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BIA VILLELA. O que é que tem no seu quintal?

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Academic year: 2021

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PROJETO DE LEITURA

Coordenação: Maria José Nóbrega

Elaboração: Luísa Nóbrega

2 3 4 5

Quem é esse que se diz “eu”? Se imaginarmos um “eu” mas-culino, por exemplo, poderíamos, num tom machista, sustentar que mulher tem de ser mesmo conduzida com rédea curta, porque senão voa; num tom mais feminista, poderíamos dizer que a mu-lher fez muito bem em abandonar alguém tão controlador. Está instalada a polêmica das muitas vozes que circulam nas práticas sociais...

Se levamos alguns anos para aprender a decifrar o escrito com autonomia, ler na dimensão que descrevemos é uma aprendiza-gem que não se esgota nunca, pois para alguns textos seremos sempre leitores iniciantes.

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Contextualiza-se o autor e sua obra no panorama da literatura para crianças.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para permitir que o pro-fessor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa considerar a pertinência da obra levando em conta as ne-cessidades e possibilidades de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Procuramos evidenciar outros aspectos que vão além da tra-ma narrativa: os tetra-mas e a perspectiva com que são abordados, certos recursos expressivos usados pelo autor. A partir deles, o professor poderá identifi car que conteúdos das diferentes áreas do conhecimento poderão ser explorados, que temas poderão ser discutidos, que recursos linguísticos poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora do aluno.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura

Ao ler, mobilizamos nossas experiências para compreendermos o texto e apreciarmos os recursos estilísticos utilizados pelo autor. Folheando o livro, numa rápida leitura preliminar, podemos an-tecipar muito a respeito do desenvolvimento da história. “Andorinha no coqueiro,

Sabiá na beira-mar, Andorinha vai e volta, Meu amor não quer voltar.”

N

uma primeira dimensão, ler pode ser entendido como de-cifrar o escrito, isto é, compreender o que letras e outros sinais gráfi cos representam. Sem dúvida, boa parte das atividades que são realizadas com as crianças nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem como fi nalidade desenvolver essa capacidade.

Ingenuamente, muitos pensam que, uma vez que a criança tenha fl uência para decifrar os sinais da escrita, pode ler sozinha, pois os sentidos estariam lá, no texto, bastando colhê-los.

Por essa concepção, qualquer um que soubesse ler e conhecesse o que as palavras signifi cam estaria apto a dizer em que lugar estão a andorinha e o sabiá; qual dos dois pássaros vai e volta e quem não quer voltar. Mas será que a resposta a estas questões bastaria para assegurar que a trova foi compreendida? Certamen-te não. A compreensão vai depender, também, e muito, do que o leitor já souber sobre pássaros e amores.

Isso porque muitos dos sentidos que depreendemos ao ler derivam de complexas operações cognitivas para produzir infe-rências. Lemos o que está nos intervalos entre as palavras, nas entrelinhas, lemos, portanto, o que não está escrito. É como se o texto apresentasse lacunas que devessem ser preenchidas pelo trabalho do leitor.

Se retornarmos à trova acima, descobriremos um “eu” que associa pássaros à pessoa amada. Ele sabe o lugar em que está a andorinha e o sabiá; observa que as andorinhas migram, “vão e

voltam”, mas diferentemente destas, seu amor foi e não voltou.

Apesar de não estar explícita, percebemos a comparação en-tre a andorinha e a pessoa amada: ambas partiram em um dado momento. Apesar de também não estar explícita, percebemos a oposição entre elas: a andorinha retorna, mas a pessoa ama-da “não quer voltar”. Se todos estes elementos que podem ser deduzidos pelo trabalho do leitor estivessem explícitos, o texto fi caria mais ou menos assim:

Sei que a andorinha está no coqueiro, e que o sabiá está na beira-mar. Observo que a andorinha vai e volta,

mas não sei onde está meu amor que partiu e não quer voltar. O assunto da trova é o relacionamento amoroso, a dor de cotove lo pelo abandono e, dependendo da experiência prévia que tiver-mos a respeito do assunto, quer seja esta vivida pessoalmente ou “ vivida” através da fi cção, diferentes emoções podem ser ativadas: alívio por estarmos próximos de quem amamos, cumplicidade por estarmos distantes de quem amamos, desilusão por não acredi-tarmos mais no amor, esperança de encontrar alguém diferente...

Quem produz ou lê um texto o faz a partir de um certo lugar, como diz Leonardo Boff*, a partir de onde estão seus pés e do que veem seus olhos. Os horizontes de quem escreve e os de quem lê podem estar mais ou menos próximos. Os horizontes de um leitor e de outro podem estar mais ou menos próximos. As leituras produzem interpretações que produzem avaliações que revelam posições: pode-se ou não concordar com o quadro de valores sustentados ou sugeridos pelo texto.

Se refl etirmos a respeito do último verso “meu amor não quer

voltar”, podemos indagar, legitimamente, sem nenhuma

espe-rança de encontrar a resposta no texto: por que ele ou ela não “quer” voltar? Repare que não é “não pode” que está escrito, é “não quer”, isto quer dizer que poderia, mas não quer voltar. O que teria provocado a separação? O amor acabou. Apaixonou-se por outra ou outro? Outros projetos de vida foram mais fortes que o amor: os estudos, a carreira, etc. O “eu” é muito possessivo e gosta de controlar os passos dele ou dela, como controla os da andorinha e do sabiá?

___________

* “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.” A águia e

a galinha: uma metáfora da condição humana (37a edição, 2001), Leonardo Boff, Editora

Vozes, Petrópolis.

As atividades propostas favorecem a ativação dos conhecimen-tos prévios necessários à compreensão do texto.

ü Explicitação dos conhecimentos prévios necessários para que os alunos compreendam o texto.

ü Antecipação de conteúdos do texto a partir da observação de indicadores como título (orientar a leitura de títulos e subtítulos), ilustração (folhear o livro para identifi car a lo-calização, os personagens, o confl ito).

ü Explicitação dos conteúdos que esperam encontrar na obra levando em conta os aspectos observados (estimular os alunos a compartilharem o que forem observando).

b) durante a leitura

São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos signifi cados do texto pelo leitor.

ü Leitura global do texto.

ü Caracterização da estrutura do texto.

ü Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsá-veis pela coesão textual.

c) depois da leitura

Propõem-se uma série de atividades para permitir uma me-lhor compreensão da obra, aprofundar o estudo e a refl exão a respeito de conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como debater temas que permitam a inserção do aluno nas questões contemporâneas.

ü Compreensão global do texto a partir da reprodução oral ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. ü Apreciação dos recursos expressivos mobilizados na obra. ü Identifi cação dos pontos de vista sustentados pelo autor. ü Explicitação das opiniões pessoais frente a questões polêmicas. ü Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações

complementares numa dimensão interdisciplinar ou para a produção de outros textos ou, ainda, para produções criativas que contemplem outras linguagens artísticas.

LEIA MAIS...

ü do mesmo autor

ü sobre o mesmo assunto ü sobre o mesmo gênero

[

[

[

[

] ] ] ] ]

Leitor iniciante – Educação Infantil

e 1

o

ano do Ensino Fundamental

BIA VILLELA

O que é que tem no seu quintal?

ILUSTRAÇÕES: da autora

De Leitores e Asas

MARIA JOSÉ NÓBREGA

Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fl uente

(2)

PROJETO DE LEITURA

Coordenação: Maria José Nóbrega

Elaboração: Luísa Nóbrega

2 3 4 5

Quem é esse que se diz “eu”? Se imaginarmos um “eu” mas-culino, por exemplo, poderíamos, num tom machista, sustentar que mulher tem de ser mesmo conduzida com rédea curta, porque senão voa; num tom mais feminista, poderíamos dizer que a mu-lher fez muito bem em abandonar alguém tão controlador. Está instalada a polêmica das muitas vozes que circulam nas práticas sociais...

