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APURAÇÃO DA RENTABILIDADE DOS PRODUTOS DE UMA MICRO EMPRESA COMERCIAL

Fernanda Sahira Hoffmann1

Júlio César Borghetti 2 RESUMO

Este estudo abrange a área de Ciências Contábeis e tem por objetivo analisar a rentabilidade dos produtos comercializados em uma empresa do setor varejista. A questão de pesquisa é propor um modelo de rentabilidade dos principais produtos comercializados pela microempresa. A metodologia da pesquisa pode ser definida como um estudo de caso de natureza descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa e quantitativa dos dados. Foram apurados os custos e a receita de cada produto, possibilitando então o calculo a rentabilidade dos principais produtos comercializados pela empresa. Em termos de rentabilidade foi possível observar significativas diferenças quanto à margem de lucro unitário propiciada por casa produto. Além disso, foi possível observar que o giro de cada produto influencia diretamente na rentabilidade dos produtos. Destaca-se que os produtos da linha de alimentos apresentam maior rentabilidade.

Palavras-chave: Rentabilidade de produtos. Gestão de custos. Varejo.

ABSTRACT

This study covers the area of Accounting and aims to analyze the profitability of products sold at a company in the retail sector. The research question is to propose a model of profitability of major products marketed by microenterprises. The research methodology can be defined as a case study of descriptive and exploratory approach with qualitative and quantitative data. We calculated the costs and revenues of each product, thus allowing calculating the profitability of major products marketed by the company. In terms of profitability was possible to observe significant differences in unit profit margin afforded by home product. Moreover, it was observed that the spin of each product directly influences the profitability of products. It is noteworthy that the products of food have higher profitability.

Key-words: Profitability of products. Management costs. Retail.

1 Graduando do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Dom Alberto. 2 Professor Orientador e Mestre em Ciências Contábeis (UNISINOS)

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1 Introdução

Em meio ao mercado cada vez mais competitivo as organizações são obrigadas a buscarem cada vez mais métodos de controle para conseguir manterem-se no mercado. Em virtude das grandes organizações terem o monopólio dos serviços oferecidos e dos produtos comercializados, as empresas de pequeno e médio porte, que atualmente representam 80% das empresas existentes em todo o mundo e possuem cerca de 50% do PIB Mundial, precisam realizar cada vez mais pesquisas de mercado, a fim de estabelecerem um planejamento adequado, que propicie a perenidade do negócio.

Os gestores da maioria das empresas de pequeno e médio porte normalmente não possuem os conhecimentos necessários nas áreas de administração e controle contábil para apontar, por exemplo, os preços de venda de um determinado produto. Diversas estatísticas comprovam que mais da metade das micro e pequenas empresas fecham as portas antes de completar cinco anos no mercado.

Neste contexto, torna-se indispensável às organizações terem total conhecimento dos números que envolvem o desempenho da empresa. Ou seja, identificar de forma exata, o total do faturamento, dos custos fixos e variáveis, das despesas, enfim, da rentabilidade da empresa, ou, de cada produto.

Uma ferramenta importante no controle para as organizações é a contabilidade de custos, que busca fornecer informações para o planejamento e controle, para a elaboração de orçamentos e principalmente para dar suporte ao processo de tomada de decisão. A não observância à gestão de custos pode implicar na incorreta formação do preço de venda e, por consequência, na insolvência do negócio.

Nesta perspectiva, este estudo busca contribuir na formulação de aspectos necessários para a administração financeira e de resultados, para que o administrador obtenha o conhecimento necessário da rentabilidade de cada produto. Assim sendo, a questão problema que norteia a pesquisa é: Como analisar a rentabilidade dos principais produtos comercializados pela microempresa do ramo varejista?

O objetivo geral da pesquisa é propor um modelo de análise de rentabilidade dos produtos comercializados pela empresa pesquisada, apurando-se as receitas e

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os custos pertinentes. De forma mais específica, busca-se: a) apurar o custo de cada um dos 30 produtos de acordo com e os custos fixos e variáveis atribuídos a este; e, b) apurar a receita de venda de cada produto selecionado no estabelecimento. c) elaborar instrumentos de análise e controle da rentabilidade dos produtos.

