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ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

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ICTR 2004 – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Costão do Santinho – Florianópolis – Santa Catarina

Realização:

ICTR – Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável

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PRÓXIMA

AVALIAÇÃO AMBIENTAL - NBR 10005, NBR 10006 E NEN 7345 - EM DE BLOCOS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO CONTENDO PÓ DE ACIARIA ELÉTRICA Vargas, Alexandre S. de Sebag, Maria da Graça Masuero, Angela B.

Bernardes, A. Vilela, Antônio C. F.

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AVALIAÇÃO AMBIENTAL - NBR 10005, NBR 10006

E NEN 7345 - EM DE BLOCOS DE CONCRETO PARA

PAVIMENTAÇÃO CONTENDO PÓ DE ACIARIA ELÉTRICA

VARGAS, Alexandre S. de2, SEBAG, Maria da Graça3; MASUERO, Ângela B.4 , BERNARDES, A.5, VILELA, Antônio C. F.6

Resumo

O Pó de Aciaria Elétrica (PAE) é um resíduo gerado em indústrias siderúrgicas que utilizam a sucata ferrosa como principal matéria-prima para a produção do aço em Forno Elétrico a Arco (FEA). O PAE é composto por diferentes óxidos metálicos e contém elementos tóxicos, entre eles o Cd, Pb e Cr. A EPA (1990) e a NBR 10004 (1987) classificam o PAE como um resíduo perigoso. O objetivo deste trabalho é avaliar o comportamento ambiental de amostras de blocos de concreto para pavimentação, moldados com adição de distintos teores de PAE. Através da utilização de técnica de solidificação/estabilização (S/S), pretende-se transformar o PAE da condição de resíduo perigoso para a de subproduto, desde que os metais pesados contidos no pó possam ser encapsulados pela matriz cimentante. Para isso, amostras de blocos foram submetidas a ensaios de lixiviação (NBR 10005, 1987) e de solubilização (NBR 10006, 1987), em diferentes idades. Nos ensaios de lixiviação notou-se que as concentrações dos metais analisados (Cd, Pb e Cr) não ultrapassaram os valores máximos permitos pela NBR 10004 (1987), independente do teor do resíduo utilizado e da idade analisada. Contudo, para os ensaios de solubilização verificou-se que as concentrações de Cr ficaram acima da permitida pela norma em amostras contendo 15% e 25% de PAE. Assim, os blocos contendo o resíduo em sua composição foram classificados como Classe II – não-inerte. Por outro lado, submetendo os blocos a ensaios de lixiviação segundo a norma Holandesa - NEN 7345 (1995) - observou-se periculosidade nos monolitos contendo o resíduo, pois verificou-se difusão efetiva do Cd para os blocos contendo 15% e 25% de PAE, e do Pb, para os contendo 5% de PAE.

Palavras chaves: solidificação/estabilização, pó de aciaria elétrica, blocos de concreto para pavimentação, monolito

2 Eng. Civil, Msc., Doutorando –PPGEM/UFRGS, alevar@cpgec.ufrgs.br 3

Química, Msc., Doutoranda PPGEM/UFRGS

4

Prof. Dr. DECIV-PPGEC/UFRGS

5

Prof. Dr. LACOR –PPGEM/UFRGS

6

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1 INTRODUÇÃO

Leis ambientais mais rigorosas e uma fiscalização mais eficiente, bem como problemas de estocagem, de transporte e poluição ambiental, têm levado as indústrias a melhorar seus processos produtivos com o propósito de reduzir a geração de resíduos. Entretanto, eles continuam sendo gerados em grandes quantidades. Como exemplo, cita-se o pó de aciaria elétrica (PAE), gerado em indústrias siderúrgicas que utilizam a sucata ferrosa como principal matéria-prima para a produção de aço em Forno Elétrico a Arco (FEA). É composto por diferentes óxidos metálicos e contém elementos tóxicos, entre eles o Cd, Pb e Cr. Por isso é classificado como um resíduo perigoso pela EPA (1990) e pela NBR 10004 (1987).

