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APLICAÇÃO DA EAP NAS ETAPAS DE UM PROJETO DE SIMULAÇÃO A EVENTOS DISCRETOS EM UMA FÁBRICA DE LATICÍNIOS

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APLICAÇÃO DA EAP NAS ETAPAS DE

UM PROJETO DE SIMULAÇÃO A

EVENTOS DISCRETOS EM UMA

FÁBRICA DE LATICÍNIOS

Tabata Fernandes Pereira (UNIFEI)

tabatafp@gmail.com

Rafael de Carvalho Miranda (UNIFEI)

rafaelc.miranda@yahoo.com.br

Gabriele Lacerda Santos (UNIFEI)

gabriele.lacerda@unifei.edu.br

Jose Arnaldo Barra Montevechi (UNIFEI)

montevechi@unifei.edu.br

A simulação a eventos discretos é uma ferramenta da pesquisa operacional, muito utilizada para estudos em diferentes contextos. Esta consiste em representar o sistema estudado em um modelo de computador, e com isso realizar inferências, a fim de propor mudanças para melhorar o sistema real. Para se desenvolver um projeto de simulação, deve-se seguir um método que possa guiar os analistas nesta execução, para isso existem na literatura, métodos para a

condução desses projetos. Todavia, estes métodos focam

especificamente nas atividades que devem ser conduzidas no projeto, não considerando demais fatores que compõem o gerenciamento de um projeto, como tempo, custos, recursos humanos, entre outros. Dentro deste contexto, este trabalho possui o objetivo de utilizar a ferramenta Estrutura Analítica do Projeto - EAP, muito utilizada em gerenciamento de projetos, para estimar o tempo necessário para a execução das atividades de um projeto de simulação. Para isto, o estudo foi conduzido em uma fábrica de laticínios, sendo possível construir a EAP para este projeto. Ao final do trabalho, pode-se concluir que a EAP facilitou a visão das atividades do projeto, podendo ser uma ferramenta de auxílio para a simulação.

Palavras-chave: Simulação a eventos discretos, EAP - Estrutura Analítica do Projeto, Estudo de caso.

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1. Introdução

Com o passar do tempo, a simulação a eventos discretos está sendo cada vez mais utilizada (PEREIRA et al., 2014). De acordo com Rutberg et al. (2015), a simulação a eventos discretos é uma ferramenta de modelagem computacional que replica sistemas complexos, permitindo que intervenções possam ser estudadas, sem comprometer o mundo real, com alterações que não se podem conhecer os prováveis efeitos.

Segundo Sturrock (2014) desenvolver um projeto de simulação é muito mais do que apenas construir um modelo computacional, requer habilidades que vão além de apenas conhecer uma ferramenta particular. Para Balci (1989), o desafio está em fazê-lo direito.

Segundo Pereira, Montevechi e Miranda (2013) existem algumas sistemáticas presentes na literatura, que possuem o objetivo de auxiliar os analistas de simulação a conduzirem os projetos. No entanto, estas sistemáticas apresentam as etapas que devem ser executadas para a construção de um projeto, não considerando aspectos como tempo, pessoas, custos, escopo, comunicação, riscos, etc., ou seja, estas metodologias não defendem as características de gerenciamento dos projetos de simulação.

Dentro deste contexto, a área de gerenciamento de projetos é um campo em pleno crescimento, que pretende garantir um aprimoramento na qualidade e produtividade dos projetos executados. Segundo o Guia PMBOK (2013), o gerenciamento de projetos é composto por dez grandes áreas do conhecimento, que são trabalhadas detalhadamente em cada projeto, são elas: integração, escopo, tempo, custos, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos e aquisições.

Dentre estas áreas do conhecimento, o gerenciamento do escopo é considerado uma das mais importantes, pois é por meio do gerenciamento do escopo que as demais áreas são executadas. Sendo assim, dentro da abordagem de gerenciamento de escopo, existe a ferramenta EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ou WBS (Work Breakdown Structure), esta ferramenta constitui a estrutura conceitual na qual se baseia o planejamento e controle do projeto.

