Considerando a importância de aproximar o Ensino Superior da Educação Básica, realizamos ações para que ambos os segmentos possam trocar experiências e promover o desenvolvimento da Educação no país. A ESPM, por meio da Cátedra Comunicação,
Educação e Consumo, desenvolvida pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação e Práticas de Consumo (PPGCOM), pretende verificar como educadores do Ensino Fundamental e do Ensino
Médio consomem conteúdo midiático e quais desafios enfrentam no desenvolvimento de atividades de
educação para a mídia com seus alunos. Survey com educadores Educação Básica
51% dos 159 participantes da pesquisa indicaram que atuam em cargos de gestão (diretoria ou coordenação). Dos que responderam “outro”, temos mais 13% que se identificaram
como orientadores pedagógicos ou educacionais (profissionais que também atuam fora da sala de aula, dando apoio aos professores, aos alunos e às famílias).
Cargo
dos
participantes
da pesquisa
Diretor(a) 13% Coordenador(a) 38% Professor(a) 31% Professor(a) Auxiliar 1% Outro 17%A maior parte dos participantes da pesquisa se concentra no Ensino Médio, pois é o segmento de maior contato da ESPM nas escolas. Assim, foram contatados mais representantes desse nível de ensino.
Segmento
de
atuação
Educação Infantil 2% Ensino Fundamental I 11% Ensino Fundamental II 12% Ensino Médio 75%A maior parte dos participantes da pesquisa se concentra na rede privada, pois é a rede de maior contato da ESPM na Educação Básica (de onde provém a maior parte de seus alunos). Assim, foram contatados mais representantes dessa rede.
Rede
de
atuação
Pública 3% Privada 97%REDE EM QUE ATUA:
Perguntamos a área de conhecimento em que atuam. A predominância do polivalente aqui é reflexo de uma somatória de educadores da Educação Infantil e do EFI e dos coordenadores e orientadores do EFII e do EM.
Área
do
conhecimento
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 19% Matemática e suas Tecnologias 10% Ciências Humanas e suas Tecnologias 18% Ciências da Natureza e suas Tecnologias 16% Sou polivalente 37%Jornais impressos; 35 Jornais digitais; 104 Revistas impressas; 38 Revistas Digitais; 74 Rádios; 48 Podcasts; 29
Televisão aberta (ex: Globo, SBT, Record, Band, entre outros); 49
Televisão paga (ex: NET, VIVO, SKY, entre outros); 87 YouTube; 75
Vídeo on demand (ex: Netflix, Amazon Prime, NOW, dentre outras); 68 Sites; 92 Blogs; 41 Instagram; 66 Facebook; 66 Twitter; 12 WhatsApp; 65 Telegram; 2 Outro; 2 0 20 40 60 80 100 120
EM QUAIS CANAIS/PLATAFORMAS VOCÊ COSTUMA
ACOMPANHAR CONTEÚDOS INFORMATIVOS, NOTICIOSOS OU
DE ENTRETENIMENTO NA MÍDIA?
Observamos que o consumo é bem diversificado e
pulverizado e que os educadores consomem informação e entretenimento em mais de uma mídia. As 5 mídias mais consumidas por eles são:
1) 11% - jornais digitais 2) 10% - sites
3) 9% - Televisão paga
4) 8% - YouTube / 8% - Revistas digitais 5) 7% - Vídeo on demand
Os indicadores demonstram que, dentre o público
consultado, há mais consumo de mídias pagas (jornais e revistas digitais, TV paga e vídeos on demand), tanto para informativo, quanto para entretenimento.
Mídias mais consumidas pelos educadores
Várias vezes ao dia
70% Uma vez ao dia
20% Alguns dias na semana 8% Apenas em dias úteis 2% Apenas aos finais de semana 0% acompanho Não com frequência 0% Outro 0%
COM QUAL FREQUÊNCIA VOCÊ
ACOMPANHA CONTEÚDOS NA MÍDIA?
Observamos que a mídia, independente da plataforma, faz parte do cotidiano de 90% dos educadores. Apenas 10% indicaram não consumir conteúdos midiáticos 7 dias por semana.
Frequência
de
Sites de jornalismo profissional (ex: G1, Estadão, Folha, UOL,
Carta Capital, entre outros)
15%
Sites de pessoas e/ou empresas específicas 11% Blogs 4% Canais no YouTube 15% Programas de televisão 3% Jornais e revistas impressos… Jornais e revistas digitais 14% Programas de rádio 2% Podcast 3% Redes sociais (ex:Facebook, Instagram, Twitter entre
outros) 6%
Plataformas educacionais com conteúdos didáticos (ex: Moodle da instituição, plataformas de sistema de ensino entre
outras) 17%
Outro 1%
As 5 mídias mais usadas nas salas de aula são: 1) 17% - plataforma educacionais
2) 15% - sites de jornalismo profissional / 15% - YouTube 3) 14% - jornais e revistas digitais
4) 11% - sites de pessoas e/ou empresas específicas 5) 9% - jornais ou revistas impressos
Entendemos que o maior uso das plataformas educacionais está relacionado, em geral, à concentração de conteúdos digitais, informativos ou práticos (atividades e avaliações). Além da preocupação de algumas escolas em relação à segurança da informação e à segurança do próprio aluno no ambiente digital, há também uma questão relacionada a
controle, para que os alunos não fujam à proposta de trabalho da escola visitando sites diversos enquanto navegam
livremente na internet. Mídias na
Para mais de 60% dos participantes da pesquisa, ao menos uma vez na semana alguma mídia é utilizada no trabalho da sala de aula. Dentre os que indicaram que não trabalham ou que trabalham com pouca frequência há uma diversidade de perfis: há tanto gestores, quanto professores; profissionais de todos os níveis de ensino e de todas as áreas do conhecimento; em escolas mais e menos estruturadas. Parece se tratar, portanto, de uma escolha dos próprios profissionais.
