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Estudo correlacional entre os estágios da maturação biológica e somatotipo em crianças da Vila Olímpica da Favela da Maré

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Academic year: 2021

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Copyright© 2003 por Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte. Endereço para correspondência:

Data de Recebimento: maio / 2003 Data de Aprovação:junho / 2003

EISSN 1676-5133

doi:10.3900/fpj.2.4.240.p

Artigo Original

Estudo correlacional entre os estágios

da maturação biológica e somatotipo

em crianças da Vila Olímpica

da Favela da Maré

Rogério M. Duarte

Universidade Estácio de Sá duartero@terra.com.br

Márcia Borges de Albergaria

Universidade Estácio de Sá / LAFIEX- Brasil albergaria@estacio.br

DUARTE, R.M., ALBERGARIA, M.B., FERNANDES FILHO,J. Estudo correlacional entre os estágios da maturação biológica e soma-totipo em crianças da Vila Olímpica da Favela da Maré. Revista Fitness & Performance Journal, v.2, n.4, p.240-249, 2003.

Rua Ituá, 814/103 – Jardim Guanabara – Ilha do Governador – Rio de Janeiro – CEP 21940-180 José Fernandes Filho

Programa Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco - Brasil

jff@cobrase.com.br

RESUMO: Para avaliar indivíduos em crescimento e desenvolvimento os métodos caros e invasivos podem inviabilizar a aplicabilidade em grandes populações carentes.

A identifi cação do momento em que cada indivíduo manifesta particularidades em relação à maturação é determinante para uma compreensão ontogênica visando qualidade de vida e a busca do talento desportivo. Objetivo: Verifi car a correlação entre os estágios da maturação biológica e o somatotipo em crianças do sexo mas-culino moradores da Favela da Maré. Material e Método: Este estudo é uma pesquisa aplicada e descritiva partindo-se da observação, análise e descrição dos resul-tados obtidos das análises dos efeitos da maturação. A população estudada (N = 303) são crianças do sexo masculino de 9 a 14 anos participantes do projeto da Vila Olímpica da Favela da Maré no Rio de Janeiro. Para tanto, empregar-se-á testes para medição do Somatotipo (Heath e Carter in: NORTON e OLDS, 2000): e avaliação das características sexuais secundárias (MALINA e BOUCHARD, 2002, p.228), que sob investigação e análise estatística permitirão que as hipóteses sejam testadas. No sentido de verifi carmos a existência de dependência entre as classifi cações segundo os parâmetros discricionários, Idade, Fase maturacional e Somatotipia, adotou-se o teste não paramétrico Qui-quadrado, através do qual verifi cou-se, segundo um nível de signifi cância p < 0,05 para rejeição da Hipótese Nula. Resultados: Denota-se que existe relação de dependência correlacionada entre classifi cações etárias cruzadas com as respectivas Fases maturacionais, para uma signifi cância p = 1,25E-05 = 0,0000125 < 0,05, ainda para as classifi cações etárias cruzadas com as de somatotipia, para uma signifi cância p = 0,0331 < 0,05. Não foi observada relação de dependência entre classifi cações de somatotipia e fase maturacional. Conclusões: O parâmetro idade é a interface entre os parâmetros fase maturacional e somatoti-pia, indicando que para o entendimento nessas dimensões temos a idade como o elo tradutor e combinatório dos outros dois processos classifi catórios.

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ABSTRACT

A correlacional study between the stage of biological and somatotype maturation on children of the Olympic Village of Mare slum

To evaluate individuals in growth and development the expensive and invasive methods can make impracticable the applicability in great devoid populations. The identification of the moment where each manifest individual particularitities in rela-tion the maturarela-tion is determinative for a ontogeny understanding aiming at quality of life and the search of the porting talent. Purpose: to verify the correlation between the periods of training biological maturation and somatotype in children do living masculine sex at Maré’s outskirt. Material and method: This study it is an applied and descriptive research breaking itself of the comment, analysis and description of the gotten results of the analyses of the effect of the matura-tion. The studied population (n = 303) is children of the masculine sex of 9 the 14 participant years of the project of the Olympic Village of the Maré’s outskirt in Rio de Janeiro. For in such a way, one will use tests for the measurement of somatotype (Heath and Carter in: NORTON and OLDS, 2000): e evaluation of the secondary sexual characteristics (MALINA e BOUCHARD, 2002, p.228), that under inquiry and analysis statistics they will allow that the hypotheses are tested. In the direction to verify the dependence existence enters the classifications according to discretional parameters, Age, maturational Phase and somatotopy, the test was adopted distribution free Qui-square, through which was verified, according to level of significance p < 0.05 for rejection of the Null Hypothesis.

Results: p=0.0331<0.05 is denoted that relation of dependence correlated

between crossed ages classifications exists with the respective maturational phases, for a significance p=1.25E-05=0.0000125<0.05, still for the crossed ages classifications with the ones of somatotopy, for a significance. It was not observed relation of dependence between classifications of somatotopy and maturational phase. Conclusions: The parameter age is the interface between the parameters maturational and somatotopy phase, indicating that for the agreement of these dimensions we have the age as the translating and combinatory link of the others two classificatory processes.

