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Palavras chave: Ciclos econômicos, Gerenciamento de resultados, Qualidade das informações contábeis.

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1 A Influência do Ambiente Econômico no Gerenciamento de Resultados: Um Estudo nas

Companhias Abertas Brasileiras

RENATO HENRIQUE GURGEL MOTA Doutorando em Contabilidade (UNB/UFPB/UFRN)

EDILSON PAULO Universidade Federal da Paraíba - UFPB Resumo

Essa pesquisa objetivou analisar a influência do ambiente econômico no gerenciamento de resultados das companhias abertas brasileiras. O ambiente econômico foi analisado através das quatro fases do ciclo econômico, conforme Schumpeter (1938), e ainda, através da variação percentual do PIB. Diante do trade-off existente entre as duas formas de gerenciamento resultados, ou seja, através dos accruals discricionários e pelas decisões operacionais, foi definida a seguinte hipótese: a forma de gerenciamento de resultados se altera entre as fases dos ciclos econômicos. A população da pesquisa compreende as companhias não financeiras abertas brasileiras e a amostra foi composta por 247 firmas-ano, referente ao período de 2000 a 2015, totalizando 2501 observações, após exclusões dos dados faltantes e outliers. Os ciclos econômicos foram identificados com base em Schumpeter (1939). Os accruals discricionários foram estimados conforme o modelo Paulo (2007) e o comportamento anormal das decisões operacionais foi estimado pelo modelo de Roychowdhury (2006). Os resultados das regressões de dados em painel desbalanceado, com efeitos fixos, evidenciaram que as estratégias de gerenciamento realizadas variam entre as fases dos ciclos econômicos, confirmando a hipótese da pesquisa. Como teste de robustez do modelo, as variações do Produto Interno Bruto (PIB) foram adicionadas aos modelos com o objetivo de controlar os efeitos das flutuações da atividade econômica sobre as proxies de gerenciamento de resultados. A adição das variações do PIB no modelo apresentou-se significativa em todos os cenários, e ainda, proporcionou um aumento no percentual de explicação do modelo. Os resultados evidenciaram que os gestores estão mais propensos a gerenciar os resultados pelas decisões operacionais nas fases de recessão e contração, ou seja, justamente quando a atividade econômica está em desaquecimento ou caminhando para isso.

Palavras chave: Ciclos econômicos, Gerenciamento de resultados, Qualidade das

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2 1 Introdução

A Contabilidade é regida por normas as quais têm a função de orientar os critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação da informação contábil das empresas. Segundo Iudícibus, Martins, Gelbcke e Santos (2010), desde o ano de 2010, todas as companhias abertas do mercado acionário brasileiro adotaram as International Financial Reporting

Standards (IFRS). Para Healy e Palepu (2001), o estabelecimento de regras para a

Contabilidade, tais como as IFRS, traz consigo certas vantagens para os usuários contábeis, como, por exemplo, a redução potencial dos custos de processamento das informações contábeis, fornecendo uma linguagem comumente aceita e de forma que os executivos possam usá-las para se comunicar com os investidores.

Mesmo com a regulação contábil, há situações em que o gestor pode se deparar com situações em que é possível optar entre critérios contábeis igualmente válidos, segundo as normas. São através dessas decisões discricionárias que ocorre o gerenciamento de resultados contábeis, ou seja, quando os gestores usam do seu julgamento nos relatórios financeiros e na estruturação de operações para alterá-los com o objetivo de enganar algumas partes interessadas ou para influenciar os resultados contratuais que dependem dos números contábeis divulgados (Healy & Wahlen, 1999).

As decisões tomadas pelos gestores podem ser explicadas pela Teoria da Agência, segundo a qual, a relação contratual entre uma pessoa (denominada de Principal) que delega poderes a outra (Agente) para realizar algum serviço em seu favor é a origem de diversos conflitos de interesses divergentes entre as partes, conhecidos como Problemas de Agência. Sendo assim, o agente toma decisões visando maximizar suas utilidades pessoais em detrimento da maximização do lucro pretendido pelos acionistas. A redução desses conflitos ocorre por meio de contratos que alinhem os interesses do Principal e do Agente, e ainda, permitem o monitoramento das ações do Agente pelo Principal, os denominados Custos de Agência (Jensen & Smith, 1984).

As imperfeições nesses contratos podem incentivar os gestores a utilizar-se de mecanismos de gerenciamento de resultados contábeis ou earnings management (EM) a fim de atingir metas previamente esperadas. Neste sentido, estudos encontraram evidências de que os gestores fazem escolhas contábeis, especificamente através dos accruals discricionários - ajustes temporais do reconhecimento do fluxo de caixa facultativo ao gestor - com o objetivo de “maquiar” o verdadeiro desempenho econômico da entidade e melhorar o seu bem-estar em detrimento dos investidores (Dechow & Skinner, 2000; Hribar & Jenkins, 2004; Jensen, 2005; Badertscher, 2011). O gerenciamento de resultados contábeis também pode ocorrer através de decisões operacionais, isto é, quando os gestores tomam determinadas ações, de forma intencional, que se desviam das práticas normais do negócio, realizadas com o objetivo principal de atender a certas metas de resultados (Roychowdhury, 2006; Gunny, 2010; Ge & Kim, 2014; Cupertino, Martinez & Costa Jr., 2015).

Alguns estudos evidenciaram que a qualidade das informações contábeis pode ser impactada por crises financeiras. Esses estudos contemplam a análise do comportamento de alguns mecanismos de gerenciamento de resultados contábeis em diversos países diante de crises financeiras. Algumas dessas pesquisas encontraram que o comportamento oportunista por parte dos gestores reduz em períodos de crises financeiras (Kousenidis, Ladas & Negakis, 2013; Filip & Raffournier, 2014). Em contrapartida, a literatura também relata um aumento das práticas de gerenciamento de resultados em períodos de crises (Iatridis & Dimitras, 2013; Tahinakis, 2014; Trombetta & Imperatore, 2014; Persakis & Iatridis, 2015; Flores, Farah, Weffort, Silva & Carvalho, 2016). Esses achados podem revelar a existência de um trade-off entre o gerenciamento de resultados dos accruals ou por meio das atividades operacionais, a

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depender do custo de envolvimento pelo gestor em cada tipo de gerenciamento, fato esse ainda não analisado nas pesquisas anteriores.