Frequência da
mídia na
sala
de aula
Semanalmente 61% Quinzenalmente 17% Mensalmente 8%Com pouca frequência, apenas conforme sinto
necessidade 12%
Não trabalho com mídias
2%
COM QUAL FREQUÊNCIA VOCÊ TRABALHA COM
MÍDIAS NA SALA DE AULA?
Garantir o foco dos alunos no conteúdo e no trabalho pedagógico 28% A distância entre o conteúdo e a linguagem midiática e o que trabalhamos na escola 4% Falta de acesso às mídias na escola 1% Falta de recursos tecnológicos na escola 3% Falta de recursos financeiros da escola 1% Falta de interesse dos alunos… Fakenews 13% Parcialidade editorial das mídias 9% Falta de formação continuada para que
professores estejam aptos a trabalhar com
as diferentes mídias 16%
Falta de formação continuada para que
professores estejam aptos a trabalhar com
recursos digitais 13%
Outro 2%
QUAIS OS MAIORES DESAFIOS ENFRENTADOS POR VOCÊ AO
UTILIZAR MEIOS DE COMUNICAÇÃO E CONTEÚDO MIDIÁTICO
Os 5 maiores desafios são:
1) 28% - garantir o foco dos alunos
2) 16% - falta de formação para uso das mídias
3) 13% - falta de formação para uso dos recursos digitais e fakenews
4) 10% - falta de interesse dos alunos 5) 9% - parcialidade editorial
Com base nessas respostas, projetamos que, se o professor estiver mais bem preparado para trabalhar com as mídias e com os recursos digitais, poderá saber lidar melhor com a parcialidade editorial dos meios e com as fakenews e ser capaz de elaborar aulas mais diversificadas e atrativas, estimulando o engajamento do aluno.
Desafio do uso das mídias na sala de aula
65% dos participantes da pesquisa já passaram por algum tipo de formação voltada à educação midiática. Os 3% que sinalizaram “outro” receberam a formação na própria escola. Mas observamos que esse ainda
não é um tema para o qual as escolas se dedicam a capacitar seus educadores. Os outros 35% que ainda não passaram por formação,
reconhecem sua importância.
Formação
de
professores
Sim, na graduação 8% Sim, na pós-graduação 14%Sim, busquei formação em cursos livres
40% Não recebi e não sinto a
necessidade. 0% Não recebi, mas acho importante para meu
trabalho 35%
Outro 3%
VOCÊ JÁ RECEBEU ALGUM TIPO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
VOLTADA À EDUCAÇÃO MIDIÁTICA?
Identificamos que, dentre os participantes da pesquisa, temos, majoritariamente, gestores escolares (diretores, coordenadores e orientadores), que atuam no Ensino Médio, em escolas particulares.
Neste primeiro mapeamento, focamos no uso e no consumo de mídias pelos
professores no cotidiano e também com seus alunos nas escolas. Observamos que as mídias estão presentes em suas vidas em vários momentos do dia, tanto com caráter informativo, quanto para entretenimento. Em ambos os casos, notamos que o consumo de mídias pagas prevalece (assinatura de jornais e revistas digitais, TV paga e vídeos on demand).
O consumo de mídias pelos professores se expressa na sala de aula como apoio ao trabalho didático (mais de 60% dos participantes da pesquisa afirmam usar o recurso semanalmente), mas não exatamente por meio das mesmas mídias consumidas individualmente pelos educadores. Observamos, ainda, que há preponderância do uso de recursos e plataformas educacionais ofertados pela própria escola ou por editoras, o que nos leva a pensar acerca das orientações das escolas quanto ao uso de mídias, a dinâmica das aulas e a relação do professor com a mídia, bem como seus questionamentos sobre ela. Essa reflexão está fundamentada nos indicadores relacionados aos desafios enfrentados pelo professor ao usar mídia com seus alunos: grande parte dos pesquisados menciona como desafio a falta de formação para a educação para o uso das mídias.
A maioria dos pesquisados aponta a ausência da educação para a mídia na sua formação, embora ela seja considerada algo importante para o trabalho em sala de aula. Os pesquisados também apontam cursos livres, eventos ou o consumo
midiático como forma de superar os desafios relativos à educação midiática. A partir desta pesquisa survey, identificamos que a formação dos professores, de modo geral, não contempla a educação para a mídia e que, aqueles que
desenvolvem este conteúdo, fazem-no, na maior parte, por meio de seus próprios recursos.