Keywords: Biological maturation, age group, somatotype

RESUMEN

Estudio correlacional del periodo de la maduración biológica y somato-tipo en niños de la Villa Olimpica de la chabola de la Maré

Para evaluar individuos en crecimiento y desarrollo los métodos caros e invasivos pueden hacer inviable la aplicabilidad en grandes poblaciones carentes. La identificación del momento en que cada individuo manifiesta particularidades en relación a la maduración es determinante para una com-prensión ontogénica visando calidad de vida y la busca del talento deportivo.

Objetivo: Verificar la correlación entre el periodo de la maduración biológica y

lo somatótipo en niños del sexo masculino habitantes de la Chabola de la Maré

Material y Método: Este estudio es una investigación aplicada y descriptiva se

partiendo de la observación, análisis y descripción de los resultados obtenidos de los análisis de los efectos de la maduración. La población estudiada (N = 303) son niños del sexo masculino de 9 a 14 años participantes del proyecto de la Villa Olímpica de la Chabola de la Maré en Rio de Janeiro. Para tanto, utilizarse-a la tests para medición del Somatótipo (Heath y Carter in: NORTON y OLDS, 2000): y evaluación de las características sexuales secundarias (MALINA y BOUCHARD, 2002, p.228), que bajo investigación y análisis estadística permitirán que las hipótesis seamos comprobadas. En el sentido de verifiquemos la existencia de dependencia entre las clasificaciones según los parámetros descriptivos, Edad, Fase maduracional y Somatotipia, se adoptó el test no paramétrico Jue-cuadrado, a través del cual se verificó, según un nivel de acepción p < 0,05 para rechazo de la Hipótesis Nula. Resultados: Se denota que existe relación de dependencia correlacionada entre clasificaciones etarias cruzadas con las respectivas Fases maduracionales, para una acepción p = 1,25Y-05 = 0,0000125 < 0,05, to-davía para las clasificaciones etarias cruzadas con las de somatotipia, para una acepción p = 0,0331 < 0,05. No fue observada relación de dependencia entre clasificaciones de somatotipia y fase maduracional. Conclusiones: El parámetro edad es la interfaz entre los parámetros fase maduracional y somatotipia, indi-cando que para el entendimiento en esas dimensiones tenemos la edad como el eslabón traductor y combinatorio de los otros dos procesos clasificatorios. Palabras clave: Maduración biológica, franja etaria y somatótipo.

INTRODUÇÃO

A compreensão da maturação biológica e as infl uências gené-ticas e ambientais neste processo já são estudadas há algumas décadas. Este representa um motivo de grande atenção da ciência pela grande necessidade desses conhecimentos para comunidades carentes que sofrem com condições ambientais desfavoráveis para um crescimento e um desenvolvimento harmonioso. A partir das publicações que serão apresentadas na revisão deste estudo (GREULICH e PYLE, 1959; MALINA e BOUCHARD, 2002; MARCONDES, 1989; MATSUDO e MAT-SUDO, 1994) será possível observar a busca do entendimento biofísico do processo que conduz o homem até a sua maturida-de. Com esta inteligibilidade podemos buscar meios para viver melhor com saúde e qualidade de vida, assim como, também são importantes para a detecção de atletas de alto rendimento e performance.

O estudo ora apresentado observa como seu problema a necessidade de uma investigação sobre a maturação bio-lógica e sua relação com a constituição somatotípica em indivíduos nas fases púberes de desenvolvimento, na busca de um melhor entendimento sobre os aspectos intervenientes desta relação.

OBJETIVO

O objetivo deste estudo centra-se na verifi cação da correlação entre os estágios da maturação biológica e o somatótipo em crianças do sexo masculino moradores da Favela da Maré – Rio de Janeiro/Brasil.

VARIÁVEIS INVESTIGADAS

As variáveis aqui investigadas são maturação biológica, classifi -cação etária e somatótipo.

REVISÃO DA LITERATURA

Os termos crescimento e desenvolvimento são frequentemente usados juntos e apresentam signifi cados diferentes. Cada um se refere à atividade biológica específi ca. O termo desenvolvimento pode denotar os contextos biológicos, que é representado pela diferenciação das células ao longo de linhas especializadas de função. Isto ocorre desde o período pré-natal, quando os tecidos e sistemas orgânicos já estão em formação e são altamente

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de-pendentes da ativação ou da genética. O outro contexto é o com-portamental que relaciona a capacidade do desenvolvimento da criança ao seu meio cultural (OLIVEIRA JUNIOR, 1996). Contudo, seja no primeiro ou no segundo contexto, o desenvolvimento diz respeito às alterações funcionais do organismo. Já o crescimento representa as variações na velocidade do desenvolvimento dos sistemas ate a maturidade biológica.

Ocorrem modifi cações funcionais e estruturais nos seres humanos durante toda a vida. Desde a concepção até a morte existe uma previsibilidade das alterações que o nosso corpo é submetido, que é limitada pela individualidade biológica e pela ação do ambiente em que vivemos. Estes eventos representam a matura-ção biológica. Durante a gestamatura-ção, aproximadamente na décima semana após a concepção o comprimento céfalo-caldal é de três centímetros; a vigésima semana é o período de máxima veloci-dade de crescimento (em média 2,5 centímetros por semana, ou seja, um crescimento relativo de 130 centímetros por ano); na trigésima quarta semana ocorre um aumento de peso máximo que se correlaciona com a elevada aquisição de tecido adiposo; já nas oito semanas fi nais dobra o peso corporal, entretanto, o crescimento cai abruptamente em decorrência do preenchimento uterino (WILSON E FOSTER, 1988, p.222). Este último período já caracteriza uma infl uência do meio no processo de maturação do crescimento durante a gestação. Do nascimento até o início da puberdade ocorre um crescimento acentuado inicialmente para que haja uma compensação da diminuição causada pelo mesmo preenchimento uterino. Nos dois primeiros anos de vida há uma curva descendente da taxa do crescimento, que é re-duzido a um terço da taxa inicial ao décimo mês e continua até o segundo ano. Após o segundo ano de vida a taxa de ganho de massa corporal e estatura não sofrem uma variação muito grande até a puberdade.