Dentro deste contexto, considerando as dificuldades da falta de gestão de projetos em projetos de simulação, este trabalho faz uso da EAP para estimar o tempo necessário na execução das atividades de um projeto de simulação em uma fábrica de laticínios.

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3 tema desta pesquisa. A seção dois irá apresentar conceitos básicos sobre simulação a eventos discretos e estrutura analítica do projeto. A terceira seção irá mostrar o método de pesquisa. A quarta seção irá apresentar a aplicação do método. A seção cinco discutirá os resultados. Por fim, a última seção concluirá o trabalho.

2. Fundamentação Teórica 2.1 Simulação a eventos discretos

De acordo com Bateman et al. (2013), simulação é um processo de experimentação com um modelo detalhado de um sistema real, para determinar como o sistema responderá a mudanças em sua estrutura, ambiente ou condições de contorno.

Um projeto de simulação é desenvolvido a partir de uma sequência de etapas, que devem ser realizadas, juntamente com a empresa onde o estudo será conduzido. Existem algumas sistemáticas de simulação, presentes na literatura, que possuem como objetivo auxiliar os analistas de simulação a elaborarem os projetos, tais como: Mitroff et al. (1974), Banks et al. (1998), Law (2006), Montevechi et al. (2010), entre outras (PEREIRA, MONTEVECHI e MIRANDA, 2013).

Para este trabalho será utilizada a sistemática proposta por Montevechi et al. (2010), apresentada na Figura 1.

Segundo Robinson (2008), um projeto de simulação inicia-se com a fase de concepção, na qual os pesquisadores devem conhecer o processo a ser simulado, delimitar o sistema, definir os objetivos da pesquisa, o escopo e o nível de detalhe para o modelo. Ao longo da etapa de concepção é elaborado o modelo conceitual, que é uma abstração da realidade, realizado utilizando alguma ferramenta de mapeamento de processo.

Robinson (2008) e Pereira, Montevechi e Friend (2012) constataram em seus trabalhos que a modelagem conceitual é, provavelmente, a parte mais difícil do processo de desenvolvimento dos modelos de simulação, e que esta deve estar bem definida para que erros futuros sejam evitados.

Com a elaboração do modelo conceitual, são determinadas as variáveis de entrada e de saída do modelo, são coletados os dados necessários à simulação e os tempos dos processos são ajustados, que serão usados no modelo computacional, a fim de imitar o comportamento aleatório do fenômeno simulado.

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4 Figura 1 - Método de condução de pesquisa em simulação

1.1 Objetivos e definição do sistema 3.4 Conclusões e recomendações 1.2 Construção do modelo conceitual 1.3 Validação do modelo conceitual 1.5 Modelagem dos dados de entrada 2.1 Construção do modelo computacional Validado? Modelo conceitual Modelo computacional 2.2 Verificação do modelo computacional 2.3 Validação do modelo computacional 3.1 Definição do projeto experimental 3.2 Execução dos experimentos 3.3 Análise estatística Validado? Verificado? N N S N CONCEPÇÃO IMPLEMENTAÇÃO ANÁLISE 1.4 Documentação do modelo conceitual S Tempo, custo, porcentagens, capacidades, etc. Modelo operacional S

Fonte: Montevechi et al. (2010)

Após a realização destas atividades, inicia-se a fase de implementação. Nesta fase, é construído o modelo computacional, a partir do modelo conceitual (SARGENT, 2010), utilizando algum software de simulação. Este modelo computacional deve ser verificado e validado. A verificação consiste em conferir a programação do modelo, analisando a coerência da lógica empregada, e a validação consiste em garantir que o modelo

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5 computacional construído represente de maneira fiel o sistema que está sendo simulado (SARGENT, 2010).

