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Departamento dos Assuntos Económicos

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Academic year: 2021

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EA10423

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA Departamento dos Assuntos Económicos

Julho de 2013

Modalidades de implementação das duas opções

adoptadas pela Conferência dos Chefes de Estado

e de Governo da União Africana sobre as Fontes

Alternativas de Financiamento

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Sumário

ABREVIATURAS ... ii

RESUMO ... ii

I. INTRODUÇÃO ... 1

II. OS MODELOS EXISTENTES ... 1

III. MODALIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DAS DUAS OPÇÕES ADOPTADAS PELA CONFERÊNCIA ... 7

IV. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS OBTIDOS ... 10

V. MECANISMO DE CONTROLO E DE SUPERVISÃO ... 10

VI. MECANISMO DE COMPENSAÇÃO ... 10

VII. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ... 11

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ABREVIATURAS

BAD Banco Africano de Desenvolvimento

BCEAO Banco Central dos Estados da África Ocidental

CAADP Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África CIF Custo Seguro Frete

CARMMA Campanha para a Aceleração da Redução da Mortalidade Materna em África CCI Contribuição Comunitária de Integração

CEDEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEEAC Comunidade Económica dos Estados da África Central CER Comunidades Económicas Regionais

E.U. Estados Unidos

GAVI Aliança Global para Vacinas e Imunização

IATA Associação Internacional dos Transportes Aéreos MIP Programa Mínimo de Integração

NEPAD Nova Parceria para o Desenvolvimento da África IC Imposto Comunitário

PCS Imposto Comunitário de Solidariedade

PIDA Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas em África RNB Rendimento Nacional Bruto

RPT Recursos Próprios Tradicionais IVA Imposto sobre Valor Acrescentado UA União Africana

UEMOA União Económica e Monetária da África Ocidental UNITAID Facilidade Internacional de Compra de Medicamentos

VIH/SIDA Virus de Imunodeficiência Humana/* Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

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Este documento inscreve-se no quadro da implementação da decisão «Assembly/AU/Dec.486(XXI) da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre as fontes alternativas de financiamento da União Africana. Apresenta os mecanismos de operacionalização das duas opções seleccionadas pelo Painel de Alto Nível e aprovadas em princípio pela Conferência. Após ter apresentado as experiências da Comissão da União Europeia e de algumas Comunidades Económicas Regionais sobre os seus mecanismos de financiamento, o documento descreve igualmente o mecanismo de financiamentos inovadores para o desenvolvimento.

Ressalta deste documento que a cobrança das taxas (Taxa aplicada ao bilhete de avião e Taxa turística) será feita em estreita colaboração com os Estados Membros. A cobrança da taxa aplicada ao bilhete de avião será feita em colaboração com a IATA e agências de transportes nos Estados Membros, enquanto a cobrança da taxa turística será feita em estreita colaboração com os Ministérios responsáveis pelo turismo nos Estados Membros. Serão abertas contas nos bancos centrais dos Estados Membros para receber os recursos arrecadados a partir dessas duas taxas. O documento propõe igualmente um método de utilização dos recursos e um mecanismo de compensação para atenuar o impacto dos impostos sobre as economias dos Estados Membros.

Para uma operacionalização rápida das opções adoptadas pela Conferência, o documento propõe ainda uma série de recomendações.

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I. INTRODUÇÃO

Durante a 21ª Sessão da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que marcou também o 50º aniversário da criação da Organização da Unidade Africana/União Africana, o Painel de Alto Nível sobre as fontes alternativas de financiamento da União Africana, liderado pelo antigo Presidente da República Federal da Nigéria, S.E. Olusegun Obasanjo, e constituído por S.E. Edem Kodjo, antigo Secretário Geral da Organização da Unidade Africana e S.E. Luísa DIOGO, antiga Primeira Ministra e Ministra das Finanças de Moçambique, apresentou o seu relatório. A Conferência, após ter analisado as várias propostas, adoptou em princípio o relatório, bem como as duas opções propostas como fontes alternativas de financiamento da União Africana (ver decisão em anexo), que são nomeadamente:

a) a taxa de hospitalidade de 2 dólares por estadia nos hotéis ;

b) a taxa de 10 dólares aplicada aos bilhetes de avião para os voos de partida ou de destino da África.