Por outro lado, a construção civil, por ser uma grande consumidora de recursos naturais, constitui-se em uma potencial consumidora de subprodutos e resíduos provenientes de outras indústrias, tais como a siderúrgica.

Desta forma, este trabalho tem como objetivo avaliar o potencial do uso do PAE na construção civil, do ponto de vista ambiental. Para isso, foi utilizada a tecnologia de solidificação/estabilização (S/S), em que diferentes teores de PAE foram adicionados na confecção de blocos de concreto para pavimentação, e procedimentos descritos por meio das normas brasileiras – NBR 10005 (1987) e NBR 10006 (1987) – e pela norma holandesa – NEN 7345 (1995).

Entretanto, STEGEMENN et al. (1996) citam que embora uma grande variedade de métodos de testes tenham sido desenvolvidos no mundo, não há um procedimento padrão para avaliar a eficácia do processo de solidificação e o risco para o meio ambiente. Assim, com a norma holandesa, em que o ensaio é realizado com o monolito, em conjunto com as normas brasileiras, que utilizam a amostra passante na peneira 9,5 mm, ter-se-á a classificação ambiental dos blocos contendo o PAE através de duas metodologia distintas, e assim uma informação mais “correta” quanto ao desempenho de encapsulamento do metais pesados (contido no PAE) nos blocos de concreto para pavimentação.

2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.1 MATERIAIS

O PAE empregado nos experimentos foi gerado em uma usina semi-integrada de produção de aços, e coletado em filtros de manga, localizados na saída do forno elétrico a arco (FEA). A amostra total do PAE empregada foi obtida através da mistura e homogeneização de 11 amostras de 28 kg do resíduo, coletadas em um período de dois meses, totalizando 308 kg.

A composição química do PAE, determinada pelas técnicas de espectrometria de absorção atômica, espectrometria de plasma (ICP), combustão, espectrometria de UV-visível e volumetria, encontra-se na tabela 1.

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Tabela 1 Composição química do PAE Composição química do PAE

Elemento (%) Elemento (%) Elemento (%) Elemento (%)

Fe 42,00 Pb 1,34 Na 0,84 Cd 0,11

Zn 13,30 Si 1,29 S 0,32 Mo 0,07

Ca 4,28 C 1,10 Cu 0,24 Al 0,29 Mn 1,90 Cr 1,05 Ni 0,19 Co 0,05

Mg 1,61 K 0,97 P 0,17 - -

PAE- pó de aciaria elétrica Fonte: BREHMet al. (2001)

Para a determinação da massa específica do PAE, foram utilizados os procedimentos da NBR 6474 (ABNT, 1984). O resultado encontrado foi de 4,44 kg/dm3.

A distribuição granulométrica do PAE foi realizada com um granulômetro de difração a laser marca Cilas modelo 1064. O valor médio do diâmetro do pó é de 0,83 µm, sendo que 90% das partículas possuem tamanho inferior a 3,60 µm.

O cimento empregado foi o cimento Portland Composto (CP II-Z), classe 32. A água utilizada foi proveniente da rede de abastecimento local.

As características físicas dos agregados estão apresentadas na tabela 2. Tabela 2 Características físicas dos agregados utilizados.

miúdo Agregado fino médio graúdo DMC (mm) 4,80 4,80 9,50 MF 2,42 2,66 5,83 Massa específica (g/cm3) 2,60 2,60 3,10

(DMC) - Dimensão Máxima Característica (mm) MF- Módulo de finura

2.2 MÉTODOS

A moldagem dos blocos baseou-se em dois critérios: o primeiro foi manter constante o índice de umidade do concreto para cada traço, medido com o auxílio de um sensor localizado no interior do misturador; o segundo caracterizou-se em manter constante a proporção (em massa) dos agregados. Para atender a este último critério, de modo que a proporção dos agregados permanecesse nos limites da curva de dosagem da vibro-prensa, foram moldados 4 traços distintos: o referência (0% de adição do PAE) e outros 3 traços contendo teores do PAE de 5%, 15% e 25% em relação à massa de cimento, conforme tabela 3. Como o PAE não estava nos limites desta curva, ele foi adicionado como fíler.