Borio (2014) analisa as crises financeiras por meio das suas flutuações, ou seja, através dos ciclos financeiros, e os compara com os ciclos econômicos. O autor evidencia que as crises financeiras estão mais relacionadas à aspectos monetários e financeiros, tais como, crises bancárias sistemáticas do que com os aspectos econômicos. No caso da economia americana, apesar dos ciclos econômicos e financeiros apresentarem uma relação positiva em períodos de crises financeiras, geralmente, o ciclo financeiro é bem mais longo do que o ciclo econômico, por exemplo, a fase contração do ciclo financeiro dura vários anos enquanto que recessão do ciclo econômico não excede um ano (Borio, 2014)

Burns e Mitchell (1946) descrevem os ciclos econômicos ou de negócios como flutuações encontradas na atividade econômica global das nações que organizam o seu trabalho, principalmente, em negócios empresariais. Segundo os autores, um ciclo consiste em quatro fases, a expansão que ocorre quase ao mesmo tempo em muitas atividades econômicas, seguido de forma semelhante por recessão geral, contrações, e recuperação que se fundem à fase de expansão do ciclo seguinte.

Filip e Raffournier (2014) e Kousenidis, Ladas e Negakis (2013) encontraram evidências de que a qualidade das informações contábeis pode piorar ou melhorar em função do nível de accruals em períodos de crise financeira. Isto pode ocorrer devido à capacidade restrita das empresas para gerenciar resultados contábeis por accruals. Segundo Filip e Raffournier (2014), as empresas com altos níveis de accruals passaram a suavizar mais os seus resultados contábeis em períodos de crise, em detrimento daquelas com baixo nível de

accruals, as quais reduziram a suavização dos resultados nesse período.

Sendo assim, diante dos indícios da influência do ambiente econômico na qualidade da informação contábil, surge o problema desta pesquisa: qual a influência do ambiente

econômico no gerenciamento de resultados pelas firmas abertas brasileiras?

O mercado acionário brasileiro diferencia-se dos demais por apresentar alta concentração da propriedade das ações e do controle da companhia, e ainda, baixa proteção legal dos acionistas. Sendo assim, o principal conflito de agência das companhias brasileiras ocorre entre os acionistas minoritários e majoritários, e não entre acionistas e gestores como ocorre nos países anglo-saxões, com estrutura de propriedade pulverizada (Silveira, 2002).

A relação proposta neste estudo trata-se de um tema ainda pouco explorado pela literatura, alguns estudos apenas incluíram o produto interno bruto (PIB) para controlar o efeito das flutuações da atividade econômica nas proxies de gerenciamento de resultados contábeis, tais como, Zang (2012) e Cupertino (2013).

Segundo Zang (2012), existem algumas restrições e incentivos associados ao gerenciamento de resultados em que os gestores estão dispostos a se envolver, por exemplo, atingir o lucro previsto por analistas de mercado através de gerenciamento de resultados pode comprometer o resultado contábil do ano seguinte. Portanto, a depender da fase em que a economia se encontre, os gestores podem estar mais ou menos propensos a se envolver na manipulação dos resultados contábeis, contudo, isso pode se diferenciar conforme os fatores macroeconômicos onde as firmas operam. Sendo assim, o presente estudo pode auxiliar investidores, credores e órgãos reguladores na tomada de decisões com relação as fases dos ciclos econômicos, em particular, aquelas ocorridas no Brasil.

2 Referencial Teórico

2.1 Ciclos econômicos

Os ciclos econômicos têm origem nas flutuações do nível de atividade econômica de um país, geralmente medido pelo PIB. O National Bureau of Economic Research (NBER), órgão

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norte americano responsável por datar os ciclos econômicos, divide um ciclo completo em duas fases, recessão e expansão. Para o NBER, uma recessão ocorre quando há dois ou mais trimestres consecutivos de crescimento negativo do PIB. Ao passo que uma expansão é quando existem dois ou mais trimestres consecutivos de crescimento positivo do PIB (Knopp, 2010). Os ciclos são medidos com base nos picos e vales, ou seja, o pico da expansão é o ponto no tempo em que o nível do PIB atinge o seu máximo antes de começar a declinar. Assim, o pico de uma expansão data o início de uma recessão. Da mesma forma, o vale de uma recessão é o momento em que o PIB cai para seu nível mais baixo antes de começar a subir novamente, o que significa que um vale data o início de uma expansão (Knopp, 2010).

Claessens, Kose e Terrones (2012) adicionaram mais uma fase àquelas descritas pelo NBER. Segundo os autores, um ciclo completo compreende três fases: “recessão” (do pico ao vale), “expansão” (do vale ao pico) e a fase de “recuperação”, isto é, a fase correspondente ao tempo decorrido para se recuperar de uma recessão que inicia no vale até o nível de pico antes da recessão.

Schumpeter (1939) defende um processo cíclico de quatro fases, o qual apresenta o crescimento da atividade econômica nas fases de recuperação e expansão e, a redução dessa atividade ocorre nas fases de recessão e depressão. Em sua obra, o autor faz referência ao conceito de estado de equilíbrio, embora tal estado nunca possa ser realizado, ele afirma que é válido apenas como ponto de referência, pois diversos eventos (político, cultural, natural, etc.) colidem com o mundo econômico, que já está perturbado e desequilibrado. Na visão de Schumpeter (1939), existe uma tendência de equilíbrio, que depois de cada excursão, chama o sistema de volta em direção a um novo estado de equilíbrio. O autor ainda destaca que essa tendência é causada por uma força real (as inovações), e não a mera existência de pontos de equilíbrio ideais de referência. Corroborando Burns e Mitchell (1946), Schumpeter (1939) também classifica os ciclos econômicos em quatro fases distintas: Expansão, Recessão, Contração e Recuperação.

