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Entenda o Índice Paulista de Responsabilidade

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Academic year: 2021

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11 I P R S

EntEnda o ÍndicE Paulista dE REsPonsabilidadE

Social – iPRS

O IPRS acompanha o paradigma que sustenta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Esse modelo pressupõe que a renda per capita é insuficiente como único indicador das condições de vida de uma

população e propõe a inclusão de outras dimensões necessárias a sua mensuração. Assim, além da renda per capita, o IDH incorpora a longevidade e a escolaridade, adicionando

as condições de saúde e de educação das populações em um indicador mais abrangente de suas condições de vida.1

Assentadas nesse paradigma, a Fundação Seade e a Alesp decidiram construir para o Estado de São Paulo um indicador que preservasse as três dimensões componentes do IDH – renda, escolaridade e longevidade –, mas com certas especificidades que permitissem acompanhar de forma adequada a evolução socioeconômica dos municípios paulistas. A primeira e mais importante dessas especificidades consistiu na elaboração de uma ti-pologia de municípios que permitisse agrupá-los por semelhanças nos padrões existentes nas três dimensões consideradas, criando grupos homogêneos em relação às condições de vida, útil para o desenho de políticas públicas específicas, embora não pretenda ordená--los em termos de nível de desenvolvimento.2

Em segundo lugar, incluíram-se, na medida do possível, variáveis capazes de apre-ender mudanças nas condições de vida do município em períodos mais curtos que os dez anos que separam os censos demográficos, fonte de informações do IDH municipal.

E, em terceiro, foram adotados como base de informações, prioritariamente, os registros administrativos que satisfizessem as condições de qualidade, periodicidade e cobertura, necessárias à produção de um indicador passível de atualização nos anos en-tre os censos demográficos e com a cobertura de todos os municípios do Estado. Assim, apesar de representarem as mesmas dimensões, as variáveis escolhidas para compor o IPRS são distintas daquelas empregadas no cálculo do IDH.

Com essa orientação, compôs-se o IPRS de quatro conjuntos de indicadores: três setoriais, que mensuram as condições atuais do município em termos de renda,

esco-1. PNUD. Desenvolvimento humano e condições de vida: indicadores brasileiros. Brasília, PNUD, 1998.

2. TORRES, H.G.; FERREIRA, M.P.; DINI, N.P. Indicadores sociais: por que construir indicadores como o IPRS. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 17, n. 3-4, p. 80-90, jul.-dez. 2003.

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Quadro 1

Variáveis selecionadas e respectivas contribuições para o indicador sintético, segundo dimensões do iPRs

dimensões componentes contribuição para o indicador sintético

Riqueza municipal

Consumo residencial de energia elétrica, por ligação 25% Consumo de energia elétrica na agricultura, no comércio e nos serviços,

por ligação 25%

Remuneração média dos empregados com carteira assinada e do setor

público 25%

Valor adicionado fiscal per capita 25%

Longevidade

Taxa de mortalidade perinatal 30%

Taxa de mortalidade infantil 30%

Taxa de mortalidade de pessoas de 15 a 39 anos 20% Taxa de mortalidade de pessoas de 60 a 69 anos 20%

Escolaridade

Taxa de atendimento escolar na faixa de 4 a 5 anos 19% Média da proporção de alunos do 5o ano do ensino fundamental da rede

pública que atingiram pelo menos o nível adequado nas provas de portu-guês e matemática

31% Média da proporção de alunos do 9o ano do ensino fundamental da rede

pública que atingiram pelo menos o nível adequado nas provas de portu-guês e matemática

31% Taxa de distorção idade-série no ensino médio 19%

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

laridade e longevidade – permitindo, nesse caso, o ordenamento dos 645 municípios do Estado segundo cada uma dessas dimensões –; e uma tipologia constituída de cinco grupos, denominada grupos do IPRS, resumindo a situação municipal segundo os três eixos considerados, de forma multidimensional.

Em cada uma das três dimensões do IPRS, foram criados indicadores sintéticos que são expressos em escala de 0 a 100 e constituem uma combinação linear das variáveis selecionadas em cada tema. A estrutura de ponderação foi obtida de acordo com um modelo de análise fatorial, em que se estuda a estrutura de interdependência entre di-versas variáveis.3

O Quadro 1 sintetiza as variáveis consideradas em cada uma das dimensões do IPRS e a estrutura de ponderação utilizada.

3. Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – metodologia. São Paulo, Fundação Seade, 2004. Disponível

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dimensões do iPRs

O indicador de riqueza municipal procura captar, ao mesmo tempo, a produção de riqueza do município (por meio das variáveis consumo de energia elétrica na agricul-tura, no comércio e nos serviços e valor adicionado per capita) e a renda familiar dos moradores (por meio das variáveis consumo de energia elétrica residencial e rendimento médio dos empregados no setor privado com carteira assinada e no setor público). As fontes de informações utilizadas são os registros administrativos fornecidos pelas Secretarias da Fazenda e de Energia do Estado de São Paulo e pelo Ministério do Tra-balho e Emprego.

Para a dimensão longevidade, optou-se por um indicador fundamentado em qua-tro tipos de mortalidade, em detrimento da esperança de vida usada no IDH, a qual, a rigor, capta as condições médias da mortalidade de determinada região para todos os grupos de idade. Essa escolha baseou-se no forte componente inercial que um indicador como a esperança de vida carrega, o que o torna incapaz de revelar as particularidades da mortalidade em diferentes regiões e suas variações no curto prazo. Assim, o indicador de longevidade do IPRS é expresso pela combinação das taxas de mortalidade perinatal, infantil, de pessoas na faixa etária de 15 a 39 anos e de pessoas de 60 a 69 anos. Este indicador reveste-se de maior importância em decorrência do processo de mudança da estrutura demográfica, com o crescente envelhecimento da população, uma vez que mede o risco de morte na primeira década da terceira idade, podendo ser interpretado como uma mortalidade precoce dos idosos. Taxas maiores de mortalidade na população idosa de 60 a 69 anos expressam desigualdades de condições de vida, incluindo as dificuldades de acesso aos serviços de saúde, às ações de promoção, prevenção, diagnóstico, e trata-mentos adequados das principais doenças e agravos mais prevalentes nos adultos. Para o cálculo das taxas de mortalidade de adultos são utilizadas as projeções populacionais produzidas também pela Fundação Seade.

