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A categoria do tempo na expressão da modalidade nas línguas espanhola e portuguesa

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Academic year: 2021

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Natalia Czopek

Universidade Jaguellónica de Cracovia

A categoria do tempo na expressão da modalidade

nas línguas espanhola e portuguesa

Palavras-chave: modalidade, tempo, indicativo, conjuntivo, subjuntivo

Uma comunicação efi ciente é efeito do emprego apropriado das formas linguísticas convencionais que, segundo o locutor, exprimam as noções criadas na sua mente, e da interpretação daquelas pelo destinatário de acordo com as intenções do locutor. Existem certos recursos linguísticos que nos podem ajudar a exprimir as nossas ideias de uma maneira mais precisa. No presente trabalho concentrar-nos-emos em apresentar alguns deles.

Tudo indica que para um enunciado poder ser entendido e poder designar o mundo real, é indispensável defi nirmos a sua relação com a realidade que descreve e considerarmos o processo descrito em relação à sua realização. A nossa defi nição do processo de comunicação não fi caria completa se não levássemos em conta o «intermediário» entre o mundo real e a realidade descrita no enunciado que é o locutor porque o que designa cada uma das partes do enunciado são as representações da realidade na psique dele. Daí a importância fundamental do acto mental de confrontação destas representações com o mundo real, ou seja, da modalidade do enunciado (Milewski, 2004: 74).

Está demonstrado que vários tipos de modalidade linguística se podem expressar por meio de diversos recursos linguísticos cuja escolha, de acordo com algumas teorias, depende do falante ou, segundo outras, das regras gramaticais que geram enunciados. Sendo assim, o que se afi rma é que todas as proposições devem conter um elemento que corresponda ao conteúdo da modalidade. Segundo Ch. Bally (em: Costa Campos, 1998: 38), por exemplo, a modalidade é a alma da frase que coincide com o próprio acto de pensar e

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que marca a reacção a uma representação. Assim, uma proposição é modalizada

através de determinadas formas linguísticas presentes nela e, além disso, como afi rma S. Alexandrescu (em: Costa Campos, 1997: 153), «todo o enunciado é modalizado ou por um operador modal de crença (ou opinião) ou por um operador modal de saber, podendo o enunciado ser também modalizado por outros operadores [...]». A entoação, as modalidades oracionais, os modos verbais e as perífrases verbais de modalidade bem como advérbios, adjectivos, complementos modais, a ordem das palavras, os tempos verbais e alguns verbos auxiliares criam um vasto conjunto de marcadores da modalidade. No entanto, o que se põe sempre em realce é que em todas as línguas existem várias expressões capazes de refl ectir a mesma modalidade lógica e que, ao mesmo tempo, um instrumento linguístico pode expressar diversas modalidades. Além disso, observam-se relações entre alguns dos marcadores que se complementam para que o locutor possa exprimir os seus pensamentos e atingir os seus fi ns utilizando apenas a linguagem.

Muitos linguistas observam relações mútuas entre os marcadores da modalidade e da categoria do tempo. G. Guillaume(1929) distingue o modo nominal (unidimensional), a primeira etapa de construção da imagem do tempo que serve apenas para diferenciar o tempo de outras categorias como nome ou espaço; o modo conjuntivo (bidimensional) que não tem nenhum ponto fi rme de referência no presente, possui uma representação ainda incompleta do tempo e pode ser orientado para o futuro ou para o passado; e o modo indicativo (tridimensional) que proporciona uma imagem completa do tempo. Ao mesmo tempo, Guillaume não inclui o imperativo e o potencial no conjunto dos modos verbais. Defi ne os modos como «los mecanismos de representación del tiempo dentro del sistema verbal», como diversos níveis (estádios) no processo de formação da referida representação do tempo. Entre as categorias de modo e de tempo não encontra uma relação de interdependência, mas de dependência: o valor modal é dependente da representação temporal.

Também para M. Molho (em: Manteca Alonso-Cortés, 1981: 28-31) o sistema verbal é uma representação sistemática do tempo (os modos são estados da génese da imagem mental do tempo) baseada no contraste antes/ depois. O indicativo corresponde à representação do tempo no qual se situa o observador, o conjuntivo corresponde a uma representação mais abstracta, distante de toda experiência perceptível. Para B. Pottier (em: Porto Dapena, 1991: 25) «el modo no es más que la toma de posición en un nivel más o

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menos avanzado en la realización de la imagen temporal que ofrece tres grados: punto de partida (infi nitivo), realización plena (indicativo) y grado intermedio (subjuntivo)».