Contudo, os estudos que trataram da relação entre as flutuações dos ciclos econômicos e o seu impacto nas caraterísticas das informações contábeis o fizeram ou através da inclusão de variáveis dummies apenas para períodos específicos de crise (Davis-Friday; Eng & Liu, 2006; Kousenidis et al., 2013; Filip & Raffournier, 2014; Persakis & Iatridis, 2015), ou utilizando a classificação divulgada pelo NBER, no qual descreve apenas duas fases: (a) contração, do pico ao vale e, (b) expansão, do vale ao pico (Jenkins; Kane & Velury, 2009; Dimitras; Kyriakou & Iatridis, 2015; Jiang; Habib & Gong, 2015). Diferentemente dos trabalhos anteriores, este trabalho realizou o estudo considerando quatro fases distintas de ciclos econômicos.

2.2 Gerenciamento de resultados e ciclos econômicos

O gerenciamento de resultados contábeis vem sendo estudado há décadas. Schipper (1989), um dos primeiros estudos a apresentar uma definição para essa prática, no qual, o gerenciamento de resultados está relacionado à “gestão de divulgação”, ou seja, uma intervenção proposital no processo de divulgação da informação financeira externa, com a intenção de obter algum ganho particular. No mesmo sentido, para Healy e Wahlen (1999), o gerenciamento de resultados ocorre quando os gestores usam do julgamento nos relatórios financeiros para estruturar operações com o objetivo de enganar algumas partes interessadas sobre o desempenho econômico subjacente da empresa, ou para influenciar os resultados contratuais que dependem dos números contábeis divulgados.

Em pesquisa realizada em empresas do mercado acionário europeu, Dimitras et al. (2015) examinaram as consequências da crise financeira europeia em relação ao gerenciamento de resultados. Eles encontraram que as empresas tendem a reduzir as práticas

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de gerenciamento de resultados em períodos de crise, contudo, os autores alertam que os resultados podem depender de alguns aspectos do ambiente econômico do país.

Kousenidis et al. (2013) buscaram determinar se e em que medida a crise na União Europeia (UE) teve impacto sobre a qualidade dos lucros reportados por empresas listadas em países com sustentabilidade fiscal fraca. Os resultados deste estudo indicam que, em média, a qualidade da informação contábil melhorou. Durante o período de crise, as empresas parecem reportar lucros mais oportunos, mais conservadores, mais relevantes, menos suavizados, menos gerenciados, mais persistentes e mais previsíveis. No entanto, estes resultados são ligeiramente diferentes para as empresas que têm os maiores accruals discricionários absolutos no período de crise.

O gerenciamento de resultados contábeis pode ocorrer tanto por meio dos accruals como através das decisões operacionais. Segundo Zang (2012), a decisão quanto ao tipo de gerenciamento que os gestores estão dispostos a envolver-se depende do custo associado a cada um deles. E ainda, que os gestores utilizam o gerenciamento de resultados por meios dos

accruals ou das decisões operacionais como substitutos, ou seja, os gestores ajustam o nível

de accruals discricionários em função do nível de gerenciamento de resultados das decisões operacionais. Ainda segundo o autor, o gerenciamento por meios dos accruals discricionários ou accrual earnings management (AEM) e o gerenciamento por meio das decisões operacionais ou real earning management (REM) são tratados pela literatura como estratégias de gerenciamento à disposição dos gestores.

Corroborando, Cohen e Zarowin (2010) diz que os gestores trocam entre os dois métodos de gerenciamento de resultados com base em seus custos relativos e que os gerentes ajustam o nível de gerenciamento de resultados do exercício de acordo com o nível de REM realizadas no ano. Os autores ainda encontraram que empresas que lançaram ações no mercado de capitais gerenciam seus resultados, tanto por meio dos accruals quanto pelas decisões operacionais. A pesquisa também destacou que a redução dos lucros está mais associada ao gerenciamento das atividades reais do que pelos accruals.

Gunny (2010) considera que o REM tem custos maiores para os gestores, pois, ao contrário do gerenciamento por meios dos accruals, o REM tem consequências diretas de fluxo de caixa, podendo, também, ter um impacto econômico prejudicial sobre o valor de longo prazo de uma empresa.

Em relação aos ciclos, Borio (2014) relata que apesar do ciclo financeiro ser maior do que o ciclo econômico, as crises financeiras geralmente também são acompanhadas pela fase da recessão do ciclo econômico. Sendo assim, diante da ausência de estudos sobre a relação entre o nível de gerenciamento de resultados e as fases dos ciclos econômicos, os estudos citados anteriormente sobre as crises financeiras, podem ser indícios de que o nível de gerenciamento das informações contábeis pode ser alterado pelas crises financeiras, bem como, pelas fases do ciclo econômico. Considerando ainda que, conforme Zang (2012), os gestores escolhem entre o AEM e o REM a depender de certos custos associados a cada estratégia, surge a primeira hipótese de pesquisa:

Hipótese 1: a estratégia de gerenciamento de resultados contábeis se altera entre as fases do ciclo econômico brasileiro.

A literatura tem incluído a variação do PIB a fim para controlar os efeitos da flutuação da atividade econômica nas proxies de gerenciamento de resultados. Cohen, Dey e Lys (2007) incluíram a variável ΔPIB como proxy da atividade econômica real para controlar o efeito da atividade econômica sobre o EM, uma vez que, o que pode ser classificado como manipulações oportunistas do resultado contábil pode, de fato, ser uma consequência da mudança das condições econômicas. Isto é, os accruals discricionários também podem refletir

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6

as respostas dos gestores às flutuações da atividade econômica. Ainda segundo Cohen et al. (2007), se isso fosse verdade, então, as mudanças nas proxies de EM coincidirão com aquelas relacionadas às alterações da atividade econômica, tais como, os fluxos de caixa operacionais, as receitas, os retornos de ações anteriores, o desempenho do setor, as mudanças no produto interno bruto, etc. Portanto, após controlar pelas variações da atividade econômica, não deve haver relação entre o aumento do EM e aquelas variáveis que se alteram em função das mudanças na atividade econômica.

