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Currículo de Rudolf Steiner para as Escolas Waldorf - E. A. Karl Stockmeyer. ENSINO DE ARTE 9º ao 12º ano

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Currículo de Rudolf Steiner para as Escolas Waldorf - E. A. Karl Stockmeyer

ENSINO DE ARTE – 9º ao 12º ano

Estética e História da Arte - Do 9º ao 12º ano escolar

- De 5 até 6 semanas cada, aula principal

A intenção especial que é visada com a introdução do ensino de arte no 9º ano escolar é expressa, provavelmente da maneira mais nítida, em palavras do curso de Ilkley que vão aqui reduzidas:

“É de importância especial que, naquela idade em que, segundo as explicações que dei ontem, a criança tem de ser conduzida de uma botânica e de uma zoologia colhidas mais animicamente para aquele ensino que apela mais à compreensão, ao intelecto, para o ensino de minerais, física, química, o qual – conforme expliquei – não se pode introduzir cedo demais, é de importância especial que, neste período da vida em que temos de levar algo à criança, de modo que ela aprenda que na natureza está a causa, o efeito, etc., quando portanto, levamos a casualidade à criança, que a criança tenha uma compreensão para a historia natural inorgânica morta pela correta introdução no ensino artístico.

Para isso é naturalmente necessário que, nessa idade, se saiba levar a arte à criança de maneira correta, que não se organize desde o inicio o ensino todo só artisticamente... mas, sim, que seja concedido também à arte o seu correto papel no ensino. Que plástica-pintura sejam cuidadas, isto já resulta de que buscamos a escrita a partir da pintura. Portanto, pelo principio da Escola Waldorf, começamos com um ensino de pintura-desenho já em idade infantil bem tenra.

Também a plástica é tratada tanto quanto possível, em verdade só a partir do 9º, 10º ano proximadamente, e de maneira primitiva. Mas, se a criança for introduzida de maneira correta, na idade certa, na formação de configurações plásticas, isto atua de maneira prodigiosamente vivificante sobre a faculdade visual física da criança, sobre a interiorização da faculdade visual física. As pessoas passam através da vida de maneira tão variada, têm em torno de si as coisas e os acontecimentos, e muitas não veem o mais importante. Aprender a ver de tal maneira que o homem se poste corretamente dentro do mundo! Isto também se tem de

primeiramente aprender. E, para este correto aprender a ver é muito especialmente frutífero cultivar junto à criança, o mais cedo possível, a atividade plástica, que deriva da cabeça as coisas vistas, que deriva dos olhos para a movimentação dos dedos, para a movimentação da mão. Por esse meio a criança não somente é conduzida com bom gosto a apreciar, no ambiente próximo que a cerca, quero dizer, na disposição do seu quarto e semelhantes, somente as coisas de bom gosto, não as de mau gosto, mas, é por esse meio

também conduzida de maneira correta a ver no mundo, antes de tudo, aquilo que do mundo deve penetrar na alma humana e na índole humana.”

e, após uma observação sobre o ensino de musica, a qual o leitor pode consultar no trecho indicado, diz conclusivamente:

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“Na mesma idade em que a criança precisa aprender que: a natureza está organizada por abstratas leis naturais compreendidas pela razão, na mesma idade devemos gerar, para contrabalancear, uma compreensão da arte; introduzir na compreensão: como se desenvolveram as artes individuais nas diferentes épocas da historia da humanidade, como este ou aquele movimento artístico intervém nesta ou naquela época. Só por este meio será realmente estimulado na criança aquilo que o homem necessita se quiser chegar a um desenvolvimento universal de seu ser.” (Ilkley 1923, 12ª palestra)

No ensino de arte como matéria específica, a atitude total artística da educação encontra seu coração e sua conclusão. Primeiramente a criança deve viver na atitude elementar, a partir desta tem de encontrar o caminho para o fazer intelectual e para o compreender, tem também de progredir para trabalhos artísticos mais maduros até que, nos últimos anos escolares, seja conduzida à compreensão da arte e do seu

desenvolvimento histórico. Compare-se a isto a 3ª palestra do Curso de Metodologia e Didática. O ensino de arte ganhou sua primeira proposição concreta de tarefas somente no inicio do 3º ano de atividades da Escola Waldorf, em 17 de junho de 1921, quando o currículo para a recém instituída 10ª classe foi estabelecido. Então Rudolf Steiner, voltado para o professor de artes aplicadas, Max Wolffhügel, disse o seguinte:

