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BOLETIM INFORMATIVO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA UNIVERSIDADE DE AVEIRO

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Academic year: 2021

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especialização mais ou menos alargado.

Um biólogo competente e bem formado, independentemente da sua área de especialização, aporta contributos capitais e capitalizáveis, podendo estar no centro de processos transformativos como poucos outros profissionais. Afirmo-o com o orgulho de, enquanto bióloga, em conjunto com outros jovens biólogos, já termos demonstrado que podemos realmente ser pioneiros e revolucionários, da conservação da natureza à gestão autárquica, passando pela educação para a cidadania e a inclusão social. O mundo aí está, esse enorme laboratório vivo

retroalimentado pelas suas próprias descobertas. Aos biólogos não se deve questionar “O quê!?”, mas, e cada vez mais,

“Que mais!?”

“Biologia! O quê!? Biologia! O

quê!?” era um dos muitos “gritos de guerra”

apresentados aos caloiros de 2000, cujo grupo integrei. “Façam-se ouvir! Mais alto!”, instruíam-nos os mestres, passando-nos à laia de decibéis o orgulho que já lhes não cabia no peito.

Nesse tempo, uma larga fatia da sociedade também nos respondia com “O quê?!” quando explicávamos que os nossos estudos eram em biologia. Duas décadas se passaram e, felizmente, os biólogos já não têm de explicar sobre o que versa a sua formação, e começam a ser reconhecidos como elementos fundamentais na grande maquinaria societal. Episódios de impacto global ligados a agentes como o

H5N1 ou o SARS-CoV-2, mas também as alterações climáticas e os eventos extremos, a degradação dos grandes biomas ou os enormes prejuízos causados pelas espécies invasoras têm evidenciado a necessidade de profissionais que interliguem os trágicos efeitos causais com a vida Humana, a economia, a saúde e a justiça, por

exemplo. Os impactos globais têm sempre uma expressão local, relevando – à microescala – a mesma necessidade de profissionais agregadores, dotados do conhecimento transversal sobre o funcionamento do mundo vivo em permanente relação com o não vivo e os milhões de processos ecológicos e biológicos em constante dinamismo. No entendimento do mundo e na solução dos seus problemas surgem o bios e o logos como peças-chave. São os biólogos

os intérpretes holísticos, apesar do seu espetro de Número 9 Março 2021

Editorial

UNIVERSIDADEDE AVEIRO

Biologia! O quê!?

Neste número:

Equipamentos e Emergência no DBio 2 Câmara de vídeo no DBio 2 Dispensadores de Água 2 Concursos de pessoal, início de funções e

mobilidade interna 3 Palestras sobre “Avaliação e Conservação dos Recursos Biológicos Marinhos” 3 O que é a bioacumulação? 4 Cursos de pós-graduação com candidaturas abertas 4 Ciclo de Palestras de

Entomologia 2021 4 Professor Carlos Fonseca no 1º Fórum Nacional Clubes Ciência Viva na Escola 5 O património natural e cultural a bordo do moliceiro 5 Universidade de Aveiro com elevado número de cientistas entre os mais citados do mundo 5

ENCARTE

Milene Matos

Licenciatura (2005) e Doutoramento (2011) em Biologia, no DBio/UA

Coordenadora do Setor de Conservação da Natureza e Educação Ambiental no Município de Lousada

Diretor: Fernando Gonçalves

Equipa Editorial: Fernando Cozinheiro, Mário Pacheco, Susana Galante -Oliveira, Victor Bandeira | Contacto: bio-sintese@ua.pt Colaboraram: Abel Ferreira, Carlos Fonseca, Fernando Cozinheiro, Fernando Gonçalves, Glória Pinto, João Serôdio, Jörg

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Neste número:

O que são organismos bioluminescentes? 6 Investigadores da UA publicam "Rio Minho — suas Naturezas e Gentes" 6 Trabalho académico da UA mostra efeitos tóxicos das chumbeiras de pesca 6 F4F - Projeto visa a

valorização da fileira da floresta da região centro 6 Florestas marinhas, na "corrida" para a

neutralidade carbónica 7 Lusitanica, um projeto de conservação da natureza criado por alunos da UA 7 Investigadora da UA

participou em debate do Expresso sobre captura de carbono

7

Provas de Doutoramento 8 Antiga aluna da UA lidera estudo que pode poupar milhões à fileira da batata-doce

8

Concurso de Palestras para o XVI Biologia na

Noite 8

Página 2

Equipamentos e Emergência no DBio

Em conformidade com a

Política de Ambiente e Segurança da Universidade de Aveiro, o Departamento de Biologia (DBio), na sequência da política desenvolvida nos dois últimos anos, decidiu reforçar todos os seus espaços, com meios auxiliares de proteção e de combate a emergências. Numa primeira fase, em cada um dos laboratórios de aulas práticas do Edifício 26, foram colocadas malas de primeiros socorros, mantas antifogo e

kits de contenção de derrames

químicos. No final do passado mês de janeiro, foram equipados os restantes espaços afetos ao DBio, desta feita apenas com kits formados por malas de primeiros socorros e mantas antifogo,

para além da respetiva sinalética. Estes kits poderão ser encontrados nos seguintes locais:

Edifício 26 (no corredor do piso 0 e no biotério do peixe-zebra);

Edifício 8 (junto às escadas centrais do piso 2 e piso 3, junto ao Auditório António Correia e junto à sala de refeições);

Edifício 1 (junto à “sala de

informática”);

Edifício 1B / estufas (a

meio do corredor);

Edifício 3 (piso -1, onde se

situa a Coleção Biológica de Invertebrados Marinhos - COBI). Reforçando como prioritária a prevenção de riscos

profissionais, a sistematização de procedimentos, a divulgação e a vinculação ao cumprimento das regras de segurança por parte de todo o pessoal, o DBio decidiu igualmente elaborar um Manual de Segurança que resume a informação mais relevante sobre boas práticas laboratoriais e procedimentos de emergência decorrentes. Este documento, em fase de aprovação, será

disponibilizado em breve.

