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ANÁLISE DOS EIXOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: ESTUDO EM UM CLUSTER MADEIREIRO DE MPE S

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ANÁLISE DOS EIXOS DA ESTRUTURA

ORGANIZACIONAL: ESTUDO EM UM

CLUSTER MADEIREIRO DE MPE’S

Walter Martins Junior (UTFPR )

walter.martins.jr@gmail.com

Leozenir Mendes Betim (UTFPR )

leobetim_0802@hotmail.com

Tiago Jazynski (UTFPR )

tiagojazynski@gmail.com

O presente artigo tem por objetivo analisar as principais características do Aglomerado Produtivo de Jaguariaíva/PR, tendo como enfoque a metodologia proposta por Campos (2004) que divide a estrutural organizacional através de 5 eixos: 1º EEixo (Recursos Humanos das Organizações); 2º Eixo (Gestão Tecnológica P&D); 3º Eixo (Fornecedores); 4º Eixo (Mercadológica) e 5º Eixo (Definições e Estratégicas). Na busca desse objetivo, duas fases de pesquisa foram contempladas. Na primeira realizou-se um levantamento bibliográfico sobre os principais conceitos, características e tipologia das aglomerações produtivas. A outra etapa constou de uma pesquisa de campo, considerando um universo de 22 MPE’s, pertencentes ao Distrito Industrial do município. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados uma entrevista estruturada com suporte de um questionário com 31 questões fechadas e anotadas sequencialmente. Os principais resultados apontam que o Aglomerado Produtivo caracteriza-se pela formação de um cluster embrionário, onde um dos maiores desafios das empresas integrantes está centrado na capacidade de buscar novas tecnologias, novos mercados e métodos de integração com clientes e fornecedores, maior união e sinergia entre os empresários para ampliar sua capacidade econômica e competitiva. Palavras-chaves: Aglomerações Produtivas de MPE’s; Estrutura Organizacional; Cluster

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1. Introdução

A participação das pequenas empresas em aglomerações produtivas, os chamados Arranjos Produtivos Locais – APL’s favorecem o ganho de competitividade e a sustentabilidade dos negócios, considerando que muitos desses arranjos produtivos nascem de forma espontânea, ligados geralmente a vocações produtivas e a identidades culturais de uma localidade.

Um APL inclui desde fornecedores especializados, universidades, associações de classe e instituições governamentais, além de outras organizações que oferecem educação, informação, conhecimento e apoio técnico às empresas locais. Uma das características dos APLs é a existência de um capital social, definido com alto grau de cooperação e confiança entre as empresas e instituições integrantes (NAGAMATSU, RESENDE, HATAKEYAMA, 2010).

De regra, os arranjos produtivos locais surgem sem a intervenção ou fomento do poder público e apesar dos desafios impostos pela globalização, abertura econômica, altas taxas de juros, esses agrupamentos conseguem sobreviver. Entretanto, seguem trajetórias diferentes, muitos se encontram estagnados, em declínio, enquanto que outros estão se desenvolvendo, e assim conseguem incorporar melhorias produtivas e dinamizar as economias locais.

Diante desse contexto, o presente artigo tem por objetivo, caracterizar o aglomerado produtivo das empresas madeireiras de Jaguariaiva/PR, tendo como enfoque a metodologia proposta por Campos (2004) que divide a estrutural organizacional através de 5 eixos: 1º Eixo (Recursos Humanos das Organizações); 2º Eixo (Gestão Tecnológica P&D); 3º Eixo (Fornecedores); 4º Eixo (Mercadológica) e 5º Eixo (Definições e Estratégicas).

2. Aglomeração produtiva: conceitos e principais características

Britto (2000), Diez-Vial (2011), Libaers e Meyer (2011), Degado, Porter e Stern (2010) definem os aglomerados locais como concentrações geográficas de atividades econômicas similares e/ou fortemente inter-relacionadas ou interdependentes. Esta aglomeração espacial econômica já formulada por Marshall em 1920, originalmente costumava ser caracterizada a partir dos desdobramentos da análise dos Distritos Industriais.