Com a verificação e validação do modelo computacional, os analistas podem realizar experimentos e simular os cenários. Com isso, são gerados os resultados da simulação, que após análises dos especialistas, são transformados em recomendações que serão feitas aos clientes da simulação. Esta fase é chamada de análise. Caso necessário o modelo pode ser alterado e o ciclo reiniciado (CHWIF e MEDINA, 2010).

2.2 EAP – Estrutura Analítica do Projeto (WBS – Work Breakdown Structure)

A EAP pode ser definida como sendo a subdivisão das principais entregas do projeto e do trabalho em componentes menores e facilmente gerenciáveis. Pode ser entendida como a decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, a fim de alcançar os objetivos do projeto e criar as entregas requeridas (PMBOK, 2013). Segundo o ICB (2012), a EAP é o instrumento central da organização e comunicação do projeto, deve descrever os componentes do trabalho, constituindo a estrutura conceitual na qual se baseia o planejamento e controle do projeto.

Segundo o PMBOK (2013), o detalhamento da EAP deve chegar até o nível do pacote de trabalho, nível mais baixo na EAP, é o ponto no qual o custo e o cronograma do trabalho podem ser estimados de forma confiável. Para Kerzner (2001), a EAP é composta por até três níveis, ou seja, não se deve detalhar a estrutura em pacotes extremamente pequenos, pois os custos para o gerenciamento serão grandes.

Segundo Menezes (2003), a elaboração de uma EAP gera benefícios para os envolvidos no projeto, auxiliando na separação das diversas disciplinas, na detecção de omissões, na determinação do tempo, para realizá-las e no custeio. Já para o Guia PMBOK (2013), o principal benefício desse processo é o fornecimento de uma visão estruturada do que deve ser entregue.

A EAP representa todo produto e trabalho do projeto, inclusive o trabalho de gerenciamento do mesmo. Todo o trabalho nos níveis mais baixos deve ser associado aos níveis mais altos, para que nada seja omitido e nenhum trabalho extra seja executado, isso é chamado de regra dos 100%. (PMBOK, 2013). Uma vez construída a EAP, esta será o ponto de partida para planejamento e execução do projeto (KERZNER, 2001).

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6 O método de pesquisa utilizado neste trabalho foi o estudo de caso. De acordo com Yin (2010), o estudo de caso é um estudo de natureza empírica que investiga um determinado fenômeno, geralmente contemporâneo, dentro de um contexto real, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto em que se insere não são claramente definidas.

O estudo de caso seguiu as seguintes etapas:

 Revisão da literatura;

 Descrição do caso;

 Análise dos resultados e conclusões.

O estudo de caso é uma espécie de histórico do fenômeno, extraído de fontes de evidências, no qual qualquer fato relevante à corrente de eventos que descrevem o fenômeno é um dado potencial para o método, pois o contexto é importante (MIGUEL, 2010).

Yin (2010) propõe um procedimento para condução do estudo de caso, este foi adaptado para um único caso, a fim de apresentar a aplicação da EAP em um projeto de simulação (Figura 2).

Figura 2 - Condução do estudo de caso

Fonte: Yin (2010)

4. Desenvolvimento do método de pesquisa

Conforme apresentado na Figura 2, as etapas propostas por Yin (2010) foram seguidas neste trabalho. A seguir serão descritas todas estas etapas.

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7 Esta etapa foi elaborada ao início do trabalho, contextualizando os temas simulação a eventos discretos e dentro do tema gerenciamento de projetos foi contextualizada a EAP, mostrando a importância da junção destes temas em conjunto para a simulação.

4.2 Selecionar casos

Este trabalho foi conduzido em um laticínio entre os anos de 2013 e 2014. A família de produtos escolhida para análise compreende os queijos mussarela barra de 4kg, barra de 0,8kg, barra de 0,5kg, rolo de 0,5kg, bola de 10g e bola de 50g (ambas embaladas em pacotes com 250g). O objetivo da simulação consistiu em avaliar o impacto da variação da oferta de leite no sistema produtivo.

