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OS DESDOBRAMENTOS DA EXPRESSÃO GRÁFICA NO IFPR CAMPUS PARANAGUÁ

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ISSN 2176-1396

OS DESDOBRAMENTOS DA EXPRESSÃO GRÁFICA NO IFPR

CAMPUS PARANAGUÁ

Anderson Roges Teixeira Góes1 – UFPR Adriana Augusta Benigno dos Santos Luz2 - UFPR Carmem Lúcia Graboski da Gama3 – IFPR Heliza Colaço Góes4 – IFPR Ana Paula Piantoni Gonçalves5 – IFPR Grupo de Trabalho - Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

O Grupo de Estudos e Pesquisas das Relações Interdisciplinares da Expressão Gráfica (GEPRIEG) teve início no ano de 2004 na Universidade Federal do Paraná e desenvolve seus trabalhos pautados em temas de interesse dos participantes sempre relacionados à Expressão Gráfica, dentro de uma visão interdisciplinar, buscando novos significados para o ensino da Expressão Gráfica e/ou suas relações interdisciplinares. Uma das contribuições mais importantes do grupo para o campo de estudo “Expressão Gráfica” é a definição do mesmo, apontando recursos que os pesquisadores utilizam – para isto foram analisadas três edições do evento Graphica. Com o crescimento do número de pesquisadores, o GEPRIEG teve sua primeira expansão com pesquisadores que atuam no curso de licenciatura em Física, bem como no Ensino Médio Integrado do Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Paranaguá. Os estudo e pesquisas desenvolvidos estão relacionados com conteúdos da Física e da Matemática, enfatizando quais recursos da Expressão Gráfica são importantes no ensino e aprendizagem, com exemplos pode-se citar o uso de histórias em quarinhos de super heróis para estudar a cinemática, o uso de softwares para a compreensão de conceitos físicos e estudo de funções matemáticas, a abordagem da dispersão da luz branca por meio de materiais manipuláveis, entre outros tema que são descritos durante este artigo. Assim, relatamos a experiência de implantação do GEPRIEG no IFPR– campus Paranaguá – no ano de 2015, o que enfatiza que as discussões e desenvolvimento de metodologias diferenciadas na formação

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Doutor em Métodos Numéricos em Engenharia. Professor efetivo da Universidade Federal do Paraná – Departamento de Expressão Gráfica. Email: artgoes@ufpr.br.

2Doutora em Ciências. Professora efetiva da Universidade Federal do Paraná – Departamento de Expressão Gráfica. Email: driu@ufpr.br.

3 Doutora em Métodos Numéricos em Engenharia. Professora efetiva do Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá. Email: carmem.gama@ifpr.edu.br

4 Mestra em Educação em Ciências e em Matemática. Professora efetiva do Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá. Email: heliza.goes@ifpr.edu.br

5 Mestra em Matemática Aplicada. Professora efetiva do Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá. Email: ana.goncalves@ifpr.edu.br

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inicial do docente por meio da Expressão Gráfica, contribuem para que conceitos que são considerados abstratos possam evoluir em sua compreensão em todos os níveis de ensino. Palavras-chave: Expressão Gráfica. Formação de Inicial Docente. Matemática e Física. A História do GEPRIEG

O presente artigo relata a experiência de implantação do Grupo de Estudos e Pesquisas das Relações Interdisciplinares da Expressão Gráfica (GEPRIEG), no Instituto Federal do Paraná (IFPR) – campus Paranaguá – no ano de 2015.

O GEPRIEG procura a ressignificação do conhecimento, por meio das relações interdisciplinares em que a Expressão Gráfica está inserida, passando a ser entendida como uma ciência do pensamento, criando uma nova perspectiva para os alunos, professores e demais profissionais. Nesta perspectiva desenvolve estudos e pesquisas sobre temas de interesse dos participantes, dentro de uma visão interdisciplinar, buscando novos significados para o ensino da Expressão Gráfica e/ou suas relações interdisciplinares. Além disto, proporciona reflexões sobre ser professor e ser pesquisador, por meio de análise e discussão de projetos de pesquisas relacionados à educação nas mais diversas áreas do conhecimento. Ainda, promove palestras, oficinas e outras atividades de interesse da comunidade acadêmica e da rede pública de ensino, relacionadas as pesquisas e propostas de metodologias de ensino desenvolvidas.