Corroborando, Badertscher (2011) relata que a inclusão do PIB nos modeles de detecção de gerenciamento de resultados serve para controlar o efeito da atividade econômica sobre o gerenciamento dos resultados, uma vez que, o que deve ser classificado como manipulação oportunista dos resultados seja de fato e não uma consequência da mudança das condições econômicas. Sendo assim, a variação do PIB também foi incluída nos modelos, para efeito de análise de robustez.

3 Procedimentos metodológicos

3.1 População e amostra

A amostra desta pesquisa é proveniente da população das companhias abertas brasileiras com ações negociadas na BM&FBOVESPA (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) entre o período de 2000 a 2015. A seleção dessa população deve-se à obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis anuais, além de ser composta por empresas dos diversos setores de atividade.

Para compor a amostra da pesquisa foram excluídas as instituições financeiras e seguradoras, pois, tais companhias possuem uma estrutura patrimonial e operacional diferenciada, e ainda, apresentam um alto grau de alavancagem que podem distorcer o cálculo das variáveis utilizadas pelos modelos de estimação do gerenciamento de resultados. Ainda foram excluídas as observações com algum campo incompleto e os outliers identificados através da análise do boxplot. A Tabela 1 descreve a composição da amostra.

Os setores foram agrupados de acordo com a classificação da base de dados da

Bloomberg®, através da metodologia do Industry Classification Benchmark (ICB). De acordo

com a Tabela 1, a amostra é composta por 14 setores, dos quais, merecem destaque os setores de utilidade pública e telecomunicações, de bens pessoais e domésticos e de bens e serviços industriais, por possuírem o maior número tanto de firmas quanto de observações por setor.

Tabela 1 Descrição da amostra da pesquisa de 2000 a 2015.

Descrição Quantidade

Empresas Observações

Nº de firmas não financeiras do mercado brasileiro 278 4448 (-) Dados faltantes para o cálculo das variáveis 20 1991 (-) Observações consideradas como outliers 11 44 = Amostra da pesquisa (empresas-ano) 247 2501

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7 Setor Saúde 5 61 Gás de petróleo 5 50 Tecnologia 5 73 Automóveis e Peças 7 76 Viagens e Lazer 7 72 Produtos químicos 9 100 Materiais de construção 13 124 Recursos básicos 18 221 Imobiliário 18 179 Comida e bebida 20 153 Varejo 23 218

Bens e serviços industriais 32 314

Bens pessoais e domésticos 37 388

Utilidade pública e telecomunicações 48 472 Fonte: Dados da pesquisa (2016)

O período selecionado justifica-se pelo fato de compreender dois momentos de graves crises econômico-financeiras que ocorreram no Brasil em 2001, quando a economia decresceu em função da crise energética, do “contágio” da crise na Argentina e dos atentados terroristas de 11 de setembro (Giambiagi, 2011). Em 2008, a crise do subprime no mercado americano estendeu-se por todos os mercados globais, não poupando países desenvolvidos ou em desenvolvimento (Singer, 2009), e ainda, o atual momento de declínio sucessivo do PIB brasileiro (2014 e 2016) como visto na Figura 1. Este apresenta a variação percentual do PIB trimestral brasileiro do 1º trimestre de 1999 ao segundo trimestre de 2016.

Figura 1 Variação percentual do PIB por trimestre em relação ao mesmo trimestre do anterior – 2000 a 2015. Fonte: Bloomberg, 2016.

Como se pode observar, esse período é marcado tanto por períodos de redução e de crescimento do PIB, formando assim, os ciclos econômicos ocorridos no Brasil durante o período estudado neste artigo. Os dados contábeis utilizados nesta pesquisa para calcular os

accruals discricionários e o gerenciamento por decisões operacionais foram coletados na base

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8

3.2 Variáveis da pesquisa

Os ciclos econômicos foram divididos em 4 fases (expansão, recessão, contração e recuperação) identificadas conforme Schumpeter (1939). A média das variações reais do PIB foram tratados como uma tendência ao equilíbrio, da qual, a partir dela foram segregadas as fases de expansão e recessão das fases de contração e recuperação. Dois trimestres antes e após o período de estudo foram adicionados para possibilitar a análise completa do período estudado.

Então, partindo da expansão, o PIB varia positivamente e acima da média. Na recessão, continua a haver crescimento acima da média, contudo com variações negativas. Na contração, a economia caminha para uma recessão - contração da economia por dois ou mais trimestres consecutivos – a variações do PIB são negativas e abaixo da média, contudo, é na recuperação que a economia volta a crescer com variações positivas do PIB real mas ainda abaixo tendência de equilíbrio até a fase seguinte, onde dará início a um novo ciclo a partir da fase de expansão. A classificação das fases está demonstrada na Figura 2.

Figura 2 Fases de um ciclo econômico segundo Schumpeter (1939) Fonte: elaboração própria.

Para definir os períodos de picos e vales, a pesquisa utilizou o mesmo algoritmo aplicado por Claessens et al. (2012) que procura máximos e mínimos de uma série ao longo de um determinado período de tempo. Especificamente, um pico em uma série de tempo ocorre no momento t, dada a variação do PIB (y) se:

e (1)

Consequentemente, o vale em uma série de tempo ocorre, se:

e (2)

Sendo assim, um pico é marcado por pelo menos dois períodos consecutivos de crescimento do PIB, seguido de dois períodos de redução. Em contrapartida, um vale consiste em pelo menos dois períodos seguidos de redução do PIB, seguido de dois períodos de crescimento. Portanto, cada fase foi identificada através de variáveis dummies indicando os períodos de expansão (EXP), recessão (RECES), contração (CONT) e recuperação (RECUP), conforme explicitado anteriormente.