Schmitz e Nadvi (1999) apresentam uma definição simples e operacional ao termo aglomerados produtivos (clusters), como sendo apenas uma concentração setorial e espacial

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3 de firmas com ênfase em uma visão de empresas com entidades conectadas nos fatores locais para a competição nos mercados globais. Diante dessa afirmação, Amato Neto (2000) complementa que os “clusters” já podem ser considerados como formas mais estruturadas de aglomeração de empresas, envolvendo também fornecedores de matéria-prima e equipamentos, canais de distribuição e de assistência a seus produtos.

Para Haddad (2001) não faz sentido falar de um aglomerado produtivo (cluster), sem contextualizá-lo espacialmente. Isto é, um cluster numa região X é diferente de um cluster na região Y. Entre os motivos dessa diferenciação, o autor aponta o nível organizacional dos produtos, a qualidade da mão-de-obra, a logística de transporte, os indicadores de desenvolvimento sustentável, os insumos, os conhecimentos científicos e tecnológicos, etc.

Verifica-se que a grande diferença existente entre o que é definido por aglomerado ou cluster em um simples agrupamento de empresas em um mesmo local, diz respeito à dedicação das empresas para uma mesma linha de produtos e a existência de sinergia entre as mesmas.

Entre os benefícios decorrentes da proximidade geográfica entre clientes e fornecedores, Gianesi e Correa (1996) citam a otimização da utilização de equipamentos e insumos através de aconselhamento informal pelo fornecedor do mesmo, treinamento formal e informal de funcionários, redução do tempo de espera de assistência técnica e maior personalização no atendimento.

Segundo Porter (1999) uma característica muito favorável dos clusters é o acesso às informações, pois essas informações quando utilizadas de maneira correta, podem determinar o sucesso das empresas, pois através delas é possível aumentar a produtividade da empresa, acelerar as inovações, acelerar a transferência de know-how entre as empresas e atender melhor e mais rapidamente as necessidades dos clientes.

Suzigan (2004) ao referir-se a aglomerados de empresas como um Arranjo Produtivo Local (APL) considera a cooperação como um dos princípios básicos de funcionamento de um arranjo, cujo sucesso pressupõe a valorização dos aspectos sócio-culturais da região e a disponibilidade de apoio técnico e econômico, porém não se deve considerar que as empresas locais não tenham ou não desejem competir entre si para a conquista de posições mais expressivas no mercado, que é uma das regras do sistema capitalista em que estão inseridas.

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4 Em algumas concepções sobre clusters evidenciadas pela Redesist (2004), predomina mais o aspecto da concorrência do que o da cooperação, sendo que a importância da inovação é vista, porém de uma maneira simplificada (por exemplo, como aquisição de equipamentos). Nesta linha de raciocínio, considera-se que em algumas abordagens, o termo cluster não contempla necessariamente outros atores, além das empresas, tais como organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento, apoio técnico, financiamento, entre outros.

O Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (IPEA, 2001) apresenta distinções quando faz referência a seguinte classificação:

- Agrupamento Potencial: quando existe no local concentração de atividades produtivas com alguma característica em comum, indicando a existência de tradição técnica ou produtiva (inclusive artesanal), embora inexista (ou seja, incipiente) organização ou interação entre os agentes daquelas atividades.

- Agrupamento Maduro: quando há no local concentração de atividades com característica comum e se observa a existência de relacionamentos dos agentes produtivos entre si e com os agentes institucionais locais. Este agrupamento caracteriza a geração de externalidades positivas, mas ainda possui a presença de conflitos de interesses e/ou desequilíbrios, denotando baixo grau de coordenação.

-Aglomeração (cluster): é um agrupamento maduro com alto nível de coesão e de organização entre os agentes, embora com menor organização. Refere-se, porém a uma sub-região e envolve um número maior de localidades ou áreas urbanas de modo contínuo e constitui um espaço econômico pouco diferenciado em termos das atividades produtivas e fatores de produção presentes.

