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EFEITO DA DRENAGEM NO DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DO COCO

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Academic year: 2021

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Tecnólogo em Recursos Hídricos/Irrigação, Estudante de Pós-graduação do Departamento Engenharia Agrícola, UFC, Av. Mister Hull s/n°, Bloco 804, Campus do Pici, CEP: 60455-970, Fortaleza, CE, Brasil,. e-mail:sousaibiapina@yahoo.com.br;

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Professor, Dr. Departamento de Engenharia Agrícola/UFC.

EFEITO DA DRENAGEM NO DESENVOLVIMENTO E

PRODUÇÃO DO COCO

C. H. C. Sousa1; C. F. Lacerda2; F. L. B. Silva1; A. L. R. Neves1; R. N. T. Costa2

RESUMO: Com o objetivo de avaliar o efeito da instalação de um sistema de drenagem subterrâneo no desenvolvimento e produção na cultura do coqueiro, o trabalho foi desenvolvido em uma área cultivada com coco em Pentecoste, Ceará. Para a realização do trabalho foi instalado sistema de drenagem subterrâneo composto de 10 linhas de drenos tubulares com diâmetro de 65 mm, envoltos em manta bidim OP 20 e em uma caixa de brita Nº 1 e um dreno parcelar aberto de 135 m de comprimento. Durante o trabalho foi realizado o monitoramento do lençol freático por meio de poços de observação. As avaliações foram feitas no sentido de acompanhar a altura, circunferência do coleto e produção das plantas de coqueiro após a instalação da drenagem. Ao final do trabalho pode ser concluído que: A instalação do sistema de drenagem subterrânea proporcionou o rebaixamento do lençol freático com o escoamento do excedente de água da área acabando com o alagamento existente; propiciou o melhor desenvolvimento das plantas de coqueiro culminado com o inicio da produção cerca de coqueiro quatorze meses após a instalação do sistema de drenagem.

PALAVRAS-CHAVE: Lençol freático; Cocus nucífera; Excesso de água.

EFFECT OF DRAINAGE IN THE DEVELOPMENT AND

PRODUCTION OF COCONUT

SUMMARY: In order to evaluate the effect of installing an underground drainage system in the development and production in the coconut crop, the study was conducted in an area planted with coconut Pentecost, Ceará. To carry out the work was installed underground drainage system consisting of 10 lines of drainage tubes with a diameter of 65 mm, wrapped in blanket bidim OP 20 and a box of crushed Nº 1 and a piecemeal open drain 135 m long. During the work was performed groundwater monitoring through observation wells. Evaluations were made to monitor the plant height, circumference and production of coconut plants after the installation of drainage. At the end of the work can be concluded that: The installation of underground drainage system provided the drawdown with the disposal of surplus water of the area ending the existing flooding, this promoted the development of best coconut plants culminated with the beginning of production around coconut fourteen months after installation of the drainage system.

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INTRODUÇÃO

A drenagem de terras agrícolas constitui um complemento indispensável aos projetos de irrigação que além de contribuir para uma produtividade satisfatória das culturas em áreas intensamente irrigadas auxilia na conservação dos solos. O excesso de água nas áreas com problemas de drenagem é derivado, na maioria das vezes, de irrigações excessivas, de filtrações provenientes de terras mais elevadas e/ou de vazamento de águas dos canais. A deficiência de drenagem nessas áreas pode ter causas diversas, dentre as quais, a presença da camada impermeável a pequena profundidade que também tem levado a salinização ou solidificação desses solos. Esses problemas têm demandado instalação de dispendiosos sistemas de drenagem, para controle da altura do lençol freático, projetados com desconhecimento dos critérios agronômicos de drenagem das culturas, sendo que as recomendações técnicas limitam-se às culturas extensivas e poucas informações limitam-se dedicam às fruteiras. Ohler (1984) estudando plantas de coqueiro, afirma que a inundação reduz drasticamente o número de raízes, por causa da falta de oxigenação. Ainda segundo o autor, estagnações temporárias de duração inferior a 48 horas não causam danos as raízes, entretanto àquelas que ficam submersas por longo tempo podem morrer. Pizarro (1978) apresenta alguns critérios de drenagem, enfatizando o caráter orientativo das informações, pelas quais, três dias após uma chuva ou irrigação, a profundidade do lençol freático deve atingir 1,4 ou 1,5 m para não afetar significativamente a produtividade. Portanto, a forma mais rápida e eficaz de se controlar o encharcamento resultante de lençóis freáticos pouco profundos é mediante instalação de um sistema de drenagem que permita rebaixar o nível das águas e mantê-lo estável a esta profundidade (Sousa et al. 2011). Ante ao exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da instalação de um sistema de drenagem subterrâneo no desenvolvimento e produção na cultura do coqueiro anão.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada em área de 0,4 ha cultivada com coco (Cocus nucífera L), cultivar anão verde com 2,5 anos de plantado e bastante debilitado devido ao problema de drenagem existente. A área está localizada no Núcleo A do Perímetro Irrigado Curu Pentecoste, no município de Pentecoste (3º 40’S; 39º 15’W, 150 m), Ceará. Segundo a classificação de Köppen, a área da pesquisa está localizada numa região de clima do tipo BSw’h’ (semiárido). O solo segundo EMBRAPA (1999) é classificado como Neossolo Flúvico.