Se levamos alguns anos para aprender a decifrar o escrito com autonomia, ler na dimensão que descrevemos é uma aprendiza-gem que não se esgota nunca, pois para alguns textos seremos sempre leitores iniciantes.

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Contextualiza-se o autor e sua obra no panorama da literatura para crianças.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para permitir que o pro-fessor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa considerar a pertinência da obra levando em conta as ne-cessidades e possibilidades de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Procuramos evidenciar outros aspectos que vão além da tra-ma narrativa: os tetra-mas e a perspectiva com que são abordados, certos recursos expressivos usados pelo autor. A partir deles, o professor poderá identifi car que conteúdos das diferentes áreas do conhecimento poderão ser explorados, que temas poderão ser discutidos, que recursos linguísticos poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora do aluno.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura

Ao ler, mobilizamos nossas experiências para compreendermos o texto e apreciarmos os recursos estilísticos utilizados pelo autor. Folheando o livro, numa rápida leitura preliminar, podemos an-tecipar muito a respeito do desenvolvimento da história. “Andorinha no coqueiro,

Sabiá na beira-mar, Andorinha vai e volta, Meu amor não quer voltar.”

N

uma primeira dimensão, ler pode ser entendido como de-cifrar o escrito, isto é, compreender o que letras e outros sinais gráfi cos representam. Sem dúvida, boa parte das atividades que são realizadas com as crianças nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem como fi nalidade desenvolver essa capacidade.

Ingenuamente, muitos pensam que, uma vez que a criança tenha fl uência para decifrar os sinais da escrita, pode ler sozinha, pois os sentidos estariam lá, no texto, bastando colhê-los.

Por essa concepção, qualquer um que soubesse ler e conhecesse o que as palavras signifi cam estaria apto a dizer em que lugar estão a andorinha e o sabiá; qual dos dois pássaros vai e volta e quem não quer voltar. Mas será que a resposta a estas questões bastaria para assegurar que a trova foi compreendida? Certamen-te não. A compreensão vai depender, também, e muito, do que o leitor já souber sobre pássaros e amores.

Isso porque muitos dos sentidos que depreendemos ao ler derivam de complexas operações cognitivas para produzir infe-rências. Lemos o que está nos intervalos entre as palavras, nas entrelinhas, lemos, portanto, o que não está escrito. É como se o texto apresentasse lacunas que devessem ser preenchidas pelo trabalho do leitor.

Se retornarmos à trova acima, descobriremos um “eu” que associa pássaros à pessoa amada. Ele sabe o lugar em que está a andorinha e o sabiá; observa que as andorinhas migram, “vão e

voltam”, mas diferentemente destas, seu amor foi e não voltou.

Apesar de não estar explícita, percebemos a comparação en-tre a andorinha e a pessoa amada: ambas partiram em um dado momento. Apesar de também não estar explícita, percebemos a oposição entre elas: a andorinha retorna, mas a pessoa ama-da “não quer voltar”. Se todos estes elementos que podem ser deduzidos pelo trabalho do leitor estivessem explícitos, o texto fi caria mais ou menos assim:

Sei que a andorinha está no coqueiro, e que o sabiá está na beira-mar. Observo que a andorinha vai e volta,

mas não sei onde está meu amor que partiu e não quer voltar. O assunto da trova é o relacionamento amoroso, a dor de cotove lo pelo abandono e, dependendo da experiência prévia que tiver-mos a respeito do assunto, quer seja esta vivida pessoalmente ou “ vivida” através da fi cção, diferentes emoções podem ser ativadas: alívio por estarmos próximos de quem amamos, cumplicidade por estarmos distantes de quem amamos, desilusão por não acredi-tarmos mais no amor, esperança de encontrar alguém diferente...

Quem produz ou lê um texto o faz a partir de um certo lugar, como diz Leonardo Boff*, a partir de onde estão seus pés e do que veem seus olhos. Os horizontes de quem escreve e os de quem lê podem estar mais ou menos próximos. Os horizontes de um leitor e de outro podem estar mais ou menos próximos. As leituras produzem interpretações que produzem avaliações que revelam posições: pode-se ou não concordar com o quadro de valores sustentados ou sugeridos pelo texto.

Se refl etirmos a respeito do último verso “meu amor não quer

voltar”, podemos indagar, legitimamente, sem nenhuma

espe-rança de encontrar a resposta no texto: por que ele ou ela não “quer” voltar? Repare que não é “não pode” que está escrito, é “não quer”, isto quer dizer que poderia, mas não quer voltar. O que teria provocado a separação? O amor acabou. Apaixonou-se por outra ou outro? Outros projetos de vida foram mais fortes que o amor: os estudos, a carreira, etc. O “eu” é muito possessivo e gosta de controlar os passos dele ou dela, como controla os da andorinha e do sabiá?

___________

* “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.” A águia e

a galinha: uma metáfora da condição humana (37a edição, 2001), Leonardo Boff, Editora

Vozes, Petrópolis.

As atividades propostas favorecem a ativação dos conhecimen-tos prévios necessários à compreensão do texto.

ü Explicitação dos conhecimentos prévios necessários para que os alunos compreendam o texto.

ü Antecipação de conteúdos do texto a partir da observação de indicadores como título (orientar a leitura de títulos e subtítulos), ilustração (folhear o livro para identifi car a lo-calização, os personagens, o confl ito).

ü Explicitação dos conteúdos que esperam encontrar na obra levando em conta os aspectos observados (estimular os alunos a compartilharem o que forem observando).

b) durante a leitura

São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos signifi cados do texto pelo leitor.

ü Leitura global do texto.

ü Caracterização da estrutura do texto.

ü Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsá-veis pela coesão textual.

c) depois da leitura

Propõem-se uma série de atividades para permitir uma me-lhor compreensão da obra, aprofundar o estudo e a refl exão a respeito de conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como debater temas que permitam a inserção do aluno nas questões contemporâneas.

ü Compreensão global do texto a partir da reprodução oral ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. ü Apreciação dos recursos expressivos mobilizados na obra. ü Identifi cação dos pontos de vista sustentados pelo autor. ü Explicitação das opiniões pessoais frente a questões polêmicas. ü Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações

complementares numa dimensão interdisciplinar ou para a produção de outros textos ou, ainda, para produções criativas que contemplem outras linguagens artísticas.

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Leitor iniciante – Educação Infantil

e 1

o

ano do Ensino Fundamental

BIA VILLELA

O que é que tem no seu quintal?

ILUSTRAÇÕES: da autora

De Leitores e Asas

MARIA JOSÉ NÓBREGA

Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fl uente

(3)

PROJETO DE LEITURA

Coordenação: Maria José Nóbrega

Elaboração: Luísa Nóbrega

2 3 4 5

Quem é esse que se diz “eu”? Se imaginarmos um “eu” mas-culino, por exemplo, poderíamos, num tom machista, sustentar que mulher tem de ser mesmo conduzida com rédea curta, porque senão voa; num tom mais feminista, poderíamos dizer que a mu-lher fez muito bem em abandonar alguém tão controlador. Está instalada a polêmica das muitas vozes que circulam nas práticas sociais...

Se levamos alguns anos para aprender a decifrar o escrito com autonomia, ler na dimensão que descrevemos é uma aprendiza-gem que não se esgota nunca, pois para alguns textos seremos sempre leitores iniciantes.