4.3 Projetar o protocolo da coleta de dados

Os dados foram coletados a partir de uma entrevista direta, conduzida com a analista de simulação responsável por desenvolver o projeto de simulação. A entrevista se baseou na sistemática do método de simulação, em que foram sendo repassadas cada uma das atividades propostas e a analistas entrevistada pode apresentar os tempos gastos.

4.4 Condução dos estudos de caso

A analista que conduziu o trabalho utilizou a sistemática proposta por Montevechi et al. (2010). Dessa forma, isto possibilitou que a EAP do projeto fosse elaborada a partir desta estrutura. Como mencionado, a partir da entrevista conduzida junto a analista do projeto, os dados necessários puderam ser coletados.

A condução do estudo se iniciou pela primeira etapa, “concepção”. Inicialmente a analista estimou o tempo gasto nesta fase como um todo, sem considerar as atividades que a compõe. Dessa maneira, conforme a analista, foram demandados 12 meses para a conclusão da etapa inicial do projeto, desde janeiro de 2013 até dezembro de 2013.

Com isso, a analista pode separar este tempo nas atividades. Conforme o método, as duas primeiras atividades que o compõe são “Objetivos e definição do sistema” e “Construção do modelo conceitual”, estas atividades foram realizadas em conjunto, a analista apresentou que o tempo gasto para a conclusão de ambas as atividades foi de 86 dias, entre os períodos de janeiro a abril de 2013.

A analista ressaltou que foi uma das atividades mais trabalhosas, visto que o sistema a ser simulado era muito complexo, sendo assim era necessário conhecer o sistema, bem como suas

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8 características e limitações, para que o objetivo da simulação pudesse ser estabelecido e com isso o modelo conceitual pudesse ser construído. E somente com esse período longo de estudo foi possível realizar ambas as atividades.

O modelo conceitual foi desenvolvido utilizando a técnica IDEF-SIM, conforme Leal, Almeida e Montevechi (2008) e a técnica IDEF3 (MAYER, 1995).

Tendo construído o modelo conceitual, a analista avançou para a atividade de “Validação do modelo conceitual”. Foi destacado, pela analista, o período de 11 dias, de 1 de maio a 15 de maio de 2013, para que a validação deste modelo fosse concluída. Foi apontado pela analista que poucas alterações foram solicitadas pelo cliente para a validação do modelo conceitual. A validação foi realizada através da técnica face a face, o modelo conceitual foi apresentado aos especialistas do processo, que são pessoas da empresa diretamente relacionadas ao sistema. Desta forma, uma vez que se verificou que o sistema está representado corretamente, o modelo conceitual foi considerado validado.

A próxima atividade estabelecida na sistemática é a “Documentação do modelo conceitual”. Para a documentação, foi gasto 1 dia para a conclusão desta tarefa.

Com isso, pode-se seguir para a próxima atividade “Modelagem dos dados de entrada”. Conforme apresentado pela analista, foram demandados 161 dias para a conclusão desta atividade, que ocorreu entre o período de 17 de maio de 2013 a 30 de dezembro de 2013. Foi ressaltado que esta atividade foi a que demandou maior esforço e tempo por parte da analista, sendo considerada a mais complexa de todas.

Os dados necessários para alimentar o modelo foram coletados, tratados quanto à média, desvio padrão e erro absoluto, com auxílio o software Minitab®.

Sendo assim, pode-se avançar para a fase de implementação. Nesta etapa a primeira atividade é a “Construção do modelo computacional”. Para a execução desta etapa, a analista apontou que foram gastos 53 dias, entre 01 e 14 de março de 2014.