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Tabela 3 Traços (em massa) para confecção dos blocos de concreto para pavimentação

Teor de

PAE (%) Cimento Areia Fina Areia Grossa Pedrisco PAE Relação a/c

0 2,42 1,69 1,02 0,00 0,42 5 2,39 1,67 1,01 0,05 0,41 15 2,36 1,65 1,00 0,15 0,40 25 1 2,33 1,63 0,99 0,25 0,38

PAE – pó de aciaria elétrica a/c – água/cimento

A confecção dos blocos de concreto foi realizada em um misturador de eixo vertical e a máquina do tipo vibro-prensa, modelo SV 400, ajustada para trabalhar sob pressão no estágio II – 16 MPa com 5 segundos de alimentação. O modelo comercial dos blocos foi Uni-stein.

Para a caracterização ambiental dos blocos utilizou-se a NBR 10004 (ABNT, 1987), em que são estipulados os limites máximos de concentração de elementos para caracterizar a periculosidade do resíduo. O ensaio de lixiviação, indicado para avaliar o potencial de migração de contaminantes do resíduo para o meio ambiente, está especificado na NBR 10005 (ABNT, 1987). Com o ensaio de solubilização avalia-se o grau de dissolução dos contituintes, conforme procedimentos da NBR 10006 (ABNT, 1987).

Além das normas brasileiras, foi utilizada a norma holandesa NEN 7345 (1995). Com ela é possível realizar a caracterização de lixiviação de materiais de construção sólidos, em forma ferrosa ou rochosa, e de resíduos. Da mesma forma, são realizados ensaios de extração e determinação da lixiviação de componentes inorgânicos de materiais moldados e monolitos com ensaios de difusão. O nível de contaminação nos extratos dos lixiviados está relacionado diretamente com a concentração dos elementos. O coeficiente de difusão (De) está relacionado com a velocidade de lixiviação dos elementos no monolito, indicando as suas mobilidades.

Esta norma consiste em submeter monolitos à imersão em banhos estáticos de soluções aquosas de ácido nítrico com pH 4.0. A imersão é dividida em 8 etapas em um período de 64 dias, conforme tabela 4.

Tabela 4 Etapas experimentais da NEN 7345: coleta do extrato lixiviado e renovação do líquido extrator

Intervalos Tempo (dias +/-10%)

1 0,25 2 1 3 2,25 4 4 5 9 6 18 7 36 8 64 Fonte: NEN 7345 (1995)

(6)

Em cada etapa é coletada uma alíquota de 100 mL do extrato do lixiviado, onde posteriormente serão determinadas as concentrações do metais em estudo - Cr, Pb e Cd. Após esta coleta, o líquido extrator é renovado.

Para os ensaios ambientais seguindo os procedimentos das normas brasileiras, foram extraídos e analisados os extratos das amostras de blocos com idades de 7, 14, 21 e 28 dias. Quanto aos ensaios seguindo a norma holandesa, os blocos foram ensaiados com a idade de 1 ano.

Os extratos foram analisados com o auxílio de um Espectrofotômetro de absorção atômica marca Perkin Elmer, modelo AANALYST 100, para os metais Cd, Pb e Cr. Para as análises de Cr6+ foi utilizado o Espectrofotômetro Ultra-Violeta Visível (UV-V).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 ENSAIO DE LIXIVIAÇÃO

Verifica-se, na tabela 5, que os valores das concentrações obtidas no ensaio de lixiviação, para amostras de blocos de concreto com distintos teores do PAE, não superaram os limites máximos permitidos pela NBR 10004 (ABNT, 1987) em nenhuma das idades analisadas. Com estes resultados, o produto contendo o resíduo não é considerado perigoso.

Estes resultados estão de acordo com PEREIRA et al. (2001), HAMILTON e SAMMES (1999), PERA et al. (1997), TAMÁS et al. (1992), que utilizaram diferentes metais perigosos em ambiente cimentante. Verificaram através dos ensaios de lixiviação que houve o encapsulamento deles na matriz cimentante. Isto estaria relacionado ao pH básico da pasta de cimento, que favorece reações de transformação de metais solúveis em metais insolúveis.