A explicação de A. López García (em: Bosque, 1990) também inclui a comparação da coerência modal com a coerência temporal. Tanto na primeira como na segunda existem certas regras de dependência segundo as quais, no caso da coerência modal, os verbos da oração principal exigem o uso de um certo tipo de modo na oração subordinada, o que é possível graças à forte posição dos mesmos na frase1. O verbo, como elemento principal da oração,

exerce uma grande infl uência sobre a confi guração das relações semânticas e formais dentro desta. As regras para o emprego do conjuntivo nas orações subordinadas que incluíam o critério temporal foram estabelecidas já pelos gramáticos latinos (Fonseca Chitas, 1998: 230). Podemos facilmente reparar, porém, que a regra da consecutio temporum admite um certo número de

excepções nas quais as formas verbais «subordinadas» mantêm o seu valor temporal que ajuda a localizar temporalmente a acção descrita (Almeida Vieira dos Santos, 2003: 245-246)2. Estas excepções podem resultar do facto de os

limites dos tempos do conjuntivo não serem tão facilmente distinguíveis como os dos tempos do indicativo (Molho, 1975: 328)3.

Os linguistas propuseram uma lista de oposições que se podem observar entre as formas do conjuntivo e do indicativo, ex. subjectividade/objectividade, realidade/irrealidade, actualidade/não-actualidade, etc. Quanto à oposição actualidade/não-actualidade, é preciso observarmos também as perspectivas

1 De acordo com a teoria de centralidade do verbo na frase, elaborada por V. Chafe (em: Fonseca, 1993: 111), o verbo determina as outras partes da frase; […] é centro de controlo dentro da frase, determinando, graças à própria especifi cação interna, o conteúdo de toda a frase.

2 A autora faz referência aos casos como Sé de pocos que vienen / hayan venido / viniesen / hubiesen venido ou El Presidente del Barça había dado una orden tajante: que el argentino no atraviese las puertas del campo onde a acção expressa pelo verbo subordinado não se refere temporalmente ao período estabelecido pelo verbo principal. Assim, pode-se considerar que o conjuntivo conserva as próprias perspectivas temporais, como nos exemplos portugueses Talvez tenha chovido ontem / há dois meses / esta noite / há quinhentos milhões de anos.

3 O presente do conjuntivo, por exemplo, não é um tempo pontual. É um presente indefi nidamente extenso que diz respeito ao futuro indeterminado. Do mesmo modo, a anterioridade e a ulterioridade representadas pelo conjuntivo são antes virtuais, relacionadas com um lugar não fi xo e indefi nido. Também G. Calboli (em: Manteca Alonso-Cortés, 1981: 38) chega a afi rmar que «el subjuntivo sería un modo inconcreto, que no sitúa la cláusula del complemento en un tiempo preciso de realización, sino que constituye una posibilidad. El subjuntivo vendría a ser, desde este punto de vista, una modalidad cuyo signifi cado remite a un universo posible».

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temporais do enunciado. Em todos os tempos verbais cada limitação da actualidade é considerada um elemento que faz parte da não-actualidade. No caso dos modos verbais, o locutor pode «desligar» um acontecimento do seu presente de experiência, ou seja, do seu universo de actualidade empregando o modo conjuntivo. Além disso, o locutor pode incluir ou excluir a realização da acção da representação desta, empregando respectivamente o modo indicativo ou conjuntivo. No entanto, isto não signifi ca que a acção não possa ser realizada ou que a realização dela esteja fora das intenções e da capacidade do locutor:

1) El viejo arte de pintar el cuerpo va a convertirse en una pujante manifestación artística. (MI, 299: 36)

2) Es posible que el viejo arte de pintar el cuerpo se convierta en una pujante manifestación artística. (FN)

Na proposição (1) o locutor prevê a realização da acção, mas no exemplo (2) a realização da acção não está incluída na sua representação, o que não signifi ca que a acção não se chegue a cumprir.

Além disso, alguns tempos verbais do indicativo, em certas proposições, desempenham a função de marcadores da modalidade epistémica. O futuro do indicativo, por exemplo, é, na maioria das vezes, modal sendo o seu signifi cado temporal substituido por ir + infi nitivo, o que implica uma backward migration do

futuro para o presente defi nida por W. Bull (em: Veiga, 1991: 42-53)4.

Utiliza-se quando o locutor não dispõe de informação precisa e, por conUtiliza-seguinte, os enunciados exprimem aproximação, conjectura, dúvida ou concessão. Vejam-se os Vejam-seguintes exemplos:

4 Para W. E. Bull, a posição de uma forma verbal no sistema é condicionada pelo valor temporal. O futuro pode ter o valor de incerteza mas apenas em combinação com certos enfoques temporais que implicam a sua deslocação. Assim, as backward migrations «son experimentables por formas verbales que en el sistema posean un vector de posterioridad (cantaré, cantaría) o que se orienten respecto de un axis anticipado (habré cantado, habría cantado)» e cujo vector fi ca substituído por outro, por exemplo de simultaneidade. As forward migrations afectam as formas orientadas retrospectivamente (menos as formas do pretérito passado simples) que, como consequência, abandonam a ideia de anterioridade e passam a representar simultaneidade ou posterioridade, adquirindo, ao mesmo tempo, novos valores modais, por exemplo de irrealidade. A. Bello fala aqui dos signifi cados fundamentais e metafóricos, G. Rojo de matizes extratemporais oriundas do abandono das relações temporais sistemáticas e J. A. Porto Dapena num emprego especial do modo potencial designado como «futuro de probabilidade» (em: Almeida Vieira dos Santos, 2003: 279). W. E. Bull, por sua vez, estabelece uma escala que vai desde os eventos experimentados até aos não experimentados, existindo «uma zona indefi nida em que os dois «modos verbais» podem aparecer em função de uma maior tendência para um ou para outro dos dois extremos da escala [...]».

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3) Terá (=provavelmente tem) uns 25 anos. (FN)

4) ¿Habrá sido (=probablemente ha sido) Juan quien lo ha hecho? (FN) 5) Serían entonces las cuatro. (FN)

O locutor nos exemplos (3)-(5) formula uma enunciação com valor de suposição de acordo com as próprias opiniões e crenças. A proposição é duvidosa e admite uma contestação por parte do ouvinte. O futuro do exemplo (3) podia ser substituído pelos advérbios mais ou menos, aproximadamente, provavelmente, possivelmente ou pelo verbo modal dever. Daí que estes exemplos façam parte

do grupo chamado julgamentos, um dos marcadores da modalidade epistémica (Bosque, 1990: 28)5.

Importa adicionar aqui que o futuro assume também valores de modalidade deôntica, sendo utilizado com sentido de imperativo de preceito ou de conselho:

Não matarás! M. de Paiva Boléo (1935: 21), citando J. Vendryès, explica os seus

possíveis valores modais de maneira seguinte: «Ao contrário do passado, tempo objectivo, o futuro é acompanhado de todos os mistérios da eventualidade, deixa lugar a mil sentimentos de expectativa, de desejo, de temor, de esperança». No entanto, pode também exprimir a certeza de uma coisa acontecer como no caso do futuro de obrigação, volitivo, de promessa ou profético.

Para além das formas do futuro, certas construções com o imperfeito do indicativo empregam-se para criar mundos alternativos, como no caso da fi cção da fala infantil, e, por conseguinte, podem ser modais:

6) Érase una vez un rey que tenía una hija muy bonita. (FN) 7) Eu agora era o pai e tu eras a mãe... (FN)

Como se pode ver, então, dentro do sistema verbal há vários tempos verbais cujo signifi cado não é só temporal mas também modal e até acontece prevalecer o valor modal.

A análise dos exemplos provenientes das línguas espanhola e portuguesa ajudou-nos a observar algumas características temporais dos dois modos. Cada

5 O autor ao falar dos referidos empregos dos futuros utiliza o conceito do «presente de incertidumbre». Afi rma também que no espanhol existem certas marcas declarativas de modalidade como, por exemplo, morfemas condicionais utilizados frequentemente na linguagem jornalística por causa do seu valor de não-realização duma verdadeira asserção graças ao qual se pode mostrar a falta de compromisso e evitar a responsabilidade legal. M. J. de Almeida Vieira dos Santos (2003: 249) diz que as formas do futuro do indicativo reportam-se ao que ainda não aconteceu e, por isso, possuem matizes modais muito próximos dos do conjuntivo.

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modo tem «tempos» verbais mas o que se discute é se estes são relativos ou independentes. Defendemos a opinião que os «tempos» do conjuntivo nem sempre são automaticamente determinados pelo elemento introdutório. Muitas vezes guardam uma certa liberdade temporal, como no caso das orações relativas. Não nos parece correcto falarmos de referências temporais do conjuntivo, como passado presente e futuro. Preferimos realçar as suas orientações temporais. As formas do presente do conjuntivo, por exemplo, expressam a ideia de simultaneidade ou posterioridade em relação ao momento da enunciação enquanto as do imperfeito do conjuntivo podem fazer referência ao passado, ao presente e ao futuro. Assim, possuem as orientações temporais próprias que não são regidas pelos elementos da oração principal. É correcto dizer no creo que sea él mas também no creo que haya sido / fuera / hubiera sido él. A localização da acção no futuro normalmente pressupõe um maior grau

de incerteza enquanto o presente e o passado admitem asseverações. Assim, a oposição entre o presente do conjuntivo e o imperfeito do mesmo modo pode ser tanto temporal como modal.