As alterações das proporções corporais também são evidências desse processo. A partir do estirão do crescimento a participação do comprimento tronco-cefálico na determinação da estatura supera a infl uência das extremidades. Durante o crescimento o monitoramento da variação das proporções de dois segmentos corporais contribuem para o conhecimento da alometria ou crescimento alométrico, ou seja, relacionamentos sistemáticos entre as dimensões do corpo à medida que elas crescem (MALINA e BOUCHARD, 2002, p.58). Algumas relações muito comuns em estudos são a razão entre a altura troncocefálica e estatura; razão biacromial e bicristal; e estatura e peso. É possível

obser-var também que a cabeça diminui sua proporção em relação ao tronco e as extremidades até a fase adulta, entretanto, a cabeça do embrião é do tamanho do resto do corpo. Isto indica que o cérebro cresce muito depressa e aos três anos de idade encontra-se praticamente maduro. Cerca de 95% do crescimento do sistema nervoso central ocorre até os sete anos de idade e uma aceleração discreta durante o estirão pubertário.

Ainda na fase embrionária o coração cresce depressa. A razão para isto é a necessidade do transporte do alimento para todos os sistemas do corpo. O sistema respiratório começa a amadurecer durante os três últimos meses de gestação, quando o indivíduo está preste a nascer e começará então respirar por conta própria. As curvas linfóides, relacionadas ao desenvolvimento do sistema imunológico, apresentam um desenvolvimento acelerado durante a primeira infância e aproximadamente aos 11 e 13 anos apre-senta o dobro do tecido linfóide quando comparado ao adulto. É interessante observar que a maturidade do desenvolvimento dos diferentes sistemas ocorre de acordo com a necessidade orgânica o que evidencia a independência entre o processo maturacional dos mesmos.

As diferentes defi nições para qualifi car as fases de maturação, ocorrem em função da busca de formas mais simples e efi cientes de testar, avaliar e defi nir os diferentes momentos. Porém, difi cul-tam a compreensão dos termos. Para melhor desenvolvimento das idéias a defi nição de Weineck (1999, p.107) é considerada bastante apropriada pelo fato de apresentar delimitações exclu-sivas do período da maturação biológica (tabela 1).

Segundo Hollmann e Hettinger (1989, p.543), as maiores di-ferenças de idade biológica em rapazes de treze anos chega a 3,4 anos cronológicos. É importante saber que seja o indivíduo retardado ou acelerado em relação ao processo de maturação, haverá um crescimento harmonioso com respeito à capacidade de desempenho, medidas orgânicas e sistema esquelético. Já Weineck (1999, p.309) descreve que há uma diferença no campo esportivo de até sete anos entre os indivíduos mais desenvolvidos biologicamente e os mais retardados.

A maturação biológica é um produto da interação do organismo e seu meio. A demanda energética e a ingestão de vitaminas e sais minerais, sob a ação do aumento da produção dos hor-mônios gonadotrópicos e do crescimento, são acentuados a partir do início do estirão pubertário. Portanto, a maturação é a denominação para o processo que regula o mecanismo intrín-Tabela 1 - Classifi cação do desenvolvimento em faixas etárias durante o crescimento

Grau de Desenvolvimento Idade cronológica (anos) Fase de amamentação 0 – 1

Primeira infância 1 – 3 Idade pré-escolar 3 – 6 / 7 Primeira idade escolar 6 / 7 – 10

Última idade escolar 10 – entrada na puberdade (meninas 11/ 12; meninos 12/ 13). Primeira idade puberal (Pubescência) meninas 11/ 12 - 13/ 14 Meninos 12/ 13 - 14/15

Segundo fase puberal (adolescência) meninas 13/ 14 - 17/ 18 Meninos 14/ 15 - 18/19 Idade adulta respectivamente Depois de 17/ 18 e 18/ 19

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seco, preservando o equilíbrio para um padrão de crescimento e desenvolvimento ótimo.

A maturidade varia de acordo com o sistema biológico conside-rado. Maturidade sexual é a plenitude da capacidade funcional reprodutiva, já a maturidade esquelética é a absoluta ossifi ca-ção adulta do esqueleto. Portanto, a maturaca-ção é diferente da maturidade, pois, refere-se ao tempo e período do progresso até o estágio biológico maduro. Identifi car a idade biológica signifi ca possibilitar um diagnóstico dos distúrbios do crescimento e desenvolvimento.