Câmara de vídeo no DBio

No início de 2020, a Direção

do DBio decidiu proceder à instalação da porta automática, com acesso condicionado por cartão, localizada no piso térreo do edifício 8, na zona rampeada (no troço que interliga as portas 8.1.32.1 e 8.1.34). Dessa forma, é possível controlar quem pode ou não aceder aos pisos superiores, onde se encontram

laboratórios de investigação e gabinetes. A localização foi determinada por forma a assegurar a circulação dos alunos e demais comunidade do DBio entre os edifícios 8 e 26 e facilitar também o acesso a salas de apresentação de provas públicas e à área de exposição.

Porque a nova porta está distanciada da secretaria / receção, sem “linha de vista” desimpedida, e se torna difícil estimar o tempo que os interessados demoram a deslocar-se até ao local onde está a nova porta, foi também instalada uma câmara de vídeo, cujas imagens podem ser visionadas remotamente. Dessa forma, torna-se possível a abertura da nova porta apenas quando o visitante / acedente se aproxima da mesma. Estando concluídos os procedimentos de autorização obrigatórios, junto da Comissão de Trabalhadores da UA e do Encarregado para a Proteção de Dados da UA,

respetivamente, desenvolvidos conjuntamente pelos SGT e pelo DBio, estão finalmente reunidas as condições para a sua utilização.

Tecnicamente, importa referir que:

Não é efetuada qualquer gravação de video;

A câmara não dispõe de

quaisquer mecanismos de captura de áudio ou de reorientação;

As imagens apenas são visionadas pelos membros da secretaria / receção do DBio, mediante a utilização de um browser e a autenticação de quem acede.

Dispensadores de Água

localizado no piso intermédio do Edifício 26, a meio do corredor.

A iniciativa não inclui o fornecimento de recipientes, sendo que cada membro do DBio deve munir-se do bidão pequeno disponibilizado oportunamente pela UA, de uma garrafa pequena ou de um copo para se abastecer e consumir.

Os aparelhos não estão

vocacionados para produzir água em grandes quantidades (nem para armazenamento), pelo que os interessados devem servir-se apenas da quantidade de que necessitam para consumir e, ao fazê-lo, devem ter o cuidado de não desperdiçar água, já que o reservatório de água “pingada” é de reduzidas dimensões. No intuito de adotar estratégias promotoras da sustentabilidade ambiental, conforme anunciado na edição anterior deste boletim, o DBio procedeu à instalação de dispensadores de água (3), que permitem o fornecimento gratuito de água fresca e natural, para consumo de curto-prazo: dois deles encontram-se no Edifício 8, no hall do auditório e junto ao refeitório,; o terceiro, está

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Um herbário é uma coleção de plantas prensadas e secas, dispostas segundo determinada ordem e disponíveis para referência ou estudo, podendo conter algumas centenas de exemplares colhidos num determinado local, ou chegar mesmo aos milhões de espécimes, acumulados ao longo de muitos anos e que documentam a flora de um ou mais continentes. Sobre o Herbário da Universidade de Aveiro (Herbário da UA), tudo teve início, em 1977, pelas mãos do investigador Ângelo Pereira, com a colheita do primeiro exemplar da coleção: uma campainha-amarela. Desde então, foram-se acumulando os exemplares e hoje conta já com mais de 65 mil espécimes, fazendo do Herbário da UA um dos maiores do país e o local ideal para

conhecer a flora que a Natureza plantou em Portugal.

O encarte deste número recorda como e para quê cresceu este projeto, que é muito mais do que uma coleção de plantas… Descubra-o!

Página 3

Concursos de pessoal, início de funções e

mobilidade interna

Diário da República n.º 241, 2ª Série, de 16-12-2019, iniciaram funções, em 01-02-2021, na categoria de Professor Associado, o Doutor Mário Guilherme Garcês Pacheco e a Doutora Maria Marina Pais Ribeiro da Cunha.

Concurso CND-CTST-72-ARH/2020

Tendo finalizado o concurso documental para contratação de um Técnico Superior, para ocupar o posto de trabalho de Técnico de Laboratório, em regime de contrato de trabalho sem termo, o candidato seriado na primeira posição, Doutor Victor José Bandeira, iniciou funções no dia 15 de fevereiro de 2021, no Departamento de Biologia. Mobilidade Interna de TAGs

Em 8 de fevereiro, a Técnica Superior Mestre Paula Curveira e Pinho cessou funções no Departamento de Biologia. Em sua substituição, na área financeira e

contabilidade, iniciou funções, então, a Assistente Técnica Ana Maria dos Santos Ferreira (anamaria.ferreira@ua.pt). De modo a que os fluxos de trabalho não sejam

interrompidos, todos os procedimentos, assim como os endereços de e-mail institucionais, habitualmente usados para esta área de atividade, serão mantidos. Os assuntos relativos a bolsas devem ser enviados para

nathalie@ua.pt.

Por ocasião da sua saída, o Diretor do DBio tornou público um agradecimento institucional e pessoal à Dra. Paula Curveira pelo empenho, pela dedicação, pela confiança e pelo trabalho desenvolvido em prol do Departamento e da Universidade, desejando-lhe o maior sucesso nas suas novas funções no DEMaC. Concurso

CD-CTFP-220-ARH/2019

Na sequência do despacho Reitoral de 07-01-2021 de homologação da Lista Unitária de Ordenação Final do concurso documental para recrutamento de dois postos de trabalho de Professor Catedrático, na área disciplinar de Biologia, aberto pelo aviso n.º 20186-A/2019, publicado no Diário da República n.º 241, 2ª Série, de 16-12-2019, iniciaram funções, em 01-02-2021, na categoria de Professor Catedrático, o Doutor Fernando José Mendes Gonçalves e a Doutora Maria Adelaide de Pinho Almeida.