Este grupo de estudos e pesquisas teve início no ano de 2004, idealizado pela professora doutora Adriana Augusta Benigno dos Santos Luz – departamento de Expressão Gráfica da Universidade Federal do Paraná. Em sua concepção as pesquisas estavam voltadas às relações interdisciplinares da Expressão Gráfica, principalmente no ensino da Matemática. O auge de procura de alunos do curso de matemática para participação no grupo se deu no ano de 2009, já com a presença do professor doutor Anderson Roges Teixeira Góes, que por trabalhar diretamente com alunos de licenciatura em matemática da UFPR, estreitou os laços entre o Departamento de Expressão Gráfica (DEGRAF) e o curso, visto que até o momento, o DEGRAF não possuía curso vinculado, sendo apenas “prestador” de trabalho.

No ano de 2010, foi implantada a linha de pesquisa “Expressão Gráfica no ensino de Ciências e Matemática” no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da UFPR. Foi nesta linha de pesquisa que se construiu a dissertação da pesquisadora Heliza Colaço Góes, a qual propôs um esboço de conceituação de Expressão Gráfica, visto que as definições até então encontradas na literatura não abrangiam todos os

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trabalhos publicados no GRAPHICA. A partir deste momento, o GEPRIEG entende que a Expressão Gráfica é

um campo de estudo que utiliza elementos de desenho, imagens, modelos, materiais manipuláveis e recursos computacionais aplicados às diversas áreas do conhecimento, com a finalidade de apresentar, representar, exemplificar, aplicar, analisar, formalizar e visualizar conceitos. Dessa forma, a expressão gráfica pode auxiliar na solução de problemas, na transmissão de ideias, de concepções e de pontos de vista relacionados a tais conceitos (GÓES, 2012, P. 53).

Apesar da citação acima afirmar que os recursos presentes na Expressão Gráfica podem auxiliar no ensino e aprendizagem de conceitos matemáticos, os pesquisadores do GEPRIEG têm apresentado experiências didáticas em congressos e periódicos evidenciando que os recursos desse campo de estudos são facilitadores no ensino e compreensão de conceitos de ciências e matemática.

No 2013, por meio de parceria com a Lego Education – LEC Robótica, o trabalho tem como finalidade o desenvolvimento de atividades envolvendo a Robótica Educacional para o ensino da Geometria, sendo divulgado na UFPR e escolas públicas.

Atualmente, os pesquisadores do GEPRIEG são provenientes de diversas instituições de ensino, da Educação Básica ao Ensino Superior, de instituições públicas e privadas. Estes integrantes atendem diretamente mais de 200 pessoas em seus diversos projetos em andamento: LICENCIAR – projeto da UFPR – que busca novas metodologias para o ensino da Geometria no curso de matemática; PIBID/UFPR – subprojeto Matemática – cuja finalidade é inserir os licenciandos em matemática da UFPR na Educação Básica e mostrar como a Expressão Gráfica e a Tecnologia Educacional são recursos facilitadores no ensino; EduPesquisa – curso de extensão ofertado à Prefeitura Municipal de Curitiba - cuja finalidade é mostrar como a Tecnologia Educacional e a Expressão Gráfica está presente no ensino; PIRE – Polo Interdisciplinar de Robótica Educacional – é um espaço permanente de formação em Robótica Educacional em parceria com a Lego Zoom, aberto a sociedade; SEGEPRIEG – Seminários do GEPRIEG – com ocorrência mensal, aberto ao público em geral, procura apresentar temas desenvolvidos pelos pesquisadores e/ou estudantes, bem como, atividades com pesquisadores externos sobre temas de interesse do GEPRIEG; GEPRIEG/Paranaguá – extensão do GEPRIEG que procura estudar e desenvolver metodologias de ensino com alunos do curso de licenciatura em Física do IFPR – Campus Paranaguá.