Além disso, a Conferência na sua decisão solicitou a Comissão a submeter o relatório à Conferência Extraordinária dos Ministros da Economia e das Finanças com vista à apresentação de propostas de implementação das várias opções indicadas. A Conferência solicitou ainda que se analisasse a possibilidade de aumento das contribuições estatutárias, bem como novas opções formuladas pelos Estados Membros com as suas modalidades de implementação, para que seja apresentado um relatório pormenorizado na sua próxima sessão ordinária em Janeiro de 2014 para decisão final.

Para a implementação dessa decisão, a Comissão da União Africana descreve neste documento as modalidades de implementação destas duas opções depois de ter feito uma breve análise da experiência do mecanismo de financiamento inovador a nível de algumas comunidades económicas regionais e uniões monetárias. Este documento apresenta na primeira parte a experiência das Comunidades Económicas Regionais (CERs), da União Europeia e de alguns países sobre os mecanismos de financiamento inovador, e depois na segunda parte os mecanismos de operacionalização das duas opções do relatório de Obasanjo.

Este documento será apresentado à Reunião Extraordinária da Conferência dos Ministros Africanos de Economia e Finanças prevista para o mês de Outubro de 2013 em Adis Abeba, Etiópia, para análise e recomendação. Em seguida um relatório completo sobre os mecanismos de implementação será apresentado à 22ª Sessão da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana que se realizará em Janeiro de 2014 em Adis Abeba, Etiópia, para decisão final.

II. OS MODELOS EXISTENTES

A. MECANISMO DE FINANCIAMENTOS INOVADORES PARA O DESENVOLVIMENTO

O mecanismo de financiamento inovador para o desenvolvimento é um mecanismo destinado a angariar fundos para o desenvolvimento. Estes instrumentos são caracterizados pela sua complementaridade em relação à ajuda pública ao desenvolvimento, pela sua previsibilidade e estabilidade. Estão intimamente ligados à

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ideia de bens públicos mundiais e visam também corrigir os efeitos negativos da globalização.

Este imposto, por exemplo, ajudou a França a disponibilizar quase 900 milhões de euros durante os primeiros 5 anos além da ajuda tradicional. A previsibilidade dos recursos é coerente com as necessidades da ajuda ao desenvolvimento. Justifica-se nomeadamente para o financiamento de programas de luta contra VIH/SIDA, doença crónica, cujos pacientes são obrigados a tomar medicamentos diariamente e sem interrupção. As contribuições arrecadadas a nível nacional devem ser coordenadas a nível internacional para serem afectadas, na sua maior parte, à facilidade internacional de compras, UNITAID. Aos fundos obtidos desta taxa acrescentam-se os de uma taxa sobre querosene aplicada na Noruega, que arrecada um pouco mais 20 milhões de dólares por ano.

Lançada em Setembro de 2006, UNITAID (com o objectivo de aumentar o acesso aos diagnósticos e tratamentos do VIH/SIDA, Tuberculose e Malária através de intervenções nos mercados) é uma Facilidade Internacional de Compra de Medicamentos. Destina-se a combater as grandes pandemias que afectam uma parte dos países em desenvolvimento, melhorando o acesso das populações aos tratamentos de qualidade. UNITAID compra os medicamentos e meios de diagnóstico necessários com os fundos mobilizados. UNITAID comprometeu-se a investir ao longo dos seus primeiros cinco anos mais de 1 bilião de dólares em 90 países beneficiários, principalmente países de baixo rendimento.