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Contextualiza-se o autor e sua obra no panorama da literatura para crianças.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para permitir que o pro-fessor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa considerar a pertinência da obra levando em conta as ne-cessidades e possibilidades de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Procuramos evidenciar outros aspectos que vão além da tra-ma narrativa: os tetra-mas e a perspectiva com que são abordados, certos recursos expressivos usados pelo autor. A partir deles, o professor poderá identifi car que conteúdos das diferentes áreas do conhecimento poderão ser explorados, que temas poderão ser discutidos, que recursos linguísticos poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora do aluno.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura

Ao ler, mobilizamos nossas experiências para compreendermos o texto e apreciarmos os recursos estilísticos utilizados pelo autor. Folheando o livro, numa rápida leitura preliminar, podemos an-tecipar muito a respeito do desenvolvimento da história. “Andorinha no coqueiro,

Sabiá na beira-mar, Andorinha vai e volta, Meu amor não quer voltar.”

N

uma primeira dimensão, ler pode ser entendido como de-cifrar o escrito, isto é, compreender o que letras e outros sinais gráfi cos representam. Sem dúvida, boa parte das atividades que são realizadas com as crianças nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem como fi nalidade desenvolver essa capacidade.

Ingenuamente, muitos pensam que, uma vez que a criança tenha fl uência para decifrar os sinais da escrita, pode ler sozinha, pois os sentidos estariam lá, no texto, bastando colhê-los.

Por essa concepção, qualquer um que soubesse ler e conhecesse o que as palavras signifi cam estaria apto a dizer em que lugar estão a andorinha e o sabiá; qual dos dois pássaros vai e volta e quem não quer voltar. Mas será que a resposta a estas questões bastaria para assegurar que a trova foi compreendida? Certamen-te não. A compreensão vai depender, também, e muito, do que o leitor já souber sobre pássaros e amores.

Isso porque muitos dos sentidos que depreendemos ao ler derivam de complexas operações cognitivas para produzir infe-rências. Lemos o que está nos intervalos entre as palavras, nas entrelinhas, lemos, portanto, o que não está escrito. É como se o texto apresentasse lacunas que devessem ser preenchidas pelo trabalho do leitor.

Se retornarmos à trova acima, descobriremos um “eu” que associa pássaros à pessoa amada. Ele sabe o lugar em que está a andorinha e o sabiá; observa que as andorinhas migram, “vão e

voltam”, mas diferentemente destas, seu amor foi e não voltou.

Apesar de não estar explícita, percebemos a comparação en-tre a andorinha e a pessoa amada: ambas partiram em um dado momento. Apesar de também não estar explícita, percebemos a oposição entre elas: a andorinha retorna, mas a pessoa ama-da “não quer voltar”. Se todos estes elementos que podem ser deduzidos pelo trabalho do leitor estivessem explícitos, o texto fi caria mais ou menos assim:

Sei que a andorinha está no coqueiro, e que o sabiá está na beira-mar. Observo que a andorinha vai e volta,

mas não sei onde está meu amor que partiu e não quer voltar. O assunto da trova é o relacionamento amoroso, a dor de cotove lo pelo abandono e, dependendo da experiência prévia que tiver-mos a respeito do assunto, quer seja esta vivida pessoalmente ou “ vivida” através da fi cção, diferentes emoções podem ser ativadas: alívio por estarmos próximos de quem amamos, cumplicidade por estarmos distantes de quem amamos, desilusão por não acredi-tarmos mais no amor, esperança de encontrar alguém diferente...

Quem produz ou lê um texto o faz a partir de um certo lugar, como diz Leonardo Boff*, a partir de onde estão seus pés e do que veem seus olhos. Os horizontes de quem escreve e os de quem lê podem estar mais ou menos próximos. Os horizontes de um leitor e de outro podem estar mais ou menos próximos. As leituras produzem interpretações que produzem avaliações que revelam posições: pode-se ou não concordar com o quadro de valores sustentados ou sugeridos pelo texto.

Se refl etirmos a respeito do último verso “meu amor não quer

voltar”, podemos indagar, legitimamente, sem nenhuma

espe-rança de encontrar a resposta no texto: por que ele ou ela não “quer” voltar? Repare que não é “não pode” que está escrito, é “não quer”, isto quer dizer que poderia, mas não quer voltar. O que teria provocado a separação? O amor acabou. Apaixonou-se por outra ou outro? Outros projetos de vida foram mais fortes que o amor: os estudos, a carreira, etc. O “eu” é muito possessivo e gosta de controlar os passos dele ou dela, como controla os da andorinha e do sabiá?

___________

* “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.” A águia e

a galinha: uma metáfora da condição humana (37a edição, 2001), Leonardo Boff, Editora

Vozes, Petrópolis.

As atividades propostas favorecem a ativação dos conhecimen-tos prévios necessários à compreensão do texto.

ü Explicitação dos conhecimentos prévios necessários para que os alunos compreendam o texto.

ü Antecipação de conteúdos do texto a partir da observação de indicadores como título (orientar a leitura de títulos e subtítulos), ilustração (folhear o livro para identifi car a lo-calização, os personagens, o confl ito).

ü Explicitação dos conteúdos que esperam encontrar na obra levando em conta os aspectos observados (estimular os alunos a compartilharem o que forem observando).

b) durante a leitura

São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos signifi cados do texto pelo leitor.

ü Leitura global do texto.

ü Caracterização da estrutura do texto.

ü Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsá-veis pela coesão textual.

c) depois da leitura

Propõem-se uma série de atividades para permitir uma me-lhor compreensão da obra, aprofundar o estudo e a refl exão a respeito de conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como debater temas que permitam a inserção do aluno nas questões contemporâneas.

ü Compreensão global do texto a partir da reprodução oral ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. ü Apreciação dos recursos expressivos mobilizados na obra. ü Identifi cação dos pontos de vista sustentados pelo autor. ü Explicitação das opiniões pessoais frente a questões polêmicas. ü Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações

complementares numa dimensão interdisciplinar ou para a produção de outros textos ou, ainda, para produções criativas que contemplem outras linguagens artísticas.

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Leitor iniciante – Educação Infantil

e 1

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ano do Ensino Fundamental

BIA VILLELA

O que é que tem no seu quintal?

ILUSTRAÇÕES: da autora

De Leitores e Asas

MARIA JOSÉ NÓBREGA

Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fl uente

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PROJETO DE LEITURA

Coordenação: Maria José Nóbrega

Elaboração: Luísa Nóbrega

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Quem é esse que se diz “eu”? Se imaginarmos um “eu” mas-culino, por exemplo, poderíamos, num tom machista, sustentar que mulher tem de ser mesmo conduzida com rédea curta, porque senão voa; num tom mais feminista, poderíamos dizer que a mu-lher fez muito bem em abandonar alguém tão controlador. Está instalada a polêmica das muitas vozes que circulam nas práticas sociais...

Se levamos alguns anos para aprender a decifrar o escrito com autonomia, ler na dimensão que descrevemos é uma aprendiza-gem que não se esgota nunca, pois para alguns textos seremos sempre leitores iniciantes.

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Contextualiza-se o autor e sua obra no panorama da literatura para crianças.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para permitir que o pro-fessor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa considerar a pertinência da obra levando em conta as ne-cessidades e possibilidades de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Procuramos evidenciar outros aspectos que vão além da tra-ma narrativa: os tetra-mas e a perspectiva com que são abordados, certos recursos expressivos usados pelo autor. A partir deles, o professor poderá identifi car que conteúdos das diferentes áreas do conhecimento poderão ser explorados, que temas poderão ser discutidos, que recursos linguísticos poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora do aluno.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura

Ao ler, mobilizamos nossas experiências para compreendermos o texto e apreciarmos os recursos estilísticos utilizados pelo autor. Folheando o livro, numa rápida leitura preliminar, podemos an-tecipar muito a respeito do desenvolvimento da história. “Andorinha no coqueiro,

Sabiá na beira-mar, Andorinha vai e volta, Meu amor não quer voltar.”