Diante dessa classificação, verifica-se que a grande diferença existente entre o que é definido por aglomerado ou cluster em um simples agrupamento de empresas em um mesmo local diz respeito à dedicação das empresas para uma mesma linha de produtos e a existência de sinergia entre as mesmas.

Dependendo da pré-existência ou da geração de fatores favoráveis, qualquer um dos sistemas menos evoluídos pode vir a se tornar um cluster. Nesse sentido ainda, identificar um agrupamento que pode tornar-se um cluster pode ser mais importante do que identificar um

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5 Casarotto Filho e Pires (2001) fazem uma exemplificação de agrupamentos de empresas, mencionando a diferença do conceito de pólo e clusters: (i) pólo: concentração de empresas de uma mesma região, com o mesmo segmento de produtos; (ii) cluster: pólo consolidado onde há forte interação entre as empresas, estendendo-se vertical e horizontalmente, envolvendo entidades privadas e governamentais.

Em uma definição mais ampla, identifica-se como pólos de empresas um grupo de firmas concentradas em um determinado espaço geográfico, trabalhando num setor específico, normalmente utilizando base tecnológica similar (ANDRADE e SCSÚ, 2003).

Diante dessa diferenciação, Amato Neto (2000) argumenta que os clusters já podem ser considerados como formas mais estruturadas de aglomeração de empresas, envolvendo também fornecedores de matéria-prima e equipamentos, canais de distribuição e de assistência aos seus produtos.

Pauletti (2001) salienta em suas considerações que um agrupamento não pode ser confundido com uma área industrial, onde várias empresas produzem de forma verticalizada produtos do mesmo segmento industrial. Os agrupamentos apresentam-se como compartilhamento, segmentação e comprometimento da produção, desencadeados através de parcerias formais e com intuito de desenvolvimento mútuo.

Diante dessas definições, observa-se que um aglomerado (cluster) adquire uma forma que se desenvolve dentro de uma localidade geográfica, na qual as proximidades físicas das empresas e instituições favorecem suas interações.

Destaca-se por outro lado que os ganhos em eficiência não resultam necessariamente da existência de um cluster, pois a eficiência coletiva deve ser entendida como o resultado do processo interno das relações inter firmas (WITMANN, VENTURINI, SCHMITT, 2004).

Contudo, a concentração setorial e geográfica, por si mesma, não garante os benefícios e a eficiência coletiva de uma concentração de empresas. A essência da sustentabilidade do desenvolvimento está no modo de realização dos processos internos, das relações inter firmas e na capacidade inovativa produtiva da estrutura. (WEGNER e DAHMER, 2004).

Verifica-se que na opinião dos estudiosos, a estrutura de um cluster suscita uma nova maneira de pensar os processos de industrialização. Para eles, o sucesso industrial

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6 Segundo Marshall (1982), os distritos industriais ilustram a forma mais eficiente do capitalismo, porque possibilitam atingir transações comerciais a custos mínimos e, por conseguinte, o aumento da cadeia de valor.

Diante desse pensamento, verifica-se que os distritos industriais podem ser considerados como uma das vertentes dos aglomerados regionais (clusters) e que exploram um único segmento da indústria as quais estão envolvidas, enquanto os aglomerados regionais (clusters) exploram uma maior amplitude de indústrias inter-relacionadas.

4. Metodologia e procedimentos

A pesquisa de campo contemplou um universo de 22 empresas madeireiras, sendo que 95% das empresas pesquisadas representam o segmento de desdobramento de madeira, ou seja, envolvendo serraria, secagem e armazenamento de madeira e apenas 05% representam o segmento de laminados e diversos produtos como: chapas de madeira, portas, janelas, molduras, vigas, painéis e outros.

A abordagem metodológica adotada para a pesquisa é qualitativa de natureza interpretativa, sendo classificada como descritiva, com caráter exploratório. Em função dos procedimentos técnicos adotados, classifica-se como levantamento (survey), envolvendo a interrogação direta do proprietário, gerente de produção ou gerente/coordenador administrativo da empresa. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados uma entrevista estruturada com suporte de um questionário com 31 questões.