Na construção do indicador de escolaridade desta edição, priorizaram-se com-ponentes que captam a oferta, o rendimento e o atraso escolar da educação básica. Nesse sentido, o indicador sintético combina a taxa de atendimento escolar na faixa de 4 a 5 anos, dois indicadores de desempenho escolar (médias das proporções de alunos da rede pública que atingiram pelo menos o nível adequado nas provas de português e matemática no 5o e 9o anos do ensino fundamental) e a taxa de distorção idade-série no ensino médio. As fontes de dados utilizadas foram o Censo Escolar e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ambos realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), além das projeções populacionais produzidas pela Fundação Seade.

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Quadro 2

critérios adotados para a formação dos grupos de municípios

Grupos categorias

Grupo 1

Alta riqueza, alta longevidade e alta escolaridade Alta riqueza, alta longevidade e média escolaridade Alta riqueza, média longevidade e alta escolaridade Alta riqueza, média longevidade e média escolaridade

Grupo 2

Alta riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade Alta riqueza, média longevidade e baixa escolaridade Alta riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade Alta riqueza, baixa longevidade e média escolaridade Alta riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade

Grupo 3

Baixa riqueza, alta longevidade e alta escolaridade Baixa riqueza, alta longevidade e média escolaridade Baixa riqueza, média longevidade e alta escolaridade Baixa riqueza, média longevidade e média escolaridade

Grupo 4

Baixa riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade Baixa riqueza, média longevidade e baixa escolaridade Baixa riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade Baixa riqueza, baixa longevidade e média escolaridade Grupo 5 Baixa riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

tipologia

A combinação das três dimensões propicia uma tipologia que classifica os 645 municípios do Estado de São Paulo em cinco grupos com características similares de riqueza muni-cipal, longevidade e escolaridade. A construção dos grupos baseou-se em técnicas de estatística multivariada que identificou cinco grupos de municípios com padrões similares em termos de condições de vida. Para tanto, os três indicadores sintéticos setoriais foram transformados em escalas discretas, formadas pelas categorias baixa, média e alta (no caso do indicador de riqueza municipal definiram-se apenas as categorias baixa e alta), a partir das quais foram constituídos os cinco grupos de municípios. O Quadro 2 apresenta os critérios de formação de cada um desses grupos.

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o caráter relativo do iPRs

O IPRS, diferentemente de índices baseados em critérios normativos, é um indicador relativo, isto é, seus parâmetros norteadores são definidos a partir dos próprios dados que lhe dão origem. Em outras palavras, as categorias – baixa, média e alta – que caracterizam os grupos de municípios são estabelecidas segundo a realidade dos 645 municípios paulistas no ano em análise. Por exemplo, para um município ser classificado como de alta escolaridade, em 2008, a configuração dos componentes do indicador sintético de escolaridade necessária era representada pelo escore igual ou superior a 46. Assim, todos os municípios que obtivessem, no mínimo, esse escore seriam considerados de alta escolaridade. Já em 2012, a distribuição dos dados mostrou que, para serem incluídos no grupo de alta escolaridade, os municípios teriam que atingir o escore igual ou superior a 57, e não mais 46. Esse novo valor indica que o cenário considerado bom em 2008 já foi superado por muitas localidades, em 2012, e as que se destacam em escolaridade já se distanciaram, em muito, dos níveis anteriores.

Quadro 3

Parâmetros para a classificação dos municípios, por dimensões do iPRs, segundo categorias Estado de São Paulo – 2008-2012

categorias ano

dimensões do iPRs

Riqueza municipal longevidade Escolaridade

Baixa

2008 Até 36 Até 64 Até 40

2010 Até 39 Até 65 Até 49

2012 Até 40 Até 66 Até 53

Média 2008 - 65 a 67 41 a 45

2010 - 66 a 68 50 a 53

2012 - 67 a 69 54 a 56

Alta 2008 37 e mais 68 e mais 46 e mais

2010 40 e mais 69 e mais 54 e mais

2012 41 e mais 70 e mais 57 e mais

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4. Apenas 21 possuíam mais de 50 mil habitantes e somente Franca, Marília, Itapetininga, Jaú, Catanduva, Birigui e Ourinhos registravam população superior a 100 mil pessoas.

Grupos do iPRS 2012

Os grupos obtidos a partir dos critérios detalhados anteriormente estão descritos de forma sintética a seguir e representados no Mapa 1.

Grupo 1: reúne municípios com elevado nível de riqueza e bons indicadores sociais.

A maioria deles localiza-se ao longo dos principais eixos rodoviários do Estado (rodovias Anhangüera e Presidente Dutra), que se interceptam no município de São Paulo. Em 2012, os 70 municípios que compunham o grupo abrigavam 9,9 milhões de pessoas, ou aproximadamente 23,6% da população estadual, tornando-o o segundo maior grupo em população. Quatro dos dez municípios paulistas mais populosos faziam parte dele: São Bernardo do Campo, Santo André, São José dos Campos e Sorocaba. A região que con-centra mais municípios desse grupo é a Região Administrativa de Campinas, com 32 deles.

Grupo 2: engloba localidades com bons níveis de riqueza que não se refletem

nos indicadores sociais, os quais se situam aquém dos registrados para os municípios pertencentes ao Grupo 1. Em 2012, esse grupo concentrava 82 municípios, totalizando mais de 21,3 milhões de habitantes (50,9% da população estadual) – sendo, assim, o segundo menor grupo em quantidade de municípios, embora seja o mais populoso de-les. Analogamente às edições anteriores, identificam-se, no conjunto desses municípios, dois importantes subconjuntos: municípios industriais, como Cubatão, Diadema, Suzano, Mauá, Guarulhos, Osasco e Cotia, localizados em regiões metropolitanas; e municípios com atividade turística, tais como Guarujá, São Sebastião, Campos do Jordão e outros. Nesse grupo destacam-se ainda os municípios de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.

