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Pensando Consumo e Demografia: caminhos a perseguir

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Academic year: 2021

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VI Encontro Nacional da Anppas

18 a 21 de setembro de 2012

Belém - PA – Brasil

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Pensando Consumo e Demografia: caminhos a perseguir

Carla Craice (UNICAMP) Cientista Social, mestranda em Demografia Bolsista de Mestrado CAPES

carlacs@nepo.unicamp.br

Resumo

O presente trabalho discute possibilidades de contribuição da demografia para os estudos de consumo. Em princípio desmistifica-se a importância do crescimento demográfico no impacto ambiental dentro da relação população e ambiente, para inserir outra variável na equação: o consumo. Para demostrar como o impacto ambiental encontra-se com a questão populacional, é observada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, evento de destaque na discussão ambiental como um todo. Dentro de debates políticos o consumo está inserido de algum modo, porém sua discussão acadêmica no campo de população-ambiente ainda é rasa, mas necessária na realização de pesquisas e avanço do debate. Uma possibilidade que aproxima a demografia da temática passa pelos estudos sobre as dinâmicas demográficas atuais, e particularmente a teoria da Transição Demográfica. Seu impacto em características da população atual é profundo, e pode elucidar questões sobre o consumo atual e mudanças para o futuro. Assim avançar esse debate por dentro do campo de estudos populacionais, e particularmente da demografia, só contribuiria para aprofundar o conhecimento do modo que a população consome.

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Introdução

Aos finais de outubro de 2011, jornais e revistas noticiaram a informação sobre os 7 bilhões de moradores da Terra (The Economist, 2011; The New York Times, 2011; Time, 2011; Veja, 2011) com reportagens especiais, artigos, infográficos, fotos, diversas linguagens utilizadas para mostrar o que significa sermos uma população com 7 bilhões. Porém grande parte do debate trouxe em destaque o crescimento populacional como o principal problema da pressão sobre os recursos do planeta. É difícil penetrar na questão para além do neomalthusianismo recorrente na relação população-ambiente que paira pela presença do grande número, e ir além da pressão dos números sobre os recursos (HOGAN, 1991).

O artigo de Lam (2011) apresenta o grande crescimento demográfico das últimas décadas. Entre a década de 60 e o ano de 1999, a população passou de 3 bilhões para 6 bilhões de habitantes, dobrou seu tamanho em 39 anos. A última vez que a população dobrou seu tamanho, de 1,5 bilhão para 3 bilhões, consumiu 70 anos. E esse espaço de anos era maior em tempos anteriores. Apesar de tais números, o crescimento da população está desacelerando e, segundo o autor, dificilmente dobrará nos próximos 100 anos, sendo que alguns especialistas negam a possibilidade de atingirmos os 12 bilhões de moradores no planeta. Nunca se observou tal crescimento na história, porém provavelmente ele não será observado novamente no futuro.

A explosão demográfica não aconteceu, e a possível implosão demográfica guarda um futuro incerto para a população, e esse fato não esgotará o tema impacto ambiental. Outras relações estão intermediando a população e o ambiente que se vive. O presente artigo percorre esse intermeio colocando o consumo como um elemento relevante de ser pensado, e como a Demografia contribuiria para aprimorar a investigação acerca da população-consumo-ambiente.

Preocupações populacionais na discussão ambiental

As notícias em meados de 2011 sobre o nascimento do habitante “7 bilhão” do mundo desencadeou discussões sobre os limites do planeta, tendo como preocupação central o tamanho da população mundial atual. A preocupação se justifica tendo em vista, por um lado, o aumento sem precedentes do número de habitantes, um crescimento populacional nunca antes documentado antes da última metade do século XX. Entre 1999 e 2011, em 12 anos, a população aumentou 1 bilhão de habitantes, passando de 6 bilhões para 7 bilhões (LAM, 2011). Também dentro desse medo existe a percepção da finitude de recursos naturais disponíveis, os recursos não-renováveis como o petróleo ou aqueles renováveis que o planeta já não repõe na mesma velocidade que são utilizados (COHEN, 1995).