5. Descrição e análise dos resultados

Serão apresentados e analisados a partir desse ponto os resultados obtidos sobre o elemento central do estudo que busca analisar as principais características do Aglomerado Produtivo de Jaguariaiva - PR.

5.1. Caracterização do perfil das empresas

Em relação ao porte das empresas pesquisadas, constatou-se que a maioria das empresas classificam-se como empresas de pequeno porte, sendo 59% micro, 23% pequenas e 18% médias empresas.

Essa existência de micro, pequenas e médias empresas é significativa para o setor, o que na visão de De Luca (2001) é avaliada como uma das pré-condições para o surgimento e incremento de um aglomerado produtivo.

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7 A análise dos dados demonstra que95% das empresas pesquisadas representam o segmento de desdobramento de madeira, ou seja, envolvendo serraria, secagem e armazenamento de madeira e apenas 05 % representam o segmento de laminados e diversos produtos como: chapas de madeira, portas, janelas, molduras, vigas, painéis e outros. Percebe-se diversas atividades desenvolvidas pelas organizações, apontando um horizonte bastante favorável em relação as operações do setor.

5.2. Estrutura organizacional do aglomerado produtivo madeireiro de Jaguariaíva - Pr

Com vistas a identificação da estrutura organizacional do aglomerado produtivo madeireiro de Jaguariaíva, as perguntas submetidas aos entrevistados foram adaptadas da metodologia de Campos (2004) explicado na Figura 1 abaixo, as quais foram divididas em 5 eixos: 1º EIXO (Recursos Humanos das Organizações); 2º EIXO (Gestão Tecnológica P&D); 3º EIXO (Fornecedores); 4º EIXO (Mercadológica) e 5º EIXO (Definições Estratégicas).

Figura 1 – Eixos representativos da atividade de gestão

Fonte: Adaptado de Campos (2004)

1° EIXO (Recursos Humanos das Organizações): enquadram se questões referentes a recursos humanos das organizações: quantidade, formação, especialização, qualificação dos colaboradores, procedência da mão de obra, rotatividade e escolaridade requerida em nível gerencial e operacional.

A primeira questão refere-se ao número de colaboradores e sua distribuição nas diversas áreas das empresas pesquisadas. Concluindo-se que o montante de colaboradores, envolvendo os setores de produção e administração, soma um total de 603 empregos diretos distribuídos: 584 empregados na produção direta; 19 empregados envolvidos na administração.

Levando-se em consideração as 22 empresas que responderam ao questionário, verificou uma média de 97% empregados na produção; 3% empregados na administração.

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8 Como as empresas não dispõem de pessoal para pesquisa e desenvolvimento, percebe-se, assim uma grande carência nessa área, apontando então para a necessidade de trabalhos cooperados, envolvendo pesquisa e desenvolvimento para novos produtos.

Entre os setores pesquisados, verificou-se que há uma diferença significativa nos níveis de escolaridade , como apresentada no quadro 1.

Quadro 1 – Grau de formação dos funcionários das empresas madeireiras

Setores Analfabeto 1°Grau

Incompl. 1°Grau Compl. 2° Grau Incompl. 2° Grau Compl. Técnico Superior Comp. Pós-Grad. Administração - 02 - - 11 - 03 03 Produção 01 357 154 27 33 12 -

-Fonte: elaboração própria

O grau de instrução apresentado na pesquisa é preocupante no sentido de que poucos empregados conseguiram atingir a formação de nível fundamental, ou seja, 61% dos empregados do setor de produção não concluíram o nível fundamental e apenas 6% concluíram o ensino médio. Evidencia-se, portanto, a necessidade de qualificação não só em nível profissional como, também, na formação geral.

Por outro lado, o grau de instrução no setor administrativo apresentado é satisfatório, ou seja, 32% já concluíram curso superior e pós-graduação, também 58% já concluíram ensino médio, pois por envolver um setor que exige criatividade e produtividade o resultado atual passa a ser satisfatório, mas é necessário investir para que seja ampliado esse universo.