MATURAÇÃO ÓSSEA

O processo de ossifi cação que inicia durante o período gestacional ocorre a partir dos centros primários e, em alguns casos, já no segundo mês de vida intra-uterina (MARCONDES, 1989, p.33). A ossifi cação a partir de centros primários é responsável pela forma-ção da diáfi se. Após o nascimento e a partir dos centros secundários as epífi ses são ossifi cadas. A cartilagem de conjugação é uma estrutura cartilaginosa que separa a diáfi se do centro secundário, esta é a região mais ativa durante o crescimento. Essas cartilagens são opacas e fi nas e cruzam a diáfi se, próximo as suas extremidades. Após o momento do nascimento, serão estabelecidos os centros de ossifi cação secundários em cada epífi se, nos quais é formado o osso esponjoso. Esses centros surgem em momentos variáveis após o nascimento. Toda a cartilagem em cada epífi se é gradualmente substituída por osso, exceto a das superfícies articulares e a

cartila-gem de conjugação entre a epífi se e a diáfi se. Esta última apenas sumirá quando o indivíduo atingir a maturidade do crescimento. Os ossos tubulares curtos possuem uma cartilagem de conjugação em apenas um das extremidades, já os ossos longos possuem uma em cada extremidades. Além dessa diferença e das dimensões esses tipos de ossos são semelhantes. Os ossos do carpo são cartilaginosos ao nascimento. Em algumas áreas, há mais de um centro de ossifi cação. A maturação do esqueleto nos ossos curtos realiza-se através da mineralização dos núcleos de ossifi cação. Já nos ossos longos, a mineralização ocorre nas linhas epifi sárias. A maturidade ós-sea coincide com a ossifi cação total desta cartilagem (JACOB, FRANCONE e LOSSOW, 1990, p. 90). A identifi cação deste período através de radiografi as representa o conhecimento clínico do momento da maturação do esqueleto em que o indivíduo se encontra. A determinação da idade óssea através das radiografi as foi determinada originariamente por comparação com padrões americanos criados por Greulich e Pyle (1959). A identifi cação da idade óssea, através desse método, baseia-se na comparação entre uma radiografi a realizada e as utilizadas como padrões separados por idade e sexo. As ordens da ossifi cação dos núcleos estão apresentadas da fi gura 1 e na tabela 2.

Figura 1 - Ordem de aparecimento dos núcleos de ossifi cação

nos punhos e mãos

Fonte: GREULICH e PYLE, 1959, p.35.

Tabela 2 - Distribuição dos núcleos de ossifi cação da mão e

punho por ordem de fechamento. ORDEM OSSO

1 Grande osso 2 Ganchoso

3 Distal da epífi se do rádio

4 Epífi se da falange proximal do 3º dedo 5 Epífi se da falange proximal do 2º dedo 6 Epífi se da falange proximal do 4º dedo 7 Epífi se do metacarpo II

8 Epífi se da falange distal do 1º dedo 9 Epífi se do metacarpo III

10 Epífi se do metacarpo IV

11 Epífi se da falange proximal do 5º dedo 12 Epífi se da falange média do 3º dedo 13 Epífi se da falange média do 4º dedo 14 Epífi se do metacarpo V

15 Epífi se da falange média do 2º dedo 16 Piramidal

17 Epífi se da falange distal do 3º dedo 18 Epífi se da falange distal do 4º dedo 19 Epífi se do metacarpo I

20 Epífi se da falange proximal do 1º dedo 21 Epífi se da falange distal do 5º dedo 22 Epífi se da falange distal do 2º dedo 23 Epífi se da falange média do 5º dedo 24 Semilunar 25 Trapézio 26 Trapezóide 27 Escafóide 28 Epífi se do cúbito 29 Pisiforme

30 Sesamóide do adutor do polegar

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De acordo com a avaliação do protocolo de Demirjian et al, (1973) citado por Coutinho et al, (1993), as epífi ses do terceiro e quinto dedo das falanges médias eram iguais em comprimento com as diáfi ses. Este momento coincide com o início do PVA. O estágio G do desenvolvimento do canino mandibular tem uma relação com o momento em que as epífi ses cobrem as diáfi ses da falange média e distal do terceiro dedo e da falange proximal do quinto dedo.

MATURAÇÃO SEXUAL

A observação do desenvolvimento das características sexuais secundárias, tanto realizada por um pediatra ou através da auto-avaliação (MATSUDO e MATSUDO, 1994), é um dos instrumen-tos utilizado mais comumente para avaliar a maturação sexual. É a partir do início da puberdade que os testículos, o pênis e o pêlo pubiano apresentam alterações e, portanto, possibilitam o monitoramento do desenvolvimento biológico desta fase da vida. As fotos dos estágios, que originariamente são em preto e branco, e os critérios utilizados para esta avaliação foram descritos por Tanner (1962) citado por WILSON e FOSTER (1988 p. 224). Entretanto, segundo Duarte (1993) citando Van Wieringen e col. (1971) foram publicadas fotos coloridas que foram consideradas bastante adequadas na identifi cação dos pêlos pubianos dos estágios iniciais. A classifi cação de cada estágio que descreve a evolução das características sexuais secundárias (pêlos pubianos e genitália masculina) está apresentada da tabela 3.

O estágio 1 representa ainda o período pré-puberal e o estágio 2 indica o início do desenvolvimento das características sexu-ais secundária. Como qualquer outro método que utiliza uma classifi cação em etapas subsequentes, uma questão importante, considerada de destaque pelos avaliadores é que os estágios intermediários (estágios 3 e 4) são mais difíceis de identifi car pelo fato da maturação sexual ser um processo contínuo e os

estágios se sobreporem, entretanto, não inviabiliza o teste. Nas primeiras fases observa-se que não há nenhum desenvolvimento e nas últimas as características apresentam um desenvolvimento pleno que representam o período pós-púbere (MALINA e BOU-CHARD, 2002, p.228).

