no futuro. Graças ao ensino obrigatório de nove anos seguido de três anos que podem ser dedicados ao ensino vocacional ou à continuação dos estudos, para posterior entrada nas universidades, a RPC tem vindo a apostar na formação da sua força de trabalho de forma consistente46. Porém o grande desafio que tem de superar face à Índia prende-se com o facto de o sistema de ensino não privilegiar o pensamento criativo para resolução dos problemas do dia-a-dia, explicando, ainda que de forma parcial, o baixo número de empreendedores face à Índia, possuindo cerca de 45 milhões, o que a longo prazo pode ter efeito negativos na economia chinesa se esta pretende se basear economia do conhecimento.

Outro do grande desafio que a RPC se depara desde a abertura promovida por Deng Xiaoping, relaciona-se com as zonas rurais e a necessidade de criar empregos alternativos para absorver a população agrícola, em especial nas zonas urbanas que têm vindo a observar um forte êxodo rural com todos os problemas que dele advêm. O Governo de Pequim tem vindo ao longo dos últimos anos a investir fortemente nas zonas rurais chinesas bem como na China Ocidental com intuito não só de promover uma coesão territorial em termos económicos, mas também atenuar conflitos étnicos que por vezes ocorrem nas regiões ocidentais da RPC entra a maioria étnica Han e as etnias locais, em especial os Uyguhrs e os Tibetanos.

As zonas rurais são ainda fontes de preocupação para o Governo central, nomeadamente, no que diz respeito e manter a produção agrícola face à pressão demográfica existente, pelo que as reformas levadas a cabo pelo Ministério da Agricultura da RPC têm-se focado na

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maquinização, sempre que possível, da agricultura e desenvolvimento das tecnologias agrícolas no sentido de fazer face ao constante aumento da procura e a desenvolver uma agricultura sustentável, com o principal objectivo de evitar que a RPC venha a depender, em termos agrícolas, fortemente das importações.

Associado ao rápido crescimento económico da RPC, o sector industrial é um sector fundamental, em especial no que diz respeito às exportações, e que no entanto pode vir a tornar-se no grande “activo tóxico” da economia chinesa devido à poluição que lhe é inerente. A industrialização do país, com dimensões populacionais nunca observadas na história mundial, cria enormes pressões sobre o meio ambiente que até hoje tem sido altamente sacrificado em detrimento do desenvolvimento e crescimento económico do país, só muito recentemente é que o Governo da RPC criou o Ministério da Protecção Ambiental47, como o mandato específico para implementar e fiscalizar as normas ambientais.

A forte dependência dos combustíveis fósseis, entre os quais o carvão, o petróleo e o gás natural, são a principal fonte de poluição na RPC causando fortes consequências ambientais não só a nível nacional mas também ambiental. No que concerne às fontes de energia da RPC, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma48 tem vindo a formular directivas promovendo as energias renováveis, nomeadamente a energia eólica e solar, dado o potencial existente no território chinês para o desenvolvimento das mesmas. Actualmente a RPC é, em termos absolutos, o maior produtor de energia renovável com uma capacidade de 152 GW.

A Região Autónoma do Tibete, a Região Autónoma da Mongólia Interior e todo o litoral possuem um enorme potencial eólico latente dadas as condições climatéricas que afectam estas duas divisões administrativas da RPC conjuntamente com o mar chinês. Um estudo científico conjunto levado a cabo pelas Universidades de Harvard e Tsinghua49 aponta que a RPC pode satisfazer as suas necessidades energéticas de 2030, uma vez que as eólicas forneceriam 6,96 triliões de MW valor que é o dobro do projectado para 2030, sendo que o único problema com que a RPC se depara é a actualização da sua rede eléctrica nacional. Os números projectados pelos estudos podem vir a tornar-se realidade se o ritmo de instalação de turbinas eólicas continuar estável.