Concurso CD-CTFP-203-ARH/2019

Na sequência do despacho Reitoral de 13-01-2021 de homologação da Lista Unitária de Ordenação Final do concurso documental para recrutamento de dois postos de trabalho de Professor Associado, na área disciplinar de Biologia, publicado no

Título Data / Hora Orador(es)

Reserva da Biosfera das Berlengas 8 de abril

10h00 Sérgio Miguel Franco Martins Leandro, Subdiretor da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, IPL Gestão e corresponsabilização na

conservação de recursos aquáticos do Rio Minho

15 de abril

10h00 Carlos Antunes, Diretor do AQUAMUSEU do Rio Minho Etnobiologia, Conhecimentos

Ecológicos Locais e Tradicionais e comunidades de pesca

22 de abril

09h00 Heitor O. Braga, Beatriz Vieite e Joana Pereira, CESAM & DBio, Universidade de Aveiro

Tubarões Voadores, Melgas e Rock &

Roll 29 de abril 10h00 João Correia, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, IPL Cetáceos dos Açores – da Baleação à

Ciência e Conservação 06 de maio 10h30 Carla Dâmaso, Diretora do Observatório do Mar dos Açores Travelling with Turtles 13 de maio

09h00 Mário J. Pereira, CESAM & DBio, Universidade de Aveiro

Palestras sobre “Avaliação e Conservação

dos Recursos Biológicos Marinhos”

ano letivo uma sequência de palestras, com oradores convidados, especialistas em áreas diversas.

Os estudantes de mestrado

não inscritos na UC estão convidados a assistir via ZOOM.

O link de acesso será divulgado na semana anterior à palestra . A Unidade Curricular

“Avaliação e Conservação dos Recursos Biológicos

Marinhos” (ACRBM) oferece aos estudantes inscritos neste

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Cursos de pós-graduação com candidaturas

abertas

compreende 75 mestrados de 2º ciclo, 53 programas doutorais, 10 cursos de especialização e 5 cursos de formação avançada. A 1ª fase de candidaturas a qualquer destes cursos decorre de 19 a 30 de abril,

online.

A oferta formativa de pós-graduação da Universidade de Aveiro para o ano letivo 2021/2022 abrange as mais diferentes áreas cientificas e

Página 4

O que é a

A bioacumulação é um conceito que está

relacionado com a ingestão e (in)capacidade de eliminação de substâncias químicas em seres vivos, o que leva à sua acumulação gradual ao longo do tempo. Conforme o ambiente em que os organismos vivem, as vias de bioacumulação podem ser diferentes. Por exemplo, no caso dos animais aquáticos, esta acumulação pode ter origem na ingestão de água e/ou alimento

contaminado, ou mesmo pelo contacto da água com as brânquias. Já os animais que vivem no solo podem acumular substâncias químicas através da alimentação por matéria vegetal, animal ou mesmo solo, e ainda através da pele, como acontece no caso das minhocas. Nas plantas, a

bioacumulação acontece através das raízes, que absorvem substâncias químicas solúveis que estão presentes na água do solo, ou através da deposição química nas folhas de substâncias que existem no ar ou, por exemplo, durante a aplicação de pesticidas.

Ao entrar no organismo, uma substância química pode ser diretamente

CONTINUA

Título Data / Hora Orador(es)

Entomologia forense - a voz de quem não

pode falar por si 12 de abril 11h00 Maria Teresa Rebelo, Universidade de Lisboa (FCUL) O papel relevante dos insetos em

ecotoxicologia

26 de abril

11h00 Diogo Cardoso, CESAM & DBio, Universidade de Aveiro A Entomologia Forense no local de crime -

A abordagem da polícia judiciária

10 de maio

11h00 Bruno Antunes, Polícia Judiciária Pragas de insetos associadas aos eucaliptos 17 de maio

11h00 Carlos Valente, RAIZ Mosquitos e doenças associadas na Europa:

da vigilância ao controlo

24 de maio

11h00 Hugo Osório, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge Utilização sustentável de um capital natural

ameaçado - o caso dos insetos na alimentação humana e animal

31 de maio

11h00 Olga Ameixa, CESAM & DBio, Universidade de Aveiro Uso de Drosophila melanogaster para

estudar fertilidade feminina, cancro e envelhecimento

07 de junho

11h00 Rui Martinho, IBiMED, Universidade de Aveiro Curadoria de coleções entomológicas 09 de junho

12h00 José Manuel Grosso-Silva, Universidade do Porto Ilustração entomológica – recriar os

insetos ao estilo Frankenstein

14 de junho

11h00 Fernando Correia, CESAM & DBio, Universidade de Aveiro

Ciclo de Palestras de Entomologia 2021

Aveiro outros tantos investigadores que vão proporcionar uma perspectiva alargada de todas as áreas de investigação que incluem práticas entomológicas, ou

seja, com o uso de insetos. As conferências estão abertas a toda a comunidade académica. O Ciclo de Palestras de

Entomologia está de regresso à Universidade de Aveiro (UA). De 12 de abril a 14 de junho, nove palestras online vão trazer à Academia de

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No dia 23 de janeiro, o 1.º Fórum Nacional dos Clubes Ciência Viva na Escola, numa emissão totalmente online, mostrou a riqueza e diversidade dos projetos de ciência e tecnologia desenvolvidos pela Rede de Clubes Ciência Viva na Escola. O painel de oradores contou

Direção-Geral da Educação, é uma celebração do trabalho que tem vindo a ser

desenvolvido, desde 2018, nos Clubes Ciência Viva na Escola.