“Agora o ensino de artes aplicadas precisa ser conduzido para o verdadeiramente artístico. Isto o senhor já fez com a modelagem. Podemos fazer isto alternar com a pintura, o senhor deve pintar com aqueles que têm habilidade para tal. Relativamente àqueles que entram agora na 10ª classe podemos considerar que os teremos como no “Gymnasium”; graças a isto podemos passar para o artísticos. Creio que precisamos ainda de algo como uma espécie de estética e aí o Dr. Schuwebsch poderia entrar para colocar a ligação estética entre a plástica-pintura e a música. Com a música ele ocupou-se muito. No caso da música-estética – que deveria surgir nos elementos – os senhores precisam formar em conjunto uma espécie de sub colegiado. Ensino de artes aplicadas que vai até o oficio artístico e depois até a música, que seja tratada a estética e não a teoria musical. Penso que deveríamos ensinar à criança o mais cedo possível a noção de quando uma cadeira é bela, quando uma mesa é bela; que os senhores o façam de modo tal que cesse o abuso de que uma cadeira tenha de ser bela para os olhos. A cadeira, que queremos senti -la, queremos sentir sua beleza quando nela sentamos. Exatamente do mesmo modo como eu disse ontem, no ensino de trabalhos manuais, que as crianças devem sentir: que quando algo é aberto para um lado, que isto seja percebido também no bordado.

Creio, de todo modo, que as coisas agora vão unir-se um tanto: ensino de trabalhos manuais, ensino de habilidades manuais, percepção artística e música. Naturalmente isto precisa ser feito de maneira ordenada para que dominemos essas coisas.” (17 de junho de 1921)

Com isto está compreendido um momento decisivo e importante no desenvolvimento da ideia da Escola Waldorf Rudolf Steiner via-se diante do fato de haver encontrado o homem que lhe permitia supor ser realmente capaz de instituir o ensino de arte tal como ele o desejava introduzir: Erich Schwebsch. Este ainda não se encontrava presente.

Rudolf Steiner, porém, já lhe dera a sua tarefa. “Eu penso que deveríamos ensinar à criança o mais cedo possível a noção de quando uma cadeira é bela, quando uma mesa é bela...” Que a cadeira precise ser bela

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para os olhos, ele chama de um abuso e, no final, volta ao assunto: “para que dominemos essas coisas.” Aí está inserida nada menos do que a exigência de tornar livre o conceito de beleza da exclusiva aplicação ao domínio do ver e do ouvir, e de estendê-lo também para os assim chamados sentidos inferiores, que a plástica não seja tomada somente como uma vivência dos olhos, mas sim como vivência no espaço como todo o ser. Isto faz-se lembrar de nos mais diferentes pontos da arte de educar de Rudolf Steiner.

No outono do mesmo ano, em 11 de setembro de 1921, Erich Schwebsch solicitou uma orientação para o ensino de arte, ao que Rudolf Steiner disse o que segue, o que não deve ser encarado como meta de trabalho para uma determinada classe, mas sim de uma maneira mais geral, como indicações da direção do trabalho. Há que se considerar que então não havia ainda nenhuma 11ª e nenhuma 12ª classes e que, além da 9ª e da 10ª classes no ano em curso e no ano seguinte, também a 8ª classe recebia ensino de arte: “Eu tentaria – tratar-se de crianças que estão aproximadamente entre o 14º e o 16º anos de vida – ensinar como exemplos reais o conceito do belo, da arte como tal, metamorfoses do belo através dos períodos de ensino, o belo-grego, o belo-renascença. Para essa idade infantil é de especial significado que, aquilo que em geral é levado em uma forma abstrativa seja configurado com certa feição concreta. Estéticas tais como as de Vischer e de Carriere são palha. Por outro lado, é extraordinariamente enobrecedor quando a criança nessa idade é transposta para a possibilidade de entender: o que é belo? – o que é sublime? – o que é cômico? – como se realiza o cômico na musica, na poesia? Nesta época a índole da criança ainda não é tal que acolha conceitos mais gerais. Por isso deveríamos, nesta idade, introduzir coisas do tipo: o que é declamar, o que é recitar?” (11 de setembro de 1921)

Segue ainda uma observação acerca de recitar e declamar que pode ser consultada neste trecho.