No que diz respeito à instalação de energia solar, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma planeia que 1800 MW sejam de origem solar, mas não exclui a possibilidade de virem a ser 10000 MW. O sector da energia solar ainda não se encontra tão desenvolvido como a eólica, mas encontra-se definitivamente nos planos de diversificação energética da RPC, sob pena de não garantir a sustentabilidade do seu crescimento económico. Apesar destes números encorajadores no que toca a reformas que visam a diversificação das fontes de energia, o Governo Chinês está a investir de forma “verde” através expansão dos caminhos-de-ferro, na gestão dos recursos hídricos e do lixo.

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16 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Mas não são só os desafios ambientais, energético e rurais com que a RPC se depara actualmente, um dos grandes desafios prende-se sobretudo com a cultura da corrupção existente desde os tempos imperiais, factor esse que contribuiu, em parte, para a queda do Império do Grande Qing e de Chiang Kai-shek. Durante os anos de Mao Zedong e de acordo com os observadores internacionais que visitavam a RPC a corrupção parecia ter desaparecido. No entanto com a abertura iniciada por Deng Xiaoping o fenómeno voltou a ganhar proporções gigantescas, sendo uma das razões por detrás do Incidente de 4 de Junho50. Vários membros51 do PCC, têm vindo a falar de forma mais ou menos aberta, dependendo do seu status quo dentro do próprio partido, sobre este flagelo na sociedade chinesa e que de acordo com as raras sondagens nos media e com inquéritos levados a cabo pelo Conselho de Estado demonstram que é uma das principais preocupações da população chinesa nos dias de hoje. Apesar do combate feito à corrupção tanto pelo PCC como pelo próprio Governo central, a população chinesa continua relutante em aceitar que todas as medidas necessárias estão a ser tomadas. Em último caso a corrupção pode pôr em perigo a estabilidade política alcançada pelo próprio PCC para a RPC, levando ao tumulto social e ao perigo de emergir o país num caos de legitimidade política sem precedentes. Mais do que um problema cultural e político, a corrupção pode vir a tornar-se um problema económico, no médio/longo prazo, uma vez que poderá afectar as decisões dos investidores estrangeiros, em especial se a concorrência já presente no mercado chinês incorrer neste tipo de práticas para garantir a sua posição dominante no mercado ou até mesmo corromper os oficiais locais para bloquear o acesso de outros investidores estrangeiros, levando a perdas económicas enormes, que em nada contribuem para o desenvolvimento socioeconómico chinês.

Apesar de todos os desafios já enunciados anteriormente existe um que ofusca todos e esse prende-se com a reforma do PCC e a democratização da RPC. Os críticos internacionais têm-se perguntado se o PCC é verdadeiramente comunista em termos ideológico dado o actual regime económico vigente na RPC de hoje, mas como referiu um figura52 proeminente do partido: “Somos o Partido Comunista e como tal definimos o que significa comunismo”. Desde 2007 que o actual Presidente Hu Jintao53 tem vindo a falar em participação política, desde que dentro das linhas orientadoras do PCC, mas muito do que se tem discutido sobre a reforma política da RPC está directamente relacionado com a reforma interna do PCC e não com uma reforma constitucional.

A estrutura interna e modo de funcionamento do PCC, bem como os fluxos de poder e as relações entres os seus membros pouco se alteraram desde o tempo de Mao, onde a quase inércia do presente pode levar à instabilidade política futura, apesar de estas características serem criticadas e reconhecidas pelos líderes como uma falha com possíveis consequências graves, pouco ou nada se tem feito. Os filtros que controlam as posições de topo dentro do PCC continuam a marginalizar as mulheres e os empresários. Ao contrário do Partido Comunista Vietnamita que institui “democracia interna” dentro do partido para os lugares

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17 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

de topo, algo semelhante aos caucus norte-americanos, o PCC ainda não dispõe de tais mecanismos.