UNITAID dispõe de um orçamento anual de aproximadamente 350 milhões de dólares, que se baseia num financiamento proveniente essencialmente de duas fontes. Por um lado, os países doadores e a Fundação Gates concedem contribuições orçamentais distribuídas ao longo de vários anos. Por outro lado, quase metade dos fundos disponíveis provém de receitas cobradas através de contribuições de solidariedade incluídas nos bilhetes de avião.

A promoção da taxa aplicada aos bilhetes de avião continua a ser uma prioridade do Grupo piloto sobre os financiamentos inovadores para o desenvolvimento, que lançou em Conakry um grupo de trabalho dos países africanos a fim de convencer o maior número de Estados do continente a implementar, de acordo com asa suas próprias características, esta contribuição de solidariedade.

O imposto de solidariedade aplicado aos bilhetes de avião é um mecanismo que se baseia num sistema de contribuições obrigatórias para cada passageiro aéreo. O montante é deduzido pelo Governo no momento da compra do bilhete. Os fundos são afectados à UNITAID para alimentar o Fundo Global e GAVI (Aliança Global para Vacinas e Imunização).

Vários países africanos aplicam este imposto em nome da UNITAID e contribuem assim para o orçamento da UNITAID. O ano em que os países começaram a contribuir, e os montantes arrecadados estão entre parênteses: Camarões (2011, 1,7 milhões de dólares), Congo (2011, 1,09 milhões de dólares), Madagascar (2009, 27.000 dólares), Mauricias (2007, 7.032.000 dólares), Mali (2010, 928.000 dólares), Níger (2007, 281.000 dólares). Os seguintes países africanos estão em negociações avançadas para a aplicação do imposto sobre os bilhetes de avião e a contribuição à solidariedade mundial: Benin, Burkina Faso, Guiné, Libéria e Senegal. Outros países

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estão no processo de discussão: Chade, Quénia, Moçambique e Nigéria. (Ver em anexo a lista de países do grupo piloto).

B. MECANISMOS DE FINANCIAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA

1. Os vários impostos

O orçamento da União Europeia é financiado pelos recursos próprios e outros tipos de receitas.

Os recursos próprios. São constituídos por receitas da UE e são de três tipos:  os recursos próprios tradicionais (RPT) que são principalmente

constituídos por direitos aduaneiros aplicáveis às importações de produtos provenientes dos países não pertencentes à UE e quotizações sobre o “açúcar”. Os Estados Membros retêm 25% do montante para compensar as suas despesas de cobrança.

o recurso baseado no imposto sobre o valor acrescentado (IVA). É uma taxa uniforme que é aplicada à base harmonizada do IVA em cada Estado Membro. Este recurso do IVA representa cerca de 14 biliões de euros. A matéria colectável IVA a ter em conta é limitada a 50% do RNB de cada Estado Membro. Esta regra tem por objectivo evitar que os Estados Membros menos prósperos paguem uma parte desproporcionada em relação à sua capacidade de contribuição. Com efeito, o consumo e o IVA tendem a representar uma percentagem mais elevada do rendimento nacional dos países menos prósperos.

O recurso baseado no rendimento nacional bruto (RNB). É uma taxa

uniforme aplicada ao RNB de cada Estado Membro. Serve para equilibrar as receitas e as despesas orçamentais, isto é, financiar a parte do orçamento que não é coberta por outras receitas. Embora se trate de um elemento de equilíbrio, este recurso constitui hoje a fonte de rendimento mais importante. Representa 92,7 biliões de euros.

2. Outras receitas

O orçamento é igualmente alimentado por outros tipos de receitas, como:

 as taxas aplicadas às remunerações do pessoal das instituições europeias;  as contribuições de países terceiros a determinados programas europeus ;  as multas aplicadas às empresas que infringem as regras de concorrência

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3. Parte das contribuições estatutárias (a completar)

C. EXPERIÊNCIA DAS COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS C.1. Mecanismo de financiamento das actividades da CEDEAO

O orçamento da CEDEAO é financiado essencialmente pelas receitas colectadas através da taxa comunitária.