Como já dissemos, além das oposições modais indicativo/conjuntivo, existem também oposições dentro do próprio modo conjuntivo que são resultados de diferentes referências temporais das suas formas, pois aquelas temporalmente orientadas para a posterioridade, modalmente exprimem potencialidade e as que temporalmente fazem referência à anterioridade exprimem, de um modo geral, irrealidade. Quanto à marcação dos limites temporais, o conjuntivo é menos preciso e menos estável do que o indicativo, isto é, as formas do conjuntivo podem marcar simultaneidade e posterioridade (presente do conjuntivo); anterioridade, simultaneidade e posterioridade (imperfeito do conjuntivo) ou anterioridade e posterioridade (pretérito perfeito composto do conjuntivo), etc.6. Assim, evidentemente, os

valores temporal e modal fazem parte de um valor único e são inseparáveis. Além disso, estas perspectivas temporais muitas vezes contrariam as regras da consecutio temporum:

6 Concordamos aqui com C. Hernández Alonso (1996) que não distingue tempos do conjuntivo mas as suas perspectivas do tempo limitadas pelo cumprimento da acção descrita. Este ponto de referência faz com que se costume defi nir os «tempos» do conjuntivo como relativos e não absolutos, assim como o faz F.I. Fonseca (1970). Há casos nos quais o conjuntivo introduz valores temporais de maneira independente, como em Acredito que viesse (FN). Aqui, no entanto, a interpretação e a distinção entre o valor temporal e o modal dependem, em última instância, do contexto.

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Anterioridade Simultaneidade Posterioridade Espanhol Presente do Conjuntivo – + + Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo + – + Imperfeito do Conjuntivo + + + Pretérito mais-que-perfeito Composto do Conjuntivo + – + Português Futuro Simples do Conjuntivo – – + Futuro Composto do Conjuntivo + – + Presente do Conjuntivo – + + Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo + – + Imperfeito do Conjuntivo + + + Pretérito mais-que-perfeito Composto do Conjuntivo + – –

Semelhantes oposições caracterizam as formas do indicativo, sendo as do futuro e do condicional muito próximas dos valores do conjuntivo, já que fazem referência ao que ainda não se realizou.

Ao analisarmos os exemplos do nosso corpus, observamos as maiores interferências entre as categorias de modalidade e de tempo na expressão de desejo, conselho, pedido, ordem e condição.

Na expressão de desejo nas línguas espanhola e portuguesa prevalecem as formas do conjuntivo, pois os traços por ele introduzidos concordam com as características do próprio desejo. A expressão do desejo é marcada pela modalidade deôntica optativa e desiderativa. Nos quadros que passaremos a expor não vamos incluir estes valores que são sempre iguais, isto é, de falta de actualidade, falta do compromisso por parte do locutor, orientação para um momento posterior pouco preciso (valor prospectivo), etc. Vamos concentrar-nos, sobretudo, no grau de probabilidade de cumprimento do desejo e nas referências temporais que são estritamente relacionadas com ele. Vejamos, então, os traços das orações desiderativas que distinguimos:

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Referência temporal

Possíveis formas modais

e temporais Valores no espanhol Valores no português

Futuro

Presente do conjuntivo Desejo realizável (8) Desejo realizável (14)

Imperfeito do conjuntivo Menor grau de probabilidade de realização do desejo (9) Menor grau de probabilidade de realização do desejo (15) Presente

Presente do conjuntivo Desejo realizável (10) Desejo realizável (16) Imperfeito do conjuntivo Desejo irrealizável, irreal (11) Desejo irrealizável,

irreal (17) Passado

Imperfeito do conjuntivo Desejo irrealizável, irreal (12)

Não se registou nenhum caso Pretérito

mais-que-perfeito do conjuntivo Desejo irrealizável, irreal (13)

8) Ojalá dentro de poco tiempo veamos muchos reportaje sobre vascos de a pie, con nombre y apellidos, que hablan sin miedo de sus sentimientos y trabajan conjuntamente por un horizonte sin odio. (G, 233: 8)

9) ¡Ojalá un día volviesen los Reyes Católicos! (MH, 5: 4)

10) Es una mujer. Como carezco identifi cador de llamadas me divierto oyéndola. Le digo: «ven, ven acá, mi reina». Ojalá y esté rica. (Vér, 189: 80)

11) Si tan sólo pudieran hablar. (MI, 290: 108)

12) ¡Si yo no estuviera allí aquel día! (Q 1), (Q 3) 13) ¡Si yo no hubiera estado allí aquel día! (MI, 301: 68)

14) Os espanhóis estão a colher o que semearam, mas Deus queira que o crude não chegue aqui. (V, 510: 118)

15) O Islão precisa de um Voltaire como precisamos do ar. Oxalá se encontrasse entre os 15 milhões de muçulmanos que vivem no Ocidente. (FN)

16) Nunca houve essa ideia. E a questão que fi que bem esclarecida. (V,

490: 46)

17) Quem me dera que hoje fosse assim. (V, 561: 51)

Concluímos, então, que os valores das respectivas formas do conjuntivo analisadas na expressão do desejo são iguais em ambas as línguas.