O jornal científico, Review of Economic Research, financiado pelo Ministério das Finanças54 da RPC, publicou um artigo aonde explica detalhadamente, em 28 páginas, a reforma partidária do PCC pode ser implementada num prazo de 20 anos. O autor do artigo, Zhou Tianyong55, apesar de enfatizar que o monopólio do poder deve continuar no PCC avança com sugestões para a sua gradual reforma, das quais destacam-se as seguintes:

1. Acabar com exigência de que os membros do PCC sejam ateístas;

2. Acabar com a burocracia, reduzindo o número de representantes do PCC nas divisões administrativas mais baixas;

3. Desenvolver ONGs;

4. Desenvolver campanhas eleitorais para legislatura nacional e reduzir o tamanho da mesma em 15%;

5. Banir os oficiais do governo de servirem como delegados na legislatura;

A primeira proposta parece ser a mais acessível, de momento, para o PCC uma vez que Hu Jintao tem vindo a afirmar o quão é importante o papel dos grupos religiosos no desenvolvimento de uma “sociedade harmoniosa”56. No entanto as reformas que mais conflitos poderiam gerar no seio do PCC estão relacionadas com o desenvolvimento de campanhas eleitorais nacionais para a legislatura e o banimento dos oficiais de governo da mesma, isto porque implicaria separação dos poderes na RPC.

Note-se que na RPC só existem eleições directas para o Conselho das aldeias e para os Congressos do Povo locais, todos os níveis superiores de Congressos do Povo até ao Congresso Nacional do Povo (legislatura nacional), são indirectamente eleitos pelos membros do Congresso do Povo que se encontra imediatamente abaixo na hierarquia. Apenas concorrem a este tipo de eleições os membros do PCC, os membros dos oito partidos aliados57 do PCC e independentes simpatizantes do PCC.

Assim sendo compete ao PCC, no crescente mundo globalizado em que a RPC se encontra, renovar-se uma vez mais, interna e externamente, sob pena de vir a colapsar sobre si próprio por forma a ser capaz de levar a RPC à hegemonia político-económica pela qual anseia. Apenas renovando-se e permitindo uma maior aproximação com o povo, de forma mais ou menos democrática (tendo em conta as circunstâncias), poderá o PCC acabar com a inércia que lhe é característica em termos de inovação estrutural e que tanto promove a corrupção, o mal que o próprio partido pretende acabar e que ao longo do tempo se tem vindo a instalar.

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18 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Conclusão

A China devido à forte acumulação de capital com a consequente expansão da classe média vai se defrontar com as contradições inerentes ao desenvolvimento do capitalismo, designadamente no que diz respeito à sua organização política de que é exemplo o movimento de modernização do PCC na tentativa de conter o desenvolvimento de partidos diversos do PCC.

A política do filho único, em breve vai pôr a China perante um envelhecimento acelerado da população com os consequentes encargos e quebras de produtividade o que poderá abrandar a dinâmica da China face ao seu vizinho Indiano, cuja juventude menos escolarizada do que na China tem a vantagem do domínio, já, da língua inglesa. A Índia será o concorrente natural através da mão-de-obra barata e abundante, mesmo a especializada.

Finalmente, o gigantismo no consumo energético vai desencadear no mercado global dos combustíveis fósseis, tensões que já estão a ser acauteladas pela China com o recurso massivo á energia eólica e hídrica.

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19 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Notas

1

Império do Grande Ming (大明国) governou a China entre 1368 e 1644, foi a última dinastia controlada pela etnia Han.

2

Império do Grande Qing (大清国) governou a China entre 1644 e 1912, dinastia controlada pela etnia minoritária Manchu.

3

Imperador Kangxi (康熙帝, 4 de Maio de 1654 – 20 de Dezembro de 1722), de etnia manchu com o reinado mais longo e próspero do Império Celestial, 61 anos e 305 dias.

4 George III (4 de Junho 1738 – 29 Janeiro 1820), Rei do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda, Rei

de Hanôver e Duque de Brunswick. Reconheceu a independência dos EUA, nos Tratados de Paris.

