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REDAÇÃO I N S T R U Ç Õ E S

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Academic year: 2021

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R E D A Ç Ã O I N S T R U Ç Õ E S

1. Confira o número do(a) candidato(a), o local, o setor, o grupo e a ordem indicados na folha

oficial de redação, a qual NÃO deverá ser assinada.

2. Leia e observe atentamente as Propostas 1, 2 e 3.

3. Escolha a Proposta que apresenta o tema sobre o qual você se sente mais bem preparado(a) para discorrer.

4. Evite copiar trechos dos textos apresentados.

5. Não escreva em versos, use linguagem clara e utilize a norma culta da língua portuguesa. 6. Não se esqueça de dar um título à sua redação.

7. Use caneta com tinta preta ou azul para transcrever seu texto do rascunho para a folha oficial de redação.

8. Redija um texto que tenha no mínimo 25 (vinte e cinco) e no máximo 30 (trinta) linhas. 9. Escreva com letra legível e ocupe todo o espaço das linhas, respeitando os parágrafos. 10. Não serão corrigidas redações escritas a lápis, nem redações na folha de rascunho.

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PROPOSTA 1

[...] O campo ético é constituído pelos valores e obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes condições: ser consciente de si e dos outros; ser dotado de vontade para controlar e orientar desejos, impulsos, e para deliberar e decidir; ser responsável; ser livre para autodeterminar-se.

O campo ético é, portanto, constituído por dois pólos internamente relacionados: o agente ou sujeito moral e os valores morais ou virtudes éticas. [...]

Adaptado de: CHAUÍ, Marilena. A existência ética – Senso moral e consciência moral. cap. 4. In: Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. p. 334-338.

Escreva um texto considerando situações envolvendo personagens como Aristarco (O Ateneu), José Dias (Dom Casmurro), Omar ou Yaqub (Dois irmãos), tio Juca ou o coronel José Paulino (Menino de engenho), Demétrio (Encontros de Abismos), Olheiras Profundas (Relatos de

sonhos e de lutas), Caroba (O Santo e a Porca) – enfim, estas ou outras personagens das

obras listadas para o Vestibular 2008 – que podem ser vistas à luz do trecho acima.

PROPOSTA 2

Redija um texto tomando por base a complementação que você der para a frase acima.

EU

PRECISO

DE . . .

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PROPOSTA 3

ASSASSINATO DO ÍNDIO GALDINO COMPLETA 10 ANOS Pataxó foi incendiado num ponto de ônibus em Brasília.

Cinco rapazes foram responsáveis pelo crime.

19/04/2007

Disponível em: <http://g1.globo.com/Notícias/Brasil/0.> Acesso em: 7 set. 2007.

CANTO IV

“Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi.

[...]

Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.” [...]

DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama. In:

Clássicos da Poesia Brasileira. São

Paulo: Galex, [s/d]. p. 73-87.

JOVENS ESPANCAM E MATAM ÍNDIO EM MINAS GERAIS Três jovens tentam arrancar a roupa do índio xacriabá antes de surrá-lo até a morte.

Disponível em: <http://jc.uol.com.br/2007/09/17/not_149790.php> Acesso em: 24 set. 2007.

Nas artes plásticas, na literatura, nas notícias das diversas mídias – assim temos acompa- nhado a saga indígena. Escreva seu texto.

VICTOR MEIRELLES: Primeira Missa no Brasil, 1861. Óleo sobre tela. Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes.

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ANÁLISE DAS PROPOSTAS DE REDAÇÃO

Uma vez mais, a banca para a prova de redação apresentou três propostas. A primeira, voltada para aspectos ligados à ética, embasados em personagens das obras literárias indica-das para este vestibular. A segunda, uma proposta aberta com base na complementação de uma frase. A terceira, a imagem da “Primeira Missa no Brasil”, de Vítor Meirelles, seguida de excerto do “I-Juca Pirama”, de Gonçalves Dias e mais duas manchetes sobre massacre aos índios.

A única voltada diretamente para as obras literárias foi a primeira das propostas. Do total de 10.000 redações corrigidas, em torno de 2.209 foram os candidatos que optaram pela pro-posta 1. Sem dúvida, eram candidatos que conheciam os textos literários, indicando que a co-munidade estudantil vem, paulatinamente, abraçando a leitura. Afinal, pensando nos anos an-teriores, era de se esperar que ao menos uma das propostas estaria voltada para os títulos da literatura brasileira.

Algumas observações não foram favoráveis à proposta, julgando-a muito difícil para candidatos oriundos do Ensino Médio. A crítica se deu por conta do excerto filosófico de autoria de Marilena Chauí que conceitua o que seja sujeito moral. Evidentemente, a Banca não con-corda com os críticos da proposta. Primeiro, porque não subestimou a inteligência dos estudan-tes. Segundo, porque o assunto sobre ética nunca esteve em tanta evidência como nos últimos anos. Terceiro porque remeteu a disciplina de Filosofia que já faz parte da grade curricular do Ensino Médio.