Passando à expressão de conselho, pedido e ordem, observamos que nas orações subordinadas, as formas do presente do conjuntivo costumam fazer referência ao presente ou ao futuro. O emprego do presente do conjuntivo nas orações localizadas no passado transfere o ponto de referência para o momento da enunciação. Ao analisarmos estes exemplos, chegamos à conclusão que o

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objectivo do falante ou do sujeito da frase é mudar de certo modo a realidade, exercendo infl uência sobre o ouvinte ou o objecto referido na oração. Para este fi m, escolhe um verbo do grupo dos chamados verbos de infl uência, cujo signifi cado nos ajuda a interpretar a mensagem de maneira adequada. No entanto, não se informa se estes fi ns se chegaram a realizar e, por conseguinte, interpretam-se como acções posteriores às principais e situadas num futuro não concreto e não específi co. O sujeito da frase, obviamente, não se pode comprometer com a veracidade de tais acções, como em:

18) San Justino aconsejó a los cristianos que fueran ciudadanos modélicos de Roma. (MH, 4: 54)

19) Nuestro consejo es que adquiera la adaptadora más avanzada que le permita su bolsillo. (CM, 103: 75)

20) Aquellos ataques provocaban tal pavor que la propia población asediada pedía a sus tropas que negociaran con el atacante o rindiesen la ciudad. (MH, 5: 24)

21) A otros tres se les solicitó que dijeran la verdad. (MI, 290: 30)

22) Además, se ordena a los inquisidores que intervengan también en las zonas de señorío. (MH, 5: 66)

23) La única orden que giró Ramón Martín Huerta fue que el comisionado de la Policía Federal preventiva se «encargara» de la situación. (P, 1465: 20)

24) Depois dos incidentes na ponte, o então primeiro-ministro propôs que fosse atribuído a Luís Miguel um subsídio para a aquisição de uma viatura de defi cientes. (V, 561: 120)

25) Aconselhamos sempre que não façam telefonemas, por exemplo, já que o número de onde ligam pode fi car registado. (V, 676: 80)

26) O PE solicita, por isso, que seja elaborada uma «estratégia global da UE com vista a excluir os combustíveis fósseis» [...]. (V, 729: 52)

27) Só pediam que não se matasse nem se roubasse. (V, 505: 63)

28) O ministro da cultura [...] ordena que os serviços secretos investiguem a vida privada do casal. (V, 729: 56)

29) Quando Fidel se deu conta de que os cubanos já não suportavam os apagões [...] ordenou que fossem ligadas todas as fontes de energia [...]. (V,

726: 56)

Nos nossos questionários não encontrámos nenhum exemplo que não se tivesse completado com as formas do conjuntivo. As únicas diferenças registadas são

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de carácter temporal:

30) Depois dos incidentes na ponte, o então primeiro-ministro propôs que seja atribuído a Luís Miguel um subsídio para a aquisição de uma viatura de defi cientes. (Q 6)

31) O Vaticano solicitou, há alguns dias à produtora norte-americana que lhe seja dada a possibilidade para que um grupo de cardeais possam assistir […] ao seu visionamento. (Q 5), (Q 6)

32) Até o Presidente da República apelou a que os políticos moderem os termos usados na confrontação partidária... (Q 4), (Q 5), (Q 6)

33) «Insistimos para que os cuidadores não levassem a mal a violência verbal e o facto de o doente reagir com agressividade». (Q 4), (Q 5) 34) O Supremo Tribunal Administrativo decidiu, por razões processuais, que um abusador de crianças continue no seu posto e que as suas vítimas continuem, durante anos, ao seu alcance [...]. (Q 4), (Q 5)

Enquanto no exemplo (24) a atribuição de um subsídio se mostra como posterior à acção principal de propor, no exemplo (30) a primeira é posterior ou simultânea ao momento de enunciação, ou seja, ao «aqui e agora» do falante. As restantes características, no entanto, permanecem iguais. Do mesmo modo, no exemplo (31), as acções de ser dada a possibilidade e de poder assistir

mostram-se posteriores ou simultâneas ao momento de enunciação e não à referência temporal do acto de solicitar. Enquanto nos exemplos (32) e (34)

também podemos falar de uma mudança do momento da referência temporal para o momento de enunciação, no caso (33) o emprego do presente ou do imperfeito do conjuntivo pode ser resultado da confusão que pode ocorrer numa oração privada de contexto entre as formas do presente (insistimos) e do

pretérito perfeito simples do indicativo (insistimos) que introduzem aqui a dita

referência.