Grupo 3: municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores nas

dimensões escolaridade e longevidade. Este grupo, caracterizado por pequenos e médios municípios,4 englobava 194 localidades com população de 4,3 milhões de pessoas em 2012. Estão espalhados por todo o centro e norte do Estado, sendo mais frequentes nas RAs de São José do Rio Preto (24,7% deles), Campinas (11,9%), Araçatuba (11,3%) e Marília (10,8%). Esse tipo de município inexiste na Região Metropolitana da Baixada San-tista e é raro na RA de Registro e na RM de São Paulo (apenas 1 em cada), assim como na RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte (2 municípios).

Grupo 4: com 206 municípios e pouco mais de 4 milhões de habitantes em 2012,

esse grupo apresenta baixa riqueza e níveis intermediários de longevidade e/ou escolari-dade. Assim como o Grupo 3, está disperso em quase todas as regiões do Estado, sendo o maior conjunto em número de localidades, embora concentre apenas 9,7% da população.

Grupo 5: composto por localidades tradicionalmente pobres, com baixos níveis de

riqueza, longevidade e escolaridade, esse grupo concentra os municípios mais desfavo-recidos do Estado, tanto em riqueza quanto nos indicadores sociais. Em 2012, englobava

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17 I P R S 93 municípios, com população de aproximadamente 2,4 milhões de pessoas. Situa-se

primordialmente em áreas bem específicas do Estado, na RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte e nas RAs de Marília, Itapeva, Registro e Presidente Prudente.

Mapa 1

Municípios paulistas, segundo grupos do iPRs 2010-2012

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

Grupo 1 Riqueza: alta Indicadores sociais: bons Grupo 2

Riqueza: alta

Indicadores sociais: insatisfatórios

Grupo 3 Riqueza: baixa Indicadores sociais: bons Grupo 4

Riqueza: baixa

Indicadores sociais: intermediários Grupo 5

Riqueza: baixa

Indicadores sociais: insatisfatórios

IPRS 2012 – edição 2014 RM DO VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE RA DE CAMPINAS RM DE SÃO PAULO RM DA BAIXADA SANTISTA RA DE REGISTRO RA DE SOROCABA RA DE ITAPEVA RA CENTRAL RA DE RIBEIRÃO PRETO RA DE FRANCA RA DE BARRETOS RA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO RA DE PRESIDENTE PRUDENTE RA DE MARÍLIA RA DE BAURU IPRS 2010 – edição 2012 RA DE

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS RA DE CAMPINAS RA DE REGISTRO RA DE SOROCABA RA CENTRAL RA DE RIBEIRÃO PRETO RA DE FRANCA RA DE BARRETOS RA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO RA DE ARAÇATUBA RA DE ARAÇATUBA RA DE MARÍLIA RA DE BAURU RM DE SÃO PAULO RM DA BAIXADA SANTISTA RA DE PRESIDENTE PRUDENTE

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18 I P R S

a dimensão riqueza no Estado

apreciação geral

O Estado de São Paulo atingiu, em 2012, a marca de 46 pontos em riqueza no IPRS, um avanço de um ponto em relação a 2010, o que reflete a baixa dinâmica da economia paulista no período. Houve modesta melhora em três dos quatro componentes da dimen-são de riqueza: o consumo anual de energia elétrica residencial por ligação aumentou 3,9% (passando de 2,49 para 2,58 MW), o consumo de energia elétrica no comércio, agricultura e em serviços por ligação cresceu 8,6% (de 20,38 MW para 22,13 MW por ligação) e o rendimento médio do emprego formal registrou ampliação real de 4,5% (de R$ 2.230 para R$ 2.330). Já o valor adicionado fiscal per capita reduziu-se em 0,4% (de

R$ 19.775 para R$ 19.690).5

Esse resultado expressa a dinâmica econômica do Estado de São Paulo no início dos anos 2010. De fato, entre 2009 e 2011, o PIB paulista saltou de R$ 1,084 trilhão para R$ 1,349 trilhão, representando um aumento de 24,4% no período, ou 11,6% ao ano. Entre os setores com maior dinâmica, destaca-se a agropecuária, com aumento de 58,5% em seu valor adicionado no período (ou 26,0% ao ano), seguida pelos serviços, com crescimento de 23,6% em seu VA (ou 11,2% ao ano). Já o VA da indústria elevou-se 14,9% entre 2009 e 2011, ou 7,4% ao ano. Em contrapartida, a ampliação de 15,2% do VA da administração pública mostra a dependência que alguns municípios paulistas ainda têm deste setor, como são os casos de Iporanga, Barra do Turvo, Pracinha, Ribeira e Guarani d’Oeste, que possuem mais de 35% do total de seu VA vinculado a este setor. No total do VA do Estado, 64,5% correspondem aos serviços, 25,1% à indústria, 8,5% à administração pública e 1,9% à agropecuária, o que mostra que, a despeito do expressivo crescimento deste último setor entre 2009 e 2011, sua participação na economia paulista é ainda muito pequena.

Embora o desempenho positivo do indicador de riqueza tenha sido observado em todas as 16 regiões administrativas do Estado, apenas duas ficaram acima da média esta-dual na dimensão riqueza: as Regiões Metropolitanas de São Paulo, com 49 pontos, e da Baixada Santista (RA de Santos), com 48 pontos. As RAs de Registro (31 pontos), Itapeva (32 pontos) e Presidente Prudente (35 pontos) situaram-se mais de dez pontos abaixo da média estadual, em 2012. No que tange à divisão nas classes alta e baixa da dimensão riqueza, das 16 RAs do Estado, oito encontram-se na classe alta (a partir de 40 pontos) e as outras oito estão na classe baixa.