N

uma primeira dimensão, ler pode ser entendido como de-cifrar o escrito, isto é, compreender o que letras e outros sinais gráfi cos representam. Sem dúvida, boa parte das atividades que são realizadas com as crianças nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem como fi nalidade desenvolver essa capacidade.

Ingenuamente, muitos pensam que, uma vez que a criança tenha fl uência para decifrar os sinais da escrita, pode ler sozinha, pois os sentidos estariam lá, no texto, bastando colhê-los.

Por essa concepção, qualquer um que soubesse ler e conhecesse o que as palavras signifi cam estaria apto a dizer em que lugar estão a andorinha e o sabiá; qual dos dois pássaros vai e volta e quem não quer voltar. Mas será que a resposta a estas questões bastaria para assegurar que a trova foi compreendida? Certamen-te não. A compreensão vai depender, também, e muito, do que o leitor já souber sobre pássaros e amores.

Isso porque muitos dos sentidos que depreendemos ao ler derivam de complexas operações cognitivas para produzir infe-rências. Lemos o que está nos intervalos entre as palavras, nas entrelinhas, lemos, portanto, o que não está escrito. É como se o texto apresentasse lacunas que devessem ser preenchidas pelo trabalho do leitor.

Se retornarmos à trova acima, descobriremos um “eu” que associa pássaros à pessoa amada. Ele sabe o lugar em que está a andorinha e o sabiá; observa que as andorinhas migram, “vão e

voltam”, mas diferentemente destas, seu amor foi e não voltou.

Apesar de não estar explícita, percebemos a comparação en-tre a andorinha e a pessoa amada: ambas partiram em um dado momento. Apesar de também não estar explícita, percebemos a oposição entre elas: a andorinha retorna, mas a pessoa ama-da “não quer voltar”. Se todos estes elementos que podem ser deduzidos pelo trabalho do leitor estivessem explícitos, o texto fi caria mais ou menos assim:

Sei que a andorinha está no coqueiro, e que o sabiá está na beira-mar. Observo que a andorinha vai e volta,

mas não sei onde está meu amor que partiu e não quer voltar. O assunto da trova é o relacionamento amoroso, a dor de cotove lo pelo abandono e, dependendo da experiência prévia que tiver-mos a respeito do assunto, quer seja esta vivida pessoalmente ou “ vivida” através da fi cção, diferentes emoções podem ser ativadas: alívio por estarmos próximos de quem amamos, cumplicidade por estarmos distantes de quem amamos, desilusão por não acredi-tarmos mais no amor, esperança de encontrar alguém diferente...

Quem produz ou lê um texto o faz a partir de um certo lugar, como diz Leonardo Boff*, a partir de onde estão seus pés e do que veem seus olhos. Os horizontes de quem escreve e os de quem lê podem estar mais ou menos próximos. Os horizontes de um leitor e de outro podem estar mais ou menos próximos. As leituras produzem interpretações que produzem avaliações que revelam posições: pode-se ou não concordar com o quadro de valores sustentados ou sugeridos pelo texto.

Se refl etirmos a respeito do último verso “meu amor não quer

voltar”, podemos indagar, legitimamente, sem nenhuma

espe-rança de encontrar a resposta no texto: por que ele ou ela não “quer” voltar? Repare que não é “não pode” que está escrito, é “não quer”, isto quer dizer que poderia, mas não quer voltar. O que teria provocado a separação? O amor acabou. Apaixonou-se por outra ou outro? Outros projetos de vida foram mais fortes que o amor: os estudos, a carreira, etc. O “eu” é muito possessivo e gosta de controlar os passos dele ou dela, como controla os da andorinha e do sabiá?

___________

* “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.” A águia e

a galinha: uma metáfora da condição humana (37a edição, 2001), Leonardo Boff, Editora

Vozes, Petrópolis.

As atividades propostas favorecem a ativação dos conhecimen-tos prévios necessários à compreensão do texto.

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ü Explicitação dos conteúdos que esperam encontrar na obra levando em conta os aspectos observados (estimular os alunos a compartilharem o que forem observando).

b) durante a leitura

São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos signifi cados do texto pelo leitor.

ü Leitura global do texto.

ü Caracterização da estrutura do texto.

ü Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsá-veis pela coesão textual.

c) depois da leitura

Propõem-se uma série de atividades para permitir uma me-lhor compreensão da obra, aprofundar o estudo e a refl exão a respeito de conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como debater temas que permitam a inserção do aluno nas questões contemporâneas.

ü Compreensão global do texto a partir da reprodução oral ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. ü Apreciação dos recursos expressivos mobilizados na obra. ü Identifi cação dos pontos de vista sustentados pelo autor. ü Explicitação das opiniões pessoais frente a questões polêmicas. ü Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações

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Quem é esse que se diz “eu”? Se imaginarmos um “eu” mas-culino, por exemplo, poderíamos, num tom machista, sustentar que mulher tem de ser mesmo conduzida com rédea curta, porque senão voa; num tom mais feminista, poderíamos dizer que a mu-lher fez muito bem em abandonar alguém tão controlador. Está instalada a polêmica das muitas vozes que circulam nas práticas sociais...

Se levamos alguns anos para aprender a decifrar o escrito com autonomia, ler na dimensão que descrevemos é uma aprendiza-gem que não se esgota nunca, pois para alguns textos seremos sempre leitores iniciantes.

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Contextualiza-se o autor e sua obra no panorama da literatura para crianças.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para permitir que o pro-fessor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa considerar a pertinência da obra levando em conta as ne-cessidades e possibilidades de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Procuramos evidenciar outros aspectos que vão além da tra-ma narrativa: os tetra-mas e a perspectiva com que são abordados, certos recursos expressivos usados pelo autor. A partir deles, o professor poderá identifi car que conteúdos das diferentes áreas do conhecimento poderão ser explorados, que temas poderão ser discutidos, que recursos linguísticos poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora do aluno.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura

Ao ler, mobilizamos nossas experiências para compreendermos o texto e apreciarmos os recursos estilísticos utilizados pelo autor. Folheando o livro, numa rápida leitura preliminar, podemos an-tecipar muito a respeito do desenvolvimento da história. “Andorinha no coqueiro,

Sabiá na beira-mar, Andorinha vai e volta, Meu amor não quer voltar.”

N

uma primeira dimensão, ler pode ser entendido como de-cifrar o escrito, isto é, compreender o que letras e outros sinais gráfi cos representam. Sem dúvida, boa parte das atividades que são realizadas com as crianças nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem como fi nalidade desenvolver essa capacidade.

Ingenuamente, muitos pensam que, uma vez que a criança tenha fl uência para decifrar os sinais da escrita, pode ler sozinha, pois os sentidos estariam lá, no texto, bastando colhê-los.

Por essa concepção, qualquer um que soubesse ler e conhecesse o que as palavras signifi cam estaria apto a dizer em que lugar estão a andorinha e o sabiá; qual dos dois pássaros vai e volta e quem não quer voltar. Mas será que a resposta a estas questões bastaria para assegurar que a trova foi compreendida? Certamen-te não. A compreensão vai depender, também, e muito, do que o leitor já souber sobre pássaros e amores.

Isso porque muitos dos sentidos que depreendemos ao ler derivam de complexas operações cognitivas para produzir infe-rências. Lemos o que está nos intervalos entre as palavras, nas entrelinhas, lemos, portanto, o que não está escrito. É como se o texto apresentasse lacunas que devessem ser preenchidas pelo trabalho do leitor.

