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U-BOOTS NO BRASIL. AS VIVÊNCIAS DO HOMEM COSTEIRO DIANTE DA GUERRA SUBMARINA EM SERGIPE. ( )

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U-BOOTS NO BRASIL. AS VIVÊNCIAS DO HOMEM COSTEIRO DIANTE DA GUERRA SUBMARINA EM SERGIPE. (1942-1945)

Luiz Antônio Pinto Cruz Antônio Lindvaldo Souza. Universidade Federal de Sergipe. cruzlap@hotmail.com Há acontecimentos na história de um povo que resistem muito ao esquecimento. Um exemplo disso foi o ataque submarino aos navios mercantes na costa de Sergipe e da Bahia, nos anos quarenta do século XX, se constituindo num dos fatos mais traumáticos vividos pela população local durante a Segunda Guerra Mundial. Neste primeiro de conflito militar de escala global, ainda existem realidades históricas esquecidas, fora do epicentro europeu. Suas perdas são literalmente incalculáveis, e mesmo estimativas aproximadas se mostram impossíveis, pois a guerra total (ao contrário da Primeira Guerra Mundial) matou tão prontamente civis quanto pessoas de uniforme, e grande parte da pior matança se deu em regiões, ou momentos, em que não havia ninguém a posto para contar, ou se importar.i

Os ataques submarinos na costa brasileira fazem parte da Batalha do Atlântico. Essa batalha naval passou a significar muito mais que a sobrevivência da Grã-Bretanha. Era o palco decisivo da Grande Guerra Mundial, e seu vencedor ganharia a guerra. Os U-boots tiveram um papel importante na ampliação os conflitos para o Atlântico Sul. Tudo foi muito sofrido para os náufragos e muito assustador para a população costeira. “Sergipe nunca em sua vida, presenciou cenas tão tristes como nestes dias”, anunciou o jornal aracajuano Folha da Manhã, em agosto de 1942. Aníbal Benévolo, Araraquara e Baependy foram torpedeados entre os dias 15 e 16 de agosto de 1942.

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A nossa pesquisa histórica tem como objetivo principal estudar os ataques dos submarinos alemães na costa sergipana, analisando os comportamentos e as representações dos homens costeiros diante dos torpedeamentos. Eles conheceram bem de perto a circunstância devastadora de uma guerra marítima. As ameaças advindas do mar transformaram Aracaju numa cidade sitiada. A documentação oficial do governo getulista dizia que “o país não tinha feito nada para sofrer com a Guerra Submarina”, mas outros documentos apontam para novas evidências.

À luz das discussões antropológicas contemporâneas, os torpedeamentos não representaram um mero “afundamento de navios mercantes”, mas sim um momento importante na História de Sergipe. O grande desafio de uma antropologia histórica não é simplesmente saber de que modo o evento foi ordenado pela cultura local, mas como, ao longo do processo, a cultura foi reordenada. Com um olhar mais antropológico, o historiador desenvolve uma sensibilidade social em suas pesquisas, permitindo visualizar as particularidades da vida cotidiana, estabelecendo conexões entre os diferentes testemunhos orais.

Através da análise das fontes orais associada às fontes documentais, queremos compreender a história dos homens costeiros a partir da chegada da notícia dos torpedeamentos de 15 e 16 de agosto de 1942, voltando a acontecer outro registro de ataque em 31 de julho de 1943. Numa breve análise comparativa percebemos leituras sociais distintas sobre ambos os eventos. Num primeiro momento, o ataque de 1942 representou um evento desconhecido, trágico e assustador. A sua intensidade desestruturou o cotidiano dos aracajuanos e impressionou os homens costeiros. Já no segundo momento, em 1943, o ataque submarino era conhecido, esperado e não tinha a mesma intensidade dos ataques de 1942. Mesmo assim, o clima de insegurança marítima se estendeu até o fim da guerra em 1945.

As recordações mais marcantes dos homens costeiros dizem respeito à vida cotidiana: a inesperada notícia dos torpedeamentos, os náufragos atordoados, centenas de mortos pelas praias, os destroços dos navios, o quebra-quebra na cidade, as perseguições aos estrangeiros e aos sergipanos suspeitos de quinta-coluna. Em virtude deste evento, a capital sergipana se envolveu no clima de guerra marítima, deixando a condição de mera espectadora de um conflito europeu, para alçá-la à condição de vítima da Guerra Submarina. Por esta razão, muitos soldados brasileiros ficaram vigiando o mar no tempo da guerra.