ANTROPOMETRIA E MATURAÇÃO BIOLÓGICA

Cineantropometria é o termo de origem grega que etimologi-camente signifi ca a medida do homem em movimento (Kines – movimento; Anthropo – homem; Metry – medida). Esta ciência analisa a dimensão, forma, proporcionalidade, composição, maturação e o desenvolvimento do corpo humano, através das medidas corporais, desde a fecundação até o ser perfeito, ou seja, ontogenicamente. A antropometria é uma técnica que se destaca como um dos instrumentos da cineantropemetria mais efi cientes. Åstrand e Shephard (1992, p.285) comentam que o acompa-nhamento da estatura é um meio prático, barato e efi ciente e serve de referencial para a observação desenvolvimento. O acompanhamento de forma longitudinal é um meio de identifi car problemas patológicos relacionados ao crescimento e, sobretudo, indicar o início da puberdade.

As curvas do crescimento, assim como a da massa corporal é semelhante quando comparado com estudos dos países desen-volvidos e subdesendesen-volvidos. Porém, as dimensões dos indivíduos avaliados em Londrina foram signifi cativamente inferiores (GUE-DES e GUE(GUE-DES, 1995) no inicio do período do estirão pubertário, o que sugere que possivelmente neste momento haja uma maior infl uência das condições ambientais desfavoráveis.

A massa corporal total também é considerada um parâmetro satis-fatório para o acompanhamento do estágio de desenvolvimento. As informações obtidas através do monitoramento dessa variável complementam as que são viabilizadas pelo monitoramento da Tabela 3 - Classifi cação dos estágios de desenvolvimento de características sexuais secundárias masculinas e femininas

Meninos:

Estágio 1 - Pré-puberdade: testículos, escroto e pênis de aproximadamente mesmo tamanho e proporção como na infância primitiva.

Estágio 2 - Aumento do escroto e testículos. A pele do escroto enruga e avermelha e muda na textura. Estágio 3 - Aumento do pênis, a princípio principalmente em comprimento.

Maior crescimento dos testículos e do escroto.

Estágio 4 - Aumento do tamanho do pênis com crescimento na largura e desenvolvimento da glande. Escroto e testículos maio-res e pele escrotal escurecida.

Estágio 5 - Genitália adulta em tamanho e forma. Ambos os sexos: Pêlo Púbico

Estágio 1 - Pré-puberdade: Vellus sobre o púbis não é mais desenvolvido que sobre a parede abdominal.

Estágio 2 - Crescimento escasso do pêlo macio, longo e ligeiramente pigmentado; liso ou ligeiramente encaracolado, principal-mente na base do pênis ou ao longo dos lábios.

Estágio 3 - Consideravelmente mais escuro, mais grosso e mais enrolado. O pêlo espalha esparsamente sobre a junção do púbis.

Estágio 4 - Pêlo agora adulto em tipo, mas a área coberta é ainda consideravelmente menor que no adulto. Sem expansão para a superfície média das coxas.

Estágio 5 - Adulto em quantidade e tipo com distribuição do modelo horizontal (ou classicamente “feminino”). Estágio 6 - Extensão até a linha Alba (modelo tipo masculino).

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estatura. Segundo o mesmo estudo supracitado, com crianças Londrinas, as diferenças da massa corporal total entre ambos os sexos foram signifi cativas apenas aos doze anos de idade, com va-lores superiores para as meninas e a partir dos quinze, com vava-lores superiores para os meninos. Este estudo supracitado corroborou com os achados apresentados na literatura internacional para o mesmo período etário (MALINA e BOUCHARD, 2002, p.52).

AVALIAÇÃO DO SOMATOTIPO

NO PROCESSO DE MATURAÇÃO

A avaliação somatotípica é um instrumento importante de identifi cação da constituição física (FERNANDES FILHO, 2003, p.121). Segundo Rizzo Pinto (1977, p.62) a constituição física é um elemento mutável, evolutivo e decorrente de três fatores principais: fatores genéticos; fatores ambientais e fatores que envolvem a atividade orgânica.

Etimologicamente soma é um termo de origem grega e signifi ca corpo; tecidos orgânicos do corpo. O somatotipo merece um tratamento à parte por representar um marco no contexto histórico das avaliações antropométricas. Sheldon (1954) citado por Foss e Keteyian (2000, p.398), analisou a constituição corporal em quatro mil homens usando fotografi as em pé nas posições de frente, de costas e de lado. A denominação e característica para cada uma delas é a seguinte: endomorfo caracteriza o indivíduo com predominância de gordura, o mesomorfo é representado pela prevalência dos músculos, ossos e tecidos conjuntivos e o ectomorfo pela linearidade, fragilidade e delgadeza do corpo. Em relação ao método de Sheldon, os custos pela obrigatoriedade de fotografar os indivíduos e a necessidade da perícia técnica exigida para a avaliação eram difi culdades impostas para a apli-cabilidade. A partir dessa difi culdade Heath e Carter in: Norton e Olds (2000) apresentam métodos mais simples de calcular o somatotipo. O método antropométrico de Heath e Carter é o mais prático e, portanto, bastante utilizado nos dias atuais. Pela facilidade de coletar os dados e menor custo permitiu uma apli-cação em alta escala estudando a constituição física em homens e mulheres evidenciando a relação da ação com a constituição.