5

Imperador Qianlong (乾隆帝, 25 de Setembro de 1711 – 7 de Fevereiro de 1799), de etnia manchu, é no final do seu reinado que se começa a verificar o declínio da dinastia Qing.

6

Revolta de Xinhai (辛亥革命), revolução iniciada a 10 de Outubro de 1911 que culminou na queda do Império do Grande Qing a 12 de Fevereiro de 1912.

7中华民国 8

Partido Nacionalista Chinês (中國國民黨), fundado em 1894, teve grande influência na queda do Império do Grande Qing e actualmente governa a província chinesa de Taiwan, à qual chama República da China (中华民国).

9

Partido Comunista Chinês (中国共产党), fundado em 1921, fundou a República Popular da China (中 华人民共和国), a qual governa desde a sua fundação. É o maior partido político do mundo em termos de filiação.

10 A Guerra da Libertação (解放战争) foi apenas interrompida quando o Partido Nacionalista Chinês e

o Partido Comunista Chinês se aliaram, ainda que de formar descoordenada, contra os Japoneses.

11

Exército de Libertação do Povo11 (人民解放军), fundado em 1927 no início da Guerra da Libertação como o braço armado do Partido Comunista Chinês é hoje a organização militar unificada da RPC.

12

Mao Zedong (毛泽东, 26 de Dezembro de 1893 – 9 de Setembro de 1976), fundador e primeiro Presidente da RPC (1954-1959), liderou a RPC desde a sua fundação até ao ano da sua morte.

13

Tiananmen (天安门) – Porta da Paz Celestial, é a entrada principal para a Cidade Imperial, localizada na Cidade Proibida (紫禁城).

14 Chiang Kai-shek (蔣中正, 31 de Outubro de 1887 – 5 de Abril de 1975), líder do Partido Nacionalista

Chinês, Presidente de Taiwan e Primeiro-Ministro de Taiwan.

15 Na sua grande maioria funcionários do governo da defunta República da China e empresários. 16

Os territórios da província chinesa sobre os quais a República da China detém soberania são: a Ilha Formosa (臺灣島), as Ilhas Pescadores (澎湖群島), as Ilhas do Mar do Sul da China (南海諸島), Ilhas Matsu (馬祖列島) e Kinmen (金門島).

17

O Grande Salto em Frete (大跃进), política que visava reforma o sector agrícola chinês, reflectiu-se no planeamento económico ente 1958 e 1961.

18 O Grande Salto em Frente foi contra os valores tradicionais, altamente baseados nos ensinamentos

de Confúcio.

19

Os Três Anos de Desastres Naturais (三年自然灾害), também conhecidos como a Grande Fome Chinesa (三年大饥荒), deveram-se às mudanças radicais na organização de produção e distribuição agrícola devido ao Grande Salto, combinados com as cheias do Rio Amarelo em 1959 em com as secas e cheias registadas no Sul da China entre 1958 e 1962, de acordo com os anuários da Encyclopædia Britannica.

20

Rosser e Rosser, Comparative Economics in a Transforming World Economy

21 Grande Revolução Cultural do Proletariado (无产阶级文化大革命), também conhecida como

Revolução Cultural.

22

Os Guardas Vermelhos (红卫兵) eram movimentos massivos de civis, maioritariamente compostos por estudantes e jovens chineses mobilizados por Mao Zedong aquando da revolução cultural chinesa.

(20)

20 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

23

A Reforma e Abertura (改革开放) foram o conjunto de reformas económicas iniciadas por Deng Xiaoping, as quais o Governo chinês chamou de “Socialismo com características chinesas”.

24 Jiang Zemin (江泽民, nascido a 17 de Agosto de 1926) foi Presidente da RPC entre 1993 e 2003. 25

Zhu Rongji (朱镕基, nascido a 1 de Outubro de 1928) foi Primeiro-Ministro da RPC entre 1998 e 2003, Vice Primeiro-Ministro da RPC entre 1993 e 1998 e Governador do Banco Popular da China entre 1993 e 1995.