Até o ano de 2014, o trabalho do GEPRIEG foi desenvolvido exclusivamente na UFPR. Mas com a nomeação da pesquisadora Heliza Colaço Góes ao cargo de professora de

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matemática do IFPR, seguindo uma exigência do governo federal brasileiro para permanência no cargo de professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico, ela propõe projeto de pesquisa e extensão vinculado aos estudos realizados no GEPRIEG, tendo assim, a efetivação da primeira extensão do GEPRIEG fora da UFPR, e ao mesmo tempo, trabalhando em uma área ainda não explorada: licenciatura em Física.

Assim, neste artigo apresentaremos como se deu esta extensão do GEPRIEG, além de relatar nossa visão de importância da Expressão Gráfica no ensino. Na sequência situaremos o leitor em relação ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e apresentaremos o campus Paranaguá. Por fim, são apresentadas algumas ações do GEPRIEG neste campus. O entendimento do GEPRIEG por “Expressão Gráfica no Ensino”

No processo de ensino e aprendizagem a Expressão Gráfica, como recurso, é muito utilizada por professores, mesmo sem o conhecimento deste termo. Quem já não recorreu a uma representação gráfica (um dos elementos da Expressão Gráfica), por exemplo, para explicar algo que apenas com palavras não era entendível?

A Expressão Gráfica é inata ao ser humano, pois no processo de elaboração da linguagem a criança é sensível a ela antes mesmo que se expresse por meio de palavras, sendo um estágio intermediário entre o pensamento e a sua representação escrita (SANDRONI e MACHADO, 1987). No entanto pesquisas como a de Poi, Luz e Góes (2011) verificaram que a Expressão Gráfica está sendo excluída das grades curriculares dos cursos de licenciatura, ou seja, os profissionais de educação obtêm seus títulos sem saber o que é este campo de estudo e, ainda, a importância que possui em todo o processo pedagógico.

Observa-se que existe uma tendência natural do ser humano, claramente manifestada nas crianças, ao representarem o que querem fazer por meio de desenhos. Desenhar é um estágio intermediário entre um pensamento e a sua representação escrita, sendo assim é necessário considerar também que no processo de ensino e aprendizagem o desenhar deveria ser o estágio anterior ao desenvolvimento da linguagem escrita (VYGOTSKY, 1984).

No entanto, ao ingressar na escola a criança vai aos poucos deixando de desenvolver suas habilidades neste tipo de comunicação e é estimulada a representar o que vê e o que sabe por meio de palavras, permanecendo esta tendência por todo o período escolar. Mas, a Expressão Gráfica pode ser utilizada como uma primeira forma de introdução de um conteúdo científico/escolar, para, a partir de então, desenvolver conceitos adequados para o nível de entendimento cabível ao aluno.

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Além disto, algumas formas de Expressão Gráfica podem estimular conexões neurais direcionando gradativamente a compreensão de conceitos com a utilização de recursos como o escrever, o desenhar, o rabiscar e a produção de modelos e/ou maquetes e com isso, mostra a importância da Expressão Gráfica na educação formal do indivíduo (MONTENEGRO, 2001).

Com o passar do tempo novos recursos foram agregados a campo de estudo Expressão Gráfica, e dentre eles estão as novas Tecnologia no ambiente escolar, denominada de Tecnologia Educacional (quadro de giz; livros; gibis; cadernos; lápis; computadores; vídeo; rádio; cartazes; projetores; murais; TV; jornais; DVD; revistas; entre tantos outros) que passa a ser usada como mais uma ferramenta no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Mas, para seu uso eficaz, o educador deve ter domínio da tecnologia que utiliza e tendo claro que o processo de ensino e aprendizagem deve ser constantemente avaliado, pois ao perceber que com determinado encaminhamento/recursos não está atingindo os objetivos desejados, é preciso redirecioná-lo. Sobre isso, Valente (2003, p. 15) afirma que, o educador deve estar preparado e saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, para que ele seja capaz de transformar as informações (transmitidas e/ou pesquisadas) em conhecimento, por meio de situações-problema, projetos e/ou outras atividades que envolvem ações reflexivas.