Considerando que a gestão de custos contribui com os gestores na tomada de decisões acerca da formação do preço de venda, e possibilita o controle de rentabilidade dos produtos comercializados, fica a contribuição desse estudo caracterizada pela aplicação de um método de apuração dos custos fixos e variáveis, bem como controle do preço de venda. Desta forma, a empresa terá um modelo de análise de rentabilidade de cada produto, tornando-se possível a identificação dos produtos comercializados que mais agregam valor à empresa, objeto de estudo.

2 Fundamentação Teórica 2.1 Conceito de Rentabilidade

Em controladoria básica Padoveze (2004) considera a análise de rentabilidade extraída das demonstrações contábeis o maior indicador de sobrevivência e sucesso da empresa. Desta forma a análise da rentabilidade pode ser separada em dois grandes aspectos:

 Análise da geração da margem de lucro: leva em conta o desempenho operacional da empresa, por meio do conceito de giro do ativo, que implica em maior ou menor necessidade de margem operacional sobre as vendas;  Análise da destinação do lucro: leva em conta a alavancagem do capital

de terceiros para aumento do capital próprio. 2.1.2 Análise de rentabilidade unitária e total dos produtos

Para Padoveze 2010, normalmente a primeira análise de rentabilidade que é feita é a análise de rentabilidade unitária do produto. A metodologia utilizada para esta análise é apuração do custo unitário dos produtos, os principais métodos de custeio unitário são: Custeio Direto ou Variável, Custeio por Absorção, Custeio por Atividade (ABC) e a teoria das restrições.

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Esta análise é bastante simples, pois utiliza um dos métodos de apuração do custo, basta analisar o custo unitário obtido com o preço de venda. Assim se possuirmos os custos reais, deveríamos contrapor com o preço de venda realmente obtido. (PADOVEZE, 2010, p.487)

Na maioria das vezes apenas a análise de rentabilidade unitária não é suficiente para a tomada de decisão. A partir de então é necessário analisar os dados de custos unitários, associados com os gastos fixos, juntamente com os volumes produzidos ou vendidos, reais ou esperados, em determinado período, que normalmente é de um ano. Na análise destes números, muitas vezes surgem surpresas, como por exemplo, um determinado produto que é mais rentável unitariamente, não participa de maneira tão expressiva do lucro total.

2.2 Formação do preço de venda

Como cita Martins (2008), “para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto”, porém só esta informação não é suficiente.

Para a formação do preço de venda de algum produto ou serviço diversos fatores têm influencia direta como, por exemplo, destacam-se a natureza do ramo de atividade da empresa, o grau de concorrência de mercado, as condições econômicas locais, nacionais e mundiais, as características do produto, as políticas governamentais, impostos, entre outros (MARTINS, 2008).

2.2.1 Formação do preço de venda a partir do custeio por absorção

Os preços de venda com base nos custos por absorção ou custo pleno conforme cita Bruni e Famá (2002) são estabelecidos com base nos custos integrais: custos totais de produção, acrescidos das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro desejada. Podem ser usados tanto custos efetivos quanto custo padrão.

Para Silva e Lins (2010), “a abordagem do custo pleno para a administração de preços é mais relevante nas empresas cujos produtos são claramente diferenciados”. Por outro ângulo, a fixação dos preços pelo custo por absorção também possui maior aplicação aos produtos menos competitivos.

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Segundo Silva e Lins (2010), temos como vantagens da determinação do preço de venda com base no custo pleno:

 Assegurar a recuperação total dos custos e elaboração de uma margem planejada de lucro;

 Simplicidade do calculo; Como desvantagens são citadas:

 A desconsideração da concorrência de mercado sobre os preços, o que pode levar a empresa a utilizar um preço irreal em relação ao mercado;  Não dá tratamento diferenciado aos custos fixos e variáveis.