3.2 ENSAIO DE SOLUBILIZAÇÃO

Analisando os resultados na tabela 6, nota-se que a concentração do Cr ficou acima da permitida pela norma nas amostras de blocos contendo 15% e 25% de PAE. Com estes resultados, os blocos contendo estes teores são classificados como classe II – não inertes.

Isto mostra que apesar da matriz cimentante ter apresentado bom desempenho quanto ao encapsulamento nos ensaios de lixiviação, em um ensaio mais agressivo (que é o caso do ensaio de solubilização) as matrizes contendo maiores adições do resíduo não foram capazes de encapsular os metais de forma eficiente e apresentaram concentrações superiores às permitidas pela NBR 10004 (1987). Isso demonstra a forte ligação entre a mobilidade dos metais e os valores de pH’s do meio extrator.

Segundo BERND (2003) o elemento Cr demonstra solubilidade em meio aquoso (pH alcalino), devido a formação de aquo-complexos facilmente dissociados e lixiviados em água. Ao contrário, em meio ácido – ensaios de lixiviação conforme a NBR 10005 (1987) – não foram verificadas concentrações acima da permitida pela norma em amostras de PAE e amostras de blocos contendo o resíduo.

Corroborando, Sloot (2000) mostrou que o Cr apresenta maiores lixiviações entre pH’s neutros e alcalinos.

(7)

3.3 ENSAIOS DE LIXIVIAÇÃO – NEN 7345 (1995)

Com base nos resultados da tabela 7, nota-se que o mecanismo de mobilidade do Cd nos blocos contendo 15% e 25% de PAE, e do Pb nos blocos contendo 5% do resíduo, foi por meio de difusão. Ou seja, além da momentânea lavagem superficial e dissolução dos metais, na difusão ocorre a mobilidade dos mesmos através do interior do monolito (no caso, dos blocos de concreto) para o meio aquoso.

Apesar do Cd apresentar comportamento preferencial de solubilização em meio ácido, quando na presença de cloro (contidos no PAE em torno de 3%, conforme análise de fluorescência de raios X) indica a possibilidade de formação de compostos complexos clorados de Cd que, segundo Sloot (2000), lixiviariam em meio alcalino. Salienta-se que o meio alcalino (pH aproximadamente 10) no ambiente de lixiviação é resultante do contato do bloco de concreto e o lixiviante (com pH inicial 4).

O Pb, por seu comportamento anfotérico (solubilidade tanto em meio ácido quanto em meio alcalino) e pela baixa quantidade de íons em solução (5% de PAE no bloco), tem menor volume de contra-íons no meio, o que lhe confere uma maior mobilidade nestes blocos, quando comparada com os blocos com 15 e 25% de PAE.

Segundo a teoria de Hüchel (1923), descrita por Russell (1982), esse comportamento do Pb estaria relacionado a sua maior condutividade devido a sua menor concentração no meio extrator. A baixa densidade iônica desenvolve preferencialmente mecanismo de lixiviação por meio de difusão em solução aquosa.

Assim, independente do teor de PAE utilizado, segundo a norma holandesa, todos os blocos contendo o resíduo estariam comprometidos ambientalmente para seu uso na construção civil.

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Tabela 5 Lixiviação dos extratos das amostras dos blocos contendo adições do PAE em teores de 5, 15 e 25%, e blocos referência (0%)

Teor (%) do PAE em relação à massa de cimento Amostras 0 5 15 25 Idade (dias) 7 14 21 28 7 14 21 28 7 14 21 28 7 14 21 28 Limites máximos NBR 10004 Cd mg/L* 0,02 0,03 0,10 0,03 0,02 0,03 0,07 0,03 0,07 0,10 0,19 0,07 0,14 0,24 0,41 0,16 0,50 Pb mg/L* 0,18 0,11 0,08 0,11 0,18 0,11 0,11 0,07 0,36 0,26 0,44 0,33 0,50 0,24 0,52 0,26 5,00 Cr mg/L 0,10 0,28 0,14 0,21 0,10 0,24 0,13 0,21 0,18 0,15 0,16 0,30 0,22 0,24 0,21 0,43 5,00 Cr+6mg/L 0,07 0,12 0,14 0,12 0,06 0,12 0,12 0,11 0,18 0,15 0,16 0,18 0,22 0,24 0,21 0,20 5,00*