1. Taxa comunitária

O imposto é introduzido para o financiamento das suas actividades. A taxa do imposto comunitário é fixada em 0,5 do valor CIF das mercadorias importadas de países terceiros fora da CEDEAO. Mas esta taxa, se for necessário, pode ser modificada de três em três anos pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo por recomendação do Conselho.

O âmbito de aplicação deste imposto comunitário não inclui: produtos originários da CEDEAO (produtos industriais aprovados, produtos crus e produtos do artesanato tradicional); produtos fabricados nos Estados Membros, mas que não preenchem as condições de origem da CEDEAO; produtos originários de países terceiros nacionalizados pela sua introdução no consumo num Estado Membro e reexportados para um outro Estado Membro. Também são isentos do imposto comunitário os seguintes elementos: as ajudas, doações e subvenções não reembolsáveis destinadas a um Estado, pessoas colectivas de direito público e obras de beneficência reconhecidas de utilidade pública; produtos originários de países terceiros, importados no quadro dos financiamentos concedidos pelos parceiros estrangeiros, sob reserva de uma cláusula expressa que isenta os referidos produtos de qualquer imposição fiscal e parafiscal; mercadorias importadas pelos beneficiários de um regime fiscal estabilizado em curso à data da entrada em vigor do presente protocolo; mercadorias que foram afectadas pela imposição da taxa comunitária no âmbito de um regime anterior.

As bases do imposto comunitário são: o valor CIF de porto de desembarque para as importações por via marítima; o valor CIF no ponto de entrada no território aduaneiro da Comunidade para as importações por via terrestre; o valor aduaneiro no aeroporto de desembarque para as importações por via aérea; o valor mercurial para os produtos sujeitos ao mercurial.

2. Modalidades de implementação da taxa comunitária

A cobrança é efectuada pelos cobradores ou os chefes dos serviços aduaneiros competentes. Para o efeito, uma linha suplementar é aberta nos seus livros de contabilidade, onde são registados diariamente os montantes recebidos a título da taxa comunitária. A Comissão da CEDEAO abre uma conta no Banco Central de cada Estado Membro (para os países que têm o seu próprio Banco Central) e junto da Agência do BCEAO, para os países membros da UEMOA; Na realidade, com base no valor de importação das mercadorias importadas, os serviços aduaneiros solicitam o importador (que é também do sector privado) a emitir dois cheques: um cheque a favor da UEMOA (1%) e o segundo a favor da CEDEAO (0,5%). Os serviços aduaneiros depositam os cheques recebidos dos importadores nas contas da UEMOA e da CEDEAO, abertas no Banco Central de cada Estado.

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A receita da taxa comunitária serve para alimentar: os orçamentos ordinários da Comunidade e suas instituições, excluindo o orçamento do Fundo de Cooperação, Compensação e Desenvolvimento; o orçamento de compensação de perdas sofridas devido à liberalização do comércio; o financiamento de actividades de desenvolvimento; qualquer outra afectação decidida pela Conferência ou pelo Conselho, incluindo o aumento do capital do Fundo da CEDEAO. Na CEDEAO, os orçamentos acima referidos são anualmente fixados pelo Conselho de Ministros por recomendação da Comissão de Administração e Finanças;

Os excedentes devidos ao imposto comunitário no conjunto das despesas autorizadas (em relação a um exercício orçamental) são inscritos nos livros contabilísticos da Comissão. Os défices constatados no financiamento das despesas autorizadas são, por decisão do Conselho de Ministros, cobertos pelos excedentes dos exercícios anteriores, contabilizados novamente;

Quando as dotações transitadas não são suficientes para financiar ou para cobrir os défices, esses défices são eliminados da seguinte forma: adiando a execução de determinadas acções cuja realização pode esperar ou pode ser financiada por outras fontes de financiamento; através da mobilização de fundos complementares dos Estados Membros. O défice é então dividido entre os vários orçamentos em função da sua parte representativa no conjunto dos orçamentos previstos. As contribuições complementares a mobilizar junto dos Estados Membros são determinadas em conformidade com os critérios de repartição dos orçamentos da Comunidade.