Contudo, essa preocupação não é privilégio da sociedade de 7 bilhões de habitantes. Cohen (1995) inicia seu livro com a discussão sobre o limite do tamanho da população, indicando como em tempos passados essa já era uma preocupação presente entre diferentes populações. Por volta 1600 a. C.,

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quando segundo estimativas cerca de 50 milhões de pessoas habitavam a superfície do planeta, se tem notícia da primeira história com o tema da superpopulação na Terra, e que interpreta catástrofes naturais como resposta à superpopulação. A epopeia de Atrahasis narra o envio de pragas divinas para livrar a Terra do excesso de seres humanos. Histórias com enredos próximos se repetem ao longo dos tempos, até chegar às preocupações atuais que rondam a população dos 7 bilhões.

Um dos estudos mais conhecidos da Demografia aborda a questão populacional com preocupação sobre a pressão ambiental. O estudo Essay on Population, obra de Thomas Malthus publicada em 1798, opõe ao crescimento populacional descontrolado e as suas consequências, acontecendo em progressão geométrica, um aumento da produção de alimentos de progressão aritmética, desenhando uma incompatibilidade entre as duas progressões (MELLO; HOGAN, 2007). Em longo prazo, o que se previa com a equação eram catástrofes sociais e colapso econômico. O que estava colocada na equação era a pressão do volume populacional sobre os recursos terrestres, e a previsão de desastres com o aumento do volume.

Os neomalthusianos continuaram com a ideia trazida por Malthus, da população como variável autônoma, e consagraram seu paradigma: a relação linear da pressão dos números pelo crescimento populacional (a população resumida em números) sobre os recursos, não deixando espaço para outras variáveis (OLIVEIRA, 1985). A relação população ambiente se torna unidimensional, não se vai além do crescimento população, pois “a relação é clara e a solução é óbvia” (HOGAN, 1991). Com isso não se faz necessário aprofundar outras questões populacionais, o crescimento populacional basta à explicação da pressão dos recursos.

O paradigma neomalthusiano oferece uma explicação fácil aos problemas dos limites do planeta, e isso pode ser visto replicado nas mídias e por vezes nos círculos acadêmicos (MODESTO, 2011). Claro que a preocupação primeira dos estudos ambientais recai sobre os recursos, porém a pressão não se resume ao crescimento populacional (HOGAN, 1991). São diversas as variáveis que não estão contabilizadas na equação crescimento populacional e aumento na pressão pelos recursos, inclusive os diferentes modos que as populações vivem.

Uma forma de observar como o problema populacional em relação ao ambiente coloca-se é através das discussões em grandes conferências mundiais. Além de acompanhar como a questão populacional transcorre, também aí aparecem as forças mobilizadas para solucionar os problemas, uma forma de mensurar a real preocupação com os problemas.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida por Rio-92, foi uma das conferências de maior destaque na promoção da discussão sobre impacto ambiental, incluso questões populacionais relacionadas à degradação ambiental. Observando o resultado de suas discussões é possível vislumbrar quais as preocupações populacionais estavam sendo consideradas para a degradação ambiental. Um documento importante foi a Agenda 21 que

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apresentou diretrizes e ações para a implementação do desenvolvimento sustentável pelos diversos atores sociais, que basicamente propõe a utilização dos recursos naturais sem o comprometimento para as gerações futuras. O documento possui 40 capítulos, divididos em cerca de 100 áreas de ação contendo em torno de 2.500 ações efetivas em diversas áreas: educação, saúde, saneamento, habitação entre outros.

O Capítulo 5 – “Dinâmica Demográfica e Sustentabilidade” da Agenda 21 coloca a preocupação em compreender os vínculos entre os fatores demográficos e suas tendências com o desenvolvimento sustentável. As primeiras ações envolvem a difusão sobre a existência deste vínculo em todos os níveis e a necessidade de incorporar tal dimensão nas análises sobre o meio ambiente. Também coloca a necessidade de considerar tal vínculo para a formulação de políticas públicas sobre meio ambiente e desenvolvimento. Nessa área de ação, apresenta o crescimento populacional como o principal fator demográfico a ser considerado no vínculo, ou seja, o crescimento populacional é a parte demográfica que as políticas devem se ocupar, inclusive colocando a necessidade de tomar medidas para ensejar a transição demográfica. Clarifica-se sobre isso na última área de ação proposta pelo capítulo quando introduz a necessidade de programas de controle demográfico, em direção a viabilizar uma decisão sobre o número de filhos com peso igual do homem e da mulher. Uma das diretrizes dessa área de ação é dialogar com autoridades de diversos grupos sociais relacionadas à população, como religiosas e de poder local, para obter o apoio e comprometimento para facilitar a implementação de políticas de controle demográfico.