* Cr total, pois a concentração do Cr6+ não é normalizada

Tabela 6 Solubilização dos extratos das amostras dos blocos contendo adições do PAE em teores de 5, 15 e 25%, e blocos referência (0%)

Teor (%) do PAE em relação à massa de cimento Amostras 0 5 15 25 Idade (dias) 7 14 21 28 7 14 21 28 7 14 21 28 7 14 21 28 Limites máximos NBR 10004 Cd mg/L* <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 0,05 Pb mg/L* <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 0,05 Cr mg/L 0,03 0,03 0,04 0,04 0,03 0,03 0,04 0,04 0,05 0,04 0,04 0,05 0,13 0,12 0,10 0,11 0,05 Cr+6mg/L 0,02 0,03 0,03 0,04 0,02 0,03 0,02 0,04 0,05 0,04 0,04 0,05 0,13 0,12 0,10 0,11 0,05*

* Cr total, pois a concentração do Cr6+ não é normalizada

Tabela 7 Lixiviação e coeficiente de difusão (De) dos extratos das amostras dos blocos contendo adições do PAE em teores de 5, 15 e 25%, e blocos referência (0%), conforme a NEN 7345 (1995)

Teor (%) do PAE em relação à massa de cimento Amostras 0 5 15 25 Etapas 1 3 5 6 1 3 5 6 1 3 5 6 1 3 5 6 De* Cd mg/L* - - - - 0,01 0,01 0,04 1,1 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 15 e 25% Pb mg/L* - - - - 2,8 0,05 0,05 0,05 3,2 16,0 0,05 0,05 0,22 0,95 0,05 005 5% Cr+6mg/L - - - - 0,01 0,01 0,03 0,02 0,01 0,19 0,05 0,06 0,01 0,01 0,1 0,1 -

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados dos ensaios de lixiviação, conforme a NBR 10005 (ABNT, 1987), para as amostras dos blocos de concreto com e sem adição do PAE, em nenhuma das idades analisadas ultrapassaram as concentrações máximas da norma. Isto significa que os blocos contendo PAE não pertencem à classe I - produtos perigosos. Contudo, para os ensaios de solubilização, verificou-se que a concentração do Cr ficou acima da norma nas amostras de blocos com 15% e 25% de PAE. Desta forma, os blocos pertencem a classe II – não inertes.

Quanto aos resultados obtidos pela NEN 7345 (1995), apenas os blocos sem adição do PAE não mostraram mecanismo de difusão dos metais analisados (Cd, Pb e Cr). Por outro lado, nos blocos contendo teores do resíduo de 15% e 25% verificou-se difusão para o elemento Cd, e nos blocos contendo 5%, notou-se difusão do Pb. Com isso, independente do teor de PAE utilizado, há o comprometimento ambiental dos blocos de concreto para pavimentação.

Portanto, tanto pelos procedimentos das normas brasileras quanto da norma holandesa, os blocos contendo 15% e 25% de PAE comprometem o meio ambiente, não sendo indicados seu uso nesses percentuais. Para os blocos contendo 5% de PAE, novos estudos merecem atenção, pois não foi constatada solubilidade dos metais acima da concentração máxima permitida pela NBR 10004 (ABNT, 1987), ao contrário da NEN 7345 (1995) em que verificou-se mecanismo de difusão por parte do Pb.

5 AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos que colaboraram na realização desse trabalho e ao CNPq pelo auxílio financeiro.

6 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6474: cimento portland e outros materiais em pó determinação da massa específica: método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7211: agregado para concreto: especificação. Rio de Janeiro, 1983.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10004: resíduos sólidos – classificação. Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10005: lixiviação de resíduos – procedimento. Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10006: solubilização de resíduos – procedimentos. Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 11578: cimento Portland composto– especificação. Rio de Janeiro, 1991

BERND, M. G. S. Estudos de lixiviação do pó de aciaria elétrica (PAE) em monolitos de concreto. Exame de qualificação apresentado ao Programa de Pós-graduação de Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGEM) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2003.