26

A soberania portuguesa sobre o território de Macau (澳门, hoje 中華人民共和國澳門特別行政區) foi reconhecida aos Portugueses pelo Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português (中葡和好通商 條約), apesar de a interpretação chinesa do tratado apenas reconhecer o direito a administrar o território. No que se refere a Hong Kong (香港, hoje 中華人民共和國香港特別行政區) este foi conquistado pelo Império Britânico durante a I Guerra do Ópio e ampliada em 1842 e em 1898 pelo Tratado de Nanjing (南京条约) e pela Convenção da Expansão do Território de Hong Kong (拓展香港 界址專條), respectivamente.

27

A Província de Guangdong (广东省) é vizinha da RAE Macau e da RAE Hong Kong. Guangdong é actualmente a província chinesa que mais contribui para o PIB nacional.

28

A RPC já propôs um sistema de tarifas e quotas para os concursos públicos.

29

Gazeta de Cooperação Económica Externa da China (中国对外经济贸易文告) é publicada pelo Ministério do Comércio da República Popular da China (中华人民共和国商务部).

30

O sistema judicial chinês, continental, ainda não se encontra totalmente dotado de tais mecanismos.

31

Indústria metalúrgica, petrolífera e petroquímica, os sectores automóvel, bancário, telecomunicações, de distribuição, transporte e armazenamento.

32 Os critérios normais da OMC são “lesão séria ao funcionamento do mercado” ou “ameaça de lesão

séria ao funcionamento de mercado”.

33

ASEAN, Association of Southeast Asian Nations, bloco económico de cariz geopolítico constituído pela República da Indonésia, Malásia, República das Filipinas, República de Singapura, Reino da Tailândia, Nação do Brunei o Domicílio da Paz, União do Myanmar, Reino do Cambodja, República Popular Democrática do Laos e pela República Socialista do Vietname.

34 Acordo Sobre o Quadro de Cooperação Económica (两岸经济合作框架协议(定)) é um acordo

preferencial de comércio entre a RPC e a Província Chinesa de Taiwan.

35

Acordos de Estreitamento de Relações Económicas e Comerciais (更紧密经贸关系) são acordos realizados entre a RPC e as diferentes áreas aduaneiras existentes no seu território.

36

Actualmente, independentemente do tipo de produção todos os agricultores pagam apenas o imposto agrícola (cerca de 6%), eliminando-se assim a diferenciação com base na produção. Tal medida torna o output agrícola mais em linha com as reais necessidades do mercado interno chinês.

37

O Centro de Desenvolvimento de Alimentação Verde da China (中国绿色食品发展中心) foi criado e tutelado pelo Ministério da Agricultura da RPC (中华人民共和国农业部).

38

A Administração Nacional da Alimentação e Medicamentos (国家食品药品监督管理局) foi fundada em 2003, em parte por pressões da OMC, e encontra-se sob responsabilidade directa do Conselho de Estado da República Popular da China (中华人民共和国国务院).

39

A Sociedade de Investimento da China (中国投资有限责任公司), detida na totalidade pelo Governo da RPC, encontra-se sob alçada directa do Conselho de Estado da República Popular da China.

40

O Banco Popular da China(中国人民银行) é o banco central da RPC.

41

Território Ultramarino Britânico das Ilhas Caimão.

42 Território Ultramarino Britânico das Ilhas Virgem. 43

Conferência Consultiva Política Popular da China (中国人民政治协商会议) organização política constituída por delegados filiados e não filiados no PCC oriundos, muitos deles, da sociedade civil que se reúne todos os anos com o intuito de aconselhar o Governo da RPC.

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21 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

44

Academia Chinesa de Ciências Sociais (中国社会科学院) é a instituição académica dedicada às ciências filosóficas e sociais e um dos maiores think tanks chineses da actualidade.