Para acabar e para ainda fazer referencia às chamadas orações independentes, F. I. Fonseca (1984: 238) salienta que o conjuntivo não é utilizado apenas para formular ordens negativas e que as conexões entre as formas deste modo verbal e o imperativo são muito mais amplas. Como exemplo podem servir as orações condicionais com imperfeito e mais-que-perfeito do conjuntivo que têm sentido imperativo das ordens que não chegaram a ser cumpridas e cujo matiz depende da pessoa a que fazem referência. Assim, quando se implica a primeira pessoa, a proposição exprime arrependimento por não ter feito o que se deveria (Tivesse falado com ela!), mas quando a primeira pessoa não é referida

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o signifi cado passa a ser de reprovação, ou seja, assim chamado ordre passé ou

ordre frustré (Falasses com ela!).

O último grupo de orações que passaremos a analisar expressa uma condição que determina a realização da acção referida na apódose. Para que a nossa análise fi que completa, é preciso empregarmos aqui dois critérios, pois nas ditas orações o falante junta o critério de probabilidade de realização de uma acção com o critério temporal. Assim, a referência temporal estabelecida dentro da oração é um dos factores que condicionam a escolha modal. Por conseguinte, as acções referidas podem apresentar-se como reais, hipotéticas ou irreais, tanto no futuro como no presente ou no passado (Almeida Vieira dos Santos, 2003: 188). Como se pode verifi car, continuamos na área da modalidade epistémica:

Tipo de condição

Formas modais e

temporais possíveis Valores no espanhol Valores no português

Real Presente do indicativo (presente) Habitual, sempre verdadeira (35) Habitual, sempre verdadeira (44) Presente do indicativo (futuro) Muito provável, realizável (36) – Presente do conjuntivo (futuro) Muito provável, realizável (37) Muito provável, realizável (45) Futuro do conjuntivo (futuro) – Muito provável, realizável (46-47) Eventual Imperfeito do conjuntivo (presente) Pouco provável, hipotética, difi cilmente realizável (39)

Pouco provável, hipotética, difi cilmente realizável (49)

Imperfeito do conjuntivo (futuro)

Mais provável mas, mesmo assim, duvidosa e difi cilmente realizável (40)

Mais provável mas, mesmo assim, duvidosa e difi cilmente realizável (48) Irreal Pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo (passado) Irrealizável, de probabilidade negativa, contrafactual (41-43) Irrealizável, de probabilidade negativa, contrafactual (51)

35) Sólo si ingerimos más calorías de las que quemamos, la grasa extra se acumula en los adipositos y comenzamos a engordar. (MI, 301: 44)

36) Y quienes tienen el monopolio de los medicamentos no saben qué hacer, ya que si venden más barato a los países pobres, inmediatamente los países ricos se quejarán del precio que les aplican a ellos. (MI, 301: 100)

37) Tanto si se está de vacaciones como en la ofi cina, el esfuerzo que realizará con estos juegos no tendría que hacerle sudar. A no ser que el sol le dé a su portátil o las cosas se compliquen. (MI, 290: 120)

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Pareceu-nos interessante encontrar um exemplo no qual a expressão siempre

que se utilizou com o indicativo:

38) Para que la sopa tenga «buena sustancia» ha de partirse de un buen caldo, y esto se consigue siempre que ponemos a cocer en agua sin sal los alimentos escogidos. (Q 1), (Q 3)

O uso do indicativo, neste caso, muda as relações modais e temporais dentro do enunciado. As duas acções referidas perdem os traços condicionais e tornam-se habituais e repetitivas e a expressão siempre que equivale aqui a cada

vez que.

O grupo seguinte é constituído pelas chamadas orações eventuais, ou seja, de possibilidade positiva mas bastante hipotéticas e que difi cilmente se realizam:

39) Si sobre la tierra umbría, cubierta de hojas caídas, se moviera una serpiente venenosa, mis ojos la verían instantáneamente. (MI, 306: 19) A oração em causa faz referência ao presente, o seu conteúdo é indubitavelmente irreal. O falante manifesta os seus conhecimentos acerca do não cumprimento das acções referidas ou assume que estas não são actuais. Uma referência ao futuro faz com que a mesma oração se possa interpretar como potencial mas, mesmo assim, pouco provável e incompatível com a realidade da enunciação. Assim, podemos chegar à conclusão que o modo conjuntivo não é apenas um modo subordinado dependente de outros elementos da frase, como o querem defi nir as regras da coerência modal, mas que leva alguma marca de irrealidade e pode ser temporalmente independente:

40) Y hay otras cuatro horas en las que mirarle de cerca choca un poco, a menos que hubiera de por medio una pantalla de televisión [...]. (Q 3) O exemplo contraria as regras da consecutio temporum mas se analisarmos o

imperfeito do conjuntivo como possível de fazer referência ao presente ou futuro hipotéticos, a interpretação mais adequada será que o falante deseja realçar uma menor probabilidade de realização da condição. Sendo assim, defi nimos o imperfeito do conjuntivo como o modo de maior dúvida e incerteza. Neste caso, já se pode empregar o critério da atitude mental, pois o falante escolhe entre orações reais com indicativo ou presente do conjuntivo e orações eventuais com imperfeito do conjuntivo.