Atualmente, muito se discute sobre o uso das novas tecnologias na educação e os benefícios que elas podem trazer ao processo ensino e aprendizagem. Estamos em um mundo em que as Tecnologias interferem no cotidiano, sendo relevante, assim, que a educação também envolva a democratização do acesso ao conhecimento, à produção e à interpretação das tecnologias (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006).

Nesse sentido, a inclusão da Tecnologia Educacional, como um dos recursos da Expressão Gráfica, intervém como motivação por meio de diferentes recursos de modo a propiciar uma ação reflexiva aos professores da rede pública de ensino e licenciandos em Física sobre os conteúdos de diferentes áreas do conhecimento. Além de desmistificar as Tecnologias Educacionais, contribuindo significativamente com sua futura prática pedagógica melhorando a qualidade de ensino da Educação Básica (VALENTE, 2003; BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006; GÓES et al. 2009).

A Robótica Educacional, por exemplo, é uma tecnologia inovadora, caracterizada por ambientes de aprendizagem que reúnem kits de montagem compostos por peças diversas, motores e sensores controláveis por computador e softwares que permitem programar o

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funcionamento dos projetos montados. Todos esses elementos colocam novos problemas e exigem resoluções práticas que geram interesse e conhecimento possibilitando a utilização de novas tecnologias educacionais e transmitir os conceitos de qualquer área do conhecimento de uma forma lúdica e atraente.

Assim, uma das propostas do GEPRIEG é resgatar a Expressão Gráfica como uma Tecnologia Educacional, interligada com a Robótica Educacional, no processo de ensino e aprendizagem de ciências e matemática. Também, mostrar que a Robótica Educacional está imersa na Expressão Gráfica, e que juntas são facilitadoras no processo de ensino e aprendizagem.

Breve discurso sobre o Instituto Federal do Paraná

O Instituto Federal do Paraná é uma instituição pública federal de ensino que está vinculada ao Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Sua finalidade é atender a educação básica, profissional e superior, especializada na oferta gratuita de educação profissional e tecnológica em diferentes modalidades e níveis de ensino. Atualmente existem mais de 280 institutos federais no país (IFPR, 2015).

O IFPR surgiu em dezembro de 2008 por meio da Lei 11.892 (BRASIL, 2008), que estabelece a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, onde a Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (ET- UFPR) passou a ser IFPR, que hoje possui autonomia administrativa e pedagógica. Após seis anos de ser instituído formalmente, o IFPR possui 21 campus e cinco campus avançado, espalhados pelo estado do Paraná. (IFPR, 2015)

A instituição contempla atualmente mais de 23mil discentes nos cursos de modalidade presencial e à distância, oferecendo também 39 cursos técnicos presenciais, 11 cursos técnicos à distância, 18 cursos superiores presenciais, 3 cursos de especialização presencial e um curso de especialização à distância.

A criação dos Institutos Federais (IFs) contempla à necessidade da institucionalização definitiva da Educação Profissional e Tecnológica como política pública. O papel que está previsto para os institutos é o de garantir a frequência das ações que procurem incorporar setores sociais que historicamente foram retirados dos processos de desenvolvimento e modernização do Brasil, o que justifica a importância e afirma uma Educação Profissional e Tecnológica como um instrumento importante na construção e resgate da cidadania e transformação social (PEREIRA, 2015).

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O Artigo 7º item VI (b) da Lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008, indica como um dos objetivos dos Institutos Federais os cursos de licenciatura, programas especiais de formação pedagógica, com ênfase na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática e para a educação profissional. (BRASIL, 2008)

Seguindo estes princípios, o IFPR campus Paranaguá (cidade da região litorânea do estado do Paraná, que possui um dos principais portos brasileiro) oferta dois cursos de licenciatura (Licenciatura em Ciências Sociais e Licenciatura em Física), 8 cursos técnicos, 1 curso em Tecnologia em Manutenção Industrial e 2 especializações. Possui 14 salas de aula; salas multimídia; laboratórios de informática, mecânica, aquicultura, hardware e Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE/CAPES); biblioteca; auditório com capacidade para 150 pessoas e está em fase de ampliação com a construção de mais um bloco administrativo que será entregue em junho/2015.