Local dos Torpedeamentos Imagem – 1

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Os U-boots espalharam o terror pela costa nacional. No litoral sergipano, os marinheiros brasileiros temiam por sua sorte, como recordou Seu Eliseu Timóteo. “Eu conversei com um marinheiro velho nessa época. Conversei com ele aqui em Aracaju já de muito tempo. Conversei com ele. Ele disse: ‘- Olha rapaz fui marinheiro na gestão da Segunda Guerra Mundial. Acontece que, quando a gente entrava aqui, nas águas de

Sergipe, o navio, quando o capitão via algum movimento estranho, ele parava o navio e mandava todo mundo ficasse quieto e apagasse todas as luzes. Com medo de serem torpedeados. Ele disse que muitos companheiros dele foram mortos aí, nessa beira de costa”.ii O esforço de guerra conclamava todos a vencerem seus medos e servirem à pátria. Como todo marinheiro era um viajante por natureza, ele precisava seguir o seu destino, mesmo em meio a tantas ameaças.

Navegar pela costa sergipana era aventurar-se num “mar de submarinos”. Os jornalistas queriam saber por que os submarinos eixistas agiram com muita facilidade em Sergipe. O jornal O Globo enviou seu correspondente, David Nasser, à Aracaju. Ele veio em busca dos pormenores sobre a atuação dos submarinos de Adolf Hitler. "Vigilância sem trégua em Sergipe", este foi o título da matéria. De acordo com seu artigo, “haveria a possibilidade de encontrar vestígios da existência de bases clandestinas para submarinos alemães no litoral sergipano? Os homens do submarino poderiam buscar refúgio e mantimento em algum lugar de Sergipe”? iii

O jornalista Nasser entrevistou o Chefe de Polícia do Estado, Enoque Santiago, que falou: "no litoral brasileiro, desde o Rio até o extremo Norte, existirão bases de abastecimento para os submarinos inimigos? O Chefe de Polícia de Sergipe, no que diz respeito a este estado, afirma que não. Nos outros Estados, afirma-se a impossibilidade de existirem as mesmas bases que não foram jamais vistas pelos pescadores e pelos aviões de patrulhamento".iv

Os submarinos alemães estiveram várias vezes em Sergipe. Eles não só passaram pela costa, mas também, fizeram parte da vida dos sergipanos. Em 9 de setembro de 1942, a Chefatura de Polícia fez assinalar todas as sepulturas das pessoas que pereceram nos torpedeamentos dos navios mercantes brasileiros e que foram sepultados no município da

Soldados da Borracha e Soldados Costeiros Imagem – 2

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capital. Em cada uma das sepulturas foi fincada uma cruz de madeira, numerada com a seguinte inscrição: “vítima do Nazismo”.

Não se sabe ao certo quantos submarinos singraram as águas sergipanas. As análises de historiadores civis e militares apontaram para a passagem dos seguintes U-boots: U-128, U-185, U-161 e U-507.

Tabela 1 - Cronologia dos Acontecimentos Navais em Sergipe

A facilidade com que o U-boot operou no litoral sergipano despertou a desconfiança da existência de uma rede de espionagem eixista ou de possíveis bases submarinas. “A tremenda ameaça dos submarinos alemães, na guerra atual, porém, é muito maior, porque agora, os nazistas podem construir submarinos em portos situados desde o norte da Noruega até os Pirineus e dispõem de bases de submarinos ao longo desses milhares de milhas da costa, bem como no Mediterrâneo. (...) Se, diga-nos apenas como argumento, Hitler realizasse sua ameaça de ocupar o Brasil, os nazistas poderiam construir submarinos e dispor de bases ao longo de toda a costa brasileira, além de impedir que as matérias-primas desse país fossem colocadas a serviço da causa aliada. Isso teria uma grande contrariedade para as nações amantes, da paz.”v

A memória de um grande acontecimento perpassa o tempo eventual si. Este evento bélico, mais do que um grande acontecimento, passou a ser visto como “um passado que não passou”. A história dos torpedeamentos não acabou quando os navios foram tragados pelo mar ou quando os submarinos alemães regressaram para a Europa. As considerações dos náufragos e dos sergipanos são imprescindíveis para o desenvolvimento desta pesquisa, pois permitem visualizar como o evento se revestiu de um caráter estrutural.