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19 I P R S distribuição espacial

Os municípios do Estado classificados como de alta riqueza localizam-se, em sua maior parte, ao longo dos principais eixos rodoviários que partem da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Esses eixos são formados pela Rodovia Presidente Dutra, que liga a capital à região de São José dos Campos, pelo eixo Anhanguera-Bandeirantes, que se estende até Ribeirão Preto, pela Rodovia Castelo Branco, até Sorocaba, e pelo eixo Anchieta-Imigrantes, que interliga a RMSP e a Região Metropolitana da Baixada Santista.

Esses eixos abrigam o maior complexo industrial da América Latina, com uma ampla diversidade setorial: indústrias automobilísticas; aeronáutica; refino de petróleo; farmacêutica e química; máquinas e equipamentos; e equipamentos eletrônicos e teleco-municações. Trata-se de segmentos com ligações importantes com o mercado externo, que se caracterizam por níveis mais altos de investimentos, P&D, inovação tecnológica e produtos de maior valor agregado.

Conforme se afasta desses eixos, diminui a proporção de municípios de alta riqueza: entre os 39 municípios da RMSP, 24 são considerados de alta riqueza em 2012, enquan-to na RA de Ribeirão Preenquan-to são oienquan-to entre 25 cidades (Cravinhos, Jardinópolis, Pontal, Pradópolis, Jaboticabal, Ribeirão Preto, Sertãozinho e Luís Antônio). Tal fato indica que a expansão da indústria foi capaz de aumentar a riqueza local apenas em cidades que já contavam com um implante industrial relevante ou que se apropriaram de alguma ativi-dade de manufatura ligada à cultura da cana.

A importância da indústria é também evidente na escala estadual. Entre os dez mu-nicípios mais bem posicionados no ranking da dimensão riqueza do IPRS, sete apresentam

importante adensamento industrial: Barueri (59 pontos), Paulínia (58 pontos), Louveira (57 pontos), Vinhedo, Cubatão (ambos com 55 pontos), São Caetano do Sul e Jambeiro (os dois com 53 pontos). As únicas exceções nesse quadro correspondem a Santana de Parnaíba, São Sebastião e Bertioga (todos com 56 pontos).

Dos dez municípios com os piores desempenhos no escore de riqueza municipal,

seis estão na RA de Itapeva – Barra do Chapéu (14 pontos), Itaóca, Itapirapuã Paulista (ambos com 16 pontos), Iporanga (18 pontos), Ribeira e Ribeirão Branco (ambos com 19 pontos) – três localizam-se na RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte – Natividade da Serra (19 pontos), Cunha e Silveira (ambos com 20 pontos) – e um na RA de Registro – Eldorado (19 pontos). Seis desses municípios estão classificados no Grupo 4 do IPRS e os outros quatro no Grupo 5.

Outra questão importante é que o núcleo econômico do Estado também constitui sua base demográfica. Apesar de o Estado contabilizar 493 municípios de baixa riqueza (76,4% do total), neles residem apenas 25,6% da população paulista, enquanto nos 152 municípios (23,6%) classificados na categoria de alta riqueza municipal, essa proporção é de 74,4%. Dos 100 municípios mais bem ranqueados, 46 possuem mais de 100 mil

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20 I P R S

habitantes. Os dez municípios desse porte populacional com os melhores resultados são Barueri (59 pontos), Santana de Parnaíba (56 pontos), Cubatão (55 pontos), São Caetano do Sul (53 pontos), São Bernardo do Campo (52 pontos), Santos, Itapevi (ambos com 51 pontos), São Paulo, Jundiaí e Cotia (todos com 50 pontos).

Mapa 2

classificação dos municípios, segundo classes de riqueza municipal 2012

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

componentes

Em 2012, o consumo de energia elétrica residencial por ligação variou, entre as RAs, de 1,61 MW, na RA de Registro, a 3,45 MW, na RM da Baixada Santista. Apenas as RMs de São Paulo e da Baixada Santista ficaram acima da média estadual de 2,58 MW.O

consu-Riqueza Baixa Alta RA de Franca RA de Barretos RA de

São José do Rio Preto

RA de Araçatuba RA de Presidente Prudente RA de Marília RA de Bauru RA de Sorocaba RA de Itapeva RA de Registro RM de São Paulo RM da Baixada Santista RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte RA de Campinas RA Central RA de Ribeirão Preto

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21 I P R S mo anual de energia elétrica no comércio, agricultura e em serviços por ligação variou de

5,70 MW, na RA de Itapeva, a 36,09 MW, na RMSP. Entre 2010 e 2012, o crescimento desse indicador na média estadual foi de 8,6%.

O rendimento médio do emprego formal, por sua vez, variou R$ 1.324 entre as 16 regiões, cabendo o menor valor à RA de Itapeva (R$ 1.291) e o maior à RMSP (R$ 2.616), ou seja, uma diferença de 49,4%. Cabe salientar que somente a RMSP registrou rendimento acima da média estadual de R$ 2.330.

Quanto ao valor adicionado fiscal per capita, a RA de Campinas apresenta o maior

valor (R$ 28.832) e a RA de Registro o menor (R$ 7.843), uma variação de R$ 20.099. Nesse componente, alcançaram valores acima da média estadual a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte (R$ 23.183) e RA de Campinas (R$ 28.832). A RMSP, com valor adicionado fiscal per capita de R$ 18.695, ficou abaixo da média estadual de R$ 19.690.

a dimensão longevidade no Estado

apreciação geral

O Estado de São Paulo atingiu, em 2012, a marca de 70 pontos no indicador de longe-vidade, com acréscimo de um ponto em relação a 2010. Essa pequena elevação é expli-cada pela relativa estabilidade nos quatro componentes dessa dimensão, embora com tendência de redução em todos eles, no período analisado: a taxa de mortalidade infantil diminuiu de 12,0 para 11,5 óbitos por mil nascidos vivos (ou decréscimo de 3,9%); a taxa de mortalidade perinatal permaneceu estável no período (13,3 por mil nascidos vivos); a taxa de mortalidade das pessoas de 15 a 39 anos variou de 1,35 para 1,33 óbito por mil habitantes nessa faixa etária (retração de 1,1%); e a taxa de mortalidade dos idosos de 60 a 69 anos passou de 16,6 para 16,1 óbitos por mil pessoas nesse grupo de idade (redução de 3,2%).6