Passemos agora ao último grupo das orações condicionais encontradas no corpus:

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41) Es más, incluso si el puesto que le ofrecían no hubiera supuesto cambios radicales en su vida, es posible que López, fi nalmente, también hubiera decidido no aceptar, a pesar de las mejoras promocionales y económicas. (MI, 299: 55)

42) El hubiera no existe, lo sé, pero si hace 30 años me hubieran dicho que iba a depender de oxígeno no lo hubiera creído y si hubiese dejado de fumar, quizá no estuviera ahora en esta condición. (Vér, 189: 53)

43) El «culebrón» de la creación del mundo sólo se hubiese detenido si, como en Asia o Europa, la expresión escrita lo hubiese fi jado en un punto. (MH, 6: 71)

Notamos que nas frases acima citadas, embora estas admitam diversas combinações formais, todas as formas pertencem ao modo conjuntivo, pois a apódose deve representar o mesmo grau de possibilidade que a prótase. Os valores temporais combinam aqui com os modais de irrealidade e contrafactualidade. Todos os exemplos se referem aos acontecimentos passados que se poderiam ter realizado se a condição se tivesse chegado a cumprir, o que realmente não aconteceu.

Observamos as relações semelhantes no caso da língua portuguesa: 44) «Se não apanhamos uma coisa, apanhamos outra». (V, 561: 116)

45) Precisa de respostas rápidas, mantendo uma Jihad em aberto caso eles não apareçam [...]. (V, 561: 70)

46) [...] «sempre que houver probabilidade de uma coisa correr mal, correrá e na pior altura possível». (V, 534: 94)

47) Se houver um processo de transição pacífi ca, em que os cubanos que estão na ilha possam organizar e controlar a mudança […], creio que não haverá problemas. (V, 561: 17)

Reparamos que nas orações supracitadas se utilizaram tanto as formas do conjuntivo, como do indicativo. No entanto, é-nos impossível ignorar que o emprego do indicativo diz respeito apenas ao exemplo onde se menciona uma regra geral ou uma acção habitual sob a forma de uma condição. Nos restantes exemplos aparecem as formas do conjuntivo que se referem temporalmente a um momento posterior pouco determinado. Todavia, todas as acções mencionadas nas prótases se interpretam como realizáveis mesmo que o falante não conheça ou não inclua na oração nenhum dado sobre o momento da sua realização.

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Observamos que enquanto no grupo anteriormente citado a alternância entre as formas do presente e do futuro do conjuntivo não infl uenciava o grau de possibilidade de realização da condição, o emprego das formas do imperfeito deste modo provoca uma interpretação semântica completamente diferente, pois as ditas formas introduzem marcas de eventualidade. Por conseguinte, a condição mostra-se muito hipotética e difi cilmente realizável:

48) Se, em 2020, todos os carros nos Estados Unidos andassem a etanol, em vez de gasolina, as doenças respiratórias aumentariam. (V, 737: 127)

49) «Se a miséria fosse um homem, matava-o». (V, 561: 69)

50) [...] Fernando Pinto estava disposto a aceitar as condições do ministro, desde que a separação de poderes fi casse bem defi nida. (V, 597: 92)

Para que a nossa análise fi que completa, não podemos ignorar o critério temporal. Facilmente se nota que o exemplo (49) faz referência ao presente e o seu conteúdo é indubitavelmente irreal. No exemplo (48), no entanto, encontrámos uma referência ao futuro que, por defi nição, pressupõe o carácter não actual da mensagem. Esta referência faz com que a condição se mostre como eventual mas pouco provável de ser realizada. Todavia, opinamos que quando o falante faz referência ao passado, que pode ser uma das possíveis interpretações do exemplo (50), o grau de probabilidade de realização da condição cresce e a acção de a separação de poderes fi car bem defi nida

apresenta-se como mais provável do que as restantes condições aqui analisadas.

A seguinte oração condicional comprova a nossa teoria sobre a independência semântica e temporal das formas do conjuntivo:

51) Se isso tivesse acontecido nos Estados Unidos, já estariam rodando um fi lme. (V, 709: 81)

Na apódose emprega-se o potencial simples que faz com que a condição eventual seja simultânea ou posterior ao momento da enunciação, o que realmente acontece. Todavia, na prótase encontramos uma forma do pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo que transfere a acção para o passado, estabelecendo uma relação de anterioridade. Por conseguinte, a acção torna-se completamente irrealizável, ou seja, de possibilidade negativa. Assim, os valores temporais combinam aqui com os modais de irrealidade e contrafactualidade para formar um todo semântico.