Data Eventos Navais em Sergipe

15-08-1942 O U-507 torpedeia o Baependy e o Araraquara 16-08-1942 O U-507 torpedeia o Aníbal Benévolo

19-08-1942 Uma baleeira com identificação “S.S. George Clymer”, apareceu misteriosamente na Barra dos Coqueiros.

16-05-1943 O U-128 foi bombardeado pelos aviões norte-americanos 31-07-1943 O U-185 torpedeia o Bagé

27-09-1943 O U-161 foi bombardeado pelos aviões norte-americanos entre a costa da Bahia e Sergipe

O Aníbal Benévolo singrando as águas do rio Sergipe. Aracaju. Década de 1940.

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O torpedeamento foi uma tragédia marítima vivida intensamente por uma coletividade. A Guerra Submarina ganhou várias significações, especialmente para os sobreviventes e o homem costeiro. Atormentados, os náufragos seguiram aquele mar de incertezas e lutaram contra todo tipo de adversidade. Além do mais, eles percorreram praias, povoações e cidades sergipanas. A história da Guerra Submarina é atravessada pela tensão entre a “experiência trágica dos náufragos” e as “percepções culturais dos sergipanos”. As histórias trágicas dos náufragos alimentaram o medo do homem costeiro. Depois de várias décadas da “torpe selvageria”, ainda encontramos resquícios da passagem dos submarinos de Hitler em diferentes pontos da costa sul-atlântica. Houve uma internalização da tragédia, o evento bélico foi apropriado pela estrutura, naquilo que Marshall Shalins chamou de estrutura da conjuntura.

A sociedade sergipana respondeu às exigências advindas do mar. Os náufragos chegaram desesperados às praias sergipanas, apenas com a roupa do corpo. Zé Peixe recordou da aflição deles. Historiou-me sua percepção do acontecimento em detalhes. “O Brasil não tinha entrado em guerra. Esses navios Bagé, Baependy, Araraquara e Aníbal Benévolo foram torpedeados. Aí Getúlio Vargas declarou guerra daí por diante. Torpedearam os navios brasileiros em águas brasileiras. Dentro da nossa casa né? Na barra de Estância. De Estância para São Cristóvão. E os corpos davam na praia. Tinha o Cemitério dos Náufragos, mas tinha corpos que não dava pra pegar mais que tava em estado que não podia pegar mais. Aí botava na praia e enterrava lá. Fora o povo que dava vivo nas baleeiras. Aí foram hospedados nos hotéis. Tinha a Legião Brasileira que dava roupa pra esse povo, pros náufragos e para os tripulantes dos navios”.vi Vale frisar que os relatos orais sobre os acontecimentos históricos na costa sergipana nunca podem ser considerados inocentes ou isentos de imperfeições, mas eles se constituem em olhares da história. Não se trata de procurar a “verdade” ou a “mentira” na oralidade, mas cruzar com informações documentais e compreender as diferentes percepções sociais sobre a tragédia submarina.

Refém da ameaça submarina, Aracaju se sentiu mais isolada sem os costumeiros navios mercantes. Tudo demorava chegar aqui. O inimigo escondido no mar e a grande quantidade de navios torpedeados espantaram os navios mercantes do cais aracajuano. A cidade perdia sua feição portuária. A costa sergipana ganhou uma triste fama dos marinheiros: “mar dos submarinos”. Sugere-se que a desaparição da atração do porto, então principal via de distribuição em 1942 quando, com a guerra, naufrágios seguidos paralisaram seu movimento quase completamente. Muitas pessoas desistiram de viajar nos navios de passageiros, temendo encontrar pela frente o temido submarino.vii

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“A guerra lá das Oropa, bateu também no Brasi; cum ela nas nossas costa, danou-se tudo a assubi, e inté mermo o qui é dos pobre: feijão, bejú, sarnambi”viii versos populares da época. A grande maioria da população sergipana era analfabeta na década de 1940, mas essa realidade não impediu de coletássemos preciosas informações. O conhecimento popular difere e muito, do conhecimento dos instruídos. A guerra submarina gerou histórias de cunho real e outras imaginárias.