Professor Carlos Fonseca no 1º Fórum

Nacional Clubes Ciência Viva na Escola

com a participação de Carlos

Fonseca, professor no Departamento de Biologia e investigador no CESAM, para além de vários membros do Governo, a presidente da Ciência Viva e a Subdiretora-Geral da Educação. Esta iniciativa, levada a cabo pela Ciência Viva e pela

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O que é a

excretada, transformada noutras substâncias e/ou acumulada em diversos tecidos. Quando é acumulada nos tecidos do animal ou planta, esta substância é facilmente transferida para animais que ingerem os primeiros, entrando na cadeia alimentar.

Os níveis de substâncias químicas acumulados vão ser determinantes na manifestação de efeitos negativos na saúde dos animais, das plantas e também em nós, humanos. Para cada substância química e para cada espécie há uma concentração a partir da qual alguns efeitos crónicos ou mesmo letais são manifestados. Assim, o conceito de bioacumulação é muito importante quando abordamos problemas de poluição ambiental, e crucial na componente da legislação para a autorização do registo e comercialização de substâncias químicas. Susana Loureiro Docente DBio CONTINUAÇÃO

Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Gabriela Mota Marques, Técnica Superior da Divisão de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Aveiro, e Rosa Pinho, Técnica Superior do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.

Parte desta informação foi compilada no “Passeio de moliceiro: Um guia sobre o património natural e cultural” e pode ser descarregada aqui. Os passeios em embarcações

tradicionais – moliceiros e mercantéis – nos canais urbanos da Ria de Aveiro são uma das principais atrações turísticas da cidade de Aveiro. Estes circuitos envolvem a transmissão de informação aos turistas e visitantes, constituindo uma oportunidade para a divulgação, valorização e defesa do património natural e cultural da Ria de Aveiro. Desdobrado entre os dias 19 e 28 de janeiro, organizado pela UNAVE, em formato live

training, realizou-se o curso de

formação “O património natural e cultural a bordo do moliceiro”, promovido pelo projeto PERICLES “Preservar e governar de forma sustentável as paisagens e o património cultural nas regiões costeiras e marítimas

O património natural e cultural a bordo do

moliceiro

da Europa”, financiado pela Comissão Europeia ao abrigo do Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação - Horizonte 2020. O curso teve como público-alvo os operadores marítimo-turísticos e como objetivo capacitar e fornecer suporte informativo adequado às visitas guiadas em

embarcações tradicionais nos canais urbanos da Ria de Aveiro.

Foram abordados temas relacionados com a história da cidade de Aveiro e o papel das atividades tradicionais no seu desenvolvimento socioeconómico e cultural, o património cultural, material e imaterial da cidade de Aveiro, e o património natural da Ria de Aveiro. Para isso, este curso contou com a presença das formadoras Inês Amorim,

Uma lista com o impacto da carreira dos cientistas foi revelada no final de 2020 num estudo coordenado por John Ioannidis, da Universidade de Stanford (EUA). Dela fazem parte 34 cientistas da Universidade de Aveiro (UA). O mesmo trabalho revela também o nome dos investigadores mais citados apenas durante o ano de 2019. Cinquenta e cinco são da UA.

O número de citações

permite avaliar o impacto e influência consolidada de um determinado cientista ou instituição no progresso do conhecimento científico. O trabalho agora divulgado pela Universidade de Stanford baseia-se em métricas de citação padronizadas mais precisas, com o propósito de combater os abusos da autocitação, e avalia

minuciosamente o impacto da carreira dos cientistas até 2019.

O DBio tem a honra de constatar que quatro dos seus membros integram a lista dos cientistas mais citados em 2019: Adelaide Almeida, Daniel Cleary, Joana Correia Prata e Rosa Freitas.

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Chama-se bioluminescência ao fenómeno de emissão de luz por parte de organismos vivos.

A bioluminescência ocorre num conjunto muito diverso de organismos e terá surgido por diversas vezes, de forma independente, ao longo da evolução. Foram descobertas espécies de organismos bioluminescentes em grupos tão díspares como bactérias, fungos,

microalgas (dinoflagelados) e animais (copépodes, poliquetas, cnidários e peixes).

A maioria dos organismos bioluminescentes são marinhos, embora haja alguns casos de espécies terrestres, como o bem conhecido pirilampo, um inseto coleóptero que emite uma luz amarelada. No entanto, no meio marinho, a

bioluminescência é

normalmente de cor azul, a cor que é mais bem transmitida através da água, e também a que é mais facilmente detetada por outros organismos. Este facto é importante, pois pensa-se que a

bioluminescência é usada como uma forma de comunicação, com funções defensivas (assustar predadores), ofensivas (atrair presas) ou de reconhecimento de parceiros sexuais. A bioluminescência tem tipicamente origem na oxidação de uma substância denominada luciferina, catalisada pela enzima luciferase (de que existem várias formas).

CONTINUA

No âmbito da medida “Promover uma Pesca Sustentável, Eficiente, Inovadora e Competitiva”, do projeto COOPERMINHO, cuja execução foi liderada por Ulisses Azeiteiro, docente do Departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro (UA) e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), acaba de ser editado o livro “Rio Minho – suas Naturezas e Gentes”, a apresentar

publicamente muito em breve. Assume-se assim como um produto com um perfil pluri- e transdisciplinar e resulta do esforço colaborativo de vários autores (Fernando Correia, Luís Cunha, Mário Pereira, Heitor Braga, Carlos Antunes, Fernando Morgado, Ana Moura, Amadeu Soares e Ulisses M Azeiteiro) e instituições (Universidade de Aveiro e Universidade do Porto).

Face às contingências impostas pela pandemia que grassa em todo o mundo, a apresentação pública do livro foi programada para os dias 28-29 de maio, no decorrer do X Simpósio Ibérico sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Minho (Vila Nova de Cerveira).