Visto como um problema da dinâmica demográfica, as medidas para frear o crescimento populacional passam por políticas do controle da população, o que a Agenda 21 coloca com um discurso de aquisição de direitos da mulher através de políticas. Porém o texto não explicita como conduzir tais diálogos, desconsiderando questões sobre o empoderamento da mulher que promovam sua saúde sexual e reprodutiva, importantes na queda da fecundidade. Além disso, essas políticas públicas não consideram outros elementos para sustentar a queda na fecundidade, como o aceleramento econômico. O Brasil é um exemplo que apresentou um rápido declínio da fecundidade sem nenhum grande programa de planejamento familiar. Algumas razões atribuídas ao ocorrido passam pelas transformações sociais, como a urbanização, que levou as pessoas buscarem métodos contraceptivos para diminuir o número de filhos. Por outro lado, outros países tiveram programas de planejamento familiar em larga escala, mas suas quedas de fecundidade caíram lentamente por um longo período (MARTINE, 2009 apud MODESTO, 2011).

Contudo, o capítulo 5 novamente resume a questão da dinâmica populacional ao controle do crescimento demográfico pelo controle da fecundidade, não trazendo novos elementos para o debate da degradação do ambiente. Prontamente o capítulo 4 – “Mudanças dos padrões de consumo” – traz um elemento novo da população que faz avançar o debate da pressão no ambiente. Para além do tamanho da população, o capítulo aponta para a degradação fruto dos padrões de consumo e

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produção insustentáveis, especialmente atribuídos aos países industrializados. Na área de ação que propõe o exame dos padrões insustentáveis pouco se discorre sobre o que seriam tais padrões, mas há sim a proposta de conhecer melhor como acontece o consumo, principalmente qual o seu papel no crescimento econômico e como ele se relaciona com a dinâmica demográfica. O documento aponta a relação entre os padrões insustentáveis de alto consumo e a pobreza como partes diferentes do mesmo processo, quando tais padrões insustentáveis provocam o agravamento da pobreza em um desequilíbrio alimentado a nível local, regional, mundial.

Já na parte de estratégias para as efetivas mudanças em tais padrões, focaliza as mudanças no consumo principalmente em nível de consumidor por políticas que reorientem esse padrão para um mais sustentável. É a demanda dos consumidores que está em questão, devem ser estimulados comportamentos mais ecológicos. Apesar de o texto inserir o problema na população de forma multidimensional e compreensiva, seu resultado é genérico e apenas faz o alerta para o problema do excesso do consumo. Há certa dificuldade em questionar padrões de consumo sustentados e promovidos por países industrializados, que pode ser lido como o segmento da população mais rica, fruto da história de prosperidade econômica, mas que exercem imensas pressões sobre o meio ambiente (SAYWER, 2001).

Os dois capítulos explicitam posições marcadas de dois grupos de países: de um lado os países ricos do Norte, liderados pelos Estados Unidos, defendendo uma posição controlista com os olhos no crescimento populacional dos países em desenvolvimento explicitada pelo capítulo 5; o grupo dos países em desenvolvimento, países do Sul, colocou a necessidade de dar atenção aos padrões de consumo insustentáveis do outro grupo originando o capítulo 4, o que resultou em textos genéricos e vagos (MELLO; HOGAN, 2007). O embate de posições e as forças a serem mobilizadas realmente para as ações podem ser observados pelos financiamentos mobilizados em cada área de ação. O Secretariado de Conferência aponta uma estimativa de custo anual médio de mais de 7 bilhões de dólares para implementação dos programas propostos pelo programa sobre a dinâmica demográfica (fora outros gastos de medidas tomadas pelos governos). O programa para o capítulo sobre mudanças no consumo não prevê nenhum novo recurso significativo, somente o esforço dos governos.

O impasse foi amenizado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada no Cairo em 1994. A tensão principal de tal Conferência girou em torno de questões sobre direito reprodutivo e diferenças de gênero. Isso resultou em discussões sobre outros temas como meio ambiente, consumo e população se desenvolvessem de maneira mais branda, e atingisse consensos mais rapidamente. O Plano de Ação apontou para a necessidade de observar a dinâmica populacional nas estratégias para o desenvolvimento dos países, pensando na sua relação com os padrões de consumo e quais as implicações para esse desenvolvimento (MELLO; HOGAN, 2007).

