Diagnóstico-flash ao mercado
Âmbito
O que se pretende com este artigo é, de forma muito resumida, apresentar alguns dados do mercado do SENEGAL num formato flash, que ajude ou facilite a tomada de decisão de quem tem este mercado como destino e/ou prioridade.
Na imagem acima podemos observar os 10 principais clientes das exportações
portuguesas em 2015. O Senegal representou em 2015 um valor relativamente pequeno na ordem dos 45 milhões de euros. Sendo que o peso dos “Outros”, aonde se inclui o mercado em análise, tem um peso de 23,8% sobre o total.
Em 2011 Portugal vendeu para o mercado Senegalês 35Meur – o valor do mercado cresceu, então, 30% em 4 anos para os 45Meur. Fazemos notar que são dados apenas de bens e mercadorias pois não existem dados fidedignos do valor dos serviços.
Situação económica e perspectivas em resumo
• A costa senegalesa foi um dos territórios da África Negra colonizados
pelos europeus (primeiros foram os portugueses aquando do dobrar do cabo verde) - ilha de Gorée, em frente a Dakar, foi durante séculos um dos mais importantes centros de tráfico de escravos da África
• No fim do século XIX, o Senegal passou a integrar a África Ocidental Francesa, e parte dos habitantes urbanos do país obteve a cidadania francesa
• Em 1946 a medida foi estendida a todos senegaleses e o país tornou-se território ultramarino da França
• Em agosto de 1960, declarou-se independente e elegeu como presidente Léopold Sédar Senghor (governou até 1981)
• O Senegal está entre os dez países mais competitivos da África subsaariana; Republica com 15 milhões de habitantes; dobro da área de Portugal em km2 • Nação jovem, independente desde 1960 – uma das mais estáveis democracias do
continente africano; republica presidencialista com uma reforma constitucional em 2008
• Capital DAKAR com 3 milhões de habitantes; outras cidades: Thiès; Mbour; Saint-Louis; Kaolack; Ziguinchor
• Cerca de 94% da população é muçulmana e 5% é católica; A língua oficial é o francês; Moeda Franco CFA (XOF); 1 EUR=655,957 XOF (paridade fixa face ao euro desde Janeiro de 1999)
• Estabilidade política; prevista uma taxa de crescimento de 7% em 2017; risco de crédito elevado (6/7 Cosec) e risco baixo do pais BB (A a D)
• O sector agrícola, motor da economia senegalesa, contribui com 14,9% para o Produto Interno Bruto (PIB) e absorve mais de 75% da população
• O sector secundário, que representa 22,7% do PIB, assenta na extração e transformação de fosfatos, na indústria agroalimentar, na construção e obras públicas e na produção de cimento
• O sector terciário é responsável por 62,4% do PIB e assenta, sobretudo, na atividade turística, uma importante fonte de divisas para o país
• Mais de uma década (1996-2007) de resultados macroeconómicos positivos e relativamente estáveis, com uma taxa de crescimento do PIB da ordem de 4,5% (média anual); 2009 fixou-se em 2,2% - consequências da crise na contração do investimento privado, na diminuição dos fluxos turísticos e na estagnação das remessas dos emigrantes
• Entre 2010 e 2013 - a economia voltou a terreno francamente positivo - taxa de crescimento médio anual do PIB de 3,4%; 4,8% de média nos últimos 3 anos • Os cidadãos portugueses não precisam de visto para permanências até 3 meses;
apenas passaporte comum válido
• Inflação baixa e controlada - os produtos alimentares constituem o principal fator impulsionador da inflação senegalesa. O aumento da produção doméstica, bem como os subsídios governamentais, a imposição de um teto de preços nos bens essenciais, a estabilidade da moeda (indexada ao Euro) e a descida das
commodites no mercado têm contribuído para controlar os preços
• A política governamental passa por auditar projetos e instituições com o objetivo de reduzir o desperdício de dinheiros públicos e de recuperar a confiança dos investidores (foram extintos 59 organismos públicos)
• Plan Sénégal Émergent - intenção de angariar 7,8 mil milhões de dólares, um
ambicioso programa de desenvolvimento estratégico económico e social a 10
anos, orçado em 21 mil milhões de dólares
• 2007, acordo com o FMI para um programa de reformas, que assentou no regresso a uma política orçamental prudente, no reforço da transparência, na promoção do sector privado e no desenvolvimento do sector financeiro - o país viu confirmado novo apoio trienal