Se nos jornais aracajuanos, o evento dos torpedeamentos representou: “vil barbaridade”, “uma bestial tragédia”, “corsários eixistas”, “agentes do mal”, “atentado nazi-fascista”, “insulto do hitlerismo”, “selvageria sem precedentes”, etc. Para o homem costeiro representou: “presepada do diabo nesse tempo em Aracaju”, “armação da gota serena”, “dias negros”, “pior época que já peguei”, “alívio por não estar no navio afundado”, “desgraça do cão”, “coisa de satanás”. Não se trata de um encadeamento de fenômenos pitorescos ou de inovações, mas de uma mistura constante de comportamentos herdados (portanto, de permanências) e de fenômenos de adaptação ou invenção. Apesar de desconhecer seu principal adversário, nada impediu os sergipanos de considerar o submarino “uma presepada do diabo” ou uma “armação da gota serena”. De certa forma, essas impressões religiosas fortaleciam o entendimento dos aracajuanos.

Diante destas diferentes percepções, percebemos certas particularidades culturais nos dois tipos de abordagens: uma jornalística visualizando “um grande evento” e a outra popular, que apresenta em seu discurso categorias culturais concebidas no universo cultural de pessoas tipicamente cristãs nordestinas. Então, por que os sergipanos satanizaram o submarino nazista? A satanização seria uma postura natural de defesa diante de um temor desconhecido. Na verdade, cada pessoa teve uma maneira de ver, de sentir, de agir e de reagir. Essas diferentes posturas cotidianas precisam ser costuradas para termos uma visão mais coesa do cenário social da época. A vida cotidiana estava anormal diante do clima de guerra, na qual todos foram subitamente envolvidos. Seria no mínimo plausível e natural, a forte presença do medo diante de inimigos reais e imaginários. As impressões imaginárias ajudaram a tornar o torpedeamento mais compreensivo para homens e mulheres comuns. Entretanto, além da análise de acontecimentos tão inusitados, esta noção de práxis, enquanto uma sociologia situacional do significado pode ser aplicada à compreensão de mudança cultural.

Entender um acontecimento dentro de uma perspectiva social foi bastante revelador nesta pesquisa. Se para a intelectualidade aracajuana o submarino era encarado com uma perigosa ameaça bélica, para o homem comum ele não passava de um serviçal de satanás ou uma presepada do diabo. Essas e outras impressões culturais do inimigo marítimo se achavam

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entrelaçados no cotidiano de Aracaju. O inferno da guerra e todos os seus demônios (submarino, torpedeamento, Hitler, alemães, italianos e luzes misteriosas) povoaram o imaginário cristão dos aracajuanos. Toda essa demonização era uma resposta social diante de um evento desconhecido pelo homem comum. A guerra submarina impôs uma nova realidade aos citadinos que rejeitavam tudo que se relacione ao Eixo, à Alemanha e à Itália. Portanto, o significado peculiar que os aracajuanos conferiram aos submarinos só demonstra a intensidade da tragédia submarina em suas vidas.

Uma vez superada o estranhamento da guerra submarina, o cotidiano foi se reestruturando e novas concepções foram surgindo. O aracajuano se guarneceu e se preparou para o confronto com a ameaça externa, com a guerra submarina e com a aversão de um novo mundo. Para homens e mulheres comuns, o submarino se assemelhava ao demônio. Simplesmente porque ambos agiam invisivelmente, destruíram vidas, arruinaram famílias inteiras e moravam nas profundezas da sua maldade. Esse demônio rondava assustadoramente as águas sergipanas, afundando navios mercantes e matando pessoas. Nesta atmosfera tensa, de uma ameaça externa iminente, o temor era que esse trágico destino se abatesse sobre a cidade. Os aracajuanos interpretaram a tragédia dos torpedeamentos partindo de compreensões preexistentes em sua sociedade. Eles absorveram as novas circunstâncias e criaram novas significações, repensando criativamente seus esquemas convencionais. Como diria o antropólogo Marshall Sahlins, são nesses termos que a cultura é alterada historicamente.