Quanto as principais formas de qualificação e/ou treinamentos dos recursos humanos, apontou-se que um número expressivo de empresas oferece treinamento aos funcionários durante o trabalho, ou seja, concomitantemente ao processo produtivo da empresa. Outra forma de treinamento oferecido é na empresa e/ou instituições, mas fora do horário de trabalho, onde geralmente o treinamento é oferecido por fornecedores ou clientes.

O que preocupa, no entanto, é o número considerável de respostas apontando que 54% das empresas não oferecem nenhum tipo treinamento. Tal fato se dá em decorrência de que essas empresas em particular, consideram tais atividades rotineiras e revisíveis, podendo ser aprendidas através de procedimentos simples, requerendo alguma iniciativa e conhecimentos técnicos rudimentares.

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9 Verifica-se que a formação de mão de obra é baixa no aglomerado produtivo, o que na concepção de Porter (1999) apresenta-se como um fator comprometedor de um cluster, influenciando sobre os níveis de produtividade e competitividade.

Já no que tange a escolaridade requerida, cerca de 14% das empresas afirmam que requerem ensino fundamental completo para admissão de colaboradores no setor operacional, 09% afirmam que requerem ensino fundamental incompleto e 77% afirmam que não requer nenhum tipo de escolaridade.

Valendo-se desses resultados, constata-se que há uma tendência das empresas do aglomerado produtivo a especializar-se em poucos estágios produtivos, ou seja, uma tendência de desintegração vertical. Essa realidade, na concepção de Dei Ottati (1991), acaba implicando numa divisão horizontal do trabalho, exigindo que os empregados possuam várias habilidades, mesmo que haja evidências de várias categorias de trabalhadores, dos detentores de mais habilidades aos menos qualificados, trabalhando na informalidade.

2º EIXO (Gestão Tecnológica P&D): apresentam se questões de gestão tecnológica; pesquisa e desenvolvimento, como: definição de ordem tecnológica, condições dos equipamentos de produção, pesquisa e desenvolvimento para novos produtos.

As empresas pesquisadas afirmam buscar formas de desenvolvimento, onde um número significativo (29%) das empresas promovem visitas a empresas do setor, o que demonstra interesse em desenvolvimento de novos processos de produção. Outro indicador favorável é a afirmação de que 20% das organizações mantêm vínculo com fornecedores de máquinas e equipamentos para aquisição de novas tecnologias para o processo produtivo.

Os equipamentos utilizados no processo produtivo das empresas do setor madeireiro pode ser considerado satisfatório, pois, 72% das respostas são de que os equipamentos utilizados encontram se parcialmente atualizados, 23% estão totalmente atualizados e, apenas 5% encontram se desatualizados.

Entre as empresas analisadas, notadamente as micro empresas, verificou-se que a aquisição de equipamentos novos não é realizada com maior frequência, devido à ausência de recursos financeiros ou mesmo pelo reduzido volume de capital disponível para esse fim. Dessa forma, grande parte dos investimentos acaba destinando-se para a reforma de equipamentos ou mesmo na aquisição de alguns já utilizados por outra empresa.

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10 3º EIXO (Fornecedores): referente a localização de fornecedores, origem da principal matéria prima e formalidade com fornecedores.

A seleção dos fornecedores é um dos itens mais importantes de todo o processo produtivo. A matéria-prima utilizada pelas organizações do setor madeireiro de Jaguariaíva Pr são oriundas em sua grande maioria da mesma região (52%). Também um número significativo de empresas afirmaram que a matéria-prima é oriunda do próprio estado (49%).

A origem de bens e serviços do setor madeireiro de Jaguariaíva Pr, são oriundas em sua grande maioria de outros estados do Brasil, ou seja, cerca de 47%. Também um número significativo de empresas afirma que seus fornecedores de bens e serviços são oriundos da mesma região (28%). Já 26% afirmam que seus principais fornecedores de bens e serviços são oriundos do próprio estado.

Quanto a formalidade das organizações com os fornecedores, evidenciou-se que somente 30% afirmaram manter contrato com fornecedores.