Ações do GEPRIEG no IFPR Campus Paranaguá

Em fevereiro de 2015, ao iniciar as atividades como docente no IFPR Paranaguá, em especial no curso de Licenciatura em Física, a pesquisadora Heliza Colaço Góes implantou o GEPRIEG. A finalidade em inserir este grupo de pesquisa no IFPR/Paranaguá foi dar continuar os trabalhados desenvolvidos na UFPR, proporcionando aos alunos a utilização da Expressão Gráfica no ensino da Física na Educação Básica, desde os desenhos, passando pelos modelos e chegando a Robótica Educacional.

Nesta extensão do GEPRIEG participam docentes das áreas de matemática, pedagogia, psicologia, alunos da licenciatura em Física e do Ensino Médio Integrado. As reuniões semanais ocorrem no mesmo dia e horário da UFPR, sendo possível realizar vídeo-conferência entre todos os participantes.

Nestes encontros se discutem textos relacionados ao campo de Expressão Gráfica, cognição, interdisciplinaridade, aprendizagem, metodologias de ensino de Física, bem como, as situações do cotidiano de sala de aula.

Alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes desta extensão do GEPRIEG são comentados a seguir.

O primeiro dele é relacionado à Análise do PhET Interactive Simulation para o ensino da Física. O PhET Interactive Simulation trata-se de um software que disponibiliza mais de 200 milhões de simulações que, segundo Finkelstein et al. (2006), são fisicamente precisas, além de fornecer representações altamente visuais e dinâmicas de princípios de física. O

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objetivo deste laboratório virtual é criar uma ponte entre o os conceitos físicos e os conhecimentos cotidianos dos estudantes, de modo a explicitar fenômenos físicos mais abstratos. A proposta do trabalho é estudar e compreender de que forma este software pode ser inserido em sala de aula para auxiliar no processo ensino-aprendizagem, propondo quais simulações interativas e de que maneira podem ser abordadas para trabalhar um determinado conceito físico. Pretende-se posteriormente aplicar e avaliar uma atividade em uma turma de Física do Ensino Médio de uma escola pública.

Outra atividade desenvolvida está relacionada ao uso da trigonometria manipulável no 9º ano como forma de ensino de matemática. O objetivo é levar para sala de aula uma atividade de construção de um teodolito caseiro, instrumento utilizado para medição de ângulos, e posteriormente uma atividade prática de medição das alturas das paredes da sala, utilizando para isto, as relações de seno, cosseno e tangente da trigonometria. O uso de materiais manipuláveis como auxiliador no processo de aprendizagem (neste caso, o teodolito), é apenas uma das formas de uso da Expressão Gráfica como mediadora no ensino de ciências.

O trabalho com Robótica Educacional tem a finalidade de mostrar como os recursos tecnológicos, a partir da robótica educacional, podem ser utilizados como ferramenta de aprendizagem extremamente útil para o ensino de Matemática e Física no Ensino Fundamental e Médio. A robótica educacional, que é um recurso do campo de estudos Expressão Gráfica, tem se mostrado atrativa para os alunos, pois permite trabalhar conceitos de física e matemática de uma forma lúdica e atraente a partir da utilização de kits de robô programável da Lego Mindstorms NXT. A proposta é introduzir a robótica em sala de aula, a partir de sugestões de atividades que trabalhem raciocínio lógico e conceitos de física e matemática já vistos pelos alunos.

Trabalho tendo como principal objetivo a interação dos alunos com o ensino de Física através de atividades práticas e experimentais em sala de aula no Ensino Médio também está sendo desenvolvido. Para isto, são utilizados experimentos onde os alunos relacionam conteúdos trabalhados em sala de aula com sua realidade, sendo assim envolvidos com a Física existente no cotidiano e participando ativamente do processo ensino-aprendizagem. A ideia é propor atividades práticas que podem ser realizados em sala de aula com a utilização de materiais baratos, de fácil acesso, e muitas vezes recicláveis.