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De fato o forte embate foi superado, e a continuidade da Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável de 2012, a Rio+20, não demonstra mais a relação Sul-pobreza e Norte-consumo como antes. O Zero Draft (Esboço Zero), documento inicial para a discussão na conferência disponibilizado pela ONU, aborda a questão da erradicação da pobreza e fome no mesmo parágrafo que trata da necessidade de mudanças do padrão de consumo e produção insustentáveis. Essas são as duas faces de um mesmo problema, da degradação ambiental, fortemente relacionadas entre si.

Sawyer (2001) critica a dicotomia simplista da degradação ambiental causada pela pobreza no Sul e consumo no Norte, que separa diferentes tipos de degradação da população que aconteceriam nos diferentes hemisférios. O autor afirma que o problema de tal divisão é que a partir dela poder-se-ia concluir que reduzindo a pobreza se reduziria o impacto dos países em desenvolvimento. A divisão mascara a realidade quando, apesar dos resultados sociais positivos, a redução da pobreza não necessariamente traz efeitos positivos em termos de impacto ambiental, pois inevitavelmente envolve um crescimento econômico para a população e o aumento no consumo de matérias-primas, energias, impactando no ambiente.

O autor também coloca que existe sim uma população com altos padrões de consumo em países do Sul, classes com maiores rendas. Isso mostra que as várias formas de consumo na população e como afetam o ambiente são muito mais complexas que o consumo colocado pela Agenda 21. Por fim, Sawyer coloca que o consumo ainda não recebeu devida atenção principalmente no eixo Sul do planeta. Políticas públicas e pesquisas ainda continuam dando prioridade à diminuição da pobreza pelo crescimento econômico sem refletir quais as consequências ambientais e sem considerar estratégias alternativas a esse crescimento (SAYWER, 2001).

Apesar da Agenda 21 reconhecer que existem diversos padrões de consumo, não conseguiu pensar para além dos países industrializados, o berço dos padrões insustentáveis. Mas a grande preocupação girando em torno da variável população ainda ocupa-se do seu crescimento, e o problema do consumo permanece em segundo plano.

Cohen (1995) define três grandes grupos com caminhos para as soluções dos problemas populacionais. O primeiro grupo propõe ampliar as capacidades de produção em vista as demandas populacionais (a escola “uma torta maior” – “bigger pie”), defendendo as mudanças tecnológicas em termos de indústria, agricultura e civil como solução para o problema populacional. O segundo defende a redução dos números e expectativas populacionais (a escola “menos garfos” – “fewer

forks”), alguns componentes do grupo consideram o planejamento familiar como solução, outros

também veem os níveis do consumo também como um problema, propondo entre outras coisas a adoção de dieta vegetariana. O último grupo propõe mudanças nas formas de interação entre as pessoas independente do tamanho ou tecnologia (escola “melhores maneiras” – “better manners”),

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propondo o questionamento das instituições, da própria democracia, promovendo uma melhoria de condições de vida em todos os níveis da população.

Cada grupo lida com a questão ambiental de diferentes modos, os defensores da tecnologia pensando no seu controle, os reducionistas consideram os limites dos recursos ambientais e o último grupo avaliando formas de interação mais saudáveis com o ambiente.

O colapso previsto por Malthus, primeiro ensaio clássico com preocupações sobre população e ambiente, não aconteceu. O crescimento demográfico não traz elementos suficientes para entender a relação entre população e ambiente. Em seu trabalho, a temática ‘consumo’ não aparece explicitamente, o problema populacional atribui-se ao crescimento populacional.

Cabe à Demografia posicionar a população na relação ao ambiente, como acontece tal interação e clarear sobre aspectos demográficos que afetam impactam no ambiente. Para além do crescimento populacional, outras formas de interação da população com o ambiente devem ser investigadas, como o alto padrão de consumo de algumas populações. Entender como o consumo se situa no debate população e ambiente (ou observar como ele não se situa) traz luz aos passos necessários para integrar população-consumo-ambiente.

Trazendo o consumo para a equação população-ambiente

Mello e Hogan (2007) apontam para o período após a Segunda Guerra Mundial como a popularização dos usos da tecnologia, antes exclusivos dos militares. Esse período é marcado pelo bonança dos Estados Unidos e dos seus aliados, suas populações aumentam o poder de consumo graças ao crescimento econômico do período. Dentro desse quadro de bonança econômica e popularização da tecnologia, uma nova cultura começa a se consolidar: a produção e consumo em massa de produtos.