Culturas diferentes, historicidades diferentes. O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim, produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura.ix As reflexões de Lucian Febvre, analisadas por Georges Duby, também nos ajudaram a compreender as representações da sociedade aracajuana diante da guerra submarina. Lucian Febvre defendia que cada época tem sua própria visão de mundo, onde as maneiras de pensar sentir variam com o decorrer do tempo. Entretanto, não obstante, cada sociedade, em determinado momento período ter sua própria concepção de mundo, permanecem comportamentos ou “resíduos mentais” (valores, conceitos e crenças) de uma época para outra.x

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Se o medo era quase que imperceptível nos jornais, inversamente nas ruas aracajuanas, ele dominava as almas, os corações e os piores pesadelos das pessoas. Embora os torpedeamentos aos navios mercantes brasileiros fossem algo “desconhecido” e “inesperado” para maioria da população aracajuana, isso não a impediu de buscar explicações para as estranhas ocorrências em sua volta. Não podemos esquecer que “submarino” era uma palavra estranha para grande maioria da população analfabeta de Sergipe. Palavras antes desconhecidas, para a população analfabeta, como “submarino”, “torpedeamentos”, “nazista” e “fascista”, foram incorporadas e “ordenadas” culturalmente. Categorias culturais já concebidas no imaginário cristão foram utilizadas para compreender, ao seu modo, as ocorrências em sua volta. O homem comum, mesmo desconhecendo a guerra submarina, ofereceu respostas à situação vigente. Palavras como “diabo”, “presepada”, “gota serena”, “bestial” e etc., explicavam os torpedeamentos, os submarinos, o nazi-fascismo e a própria guerra. O embestado submarino tirou o sossego dos sergipanos. Portanto, a leitura popular da guerra submarina, também foi vista como uma ação de natureza diabólica ou como manifestação das forças do mal. É típico da natureza de qualquer sistema humano defender-se e preservar-se.

Diante de tantos ataques submarinos era preciso defender a soberania das águas territoriais brasileiras.

Tabela 2 – Navios Torpedeados em Sergipe Navios torpedeados no litoral sergipano Saída Destino No de tripulantes e passageiros No de mortos Submarino Alemão Data do Ataque Aníbal Benévolo (Lóide Brasileiro) Salvador Aracaju 154 150 U-507 Harro Schacht Ataque noturno 16 de agosto de 1942 Araraquara (Lóide Nacional) Salvador Recife 142 135 U-507 Harro Schacht Ataque noturno 15 de agosto de 1942 Baependy (Lóide Brasileiro) Salvador Recife 323 283 U-507 Harro Schacht Ataque noturno 15 de agosto de 1942 Bagé (Lóide Brasileiro) Recife Rio de Janeiro 134 28 U-185 August Maus Ataque noturno 31 de julho de 1943

Organizada por Luiz Antônio Pinto Cruz. 2006

Será que os U-boots realmente afundaram os navios mercantes em Sergipe ou seriam os norte-americanos? Essa pergunta perseguiu os historiadores brasileiros durante décadas. Um dos muitos mitos polêmicos daquele tempo da guerra submarina foi a desconfiança da

“A guerra do Brasil começou em Sergipe” afirmou o prático Zé Peixe. Aracaju. 2007.

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autoria norte-americana nos torpedeamentos dos navios brasileiros. Na historiografia brasileira, as obras clássicas são praticamente unânimes em afirmar que submarinos alemães e italianos afundaram os navios brasileiros, tanto em sua costa litorânea, como em águas internacionais. Vários pesquisadores civis e militares estiveram recolhendo informações nos arquivos europeus e norte-americanos, chegando à mesma conclusão da autoria eixista nos famosos torpedeamentos de agosto de 1942. Segundo Gerson Moura, a aliança Brasil-Estados Unidos, fundada em múltiplos e recíprocos apoios, propiciou o afundamento de cinco navios brasileiros por submarinos do Eixo em todo o território nacional.xi