Desenvolvimento de metodologias para o ensino da Física no Ensino Fundamental - anos finais - é o objetivo de outro trabalho que está sendo desenvolvido, buscando inserir

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conceitos de Física a partir do 6º ano do Ensino Fundamental por meio de um método diferenciado de ensino onde seja possível aplicar elementos da Expressão Gráfica diversificados dos empregados diariamente, como por exemplo: vídeos, experimentos, slides, uso de materiais manipuláveis, entre outros. A ideia é propor atividades interativas de Física a partir de abordagens de situações do dia a dia, possibilitando que os alunos deem ideias, interajam e compartilhem.

Ainda, outros temas estão sendo abordados como a utilização da Expressão Gráfica por meio do teatro no ensino de física e outras ciências; análise de currículo do ensino de Física no Ensino Médio, buscando elementos da Expressão Gráfica que facilitem o ensino-aprendizado; objetos para a colaboração do ensino/aprendizagem voltados ao eletromagnetismo por meio da Expressão Gráfica; e a Tecnologia Educacional e a Expressão Gráfica na formação docente de Ciências e Matemática.

Outra ação do GEPRIEG no IFPR/Paranaguá é o projeto de extensão que visa o desenvolvimento educacional do litoral paranaense - uma das regiões mais carentes do estado do Paraná.

Este projeto utiliza a Robótica Educacional para disseminar este tipo de Tecnologia e a Expressão Gráfica nesta região, visto que os trabalhos apresentados na literatura apontam a robótica educacional como um meio de desenvolvimento educacional.

A proposta contempla o projeto pedagógico do curso de Licenciatura em Física onde um dos objetivos do curso é de formar profissionais capazes de dominar novas tecnologias e utilizá-las na sua pratica pedagógica. Utilizar diversos recursos da informática como, por exemplo, a programação, uma vez que os robôs são programados para se movimentar e obedecer a comandos. Isto vem corroborar com a proposta do projeto de estudar recursos de tecnologias educacionais que sejam facilitadores no processo de ensino-aprendizagem.

Esta proposta também contempla o Plano de Desenvolvimento Institucional por estabelecer a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, além de promover o diálogo com a sociedade por intermédio de oficinas de robóticas em comunidades escolares inseridas na região em que o IFPR se encontra. A robótica educacional, em particular, proporciona noções de linguagem computacional, e valoriza a construção coletiva do conhecimento, desenvolvendo nos futuros professores organização, coordenação e participação em equipes multidisciplinares. Além disso, a proposta proporciona oportunidades para os alunos apresentarem resultados científicos em distintas formas de expressão, tais como relatórios, trabalhos para publicação, seminários e palestras.

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O projeto de extensão possui 07 fases, a saber, Definição do Grupo de Trabalho; Pesquisa e Fundamentação Teórica; Preparação de oficinas de robótica Educacional; Oferta de oficinas de Robótica Educacional; Observação in loco de atividades com a Robótica Educacional; Socialização e avaliação dos resultados; Implantação do Polo Interdisciplinar de Robótica Educacional II.

Com a proposta de extensão, os participantes do GEPRIEG da UFPR ofertaram em abril de 2015, oficina de Robótica Educacional aos participantes do GEPRIEG IFPR/Paranaguá, além de docentes e outros alunos desta última instituição. Ao todo foram 42 participantes, que puderam verificar as possibilidades de ensino e aprendizagem por meio da Expressão Gráfica e Robótica Educacional.

Ainda, o intercambio de informações e experiências ocorrem nos SEGEPRIEG, que acontecem mensalmente no Centro Politécnico da UFPR ou no Campus Paranaguá do IFPR.