Ao inicio do ano de trabalho seguinte da Escola Waldorf, em 28 de abril de 1922, Rudolf Steiner disse o que segue, a uma pergunta sobre o ensino de arte com a 8ª classe:

“Os motivos de Albrecht Dürer. Também de maneira musical, aquilo que tiver parentesco com isto, Bach por exemplo. Tratar assim, de maneira bem viva, a pintura em preto e branco.” (28 de abril de 1922)

Nesta época já tinha seu inicio o 4º ano de trabalho da Escola Waldorf. A 8ª classe participava uma vez mais do ensino de arte, mas, uma estruturação do ensino com metas determinadas por classe ainda não fora proposta. Em 10 de maio de 1922 Rudolf Steiner fazia as primeiras indicações, primeiramente para a 11ª classe e, à pergunta de Erich Schwebsch sobre as áreas básicas para a 8ª, 9ª, 10ª e 11ª classes, ele retrucou: “Na 8ª classe, os motivos de Albrecht Dürer. Para a 9ª classe, desejo refletir sobre o assunto.” (10 de maio de 1922)

A 9ª classe recebeu o seu currículo em 9 de dezembro de 1922; a 10ª classe em 6 de fevereiro de 1923; a 11ª classe já o recebera a 10 de maio de 1922, e a 12ª classe recebeu as primeiras indicações em 25 de abril de 1923.

Em 9 de dezembro de 1922 Erich Schwebsch perguntou “pela peri odicidade do ensino de arte nas etapas individuais!, por ele chegava então à 9ª classe após haver falado – na 8ª classe – acerca dos motivos na arte em preto e branco de Albrecht Dürer.

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Nono ano escolar:

“Podemos fazer isso muito bem. O senhor acha realmente que a variedade de coisas na ‘Melancolia’ são atributos em Dürer? Eu creio que a diferença entre Dürer e Rembrandt é que, Rembrandt toma o problema claro-escuro simplesmente como claro-escuro em si, enquanto Dürer toma o problema de modo tal que ele quer mostrar o claro-escuro em tantos objetos quanto for possível. As muitas coisas na Melancolia não são para ser compreendidas como atributos, porém, mais no sentido de que ele coloca todas as coisas possíveis. Eu vejo em Dürer o problema muito mais neste enfoque: como se exclui a luz, uma vez que é refletida por diferentes objetos. Em Rembrandt o problema é o efeito conjunto do claro e escuro em si. É isto que eu creio que seja. Para Rembrandt o problema da ‘Melancolia’ não teria surgido desta maneira. Ele o teria feito de modo muito mais abstrato. Assim, creio eu, vamos fazer as linhas bem sutilmente.” (9 de dezembro de 1922)

Erich Schwebsch disse a seguir que gostaria de introduzir o problema do Norte-Sul e depois o problema do Leste-Oeste, ao que Rudolf Steiner respondeu:

Ainda no nono ano escolar:

“No ensino pode-se contrastar o claro-escuro de Rembrandt, que ele toma qualitativamente, com a pintura da arte sulista. Desta maneira os assuntos deixam-se trabalhar muito bem um no outro. Naturalmente podemos, exatamente quando estivermos falando de que Rembrandt – ele tem plástica em seus quadros – toma o problema claro-escuro qualitativamente, que esta área aqui (N. T.: tela) é oportunidade de resolver este problema apenas por meio de pintura, quando contrastamos isto com o fato de que a plástica é

completa e simplesmente só um problema de espaço, desta maneira podemos passar para a plástica. E então, naturalmente talvez seja precisamente o melhor que tenhamos uma ligação com a posterior plástica francesa do classicismo. O senhor tem no Rococó – naturalmente precisamos tomar o lado bom do Rococó - ...um contraste plástico extremo para Rembrandt. Podemos mostrar no Rococó como o claro-escuro atua na plástica bem diferentemente do que em Rembrandt. Temos de apontar sempre para o fato de que o Rococó, embora porventura possa ser por algumas também artisticamente menos valorizado do que o Barroco, é todavia um ponto elevado no desenvolvimento da arte.”