Recessão Contração Recuperação

Tempo ∆%PIB Real Média Expansão Vale Pico

(9)

9

Devido ao espaço temporal deste estudo, o gerenciamento de resultados será medido em bases anuais, contudo, as variações dos ciclos econômicos serão analisadas trimestralmente, para que não ocorra perda informação. Sendo assim, as fases dos ciclos foram incluídas nos modelos de detecção de gerenciamento de resultados contábeis, considerando a fase do ciclo do final do ano em análise.

Os accruals discricionários (AEM) foram estimados pelo modelo proposto por Paulo (2007). Essa metodologia foi escolhida por reduzir alguns problemas apontados nas pesquisas sobre o tema no tocante à correlação entre os accruals, o fluxo de caixa operacional e o resultado contábil, o nível de conservadorismo e a reversão dos accruals (Paulo, 2007). Como teste de robustez, também se utilizou o modelo Pae (2005), contudo, será apresentado apenas os resultados do modelo Paulo (2007) por ter apresentado melhores resultados para as estimações dos accruals.

Como a presente pesquisa busca analisar separadamente o gerenciamento por meio dos

accruals e pelas decisões operacionais, o modelo Paulo foi modificado através da exclusão

das variáveis referentes ao comportamento anormal do gerenciamento das despesas operacionais. Também foi necessário incluir no modelo a variável com informações sobre o intangível, presente nas demonstrações contábeis brasileiras somente a partir de 2007. O Ativo Diferido também está presente somente até esse mesmo ano, com raras exceções, pois, inicia-se no Brasil o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. Após testes de robustez a fim de analisar como essa variável comporia o modelo, se individualmente ou somada aos ativos diferidos. Verificou-se que essa última alternativa apresentou um melhor ajuste ao modelo. Então, o modelo Paulo foi utilizado na presente pesquisa pode ser descrito na Equação 3.

(3)

Em que:

= accruals totais da empresa i no período t, ponderados pelos ativos totais do final do período t-1;

= receitas das vendas líquidas da empresa i no período t, ponderadas pelos ativos totais no final do período t-1;

= ativo imobilizado da empresa i no final do período t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1;

= ativo diferido somando ao intangível da empresa i no final do período t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1;

= resultado contábil da empresa i no período t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1;

= variação no lucro líquido contábil da empresa i do ano t-2 para o ano t-1 ponderada pelo valor do ativo total no início do ano t-2;

= variável dummy para existência de variação negativa no lucro líquido contábil da empresa i do ano t-2 para o ano t-1, assumindo valor 1 se < 0, e 0 caso contrário;

= fluxo de caixa operacional da empresa i no final do período t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1;

= accruals totais da empresa i no período t-1, ponderados pelos ativos totais do final do período t-2;

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10

= termo de erro da regressão

α, β´s = coeficientes estimados da regressão.

A variável dependente, accruals totais, foi obtida conforme Paulo (2007), calculada como descrito na Equação 4.

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Em que:

= accruals totais da empresa i no período t.

= variação do ativo circulante da empresa i no final do período t-1 para o final do período t.

= variação do disponível da empresa i no final do período t-1 para o final do período t.

= variação do passivo circulante da empresa i no final do período t-1 para o final do período t.

= variação dos empréstimos e financiamentos de curto prazo da empresa i no final do período t-1 para o final do período t.

= variação das depreciações e amortizações da empresa i no final do período t-1 para o final do período t.

= ativos totais da empresa i no final do período t-1.

O gerenciamento de resultados por meio das decisões operacionais foi calculado separadamente do Modelo Paulo, através dos modelos propostos por Roychowdhury (2006), que mensura os níveis normais de atividades de uma empresa para, então, encontrar o seu comportamento anormal através do erro da estimativa. Sendo assim, foram encontrados o comportamento anormal dos custos de produção, das despesas operacionais e do fluxo de caixa operacional, respectivamente, de acordo com as Equações 5, 6 e 7.

= + + + + (5)

= + + (6)

+ + + (7)

Em que:

= custos de produção da empresa i no período t, ponderados pelos ativos totais no final do período t-1;

= ativo total da empresa i do período t-1.

= receitas líquidas da empresa i no período t, ponderadas pelos ativos totais no final do período t-1;

= variação das receitas líquidas da empresa i do período t-1 para o período t, ponderada pelos ativos totais no final do período t-1;

= variação das receitas líquidas da empresa i do período t-2 para o período t-1, ponderada pelos ativos totais no final do período t-1;

= despesas com vendas, gerais e administrativas da empresa i no período t, ponderadas pelos ativos totais no final do período t-1.

(11)

11

= receitas líquidas da empresa i no período t-1, ponderadas pelos ativos totais no final do período t-1;

= fluxo de caixa operacional da empresa i no período t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1;

= variação das receitas líquidas da empresa i do período t-1 para o período t, ponderada pelos ativos totais no final do período t-1;

= termo de erro da regressão

α, β´s = coeficientes estimados da regressão.

O comportamento anormal das despesas operacionais (REM) corresponde aos erros de estimação dos custos de produção, das despesas operacionais e do fluxo de caixa operacional, conforme Roychowdhury (2006), e foram tratadas na análise dos resultados por meio da soma do comportamento anormal do custo de produção, das despesas operacionais e do fluxo de caixa operacional conforme a Equação 8.

= + + (8)

3.3 Design da pesquisa

A relação dos tipos de gerenciamento dos resultados contábeis (AEM e REM) e as quatro fases dos ciclos econômicos foi verificada através de regressões de dados em painel, como descrito na Equação 9.