O pesquisador Ricardo Seitenfus foi mais detalhista em suas considerações e afirmou que houve tentativas, após o término da guerra, de considerar a Marinha de Guerra dos Estados Unidos responsável pelas perdas sofridas pela Marinha Mercante brasileira. Tal versão se sustentava no fato de que Washington pretendia obrigar o Brasil a declarar guerra ao Eixo, tornando este responsável, aos olhos da opinião pública, pelas agressões que não havia praticado. Trata-se de uma versão fantasiosa acreditar na autoria norte-americana. Para elidir dúvidas, Ricardo Seitenfus apresentou argumentos de grande profundidade que justificam a agressão submarina do Eixo:

a) inexistência de prova material ou testemunhal contra os norte-americanos; b) os navios destruídos transportavam produtos estratégicos e mercadorias destinadas aos Estados Unidos;

c) uma eventual declaração de guerra por parte do Brasil ao Eixo teria, durante o primeiro semestre de 1942, um alcance apenas formal, pois após a assinatura dos acordos do início de março e da concessão de bases militares do Nordeste às Forças Armadas americanas, o Brasil se encontra efetivamente ao lado dos Aliados;

d) vários sobreviventes, entre eles militares, reconheceram formalmente os submarinos alemães;

e) os dirigentes britânicos se opunham à entrada do Brasil na guerra, pois a Marinha de Guerra Britânica deveria cobrir um espaço maior para o controle do Atlântico Sul. Por outro lado, Londres não percebia nenhuma vantagem da eventual entrada do Brasil na guerra e se opunha a ela. xii

Ricardo Seitenfus desfaz um mito muito propagado pelos historiadores socialistas de que os submarinos que atacaram os navios mercantes em Sergipe eram norte-americanos. O Almirante Karl Doenitz, a maior liderança alemã no que diz respeito à guerra submarina no

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Atlântico, confessou sem maiores problemas no final da guerra mundial, a responsabilidade germânica pela destruição dos navios brasileiros. O pesquisador Vagner Camilo Alves conclui suas interpretações sobre a guerra submarina afirmando, “penso já ser momento de sepultar, definitivamente, qualquer hipótese esdrúxula atribuindo à marinha norte-americana a responsabilidade pelas perdas navais brasileiras”. xiii Naquele tempo de guerra, os documentos militares tramitavam secretamente. Sempre existiu uma política de sigilo informacional em tempo de guerra. Esta orientação de segurança partia tanto dos militares como dos governantes. A ordem estadonovista era esconder a real ameaça dos submarinos eixistas dos brasileiros. A população civil nunca conheceu plenamente as razões dos torpedeamentos. Os principais documentos existentes sobre a guerra submarina no Atlântico Sul ainda estão sob a jurisdição dos EUA ou das Forças Armadas do Brasil.

Muito se especulava, mas pouco se comprovava no Brasil. O historiador não pode dar ares de verdade a um boato desordeiro. Com toda certeza, precisamos dar razão às sábias palavras do historiador francês Fernand Braudel: “querer refletir um assunto antes de conhecê-lo é estupidez”. Em Sergipe, alguns historiadores em suas aulas sobre a Segunda Guerra Mundial, caem na estupidez de ensinar falácias e mentiras a seus alunos. Estes conhecem mais as histórias de Pearl Harbor, da Batalha de Stalingrado, do Dia D e da Bomba Atômica, mas muito pouco - para não dizer quase nada - dos torpedeamentos locais. Portanto, a responsabilidade da guerra submarina no Brasil cabe às Forças do Eixo, especialmente à Kriegsmarine e à Marinha Italiana.

Durante anos, discutiu-se no Brasil a hipótese de que os navios tivessem sido torpedeados por submarinos americanos, já que os EUA teriam interesse em ter o Brasil na Segunda Guerra. Documentos do próprio governo alemão vieram a desmentir a versão anos após o conflito. Ex-diretor geral do Serviço de Documentação Geral da Marinha e do Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural dessa mesma força, o almirante Max Justos Guedes trouxe ao Brasil, para conferência, o chefe do Departamento Histórico da Marinha da Alemanha, Kurt Jurgers, que assumiu a responsabilidade de seu país. “Ele nos mostrou todos os relatórios, falou sobre os torpedeamentos, apresentou detalhes. Os alemães vieram para o Atlântico Sul porque o Atlântico Norte estavam em dificuldades, já que os americanos desenvolveram com rapidez equipamentos anti-submarinos. Decidirão então, atacar os cargueiros na costa brasileira, que abasteciam os aliados com matérias-primas importantes”, afirmou Justo Guedes.xiv

Quando se pesquisa o envolvimento de uma nação numa guerra, o historiador se depara com muitos silêncios e informações esparsas. Os mandatários do Estado Novo fizeram

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as suas escolhas externas e a população brasileira pagou muito caro por isso. A morte de centenas de pessoas nos torpedeamentos de agosto de 1942 não pode ser visto apenas como resultado dos ataques dos U-boots, mas também, fruto da irresponsabilidade do governo getulista. Ao não admitirem este fato, as autoridades fizeram de tudo para acabar com a desconfiança popular contra o governo e principalmente, para apagar qualquer evidência que os incriminassem. As autoridades políticas estimularam a caça aos estrangeiros eixistas residentes no país e aos brasileiros taxados de espiões a serviço do inimigo, tirando o foco de desconfiança de si.