A pergunta sobre se deveriam ser instituída determinados estágios da história da arte, Rudolf Steiner respondeu:

Ainda nono ano escolar:

“Eu indicaria especialmente de que modo esses estágios chegam à expressão em diferentes regiões e em diferentes maneiras. É interessante mostrar como no tempo em que Dürer atuou na Holanda algo diferente do que Rembrandt fez. Épocas diferentes para regiões diferentes. Eu o organizaria de maneira tal que

começasse primeiramente na 9ª classe, de modo que o senhor tomasse em consideração apenas essa classe. Em contraposição, eu trabalharia os estágios sempre mais acentuadamente, quanto mais longe eu me adiantasse, de modo a que na 11ª classe, ao olhar para trás, eu despertasse uma forte representação dos estágios.” (9 de dezembro de 1922)

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Em 24 de abril de 1923 Erich Schwebsch voltou a perguntar acerca de uma sequência de estágios no ensino de arte e esclareceu que ele havia imaginado principiar na manhã seguinte, na 9ª classe, com aquilo que, relacionando com o currículo todo, está estabelecido para historia e historia da literatura. Ele desejava apresentar de que modo o artístico nasceu a partir da mitologia. A isso respondeu Rudolf Steiner: Ainda no nono ano escolar:

“Seria bom que se levasse o ensino de arte com o ensino de historia e de historia da literatura. Se o senhor tentasse vir da Mitologia Germânica, porém detendo-se nela e talvez mostrando como mais tarde os mitos germânicos surgem como estética, em uma ou outra forma, no desenvolvimento artístico. Pode-se juntar inteiramente, por exemplo, o surgimento precisamente de Dürer como artista com a maneira pela qual as formas o são na Mitologia Germânica. Pois elas são crianças de 15 anos. Poderíamos tomar o pretexto para demonstrar que no passado os velhos germanos haviam pintado os Deuses da mesma maneira como Dürer as suas figuras.” (24 de abril de 1923)

Em continuação direta às ultimas palavras sobre a 9ª classe, disse Rudolf Steiner – aparentemente com relação à colocação precedente do professor acerca do seu ensino até então:

Décimo ano escolar:

“Então o senhor passaria para a 10ª classe – o currículo fora dado pelo estágio inicial da 9ª – portanto, 10ª classe: Lírica de Goethe e estilo; isto poderia permanecer 11ª classe: resumo do musical e poético.” (24 de abril de 1923)

Com isto o objetivo para a 10ª classe expresso pela primeira vez. Pouco depois Erich Schwebsch voltou a indagar sobre o ensino de arte na 10ª classe e, em verdade, sobre lírica de Goethe e sobre ensino de arte na 10ª classe e, em verdade, sobre lírica de Goethe e sobre ensino de tropos de que ele, aparentemente, desejava tratar. Era o dia 31 de julho de 1923. Rudolf Steiner respondeu a isto:

Ainda décimo ano escolar:

“É uma matéria que, propriamente dito, quase preenche a classe. Podemos naturalmente tomar o ensino de tropos e de figuras. Podemos levar às crianças uma sensação para as formas poéticas. Não se pode dizer de Goethe, que só a partir de uma determinada idade ele foi capaz, que só com 40 anos ele foi capaz

de fazer uma estância. – Também coisas desse tipo, que provocam relações – isto entre em erupção - aí tem-se de tomar todo o cuidado. Pode-tem-se tratar bem disto. – Esta matéria é a oportunidade para o ensino de arte. Podemos orientarnos totalmente por aquelas coisas que os alunos compreendem.” (31 de julho de 1923)

À pergunta do professor acerca do ensino de arte na 11ª classe Rudolf Steiner fez as seguintes indicações em 10 de maio de 1922, quando a primeira 11ª classe iria ser aberta:

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“Seria absolutamente uma possibilidade que se tomasse com eles algo como arte em relação com todo o desenvolvimento da cultura, que aí se chegasse a uma boa compreensão. Se chamarmos a atenção deles para: por que a musica, tal qual a entendemos hoje, surgiu relativamente tarde? O que se chamava de musica entre os gregos? etc., assunto assim. E, naturalmente, deve-se também discutir exatamente as coisas que hoje, do ponto de vista literário, indicamos no ensino de alemão: por que a pintura paisagística começou a ser feita em uma determinada época? Especialmente essas perguntas. E depois, arte e religião do ponto de vista artístico.” (10 de maio de 1922)