Somando ao quadro a diminuição na mortalidade graças à penicilina, o baby boom pós-guerra – ou seja, a explosão da natalidade principalmente na América do Norte e parte da Europa – todos esses fatores criam um terreno fértil para a consolidação do consumo em massa como a cultura do consumo vigente. Entretanto, por muito tempo esse vilão passou despercebido (MELLO; HOGAN, 2007). Na década de 70 a crise do petróleo evidenciou o problema que tal modelo de crescimento carregava. A alta dos preços dos barris de petróleo, principal combustível de crescimento, instigou questionamentos sobre como estavam sendo traçados os caminhos do desenvolvimento, se realmente seriam os mais adequados.

O movimento ambiental surge um pouco antes, desde 1960 quando os estudos de Hardin e Carson abriram o campo nas ciências biológicas e sociais para as preocupações ambientais. O foco do movimento inicialmente estava na produção, e o consumo se restringia aos recursos consumidos nos processos de produção. Igualmente as políticas governamentais também almejavam o processo de

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produção pela diminuição da poluição e resíduos das indústrias e maior eficiência no uso dos recursos. Mirar o impacto ambiental da produção parecia mais simples e mais significativo nas melhorias das condições ambientais a mudar o comportamento de milhares de pessoas em relação ao consumo (CURRAN; DE SHERBININ, 2004).

O interesse dos estudos acadêmicos pelo consumo tem crescido nas últimas décadas. Uma das primeiras aparições do consumo em discussões ambientais acontece na equação IPAT (Impact =

Population x Affluence x Technology) no início da década de 70. Contudo a discussão tem sido pouco

realizada dentro do ‘core’ da literatura população-ambiente, marcado pela presença de demógrafos e menos de geógrafos e economistas, acontecendo mais nas pesquisas de consumo-ambiente (CURRAN; DE SHERBININ, 2004). Na verdade, a equação IPAT estabelece uma ligação entre as duas literaturas, mas apesar de algumas pesquisas em população-ambiente utilizarem a equação, o modelo não é comumente investigado para ser refinado, apenas testado superficialmente.

O trabalho de Curran e De Sherbinin (2004) busca caminhos para avançar nos estudos de população-consumo-ambiente, ou P-C-A (no original, population –consumption–environmental,

P-C-E) e consolidar os estudos sobre consumo dentro do campo de pesquisa em população-ambiente.

Os autores mapeiam duas razões para as literaturas consumo-ambiente e população-ambiente não terem unido suas trajetórias. A primeira razão é relativa aos enfoques do grupo de questões centrais de cada literatura. A primeira literatura ocupa-se em mostrar evidências para relacionar características demográficas e processos ou condições ambientais processos sociais, enquanto a segunda possui questões um pouco distintas, sobre quais atividades humanas mais afetam o ambiente, quais causam resultados mais destrutivos, não se aproximando de uma discussão demográfica (CURRAN; DE SHERBININ, 2004). A segunda razão refere-se ao enfoque de espaço de cada literatura: as pesquisas de população-ambiente acontecem especialmente nos países em desenvolvimento em nível micro prioritariamente em áreas rurais de economia de subsistência; e os estudos sobre consumo-ambiente acontecem em países desenvolvidos, investigando sobre padrões de consumo entre populações de centros urbanos, onde grande parte do que se consome vem de áreas fora desse espaço, as próprias áreas no debate não se encontram.

Em termos de discussão política, Mello e Hogan (2007) vasculham evidências e concluem que se pode afirmar que aconteceram avanços no debate, e alguns consensos foram construídos em torno do debate população, ambiente e consumo. Porém os autores apresentam uma visão mais pessimista sobre o campo acadêmico. Diversas áreas estão envolvidas na discussão acadêmica, logo também diferentes conceitos e correntes ideológicas, contudo o debate está longe de um consenso (MELLO; HOGAN, 2007). Inclusive os autores apontam para o buraco existente na discussão do consumo na Demografia brasileira. Alguns estudos existem, mas não aprofundam conceituações sobre o tema ou utilizam a questão do recurso onde o consumo está implícito.

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Os avanços dependem da promoção de debates sobre o que já foi feito no campo e dos caminhos a serem tomados. Alguns caminhos são apontados pelos artigos de Curran e De Sherbinin (2002) e Mello e Hogan (2007), um desses trata sobre a dinâmica demográfica e como o consumo pode se modificar com essas mudanças, argumento que será aprofundado no próximo tópico do capítulo.