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Em que a variável dependente, EM, representa as duas proxies para os dois tipos de gerenciamento de resultados utilizadas na pesquisa, AEM e REM, as quais foram adicionadas ao modelo, separadamente, a fim de identificar o impacto do ambiente econômico em cada uma das estratégias de gerenciamento. A variável Controle corresponde às variáveis de controle, obtidas com base na literatura base da presente pesquisa (Watts & Zimmerman, 1990; Ashbaugh, Lafond & Mayhew, 2003; Bowen, Rajgopal & Venkatachalam, 2008; Bekiris & Doukakis, 2011; Ali & Zhang, 2015), são elas:

= tamanho da companhia medido pelo logaritmo natural do ativo total da empresa i no ano t.

= lucro antes de itens extraordinários da empresa i no período t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1;

= total das dívidas de curto e longo prazo da empresa i no ano t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1.

= fluxo de caixa operacional da empresa i no ano t, ponderado pelos ativos totais no final do período t-1

= variável dummy sendo 1 para informações contábeis após a convergência total das normas de contabilidade para as IFRS por país.

A variável representa a fase do ciclo econômico em que a economia do país está vivenciando no período t, obtidas conforme explicitado no item 3.2.

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Por fim, como teste de robustez, a presente pesquisa também verificou a influência da adição da variação do PIB nos modelos de detecção do EM, como descrito na Equação 10.

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representa a variação percentual do PIB acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, também obtido na base de dados da Bloomberg®.

4. Apresentação e Análise dos resultados

4.1 Análise descritiva

A Tabela 2 apresenta a estatística descritiva de todas as variáveis utilizadas para a estimação dos Accruals discricionários, conforme o modelo Paulo (2007), bem como, daquelas necessárias para a estimação do comportamento anormal dos custos de produção, das despesas operacionais e do fluxo de caixa operacional, e por fim, as variáveis de controle utilizadas no presente estudo.

Tabela 2 Estatística descritiva das variáveis da pesquisa de 2000 a 2015

Variáveis Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx.

2501 -0,013 0,230 -1,954 3,918 2501 0,863 0,635 0,000 5,962 2501 0,363 0,290 0,000 4,190 2501 0,107 0,260 0,000 5,741 2501 0,017 0,210 -3,989 2,181 2501 0,044 0,446 0,000 15,909 2501 0,013 0,387 -2,104 16,893 2501 0,427 0,495 0,000 1,000 2501 -0,037 0,131 -2,104 0,000 2501 0,077 0,165 -2,558 4,008 2501 0,612 0,521 0,000 4,945 2501 0,005 0,061 0,000 2,994 2501 0,092 0,251 -1,958 3,929 2501 0,066 0,302 -5,943 1,712 2501 0,172 0,189 -1,746 1,561 2501 0,770 0,543 0,000 3,721 2501 7,217 1,872 -1,053 12,753 2501 0,328 0,703 0,000 26,274 2501 0,018 0,212 -4,080 2,181 2501 -0,013 0,144 -1,190 3,304 2501 0,870 0,615 -1,130 5,537 2501 0,616 0,502 -0,074 4,592 2501 0,185 0,095 0,053 1,474 2501 0,070 0,061 -2,631 0,269 Fonte: dados da pesquisa.

(13)

13

. O REM foi

estimado segundo Roychowdhury (2006), da seguinte maneira: estimação do comportamento anormal dos custos

de produção: ; estimação do comportamento anormal das

despesas operacionais: ; estimação do comportamento anormal do fluxo de caixa operacional: ; e o comportamento anormal dessas estimações é dada por: , e Os accruals discricionários é .

A variável apresenta uma média negativa (-0,01336) indicando, em média, uma predominância dos accruals totais negativos para o total da amostra. É possível notar também uma alta variabilidade dos accruals totais (0,22958). Em relação as variáveis de controle, merece destaque a variável , por apresentar um alto desvio padrão (1,872), isso demonstra a variabilidade de porte das empresas incluídas na amostra. A alavancagem descrita por apresenta uma média baixa (0,328) e um valor máximo de 26,274, indicando a presença de uma pequena quantidade de empresas altamente alavancadas em relação às demais.

Figura 3 Comportamento das proxies de gerenciamento de resultados entre 2000 a 2015. Fonte: dados da pesquisa.

Por fim, dentre as variáveis que se referem ao comportamento anormal dos accruals e das decisões operacionais, merece destaque o elevado desvio padrão da variável Ab_Prod

(0,502), demonstrando haver uma alta variabilidade do comportamento anormal dos custos de produção. Esse fato, pode ser melhor visualizado ao analisar a Figura 3. Por conseguinte, isso aumentou também o desvio padrão da variável REM, uma vez que esta representa a soma das três estratégias de gerenciamento de resultados por meio das decisões operacionais.

4.2 Análise dos modelos e regressões

Realizou-se uma análise de dados em painel a fim de verificar a significância das variáveis referentes às fases dos ciclos econômicos em relação ao gerenciamento de resultados através dos accruals e pelas decisões operacionais. De acordo com Fávero (2015), a vantagem desse tipo de regressão está no aumento da quantidade de informação, provocando maior variabilidade dos dados, menor multicolinearidade entre as variáveis e maior eficiência na estimação dos parâmetros. Inicialmente, foi analisado qual modelo mais

(14)

14

se adaptava aos dados, se com efeitos aleatórios, fixos ou Pooled Ordinary Least Squares (POLS).

Para todas as regressões utilizadas para estimar o comportamento anormal das variáveis relacionadas com o gerenciamento de resultados, foram realizados os testes de

Breusch and Pagan que verifica a adequação do modelo POLS em relação ao modelo de

efeitos aleatórios, nesse caso, os resultados apontaram que o modelo POLS não é o mais adequado. O teste de Hausman verifica se o modelo de efeitos aleatórios oferece estimativas dos parâmetros mais consistentes em relação aos modelos de efeitos fixos, sendo assim, os resultados também rejeitarem a hipótese nula, ou seja, o modelo de efeitos aleatórios não se adequa aos dados em relação ao painel de efeitos fixos. Por fim, os Testes de Chow também rejeitou a hipótese nula, confirmando a adequação do modelo de efeitos fixos aos dados. Esse procedimento foi realizado para todas as equações e os resultados foram idênticos.