Página 6

transferência de tecnologias e soluções que permitam melhorar o valor acrescentado no setor florestal da região Centro, com particular ênfase na cadeia do pinho. Abrange as várias fases da cadeia, desde as plantas até aos produtos finais, baseando-se em quatro pilares fundamentais: “Plantas e Viveiros”, “Gestão Florestal”, “Indústria” e “Floresta multiusos”. Deste projeto poderão resultar contributos bastante significativos no âmbito das Soluções Industriais

Sustentáveis e Valorização de Recursos Endógenos Naturais, assim como benefícios relevantes no âmbito da Inovação Territorial, fortemente relacionados com Representada por Glória

Pinto, Artur Alves e Susana Loureiro, docentes do DBio e investigadores do CESAM, a Universidade de Aveiro é uma das instituições participantes no projeto “F4F – Forest For Future”, cujo objetivo passa pela valorização da fileira florestal da região centro. Liderado pela SerQ – Centro de Inovação e Competências da Floresta (Sertã), o consórcio é composto por entidades de investigação científica e desenvolvimento tecnológico, em cooperação com agentes de interface. O projeto regional, que visa a valorização da fileira florestal da região centro, sob a designação F4F – Forest For Future, tem por objetivo basilar a demonstração e a

a problemática dos territórios de baixa densidade, onde os espaços florestais têm uma predominância significativa. O F4F – Forest For Future ajudará a mitigar lacunas no âmbito da gestão florestal e floresta multifuncional, assumindo-se como um agente decisivo que agregará e articulará os objetivos de todos os parceiros envolvidos. Com um orçamento de 3,5 milhões de euros no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro

(CENTRO 2020), até julho de 2023, o projeto prevê a execução de 23 atividades. Ana Sofia Gomes no âmbito

da dissertação de mestrado “Estudo dos efeitos

toxicológicos decorrentes da libertação de chumbo a partir de artes de pesca”, foi orientado por Bruno Nunes, investigador do CESAM & DBio. Ambos o consideram como “uma primeira Os efeitos tóxicos do chumbo

usado na pesca, seja na forma de chumbeiras de pesca desportiva, seja na atividade industrial de pesca, foram demonstrados numa dissertação de mestrado defendida na Universidade de Aveiro (UA). O trabalho académico, desenvolvido por

abordagem científica ao problema “.

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Um dos casos mais conhecidos, por ser comum em muitas zonas costeiras, incluindo em Portugal, é o da bioluminescência de microalgas do grupo dos dinoflagelados,

frequentemente das espécies Noctiluca scintillans e Lingulodinium polyedrum. A imagem que acompanha o texto desta notícia é uma foto de microscopia de varrimento de células de Lingulodinium polyedrum, um dinoflagelado bioluminescente comum na costa portuguesa.

Este fenómeno é facilmente visível a olho nu durante a noite, na zona de

rebentação das ondas na praia, ou associado ao movimento de barcos, peixes ou cetáceos, podendo até ser detetado a partir do espaço. Em Portugal, estes fenómenos ocorrem especialmente no verão, quando o vento e as correntes oceânicas junto da costa criam condições propícias à proliferação e acumulação destas microalgas. Estes “blooms” bioluminescentes são mais frequentes no sul do país, no Algarve e na costa Alentejana, mas ocorrem também mais a norte, incluindo na própria Ria de Aveiro.

João Serôdio Docente DBio Jörg Frommlet Investigador CESAM / DBio

Através de programas de voluntariado ambiental jovem, apoiados pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, tem sido possível envolver jovens voluntários que encontram nestas ações uma formação prática complementar ao seu percurso académico. A gestão destes programas tem sido da responsabilidade de Sofia Jervis, licenciada em Biologia e mestre em Gestão em Planeamento em Turismo pela UA, atualmente a realizar uma pós-graduação em Gestão, na mesma instituição. Este foi o impulso necessário Demonstrar modelos

alternativos de gestão do território rural. Este é o grande objetivo do Lusitanica, um projeto que acaba de nascer sob o signo da conservação da natureza e da valorização integrada e sustentável do território. Coordenado por alunos e ex-alunos da Universidade de Aveiro (UA), o Lusitanica é uma iniciativa da Associação BioLiving (fundada pela Doutora Milene Matos, autora do editorial deste Bio-Síntese) e já tem uma micro-reserva e o apoio da Câmara de Estarreja.

para garantir a gestão sustentável destes terrenos com a ajuda de centenas de voluntários empenhados em fazer a diferença.

Toda a imagem e design visual do projeto foram inspirados na salamandra-lusitânica e no carvalho-alvarinho, tendo sido desenvolvida por Diego Alves, licenciado em Biologia e atual aluno do mestrado em Comunicação Multimédia pela UA.

Página 7

CONTINUAÇÃO

marcarão o futuro desta problemática em Portugal. Dedicado ao tema “Sistemas de captura de carbono”, o debate foi moderado pelo jornalista da SIC, João Moleira. A investigadora Ana Sousa, do

Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e Departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro (UA), participou no debate “50 para 2050” organizado pelo Expresso e pela BP Portugal, sobre alterações climáticas e metas para a neutralidade carbónica. A investigadora falou do seu trabalho sobre o chamado

carbono azul, o carbono fixado e armazenado nos sistemas costeiros e marinhos e, neste caso concreto, sobre o papel das pradarias marinhas e sapais.

Este sétimo debate do ciclo decorreu a 16 de fevereiro. No total, serão 10 debates que reunirão 50 nomes, especialistas, políticos,

stakeholders e cientistas, para

discutirem 10 temas que Entre os vários tipos de

sistemas marinhos existentes em Portugal, as pradarias marinhas e os sapais são os que têm maior possibilidade de virem a ser considerados para efeitos do inventário nacional de emissões de gases de efeito de estufa. A conclusão resultou de uma reunião entre cientistas – incluindo da Universidade de Aveiro (UA) – e organismos do Estado.

A Ocean Alive promoveu um encontro técnico entre investigadores, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e representantes de outras instituições, a 29 de janeiro, no qual foram

discutidos, pela primeira vez, os desafios e as possibilidades que permitirão incluir os ecossistemas marinhos no inventário nacional de emissões de gases de efeito de estufa, a par dos ecossistemas terrestres.