Para Padoveze (2010 p. 427) apesar de várias desvantagens teóricas conhecidas sobre a utilização do Custeio por Absorção, este é na prática o critério mais utilizado para a formação de preço de venda, basicamente por ser o método mais simples de se usar.

2.2.2 Formação de preço a partir do valor de mercado

Como cita Padoveze, 2010, a teoria econômica indica que quem faz o preço de venda dos produtos é o mercado, por meio da oferta e procura. Tendo este método para a fixação do preço de venda é inutilizado o cálculo dos custos. Desta forma a empresa teria que realizar uma análise do preço de venda de mercado do produto através dos preços dos concorrentes existentes ou através de pesquisas de mercado.

Para Crepaldi, 2002, o comportamento do mercado com relação ao preço passa a ser cada vez mais importante dentro de um cenário competitivo. Desta forma considera-se que em alguns casos quem determina o preço de venda são os clientes e não a empresa.

2.4 Margem de Contribuição

Segundo Padoveze (2010, p. 376) margem de contribuição representa o lucro variável. Ou seja, é a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa assim, que em cada

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unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa.

Entende-se assim que a margem de contribuição é a parcela do preço de venda que ultrapassa os custos e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos custos fixos e ainda, formar o lucro (CREPALDI, 2002, p. 160).

Ainda conceituando a margem de contribuição, Crepaldi (2002, p. 280) cita algumas colocações de extrema importância para o entendimento deste método:

 O preço de venda validado pelo mercado deve ser suficiente para cobrir pelo menos os custos e as despesas diretas dos produtos, mercadorias, serviços ou negócios;

 A margem de contribuição positiva indica uma “sobra” que quanto maior, é melhor, pois ajuda a cobrir os custos fixos;

 A margem de contribuição unitária de cada produtos, mercadorias, serviços ou negócios não é a solução da equação de resultados. Ela tem que ser associada ao volume de negócios, gerando a contribuição total;  Toda adição positiva de margem de contribuição é bem recebida;

 A visualização exclusiva e isolada da contribuição da empresa é insuficiente como tal. Ela precisa ser controlada com os custos fixos estruturais da empresa para verificar o nível de cobertura dos mesmos;  Somente após cobrir integralmente os custos fixos estruturais, a margem

de contribuição passa a traduzir-se em resultado positivo para a empresa.

3 Método e Procedimentos da Pesquisa

Para atingir os objetivos propostos, metodologia a ser utilizada pode ser classificada como um estudo de caso de natureza descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa e quantitativa dos dados.

De acordo com Gil (2009), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo que busca de maneira ampla e detalhada o conhecimento de um ou de poucos objetos. Assim esta pesquisa busca explorar situações reais de uma organização cujos limites não estão claramente definidos.

Esse projeto de pesquisa é enquadrado como descritivo, pois conforme Gil (2009), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial o estabelecimento de

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relações entre variáveis. Da mesma forma o projeto de pesquisa é enquadrado também como uma pesquisa exploratória, visto que segundo Gil (2009) a pesquisa exploratória ocorre quando há pouco conhecimento sobre o assunto.

Foram realizadas pesquisas documentais para coleta dos dados, utilizando como amostra o mês de agosto de 2012. Neste período foram coletadas todas as notas fiscais de aquisição de mercadorias para que seja apurado os custos fixos e variáveis de cada produto selecionado.

Posteriormente foi realizada uma análise entre os custos (fixos e variáveis) de cada produto e o valor atual de venda para que seja identificada a rentabilidade de cada item. Se a ferramenta for implementada na empresa, será necessário também realizar estudo de campo e observação do funcionamento da empresa para o entendimento da importância de determinadas atividades.

4 Apresentação e Análise dos Resultados da Pesquisa 4.1 Caracterização da empresa pesquisada

Este estudo foi realizado no Mini Mercado Hoffmann, que está localizado na entrada do município de Vera Cruz/RS. A empresa possui como ramo de atividade o comércio varejista de gêneros alimentícios, higiene e limpeza além de rações de uso animal, sendo o principal público alvo pessoas residentes na zona rural da cidade de Santa Cruz do Sul/RS e Vera Cruz/RS.