A Tabela 3 mostra os resultados das regressões de dados em painel quanto à relação entre o gerenciamento de resultados, tanto pelos accruals como através das decisões operacionais, e as quatro fases dos ciclos econômicos. Os testes estatísticos dos modelos indicam que todos rejeitam a hipótese nula de normalidade por meio do teste de Jarque-Bera. Contudo, conforme a teoria do limite central, Wooldridge (2002) afirma que em amostras grandes, o pressuposto de normalidade pode ser relaxado. Os testes de Wald e Wooldridge também evidenciaram a presença de heteroscedasticidade e autocorrelação, respectivamente, em praticamente todos os modelos. Com o objetivo de corrigir seus efeitos nas regressões, os modelos foram estimados os erros padrões robustos ou clusterizados para os coeficientes, quando fosse o caso.

Tabela 3 Relação o gerenciamento de resultado e os ciclos econômicos – 2000 a 2015

Painel A – Gerenciamento dos accruals discricionários

Fase do ciclo Expansão Recessão Contração Recuperação

Tipo de EM AEM AEM AEM AEM

Variáveis Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig.

-0,012 0,099 -0,011 0,159 -0,010 0,180 -0,011 0,142 0,370 0,000 0,370 0,000 0,368 0,000 0,370 0,000 0,034 0,090 0,032 0,106 0,033 0,102 0,032 0,110 -0,063 0,829 -0,063 0,829 -0,063 0,829 -0,064 0,827 IFRS 0,011 0,240 -0,007 0,387 -0,007 0,388 -0,005 0,508 EXP 0,032 0,000 RECES -0,004 0,521 CONT -0,003 0,502 RECUP -0,026 0,000 _cons 0,049 0,422 0,055 0,369 0,051 0,401 0,060 0,328

Tipo Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos

Nº do obs. 2501 2501 2501 2501

(15)

15

Painel B – Gerenciamento por meio das decisões operacionais

Fase do ciclo Expansão Recessão Contração Recuperação

Tipo de EM REM REM REM REM

Variáveis Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig.

-0,007 0,835 -0,002 0,943 -0,007 0,833 -0,008 0,807 0,508 0,000 0,492 0,000 0,503 0,000 0,508 0,000 0,067 0,053 0,068 0,047 0,069 0,049 0,068 0,050 0,254 0,114 0,255 0,112 0,255 0,111 0,254 0,112 IFRS -0,133 0,000 -0,129 0,000 -0,113 0,000 -0,120 0,000 EXP -0,024 0,084 RECES 0,057 0,000 CONT -0,019 0,080 RECUP 0,009 0,415 _cons 0,944 0,000 0,895 0,000 0,938 0,000 0,939 0,000

Tipo Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos

Nº do obs. 2501 2501 2501 2501

0,131 0,134 0,131 0,130

Fonte: dados da pesquisa.

A explicação das oscilações da variável dependente em relação as variáveis independentes (R²), em todos os modelos, foram próximos de 13%, conforme Tabela 3. O resultado é consistente com o encontrado em outros estudos, por exemplo, Sawicki e Shrestha (2014) encontraram R² variado de 9% a 23%, Badertscher (2011) encontrou um R² de 17,7% num modelo que inclui ainda mais variáveis independentes.

Sobre o comportamento do EM nos ciclos, de acordo com o Painel A da Tabela 3, é possível dizer que durante as fases de expansão, as empresas se envolvem na manipulação dos resultados aumentando os accruals discricionários, uma vez que a variável EXP apresentou sinal positivo e significativo estatisticamente a 5%. Já no período de recuperação, há indícios de que os gestores reduzem o nível dos accruals discricionários pois a variável RECUP foi negativa e significativa. Ao comparar com os resultados do Painel B da tabela 3, a qual relaciona o gerenciamento por meio das decisões operacionais e as fases dos ciclos econômicos, vê-se que essas variáveis dos ciclos que representam os períodos de expansão e recuperação não foram significativas. Em contrapartida, as variáveis RECES foi significativa a 5% e CONT é significativa a 10%. Esse resultado responde à hipótese da presente pesquisa, confirmando que a estratégia de gerenciamento de resultados se altera entre as fases do ciclo econômico vivenciados pela economia e pelas empresas brasileiras.

Cohen & Zarowin (2007) relatam que as proxies utilizadas na detecção do gerenciamento de resultados podem ser contagiadas pela flutuação da atividade econômica, sendo assim, os autores incluíram nos seus modelos a variação do PIB de forma a controlar esse efeito. A Tabela 4 apresenta a relação do EM e as fases dos ciclos econômicos controlados pela variação do PIB. Os testes estatísticos dos modelos indicam haver os mesmos problemas de estimação encontrados nos modelos anteriores, por isso, receberam o mesmo tratamento dados aos modelos descritos na Tabela 3.

(16)

16 Tabela 4 Relação o gerenciamento de resultado, ciclos econômicos e variação do PIB – 2000 a 2015

Painel A – Gerenciamento dos accruals discricionários

Fase do ciclo Expansão Recessão Contração Recuperação

Tipo de EM AEM AEM AEM AEM

Variáveis Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig.

-0,011 0,167 -0,010 0,184 -0.009 0.264 -0.009 0.238 0,363 0,000 0,360 0,000 0.356 0.000 0.358 0.000 0,035 0,081 0,035 0,081 0.034 0.086 0.034 0.088 -0,061 0,835 -0,059 0,841 -0.058 0.843 -0.060 0.837 IFRS 0,011 0,236 0,005 0,550 -0.003 0.680 0.001 0.850 ∆%PIB 0,002 0,021 0,004 0,000 0.005 0.000 0.003 0.000 EXP 0,025 0,001 RECES -0,022 0,011 CONT 0.020 0.001 RECUP -0.028 0.000 _cons 0,035 0,590 0,036 0,567 0.015 0.817 0.034 0.595

Tipo Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos

Nº do obs. 2501 2501 2501 2501

0,136 0,135 0,135 0,137

Painel B – Gerenciamento por meio das decisões operacionais

Fase do ciclo Expansão Recessão Contração Recuperação

Tipo de EM REM REM REM REM

Variáveis Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig. Coef. Sig.