As florestas marinhas são importantes sumidouros naturais de carbono e, por isso, essenciais no combate às alterações climáticas. Este encontro teve como objetivo criar um espaço de

networking e discussão no

sentido de identificar metodologias standard que permitirão quantificar os fluxos de carbono nos sistemas marinhos da costa

portuguesa.

O encontro, promovido pela Ocean Alive e que teve a Fundação Oceano Azul como anfitriã, contou com a presença de elementos da APA, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), do Ministério do Mar, e investigadores de vários centros nacionais de investigação marinha, nomeadamente a

investigadora Ana Sousa, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e Departamento de Biologia da UA.

(8)

P

ROVASDE

DOUTORAMENTO

• Ana Lúcia Ferreira

Santos Silva da Conceição, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Rumo a uma mudança efetiva: uma reflexão sobre o passado, presente e futuro da Educação Ambiental”, em 27/01/2021 • Ana Rita Marques

Almeida, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Consequências da exposição a longo-prazo de um antibiótico no peixe-zebra: do organismo ao microbioma”, em 29/01/2021

• Hugo Miguel Coelho da Silva Vieira, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Distribuição, bioacumulação e avaliação de risco do mercúrio em diferentes áreas climáticas no Oceano Atlântico Norte”, em 29/01/2021 • Carla Ofélia Ferreira da

Silva, Programa Doutoral em Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar, “Impacto da alga invasora Asparagopsis armata em ambientes costeiros”, em 11/02/2021

Página 8

Ana Rita Simões, licenciada em Biologia na Universidade de Aveiro (UA), agora a trabalhar nos Jardins de Kew, Reino Unido, lidera estudo de 40 autores, de 17

nacionalidades, publicado no prestigiado periódico científico Taxon que defende a conservação do nome científico da batata-doce cultivada: “Ipomoea batatas L.”. A mudança de nome causaria

grandes transtornos e despesas ao sector agroalimentar.

Em causa estaria a eventual mudança de género (grupo taxonómico) desta espécie, o que obrigaria a outra nomenclatura científica. A batata doce cultivada, mais conhecida e consumida, de nome científico Ipomoea

batatas, pertence ao

género Ipomoea, onde se

incluem 900 espécies de plantas, sendo uma delas a conhecida planta ornamental bons-dias, invasora em Portugal.

ainda aos que tenham terminado os seus ciclos de estudos no presente ano e no ano letivo 2019/2020 no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. O prazo para a submissão de candidaturas termina em 19/04/2021.

O “Biologia na Noite” é um evento que ao longo dos anos se tem destacado no

calendário do “Núcleo de Estudantes de Biologia da Associação Académica da Universidade de Aveiro” (NEB -AAUAv), do Departamento de Biologia (DBio) e, até mesmo, da Universidade de Aveiro (UA), sendo um marco importante na vida académica de todos os estudantes que nele participam. Não tendo sido realizado em 2020, o “Biologia na Noite” prepara-se para regressar nos dias 24 e 26 de maio de 2021.

Com o objetivo de promover ainda mais a participação dos estudantes de Biologia da UA neste evento, o NEB-AAUAv cria este concurso, em que o candidato escolhido pelo júri do concurso terá a

oportunidade de apresentar a palestra inaugural da 16ª edição do “Biologia na Noite”. A palestra terá de versar obrigatoriamente um trabalho / projeto em que o candidato está ou esteve envolvido, na área da Biologia. O concurso está aberto a todos os estudantes inscritos no ano letivo em curso e

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Contactos:

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Isabel Marques, que fazia o

tratamento pós-colheita de secagem, montagem e etiquetagem das plantas, com o esmero de quem faz uma obra de arte, que, no presente, com orgulho, nós mostramos aos visitantes. O valioso acervo do Herbário da UA já teve três localizações ao longo destes 44 anos, começando no Edifício 1, passando pelo Edifício 8, estando atualmente, e desde 2002, situado no Edifício 26, altura em que passou a contar com modernas estantes rolantes para acondicionar a coleção de plantas.

Os desafios para o Herbário da UA tiveram novos desenvolvimentos nas duas últimas décadas. De facto, com a entrada de Portugal na União Europeia, mas sobretudo a partir dos anos 90, várias foram as

solicitações para as equipas de botânicos e para as bases de dados dos herbários,

nomeadamente no que diz respeito aos projetos de investigação, aos estudos de impacto ambiental,

monitorizações ambientais e ordenamento do território. Conhecer a flora e os seus

habitats passou a ser

fundamental nas tomadas de decisão ambientais e as solicitações para trabalhos na área da botânica tiveram um grande incremento. Com um vasto currículo na matéria, a equipa do Herbário da UA adquiriu um

considerável conhecimento da flora de Portugal e dos seus

habitats, tendo participado em

cerca de 60 Estudos de Impacte Ambiental, 4 Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas sob a tutela do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e vários projetos de investigação (FCT, LIFE, etc.). Há 44 anos, mais

precisamente no dia 7 de fevereiro de 1977 nascia o Herbário da Universidade de Aveiro (UA), referenciado pelo acrónimo AVE no Index Herbariorum.

A primeira planta a ser colhida para a coleção foi uma espécie designada vulgarmente por campainha-amarela (Narcissus

bulbocodium L.). Nesse dia o

fundador e 1º curador do Herbário da UA, o investigador Dr. Ângelo Pereira, e o coletor António Marques faziam a 1ª expedição botânica para colheita de plantas superiores, iniciando assim a coleção do Herbário. Durante cerca de duas décadas, estes dois homens, dedicaram-se a ampliar a coleção do Herbário da UA, com entrega, profissionalismo, zelo e uma enorme paixão. De relembrar e louvar também o trabalho da Dª

Uma das principais vantagens de um herbário é possibilitar o armazenamento de grandes quantidades de espécimes, ocupando um espaço relativamente pequeno, facultando o estudo de espécimes provenientes de diferentes locais e de distintos ecossistemas, conservando-se durante séculos. Os herbários constituem, assim, uma base de dados o mais completa possível sobre a flora e vegetação de uma dada região. São uma fonte primária para o

desenvolvimento de muitos estudos fitogeográficos, monográficos e ecológicos, tendo um papel vital nos estudos de biodiversidade, programas de recuperação ambiental, planeamento de desenvolvimento sustentável dos recursos naturais, estudos taxonómicos, fenológicos, evolutivos, entre outros.