Ao erguer várias bases aéreas ao longo do litoral brasileiro, os norte-americanos se preocupavam apenas em garantir a vitória aliada na África? Essa visão unilateral escondeu outras missões dos pilotos yankees no Brasil? As autoridades do Estado Novo criaram o mito do “Trampolim da Vitória”. Os pilotos norte-americanos estavam mais preocupados em guarnecer a costa brasileira e garantir o escoamento dos minerais vitais à indústria bélica dos EUA.

Sob o ângulo de uma economia dependente do mercado externo, o Brasil precisava vender seus produtos, precisava dos seus marítimos, precisava dos seus navios mercantes, enfim, precisava enfrentar a guerra submarina. Entretanto, não custava nada alertar ou preparar a população civil dos riscos de empreender a navegação de cabotagem num ambiente tão hostil. Ou então, o governo getulista deveria encontrar medidas para estimular ainda mais o desenvolvimento de transportes alternativos em terra ou no ar, bem mais seguro do que o perigoso mar.

Cartazes do DIP com a temática da Guerra Submarina. Rio de Janeiro/RJ. Década de 1940. Imagem – 4

Dentro do “front marítimo nacional”, foram os sergipanos que desenvolveram uma percepção mais realística do que significava vivenciar plenamente uma guerra submarina. Os antigos moradores ainda guardam histórias preciosas da passagem dos U-boots em 1942 e 1943. Um momento difícil, pois eles tiveram muitos medos a vencer. Aprendi com meus entrevistados, várias informações a respeito da História da Guerra Submarina em Sergipe,

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história essa que não se encontra em livros, mas no passado de uma geração que viveu intensamente o tempo de guerra. Essas memórias jamais deixarão o “submarino” partir, porque esse evento bélico foi muito intenso e bárbaro.

O sergipano Joel Silveira tinha apenas 26 anos quando foi designado por Assis Chateaubriand, a ser correspondente de guerra pelo Diário dos Associados. De acordo com Silveira, "a repulsa popular pelo covarde afundamento, por submarinos alemães, de navios brasileiros nas costas de Sergipe, levou o Presidente Getúlio Vargas a declarar guerra às potências do Eixo, em agosto de 1942. Pouco mais de um ano depois, surgia a FEB - Força Expedicionária Brasileira - que, em julho de 1944, desembarcou em Nápoles os primeiros Pracinhas que lutaram na Itália. Para os 25 mil soldados brasileiros, a guerra durou 239 dias de ação e de heroísmo”.xv

Segundo Seu Jardilino, o torpedeamento foi uma tragédia que não pode ser esquecida. E conclama a consciência histórica dos seus conterrâneos. “A guerra é um sinal de perigo para toda geração. E jamais, diante do que se passou na guerra, dos torpedeamentos, de submarino submergir, de muita gente morrer e do avião bombardear submarino O pessoal vivia assombrado. O pessoal vivia com medo. Então essas coisas o povo não pode esquecer porque é parte principal de uma geração”. Se por um lado, a nova geração de aracajuanos ainda desconhece a guerra submarina, por outro, especialmente para os mais velhos, esta lembrança está cristalizada porque - como disse seu Jardilino - “é parte de uma geração”. Portanto, a guerra dos U-boots deixou muitas marcas na memória sergipana, mas o medo do submarino foi um sentimento passageiro e superado gradativamente.

Ainda bem que os sergipanos de hoje podem olhar para o mar sem o medo de outrora. Que ninguém esqueça a passagem dos submarinos de Hitler por aqui.