0,001 0,968 -0,002 0,963 -0.004 0.899 -0.004 0.907 0,470 0,000 0,479 0,000 0.481 0.000 0.483 0.000 0,072 0,040 0,072 0,042 0.072 0.041 0.072 0.041 0,266 0,094 0,261 0,100 0.265 0.093 0.263 0.096 IFRS -0,133 0,000 -0,113 0,000 -0.106 0.000 -0.104 0.000 ∆%PIB 0,010 0,000 0,005 0,016 0.009 0.000 0.007 0.001 EXP -0,060 0,000 RECES 0,033 0,038 CONT 0.024 0.023 RECUP 0.006 0.585 _cons 0,867 0,001 0,870 0,001 0.870 0.001 0.883 0.001

Tipo Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos Efeitos fixos

Nº do obs. 2501 2501 2501 2501

0,140 0,137 0,137 0,136

Fonte: dados da pesquisa.

Para Cohen & Zarowin (2007), a inclusão da variação do PIB nos modelos de gerenciamento de resultados serve, justamente, para captar as flutuações da economia de forma que as proxies reflitam apenas o comportamento discricionário dos gestores na manipulação dos resultados contábeis. De acordo com o painel A da Tabela 4, todas as fases dos ciclos apresentaram resultados significativos para o gerenciamento pelos accruals, com coeficientes negativos para as fases de recessão (RECES) e recuperação (RECUP), indicando

(17)

17

uma redução dos accruals nessas fases. Em contrapartida, as fases de contração (CONT) e expansão (EXP) foram significativas e com sinal positivo, indicando um aumento dessas estratégias de gerenciamento de resultados nessas fases.

Em relação ao gerenciamento de resultados pelas decisões operacionais, somente as fases de recessão e contração apresentaram resultados significativos, ambos com sinal positivo, indicando um aumento dessa estratégia de gerenciamento de resultados apenas nessas fases do ciclo econômico. Tal fato pode ser explicado porque essa estratégia de gerenciamento de resultados é considerada mais cara do que o gerenciamento por meio dos

accruals, pois provocam impacto diretamente no fluxo de caixa da firma. Ou seja, nas fases

de expansão e recuperação, períodos de crescimento do PIB, os gestores preferem não se envolver com esse tipo de gerenciamento (Cohen et al., 2007; Cohen & Zarowin, 2007, Zang, 2012).

As evidências encontradas também estão alinhadas com o estudo de Cohen e Zarowin (2010). Nesse estudo, os autores relataram que a redução dos lucros, está mais associada ao gerenciamento das atividades reais do que pelos accruals. Na presente pesquisa essa redução dos lucros está retratada, justamente, pelas fases de recessão e contração.

Portanto, mesmo após a inclusão da variação do PIB nos modelos de gerenciamento, verificou-se que os gestores alteram as estratégias de gerenciamento de resultado entre as fases dos ciclos econômicos.

5 Considerações finais

O presente estudo objetivou verificar qual a influência do ambiente econômico no gerenciamento de resultados. Na presente pesquisa esse ambiente foi analisado sob dois aspectos, as fases dos ciclos econômicos e as variações do PIB. No tocante ao gerenciamento de resultados, foram analisadas as duas formas que os gestores dispõem, pelos accruals discricionários e da decisões operacionais. Em seguida, foi verifica a relação entre as variáveis de gerenciamento de resultados e do ambiente econômico.

Foi estabelecida uma hipótese norteadoras da pesquisa. Ela diz que a estratégia de gerenciamento se altera entre as fases do ciclo econômico. Não foi possível rejeitar a hipótese, uma vez que os resultados evidenciaram que os gestores manipulam seus resultados por meio dos accruals nas fases da expansão e na recuperação, ou seja, justamente no momento de crescimento da economia, aumentando o nível dos accruals na expansão e reduzindo na recuperação. Os resultados também indicaram que nas fases de recessão e contração, ou seja, quando a economia está desaquecida ou caminhando para isso, os gestores preferem utilizar-se do gerenciamento de resultados por meio das decisões operacionais.

A adição da variável referente às flutuações do PIB proporcionou uma melhora no poder de explicação dos modelos, bem como, apresentou-se significante em todos os ciclos econômicos. Além de indicar a influência do ambiente econômico nos números contábeis das firmas, esse processo, permitiu que as variáveis de análise do gerenciamento de resultados representem, realmente, as ações discricionárias dos gestores. Após esse ajuste nos modelos, os resultados demonstraram que os gestores manipulam os resultados por meio dos accruals independentemente da fase do ciclo econômico em que se encontre. Os resultados referentes ao gerenciamento por meio das decisões operacionais permaneceram os mesmos, ou seja, confirmaram que os gestores aumentam o nível dessa estratégia de gerenciamento nas fases de recessão e contração.

Os resultados corroboram com os estudos anteriores que verificaram o comportamento do gerenciamento diante das flutuações da economia, tais como os estudos em períodos de crises financeiras ou utilizando a classificação binária dos ciclos econômicos. Este estudo

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18

também adiciona novos conhecimentos nas pesquisas relacionadas ao trade-off das estratégias de gerenciamento de resultados.

Essa pesquisa diferencia-se da demais por ser pioneira a estudar a relação do gerenciamento dos resultados entre as 4 fases do ciclo econômico, bem como, ao utilizar as duas estratégias de gerenciamento em relação ao ambiente econômico. Além disso, os resultados aqui apresentados devem ser usados por investidores, reguladores e outros usuários das informações contábeis no tocante à qualidade das informações contábeis, que pode ser melhor ou não, a depender da fase do ciclo a que se referem.

Por fim, diante dos resultados apresentados, sugere-se verificar os motivos que levam os gestores a escolher umas das estratégias de gerenciamento em relação às quatro fases dos ciclos econômicos.

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