Quando se verifica, em três exercícios orçamentais consecutivos, défices ou excedentes, com valor superior a 25% do total dos orçamentos aprovados, o Conselho de Ministros procede aos ajustamentos necessários, ou seja: em caso de défice, por um alargamento do âmbito de aplicação; ou por um aumento da taxa de imposto comunitário e em caso de excedente, por uma redução da taxa do imposto comunitário.

Durante o período de 2007, 2008 e 2009, as receitas do imposto comunitário ascenderam (em milhões de dólares) a 230, 314 e 360 respectivamente. Durante o mesmo período, os orçamentos aprovados das Instituições da CEDEAO ascenderam (em milhões de dólares) a 160, 220 e 274 respectivamente. Isso corresponde a um saldo positivo de 72, 94 e 86 milhões de dólares respectivamente.

Com efeito, a CEDEAO teve em três anos, um saldo positivo acumulado de 252 milhões de dólares registados nas suas contas como dotação transitada.

Este saldo positivo constitui um verdadeiro «tesouro de guerra» para a CEDEAO, o que lhe confere uma margem de manobra considerável na execução do seu mandato.

C.2. Mecanismo de financiamento da CEAAC 1. Contribuição comunitária de integração (CCI)

Os produtos originários de países terceiros importados pelos Estados Membros destinados ao consumo estão sujeitos à CCI. Na CEEAC, o valor tributável é o valor aduaneiro das mercadorias, ou seja, o valor CIF (custo seguro frete) ou o valor da

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transaccional. São excluídos do âmbito de tributação ou aplicação, os produtos originários da Comunidade e produtos importados sob regimes aduaneiros suspensivos. O orçamento é aprovado de acordo com os procedimentos clássicos e é distribuído entre os países com base numa tabela de repartição escolhida consensualmente. A originalidade neste caso, é que cada país só deve transferir (através do seu Banco Central) para a conta central da CEEAC aberta no Banco Central do país sede, o montante da sua contribuição determinado pela tabela de distribuição.

Acontece igualmente que um determinado país pode ser excedentário (é o caso geral observado pelos responsáveis da CEEAC). Neste caso, o país dispõe de um excedente que vai aumentando e sobre o qual tem o direito, a legitimidade de afectar as suas contribuições futuras. A boa notícia é que, se a CCI for bem aplicada e todos os países tiverem um excedente na conta da CEEAC aberta no seu Banco Central, é toda a região que fica reforçada.

Isso permite às autoridades ter conhecimento do aumento do orçamento da organização com vista a superar os desafios do crescimento e desenvolvimento, ou enfrentar outros desafios, como a luta contra as endemias e pandemias, a fome, as catástrofes naturais etc.

2. Modalidades de implementação do imposto comunitário

A CCI é cobrada pelas administrações nacionais, ou seja, pelos serviços de alfândega ou tesouro. As quantias recebidas como CCI são transferidas para uma conta aberta em nome da CEEAC, no Banco Central de cada país membro. E uma conta central CEEAC é também aberta no Banco Central do país que abriga a sede. No caso em apreço, em Libreville (Gabão).

As receitas arrecadadas como CCI são afectadas da seguinte forma: Orçamento de funcionamento do Secretariado Geral; Orçamento do COPAX (Conselho de Paz e Segurança na África Central); Orçamento do Fundo de Compensação.

Também, as receitas arrecadadas servem para: Atribuir as dotações de capital de FCD/FRAS; Financiar todas as outras iniciativas decididas pela Conferência dos Chefes de Estado e Governo.