As RAs de Araçatuba, Campinas e Presidente Prudente foram as que obtiveram maior crescimento do indicador geral de longevidade, entre 2010 e 2012, todas com aumento de dois pontos. Já as RAs de Bauru, Central, Marília, Metropolitana de São Paulo e São José do Rio Preto não apresentaram, nesse período, alteração na pontuação, enquanto a RMs da Baixada Santista e do Vale do Paraíba e Litoral Norte e as RAs de Franca, Itapeva, Ribeirão Preto e Sorocaba alcançaram ampliação igual ao conjunto do Estado, de um ponto. Tiveram decréscimo do indicador as RAs de Registro (1 ponto) e Barretos (3 pontos).

6. As taxas de mortalidade correspondem à média do triênio, considerando o ano anterior e o posterior, além do ano de referência. Assim, os dados da presente edição são do período 2011-2013 e os da edição anterior, 2009-2011.

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22 I P R S distribuição espacial

Nota-se, no norte e na faixa central Estado de São Paulo, uma concentração de municípios com alta longevidade, compreendendo, sobretudo, as RAs de Ribeirão Preto (72,0% do total de seus municípios), São José do Rio Preto (64,6%), Campinas (62,2%), Central (57,7%) e Presidente Prudente (54,7%). As regiões com maior presença de municípios com baixa longevidade, por sua vez, são a RM da Baixada Santista (88,9% dos seus mu-nicípios) e as RAs de Itapeva (65,6%) e Registro (64,3%).

Entre os 645 municípios do Estado, 237 (36,7%), 101 (15,7%) e 307 (47,6%) classificam-se, respectivamente, nas categorias de baixa, média e alta longevidade. Contu-do, quando se considera a concentração populacional, nota-se que 8.525.304 habitantes (20,3%) residem em municípios incluídos na categoria de baixa longevidade, 6.742.700 (16,1%) nos de média e 26.671.993 (63,6%) nos de alta.

Os municípios com baixa e alta riqueza apresentam distribuições semelhantes nas classes de baixa, média e alta longevidade em 2012. Entre os 493 municípios com baixa riqueza, 188 (38,1%) classificam-se na categoria de baixa longevidade, 74 (15,0%) na de média e 231 (46,9%) na de alta. Para os 152 com alta riqueza, 49 (32,2%), 27 (17,8%) e 76 (50,0%) encontram-se, respectivamente, nessas classes.

Quando considerados apenas os 75 municípios com mais de 100 mil habitantes, a distribuição tanto por município quanto por população é um pouco distinta daquela refe-rente à totalidade dos municípios. Assim, entre os municípios com esse porte, 23 (30,7%), 13 (17,3%) e 39 (52,0%) estão, respectivamente, nas categorias de baixa, média e alta longevidade. Por população, têm-se 4.746.180 (15,1%), 4.608.747 (14,7%) e 21.981.428 (70,1%) habitantes em municípios das classes de baixa, média e alta longevidade.

Os dez municípios mais bem posicionados são: Nova Castilho – RA de Araçatuba (96 pontos); Emilianópolis – RA de Presidente Prudente (92 pontos); Poloni – RA de São José do Rio Preto e Trabiju – RA Central (ambos com 91 pontos); Gastão Vidigal – RA de Araçatuba, Dolcinópolis – RA de São José do Rio Preto e Fernão – RA de Marília (todos com 88 pontos cada); Mendonça – RA de São José do Rio Preto (87 pontos); Água de São Pedro – RA de Campinas e Turiúba – RA de Araçatuba (ambos com 86 pontos). Destes municípios, apenas Trabiju e Águas de São Pedro apresentam alta riqueza.

Dos 100 municípios mais bem posicionados, somente seis possuem população superior a 100 mil habitantes (Valinhos, Santana de Parnaíba, São Caetano do Sul, São José do Rio Preto, São Bernardo do Campo e Campinas). Já entre os 100 piores, cinco têm mais de 100 mil habitantes (Guarujá, São Vicente, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão e Guaratinguetá). Os dez municípios com mais de 100 mil habitantes e mais bem situados são: São Caetano do Sul (79 pontos e 38o no ranking estadual); Santana do Parnaíba (75 pontos e 102o no

ranking estadual); Valinhos (75 pontos e 106o no ranking estadual); Campinas (75 pontos e 110o no ranking estadual); São José do Rio Preto (75 pontos e 112o no ranking estadual); São Bernardo do Campo (75 pontos e 115o no ranking estadual); Sumaré (74 pontos e 126o no

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23 I P R S

ranking estadual); São José dos Campos (74 pontos e 134o no ranking estadual); Americana (74 pontos e 135o no ranking estadual); e Birigui (74 pontos e 145o no ranking estadual).

Dos dez municípios com os menores escores, quatro estão localizados na RA de Itapeva – Bom Sucesso do Itararé (40 pontos), Taquarivaí (45 pontos), Barão de Antonina (45 pontos) e Riversul (47 pontos) – três situam-se na RA de Bauru – Balbinos (o de pior colocação com 40 pontos), Uru (47 pontos) e Pirajuí (48 pontos) – os outros três são: Mom-buca – RA de Campinas (47 pontos); Areias – RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte (48 pontos); e Guzolândia – RA de Araçatuba (50 pontos). Todos são municípios classificados como de baixa riqueza.