Se retornarmos à trova acima, descobriremos um “eu” que associa pássaros à pessoa amada. Ele sabe o lugar em que está a andorinha e o sabiá; observa que as andorinhas migram, “vão e

voltam”, mas diferentemente destas, seu amor foi e não voltou.

Apesar de não estar explícita, percebemos a comparação en-tre a andorinha e a pessoa amada: ambas partiram em um dado momento. Apesar de também não estar explícita, percebemos a oposição entre elas: a andorinha retorna, mas a pessoa ama-da “não quer voltar”. Se todos estes elementos que podem ser deduzidos pelo trabalho do leitor estivessem explícitos, o texto fi caria mais ou menos assim:

Sei que a andorinha está no coqueiro, e que o sabiá está na beira-mar. Observo que a andorinha vai e volta,

mas não sei onde está meu amor que partiu e não quer voltar. O assunto da trova é o relacionamento amoroso, a dor de cotove lo pelo abandono e, dependendo da experiência prévia que tiver-mos a respeito do assunto, quer seja esta vivida pessoalmente ou “ vivida” através da fi cção, diferentes emoções podem ser ativadas: alívio por estarmos próximos de quem amamos, cumplicidade por estarmos distantes de quem amamos, desilusão por não acredi-tarmos mais no amor, esperança de encontrar alguém diferente...

Quem produz ou lê um texto o faz a partir de um certo lugar, como diz Leonardo Boff*, a partir de onde estão seus pés e do que veem seus olhos. Os horizontes de quem escreve e os de quem lê podem estar mais ou menos próximos. Os horizontes de um leitor e de outro podem estar mais ou menos próximos. As leituras produzem interpretações que produzem avaliações que revelam posições: pode-se ou não concordar com o quadro de valores sustentados ou sugeridos pelo texto.

Se refl etirmos a respeito do último verso “meu amor não quer

voltar”, podemos indagar, legitimamente, sem nenhuma

espe-rança de encontrar a resposta no texto: por que ele ou ela não “quer” voltar? Repare que não é “não pode” que está escrito, é “não quer”, isto quer dizer que poderia, mas não quer voltar. O que teria provocado a separação? O amor acabou. Apaixonou-se por outra ou outro? Outros projetos de vida foram mais fortes que o amor: os estudos, a carreira, etc. O “eu” é muito possessivo e gosta de controlar os passos dele ou dela, como controla os da andorinha e do sabiá?

___________

* “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.” A águia e

a galinha: uma metáfora da condição humana (37a edição, 2001), Leonardo Boff, Editora

Vozes, Petrópolis.

As atividades propostas favorecem a ativação dos conhecimen-tos prévios necessários à compreensão do texto.

ü Explicitação dos conhecimentos prévios necessários para que os alunos compreendam o texto.

ü Antecipação de conteúdos do texto a partir da observação de indicadores como título (orientar a leitura de títulos e subtítulos), ilustração (folhear o livro para identifi car a lo-calização, os personagens, o confl ito).

ü Explicitação dos conteúdos que esperam encontrar na obra levando em conta os aspectos observados (estimular os alunos a compartilharem o que forem observando).

b) durante a leitura

São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos signifi cados do texto pelo leitor.

ü Leitura global do texto.

ü Caracterização da estrutura do texto.

ü Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsá-veis pela coesão textual.

c) depois da leitura

Propõem-se uma série de atividades para permitir uma me-lhor compreensão da obra, aprofundar o estudo e a refl exão a respeito de conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como debater temas que permitam a inserção do aluno nas questões contemporâneas.

ü Compreensão global do texto a partir da reprodução oral ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. ü Apreciação dos recursos expressivos mobilizados na obra. ü Identifi cação dos pontos de vista sustentados pelo autor. ü Explicitação das opiniões pessoais frente a questões polêmicas. ü Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações

complementares numa dimensão interdisciplinar ou para a produção de outros textos ou, ainda, para produções criativas que contemplem outras linguagens artísticas.

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Leitor iniciante – Educação Infantil

e 1

o

ano do Ensino Fundamental

BIA VILLELA

O que é que tem no seu quintal?

ILUSTRAÇÕES: da autora

De Leitores e Asas

MARIA JOSÉ NÓBREGA

Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fl uente

(6)

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O que é que tem no seu quintal?

BIA VILLELA

6

UM POUCO SOBRE A AUTORA

Bia Villela nasceu em São Paulo, formou-se em veterinária na Universidade de São Paulo e em design gráfi co no Rocky Mountain College of Art and Design, nos EUA.

É autora de livros infantis. Inventa o texto, os desenhos e o projeto gráfi co de cada livro.

RESENHA

Nos livros da série Aqui e ali, Bia Villela estimula os jovens leito-res a atentar para os detalhes do mundo ao seu redor – os seleito-res, os objetos, os espaços, os ruídos. Em lugar de criar uma narrativa, a autora opta por compartilhar com as crianças vestígios de seu universo cotidiano, convidando-lhes a fazer o mesmo. Em O que é

que tem no seu quintal?, ela nos apresenta o seu quintal,

invadi-do pelo cheiro da cozinha, com vasos de tempero e vasos de fl or. De vez em quando, cai uma bola que passa por entre as roupas penduradas no varal. Tem joaninhas e borboletas, mas também mosquitos – e, vez ou outra, ouvem-se gritos e conversas vindas da casa dos vizinhos, assim como ruído de aparelhos elétricos e barulhos de bichos. No quintal, as brincadeiras e os jogos convivem com os produtos de limpeza...

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A coleção de Bia Villela conjuga literatura e design gráfi co para criar um livro lúdico em que imagens e texto são igualmente signifi cativos, complementares, mas nunca redundantes. O texto/ poema joga com rimas e repetições, brincando com diferentes ritmos. Cada frase é uma resposta à pergunta título: O que é que

tem...?, de modo que o texto desenrola-se como uma lista, uma

enumeração. As ilustrações, criadas por computador, jogam com as cores fortes do fundo e criam imagens bidimensionais, geomé-tricas, lúdicas e não realistas. Ao fi nal do texto, o leitor sente-se convidado a entrar no jogo, enumerando ele mesmo os muitos e diferentes elementos que compõem os ambientes por onde passa.

QUADRO-SÍNTESE

Gênero: jogos de linguagem.

Palavras-chave: espaço doméstico, quintal, bichos. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências. Tema Transversal: Meio ambiente.

Público-alvo: Leitor iniciante (Educação Infantil e 1º ano do

Ensino Fundamental).

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES Antes da leitura

1. Mostre aos alunos a capa do livro. Será que reconhecem o que

as imagens da ilustração representam? Um vaso de fl or, uma bola de basquete, um pano (de chão?), mosquitos, um varal?

2. Revele a eles o título do livro. Que seres, objetos, cheiros e

ruídos esperam encontrar em um quintal? Divida os alunos em duplas e proponha que cada uma delas crie a sua lista. Registre os itens ou deixe que os grafem segundo suas hipó-teses de escrita.

3. Leia com eles o texto da quarta capa. Veja se percebem a rima

que se forma entre as palavras “comida” e “esquecida”.

4. Mostre aos alunos a dedicatória do livro. Chame a atenção

para a ilustração, que mostra um jogo de montar e desmontar.

5. Chame a atenção deles para o fato de esse livro fazer parte de

uma série. O que os livros de uma mesma série costumam ter em comum?

6. Para que conheçam melhor a autora do livro, leia para eles a

pequena biografi a de Bia Villela, na página 31.

Durante a leitura

1. Estimule-os a verifi car se os seres e as coisas listados por eles

aparecem ou não no texto e/ou nas imagens do livro.

2. Chame a atenção das crianças para o modo como muitas das

imagens retratam não apenas objetos, mas também movimen-to, cheiro e sons.