Poucas semanas mais tarde Rudolf Steiner deu ainda as seguintes indicações para o ensino de arte em ligação com aquelas dadas para o ensino de historia da literatura:

Ainda décimo primeiro ano escolar:

“O que levamos a cabo? – canção dos Nibelungen, Gudrun, métrica, poética. – Agora, acerca de métrica e poética que deve ser tratada nesta classe, é para demonstrar-se aquilo que ontem denominei por estética no ensino de arte.” (21 de junho de 1922)

Patentemente quer dizer: é para remeter-se àquilo. Através da modificação por mim proposta para a ultima frase resulta que a estética, que deve ser tratada nesta classe, tem que ser tratada no âmbito do ensino de arte, e não como o foi até agora, a partir de métrica e poética no ensino de alemão.

A indicação para isto, que ele ontem denominou com a “estética no ensino de arte”, refere-se efetivamente à primeira das duas palestras que Rudolf Steiner proferiu para aos professores no ano de 1922: “Educação e Ensino a partir do Conhecimento do Homem”. Queira o leitor estudar esta palestra por completo.

No mesmo dia foi dado também o que segue: Ainda décimo primeiro ano escolar:

“Então, para esta classe, em estética e ensino de arte, deverão ser tratados poética, métrica, observação do estilo, em que não precisamos permanecer simplesmente no estilo escrito, mas sim, estender-nos para o estilo em outras artes, na musica, na plástica. Eu partiria absolutamente para o ultimo terço da definição de estilo de Gottfried Semper e mostraria nele: de que maneira se pode levar as crianças outras características de estilo.” (21 de junho de 1922)

Em 6 de fevereiro de 1923 Erich Scwebsch informou que havia desenvolvido o seguinte, na 10ª classe: como por um lado Schiller, em “Braut Von Messina”, a partir da palavra deseja chegar a um efeito musical, e como, por outro lado, Beethoven, na 9ª sinfonia, pressiona para a palavra através da voz humana; Richard Wagner sentiu isto muito intensamente. Rudolf Steiner respondeu a isso – e sua resposta deve ser encarada como uma meta de ensino:

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“É de importância muito especial que esta colocação de Schiller para Beethoven seja assentada firmemente no ponto central. Isto as crianças nesta idade vão sentir o mais profundamente. Então o senhor levará a cabo mais facilmente aquilo que deseja trazer sobre Parsifal, em especial se o senhor fizer disso uma

espécie de ponto central dramático, coro de um lado em ‘Braut Von Messina’ de Schiller.” (6 de fevereiro de 1923)

Uma indicação adicional para o currículo da 11ª classe está contido na curta compilação feita em 24 de abril de 1923, já reproduzida na 10º ano escolar, que é a seguinte:

Ainda décimo primeiro ano escolar: “Resumo musical e poético.” (24 de abril de 1923)

Finalmente, na conferencia de 19 de abril de 1924, foi dada uma curta compilação das metas do ensino de arte para todas as classes:

“Na 9ª, áreas individuais da pintura e plástica; 10ª classe, algo da poesia clássica alemã; 11ª classe, a

confluência do poético e do musical. Aí foi dado como tema: mostrar seguido, como desde Goethe o poético e o musical prosseguem sob a mesma superfície.” (29 de abril de 1924)

A respeito do ensino de arte na 12ª classe Rudolf Steiner externou-se pela primeira vez em 25 de abril de 1923, no decurso dos aconselhamentos plenos de preocupações para o primeiro exame de conclusão, que os estudantes de então deveriam prestar diretamente a partir da 12ª classe. Havia sido falado a respeito do ensino de arte na 9ª e na 10ª classe e Erich Schwebscsh, sob a impressão das preocupações, tinha feito a proposição de “percorrer artisticamente o que vai ser tratado em alemão, a literatura a partir de 1740.” Rudolf Steiner havia concordado com a proposta e disse depois, a partir de si – o que também já foi trazido no capítulo sobre alemão- :

Décimo segundo ano escolar (1923):

“Mas, para não fecharmos o compromisso de modo tal que não cheguemos também ao nosso direito, eu acredito que seria bom que fizéssemos isto aqui: há um grande numero de obras literárias de Goethe a serem reduzidas a impressões pictóricas. Em contrapartida há um grande número de obras de arte

românticas a serem reduzidas a impressões musicais. Dar destaque a este contato das artes entre si.” (24 de abril de 1923)