C.3. Mecanismo de financiamento da UEMOA 1. Imposto Comunitário de Solidariedade

UEMOA aplica perfeitamente o sistema de imposto comunitário de solidariedade (ICS). O facto de que esta instituição já opera na União Aduaneira, facilita a aplicação de tal medida. A taxa de imposto é de 1%, o que faz com que a taxa cobrada nos países membros da UEMOA seja de 1,5%, que é assim distribuída: 1% para a conta da UEMOA; e 0,5% para a conta da CEDEAO.

2. Modalidades de implementação do imposto comunitário de solidariedade

As modalidades de implementação do imposto comunitário de solidariedade a nível da UEMOA continuam a ser idênticas às que funcionam a nível da CEDEAO. Em

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relação ao imposto comunitário (IC) da CEDEAO no cordão aduaneiro, as alfândegas dos países membros da UEMOA também cobram o imposto comunitário de solidariedade (ICS).

I.

III. MODALIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DAS DUAS OPÇÕES ADOPTADAS PELA CONFERÊNCIA

Convém realçar as duas opções adoptadas pela Conferência : a) A taxa de hospitalidade de 2 dólares por estadia nos hotéis; e

b) A taxa de 10 dólares aplicada aos bilhetes de avião para os voos de partida ou de destino da África ou para os voos entre os países africanos.

1. Proposta de tributação nos bilhetes de avião

A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana adoptou em princípio a taxa de 10 dólares nos bilhetes de avião para voos de partida ou de destino da África, como uma das fontes alternativas de financiamento da União Africana. Esta taxa conhecida como «imposto de solidariedade» já é praticada em alguns países do mundo especialmente os países do G8 e do G20, bem como pelos países membros do grupo piloto sobre os financiamentos inovadores para o desenvolvimento.

Vários países africanos praticam igualmente esta taxa no contexto da UNITAID. Mas convém aproveitar a experiência do Senegal que aplica uma taxa semelhante para o financiamento da construção do seu novo aeroporto. Senegal aplica esta taxa apenas nos voos que partem dos aeroportos do país. A cobrança deste imposto é feita por intermédio de IATA (Associação Internacional dos Transportes Aéreos) a nível de todas as companhias aéreas que a integram. IATA, no momento das suas operações de compensação mensais, transfere a parte que é devida ao Senegal para uma conta bancária (conta de garantia) aberta no BNP. Este tipo de tributação já tem a aprovação da sociedade civil africana. No que diz respeito às companhias não filiadas na IATA, elas são convidadas a pagar essa taxa junto dos agentes designados para o efeito, depois do embarque dos passageiros.

A Comissão aproveitará esta experiência senegalesa bem sucedida na aplicação da taxa aos bilhetes de avião. Mas a diferença no caso da União Africana, é que a Comissão tenciona abrir uma conta a nível de cada Banco Central dos seus Estados Membros. A nível das companhias aéreas filiadas na IATA, esta encarregar-se-á de fazer a recolha da taxa e no momento das suas operações de compensação mensais, transferirá a parte que compete à UA para as contas da UA abertas nos bancos centrais dos Estados Membros. As companhias não filiadas na IATA devem transferir as receitas obtidas para as contas abertas pela UA nos diversos bancos centrais dos Estados Membros.

Todas as receitas provenientes deste imposto, seja através da IATA ou das companhias aéreas, serão depositadas nas contas da UA nos Estados Membros. Depois, os bancos centrais transferirão esses fundos directamente para a conta principal da UA aberta para o efeito.

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A cobrança de taxas aplicadas aos bilhetes de avião nos países africanos estará sob a supervisão directa do Ministério responsável pelos Transportes. A nível da UA, será criada uma equipa que inclui funcionários das finanças, funcionários do departamento responsável pelos transportes e estatísticos para supervisionar a cobrança a nível continental. Esta equipa assegurará que as estatísticas fornecidas pelos países e os montantes cobrados sejam verdadeiros. Um relatório deve ser apresentado, de dois em dois anos, à Conferência dos Ministros Africanos responsáveis pelos Transportes e à Conferência dos Ministros de Economia e Finanças, bem como à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo para parecer.