O último grupo de enunciados que vamos citar é constituído por falsas condicionais:

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52) [...] si bien se ha logrado el objetivo de que el mercado estadounidense se mantenga abierto a los productos mexicanos, no ha conseguido un desarrollo equilibrado. (Vér, 189: 51)

53) Si existen problemas para defi nir una imagen clara de Jesús, mayores divergencias aparecen en la idea de divinidad. (MH, 4: 83)

54) Se houve desinteresse, não foi do Sindicato dos Jornalistas. (V, 561: 10)

55) E se em 2001 o regime de base datal ainda não permitia conhecer a identidade de todos os animais de uma determinada manada, hoje, o SNIRB garante que se conheçam todos os pormenores da vida de um animal [...]. (V, 534: 104)

56) «Desde o massacre de Columbine, há oito anos, se fi zemos alguma coisa foi tornar as armas de fogo ainda mais acessíveis» [...]. (V, 737: 124)

57) Se a música é uma arte, o «throat singing» é disso exemplo. (V, 729: 56)

Como se pode verifi car, formalmente estes enunciados parecem-se muito com orações condicionais mas a sua interpretação semântica é completamente diferente, pois apresentam factos realmente realizados ou considerados como actuais ou verdadeiros. Assim, chegamos a saber que efectivamente houve algum desinteresse, que em 2001 o regime de base datal ainda não permitia conhecer a identidade de todos os animais de uma determinada manada,

que a música é uma arte, etc. O conteúdo da prótase não condiciona aqui a

realização da acção na apódose e serve, antes, de comentário ou complemento circunstancial.

Resumindo, podemos constatar que a categoria do tempo desempenha um papel signifi cativo na expressão da modalidade nas línguas espanhola e portuguesa. Nas duas línguas observámos oposições modais e temporais não só entre as formas do indicativo e do conjuntivo mas também entre as formas deste último. Ao mesmo tempo, uma forma dum certo modo verbal pode representar várias orientações temporais que pressupõem uma mudança do grau de possibilidade de realização de uma condição. Assim, verifi camos uma importância signifi cativa da atitude mental do falante e do contexto situacional na construção das orações analisadas.

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Bibliografi a

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Fontes dos exemplos

FN – falante nativo G – Geo MI – Muy Interesante MH – Muy Historia P – Proceso Q – questionário V – Visão Vér – Vértigo

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Natalia Czopek

Jagiellonian University of Krakow

The category of time in the expression of modality

in Spanish and Portuguese

Keywords: modality, time, indicative, conjunctive, subjunctive

The principal purpose of the essay is to show the infl uence of the category of time on various means of expressing modality in Spanish and Portuguese, defi ned as a relation of the speaker to the content of the statement as well as to the interlocutor. Among the wide array of language means used to express this category, mood has been chosen, especially the indicative and conjunctive, on which the analysis has been based. We examine the modal values of the conjunctive mode (two-dimensional) that has no fi xed point of reference in the present, has an incomplete representation of time and can be oriented to the future, the present or the past. We also describe the use of some of the indicative tenses (three-dimensional, i.e. providing a complete picture of the time) as the future or the imperfect indicative that in certain propositions can be used as markers of epistemic and deontic modality. Another key goal of the study is to investigate the use of semantic, pragmatic and syntactic criteria in the analysis of the use of the above mentioned moods. It also establishes a connection between the mode and the time, emphasizing the “dynamic side” of reality. The results are showed in the form of tables in which analogies and diff erences are clearly visible.

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Natalia Czopek

Jagelonska univerza v Krakovu

Kategorija časa pri izražanju naklonskosti

v španščini in portugalščini

Ključne besede: naklonskost, čas, indikativ, konjunktiv, subjunktiv

Glavni namen pričujočega prispevka je prikazati vpliv kategorije časa na različna jezikovna sredstva, ki se uporabljajo za izražanje naklonskosti v španskem in portugalskem jeziku ter so opredeljena kot odnos med govorcem, vsebino govora in sogovorcem. Avtorica je med mnogimi sredstvi za izražanje naklonskosti izbrala naklone, predvsem indikativ (povedni naklon) in konjunktiv. Obravnava modalne vrednosti konjunktiva (dvodimenzionalni naklon), ki nima trdne referenčne točke v sedanjosti, nepopolno označuje čas ter se lahko usmeri v prihodnost, sedanjost in preteklost. Opisuje tudi rabo nekaterih glagolskih časov indikativa (tridimenzionalni naklon, ki čas označuje v vseh dimenzijah), kot sta prihodnjik in imperfekt indikativa, ki v nekaterih propozicijah igrata vlogo označevalcev epistemološke in deontološke modalnosti. Analiza je komparativne narave in pri tolmačenju zgoraj navedenih naklonov sočasno kombinira tri kriterije, semantičnega, pragmatičnega in sintaktičnega. Na ta način vzpostavlja povezavo med naklonskostjo in časovnostjo ter poudarja »dinamičnost« realnosti. Rezultati analize so povzeti v obliki tabel, kjer so analogije in razlike jasno vidne.

Referências

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