RA de Franca RA de

Barretos RA de

São José do Rio Preto

RA de Araçatuba RA de Presidente Prudente RA de Marília RA de Bauru RA de Sorocaba RA de Itapeva RA de Registro RM de São Paulo RM da Baixada Santista RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte RA de Campinas RA Central RA de Ribeirão Preto Longevidade Baixa Alta Média

Mapa 3

classificação dos municípios, segundo classes de longevidade 2012

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24 I P R S componentes

Entre as regiões administrativas, a taxa de mortalidade infantil variou de 9,3 óbitos por mil nascidos vivos, na RA de São José do Rio Preto a 16,1 na RM da Baixada Santista. As Regiões Metropolitanas de São Paulo, do Vale do Paraíba e Litoral Norte e Baixada Santista e as Regiões Administrativas de Bauru, Sorocaba, Registro e Itapeva posicionaram-se acima da média estadual, de 11,5 óbitos por mil nascidos vivos. Ainda que venha diminuindo acentuadamente nos últimos anos em muitos países, este indicador continua sendo muito importante, na medida em que pode refletir as condições gerais de uma população, tais como o desenvolvimento socioeconômico, as condições ambientais, a eficácia dos serviços de saúde e ainda os recursos existentes, além de identificar problemas em determinadas áreas. A taxa média de mortalidade infantil do Estado, no período de 2011 a 2013, foi 3,9% menor do que a observada entre 2009 e 2011.

Já a taxa de mortalidade perinatal variou entre 11,6 óbitos por mil nascidos, na RA de São José do Rio Preto, e 16,5 óbitos, na RM da Baixada Santista. Acima da média estadual, de 13,3 óbitos por mil nascidos, ficaram 12 regiões. Este indicador, que engloba conjuntamente os natimortos e os óbitos de crianças com menos de uma semana de vida, reflete, principalmente, as condições relacionadas aos serviços de saúde, especialmente quanto à sua qualidade, incluindo o pré-natal, o parto e a atenção aos recém-nascidos, além de apontar as áreas que necessitam de políticas e programas de saúde visando re-duzir seus níveis e as diferenças regionais existentes. Entre os períodos de 2009-2011 e 2011-2013 este indicador permaneceu estável no Estado de São Paulo (13,3 óbitos por mil nascidos).

O indicador de mortalidade das pessoas de 15 a 39 anos também apresentou dife-renciação entre as regiões do Estado. A menor taxa foi observada na RA de Franca (1,14 óbito por mil habitantes nesta faixa etária) e a maior na RA de Registro (1,75), enquanto a média estadual foi de 1,33 óbito. As principais causas de morte para a população neste grupo de idade são as causas externas, de forma que as diferenças entre as taxas expres-sam, em grande parte, os riscos de exposição à violência. Nos últimos anos, as taxas de mortalidade desta população diminuíram consideravelmente, principalmente pela redução das mortes por agressões, seguidas pela da Aids, contribuindo de maneira importante para o aumento da esperança de vida ao nascer da população paulista. Entre os períodos de 2009-2011 e 2011-2013, essa taxa retraiu-se em quase 1,1% no Estado.

Por último, a taxa de mortalidade das pessoas entre 60 e 69 anos apresentou uma média de 16,1 óbitos por mil habitantes nessa faixa etária para o Estado. O maior valor foi registrado na RM da Baixada Santista (18,1) e o menor nas RAs de Presidente Prudente e São José do Rio Preto (15,1). Entre 2009-2011 e 2011-2013, a taxa de mortalidade desta população diminuiu 3,2% no Estado.

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25 I P R S

contexto demográfico de são Paulo

Formado por 16 regiões administrativas (RAs) e 645 municípios, o Estado de São Paulo possuía, em 2012, 41,9 milhões de habitantes, sendo que 78,0% da população estadual estava concentrada em cinco regiões: Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), RA de Campinas, RA de Sorocaba, Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) e Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS).

Nesse grupo de regiões, apenas a RMSP diminuiu sua participação na população do Estado, ao passar de 48,3%, em 2000, para 47,6%, em 2012. A RMBS praticamente não alterou seu peso relativo, enquanto as demais regiões do grupo aumentaram sua participação no total popula-cional estadual, entre 2000 e 2012.

Em 2012, 96,1% da população paulista residia em áreas urbanas, sendo que a RA de Registro apresentava a menor taxa de urbanização do Estado (72,0%) e em outras três RAs esse índice situava-se abaixo de 90%: Sorocaba, Itapeva e Presidente Prudente. A RMBS detinha a maior taxa de urbanização do Estado, em 2012, equivalente a 99,8%.

Entre 2010 e 2012, o ritmo de crescimento estimado da população do Estado de São Paulo foi de 0,87% ao ano. Seguindo a tendência estadual, verifica-se desaceleração no crescimento populacional das regiões paulistas. Neste período, cinco regiões apresentaram taxas acima da média estadual: RMs da Baixada Santista e do Vale do Paraíba e Litoral Norte e RAs de Soroca-ba, Campinas e Ribeirão Preto, esta última registrando a mais elevada (1,26% ao ano) entre as regiões do Estado.

Há várias décadas, as mudanças nos padrões reprodutivos da população do Estado de São Paulo, a redução nos níveis de fecundidade e o aumento da expectativa de vida têm acarretado alterações importantes na sua estrutura etária. O Estado apresenta cada vez menor proporção de crianças e aumento da população em idade ativa, principalmente de idosos.

As pirâmides etárias de 2000 e 2012 mostram que essa tendência se mantém. Observam-se estreitamento da base da pirâmide, com proporção menor de grupos etários com menos de 15 anos, e alargamento do topo, que corresponde à maior participação dos idosos.

Em 2000, 26,3% dos habitantes do Estado de São Paulo concentravam-se nos grupos com menos de 15 anos, 19,4% no de 15 a 24 anos – representando a população jovem –, 45,4% no de 25 a 59 anos e 9,0% no dos idosos (60 anos e mais). Em 2012, diminuiu a participação dos grupos de menores de 15 anos, que passaram a responder por 20,7% do total estadual, e aumentaram aquelas referentes ao segmento de 25 a 59 anos (50,7%) e aos idosos (12,2%). A população jovem reduziu sua participação, respondendo por 16,4% do total estadual em 2012.