A nível de cada Estado, a Comissão autorizará o Ministério responsável pelos Transportes a deduzir 10% do montante total arrecadado para as despesas administrativas de gestão do pessoal envolvido na cobrança desse imposto.

2. Taxa de hospitalidade ou taxa de estadia

A taxa de hospitalidade de 2 dólares paga pelos turistas durante as suas estadias nos hotéis também foi adoptada pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo.

Para a sua operacionalização a nível dos países africanos, a Comissão aproveitará a prática existente a nível dos países africanos na cobrança de impostos turísticos. O principal interveniente na cobrança de impostos turísticos nos países africanos, é o Ministério responsável pelo Turismo. Os hotéis cobram as taxas turísticas aos seus clientes. O primeiro nível de cobrança é o nível regional (ou departamental), ou seja, os serviços descentralizados dos Ministérios responsáveis pelo Turismo cobram os impostos a nível dos hotéis. Em seguida, encaminham essas taxas recebidas a nível nacional. O Ministério responsável pelo Turismo efectua a centralização desse imposto e deposita o montante total no tesouro público, que depois transfere o montante para a conta aberta pela UA no Banco Central do país.

Para a Comissão, o processo continuará a ser o mesmo. O Ministério responsável pelo Turismo será mandatado pela Comissão para transferir directamente as receitas fiscais desse imposto especial para a conta no Banco Central. Depois, os

Companhias

aéreas i

IATA

Companhias

aéreas

aériennes

Banco central do

país i

Banco central do

país ii

Banco central

Conta principal da

UA

Conta da UA

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bancos centrais dos países africanos irão transferir esses fundos directamente para a conta principal da UA.

Como no caso da taxa aplicada aos bilhetes, a Comissão autorizará o Ministério responsável pelo Turismo a deduzir 10% do montante total das despesas administrativas de gestão do pessoal envolvido na cobrança deste imposto.

Conta principal da UA Conta da UA no Banco Central do país i Conta da UA no Banco Central do país ii Ministério responsável pelo Turismo Ministério responsável pelo Turismo

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IV. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS OBTIDOS

Os recursos obtidos servirão para financiar o orçamento anual da União Africana. Além do orçamento anual da União Africana, os recursos serão utilizados também para financiar os programas emblemáticos da União Africana, nomeadamente o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP), o Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas em África (PIDA), a Campanha para a Aceleração da Redução da Mortalidade Materna em África (CARMMA), a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), a Iniciativa Africana de Solidariedade, a Força Africana de Manutenção da Paz em Estado de Alerta, o Programa Mínimo de Integração (PMI), etc. A gestão dos recursos ficará sob a supervisão directa da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

Além disso, uma dedução de 10% dos fundos gerados a partir destas propostas destina-se a alimentar um fundo fiduciário como reserva estratégica da UA. A utilização do saldo dos fundos deverá ser determinada anualmente no quadro do orçamento da UA.

Esses recursos deverão substituir ou complementar as contribuições estatutárias dos Estados Membros da União Africana. Durante o primeiro ano de implementação das fontes alternativas de financiamento, as contribuições estatutárias dos Estados Membros devem ser mantidas. Estas contribuições serão revogadas no segundo ano de implementação das fontes alternativas de financiamento.

V. MECANISMO DE CONTROLO E DE SURPERVISÃO

Uma equipa será criada sob a supervisão da Direcção de Finanças e Orçamento constituída por funcionários dos Departamentos de Transportes, Turismo, Assuntos Económicos, bem como estatísticos. Esta equipa será responsável pelo controlo e verificação da implementação das opções a nível dos países africanos. Deverá, para o efeito, realizar missões de controlo e de verificação regulares nos países para garantir a boa colecta dos recursos, procedendo à recolha e verificação das estatísticas e de todos os documentos necessários.