O modelo computacional foi construído no software Anylogic ® e sua descrição consideraram os seguintes aspectos: locais, entidades, variáveis, funções, eventos independentes, comunicação com planilha eletrônica externa e suas funções.

Em paralelo a esta atividade, foi conduzida a atividade de “Verificação do modelo computacional”. Esta tarefa foi concluída juntamente com a atividade de “Construção do

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9 modelo computacional”, em que a analista foi construindo o modelo computacional, e realizando sua verificação. Dessa forma, o mesmo período de tempo foi gasto para esta etapa. Com o modelo computacional construído e verificado, a analista pode seguir para a atividade “Validação do modelo computacional”.

A validação se tornou uma tarefa fácil, pois os dados necessários para a validação estavam disponíveis. Sendo gasto apenas 11 dias para a conclusão desta tarefa, entre o período de 16 a 31 de março de 2014. A validação estatística ocorreu por meio do teste 2 Sample t, em que os dados reais são comprados com os dados simulados.

Desta forma, pode-se avançar para a fase de análise. A atividade da etapa que segue o método é a “Definição do projeto experimental”, a analista apontou que para a definição do que seria executado, foram gastos 44 dias para este planejamento, entre o período de 01 de abril a 30 de maio de 2014, em que foram definidos quais e quantos cenários seriam simulados, quais variáveis seriam analisadas, entre outros.

Ficaram definidos que seriam simulados 8 cenários, com variações de capacidade mínima e máxima, entre 1 e 2 tanques, a fim de obter a produção média, para que esta pudesse ser comparada com a produção real.

Com isso, para a próxima atividade “Execução dos experimentos” foram gastos 21 dias, entre 01 e 30 de junho 2014. Os testes mostraram que o único fator que impacta na quantidade de peças produzidas é a oferta de leite. Mesmo em situações de alta oferta, considerando a pior combinação de fatores (capacidade baixa de pasteurização e 1 tanque para coagular), o sistema possui capacidade para processar todo o leite destinado a essa família de produtos. A partir da execução dos experimentos, pode-se enfim realizar as duas últimas atividades do método, “Análises estatísticas” e “Conclusões e recomendações”, em que foram demandados 22 dias, entre 01 e 30 de julho de 2014. Os resultados obtidos com a simulação foram analisados e levados para o cliente, incluindo a variação dos cenários e das variáveis de decisão.

A partir desta análise conduzida em cada uma das atividades que compõe o método de Montevechi et al. (2010), pode-se elaborar a EAP do projeto de simulação desenvolvido na fábrica de laticínio. A Figura 3 mostra a EAP do projeto. Cabe ressaltar que a EAP desenvolvida neste trabalho, focou somente na aplicação dos tempos gastos nas atividades da simulação, não considerando os custos.

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10 Figura 3 – EAP do projeto de simulação da fábrica de laticínio

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11 cada uma das atividades que compõe um projeto de simulação a eventos discretos. Salienta-se que cada projeto possui sua especificidade, assim alterações na estrutura serão necessárias. Para ilustrar como as ferramentas de gerenciamento de projetos são importantes no contexto da simulação a eventos discretos, foi desenvolvido o gráfico de Gantt deste projeto, para isso foi utilizado o software MSProject®. O gráfico pode ser observado na Figura 4.

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A construção da EAP para este projeto de simulação possibilitou ver claramente como foi a execução e duração de cada uma das atividades que compõem um projeto de simulação a eventos discretos.

Pode-se observar que o projeto de simulação deste trabalho teve duração de 412 dias, como pode ser observado por meio da EAP. Sendo gastos 260 dias na etapa de concepção (63,23%), 64 dias na etapa de implementação (15,53%) e 87 dias na etapa de análise (21,24%).

Com a construção da EAP do projeto, pode-se também construir o gráfico de Gantt para o projeto. Observou-se pelos resultados que a etapa menos demorada foi a etapa de implementação, com 64 dias de duração. A analista ressaltou que devido ao programador ser um especialista no simulador, e devido ao fato de possuir todos os dados necessários para alimentar o modelo, estes fatos facilitaram a condução desta etapa.

