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A TEORIA DA ESTRUTURA RETÓRICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DE SERMÕES BÍBLICOS

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ISSN: 1981-8211

A TEORIA DA ESTRUTURA RETÓRICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA

ORGANIZAÇÃO DE SERMÕES BÍBLICOS

Simone Maria Barbosa Nery NASCIMENTO (UEM)

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Introdução

O presente trabalho refere-se ao projeto de tese em que sermões bíblicos serão analisados.

Abordagens linguísticas têm direcionado suas análises ao funcionamento real da língua. No que diz

respeito a textos orais, os estudos têm evidenciado a coerência neles existentes. No âmbito do

Funcionalismo, sob a orientação da Teoria da Estrutura Retórica (RST-Rhetorical Structure Theory),

analisar-se-á a organização textual de sermões bíblicos que contarão também com respaldos da

teoria dos Tópicos Discursivos, teoria que auxiliará na explicitação da coerência temática dos textos.

Com a investigação do gênero, espera-se detectar características predominantes concernentes ao tipo

de proposições relacionais e toda a organização na estruturação macro do texto.

Conforme mencionado, r

ecentes estudos estão se voltando a análises de textos que estejam inseridos em uma situação real de uso. Isso é devido ao reconhecimento que a língua, incluindo a língua falada, tem como prática social na vida do falante. Com os estudos, por exemplo, da teoria Funcionalista, da Análise da Conversação, de textos falados sob a orientação do Grupo de Organizaçõ Textual-Interativa do Projeto de Gramática do Português Falado - estudos com base na Referenciação e nos Tópicos Discursivos, por exemplo -, começa-se a perceber que existe, no texto falado, uma organização com regularidades passível de outras investigações. Por dependerem também de fatores externos à língua, aumentam-se as possibilidades de fenômenos a serem analisados, além das investigações intrínsecas à língua. Esses fenômenos exigem uma análise tanto rigorosa quanto as análises de textos escritos, pois, conforme Beaugrande (1997), além dos fatores linguísticos, o processo interacional e os contextos sociais e cognitivos devem ser levados em conta se considerarmos o texto como um evento comunicativo.

1 Aluna do Doutorado em Estudos Linguísticos do Programa de Pós-graduação em Letras (PLE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Bolsista (CAPES).

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No domínio da teoria funcionalista, os estudos relacionados à Teoria da Estrutura Retórica do Texto (RST - Rhetorical Structure Theory), conforme Mann e Thompson (1988), permitem verificar, por meio de relações implícitas entre porções de texto, como é produzida a organização dinâmica e coerente do texto.

A RST é uma teoria descritiva que confere ao texto uma unidade comunicativa e que dá suporte para a identificação de relações existentes entre porções de textos sem que necessariamente sejam apresentadas marcas formais. Ou seja, além do conteúdo proposicional explícito veiculado pelas orações, as análises com base na RST dão conta de identificar as relações implícitas entre as porções do texto, postuladas como proposições relacionais. Ressalta-se a afirmação de Beaugrande (1997) de que, além dos fatores linguísticos, fatores extralinguísticos e cognitivos devem ser levados em conta em uma análise.

Ao se partir do pressuposto de que existe uma coerência nos textos falados que procede do compartilhamento de conhecimentos entre os interlocutores de uma interação verbal, e por se tratar de gênero que têm um tema global, ou seja, tema que fundamenta os argumentos no desenvolvimento do texto, no caso dos sermões bíblicos, evidencia-se a necessidade de se embasar teoricamente o trabalho nesse sentido. Portanto, além das bases teóricas da RST, a pesquisa contará com o respaldo de pressupostos relacionados a Tópicos Discursivos, quais sugerem a reafirmação da existência de organização do/no texto falado e que permitem a articulação entre as teorias.

Pinheiro (2005) menciona a noção de tópico proposta por Brown & Yule (1983, p.73): “a noção de tópico está relacionada a representações do conteúdo, que se organiza de forma hierárquica. O tópico pode, então, ser entendido como o assunto acerca do qual se está falando ou escrevendo. " Também para Jubran et al (2002), a topicalidade se instaura como o princípio organizador do discurso, ou seja, a estruturação tópica serve como fio condutor da organização discursiva.

Dessa forma, com relação à organização dos sermões bíblicos, o trabalho será conduzido sob o arcabouço teórico da RST e da Teoria dos Tópicos Discursivos. Para melhor situar o trabalho no campo da Linguística, serão apresentados também alguns pressupostos da Teoria Funcionalista.

A escolha do gênero justifica-se pela necessidade de contribuir com os estudos dos gêneros. No caso do gênero sermão, os estudos existentes não trabalham na perspectiva de investigar a coerência textual. Quanto ao estudo de gêneros, Marcuschi (1997) salienta que quando dominamos um gênero textual não dominamos uma forma linguística, mas uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações particulares. Quanto à modalidade oral da língua, segundo o autor, é uma área na qual os estudos não são abundantes, o que instiga a sua investigação no presente trabalho.