Portanto, pelo contrário, a proposta deve ser considerada fácil e, até mesmo, um verda-deiro presente para os candidatos que, efetivamente, leram as obras. Afinal, não há dificulda-des em encontrar entre os personagens citados problemas referentes ao comportamento ético. A proposta 2 apresentava a frase “Eu preciso de ...” inscrita dentro de um balão de história em quadrinhos sugerindo o ato de pensar. A mesma era seguida do comando: “Redija um texto tomando por base a complementação que você der para a frase acima.”

Eis uma indicação que foi, de fato, um “presente” para todos os candidatos, em especial para os que não se aplicaram à leitura das obras literárias estabelecidas. Foi nada menos que em torno de 8.333 o número de candidatos que enveredaram por esta segunda proposta.

Embora a Banca entenda como de qualidade uma proposta que prime pela liberdade aberta aos candidatos quanto à escolha do tema, ela apresentava riscos que identificamos desde que nos deparamos com a mesma. Aliás, os mesmos riscos apontados por vários mem-bros da banca avaliadora em suas considerações sobre o exame de redação.

O primeiro deles diz respeito à incidência de “redações feitas” que poderiam surgir. Bas-tava que o candidato apresentasse um “gancho” coeso e coerente para entrar diretamente com o texto de sua pretensão. Quanto ao segundo risco, trata-se da baixa qualidade própria de candidatos com nível estreito (sem prática) para interpretação, o que redunda em abordagens pobres, (falhas) sobretudo nos quesitos “informação e argumentação” e/ou, mais do que isso, a problemática das adequações quanto ao tema e vocabulário. Afinal, tais são os critérios de ba-se na produção textual, pois quem os domina não ba-se embaraça nos quesitos de coesão e coe-rência, meras decorrências daqueles.

De acordo com as muitas observações da Banca avaliadora a respeito da proposta em tela, anote-se: “nem sempre propostas muito abertas são adequadas a esse tipo de prova”. Acaba se tornando mais importante, para o ato de avaliação, “o como do texto” e não o “o quê”. Vêm daí as sugestões para que a Coperve passe a diligenciar melhor sobre as tipologi-as, isto é, que se defina “o como”, ou antes, o tipo de texto que o candidato deva apresentar. No caso, fosse exigida uma narração (aliás, sugerida na subjetividade do pronome “Eu”), pos-sivelmente não haveria a ocorrência de tantas redações com a cara de coisa “feita”.

Enfim, a terceira proposta, das mais ricas, acabou sendo sacrificada tanto quanto os personagens que ela enfoca o foram ao longo de nossa História.

Malgrado a boa intenção da Banca responsável pela Prova de Redação, ao trazer a ex-celência tanto estética quanto histórica do quadro de Victor Meirelles, representando a Primeira Missa no Brasil, ricamente inspirado na Carta de Pero Vaz de Caminha, o tema, ou temas

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pos-síveis, foi por água abaixo. Foi o que se constatou na maioria entre as centenas de redações (em torno de 10. 630) que abordaram a proposta.

Acompanhando o quadro, vieram três textos. Um trecho de uma peça clássica do Ro-mantismo brasileiro. Trata-se da poética de Gonçalves Dias, I-JucaPirama que antevê o trágico fim dos índios após o Descobrimento. Completando o conjunto de dados, e aí é que se perdeu o que havia de boa intenção, há duas pequenas manchetes: uma lembrando o assassinato, em Brasília no ano de 1997, do índio pataxó (da mesma tribo que recebera Cabral na Bahia do Descobrimento), outra informando do recente espancamento até a morte de um índio da tribo xacriabá, em Minas Gerais.

Infelizmente, por culpa das manchetes, a proposta pendeu para um tema assaz banal: o índio como eterna vítima do processo colonizador. Por outro lado, exceção feita às poucas re-dações de alto nível, ficou evidente a incapacidade de interpretação com respeito à grandeza, tanto da obra de Vitor Meireles quanto da obra de Gonçalves Dias que muito explicam o pro-cesso de formação da sociedade brasileira. Comprovou-se, ao fim e ao cabo das avaliações, o quanto a escola – o Ensino Médio, sobretudo – poderia melhor preparar o jovem brasileiro. Graças a esse tipo de proposta, ainda que batida e desgastada enquanto tema, vêm à tona as falhas do ensino brasileiro: o estudante não sabe o que escrever, nem como escrever.

Desta feita, não houve zeros, a não ser para casos em que se constataram cópias tira-das à Internet, hoje uma dificuldade a mais para bancas avaliadoras, especialmente de reda-ção. Dez, houve apenas dois, mas uma profusão de notas 9,0 e 9,5, assinalando nível de exce-lência de muitos candidatos.

Não houve, por parte da comunidade mais intimamente ligada ao processo, loas às pro-postas apresentadas. Muito menos qualquer mínima crítica que fosse.

Ficou a impressão de que a comunidade já esperava que ao menos uma proposta seria voltada para obras literárias. Isso é um bom indicativo. A Banca entende ser muito proveitoso que o vestibulando não vá ser surpreendido e, acima de tudo, passe a ver com mais responsa-bilidade o quão importante é ler livros da Literatura Brasileira. Estará preparado tanto para a Prova de Redação quanto para as demais.

Sabiamente, a COPERVE tem criado as condições para a prática da interdisciplinarida-de. Há que se pensar que para alunos e professores de Ensino Médio, trabalhar a interdisplina-ridade é o caminho.

Referências

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