MATERIAIS E MÉTODOS

O universo amostral foi constituído através de um processo propabilístico de amostragem, o que garante a aleatoriedade e

assim mais autenticidade e confi abilidade no processo de infe-rência dos resultados obtidos (Campbell e Stanley, 1979 citado por FLEGNER e col, 1995, p.81).

O objeto teórico e formal deste estudo são crianças moradoras da Favela da Maré participantes do projeto CEASE-MARÉ. Os sujeitos selecionados para esse estudo pertencem ao sexo mas-culino, com idade entre nove e quatorze anos (tabela 4.).

INSTRUMENTOS E PROTOCOLOS

Antropométricos

Para avaliar as características antropométricas foram utilizadas técnicas específi cas de medidas de estatura, massa corporal total, diâmetros biepicondiliano do úmero, biepicondiliano do fêmur, circunferências braquial, panturrilha medial e espessuras de do-bras cutâneas das regiões tricipital, subescapular, supraespinhal e panturrilha medial seguindo basicamente os princípios da ISAK (2001). As equações para calcular o somatotipo antropométrico seguem o protocolo antropométrico de Heath e Carter in: Norton e Olds, 2000:

Maturação sexual

A avaliação da maturação sexual masculina foi realizada por um médico pediatra de acordo com o método descrito por Tanner (1962 citado por MALINA e BOUCHARD, 2002, p.228). Através da observação das características sexuais secundárias pelo avaliador e feita uma comparação com os estágios consi-derados padrões. Estes estágios são apresentados nos mapas em que as fases de maturação sexual relativa ao desenvolvimento dos pêlos pubianos são exibidas em seis estágios sucessivos e o desenvolvimento do pênis e do escroto são exibidos em cinco estágios sucessivos.

Os sujeitos foram classifi cados segundo os critérios quanto ao desenvolvimento da maturação sexual Bonjardim e Hegg (1988 citado por MATSUDO e MATSUDO, 1991): Pré-púbere: quando o somatório da genitália e pêlos pubianos for menor ou igual a “2”; Púbere: quando o somatório da genitália e pêlos pubianos for maior que “2” e menor ou igual a “9”; Pós-púbere: quando o somatório da genitália e pêlos pubianos for maior que “9”.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Foram utilizadas as técnicas da Estatística Descritiva no sentido de caracterização do Universo Amostral observado. Para as variáveis de conteúdo discreto, utilizou-se as Distribuições de Frequências nos seus valores absolutos e relativos. Para os valores de conteúdo contínuo, foram utilizadas as estatísticas de tendência central, média, desvio-padrão, mínimo e máximo.

No sentido de testarmos as Hipóteses formuladas, consideran-do que os parâmetros analíticos fi nais consideran-do estuconsideran-do foram valores de conteúdo discreto, observadas as particularidades de cada Tabela 4 - Amostragem e amostra por faixa etária

FAIXA ETÁRIA AMOSTRAGEM AMOSTRA VALOR %

9 anos 61 18 29,51 10 anos 54 14 25,93 11 anos 37 11 29,73 12 anos 61 11 18,03 13 anos 56 10 17,86 14 anos 34 11 32,35 TOTAL 303 75 24,75

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processo classifi catório, idade, fase maturacional e somatotipia, foi utilizado o teste Não-Paramétrico Qui-quadrado, no sentido de comparar as Distribuições de frequências observadas e as esperadas. O nível de signifi cância foi p < 0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As tabelas 5, 6, 7 e 8 apresentam a estatística descritiva das características sexuais secundárias e somatotípicas dos indivíduos de nove a quatorze anos de idade respectivamente.

No sentido de verifi carmos a existência de dependência entre as classifi cações, segundo os parâmetros discricionários, Idade, Fase maturacional e Somatotipia, adotou-se o teste não paramétrico Qui-quadrado.

Dos resultados acima, denota-se que existe relação de depen-dência correlacionada entre as classifi cações etárias cruzadas com as respectivas Fases da maturação sexual, assim como, para as classifi cações etárias cruzadas com as de somatotipia. Não foi observada relação de dependência entre a somatotipia e as fases da maturação sexual. Se analisarmos conjuntamente estes resultados, temos que o parâmetro idade funciona como o elemento de interface entre os parâmetros maturação sexual e somatotipia.

Na fi gura 2, sobre a relação entre somatotipo e maturação se-xual, é interessante observar que na Fase 1 (Pré-Púbere), existe uma multiplicidade na frequência de somatotipias, reduzindo signifi cativamente na Fase 2 (Púbere) e drasticamente na Fase 3 (Pós-Púbere). Esta redução signifi cativa da frequência de soma-totipia na fase Pós-Púbere restringe a apenas três características somatotípicas: ectomorfo mesomórfi co, mesomorfo ectomorfo e em menor quantidade endomorfo mesomorfo.

As duas primeiras características supracitadas representam apro-ximadamente 80% dos indivíduos na fase pós-púbere sendo que cada uma representa aproximadamente 40%. Na fase púbere

estas mesmas características representam 59% da população total avaliada, sendo que os indivíduos ectomorfo mesomórfi co representam 36,4% e os mesomorfo ectomorfo 22,7%. Na fase pré-púbere a distribuição foi mais heterogênia e não apresentou uma prevalência marcante de nenhuma característica em con-traste com as outras duas fases.