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Além de contribuir com os estudos da Linguística, o trabalho poderá favorecer os estudos da esfera teológica, pois as bibliografias existentes tratam de uma organização temática de forma geral. Conforme Salviano (2001), existem três tipos de sermão: temático, expositivo e textual, todos trabalham com a forma de exposição do tema, no entanto, trabalham sem que se atentem à estrutura da língua e que possibilite uma evidência de seu relacionamento com a coerência textual.

Acredita-se que os resultados da pesquisa não apontarão apenas as características do gênero sermão, mas poderão fornecer estratégias, recursos que auxiliem na elaboração de outros gêneros que necessitam de uma organização prévia, como as elocuções formais, por exemplo (aulas, palestras, apresentação de trabalhos). Jubran et al (1992) salientam que um dos desafios será o de montar um conjunto de regras que explicitem estratégias de organização da língua falada. Esses autores assumem que talvez não chegarão a constituir uma gramática, mas poderão ser de muita utilidade no próprio ensino da língua. Assumem também que não se esgotaram os campos para as investigações relacionadas à organização do texto falado, pelo contrário, embora exista cada vez mais o interesse pela modalidade, os estudos sugerem a necessidade de mais pesquisas que comprovem com dados empíricos a existência da organização do texto oral e que corroborem teoricamente a língua falada.

O objetivo geral, portanto do trabalho é investigar como as relações retóricas contribuem

para a organização e coerência de sermões bíblicos. Para tanto, pretende-se:

1. Descrever as relações implícitas encontradas nos textos, explicitando-as com exemplos.

2. Verificar o tipo de proposições relacionais predominantes e se há relação entre essas

proposições com a argumentatividade do texto.

3. Analisar o desdobramento da macroestrutura em microestrutura por meio das relações

retóricas, relacionando-as ao supertópico e aos tópicos discursivos e comparando-os às

divisões propostas no esboço preliminarmente elaborado.

4. Verificar a possibilidade de existir relações retóricas e o tipo de relação entre os quadros

tópicos.

2. Pressupostos teóricos

O termo funcionalismo, de acordo com Butler (2005), é utilizado para rotular diversas teorias linguísticas que se opõem ao formalismo. Isso significa que existem diferentes abordagens dentro mesmo da teoria. Segundo Nichols (1984), as abordagens são caracterizadas como funcionalismo conservador,

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funcionalismo moderado e funcionalismo extremado. O funcionalismo conservador apenas aponta para a inadequação do formalismo, o moderado propõe um modelo de análise que leva em conta fatores pragmáticos na análise da estrutura, e o extremado nega a realidade da estrutura, considerando a gramática altamente motivada pelo discurso.

Dentre as abordagens funcionalistas desenvolvidas na Europa, as mais influentes são a Gramática Funcional de Dik (Functional Grammar – FG) e a Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday (Systemic

Functional Grammar – SFG). Segundo Van Valin (2007), a FG é uma teoria do tipo moderada e a SFG fica

entre o funcionalismo moderado e o funcionalismo extremado. Nos Estados Unidos, predominam a Gramática de Papel e Referência (Role and Reference Grammar - RRG) de Van Valin e o conjunto de trabalhos realizados por um grupo de pesquisadores conhecido como Funcionalismo da Costa-Oeste (West

Coast Functionalism - WCF). Segundo Van Valin (2007), a RRG é do tipo moderada, ao passo que os

trabalhos do grupo que compõe o WCF são extremados.

Em uma perspectiva norte-americana, a linguística funcional é apresentada por alguns de seus representantes (Talmy Givón, Paul Hopper, Sandra Thompson e Wallace Chafe) como uma investigação baseada no uso. Esse modelo representa uma tentativa de explicar a forma linguística a partir de funções mais frequentes que ela desempenha na interação, admitindo a adaptação da estrutura gramatical às necessidades cognitivas e comunicativas dos usuários da língua. Defende, assim, a vinculação entre gramática e discurso.

Van Valin (2007) observou no modelo de Halliday um funcionalismo que conserva aspectos do funcionalismo moderado e do extremado. Assim, tem a visão de linguagem que se baseia no discurso, mas não nega a realidade da estrutura, é o modelo do tipo top-down, que começa no discurso e trabalha até os mais baixos níveis da estrutura gramatical. Esses contextos da interação influem nas escolhas linguísticas do falante porque refletem as metafunções consideradas por Halliday: a) ideacional - representa os significados das experiências dos falantes; b) interpessoal - representa a interação e papéis assumidos pelos participantes da interação; c) textual - está relacionada ao fluxo de informação e organização do texto.