Notou-se que a etapa que demandou maior tempo foi a etapa inicial, concepção. A analista justificou esse fato, como base no sistema ser muito complexo, e para que se pudesse definir os objetivos da simulação e construir o modelo conceitual, houve a necessidade de conhecer especificamente o sistema em estudo.

Salienta-se um fato importante apontado pela analista, a “Validação do modelo computacional”, esta atividade muitas vezes pode ser difícil de ser concluída, no entanto para este trabalho, foi uma atividade simples, devido a grande quantidade de dados coletados na etapa de “Modelagem dos dados de entrada”, isto facilitou para que a validação estatística baseada nos dados históricos ocorresse.

Por fim, foi observado que em três momentos do desenvolvimento do projeto de simulação seis atividades foram executadas em paralelo: “Objetivos e definição do sistema” e “Construção do modelo conceitual”, “Construção do modelo computacional” e “Verificação do modelo computacional” e “Análise estatística” e “Conclusões e recomendações”. Isso pode ser observado mais claramente por meio do gráfico de Gantt.

6. Conclusões

Este trabalho apresentou um estudo de caso em um laticínio, onde foi conduzido um projeto de simulação a eventos discretos, entre os anos de 2013 e 2014. O objetivo da simulação consistiu em avaliar o impacto da variação da oferta de leite no sistema produtivo.

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14 base na literatura foi mostrado que existem muitos métodos que auxiliam no desenvolvimento dos projetos de simulação, no entanto, estes não estão preocupados em gerenciar os demais aspectos como tempo, custo, recursos humanos, entre outros.

Dessa forma, este trabalho propôs a utilização da estrutura analítica (EAP) do projeto na aplicação das atividades que compõem um projeto de simulação, dessa forma foi realizada uma contextualização desta ferramenta de gerenciamento de projetos.

Foi utilizado o método estudo de caso, para guiar as diretrizes deste trabalho. O trabalho foi conduzido em uma empresa de laticínios, onde a analista responsável por executar este projeto de simulação pode transferir todas as informações necessárias para a construção da EAP.

Foram explanadas todas as atividades que compõe o método proposto por Montevechi et al. (2010), dessa maneira foi possível estabelecer os tempos para cada uma destas atividades. Com a condução deste trabalho, pode-se destacar alguns pontos. Todo o projeto de simulação teve a duração de 412 dias. A etapa que demandou maior esforço e tempo por parte da analista de simulação foi a concepção, em destaque paras as atividades de “Objetivos e definição do sistema” e “Modelagem dos dados de entrada”, sendo que a analista destacou como foi trabalhoso a conclusão destas etapas.

Com a execução deste trabalho, concluiu-se que a EAP é uma ferramenta que pode ser utilizada para facilitar o planejamento das atividades que compõem um modelo de simulação, com isso tem-se uma definição do tempo mais acertada e previsível.

Este trabalho objetivou contribuir com a literatura, a partir da utilização das ferramentas de gerenciamento de projetos, em projetos de simulação a eventos discretos, a fim de facilitar o planejamento das atividades e do tempo de execução de cada uma.

Por fim, pode-se obter uma visão de gerenciamento de projeto de um projeto prático de simulação, por meio da utilização da EAP. Este tema de pesquisa possui grandes oportunidades de trabalhos na combinação dos assuntos, simulação a eventos discretos e gerenciamento de projetos.

Como trabalhos futuros, sugere-se que outras áreas do conhecimento do gerenciamento de projetos, como custos e aquisições, sejam estudadas em projetos de simulação a eventos discretos.

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Agradecimentos

Os autores agradecem à FAPEMIG, CAPES, CNPq, Honeywell e a fábrica de laticínios pelo apoio e suporte ao longo dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS

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