3. Como a autora brinca com rimas e repetições, pode ser

interessante realizar uma leitura em voz alta. Veja se no-tam como algumas das palavras ao final da frase têm sons parecidos.

4. Chame a atenção para o modo como a cor da fonte do texto

varia de acordo com as cores predominantes na ilustração.

Depois da leitura

1. Quais são as características das coisas que existem nesse quintal?

Providencie uma cópia do quadro a seguir para que as crianças descubram nas ilustrações as respostas às perguntas:

ADIVINHAS RESPOSTAS

O QUE TEM NOS VASOS? FLOR, MATO E SALSINHA

DE ONDE VEM O CHEIRO DE COMIDA?

DA COZINHA

O QUE CAI NO QUINTAL DE VEZ EM QUANDO?

BOLA

QUEM PEGA A ROUPA DO VARAL?

ALGUÉM (provavelmente, as crianças responderão apoiando-se em suas vivências)

QUAIS SÃO OS BICHOS DO BEM? JOANINHA, BORBOLETA, ABELHA

QUAIS SÃO OS BICHOS QUE FAZEM MAL?

MOSQUITO, TATURANA, FORMIGA

QUEM FAZ BARULHO? OS VIZINHOS

QUE FAMÍLIA TEM FILHINHOS? PASSARINHO

2. Se achar oportuno, promova uma pesquisa a respeito dos bichos

do jardim. Esses pequeninos seres despertam a curiosidade das crianças. Se a escola localizar-se em São Paulo, ou em região de fácil acesso a essa cidade, vale a pena programar uma visita à Exposição Planeta Inseto, no Museu do Instituto Biológico: http://www.biologico.sp.gov.br/museu.php.

3. Proponha que os alunos retornem à lista que criaram em duplas

antes da leitura do livro e criem duas frases rimadas a respeito de outros seres, coisas, cheiros e barulhos que também possam ser encontrados em um quintal.

4. Quais dos alunos têm quintal em casa? Quais têm varanda?

Quem brinca no pátio do prédio? Quem tem jardim? Proponha que os alunos, com a ajuda dos pais, tragam fotos dos espaços externos em que brincam. Organize um mural com as imagens.

5. Proponha que os alunos escolham outro espaço de suas casas: a

cozinha, o quarto, o banheiro, a sala etc. Sugira que criem uma lista de coisas, seres, barulhos e cheiros que costumam encontrar no lugar em questão. Em seguida, produzam coletivamente o texto seguindo a mesma estrutura do livro de Bia Villela. Para cada item, os alunos devem escrever uma frase curta; a segun-da frase deve rimar com a primeira, a quarta com a terceira, e assim por diante.

6. Proponha que os alunos criem ilustrações para cada uma das

frases, como fez a autora.

DICAS DE LEITURA

1. DA MESMA AUTORA E DA MESMA SÉRIE • O que é que tem naquela mata? Moderna. • O que é que tem no seu caminho? Moderna. 2. DO MESMO GÊNERO

• O bairro do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra. • Selma, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify.

• A rainha das cores, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify. • O livro da Nina para guardar pequenas coisas, de Keith

Hering. São Paulo: Cosac Naify.

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O que é que tem no seu quintal?

BIA VILLELA

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UM POUCO SOBRE A AUTORA

Bia Villela nasceu em São Paulo, formou-se em veterinária na Universidade de São Paulo e em design gráfi co no Rocky Mountain College of Art and Design, nos EUA.

É autora de livros infantis. Inventa o texto, os desenhos e o projeto gráfi co de cada livro.

RESENHA

Nos livros da série Aqui e ali, Bia Villela estimula os jovens leito-res a atentar para os detalhes do mundo ao seu redor – os seleito-res, os objetos, os espaços, os ruídos. Em lugar de criar uma narrativa, a autora opta por compartilhar com as crianças vestígios de seu universo cotidiano, convidando-lhes a fazer o mesmo. Em O que é

que tem no seu quintal?, ela nos apresenta o seu quintal,

invadi-do pelo cheiro da cozinha, com vasos de tempero e vasos de fl or. De vez em quando, cai uma bola que passa por entre as roupas penduradas no varal. Tem joaninhas e borboletas, mas também mosquitos – e, vez ou outra, ouvem-se gritos e conversas vindas da casa dos vizinhos, assim como ruído de aparelhos elétricos e barulhos de bichos. No quintal, as brincadeiras e os jogos convivem com os produtos de limpeza...

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A coleção de Bia Villela conjuga literatura e design gráfi co para criar um livro lúdico em que imagens e texto são igualmente signifi cativos, complementares, mas nunca redundantes. O texto/ poema joga com rimas e repetições, brincando com diferentes ritmos. Cada frase é uma resposta à pergunta título: O que é que

tem...?, de modo que o texto desenrola-se como uma lista, uma

enumeração. As ilustrações, criadas por computador, jogam com as cores fortes do fundo e criam imagens bidimensionais, geomé-tricas, lúdicas e não realistas. Ao fi nal do texto, o leitor sente-se convidado a entrar no jogo, enumerando ele mesmo os muitos e diferentes elementos que compõem os ambientes por onde passa.

QUADRO-SÍNTESE

Gênero: jogos de linguagem.

Palavras-chave: espaço doméstico, quintal, bichos. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências. Tema Transversal: Meio ambiente.

Público-alvo: Leitor iniciante (Educação Infantil e 1º ano do

Ensino Fundamental).

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES Antes da leitura

1. Mostre aos alunos a capa do livro. Será que reconhecem o que

as imagens da ilustração representam? Um vaso de fl or, uma bola de basquete, um pano (de chão?), mosquitos, um varal?

2. Revele a eles o título do livro. Que seres, objetos, cheiros e

ruídos esperam encontrar em um quintal? Divida os alunos em duplas e proponha que cada uma delas crie a sua lista. Registre os itens ou deixe que os grafem segundo suas hipó-teses de escrita.

3. Leia com eles o texto da quarta capa. Veja se percebem a rima

que se forma entre as palavras “comida” e “esquecida”.

4. Mostre aos alunos a dedicatória do livro. Chame a atenção

para a ilustração, que mostra um jogo de montar e desmontar.

5. Chame a atenção deles para o fato de esse livro fazer parte de

uma série. O que os livros de uma mesma série costumam ter em comum?

6. Para que conheçam melhor a autora do livro, leia para eles a

pequena biografi a de Bia Villela, na página 31.

Durante a leitura

1. Estimule-os a verifi car se os seres e as coisas listados por eles

aparecem ou não no texto e/ou nas imagens do livro.

2. Chame a atenção das crianças para o modo como muitas das

imagens retratam não apenas objetos, mas também movimen-to, cheiro e sons.

3. Como a autora brinca com rimas e repetições, pode ser

interessante realizar uma leitura em voz alta. Veja se no-tam como algumas das palavras ao final da frase têm sons parecidos.

4. Chame a atenção para o modo como a cor da fonte do texto

varia de acordo com as cores predominantes na ilustração.

Depois da leitura

1. Quais são as características das coisas que existem nesse quintal?

Providencie uma cópia do quadro a seguir para que as crianças descubram nas ilustrações as respostas às perguntas:

ADIVINHAS RESPOSTAS

O QUE TEM NOS VASOS? FLOR, MATO E SALSINHA

DE ONDE VEM O CHEIRO DE COMIDA?

DA COZINHA

O QUE CAI NO QUINTAL DE VEZ EM QUANDO?

BOLA

QUEM PEGA A ROUPA DO VARAL?

ALGUÉM (provavelmente, as crianças responderão apoiando-se em suas vivências)

QUAIS SÃO OS BICHOS DO BEM? JOANINHA, BORBOLETA, ABELHA

QUAIS SÃO OS BICHOS QUE FAZEM MAL?