Apesar das diferenças, existe um ponto em comum entre as abordagens funcionalistas: reunir os diversos componentes da linguagem: a) a sintaxe (perspectiva formal da qual se apresenta o “estado de coisas” na expressão linguística); b) a semântica (que especifica os papéis desempenhados pelos referentes dentro do “estado de coisas”), e c) a pragmática (especifica o estatuto informacional dentro do contexto de comunicação).

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A concepção funcionalista pode ser sintetizada nas seguintes características: a linguagem é uma atividade sociocultural; a estrutura serve a funções cognitivas e comunicativas; a estrutura pode adaptar-se aos propósitos comunicativos do falante, ela é maleável e não rígida; mudança e variação estão sempre presentes; o sentido é contextualmente dependente; as categorias não são discretas; as gramáticas são emergentes; as regras de gramática permitem algumas exceções (GIVÓN, 1995).

2.1 A Teoria da Estrutura Retórica do Texto (RST-Rhetorical Structure Theory)

A Teoria da Estrutura Retórica do Texto (RST) é uma teoria descritiva que trabalha com a organização do texto. Segundo Mann e Thompson (1988) é um método útil para descrever linguisticamente os textos naturais, caracterizando as relações que emergem entre as partes do texto. Com um quadro descritivo para texto, a RST fornece uma combinação de características que acabou por ser útil em vários tipos de estudos do discurso. Ele identifica a estrutura hierárquica no texto, descreve as relações entre as partes do texto em termos funcionais, fornece uma análise em vez de comentários. Os autores ressaltam que o quadro fornecido para a investigação de proposições relacionais definem, não relações sinalizadas, mas proposições inferidas que surgem da estrutura do texto no processo de interpretação. Dessa forma, além do conteúdo proposicional explícito veiculado pelas orações, há proposições implícitas que permeiam todo o texto, conferindo-lhe a coerência, são as proposições relacionais.

Mann e Thompson (1988) sugerem uma lista que introduz as relações definidas por nomes que remetem à natureza da relação. Eles destacam que outras relações podem surgir em análises, no entanto a lista estabelecida inclui as relações que afirmam ser suficientes para a análise dos textos que têm examinado. Os autores salientam que o reconhecimento da relação sempre repousa nos julgamentos semânticos e funcional e não em aspectos morfológicos e sintáticos. Assim, por exemplo, o reconhecimento de uma relação de condição não depende da presença de "se". Esses julgamentos são de plausibilidade, pois o analista tem acesso a informações que fornecem subsídios à anális, mas não tem acesso direto ao produtor do texto, o que impede afirmar com certeza que a análise está correta, ou seja, o analista pode sugerir uma análise plausível.

Conforme Mann e Thompson (1987 apud ANTONIO, 2009, p. 76), as funções globais das relações podem ser divididas em dois em dois grandes grupos:

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a) funções que dizem respeito ao assunto, que têm como efeito levar o enunciatário a reconhecer a relação em questão; b) funções que dizem respeito à apresentação da relação, que têm como efeito aumentar a inclinaçãodo do enunciatário a agir de acordo com o conteúdo do núcleo, concordar com o conteúdo do núcleo, acreditar no conteúdo do núcleo ou aceitar o conteúdo do núcleo.

Com relação à organização, as relações podem ser divididas em dois tipos: Relações núcleo-satélite, em que uma porção de texto é ancilar da outra; e Relações multinucleares, em que cada porção é um núcleo distinto.

Segue a lista com as relações estabelecidas por Mann e Thompson (1988). O quadro foi retirado e adaptada do site http://www.sfu.ca/rst/07portuguese/intro.html.

Relações de Núcleo/Satélite

Nome da relação Núcleo Satélite

Alternativa ação resultante da ausência de ocorrência da

situação condicionante situação condicionante

Antítese ideias que o autor privilegia ideias que o autor não privilegia

Avaliação uma situação comentário que avalia a situação

Capacitação uma ação informaç. que se destina a ajudar o leitor a executar a ação

Causa involuntária uma situação outra situação que causa a primeira, sem ser causada por uma ação

voluntária

Causa voluntária

uma situação outra situação que causa a pri- meira, através da ação volun- tária de uma pessoa ou pessoas

Circunstância texto que exprime os eventos ou ideias que

decorrem no domínio contextual domínio contextual, situacional ou temporal

Concessão

situação que o autor afirma

situação aparentemente inconsistente face ao núcleo, mas que o autor também afirma

Condição ação resultante da situação condicionante situação condicionante

Elaboração

informação básica informação adicional

Evidência

uma afirmação informação que tem como objetivo conseguir que o leitor concorde com a afirmação

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Interpretação uma situação interpretação da situação