O aumento da frequência da ectomorfi a, que caracteriza a del-gadeza, a medida e que avança a maturação ocorre em função da relação entre a estatura e a massa corporal que é determinada na equação do terceiro componente do somatotipo antropo-métrico (Heath e Carter in: NORTON e OLDS 2000). Ou seja, é calculado o CAP (cociente altura-peso) através da equação: estatura / raiz cúbica da massa. Através dessa relação pressupõe-se que quanto maior a estatura e menor a massa maior pressupõe-será o componente da ectomorfi a. Durante a puberdade este fato tanto pode estar associado à ocorrência do PVA (pico da velocidade da estatura) quanto pode estar relacionado à perda de massa corporal e a perda de massa magra. A grande frequência de indivíduos pós-púbere apresentando o componente da ectomorfi a é preocupante, pois pode estar associada a uma defi ciência no processo natural de ganho de massa muscular e ter como causas

Figura 2 - Somatotipo X Maturação sexual

Tabela 6 - Estatística descritiva das características sexuais secundárias, pêlos pubianos e genitais, por idade (de 12 a 14 anos)

Idade P. Pubianos Genitais Idade P. Pubianos Genitais Idade P. Pubianos Genitais

12 13 14

n 11 11 N 10 10 N 11 11

Média 2,2 2,6 Média 3,1 3,3 Média 4,00 4,2

D.P 1,40 1,04 D.P 1,79 1,42 D.P 1,34 1,17

Mín 1 1 Mín 1 2 Mín 2 2

Máx 4 4 Máx 6 5 Máx 6 5

Fonte: o autor do estudo

Tabela 5 - Estatística descritiva das características sexuais secundárias, pêlos pubianos e genitais, por idade (de 9 a 11 anos)

Idade P. Pubianos Genitais Idade P. Pubianos Genitais Idade P. Pubianos Genitais

9 10 11

N 18 18 N 14 14 N 11 11

Média 1,0 1,4 Média 1,0 1,5 Média 1,4 1,9

D.P 0,00 0,50 D.P 0,00 0,52 D.P 0,67 0,83

Mín 1,0 1,0 Mín 1,0 1,0 Mín 1 1

Máx 1,0 2,0 Máx 1,0 2,0 Máx 3 3

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grandes períodos de inanição, que poderia levar a um prejuízo do crescimento (PARISKOVA, 1986), ou um excesso de horas de atividade física sem subsídios nutricionais adequados.

As distribuições visualizadas na fi gura 3 que relaciona a matu-ração com a idade, também é observado uma convergência quando do cruzamento das classifi cações segundo a Fase maturacional e as respectivas classes etárias. É observado que nas fases púbere, uma grande variedade de idades cronoló-gicas caracterizando a individualidade biológica do processo de maturação (HOLLMANN E HETTINGER, 1989, p.543; WEINECK, 1999, p.309). Entretanto, apenas nas idades de treze e quatorze anos é que podemos observar a frequência de indivíduos na fase pós-púbere. O início da fase pós-púbere,

que segundo Malina e Bouchard (2002, p.228) representa o desenvolvimento pleno das características sexuais secundárias, e um dos parâmetros de maturidade. Este evento ocorrendo precocemente pode representar um mau prognóstico de crescimento e desenvolvimento. Apesar da incidência de indi-víduos pós-púberes ser de aproximadamente 11% do total de avaliados, um fato preocupante é que aproximadamente 40% dos indivíduos com 13 e 14 anos apresentam este perfi l de maturação precoce. É considerado, segundo Colli (1986), um indivíduo com maturação precoce aquele que apresenta um desenvolvimento acelerado ou atrasado correspondente a 2, 2,5 ou 3 desvios padrões comparados aos valores referencias. A grande variabilidade individual da maturação biológica ocorre em função de fatores como a heterogamia (Dermirjian e col, 1976, citados por MARCONDES, 1989, p.16), assim como, pela grande variedade de estímulos ambientais que determi-nam as diferenças maturacionais. Entretanto, apesar da grande miscigenação de raças, característico de um local que acolhe pessoas de várias regiões do Brasil, este fator não foi determinante para o resultado, pois existe correlação entre a idade biológica (maturação sexual) e a cronológica nesta população. Portanto, podemos inferir que provavelmente há uma condição ambiental que favoreça um desenvolvimento homogêneo do processo de maturação da população.

As distribuições visualizadas na fi gura 4 também apresentam comportamento de convergência quando do cruzamento das classifi cações segundo a somatotipia e as respectivas classes etárias. Através do gráfi co que relaciona somatotipo e idade Tabela 9 - Resultados das correlações entre a idade e maturação sexual, idade e somatotipo e somatotipo e maturação sexual

Cruzamentos g.l Sig. P Resultado

Idade x Fase 10 1,25E-05 Aceita-se a existência de dependência entre as classifi cações Idade x Somat. 45 0,0331 Aceita-se a existência de dependência entre as classifi cações Somat x Fase 18 0,6074 Rejeita-se a existência de dependência entre as classifi cações