MOSQUITO, TATURANA, FORMIGA

QUEM FAZ BARULHO? OS VIZINHOS

QUE FAMÍLIA TEM FILHINHOS? PASSARINHO

2. Se achar oportuno, promova uma pesquisa a respeito dos bichos

do jardim. Esses pequeninos seres despertam a curiosidade das crianças. Se a escola localizar-se em São Paulo, ou em região de fácil acesso a essa cidade, vale a pena programar uma visita à Exposição Planeta Inseto, no Museu do Instituto Biológico: http://www.biologico.sp.gov.br/museu.php.

3. Proponha que os alunos retornem à lista que criaram em duplas

antes da leitura do livro e criem duas frases rimadas a respeito de outros seres, coisas, cheiros e barulhos que também possam ser encontrados em um quintal.

4. Quais dos alunos têm quintal em casa? Quais têm varanda?

Quem brinca no pátio do prédio? Quem tem jardim? Proponha que os alunos, com a ajuda dos pais, tragam fotos dos espaços externos em que brincam. Organize um mural com as imagens.

5. Proponha que os alunos escolham outro espaço de suas casas: a

cozinha, o quarto, o banheiro, a sala etc. Sugira que criem uma lista de coisas, seres, barulhos e cheiros que costumam encontrar no lugar em questão. Em seguida, produzam coletivamente o texto seguindo a mesma estrutura do livro de Bia Villela. Para cada item, os alunos devem escrever uma frase curta; a segun-da frase deve rimar com a primeira, a quarta com a terceira, e assim por diante.

6. Proponha que os alunos criem ilustrações para cada uma das

frases, como fez a autora.

DICAS DE LEITURA

1. DA MESMA AUTORA E DA MESMA SÉRIE • O que é que tem naquela mata? Moderna. • O que é que tem no seu caminho? Moderna. 2. DO MESMO GÊNERO

• O bairro do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra. • Selma, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify.

• A rainha das cores, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify. • O livro da Nina para guardar pequenas coisas, de Keith

Hering. São Paulo: Cosac Naify.

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BIA VILLELA

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UM POUCO SOBRE A AUTORA

Bia Villela nasceu em São Paulo, formou-se em veterinária na Universidade de São Paulo e em design gráfi co no Rocky Mountain College of Art and Design, nos EUA.

É autora de livros infantis. Inventa o texto, os desenhos e o projeto gráfi co de cada livro.

RESENHA

Nos livros da série Aqui e ali, Bia Villela estimula os jovens leito-res a atentar para os detalhes do mundo ao seu redor – os seleito-res, os objetos, os espaços, os ruídos. Em lugar de criar uma narrativa, a autora opta por compartilhar com as crianças vestígios de seu universo cotidiano, convidando-lhes a fazer o mesmo. Em O que é

que tem no seu quintal?, ela nos apresenta o seu quintal,

invadi-do pelo cheiro da cozinha, com vasos de tempero e vasos de fl or. De vez em quando, cai uma bola que passa por entre as roupas penduradas no varal. Tem joaninhas e borboletas, mas também mosquitos – e, vez ou outra, ouvem-se gritos e conversas vindas da casa dos vizinhos, assim como ruído de aparelhos elétricos e barulhos de bichos. No quintal, as brincadeiras e os jogos convivem com os produtos de limpeza...

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A coleção de Bia Villela conjuga literatura e design gráfi co para criar um livro lúdico em que imagens e texto são igualmente signifi cativos, complementares, mas nunca redundantes. O texto/ poema joga com rimas e repetições, brincando com diferentes ritmos. Cada frase é uma resposta à pergunta título: O que é que

tem...?, de modo que o texto desenrola-se como uma lista, uma

enumeração. As ilustrações, criadas por computador, jogam com as cores fortes do fundo e criam imagens bidimensionais, geomé-tricas, lúdicas e não realistas. Ao fi nal do texto, o leitor sente-se convidado a entrar no jogo, enumerando ele mesmo os muitos e diferentes elementos que compõem os ambientes por onde passa.

QUADRO-SÍNTESE

Gênero: jogos de linguagem.

Palavras-chave: espaço doméstico, quintal, bichos. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências. Tema Transversal: Meio ambiente.

Público-alvo: Leitor iniciante (Educação Infantil e 1º ano do

Ensino Fundamental).

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES Antes da leitura

1. Mostre aos alunos a capa do livro. Será que reconhecem o que

as imagens da ilustração representam? Um vaso de fl or, uma bola de basquete, um pano (de chão?), mosquitos, um varal?

2. Revele a eles o título do livro. Que seres, objetos, cheiros e

ruídos esperam encontrar em um quintal? Divida os alunos em duplas e proponha que cada uma delas crie a sua lista. Registre os itens ou deixe que os grafem segundo suas hipó-teses de escrita.

3. Leia com eles o texto da quarta capa. Veja se percebem a rima

que se forma entre as palavras “comida” e “esquecida”.

4. Mostre aos alunos a dedicatória do livro. Chame a atenção

para a ilustração, que mostra um jogo de montar e desmontar.

5. Chame a atenção deles para o fato de esse livro fazer parte de

uma série. O que os livros de uma mesma série costumam ter em comum?

6. Para que conheçam melhor a autora do livro, leia para eles a

pequena biografi a de Bia Villela, na página 31.

Durante a leitura

1. Estimule-os a verifi car se os seres e as coisas listados por eles

aparecem ou não no texto e/ou nas imagens do livro.

2. Chame a atenção das crianças para o modo como muitas das

imagens retratam não apenas objetos, mas também movimen-to, cheiro e sons.

3. Como a autora brinca com rimas e repetições, pode ser

interessante realizar uma leitura em voz alta. Veja se no-tam como algumas das palavras ao final da frase têm sons parecidos.

4. Chame a atenção para o modo como a cor da fonte do texto

varia de acordo com as cores predominantes na ilustração.

Depois da leitura

1. Quais são as características das coisas que existem nesse quintal?

Providencie uma cópia do quadro a seguir para que as crianças descubram nas ilustrações as respostas às perguntas:

ADIVINHAS RESPOSTAS

O QUE TEM NOS VASOS? FLOR, MATO E SALSINHA

DE ONDE VEM O CHEIRO DE COMIDA?

DA COZINHA

O QUE CAI NO QUINTAL DE VEZ EM QUANDO?

BOLA

QUEM PEGA A ROUPA DO VARAL?

ALGUÉM (provavelmente, as crianças responderão apoiando-se em suas vivências)

QUAIS SÃO OS BICHOS DO BEM? JOANINHA, BORBOLETA, ABELHA

QUAIS SÃO OS BICHOS QUE FAZEM MAL?

MOSQUITO, TATURANA, FORMIGA

QUEM FAZ BARULHO? OS VIZINHOS

QUE FAMÍLIA TEM FILHINHOS? PASSARINHO

2. Se achar oportuno, promova uma pesquisa a respeito dos bichos

do jardim. Esses pequeninos seres despertam a curiosidade das crianças. Se a escola localizar-se em São Paulo, ou em região de fácil acesso a essa cidade, vale a pena programar uma visita à Exposição Planeta Inseto, no Museu do Instituto Biológico: http://www.biologico.sp.gov.br/museu.php.

3. Proponha que os alunos retornem à lista que criaram em duplas

antes da leitura do livro e criem duas frases rimadas a respeito de outros seres, coisas, cheiros e barulhos que também possam ser encontrados em um quintal.

4. Quais dos alunos têm quintal em casa? Quais têm varanda?

Quem brinca no pátio do prédio? Quem tem jardim? Proponha que os alunos, com a ajuda dos pais, tragam fotos dos espaços externos em que brincam. Organize um mural com as imagens.