Dinâmica demográfica e consumo

Para entender a importância da dinâmica demográfica na discussão sobre o consumo é interessante observar o caso do Brasil, que tem passado por mudanças populacionais importantes desde a metade do século XX e que traz novas caras à população brasileira atualmente.

Segundo o último Censo Demográfico, realizado em 2010 pelo IBGE, a população do Brasil atingiu 190 milhões de habitantes. Em 2000, a população estava em 169 milhões, o que significa um aumento de 21 milhões de habitantes. Apesar do aumento expressivo em valores absolutos no período, na realidade a taxa média de crescimento anual da população diminuiu, sendo 1,64 entre 1991/2000 e 1,17 entre 2000/2010, o que indica que a população ainda cresce, porém com menor intensidade (IBGE, 2011). Inclusive a taxa de crescimento observada foi menor que a taxa prevista por projeções apesar do grande volume que o país cresceu (CARMO e D´ANTONA, 2011).

Até a década de 1940, o país apresentava altos níveis de fecundidade e mortalidade. Em meados da década de 40, a mortalidade inicia a sua queda. Já a queda da fecundidade tem início no começo da década de 1960, com o começo lento e acelerando na década seguinte. Tais efeitos também repercutiram na taxa de crescimento, sendo que a taxa de crescimento da última década a menor encontrada em comparação com o último século (IBGE, 2011).

O Brasil encontra-se em uma fase adiantada da Transição Demográfica. Esta teoria refere-se ao processo populacional pelo qual as taxas de mortalidade e fecundidade declinam e encontram seu equilíbrio em patamares mais baixos (CARMO; D´ANTONA, 2011). Com as baixas taxas de fecundidade e mortalidade, a população brasileira deverá iniciar seu declínio após a década de 2030, período o qual atingirá seu máximo de volume de cerca de 206 milhões de habitantes (CAMARANO; KANSO, 2009 apud CARMO; D´ANTONA, 2011). Se realmente o problema do impacto da população sobre o ambiente se resumisse ao crescimento populacional, os ânimos poderiam se acalmar, pois o crescimento demográfico, segundo projeções, estaria com os dias contados, e a população começaria a diminuir em menos de 30 anos.

Enfim, “a percepção da Transição Demográfica reforça a posição de que a discussão não pode ser centrada na preocupação com a pressão do volume populacional – nem de sua taxa de crescimento sobre os recursos ambientais” (CARMO; D´ANTONA, 2011, p. 14). Outros elementos ganham destaque dentro da dinâmica demográfica como a distribuição da população, tema de maior

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importância entre pesquisadores brasileiros na década de 1990, e o padrão de consumo da população.

A Transição Demográfica acarreta transformações importantes na estrutura etária da população e levando ao envelhecimento demográfico. Falar em envelhecimento demográfico significa que a população mais jovem (crianças e jovens) perde o peso relativo no conjunto geral da população pela queda da fecundidade das mulheres. Ao mesmo tempo em que a população mais velha (adultos e idosos) ganha maior peso relativo. Aumenta principalmente a população de idosos, acima de 60 anos, pelo aumento da expectativa de vida graças a diminuição da mortalidade infantil e aumento da longevidade, o que faz com que o peso relativo dessa população também cresça.

A pirâmide etária, representação gráfica da estrutura etária da população, auxilia a observar a dinâmica demográfica e entende-la enquanto um processo histórico. A queda da fecundidade vista na pirâmide etária pode ser visualizada pela diferença entre a base, sendo que em 1991 se apresentava mais larga que os outros anos, e no ano de 2010, mais fina. Isso significa uma diminuição relativa dos primeiros grupos etários (0 a 4 e 5 a 9 anos) no total da população, porém em termos absolutos o número de nascimentos continua muito expressivo (CARMO; D´ANTONA, 2011). Também é possível observar o aumento do peso relativo dos grupos etários a partir de 45 anos no decorrer desses 20 anos.

Figura I – Pirâmide Etária com a composição da população residente total, por sexo e grupos de idade - Brasil - 1991/2010

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Importante notar que a Transição Demográfica traz consigo a ideia de processo histórico de população, transformações que repercutem ao longo do tempo (CARMO; D´ANTONA, 2011). Considerando o Brasil, um país atualmente com uma pequena migração internacional que não impacta na população do país como um todo, é possível acompanhar as faixas etárias ao longo dos anos na estrutura etária, e pensar como as modificações irão repercutir nas gerações futuras. Essa inércia demográfica ajuda entender o desenvolvimento dos processos populacionais.