A empresa possui um método diferenciado para a comercialização de seus produtos, pois ao invés dos clientes comparecerem ao mini mercado, como de costume, é o mercado que vai até os seus fregueses. Desta forma ele funciona como um mercado ambulante, passando semanalmente em áreas rurais da cidade onde a maioria das pessoas não possui acesso frequente a supermercados.

Do ponto de vista fiscal a empresa é optante pelo simples nacional, em virtude de ser uma empresa de pequeno porte. A maioria das atividades é realizada pelo próprio proprietário da empresa, exceto a contabilidade da empresa que é realizada em um escritório terceirizado.

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Para que seja possível propor um modelo de análise de rentabilidade dos principais produtos comercializados pela microempresa do ramo varejista, o primeiro procedimento realizado foi à coleta de dados de todos os produtos vendidos pelo minimercado.

As demais informações como o valor de preço de venda e valor de aquisição das mercadorias foram retiradas das notas fiscais do mês de agosto de 2012, que foram fornecidas pelo escritório de contabilidade da empresa. Para apuração dos custos fixos foram realizadas entrevistas com o proprietário do minimercado e com o contabilista da empresa. Com relação aos custos fixos diretos da empresa os valores foram repassados pelo próprio proprietário da empresa que buscou essas informações nas próprias contas do mês de agosto de 2012. Já os valores percentuais de impostos, folha de pagamento, contribuições foram coletados através de entrevistas com o contador da empresa.

Após a coleta de dados, os produtos foram separados por linhas, visto que a empresa não possuía informação. A necessidade desta divisão surgiu do extenso sortimento de mercadorias comercializadas e dos escassos controles internos apresentados. Como a análise de todos os itens comercializados é inviável, optou-se pela segregação por linhas de produtos, sendo analisados somente os mais representativos de cada linha.

Com as divisões das mercadorias por linhas de produtos foi possível selecionar seis produtos de cada linha. Esses produtos foram selecionados com base em análise de documentos buscando os produtos mais comercializados. Em seguida foi realizado o cálculo para verificar quais possuíam maior participação no faturamento da empresa e assim chegou-se a amostra de 30 produtos que foram utilizados para cálculos de rentabilidade.

Com relação aos custos, a empresa não possui um sistema de controle de análise de custos. Para a formação do preço de venda é embutido um percentual no preço de aquisição das mercadorias. Assim observou-se a necessidade de coletar esses dados por meio de entrevista e análise de notas fiscais, visto que são essenciais para propor um modelo de análise de rentabilidade.

Nos custos fixos é possível observar que o maior custo mensal da empresa é o Pro labore, que corresponde a mais de 40% do custo fixo. Com relação a depreciação a mesma foi calculada com base em valores da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) de onde foram retirados os valores anuais do

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veiculo Ford Curieu Van 1.6 / 1.6 Flex 8v (carga). Após a extração dos valores anuais do veiculo, foi calculada a diferença de valor de um ano para o outro e em seguida foi feita a relação percentual entre a diferença dos dois anos e o valor do veículo em determinado ano, conforme segue na tabela 01. Os outros dois veículos automotores que a empresa possui para a venda dos produtos, não foram contemplados no calculo de depreciação visto que ambos não possuem mais valor de mercado significativo, em virtude do tempo de uso.

TABELA 01 – Calculo de depreciação

Fonte: Elaborado pelo autor

Conforme tabela 02 o valor total dos custos fixos apurado no mês de agosto do ano de 2012 é de R$ 2.258,10.

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Fonte: Elaborado pelo autor

Os custos variáveis foram divididos em duas partes. A primeira parte é referente ao valor de aquisição das mercadorias para revenda. Esses valores foram retirados nas notas fiscais de compra de mercadorias do mês de agosto de 2012. O preço de compra das mercadorias, segundo o proprietário da empresa pode variar de um mês para outro, isto em virtude de uma série de fatores, como por exemplo, quantidade de produtos disponíveis no mercado, inflação, período de compra, dentre outros fatores.