BREHM, F.A. et al. Caracterização química, térmica e estrutural de pós de aciaria elétrica. XIII Seminário de fusão, refino e solidificação, 2001, Bahia.

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ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. RCRA Orientation Manual, 1990. Disponível em 11/2001: http://www.epa.gov/epaoswer/general/orientat

HAMILTON, I. W.; SAMMES, N. M. Encapsulation of steel foundry bag house dusts in cement mortal. Cement and concrete research, n. 29, 1999.

NORMA HOLANDESA (1995): NEN 7345 – Caracterização de lixiviação de materiais de construção sólidos, em forma ferrosa ou rochosa, e de resíduos. Ensaio de Extração. Dertminação da lixiviação de componentes inorgânicos de materiais moldados e monolitos com esaios de difusão.

PERA, J., et al. Design of a novel system allowing the selection of an adequate binder for solidification/stabilization of wastes. Cement and Concrete Research, v. 27, n. 10, p. 1533-1542, 1997.

PEREIRA C. F.; et al. Solidification/stabilization of eletric arc furnace dust using coal fly ash. Journal of Hazardous Materials, v. B82, p. 183-195, 2001.

RUSSEL, J. B. Química geral. São Paulo Mc Graw Hill, 1982. 896p.

SLOOT, V.H.A. Comparison of the characterization leaching behaviour of cement using standard (EN 196-1) cement mortar and assessment products during their service life and recycling. Cement and Concrete Research, v. 30, p. 1079-1096, 2000.

STEGEMANN, J. A.; CÔTÉ, P. L. A Proposed Protocol For Evaluation Of Solidified Wastes.The Since of the Total Enviroment, v. 178, p. 103-110, 1996.

TAMÁS, F. D. et al. Effect of absorbents on the leachability of cement bonded electroplating wastes. Cement and Concrete Research, v. 22, p. 399-404, 1992.

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ENVIRONMENT ASSESSMENT - NBR 10005, NBR 10006 E

NEN 7345 – IN CONCRETE PAVEMENT BLOCKS WITH

ELECTRIC-ARC FURNACE DUST

. VARGAS, Alexandre S. de2, SEBAG, Maria da Graça3; MASUERO, Ângela B.4 , BERNARDES, A.5,

VILELA, Antônio C. F.6

Abstract

The electric-arc furnace dust (EAFD) is a waste produced in metallurgical industries that utilize the scrap iron as raw material main for the production steel in electric arc furnace (EAF). The EAFD compound’s are different oxides metals and it contain toxic elements, among them Cd, Pb and Cr. EPA (1990) and NBR 10004 (ABNT, 1987) classify the EAFD as a hazardous waste. The aim of this research was to evaluate the weathering of the concrete pavement blocks samples, prepared with several rates addition of EAFD. With the solidification/stabilization (S/S) method, intend to transform the hazardous EAFD in the by-product EAFD, as long as the cementant matrix encapsulate the toxic elements present in the EAFD. The concrete pavement blocks was evaluated with leaching test (NBR 1005, 1987) and solubility test (NBR 10006, 1987), at the ages of 7, 14, 21 and 28 days. The leaching extracts analysis at the samples didn’t show concentration above standard the permitted. Nevertheless, in the solubility test the extracts concentration of the Cr remained above permitted the concrete pavement blocks with 15% and 25% EAFD. Thus, the blocks with additions of the EAFD was classified as Class II – no inert, according to NBR 10004 (ABNT, 1987). However, submitting the one year old concrete pavement blocks in leaching test (NEN 7345) it was observed the 5% EAFD blocks presented Cd effective diffusion, and the 15% and 25% EAFD presented Pb effective diffusion.

Key words: solidification/stabilization, electric-arc furnace dust, concrete blocks for pavement, monolith

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2 Eng. Civil, Msc., Doutorando –PPGEM/UFRGS, alevar@cpgec.ufrgs.br 3

Química, Msc., Doutoranda PPGEM/UFRGS

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Prof. Dr. DECIV-PPGEC/UFRGS

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Prof. Dr. LACOR –PPGEM/UFRGS

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