O processo da Transição Demográfica está visível pela evolução das taxas de fecundidade e mortalidade, contudo outras mudanças sociais e econômicas também estão envolvidas no processo: a urbanização e a industrialização, que provocou mudanças importantes para a população como maior disponibilidade e difusão do uso de contraceptivos, o aumento no número de divórcios, a idade ao casar postergada. Essa é uma exposição do processo simplificado, ele transcorre com tramas mais complexas que aquelas aqui colocadas, porém intenciona-se mostrar quais transformações aconteceram e que nos auxiliam a avançar na discussão do consumo.

Para além da caracterização da população, o que está descrita é a população que irá interagir com o ambiente hoje e suas mudanças para o futuro. E, dentro dessa população e suas mudanças, como acontece o consumo e quais as consequências para o futuro. Como já foi dito, a inserção do consumo dentro do debate população-ambiente é recente e ainda busca sua consolidação dentro do campo científico. Mas já existem alguns progressos que serão apresentados.

Alguns trabalhos avançam em utilizar o domicílio como unidade de análise do consumo. Isto devido às mudanças populacionais ocorridas pela Transição Demográfica, que resultaram na diminuição o número de moradores por domicílio. Enquanto o número de moradores por domicílio diminui, o crescimento do número de domicílios acontece de forma mais intensa que o crescimento populacional.

Para o consumo, essa mudança ganha importância quando também modifica a economia de escala dos domicílios. A economia de escala nos domicílios relaciona ao número de moradores (ou o tamanho do domicílio) com o seu consumo. Assim, quando o número de moradores no domicílio aumenta, o custo per capita (por morador) para manter o mesmo padrão de vida diminui, considerando que os principais recursos para a sua manutenção divididos são espaço, transporte, mobílias da casa, e energia (O´NEILL; CHEN, 2002). A divisão desses recursos em um maior número de moradores resulta em um menor uso de recurso per capita. Portanto com a diminuição do tamanho dos domicílios, perde-se a economia de escala esperando um maior consumo de recursos per capita.

O trabalho de MacKellar, Lutz, Prinz e Goujon (1995) demonstra a diferença em utilizar a unidade de análise per capita ou análise por domicílio na equação I=PAT (Impacto = População x Afluência (ou

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consumo) x Tecnologia) – transformada em I=HAT (household ou domicílio) para observar o consumo de energia. Os autores analisam o consumo de energia no período entre 1970-90 e desenham uma projeção entre 1990-2100 para dois blocos, de regiões mais desenvolvidas e de regiões menos desenvolvidas, explorando as diferenças do consumo de energia encontradas quando se pensa no crescimento do número de domicílios e o crescimento populacional. Eles baseiam sua preocupação em explorar diferentes unidades de escala na ideia da economia de escala, a relação entre tamanho do domicílio-moradores, afirmando que uma diminuição no número de moradores provoca um aumento no número de domicílios, o que teria reflexo no impacto ambiental.

Por fim, após a análise temporal e projeções do consumo de energia, chega-se a valores muito distintos, sendo que os valores encontrados por projeções de domicílio são significativamente maiores que aqueles encontrados pelo crescimento populacional. Também assinala para o fato que uma diminuição do crescimento populacional causa um envelhecimento da populacional e consequentemente um envelhecimento também da faixa etária dos chefes de domicílio, que para os autores demandam mais recursos que idades mais jovens.

Eles concluem que as formas de decompor o impacto são sensíveis às unidades demográficas consideradas no estudo, se família, indivíduo, comunidade. Por isso defendem estudos mais profundos sobre quais atividades realmente impactam no ambiente. E também sustentam que a escolha da unidade demográfica de análise deve ser feita com uma justificativa substantiva, já que influencia as formas de impacto diferente no ambiente.