45 Ministério da Educação da RPC (中华人民共和国教育). 46

O Ministério de Educação da RPC tem vindo a aumentar de ano para ano o seu orçamento de forma substancial e promover um currículo generalizado no ensino secundário, abrangendo disciplinas como o Chinês, a Matemática, o Inglês, a Física, a Química, a Biologia, a Geografia, a História, a Política, a Música, as Belas Artes, Educação Física e as Tecnologias da Informação e Comunicação.

47 O Ministério da Protecção Ambiental (中华人民共和国环境保护部) foi criado pela 1.ª Sessão

Plenária do Congresso Nacional do Povo de 2008 (第十一届全国人民代表大会第一次会议), altura em que se procedeu a um reforma no Conselho de Estado da República Popular da China.

48 Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (国家发展和改革委员会) é o órgão responsável

pelo planeamento e administração da economia chinesa.

49 A Universidade de Tsinghua (清华大学), fundada em 1911 em Pequim, é actualmente a melhor

universidade na RPC.

50

O Incidente de 4 de Junho (六四事件) é conhecido como os Protestos de Tiananmen de 1989 no Ocidente.

51

Entre eles destaca-se o actual Vice-Presidente da RPC, Xi Jinping (习近平) e o antigo Auditor Geral Li Jinhua (李金华) que afirmou, na Conferência Consultiva Política Popular da China, que eram necessários mecanismo legais eficientes para acabar com a grande preocupação do povo [corrupção].

52

Chen Yuan (陈元) é o Presidente do Banco de Desenvolvimento da China (国家开发银行),

instituição sob jurisdição directa do Conselho de Estado, responsável pelo financiamento e angariação de fundos para a construção das grandes obras públicas nacionais.

53

O Presidente Hu Jintao (胡锦涛) iniciou o seu mandato em 2003.

54

Ministério das Finanças da RPC (中华人民共和国财政部).

55

Zhou Tianyong (周天勇) é o actual Vice-Director de Investigação da Escola Partidária do Comité Central do Partido Comunista Chinês (中共中央党校), a Escola é um centro de formação e um think tank da elite do PCC.

56 Sociedade Harmoniosa (和谐社会) é a visão socioeconómica do Presidente Hu Jintao anexada ao

Conceito de Desenvolvimento Científico (科学发展观), que são as linhas orientadoras da ideologia socioeconómica do PCC. O conceito de sociedade harmoniosa pode ser resumida como:

desenvolvimento da democracia, estado de direito, justiça, sinceridade, amizade, vitalidade, melhor relação entre o povo e o governo e “entre o Homem e a natureza”.

57 Os oito partidos são:

Partidos Aliados do Partido Comunista Chinês

PARTIDO MEMBROS

Comité Revolucionário do KMT (中国国民党革命委员会)

Membros do KMT que não se exilaram na Província de Taiwan. Ocupam 30% da legislatura

Liga Democrática da China (中国民主同盟)

Originalmente pro-democracia. É constituído por intelectuais seniores.

Associação Nacional de Construção Democrática da China

(中国民主建国会)

Constituído por empreendedores industriais, financeiros e comerciais, tanto no sector privado

como público.

Partido Democrático dos Camponeses e Trabalhadores Chineses

(中国农工民主党)

Constituído por trabalhadores da saúde pública, cultura, educação, ciência e tecnologia.

Partido Zhi Gong da China (中国致公党)

Constituído por emigrantes chineses que voltaram, parentes de emigrantes e académicos

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22 Miguel Silva Pinto Correia | Globalização e Integração Económica

Sociedade 3 de Setembro (九三学社)

Intelectuais de renome dos campos da ciência, tecnologia, educação, cultura e medicina.

Liga da Autonomia Democrática de Taiwan (台湾民主自治同盟)

Constituído por pessoas proeminentes de Taiwan que têm origem familiares em Taiwan, que vivem

na China Continental.

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Referências

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