Neste sentido, a Divisão de Estatísticas da União Africana deve dispor de estatísticas fiáveis e regulares sobre os bilhetes de avião e turismo de todos os países africanos. Uma base de dados sobre as estatísticas dos bilhetes de avião e turismo deve ser criada e actualizada sistematicamente. Um mecanismo deve ser desenvolvido para que todos os países enviem automaticamente as informações estatísticas sobre os bilhetes de avião e turismo a nível da base de dados após a sua verificação pelos peritos estatísticos. A divisão deverá trabalhar em estreita colaboração com os Institutos nacionais de estatística, Ministérios responsáveis pelos transportes e turismo para a harmonização dos conceitos e metodologias com vista a garantir uma recolha regular e fiabilidade dos dados estatísticos.

VI. MECANISMO DE COMPENSAÇÃO

O mecanismo de compensação tem por objectivo limitar os efeitos desta tributação sobre as economias nacionais. Assim, quando a tributação sobre as duas

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taxas (bilhete de avião e turismo) num país excede 1,23 do Rendimento Nacional Bruto (RNB), o excedente reverterá para o país.

O montante total das dotações anuais de autorizações inscritas no orçamento da União não deve exceder 1,29 da soma dos Rendimentos Nacionais Brutos de todos os Estados Membros da UA.

VII. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A implementação das duas opções identificadas pela Conferência irá permitir a eliminação gradual das contribuições dos Estados Membros e assegurar a autonomização da UA em recursos próprios na sua busca de integração do continente; porque essas contribuições não são depositadas a tempo e estão sujeitas a atrasos significativos de pagamento por parte de alguns Estados Membros. Além disso, é importante salientar que as contribuições estatutárias não conseguem financiar de forma adequada o orçamento programa da União Africana e os programas especiais da África. Por exemplo, no ano de 2013, o orçamento programa da União Africana é financiado a mais de 96% pelos parceiros de desenvolvimento.

Deste modo, as fontes alternativas de financiamento permitirão reduzir os encargos que recaem sobre os cinco principais contribuidores e evitar os problemas que a UA poderá enfrentar no caso em que um ou vários destes países não honram os seus compromissos. O valor arrecadado através destas duas opções deverá permitir a África assumir o financiamento do seu desenvolvimento e assegurar de forma responsável o processo de integração que ela iniciou há décadas.

Um mecanismo deve ser criado para a utilização racional dos fundos mobilizados, através da transformação das estruturas existentes que são responsáveis pela gestão dos fundos da União Africana para garantir uma utilização prudente e optimizada dos fundos mobilizados. A utilização dos fundos deve ser determinada anualmente no âmbito do orçamento da UA.

As seguintes recomendações são formuladas para a operacionalização rápida das duas opções de acordo com as sugestões feitas pelo Painel de alto nível :

 uma tributação de 10 por cento dos fundos gerados a partir destas propostas para alimentar um fundo fiduciário como reserva estratégica da UA;

 um período de transição de um ano para os Estados Membros que lhes permita adaptar os seus instrumentos jurídicos, fiscais e outros para acelerar a operacionalização dessas opções ;

 a Comissão e a Associação Internacional dos Transportes Aéreos (IATA) devem trabalhar em estreita colaboração (com base num MdE a ser assinado pelas duas partes) para a implementação da opção referente aos bilhetes ;

 enquanto se aguarda a criação do Banco Africano de Investimento, a Comissão da UA deverá abrir uma conta no BAD para todos os montantes provenientes dessas opções e este fundo deve aproveitar os ganhos de gestão da carteira do Banco;

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 a Comissão deverá definir um mecanismo para a recolha regular de dados estatísticos fiáveis sobre bilhetes de avião e turismo em todos os países africanos; e

 a implementação das duas opções de financiamento identificadas entrará em vigor a partir do exercício orçamental de 2015.

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