No Estado de São Paulo, o processo de envelhecimento da população pode ser acompanhado pelo aumento no índice de envelhecimento (proporção de pessoas de 60 anos e mais por 100 indivíduos com menos de 15 anos), que passou de 53,9%, em 2010, para 58,9% em 2012. Entre as regiões do Estado, a RA de São José do Rio Preto é a que registra o maior índice de envelhe-cimento, de 86,0% em 2012, enquanto o menor pertence à região de Itapeva (51,3%).

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26 I P R S

a dimensão escolaridade no Estado

apreciação geral

Os dados do IPRS das regiões administrativas do Estado de São Paulo mostram que o desafio da melhoria dos indicadores educacionais vai além da disponibilização de mais recursos e passa pela criação de mecanismos que permitam geri-los melhor, principalmente em redes de ensino maiores e mais complexas. Tais desafios estão colocados tanto para os governos municipais, responsáveis pela educação infantil e pela maior parte do ensino fundamental, quanto para o governo estadual, que administra o ensino médio.

No indicador de escolaridade do IPRS de 2012, o Estado de São Paulo alcançou 52 pontos, um avanço de quatro pontos em relação a 2010. Isso se deu de forma generali-zada nas regiões – a RM da Baixada Santista registrou a maior ampliação (acréscimo de seis pontos), as RAs de Sorocaba e Barretos e as RMs de São Paulo e do Vale do Paraíba e Litoral Norte evoluíram cinco pontos. Três regiões ficaram com pontuação abaixo da média estadual (as RMs da Baixada Santista e de São Paulo e a RA de Registro).

Uma primeira análise das características das regiões com maiores e menores indica-dores de escolaridade revela algumas diferenças importantes, a começar pela dimensão riqueza. Neste quesito não se observa uma correlação entre os indicadores de escolaridade e os de riqueza. De fato, as RMs de São Paulo e da Baixada Santista, que possuem os dois melhores indicadores de riqueza do Estado (49 e 48, respectivamente), também detêm os piores em escolaridade (48 e 50, respectivamente), juntamente com a RA de Registro (48), que apresenta o índice mais baixo de riqueza (31) entre as RAs. Em contrapartida, as Regiões Administrativas de São José do Rio Preto e de Marília, que registram os me-lhores indicadores de escolaridade (62 e 59 pontos), estão, respectivamente, em 10o e 13o lugares no indicador renda.

Essa caracterização não permite, no entanto, estabelecer uma causalidade negativa entre riqueza e escolaridade, pois há uma série de outros fatores não considerados. Mas é fundamental notar que os resultados sugerem, sim, que a complexidade das redes edu-cacionais diferencia os dois extremos do ranking de escolaridade, sinalizando importantes

desafios para as políticas públicas de educação.

Fatores condicionantes

A melhora no indicador é reflexo do bom desempenho de dois dos três aspectos (cober-tura, desempenho e fluxo) tratados na dimensão escolaridade do IPRS. No Estado, a taxa de atendimento às crianças de 4 e 5 anos, que capta o aspecto da cobertura, aumentou 12,0 pontos porcentuais, passando de 84,8% para 96,8%, entre 2010 e 2012, com

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cres-27 I P R S cimento mais expressivo na RA de Registro (16,1 pontos porcentuais), na RM da Baixada

Santista (16,0) e na RA de Franca (15,8).

Foi a partir do indicador de desempenho dos estudantes das redes públicas que se constatou uma alteração na tendência geral de melhora verificada no período anterior (de 2008 a 2010), pois esta somente ocorreu entre os alunos do 5o ano do ensino funda-mental. A proporção de alunos que atingiram pelo menos o nível adequado nas provas de Língua Portuguesa e Matemática do 5o ano aumentou de 40,9% para 42,9%, enquanto entre os alunos do 9o ano, este percentual estabilizou-se em 19,2%.

A RM da Baixada Santista e as RAs de Barretos e Ribeirão Preto foram as mais bem--sucedidas em elevar o desempenho dos estudantes de 5o ano (a proporção de alunos no nível adequado ampliou-se em mais de 3,5 pontos porcentuais). Já entre a parcela de estudantes do 9o ano, as regiões que mais evoluíram neste quesito foram a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte (1,1 ponto percentual) e as RAs de Sorocaba (com 0,9) e São José do Rio Preto (com 0,7).

Quanto à taxa de distorção idade-série no ensino médio, que reflete o aspecto de fluxo do indicador, registrou-se redução de 1,8 ponto porcentual no Estado (de 18,1% para 16,3%, entre 2010 e 2012). A diminuição desta taxa foi mais expressiva na RA de Barretos (redução de 3,2 pontos percentuais).

distribuição espacial

A despeito de a evolução na escolaridade ter sido generalizada por todo o Estado, há diferenças importantes entre suas regiões.

As regiões a oeste e noroeste do Estado são as de melhores níveis de escolaridade. A RA de São José do Rio Preto, que já tinha o maior indicador em 2010, alcançou 62 pon-tos em 2012. Entre os quatro componentes do indicador, os que mais contribuíram para manter a liderança da região foram a taxa de atendimento às crianças de 4 a 5 anos, que atingiu 100%, e o desempenho dos alunos. No 5o ano do ensino fundamental, 57,3% dos alunos apresentaram desempenho adequado e, no 9o ano, essa proporção foi de 25,9%.

Dos dez municípios com indicadores de escolaridade mais elevados do Estado, três localizam-se na RA de São José do Rio Preto (Adolfo, Meridiano e Novo Horizonte). A proporção de municípios dessa região com alta escolaridade é de 69,8% e, entre eles, está o município-sede, São José do Rio Preto.

Outras regiões do oeste/noroeste paulista que se destacam com alta escolaridade são as de Marília (59 pontos) e Araçatuba (58 pontos). Nestes casos, o que mais sobressai entre os componentes do indicador é a cobertura, pois a taxa de atendimento a crianças de 4 e 5 anos chega, respectivamente, a 98,4% e 98,6%.

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28 I P R S

Encontram-se no grupo de alta escolaridade 65,1% dos municípios da RA de Araçatuba e 43,1% daqueles pertencentes à RA de Marília, incluindo, nos dois casos, os municípios-sede.