Fonte: o autor do estudo

Tabela 7 - Estatística descritiva do somatotipo por idade de 9 a 11 anos

Idade Endo Meso Ecto Idade Endo Meso Ecto Idade Endo Meso Ecto

9 10 11 n 18 18 18 N 14 14 14 n 11 11 11 2,5 4,4 2,96 Média 2,7 3,9 3,4 Média 2,9 4,3 3,1 D.P 1,59 1,07 1,32 D.P 1,26 0,56 0,98 D.P 1,11 1,39 1,49 Mín 1,1 2,8 0,1 Mín 1,3 3,0 1,5 Mín 1,5 2,8 0,7 Máx 7,4 6,9 4,8 Máx 5,0 5,0 4,8 Máx 4,7 7,3 5,1

Fonte: o autor do estudo

Tabela 8 - Estatística descritiva do somatotipo por idade de 12 a 14 anos

Idade Endo Meso Ecto Idade Endo Meso Ecto Idade Endo Meso Ecto

12 13 14

n 11 11 11 N 10 10 10 n 11 11 11

Média 2,68 3,47 4,27 Média 2,72 3,84 3,66 Média 2,25 3,10 4,43

D.P 1,87 1,54 2,09 D.P 1,94 1,14 1,65 D.P 1,05 0,88 0,92

Mín 1,3 1,1 0,3 Mín 1,2 2,8 0,2 Mín 1,4 1,9 2,4

Máx 6,7 6,3 7,1 Máx 7 6,6 5,5 Máx 4,5 4,6 5,8 Fonte: o autor do estudo

(9)

podemos observar uma tendência à diminuição da variabilidade das diferentes classifi cações somatotípicas. Consequentemente há uma convergência em função da idade para as características de ectomorfo mesomórfi co e mesomorfo ectomorfo que representam 52% da amostra total. Um dado importante é que a maior frequ-ência desses indivíduos ocorre aos 13 e 14 anos, faixa etária esta que estão contidos todos os indivíduos da fase pós-púberes do estudo. Portanto, esta evidência demonstra que a convergência entre a somatotipia e a idade está relacionada com o período maturacional característico desta população especifi camente. A estabilidade dos resultados do somatotipo até a fase adulta é também infl uenciada pela idade. A partir de oito anos de idade Malina e Bouchard (2002, p.78) relatam que há uma estabilida-de bem superior comparada com idaestabilida-des inferiores. Entretanto, as alterações da constituição corporal ocorrem em função das alterações fi siológicas características do início da puberdade. Também, como relatado no estudo supracitado, espera-se uma constância maior da ectomorfi a durante a puberdade em função da maior concentração do Hormônio do Crescimento que fa-vorece o estirão. Portanto, o que ocorre na população avaliada da Favela da Maré é uma elevada frequência de indivíduos com a somatotipia ectomorfo mesomórfi co e mesomorfo ectomorfo. Entretanto, a partir dos 12 anos o primeiro fator supracitado representa aproximadamente 50% de cada faixa etária. Este fato evidencia um aumento drástico determinando uma tendência dos indivíduos apresentarem a prevalência da ectomorfi a em função da idade. Entretanto, a mesomorfi a apresentou para esta mesma faixa etária, na maioria dos estudos, valores médios superiores quando comparado à ectomorfi a (Walker, 1978; ClarKe, 1971; Walker e Tanner, 1980; Zuk, 1958; Claessens e col., 1986 e Pa izcová e Carter, 1976, citados por MALINA e BOUCHARD, 2002, p.78).

Em ralação a endomorfi a que apresentou frequência muito pe-quena nos podemos nos reportar ao estudo realizado por Fortes e Castro (2002) que compara a composição corporal entre os

sexos de jovens nadadores. Ele que revela que o tecido muscular e ósseo no sexo masculino em relação à puberdade exerce uma contribuição relativamente maior que nas meninas. Já em rela-ção à gordura ocorre exatamente o oposto. Portanto, a pouca frequência da endomorfi a está relacionada ao sexo masculino principalmente na fase puberal.

Um estudo realizado com atletas da seleção brasileira de vôlei masculino juvenil e infanto-juvenil apresentou o somatotipo médio classifi cado como ectomorfo mesomórfi co (ROCHA, DOURADO, e GONÇALVES, 1996). Isto representa uma similaridade quanto ao resultado da nossa pesquisa. Entretanto, o fator ambiental e as características são diferentes. Esta predominância da ectomorfi a dos atletas ocorre pelo estímulo ambiental favorável para um desenvolvimento satisfatório e não decorrente de um ambiente de privações.

CONCLUSÃO

O conhecimento das diversas variáveis da maturação biológica é fundamental para a avaliação da fi siologia humana, consti-tuição física e composição corporal relacionada à maturação. Somente identifi cando os diferentes processos maturacionais é possível tornar este processo mais prático e de menor custo, sendo assim, viável em populações carentes numerosas. Portanto, a partir desta revisão, e de outros estudos experimentais é possível relacionar o processo do crescimento e desenvolvimento com alterações fi siológicas que podem ser de grande valor no sentido de diagnosticar e prevenir problemas de crescimento, desnutrição, excesso de atividade e afecções.

Enfi m, através do conhecimento dessas variáveis fi ca possível fazer uma estratifi cação de encaminhamento dos indivíduos, que necessitam de um tratamento mais específi co, para métodos clínicos mais detalhados. Pois, desta forma é facilitada a identi-fi cações de distorções do processo de maturação relacionadas à constituição física em grandes populações que apresentam pouca ou nenhuma assistência e acesso a um programa que possa proporcionar um desenvolvimento harmônico e saudável.

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