Na tabela 04, estão discriminados os valores dos custos variáveis que fazem referencia a tributação e ao PCLD – Provisão para créditos de liquidação duvidosa. A tributação é composta pela alíquota do simples nacional, visto que a empresa possui um faturamento anual inferior a R$ 180.000,00, que é de 4% ao mês. Calculando sobre o faturamento total (R$ 18.302,23) do mês em análise a empresa possui um custo variável em tributação de R$ 732,09.

A PCLD, provisão para crédito de liquidação duvidosa, foi calculado com base nos dados relatados pelo sócio dos valores não recebidos e o faturamento nos últimos três anos. Com o calculo de porcentagem conforme segue na tabela 03 o PCLD da empresa foi apurado em 1,66%.

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Fonte: Elaborado pelo autor

Desta forma os valores totais de custos variáveis referente a tributação e o PCLD somaram R$ 1.035,58.

TABELA 04 – Custos Variáveis

Fonte: Elaborado pelo autor 4.3 Análise dos Dados

Após a coleta dos custos, passa-se para a análise destes. Como citado anteriormente a empresa não realiza a apuração do custo dos produtos. Desta forma, com base no levantamento e sumarização de dados apresentados na seção anterior proponho um método de apuração de rentabilidade dos principais itens comercializados na empresa.

Inicialmente, foi necessário apurar os custos totais de cada item, para posteriormente comparar com a receita de cada um. Em termos gerais, para os custos fixos foi necessário encontrar um critério de rateio, ou seja, uma formula para alocar os custos fixos a cada produto comercializado pela empresa. Baseado no método de custeio de absorção, onde depois de identificado o valor total dos custos fixos (R$ 2.258,10) foi identificado também o valor total de venda de cada produto e a quantidade total comercializada pela empresa dentro do mês em análise, agosto de 2012. Em seguida realizou-se o cálculo para descobrir a porcentagem de participação que cada produto tem com relação ao faturamento total (R$ 18.302,23) da empresa no mês de agosto. Como essa porcentagem estava calculada em cima

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da quantidade total de produtos vendidos no mês, foi necessário dividir o valor total do custo fixo pela quantidade total comercializada de cada produto no mês.

Através desse critério de rateio foi possível alocar os custos fixos a cada produto. Na tabela 05 são apresentados os valores dos custos fixos de cada um dos 30 produtos selecionados:

TABELA 05 – Custo Fixo total de cada produto

Fonte: Elaborado pelo autor

Após a apuração e análise dos custos fixos e variáveis, encontra-se o valor do lucro final dos 30 produtos selecionados na tabela 06. Os resultados encontrados indicam que nenhum dos produtos analisados causa prejuízo ao dono do negocio, porém existem alguns que possuem uma margem de lucro (ganho) muito pequena.

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Observa-se também na tabela 06, certa discrepância na margem líquida. Nos gêneros alimentícios, nota-se que o produto que mais gera margem percentual para a empresa é o sal fino, com uma margem de 28%. O restante dos produtos desta linha apresentam margens entre 2,34% e 11,36%. Com relação as bebidas e sucos a cerveja Brahma e o refrigerante Fruki possuem margens percentuais acima de 10%, já o refrigerante coca-cola possui uma margem bastante inferior (abaixo de 3%). Nas demais linhas de produtos o percentual de margem líquida varia de 0,53% a 18,11%.

Na tabela 06 é possível identificar também a importância da quantidade vendida na formação da rentabilidade. Pois, por exemplo, o álcool apresenta uma das maiores margens líquida unitária, dentre os produtos pesquisados, em termos de valores unitários considerando a quantidade total das vendas em agosto de 2012, fica evidente que o produto não é um dos mais rentáveis para a empresa. Tal fato é observado, pois a quantidade de vendas é menor. Outro produto que este fato é observado, na linha de limpeza, é o desinfetante Pinho Sol que possui uma margem líquida de 25,43% e uma rentabilidade de apenas R$ 12,46.

