ALTERAÇÕES NA LEI DE
RECUPERAÇÃO
JUDICIAL E FALÊNCIAS
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EM 24 DE DEZEMBRO DE 2020, BOLSONARO
SANCIONOU, COM VETOS, O PROJETO DE
ALTERAÇÃO DA LEI DE FALÊNCIAS E
RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
As alterações tratam de diversos temas do sistema recuperacional
A LEI Nº 14.112/2020 ENTRARÁ EM VIGOR APÓS
DECORRIDOS 30 DIAS DE SUA PUBLICAÇÃO.
FINANCIAMENTO DE RISCO
(DIP FINANCING)
Sob autorização judicial, devedor poderá
celebrar contratos de financiamento, garantidos por alienação fiduciária.
Créditos derivados serão extraconcursais e, no caso de falência, a rescisão contratual será livre de encargos.
STAY PERIOD
Período de 180 dias poderá ser prorrogado por duas vezes, sendo a primeira a critério do juiz e a segunda por decisão dos credores
Insolvência
transnacional
Inserção de novo capítulo na Lei n.º 11.101/2005 sobre a insolvência transnacional. O objetivo é preencher lacuna e reduzir a chance de fraude internacional. As novidades incluem o reconhecimento de processos estrangeiros e a troca de informações entre países.Al
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Créditos
trabalhistas
Serão permitidos na recuperação extrajudicial, desde que haja negociação coletiva com o sindicato da respectiva categoriaprofissional.
Na RJ, o prazo para
pagamento aumenta de 1 ano para 2 anos a contar da homologação do plano,
desde que (i) sejam
apresentadas garantias julgadas suficientes pelo juiz, (ii) seja aprovado pelos credores trabalhistas em assembleia e (iii) o PRJ apresente garantia da
integralidade do pagamento dos créditos trabalhistas.
Conciliação e
mediação
Mecanismo que permite a suspensão de execuções para incentivar a negociação com os credores. Também estão previstas hipóteses a serem resolvidas por métodos alternativos, como disputas
societárias dentro da recuperanda.
CREDORES
poderão apresentar plano de recuperação
Na hipótese de rejeição do plano do devedor, a assembleia poderá
aprovar prazo de 30 dias para que os credores apresentem plano
próprio.
A proposta deverá ser apoiada por credores que representem mais de
25% dos débitos ou de credores presentes na assembleia que
Ganho de
capital
Há possibilidade de parcelamento do IRPJ e CSLL em caso de ganho de capital na alienação de bens na RJ ou na falênciaVenda de
ativos
Permissão judicial da venda poderá serimpugnada pelos credores e decidida em assembleia
Distribuições
de lucros
A distribuições de lucros e dividendos, durante a RJ, será vedada na nova legislaçãoProdutor rural
Os produtores rurais que atuam comopessoa física, com dívida de até R$ 4,8 milhões, poderão pedir RJ
PARCELAMENTO
Até 120 parcelas;
Possibilidade de utilização parcial do prejuízo fiscal e da base negativa da CSLL;
Destinação para a União de até 30% do valor dos bens alienados no período de RJ;
Parcelamento em até 24 vezes para débitos de retenção na fonte.
TRANSAÇÃO
Previsão de descontos de até 70% do valor devido;
Prazo de 120 meses, extendido para 144 para micro e pequenas empresas.
ALTERAÇÕES
Bens essenciais
Juízo universal será competente para suspender ato
constritivo sobre bem essencial à atividade produtiva.
Alienação de UPIs facilitada
Possibilidade de leilão eletrônico e de processo
competitivo organizado.
GRUPOS
SOCIETÁRIOS
Consolidação processual e
substancial
A consolidação permite que sociedades
sob o mesmo controle societário
ingressem com o mesmo pedido de
recuperação.
Na consolidação processual, há
manutenção da individualidade para fins
de falência.
Na consolidação substancial, as
sociedades "perdem" a autonomia
patrimonial, unificando a lista de
credores e deliberação em assembléia
única.
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Fresh start
Facilitação da alienação da atividade do falido e inserção em novo ramo.
Hipóteses de extinção das obrigações do falido, inclusive das trabalhistas, incluem:
(i) pagamento de 25% do crédito quirografário com a realização integral do ativo;
(ii) impossibilidade de alienação ou quando não houver ativos para custear as despesas
processuais e honorários do AJ; (iii) pagamento dos credores;
(iv) após 3 anos da decretação da falência, independetemente da venda dos ativos.
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Dentre os dispositivos do PL 4458/2020 vetados pelo
Presidente da República, estão:
(i) A suspensão das execuções trabalhistas contra responsável, subsidiário ou solidário, até a homologação do PRJ ou até a convolação da RJ em falência; (ii) A não aplicação do limite percentual para compensação de que tratam os arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/1995, à apuração do imposto sobre a renda e da CSLL em caso de ganho de capital na alienação de bens na RJ ou na falência; (iii) A não sujeição à RJ dos créditos e das garantias vinculados à CPR com liquidação física, em caso de antecipação parcial ou integral do preço, ou,
ainda, representativa de operação de troca por insumos, subsistindo ao credor o direito à restituição de tais bens que se encontrarem em poder do emitente da cédula ou de qualquer terceiro, salvo motivo de caso fortuito ou força
maior;
(iv) A ausência de sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, no caso de alienação judicial prevista no PRJ.