No dia seguinte o currículo para esta 12ª-exame foi discutido em detalhe e Rudolf Steiner dissera introdutoriamente:

“Seria desejável que, precisamente nesta idade – eles têm aproximadamente 18 anos - ...os alunos

ganhassem uma compreensão conclusiva para o históricoartístico e já acolhessem o espiritual em literatura, historia da arte e historia, sem que lhes ensinemos ‘dogmática antroposófica’. Deveríamos portanto fazer a tentativa em literatura, historia da arte e historia, de trazer o espiritual não só no conteúdo, mas também na maneira de tratar.” (25 de abril de 1923)

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Aqui esboça-se algo que talvez pudéssemos denominar como o currículo ideal para uma Escola Waldorf do futuro, uma Escola Waldorf em que pudéssemos construir o currículo somente a partir de pontos de vista pedagógicos, o que hoje ainda não é possível.

Por volta do fim da conferencia, quando um professor solicitara uma hora adicional para inglês e francês, Rudolf Steiner disse, como num suspiro de desabafo:

Ainda décimo segundo ano (1923):

“Eu gostaria de fazer o que ainda fosse possível. É um escândalo que os alunos na 12ª classe não possam receber os princípios básicos da arquitetura.”

e, virando-se para o professor que desejava mais horas para o ensino de línguas, disse -lhe de maneira conformada:

“Se todos ajudarem, acabará dando certo.”

Quase exatamente um ano depois, quando, com as experiências do primeiro exame de conclusão, se desejava então instituir uma 12ª classe “pura”, disse Rudolf Steiner:

Décimo segundo ano (1924):

“Elementos de arquitetura. Arquitetura deveria entrar. Quando houver sido falado na 12ª classe acerca de arquitetura e técnica de construção, então pode-se ligar a isso uma discussão dos estilos arquitetônicos.” (29 de abril de 1924)

No mesmo dia disse Rudolf Steiner a respeito de arte o que segue, e que pode ser encarado como diretriz para o tratamento dos estilos arquitetônicos:

Ainda décimo segundo ano (1924):

“Aí é, de maneira apropriada, extraordinariamente importante a construção estética de Hegel: Arte simbólica, arte clássica, arte romântica. A arte simbólica é a mais antiga, a arte da revelação, a clássica vai pela forma externa, a romântica o aprofunda novamente. Isto é para ser demonstrado pelos povos individuais. Nos egípcios encontramos a arte simbólica. No helenismo encontramos novamente todas as três; mesmo que a primeira, de certo modo, entre muito pouco. nos tempos modernos encontramos clássica e romântica, a simbólica entra muito pouco.

A estética de Hegel é interessante até mesmo nas particularidades, ela é um verdadeiro livro clássico da estética. Isto para a 12ª classe. Arte simbólica tem o seu caráter básico na arte egípcia, aí ambas as outras estão bem rudimentares. Na arte grega o clássico está desenvolvido, o ‘antes’ e o ‘depois’ entram muito escassamente. As modernas são artes clássica e romântica. “As contemporâneas são propriamente dito, sempre românticas.” (29 de abril de 1924)

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Após um curto resumo das metas por classes, o qual já foi reproduzido com as indicações para o 11º ano escolar, disse Rudolf Steiner ainda:

“Na 12ª, trabalhar no sentido daquilo que eu falei. No mais, é muito bom o que foi feito até agora.”

A primeira frase corrobora as indicações sobre arquitetura e aquelas acerca da construção artística de Hegel; a segunda confirma as metas das demais classes, tais como imediatamente antes haviam sido expressas. No dia seguinte, após haver ficado estabelecido com os alunos e alunas da nova 12ª classe, que eles estavam de acordo em fazer o exame de conclusão somente depois de um ano especial de preparação, foi

estabelecido o currículo da 12ª classe “pura” que, para o ensino de arte, era o seguinte: Ainda décimo segundo ano escolar (1924):

“A respeito da estruturação do ensino de estética e de arte já foi falado ontem: arte simbólica, clássica, romântica. Agora, temos aí a possibilidade de tratar o conhecimento da arte também assim: egípcia simbólica, grega clássica, em seguida a isso românica, mas também as próprias artes: em que arquitetura é arte simbólica, plástica é arte clássica, e pintura, musica e poesia são as artes românticas. Portanto, podemos considerar as artes em si, por outro lado, também assim. Isto dá a possibilidade para uma estruturação interior.”