O´neill e Chen (2002) criticam estudos sobre demanda energética e emissão de CO2 que se limitam a

fazer considerações sobre a população e o seu crescimento demográfico. Eles realizam um estudo histórico sobre uso de energia residencial e de transporte nos Estados Unidos utilizando o domicílio como unidade de análise, e além do crescimento do número de domicílio, também observam as suas características como idade e composição. Consideram as características do domicílio fundamentais para compreender com mais clareza como se dá os padrões de consumo historicamente e também para as projeções. Tal postura é justificada pelas mudanças populacionais ocasionadas pela Transição Demográfica: envelhecimento populacional, idade mais tardia ao casar, taxas de divórcio mais altas, e acrescentando mudanças de comportamento favorecendo famílias nucleares em detrimento de famílias estendidas e maior propensão para se morar sozinho (O´NEILL e CHEN, 2002). Os autores observam tais características nos Estados Unidos, mas reconhecem que tais mudanças estão ocorrendo em outros países, inclusive nos em desenvolvimento.

O artigo conclui que o uso de energia por pessoa no domicílio de menor tamanho é maior que com maior número de moradores. Um domicílio com duas pessoas consome em média 17% menos energia por pessoa que um domicílio com apenas um morador, e um domicílio com três moradores

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usa em média 30% menos de energia que um morador sozinho, considerando as energias de transporte e residencial.

Outros fatores são observados com mais afinco. Chega-se que com o aumento da idade do chefe de domicílio, o consumo de energia residencial também aumenta. Já sobre o uso de energia com transporte, o consumo apresenta-se mais alto entre os 40 e 65 anos e após tal período inicia um declínio, supondo que idosos diminuem a sua mobilidade. Outro fator relacionado ao aumento do consumo de energia é o número de adultos presentes no domicílio, concluindo que domicílios com presença de criança possuem menor consumo per capita de energia no domicílio. Sobre o transporte, o domicílio de único morador apresenta baixo consumo, mas o trabalho encontra um consumo mais estável, com pequena queda conforme aumenta o número de moradores. Suspeitando que há um efeito renda em tais resultados, os autores isolam essa variável, mas não encontram um efeito substancialmente forte, o que reforçaria a economia de escala como uma explicação robusta para tais afirmações.

Após tais resultados, eles realizam a projeção do consumo de energia pelo crescimento de número de domicílio e pelo crescimento demográfico. Os resultados encontrados são muito distintos, e os cenários traçados pela projeção por domicílio apresentam são mais impactantes ambientalmente. Com isso apontam a importância em utilizar características demográficas da população para avaliar mudanças no consumo de energia e não restringir-se ao crescimento demográfico.

O cenário brasileiro, com uma avançada Transição Demográfica, já apresenta um envelhecimento de sua população, aumentando o peso dos jovens e adultos (15 a 59 anos) principalmente em um primeiro momento, mas também o envelhecimento pelo topo, ou seja, o aumento do peso da população idosa (mais de 60 anos). Como aponta o estudo de O´Neill e Chen (2002), não apenas a diminuição do tamanho do domicílio, mas a sua composição está fortemente relacionada ao aumento do consumo. Essas inquietações juntamente com mudanças que acontecem atualmente na população brasileira mostra a necessidade de conhecer mais profundamente como acontece o consumo, quais são os fatores que influenciam no aumento ou diminuição, e a Demografia tem muito a acrescentar no debate.

Conclusão

As evidências demostram uma redução no crescimento populacional em curso atualmente e projeta-se sua estabilização e declínio do volume para um futuro não muito distante (LAM, 2011), isso não apenas para o Brasil, diversos países do norte e sul do globo. Limitar (ou atribuir maior parte) o impacto ambiental ao crescimento populacional é atenuar problemas mais profundos presentes e impossibilitar maiores avanços para desvendar tal relação.

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O consumo aparece como uma das faces da interação população-ambiente, e também como um dos principais problemas da degradação ambiental. Porém tal campo ainda está por ser explorado, com lacunas teóricas e de estudo de caso, como investigar como o consumo acontece em populações de países menos desenvolvidas. Um dos caminhos que alguns trabalhos percorrem passa por utilizar novas unidades de análise para observar o consumo na população, como o domicílio.

O presente trabalho procurou desvelar aspectos relevantes para pensar o consumo juntamente com o domicílio. Mudanças populacionais, principalmente na estrutura etária, refletem em tamanhos menores de domicílio e um crescimento em quantidade maior que o crescimento demográfico. Mackellar et al. (2002) advertiram que sim, haverá também uma redução no número de domicílios no futuro com a redução do volume populacional, porém ater-se a esse ponto periga a pensar novamente em crescimento, em volume de domicílio e não aprofundar nos reflexos da mudanças populacional. No Brasil ainda há muito para ser desvendado, há muito para a Demografia avançar e contribuir para o debate.

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