5 – Notas Finais

i

HOBSBAWN, Eric J. A Era dos Extremos: o breve século XX – 1914-1991. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.

ii

Entrevista de Eliseu Timóteo ao autor. Aracaju/SE, 28 de maio de 2005.

iii

NASSER, David. Vigilância sem trégua. O Globo, Rio de Janeiro. 1942. Sábado, 22 de agosto de 1942.

iv

NASSER, David. Vigilância sem trégua. O Globo, Rio de Janeiro. 1942. Sábado, 22 de agosto de 1942.

v

Washington: serviço especial da Interamericana. In: Correio de Aracaju. Aracaju-SE. 11 de fevereiro de 1943.

vi

Entrevista de José Martins Ribeiro Nunes (Zé Peixe) ao autor. Aracaju-SE, 07 de abril de 2004.

vii

FORTES, Bonifácio. Evolução da paisagem humana da cidade de Aracaju. Aracaju: Editado pelo Diretório Acadêmico “Jackson de Figueiredo”, da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe. 1955.p. 36.

viii

Essa expressão cultural do sergipano, da década de 1940, ainda preserva a feição de um Brasil arcaico e tipicamente nordestino. MONTEIRO, Exupero. ABC Poético (Escrito para ser pronunciado na sessão do IBECC em 1948). In: Revista de Aracaju. Aracaju: Prefeitura Municipal de Aracaju. Ano III. No 2. 1949.

AVANCINI, Elsa Gonçalves. Da História Nova à História Prismática – Reflexões. Ciências & Letras. Porto Alegre: FAPA. Maio – 1997. No 18. AVANCINI, Elsa Gonçalves. Da História Nova à História Prismática – Reflexões. Ciências & Letras. Porto Alegre: FAPA. Maio – 1997. No 18. P.47

x

DUBY, Georges. Reflexões sobre a História das Mentalidades e a Arte, in: Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, No 33, 1992, p. 69.

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xi

MOURA, Gerson. Sucessos e Ilusões: Relações Internacionais do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas. 1991.

xii

SEITENFUS, Ricardo Antônio Silva. O Brasil vai a guerra: o processo do envolvimento brasileiro na Segunda Guerra Mundial. 3a ed. Barueri/SP: Manole, 2003, p. 292.

xiii

ALVES, Vágner Camilo. O Brasil e a Segunda Guerra Mundial – História de um envolvimento forçado. Rio de Janeiro, Edições Loyola, 2002.

xiv

TORRES, Sérgio. Naufrágio do Araraquara. Folha de São Paulo. São Paulo, 8 de julho de 2007.

xv

Enciclopédia Block. Rio de Janeiro: Editora Bloch. 1967.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – Entrevistados

Entrevista de Eliseu Timóteo ao autor. Aracaju-SE, 28 de maio de 2005. Entrevista de Jardilino Marques ao autor. Aracaju-SE, 23 de agosto de 1999.

Entrevista de José Martins Ribeiro Nunes (Zé Peixe) ao autor. Aracaju-SE, 07 de abril de 2004.

2 - Iconografia

a) Imagem 1 – Mapa com os locais dos três torpedeamentos de 1942. Organizado pelos autores.

b) Imagem 2 – O francês Jean Pierre Chabloz desenhou cartazes de propaganda: os militares protegiam o litoral enquanto os soldados da borracha cumpriam seu dever na Amazônia. NEVES, Marcos Vinícius. A heróica e desprezada Batalha da Borracha. História Viva. São Paulo: Ediouro. Junho de 2004. p. 75.

c) Imagem 3 – O Aníbal Benévolo singrando as águas do rio Sergipe. Cartão Postal de Aracaju-SE. Foto: Amador. Década de 1940.

d) Imagem 4- O prático Zé Peixe. Foto de Sergio Torres. Aracaju-SE. 2007.

e) Imagem 5 – Cartazes e Bônus de Guerra produzidos pelo DIP. Rio de Janeiro. Década de 1940.

3 – Tabelas

a) Tabela 1 - Cronologia dos Acontecimentos Navais em Sergipe. Organizada pelo autor. 2007.

b) Tabela 2 – Navios Torpedeados em Sergipe. Organizada pelo autor. 2007. 4 – Bibliografia

A Segunda Guerra Mundial. Enciclopédia. (Tomos III, V, VIII e X). Rio de Janeiro / Guanabara: Editora Codex. 1966.

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Referências

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