No mesmo dia, algo mais tarde, quando da recopilação do que havia sido discutido, disse Rudolf Steiner: Ainda décimo segundo ano escolar (1924):

“Então é para ser tratado, em estética e ensino de arte, a arquitetura, os elementos da arquitetura, o que se desenvolve até o ponto em que os jovens tenham uma noção conveniente sobre como uma casa é

construída. – Material de construção, construção de telhado, na estética.” (30 de abril de 1924)

Erich Schwebsch fez, a partir destas indicações de Rudolf Steiner, uma compilação das metas de ensino, a qual é aqui reproduzida como conclusão do capítulo de ensino de arte:

“O ensino de arte deve visar como sua meta: fazer o homem em crescimento compreender, por meio de exemplos reais, o conceito do belo, o conceito da arte. Com esse propósito são feitos esforços por introduzir o desenvolvimento das artes bem resolutamente na relação com o desenvolvimento total da cultura e, com isso, seguir a metamorfose do belo através de todos os períodos de estilo.”

“Na mesma idade em que a criança precisa aprender a compreender que a natureza está organizada por leis abstratas, leis naturais e compreendidas pela razão, na mesma idade em que na física se tem de aprender de que modo causa e efeito estão relacionados nos casos individuais, na mesma idade devemos gerar, para contrabalançar, uma compreensão da arte; introduzir na compreensão como se desenvolveram as artes individuais nas diferentes épocas da historia da humanidade, como este ou aquele motivo artístico intervém nesta ou naquela época.” (Ilkley 1923, 12ª palestra)

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Estas palavras do curso Ilkley, que também foram colocadas no inicio deste capítulo sobre o ensino de arte, Schwebsch igualmente fez preceder a sua compilação do currículo. A seguir ele traz as metas para os anos escolares individuais, tal como ele as via através de sua longa experiência. Após a dissolução da Escola Waldorf no ano de 1938, atendendo ao meu desejo, ele as colocou à minha disposição:

Nono ano escolar:

O desenvolvimento das artes pictóricas e plásticas, desde a antiguidade até aproximadamente Rembrandt, é mostrada da forma mais simples em grandes obras individuais de artistas sulistas ou nórdicos. Em exemplos significativos, os alunos devem aprender de maneira concreta o conceito “belo”, da arte com tal,

metamorfoses do belo, o belo-grego, o belo-renascença etc. Assim os alunos podem, por exemplo, na paisagem da pintura de Giotto até Rembrandt, observar despreocupadamente a solução artística objetiva dos problemas anímicos, os quais a própria idade continuamente lança do fundo da alma.

Décimo ano escolar:

O ensino de arte trata agora de fatores estético-artísticos a partir do domínio dos poetas. – O aluno, falando, deve compreender linguagem poética. Para isto são feitos exercícios práticos preparatórios de

aperfeiçoamento da fala. Assim pode surgir um sentir para os elementos da poética. Subsequentemente, através da vivencia de ritmos tratada por meio da euritmia, são trazidos à consciência dos fatos básicos da métrica e, também, tomados em consideração os ensinos de figuras e de tropos. Neste contexto são tratados especialmente a lírica e o estilo de Goethe por meio de exemplos adequados.

Décimo primeiro ano escolar:

O ensino de arte retoma os motivos de ambas as classes precedentes, de uma nova maneira. Ele tem com meta a seguir: como na moderna vida espiritual alemã e corrente plástica-pintura e a corrente musical-poética têm uma aspiração comum. Neste contexto, o curso de desenvolvimento interior da música é caracterizado, por meio de exemplos, como influencia determinante na vida espiritual moderna. Décimo segundo ano escolar:

O ensino de arte deve despertar, a partir da arquitetura e de sua evolução, compreensão para os elementos da arquitetura em suas grandes formas e estilos culturais históricos. A isto se acrescenta uma visão geral sobre o todo da criação artística, a qual, por exemplo, faz ressaltar a estruturação das artes e também sua evolução em etapas “simbólica”, “clássica”, “romântica”.

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