No sentido de corroborar com este projeto de extensão citado, desenvolvem-se também outros projetos âncora, um deles é o uso da robótica pedagógica como uma tecnologia educacional para o ensino de matemática e áreas afins. Nesta vertente pretende-se desenvolver através da construção de robôs e de sua programação uma nova metodologia de ensino e apresentar aos professores da rede estadual de ensino do litoral através de oficinas de capacitação ofertadas pelos alunos bolsistas do IFPR.

Esta capacitação poderá mostrar que o professor terá um papel diferenciado, o de incentivador no processo ensino-aprendizagem ao promover a análise dos problemas enfrentados através de debates sobre os resultados, valorizar as soluções e interceder nas diferenças comportamentais de um trabalho em equipe.

Mostrar que este trabalho faz com que o aluno seja participante ativo no processo educativo, ele tem interesse em montar o robô, buscar peças diferenciadas, para adaptar ao projeto, a buscar soluções através de conceitos matemáticos e físicos trabalhados em aulas anteriores e incorporar a programação. Isto é muito gratificante para o professor.

O segundo projeto utiliza a robótica educacional para auxiliar no processo ensino aprendizagem de matemática de alunos dos cursos técnicos do IFPR-Paranaguá. Esta proposta surgiu após constatar-se que, ano após ano, o desempenho dos alunos do IFPR-Paranaguá nas disciplinas de exatas, especialmente em matemática, tem sido inferior do que o esperado. Como uma alternativa que viabilize uma melhoria no processo ensino-aprendizagem, propiciando ao aluno melhor aproveitamento e resultados nessa disciplina, propõe-se ofertas de oficinas de robótica para os alunos no Ensino Médio Integrado no contraturno,

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possibilitando ao aluno desenvolver a capacidade de solucionar problemas, utilizar a lógica de forma eficaz e aprender conceitos ligados à matemática de maneira prática.

Assim, nesta seção mostramos como a expansão do GEPRIEG está ocorrendo na IFPR, quais são os temas de trabalhos. O que se pode perceber é que os recursos provenientes do campo de estudo Expressão Gráfica são facilitadores no processo de ensino-aprendizagem, e apresentam metodologias diferencias aos futuros profissionais da Educação, sendo esta a formação inicial docente.

Considerações Finais – Reflexão sobre a expansão do GEPRIEG e a Formação Inicial Docente

As ações apresentadas neste artigo mostram como a Expressão Gráfica está sendo disseminada na capital paranaense, região metropolitana e região litorânea. Um passo grandioso para um grupo que teve, timidamente, seu primeiro projeto Licenciar atendendo apenas duas alunas do curso de matemática da UFPR.

Temos em nossa concepção que não existe extensão sem a pesquisa e, muito menos, sem a participação dos futuros profissionais da educação. Por este motivo, nossos integrantes são, na maioria, alunos de licenciatura que podem vivenciar dentro do GEPRIEG sua futura profissão por meio da oferta de oficinas – produto da pesquisa realizada. Esta socialização é aberta ao público das comunidades escolares, principalmente da rede pública, bem como das instituições de ensino executoras, mostrando assim o elo existente entre o ensino, pesquisa e extensão que deve ocorrer nas instituições federais, realizando também a formação continuada dos profissionais que já desenvolve a profissão docente.

Por meio das atividades apresentadas pode-se perceber que formação inicial do professor da Educação Básica, tendo os recursos da Expressão Gráfica (Góes, 2012) presente, é fundamental para o desenvolvimento de seu trabalho, criando o elo entre a teoria e a prática relacionada a sua futura profissão.

Por fim, a experiência no GEPRIEG nos permite afirmar que os alunos participantes são motivados em querer ensinar e aprender por meio de metodologias diferenciadas das que vivenciaram e podem verificar que a Expressão Gráfica é um recurso facilitador na docência.

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REFERÊNCIAS

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GÓES, Heliza Colaço. Expressão Gráfica: esboço de conceituação. Dissertação (Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática) - Setor de Ciências Exatas, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2012.

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MONTENEGRO, Gildo. A. Expressão Gráfica e Conhecimento - Pensamento visual e inteligência. Revista Escola de Minas, vol.54 no.1 Ouro Preto Jan./Mar. 2001

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Referências

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