As operações de implantação do sistema de drenagem foram iniciadas em agosto de 2009 compreendendo inicialmente limpeza e o aprofundamento dos 135 m de dreno parcelar da área que na ocasião estava servindo como fonte de recarga. O sistema de drenagem subterrâneo instalado foi composto de 10 linhas de drenos tubulares com diâmetro de 65 mm, envoltos em manta bidim OP 20 e em uma caixa de brita Nº 1. A profundidade no início do dreno parcelar foi de 1,45 m e a profundidade de instalação do sistema de drenagem subterrâneo foi de 1,10 m. Para o estabelecimento das profundidades de instalação do sistema tomou-se como base a profundidade do dreno principal do Perímetro que em sua base era de 1,85 m.

Para o acompanhamento do nível do lençol freático da área, que inicialmente encontrava-se muito próximo da superfície apresentando profundidade média de 0,17 m, foram instalados 40

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poços de observação construídos com tubos drenoflex DN 65 mm, envoltos em manta bidim OP 20. O espaçamento dos poços de observação foi 10 m entre si. A profundidade de instalação dos poços de observação variou de 0,9 m a 1,5 m devido às camadas de impedimento existentes ao longo da área. O acompanhamento do lençol freático foi feito diariamente durante oito meses, observando-se o comportamento do mesmo ao longo dos sete dias que compreendiam o intervalo entre uma irrigação e outra. As irrigações eram feitas semanalmente por um sistema de sulcos.

Aos 35 dias após a instalação do sistema de drenagem foram realizadas primeiras medições em todas as plantas de coqueiro da área, inclusive nas plantas que estavam na periferia da área e que não tinham a contribuição direta dos drenos, com a finalidade de acompanhar o desenvolvimento destas após a instalação do sistema de drenagem. Aos nove e aos vinte e um meses após a instalação do sistema de drenagem repetiu-se o procedimento para fins de comparação.

A primeira colheita do coqueiro foi realizada em novembro de 2010, ou seja, 15 meses após a instalação do sistema de drenagem subterrâneo e as demais colheitas foram feitas em intervalos 40 dias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Monitoramento do lençol freático

O comportamento médio do lençol freático, conforme se visualiza na Figura 1, demonstra que antes da instalação do sistema de drenagem subterrâneo, praticamente não havia rebaixamento do lençol freático durante o intervalo de irrigação. Após a instalação do sistema de drenagem a profundidade media do lençol freático ficou em torno de 0,5 m que apesar de uma diferença de apenas 0,3 m com relação à de antes da instalação do sistema de drenagem já promoveu um resultado significativo, sobretudo para a cultura do coqueiro instalada na área. De acordo com Miranda et al. (2003) cerca de 80% das raízes do coqueiro desde os primeiro anos de cultivo até a idade adulta se concentram até 0,6 m de profundidade.

Figura 1. Rebaixamento médio do lençol freático observados em poços de observação para um intervalo de irrigação antes e após a instalação do sistema de drenagem.

Desenvolvimento e produção de plantas de coqueiro

Na Tabela 1 são apresentadas as médias das variáveis observações nas três medições apresenta uma visão geral das plantas de coqueiro um, nove e vinte e um meses após a instalação do sistema de drenagem.

Tabela 1. Valores médios da circunferência do coleto (CC); altura da planta (AP) de plantas de coqueiro anão verde 1, 9 e 21 meses após a instalação do sistema de drenagem.

Fileiras Variáveis observadas

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 1 2 3 4 5 6 7 P rof . L en çol d o f re át ic o ( m )

Dias após a irrigação

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um mês nove meses vinte e um meses CC AP CC AP CC AP (cm) 1 51,5 180,8 76,6 280,0 80,0 323,0 2 56,3 183,3 83,0 286,3 86,0 330,0 3 50,5 156,6 71,0 278,5 82,0 350,0 4 58,3 152,5 78,4 267,6 86,0 371,0 5 55,0 154,0 82,0 304,6 100,0 345,2 6 58,2 178,3 86,1 304,0 103,0 370,0 7 45,3 125,0 68,3 246,5 81,2 318,5 8 38,7 131,7 61,0 247,1 91,3 340,0 9 40,4 140,0 59,4 282,6 87,6 337,0 10 33,0 93,3 49,0 224,3 82,3 335,0 P. de fora 32,0 115,0 47,0 180,0 71,3 267,6

*Valores são médias de 7 plantas por fileira

Analisando a circunferência do coleto e a altura das plantas, pode-se observar que houve uma variação entre 32 e 58,3 cm e 93,3 a 183,3 cm, respectivamente para as duas variáveis que condizem com os valores encontrados por RAMOS, et al. (2003) quando trabalhava com diferentes cultivares de coqueiro aos 26 meses de idade. De acordo com Silva et al., (2009) a circunferência do caule é um bom indicador do desenvolvimento das plantas na fase jovem, e pode estar correlacionado com a produção se as condições ambientais não se modificarem.