• As flutuações do PIB senegalês estão fortemente relacionadas com a qualidade do ano agrícola, pelo que o setor se reveste de particular importância (16% PIB)
• Uma posição geográfica estratégica: está a uma curta viagem de avião da Europa dos Estados Unidos
• Dakar encontra-se no cruzamento de várias rotas marítimas e apresenta uma verdadeira vantagem comparativa para o tráfego marítimo. A ligação marítima para a Europa realiza-se em menos de 6 dias e em 7 dias para os Estados Unidos • Fica em frente do arquipélago de Cabo Verde e faz fronteira com a Gâmbia,
Mauritânia, Mali, Guiné e Guiné-Bissau dando assim a oportunidade de abastecer estes países a partir do Senegal
• Vantagens competitivas - um acesso privilegiado aos mercados regionais e
internacionais; um sistema bancário eficiente; empresas de seguros de qualidade; um quadro jurídica e fiscal incentivador; Infra-estruturas modernas e
estruturantes
• O Senegal tem uma posição pouco relevante no comércio internacional de bens, tradicionalmente uma balança comercial francamente deficitária
• O défice da balança comercial é compensado, parcialmente, pelas receitas provenientes do sector dos serviços (turismo e transportes), assim como pelas remessas dos emigrantes
• Espaço da CEDEAO e da UEMOA – Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental – (15 estados) livre circulação dos bens, sem barreiras alfandegárias, permite diversificar os mercados de proximidade, parceiros e fornecedores; programas de facilitação dos transportes e da harmonização dos procedimentos alfandegários; livre circulação de capitais; facilidade de investimento nos países vizinhos; acesso à mão-de-obra de todos os outros países membros; cidadões comunitários podem-se deslocar livremente para qualquer país membro da comunidade económica, residir e permanecer afim de exercer aí uma actividade
• A relação com a União Europeia desenvolve-se no quadro do Acordo de Cotono assinado em junho de 2000 entre a UE e 79 países ACP (África Cotonou, assinado em junho de 2000, entre a UE e 79 países ACP (África, Caraíbas e Pacífico), válido por um período de 20 anos. O Country Strategy Paper for Senegal (2008-2013) apresenta o quadro estratégico de cooperação sob o 10º EDF (European Development Fund), com especial foco no apoio ao comércio regional e integração, desenvolvimento de infraestruturas e redução da pobreza
• Atualmente a UE e os países da região da CEDEAO encontram-se em fase de negociação de uma parceria económica regional, unicamente o Ghana e a Costa do Marfim já assinaram os respetivos Acordos de Parceria Económica Interinos
Evolução da Balança Comercial
O Senegal tem uma posição pouco relevante no comércio internacional de bens e apresenta tradicionalmente uma balança comercial francamente deficitária. Dados relativos a 2015 indicam que as exportações atingiram ,aproximadamente, 3.000 milhões de USD. Relativamente às importações, estas terão ascendido a 7.000 milhões de USD – crescimento nas duas componentes no período de 2013/2015
Principais Clientes
De acordo com os dados disponibilizados pelo International Trade Centre (ITC), o Mali representa habitualmente o principal destino das exportações do Senegal (17% do total em 2015), seguido pela Suíça (8,6%). A Índia tem vindo a perder importância nos anos mais recentes, ocupando a 3ª posição (5,4%). Destacam-se ainda outros países africanos que constituem importantes clientes do Senegal, como sejam a Rep. Guiné, a Gâmbia, a Mauritânia e a Guiné-Bissau
Principais fornecedores
A França ocupa tradicionalmente o lugar de principal fornecedor do Senegal (16,4% do total das importações em 2015), seguida da China (9,7%). A Nigéria, a Índia e Espanha são também importantes fornecedores. Portugal ocupa a 23ª posição enquanto fornecedor do Senegal, sendo responsável por aproximadamente 1,0% das importações do país
Operadores portugueses em número
De acordo com os dados publicados pelo INE, o número de empresas portuguesas
exportadoras para o SENEGAL foi de 233 em 2015 (150 em 2011). Número que aumentou 75% desde 2011.