Justificação texto inform. que sustenta o direito do escritor a escrever o texto

Motivação

uma ação

informação que tem como objetivo aumentar o desejo do leitor no sentido de executar a ação

Propósito uma situação intencional intenção que se encontra por detrás da situação

Reformulação uma situação reformulação da situação

Resultado

involuntário uma situação

outra situação que é causada pela primeira, sem ser provocada por uma ação voluntária

Resultado voluntário uma situação outra situação que é causada pela primeira, através da ação

voluntária de uma pessoa ou pessoas

Resumo texto um breve resumo do texto

Solução uma situação ou método que satisfaz a

necessidade, total ou parcialmente uma pergunta, pedido, problema ou outra necessidade

Relações multinucleares

Nome da relação Unidade Outra unidade

Contraste uma opção a outra opção

Lista um elemento elemento seguinte

Sequência um elemento elemento seguinte

União (sem requisitos) (sem requisitos)

Quadro 1: Fonte:

http://www.sfu.ca/rst/07portuguese/intro.html, acessado em 10/05/2011.

2.2 Os Tópicos Discursivos

Os estudos sobre os Tópicos Discursivos iniciaram-se com a análise de textos conversacionais. O tópico discursivo é entendido como o elemento que compõe, organiza e fundamenta o texto falado. A categoria analítica de tópico discursivo surge para operar recortes de segmentos textuais, de forma que o analista seja capaz de identificar o que se fala e como isso é organizado no texto.

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O tópico discursivo pode ser considerado um dos elementos essenciais na produção da fala e, por conseguinte, dos estudos de língua falada, por abranger dois aspectos, ou melhor, dois princípios fundamentais para o estudo da fala: o princípio fundamentador e o organizador (GALEMBECK, 2005, p.278).

O princípio fundamentador relaciona-se com o fato de o tópico constituir o referente, e o elemento organizador trata do desenvolvimento dos referentes.

O tópico abrange as propriedades de centração e organicidade. A centração refere-se a conteúdo e a organicidade a relações de interdependências entre os tópicos que se estabelecem nos planos hierárquico e sequencial.

A centração, primeira propriedade definidora do tópico discursivo, destaca a referencialidade textual: o tópico é tomado no sentido de “acerca de que se fala”. Para Fávero (2001, p.40) “a centração norteia o tópico de tal forma que, quando se tem uma nova centração, tem-se um novo tópico”.

A organicidade, conforme Jubran et al (2002, p.345):

é manifesta por relações de interdependência que se estabelecem simultaneamente em dois planos: no plano hierárquico, conforme as dependências de superordenação e subordenação entre tópicos que se implicam pelo grau de abrangência do assunto; no plano seqüencial, de acordo com as articulações intertópicas em termos de adjacências ou interposições na linha discursiva.

As relações de interdependências estabelecidas entre os tópicos, de acordo com o grau de abrangência do assunto, leva-nos a postular a existência de níveis de hierarquização na estruturação tópica. Assim, é possível verificar camadas de organização que vão desde um tópico suficientemente amplo, passando por tópicos particularizadores, até se alcançarem constituintes tópicos mínimos. As relações entre os níveis hierárquicos dão origem a Quadros Tópicos, caracterizados por duas condições, a de Supertópicos e a de Subtópicos, e, ainda, uma condição possível, a de um tópico vir a ser, ao mesmo tempo, Supertópico ou Subtópico.

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A presente pesquisa, na perspectiva do Funcionalismo norte-americano, sob o aparato teórico da RST e dos Tópicos Discursivos, pretende analisar as relações implícitas de três diferentes tipos de sermões bíblicos de, aproximadamente, 30 minutos cada um. Os sermões, em geral, são explicitados a partir de um esboço escrito com as divisões temáticas. Dessa forma, considera-se necessário apreciar o que foi proposto em uma organização escrita preliminarmente elaborada para analisar a coerência temática entre o esboço e o sermão. Para tanto, os dados serão coletados durante ministrações em uma igreja evangélica de Maringá/PR.

Após a coleta, os dados serão transcritos e segmentados em unidades tópicas. Em um plano hierárquico, os quadros tópicos serão rotulados. Posteriormente, realizar-se-á a análise das relações implícitas entre as orações ou porções maiores de texto. A partir dessas duas análises, verificar-se-á a relação e a possível vinculação entre as porções de texto e unidades tópicas.

Acredita-se que será possível descrever as relações implícitas entre partes do texto dentro dos quadros tópicos. Além disso, verificar-se a possível existência de relações implícitas entre os quadros tópicos. Assim, a pesquisa atenderá a visão de lingua que se baseia no discurso, mas não nega a realidade da estrutura, ou seja, no modelo do tipo top-down, que começa no discurso e trabalha até os mais baixos níveis da estrutura gramatical.

Referências

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