Comparando os valores da primeira medição com a realizada aos 21 meses após a instalação do sistema de drenagem, percebe-se uma evolução substancial dos parâmetros de crescimento das plantas depois da instalação do sistema de drenagem. Plantas que na primeira observação tinham em média 149 cm passaram a mediar até 272 cm e 342 cm aos 36 e 48 meses respectivamente, enquanto as plantas que permaneceram fora da área os acréscimos foram bem menores. De acordo com Silva

et al., (2009) a avaliação do crescimento vegetativo do coqueiro é importante para monitorar não

somente o estado nutricional da cultura, mas também o seu potencial produtivo. Produção do coqueiro

A colheita do coqueiro foi iniciada em novembro de 2010, ou seja, 15 meses após a instalação do sistema de drenagem subterrâneo. Os dados de produção ao longo do primeiro ano de colheita evidenciam que a quantidade de frutos colhidos por hectare/mês foi crescente entre o mês da primeira colheita até o sétimo mês sofrendo uma ligeira queda no final do período chuvoso e recuperação nos meses seguintes (Figura 2). Essa variabilidade mostra uma tendência de aumentos e diminuições sucessivas na produção, ao longo dos meses, e pode ser atribuída às características fisiológicas da planta, o que induz uma menor produção de frutos na seqüência de uma colheita mais abundante e ainda ao processo de recuperação das plantas ao excesso de água anteriormente existente. O suprimento hídrico adequado também é um fator determinante para o aumento da produção das palmeiras em geral, inclusive do coqueiro anão verde (Passos, 2003).

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Figura 2. Evolução da produção do coqueiro após quatorze meses após a instalação do sistema de drenagem.

CONCLUSÕES

A instalação do sistema de drenagem subterrânea proporcionou o rebaixamento do lençol freático com o escoamento do excedente de água da área acabando com o alagamento existente; além disso, propiciou o melhor desenvolvimento das plantas de coqueiro culminado com o inicio da produção cerca de coqueiro quinze meses após a instalação do sistema de drenagem.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq e ao INCTSal pelo financiamento da pesquisa e à FUNCAP pela concessão das bolsas de estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 1999. 412 p.

MIRANDA, F. R.; FREITAS, J. A. D.; MONTENEGRO, A. A. T.; CRISÓSTOMO, L. A. Distribuição das Raízes do Coqueiro-Anão Verde para o Manejo da Irrigação e a Aplicação de Fertilizantes. Circular Técnica 16. Embrapa Agroindústria Tropical. Fortaleza, Dezembro de 2003.

OHLER, J. G. Coconut, tree of life. Rome: FAO, 1984. 446 p. (FAO. Plant Production and Protection Paper, 57) PASSOS E. E. M. Exigências climáticas. In: FONTES, H. R.; RIBEIRO, F. E.; FERNANDES, M. F. Coco Produção : aspectos técnicos. Brasília; Embrapa – SPI: Embrapa – CPATC, 2003. Cap 4, p. 18 - 20. PIZARRO, F. Drenaje agricola y recuperacion de suelos salinos. Madrid: Editora Agrícola Española, 1978. 521p. RAMOS, V. H. V.; PINTO, A. C. Q.; ARAGÃO, W. M.; GOMES, A. C.; JUNQUEIRA, N. T. V.; LOBATO, E.; OLIVEIRA, M. A. S. Comportamento de genótipos de coqueiro anão e híbrido no Distrito Federal. Boletim de pesquisa e desenvolvimento. Embrapa Cerrados. 2003.

SOUSA, C. H. C.; SILVA, F. L. B.; LACERDA, C. F.; COSTA, R. N. T.; GHEYI, H. R. Instalação de um sistema de drenagem subterrâneo em um solo salino-sódico cultivado com coco em Pentecoste - Ceará. Revista brasileira de agricultura irrigada, v. 5, p. 16-23, 2011.

SILVA, R. A.; CAVALCANTE, L. F.; HOLANDA, J. S.; PAES, R. A.; MADALENA, J. A. S. Crescimento e produção do coqueiro anão verde fertirrigado com nitrogênio e potássio. Caatinga. v.22, n.1, p.161-167, 2009. 0 200 400 600 800 1000

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