A boa conservação de um herbário requer certos cuidados, pois é necessário que os exemplares sejam guardados ao abrigo da luz, da poeira e da humidade, e defendidos do ataque dos insetos. No Herbário da UA são utilizadas arcas

congeladoras para a desinfestação pontual em caso de infestação por insetos e para a passagem do material vegetal antes de entrar na coleção. Para a desinfestação periódica de toda a coleção recorre-se a empresas que fazem a desinfestação com produtos não prejudiciais aos

utilizadores. O controlo da humidade é também muito importante por causa da infestação por fungos. É importante que o processo de secagem seja muito bem feito e que a sala da coleção tenha uma baixa taxa de humidade.

Um herbário reúne conjuntos de espécimes vegetais, secos e prensados, fixos em folhas de cartolina, devidamente identificados, catalogados e dispostos segundo a classificação botânica. É uma coleção dinâmica de plantas secas de onde se está constantemente a extrair, utilizar e adicionar informação sobre cada uma das espécies conhecidas e sobre novas espécies vegetais. Um herbário é considerado o detentor das informações sobre a flora de um país ou região, sobre a que foi extinta e a atual, representando um recurso de enorme valor, já que cada planta tem uma importância fundamental nos diferentes ecossistemas.

Herbário

Departamento de Biologia

Universidade de Aveiro

Campus de Santiago

3810-193 Aveiro

herbario@ua.pt / 234.370.350

Desde 1993, a responsável pelo Herbário da UA é a Mestre em Ciências do Mar e das Zonas Costeiras pela Universidade de Aveiro, Rosa Pinho, Licenciada em Biologia também pela Universidade de Aveiro e cujo estágio científico foi orientado pelo Dr. Ângelo Pereira.

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ENCARTE - página ii

N.Marcos, Bulbophyllum sundaicum J.J. Verm. & Schuit., Habenaria ankylocentron Schuit. & J.J.Verm., Pterostylis

timorensis Schuit. & J.J.Verm. e Calendula suffruticosa subsp. vejerensis P.Silveira & A.C.Gonç.

Desde o final dos anos 90, também a flora exótica passou a ser objeto de estudo e de colheitas da equipa do Herbário da UA, destacando-se o trabalho desenvolvido no Parque de Serralves e posteriormente na Mata Nacional do Bussaco. O Herbário da UA possui um enorme acervo fotográfico, com fotografias da flora de Portugal, tiradas pela Mestre Lísia Lopes, bióloga e fotógrafa da Natureza.

a colaboração de várias pessoas, como o Dr. Ângelo Ferreira, atualmente técnico superior na Reitoria da Universidade de Aveiro. A coleção de Timor-Leste foi recentemente

incrementada com as coleções de Pteridófitas do Mestre Hermengildo Costa, estudante de doutoramento orientado pelo Professor Paulo Silveira e pela Professora Helena Silva. Em 2008, foi adicionada, também, uma pequena coleção da ilha Vamizi, Moçambique, recolhida pelos mesmos professores atrás mencionados. Também de Moçambique há outra pequena coleção que foi introduzida no acervo do Herbário da UA pelo Dr. Ângelo Pereira, quando era o seu Curador. Da responsabilidade do Professor Paulo Silveira, é ainda de mencionar uma das mais extensas e completas coleções dedicadas ao género Calendula a nível mundial, que conta, também, com um banco de germoplasma. Apesar de o Herbário da Universidade de Aveiro ser relativamente recente, e não possuir coleções históricas, preserva já alguns espécimes, denominados espécimes tipo, usados para a

descrição de espécies novas para a ciência. É o caso de espécimes de Arabis beirana P.Silveira, Paiva &

Coleções

Desde a sua fundação, o Herbário da UA apresenta uma vasta coleção de espécimes vegetais colhidos no Distrito de Aveiro, constituindo assim, um precioso instrumento para o conhecimento da flora da região. Para além dessa importante coleção regional, podemos ainda encontrar flora de outros locais, nomeadamente, do Parque Natural da Serra da Estrela, do Parque Nacional da Peneda-Gerês, do Parque Arqueológico do Vale do Côa, da ilha de Porto Santo e uma preciosa coleção privada, que pertenceu ao Dr. Armando Reis Moura, antigo

professor da UA, que foi adquirida pela Reitoria da UA e oferecida ao herbário, que contém plantas de norte a sul do país, sobretudo de áreas protegidas.

No que se refere a colheitas fora de Portugal, possui: uma importante coleção da flora de Timor-Leste colhida, em 2004 e 2005, pelo Professor Paulo Silveira, docente do Departamento de Biologia UA, e pelo Professor Jorge Paiva da Universidade de Coimbra, no âmbito de um projeto financiado pela FCT, coordenado pela Professora Helena Silva, também docente do Departamento de Biologia da UA. Para o sucesso das duas expedições botânicas a Timor foi muito importante

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ENCARTE - página iii

Outra planta que também está muito ameaçada é a Zostera marina, conhecida vulgarmente por “fita”. Esta é uma erva marinha que fez parte do composto vegetal denominado “moliço”. No moliço estão presentes algas e plantas superiores. Esta espécie é uma planta superior que ocorre nas pradarias marinhas, ecossistema muito importante, quer do ponto de vista ecológico quer económico, pois proporciona habitats para outras espécies de fauna e flora, aumentando a biodiversidade marinha. Funcionam como refúgio contra predadores para várias espécies nos estados larvares e juvenis e como suporte das posturas. Estas pradarias estão muito ameaçadas em todo o mundo e a Ria de Aveiro não é exceção. As ameaças mais comuns são a poluição da água, a utilização de artes de pesca de arrasto para colheita de bivalves, as dragagens, a construção de marinas e portos, a ancoragem desordenada de embarcações, a navegação fora de canais de navegação, a mariscagem e o pisoteio descontrolado e

o enchimento artificial de praias.