Valendo-se dos resultados apresentados, denota-se que tais dificuldades podem comprometer a capacidade produtiva e de comercialização das empresas. A esse fato remete a necessidade do desenvolvimento de algumas estratégias capazes de assegurar a solução dessas deficiências detectadas e até mesmo de uma política de integração do setor, como o desenvolvimento de ações coletivas.

4º EIXO (Mercadológica): aponta para a questão de ordem mercadológica, como a localização dos principais clientes, número de clientes representativos em sua receita e formalidade da empresa com os clientes.

Cerca de 18% da empresas responderam que seus clientes estão inseridos no mercado regional, já 5% afirmam que seus principais clientes estão inseridos dentro do próprio estado e 77% das empresas, afirmam que seus clientes estão inseridos dentro do próprio País.

Com relação ao número de clientes, a situação é preocupante, pois 05 empresas afirmam ter apenas 01 cliente e 07 responderam ter apenas 02. Diante da realidade, se faz necessário um trabalho intenso por parte das empresas do setor para que se tenha uma maior abrangência quanto ao número de clientes, pois uma das características predominante de um aglomerado produtivo é a competitividade e abrangência de novos mercados.

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11 5º EIXO (Definições Estratégicas): identifica os problemas de ordem estratégica e definições estratégicas como: ano de fundação das organizações e área de investimentos mais recente. Para se atingir novos mercados, exigem-se investimentos e principalmente perspectivas de crescimento. Com relação ao ano de fundação das empresas envolvidas no estudo, observa-se que 23% das empresas afirmam que foram fundadas nos últimos 04 anos, mas também nota se algumas organizações que já estão a mais de 15 anos exercendo suas atividades. Diante do exposto, fica explicito, que há o aquecimento no setor madeireiro de Jaguariaíva Pr, o que encorajam empresários a definir estrategicamente uma expansão real de suas atividades. Quando questionadas sobre os últimos investimentos, observou-se que a maior parcela, foi efetivada em máquinas e equipamentos para expansão do processo produtivo, ou seja, na área de produção.

Entre as empresas analisadas, notadamente as micro empresas, verificou-se que a aquisição de equipamentos novos não é realizada com maior frequência, devido à ausência de recursos financeiros ou mesmo pelo reduzido volume de capital disponível para esse fim. Dessa forma, grande parte dos investimentos acaba destinando-se para a reforma de equipamentos ou mesmo na aquisição de alguns já utilizados por outra empresa.

Entretanto, pode-se perceber na pesquisa que o fator inovação apresenta-se como um importante elemento de competitividade para as empresas, que percebem claramente as oportunidades de aumento na produção e aumento de economia de escala.

6. Considerações finais

Entre as principais vantagens competitivas do Aglomerado Produtivo de Jaguariaíva-Pr, destaca-se a importância que as atividades produtivas têm para o desenvolvimento e distribuição de renda para o município. Dessa forma, verifica-se que o Aglomerado Produtivo estudado caracteriza-se pela formação de um cluster “embrionário”, onde um dos maiores desafios das empresas integrantes está centrado na capacidade de buscar novas tecnologias, novos mercados e métodos de integração com clientes e fornecedores, maior união e sinergia. Nesse cenário, cumpre ressaltar que existem fatores que se destacam e influenciam positivamente na capacidade competitiva das empresas, dos quais: a tradição nas atividades de beneficiamento da madeira; a quantidade existente de matéria-prima na região; a qualidade da madeira utilizada e ainda, o atendimento às especificidades dos clientes. Estes fatores

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12 proporcionam condições de competitividade para as MPE”s frente às grandes empresas. Entretanto há presença de fatores que comprometem a competitividade dessas empresas, como a alta rotatividade de mão-de-obra, o baixo nível de instrução dos funcionários empregados, o baixo nível de treinamentos sistemáticos e a baixa utilização de técnicas organizacionais modernas. Dessa forma, pode-se aferir que as empresas do aglomerado produtivo possuem relativo grau de competitividade, possuem condições de crescer e evoluírem, porém há necessidade do desenvolvimento de estratégias e políticas setoriais capazes de assegurar a permanência dessas empresas no mercado.

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