Fora do eixo oeste/noroeste do Estado, merece destaque a RA Central, com indicador de 58 pontos, o mesmo da RA de Araçatuba. A RA Central não tem liderança em nenhum dos componentes do indicador, mas sua alta taxa de atendimento para crianças de 4 e 5 anos (97,5%) e o elevado desempenho dos alunos de 9o ano (24,7% no nível adequado) colocam-na com nível de escolaridade comparável às melhores RAs. Dos municípios da região, 42,3% apresentam alta escolaridade, entre os quais estão São Carlos e Araraquara.

Mapa 4

classificação dos municípios, segundo classes de escolaridade 2012

Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS.

RA de Franca RA de

Barretos RA de

São José do Rio Preto

RA de Araçatuba RA de Presidente Prudente RA de Marília RA de Bauru RA de Sorocaba RA de Itapeva RA de Registro RM de São Paulo RM da Baixada Santista RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte RA de Campinas RA Central RA de Ribeirão Preto Escolaridade

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29 I P R S Quanto às regiões com os piores indicadores de escolaridade, sua localização

con-trasta entre uma situação metropolitana e outra de menor urbanização. De fato, os indi-cadores mais baixos foram verificados para a Região Metropolitana de São Paulo e a RA de Registro (ambas com 48 pontos), seguidas pela RM da Baixada Santista, com 50 pontos. O fator que mais contribuiu para a classificação da Região Metropolitana de São Paulo entre as de pior escolaridade são os baixos desempenhos no 5o e 9o anos do ensino fundamental (respectivamente, 37,5% e 16,3%) e o atraso escolar do ensino médio (taxa de distorção idade-série de 18,4%). Apenas quatro municípios da RMSP (Santa Isabel, Ribeirão Pires, Barueri e São Caetano do Sul) têm alta escolaridade, enquanto outros 29 (74,4% do total) são de baixa escolaridade, incluindo os dois mais populosos (São Paulo e Guarulhos). Na RA de Registro, a baixa cobertura para crianças de 4 e 5 anos (89,3% frequentam escola ou creche) e o fraco desempenho para alunos do 5o ano (36,7% com desempenho adequado) e do 9o ano (16,1%) são os fatores que mais pesaram para a baixa escolaridade. Já na RM da Baixada Santista, os indicadores que mais contribuíram para sua baixa colocação em escolaridade foram o atraso escolar (taxa de distorção idade-série de 19,1%, a mais alta do Estado) e o fraco desempenho no 9o ano (17,3% dos alunos atingiram o nível adequado).

Na RA de Registro e na RM da Baixada Santista, todos os municípios são conside-rados de escolaridade média ou baixa, com grande concentração no último grupo (mais de 66,7%). Entre os municípios mais populosos da Baixada Santista (Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande), dois deles, Santos e Praia Grande, têm escolaridade média. Já na RA de Registro sobressai Cananéia, o único com escolaridade média.

Com relação às demais RAs, as de Araçatuba, Campinas (ambas com indicador 58), Barretos e Sorocaba (as duas com 57 pontos) são consideradas de alta escolaridade. A RA de Araçatuba fica entre as quatro regiões com maior desempenho escolar, com 50,7% de alunos no nível adequado no 5o ano e 21,2% no 9o ano. Já a RA de Campinas sobressai quanto ao desempenho escolar dos alunos do 9o ano (24,0% em nível adequado, a terceira melhor do Estado) e à boa cobertura do ensino para crianças de 4 e 5 anos (98,3% delas estão na escola ou creche, a sexta melhor do Estado). A RA de Barretos destaca-se pela menor defasagem idade-série entre as RAs do Estado, com 9,8% de alunos do ensino médio com atraso escolar, e pelo alto desempenho dos alunos do 5o ano, com 51,1% em nível adequado (a terceira melhor do Estado). A taxa de atendimento das crianças de 4 e 5 anos (98,7%) é o indicador que se destaca na RA de Sorocaba.

Vale notar que 78,6% dos municípios da RA de Araçatuba com índice de escolari-dade alto têm menos de 20 mil habitantes, como Gabriel Monteiro (72 pontos), Lourdes (71 pontos), Nova Castilho (68 pontos) e Turiúba (66 pontos). Já na RA de Campinas, municípios de grande porte, como Jundiaí, Piracicaba, Limeira e Americana, apresentam

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30 I P R S

alta escolaridade. Campinas, no entanto, é exceção a esta regra, pois registra baixa es-colaridade (50 pontos).

As RAs de Franca e Bauru (ambas com 56 pontos), a RA de Presidente Prudente e a RM do Vale do Paraíba e do Litoral Norte (as duas com 55 pontos) e as RAs de Ribeirão Preto e Itapeva (ambas com 54 pontos) fazem parte de um grupo de escolaridade média, mas também se destacam em alguns quesitos.

A capacidade de atendimento da rede pré-escolar da RA de Franca teve uma das maiores evoluções entre 2010 e 2012, crescendo 19,5%. Já a rede de ensino da RA de Bauru atende a 98,4% das crianças de 4 e 5 anos (uma das quatro melhores taxas do Estado). A RA de Presidente Prudente destaca-se pelo indicador de atraso escolar (11,7% de defasagem idade-série entre os alunos do ensino médio). A RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte, por sua vez, registra o quarto melhor desempenho escolar no 9o ano (22,9%) do Estado, enquanto a RA de Itapeva sobressai com taxas de distorção idade-série no ensino médio em torno de 11,4% (entre as três mais baixas do Estado). A RA de Ribeirão Preto apresenta indicadores medianos, com destaque para a evolução do indicador de desempenho escolar do 5o ano, que teve crescimento de 8,2% entre 2010 e 2012.

No conjunto de regiões com níveis de escolaridade alto e médio, encontram-se municípios pequenos (com menos de 10 mil habitantes) entre os de maior escolaridade, como Cândido Rodrigues e Meridiano (ambos com indicador 77, o melhor indicador do Estado) e Adolfo (com 75 pontos).

Referências

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