A primeira foi colhida pela equipa do Herbário da UA, na Pateira de Fermentelos. É a Marsilea quadrifolia, conhecida como “trevo-de-quatro-folhas”. Trata-se de um feto aquático que se assemelha a um trevo, apresentando folhas compostas por quatro folíolos. Habita locais inundados, como margens de rios ou reentrâncias fluviais onde a velocidade da água é moderada. Em 2006 apenas se conhecia um único núcleo populacional em Portugal continental, perto da foz do Rio Corgo. Atualmente, está avaliada pela equipa que elaborou a Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal na categoria de Criticamente em Perigo. O declínio nos vários cursos de água onde existiu no território continental terão resultado de pressões, como a expansão de espécies exóticas invasoras, obras de regulação de margens fluviais, edificações de barragens e poluição da água. Nos anos 70 e 80 foram feitas várias colheitas desta espécie na Pateira de Fermentelos. Hoje a Marsilea quadrifolia já não existe nesse local e em muitos outros locais, onde existiu em tempos idos.

Preciosidades

Se houvesse a necessidade de identificar

as mais especiais na coleção do

Herbário da UA, a escolha iria para as

plantas com estatuto de proteção e

endémicas, que são raras, vulneráveis,

ameaçadas, com uma área de

distribuição muito restrita...

mas, sobretudo, para aquelas que estão

em vias de extinção na natureza ou

mesmo extintas!

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Organização

do Herbário

da UA

O acervo do Herbário da UA inclui a coleção de originais e a coleção de duplicados. Os originais são fixados numa folha de cartolina branca, assim como a etiqueta de identificação. Os duplicados são colocados em folhas de papel Kraft, assim como as etiquetas, mas não são fixados.

Os originais estão dispostos na coleção por famílias botânicas, e, dentro destas, por géneros e espécies, seguindo a numeração da Nova Flora de Portugal. Os duplicados estão dispostos por ordem numérica de colheita.

É prática comum os herbários emprestarem e oferecerem material botânico entre si. Para trabalhos de investigação, os herbários solicitam plantas a outros herbários e nesse caso são enviados os originais por empréstimo e devolvidos nos prazos estabelecidos por cada herbário, que na maioria dos casos são de 6 meses. No caso de ofertas são utilizados os duplicados. No caso do estudo de material de herbário nas aulas são utilizados os duplicados. Tratando-se da consulta de material de herbário por alunos de mestrado ou doutoramento e para trabalhos de investigação podem ser usados originais ou duplicados, sendo o trabalho desenvolvido na sala da coleção.

Algumas das coleções privadas estão em armários separados, como é o caso da coleção do Professor Armando Reis Moura, com cerca de 4.000 espécimes. A coleção do Herbário da UA possui cerca de 65.000 espécimes, sendo que 15.000 são originais e os restantes duplicados.

atividades Desenvolvidas

CONSULTORIA

Todos os processos para as plantações de árvores feitas no campus UA, nomeadamente nas comemorações dos 25 anos do CUFC (em 2012) e dos 40 anos da UA (em 2013) têm tido a

colaboração do Herbário da UA, em articulação com a equipa dos Serviços de Gestão Técnica (SGT).

VISITAS

Anualmente, são recebidas centenas de visitantes nas instalações do Herbário da UA, sobretudo de escolas, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, mas também do superior e público em geral.

As visitas ao herbário são feitas mediante marcação previa, preferencialmente por email. Os grupos passam por todas as salas: sala de montagem, sala de secagem, sala de desinfestação, sala da coleção e sala de exposições. EXPOSIÇÕES As exposições fotográficas temáticas elaboradas com algumas das imagens do acervo e textos, como por exemplo a “Flora das Dunas e Sapal” ou “A Floresta Portuguesa - um olhar mais atento” já estiveram patentes em inúmeras escolas e outros locais públicos.

TRILHOS

Os trilhos

interdisciplinares em parques urbanos,

realizados com as escolas desde há cerca de 18 anos, são uma forma de dar a conhecer aos estudantes a história e, sobretudo, a flora dos espaços verdes que se localizam a poucos passos da escola. Foi da realização desses trilhos que nasceram projetos, como é exemplo o premiado internacionalmente “EduPARK - Mobile Learning, Realidade Aumentada e Geocaching na Educação em Ciências”, que contou com a

participação do Herbário da UA.

AÇÕESDE SENSIBILIZAÇÃO

A educação e sensibilização ambiental do público em geral, a formação de jovens nas temáticas ambientais e de conservação da Natureza têm sido áreas de ação da equipa do Herbário, desenvolvendo atividades em Programas como a Academia de Verão (Universidade de Aveiro), Biologia no Verão (Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica Ciência Viva), palestras e saídas de campo, ações de controlo de espécies invasoras, visitas à Marinha Santiago da Fonte (Marinha da UA), organizações de eventos sobre o ambiente e as plantas, como tertúlias, atividades em parceria com o Núcleo de Estudantes de Biologia AAUAv, etc.

PUBLICAÇÃOE DIVULGAÇÃO

A equipa do herbário tem participado em congressos, conferências, seminários, com comunicações orais e pósteres, sempre com o intuito de dar a conhecer o Herbário da UA, a nossa flora e a sua importância. A produção de livros, capítulos, guias de campo, desdobráveis, eBooks, artigos em revistas e afins também tem sido uma das grandes áreas de trabalho.

Referências

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