A sua empresa já é ou será uma das +233 empresas? “Se não formos nós a exportar ou a investir no SENEGAL uma coisa é certa, serão outros!”
Análise SWOT ao mercado simplificada
Pontos Fortes
Uma posição geográfica estratégica: está a uma curta viagem de avião da Europa dos Estados Unidos (4 horas); Entre os dez países mais competitivos da África
subsaariana; Os cidadãos portugueses não precisam de visto para permanências até 3 meses; apenas passaporte comum válido; Inflação baixa e controlada e os últimos 5 anos de resultados macroeconómicos positivos e relativamente estáveis; PSE (Plano Senegal Emergente) - país em profunda mudança, onde as reformas estruturais estão a avançar a bom ritmo e onde existe um vasto plano de desenvolvimento das
infraestruturas; Exemplo de estabilidade política e económica em África, sendo também apontado como um caso de sucesso em termos de democratização;
Imprensa livre e um parlamento activo, onde é reconhecida a qualidade do ensino e formação, bem como o nível das suas infraestruturas; Previsão uma taxa de
crescimento de 7%, em 2017; Espaço da CEDEAO e da UEMOA – Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental – (15 estados)
Pontos Fracos
Um dos principais obstáculos que o sector industrial enfrenta é o preço da
electricidade; Risco de crédito elevado (6/7 Cosec) embora risco baixo do pais BB (A a D); Uma posição pouco relevante no comércio internacional de bens,
tradicionalmente uma balança comercial francamente deficitária; Taxa de
desemprego muito elevada e mais de 50% da população abaixo da linha de pobreza; Actividade económica dependente do clima devido ao peso da agricultura no PIB; Algumas oscilações de preços nos produtos primários; Infra-estruturas de energia e
transporte ainda inadequadas para o desenvolvimento desejado pelo governo; Défices excessivos e contínuos da contas públicas; Pobreza e amplitudes no desenvolvimento de algumas regiões; Informalidade e alguma corrupção que merecem atenção dos investidores
Oportunidades
Boas oportunidades de negócio na área da construção civil e de máquinas e equipamentos; Outros: sectores como o têxtil calçado tecnologias de informação e produtos farmacêuticos; Dakar encontra-se no cruzamento de várias rotas marítimas e apresenta uma verdadeira vantagem comparativa para o tráfego marítimo; Espaço da CEDEAO e da UEMOA – Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental – (15 estados) abastecimento de paises como Cabo Verde, a Gâmbia, Mauritânia, Mali, Guiné e Guiné-Bissau a partir do Senegal; Sistema bancário eficiente; empresas de seguros de qualidade; um quadro jurídica e fiscal incentivador; Infra-estruturas modernas e estruturantes face a outras economias africanas; Dakar, encontra-se bem servida por redes de comunicação, tendo estradas, caminhos-de-ferro, aeroporto internacional e um bom porto marítimo; Turismo como sector emergente, em
resposta à necessidade de diversificar as bases de apoio da economia
Ameaças
Risco de crédito elevado – obrigatório boa avaliação de um potencial comprador; Baixo ritmo de reformas para os objectivos do PSE; Crescimento dependente da agricultura, da mineração e projectos de infraestruturas; Baixos indices do doing business do banco mundial (em melhoria nos últimos anos); Peso elevado da
economia informal que conduz a situações de concorrência desleal; Riqueza baixa por habitante, sendo o PIB per capita de 1200 dólares e, como tal, um dos mais baixos em toda a África; Rápido ritmo de mudança nos negócios internacionais – risco politico interno e geopolítico pela dependência de outras economias; Persistência de níveis elevados de pobreza em diversas regiões do país; Custos elevados de logística
Esperamos que esta breve síntese, esteja em que grau de maturidade estiver no mercado, facilite a tomada de decisão seja ela de maior aposta/prioridade ou não. A economia
senegalesa é efectivamente pequena - crescimentos expressivos não fazem milagres quando o valor de partida é baixo, mas o crescimento tem sido saudável e sustentável. Dentro da CEDEAO vislumbram-se algumas oportunidades que devem ser levadas a sério.
Aconselhamos prudência na validação dos dados do comprador, e da apetência e escalda do país para alguns produtos.
Informações e Contactos
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