5. Proponha que os alunos escolham outro espaço de suas casas: a

cozinha, o quarto, o banheiro, a sala etc. Sugira que criem uma lista de coisas, seres, barulhos e cheiros que costumam encontrar no lugar em questão. Em seguida, produzam coletivamente o texto seguindo a mesma estrutura do livro de Bia Villela. Para cada item, os alunos devem escrever uma frase curta; a segun-da frase deve rimar com a primeira, a quarta com a terceira, e assim por diante.

6. Proponha que os alunos criem ilustrações para cada uma das

frases, como fez a autora.

DICAS DE LEITURA

1. DA MESMA AUTORA E DA MESMA SÉRIE • O que é que tem naquela mata? Moderna. • O que é que tem no seu caminho? Moderna. 2. DO MESMO GÊNERO

• O bairro do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra. • Selma, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify.

• A rainha das cores, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify. • O livro da Nina para guardar pequenas coisas, de Keith

Hering. São Paulo: Cosac Naify.

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BIA VILLELA

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UM POUCO SOBRE A AUTORA

Bia Villela nasceu em São Paulo, formou-se em veterinária na Universidade de São Paulo e em design gráfi co no Rocky Mountain College of Art and Design, nos EUA.

É autora de livros infantis. Inventa o texto, os desenhos e o projeto gráfi co de cada livro.

RESENHA

Nos livros da série Aqui e ali, Bia Villela estimula os jovens leito-res a atentar para os detalhes do mundo ao seu redor – os seleito-res, os objetos, os espaços, os ruídos. Em lugar de criar uma narrativa, a autora opta por compartilhar com as crianças vestígios de seu universo cotidiano, convidando-lhes a fazer o mesmo. Em O que é

que tem no seu quintal?, ela nos apresenta o seu quintal,

invadi-do pelo cheiro da cozinha, com vasos de tempero e vasos de fl or. De vez em quando, cai uma bola que passa por entre as roupas penduradas no varal. Tem joaninhas e borboletas, mas também mosquitos – e, vez ou outra, ouvem-se gritos e conversas vindas da casa dos vizinhos, assim como ruído de aparelhos elétricos e barulhos de bichos. No quintal, as brincadeiras e os jogos convivem com os produtos de limpeza...

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A coleção de Bia Villela conjuga literatura e design gráfi co para criar um livro lúdico em que imagens e texto são igualmente signifi cativos, complementares, mas nunca redundantes. O texto/ poema joga com rimas e repetições, brincando com diferentes ritmos. Cada frase é uma resposta à pergunta título: O que é que

tem...?, de modo que o texto desenrola-se como uma lista, uma

enumeração. As ilustrações, criadas por computador, jogam com as cores fortes do fundo e criam imagens bidimensionais, geomé-tricas, lúdicas e não realistas. Ao fi nal do texto, o leitor sente-se convidado a entrar no jogo, enumerando ele mesmo os muitos e diferentes elementos que compõem os ambientes por onde passa.

QUADRO-SÍNTESE

Gênero: jogos de linguagem.

Palavras-chave: espaço doméstico, quintal, bichos. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências. Tema Transversal: Meio ambiente.

Público-alvo: Leitor iniciante (Educação Infantil e 1º ano do

Ensino Fundamental).

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES Antes da leitura

1. Mostre aos alunos a capa do livro. Será que reconhecem o que

as imagens da ilustração representam? Um vaso de fl or, uma bola de basquete, um pano (de chão?), mosquitos, um varal?

2. Revele a eles o título do livro. Que seres, objetos, cheiros e

ruídos esperam encontrar em um quintal? Divida os alunos em duplas e proponha que cada uma delas crie a sua lista. Registre os itens ou deixe que os grafem segundo suas hipó-teses de escrita.

3. Leia com eles o texto da quarta capa. Veja se percebem a rima

que se forma entre as palavras “comida” e “esquecida”.

4. Mostre aos alunos a dedicatória do livro. Chame a atenção

para a ilustração, que mostra um jogo de montar e desmontar.

5. Chame a atenção deles para o fato de esse livro fazer parte de

uma série. O que os livros de uma mesma série costumam ter em comum?

6. Para que conheçam melhor a autora do livro, leia para eles a

pequena biografi a de Bia Villela, na página 31.

Durante a leitura

1. Estimule-os a verifi car se os seres e as coisas listados por eles

aparecem ou não no texto e/ou nas imagens do livro.

2. Chame a atenção das crianças para o modo como muitas das

imagens retratam não apenas objetos, mas também movimen-to, cheiro e sons.

3. Como a autora brinca com rimas e repetições, pode ser

interessante realizar uma leitura em voz alta. Veja se no-tam como algumas das palavras ao final da frase têm sons parecidos.

4. Chame a atenção para o modo como a cor da fonte do texto

varia de acordo com as cores predominantes na ilustração.

Depois da leitura

1. Quais são as características das coisas que existem nesse quintal?

Providencie uma cópia do quadro a seguir para que as crianças descubram nas ilustrações as respostas às perguntas:

ADIVINHAS RESPOSTAS

O QUE TEM NOS VASOS? FLOR, MATO E SALSINHA

DE ONDE VEM O CHEIRO DE COMIDA?

DA COZINHA

O QUE CAI NO QUINTAL DE VEZ EM QUANDO?

BOLA

QUEM PEGA A ROUPA DO VARAL?

ALGUÉM (provavelmente, as crianças responderão apoiando-se em suas vivências)

QUAIS SÃO OS BICHOS DO BEM? JOANINHA, BORBOLETA, ABELHA

QUAIS SÃO OS BICHOS QUE FAZEM MAL?

MOSQUITO, TATURANA, FORMIGA

QUEM FAZ BARULHO? OS VIZINHOS

QUE FAMÍLIA TEM FILHINHOS? PASSARINHO

2. Se achar oportuno, promova uma pesquisa a respeito dos bichos

do jardim. Esses pequeninos seres despertam a curiosidade das crianças. Se a escola localizar-se em São Paulo, ou em região de fácil acesso a essa cidade, vale a pena programar uma visita à Exposição Planeta Inseto, no Museu do Instituto Biológico: http://www.biologico.sp.gov.br/museu.php.

3. Proponha que os alunos retornem à lista que criaram em duplas

antes da leitura do livro e criem duas frases rimadas a respeito de outros seres, coisas, cheiros e barulhos que também possam ser encontrados em um quintal.

4. Quais dos alunos têm quintal em casa? Quais têm varanda?

Quem brinca no pátio do prédio? Quem tem jardim? Proponha que os alunos, com a ajuda dos pais, tragam fotos dos espaços externos em que brincam. Organize um mural com as imagens.

5. Proponha que os alunos escolham outro espaço de suas casas: a

cozinha, o quarto, o banheiro, a sala etc. Sugira que criem uma lista de coisas, seres, barulhos e cheiros que costumam encontrar no lugar em questão. Em seguida, produzam coletivamente o texto seguindo a mesma estrutura do livro de Bia Villela. Para cada item, os alunos devem escrever uma frase curta; a segun-da frase deve rimar com a primeira, a quarta com a terceira, e assim por diante.

6. Proponha que os alunos criem ilustrações para cada uma das

frases, como fez a autora.

DICAS DE LEITURA

1. DA MESMA AUTORA E DA MESMA SÉRIE • O que é que tem naquela mata? Moderna. • O que é que tem no seu caminho? Moderna. 2. DO MESMO GÊNERO

• O bairro do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra. • Selma, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify.

• A rainha das cores, de Jutta Bauer. São Paulo: Cosac Naify. • O livro da Nina para guardar pequenas coisas, de Keith

Hering. São Paulo: Cosac Naify.

Referências

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