Em outros casos, por exemplo, ocorre o inverso, onde a margem líquida em percentual é de valores inferiores, porém a quantidade é suficientemente grande, de forma que o resultado total final é superior a outros itens com margem líquida unitária maior. Um exemplo que comprova esse fato é o açúcar Cristal, com uma margem líquida de 4,96%, porém com uma rentabilidade de R$ 97,50. Assim a tabela 06 demonstra a importância do giro dos produtos, pois este é um dos principais fatores responsáveis pelo tamanho da rentabilidade do negocio.

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Fonte: Elaborado pelo autor

5 Considerações Finais

Este estudo teve por objetivo propor um método de análise de rentabilidade dos principais produtos comercializados pela micro empresa do ramo varejista. De maneira mais especifica, buscou-se apurar os custos fixos e variáveis e a receita de venda para elaborar um instrumento de análise e controle da rentabilidade.

Assim, iniciou-se o estudo coletando-se os dados necessários para a pesquisa. A primeira busca foi pelos produtos que a empresa revende, a partir disto descobriu-se que não existia a divisão por linha de produtos, o que foi necessário realizar para que fosse possível retirar uma amostra de trinta produtos para a aplicação da pesquisa. Em seguida foram coletados os custos fixos, com base em entrevistas e análise de notas fiscais, da mesma forma foram coletados os custos

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variáveis. Com relação aos custos fixos foi necessário criar um método de rateio para que fosse possível alocar os custos fixos a cada unidade de produto comercializado.

Após serem encontrados os resultados da pesquisa foi possível realizar uma análise sobre a rentabilidade de cada um. Analisando o grau de participação de cada produto em relação ao lucro, foi possível observar que existe grande discrepância nesta participação, pois enquanto o sabonete Lux (por exemplo) possuiu uma rentabilidade inferior a 1,2% do seu valor de venda, enquanto que o papel higiênico possui uma rentabilidade superior a 40% do seu valor de venda.

Conclui-se que existem carências nos controles internos da empresa tendo em vista as discrepâncias de margens líquidas unitárias apresentadas na seção 4. Analisando a tabela 10, a margem líquida possui significativa importância nos cálculos de rentabilidade, pois apresentou valores percentuais de ganho (lucro) de cada produto. A partir da análise geral destes valores foi identificado também a grande distância de um valor para o outro, pois enquanto um produto possui margem líquida inferior a 1% outros produtos possuem margem líquida superior a 40%. A linha de produtos que apresenta maior variação na margem líquida é a higiene pessoal com variações entre 0,95% e 44,91%. Desta forma se a empresa vir a utilizar mecanismos de controle e aplicar estes cálculos toda vez que algum valor fosse alterado, a variação de percentuais seria sanada e assim poderia ser feito uma pesquisa de mercado para avaliar possíveis alterações na margem líquida.

Na seção 4, foi identificado o resultado de cada item, com base na quantidade vendida no mês de agosto de 2012. Neste quesito foi concluído a importância do giro dos produtos, visto que este é um dos principais pontos que causam impacto direto na rentabilidade. Os produtos que possuem maior giro no Mini Mercado é a linha de gêneros alimentícios na classificação especifica de cereais / grão / farináceos. E os que possuem menor giro são os da linha de bazar e papelaria.

Conclui-se deste modo que a empresa necessita reavaliar o valor de venda de seus produtos, pois a partir deste método pode-se concluir que alguns produtos estão viabilizando uma rentabilidade muito baixa para a empresa. Com a implementação da nova sistemática a empresa estaria apta a apurar o preço de venda com base nos custos, não estando assim sujeito a vendas que prejudiquem o resultado da mesma.

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Justifica-se assim também a importância da análise dos custos para a formação do preço de venda e a importância da empresa possuir um método para análise de rentabilidade, para que a partir destes dados possa realizar alterações necessárias para o bom funcionamento da empresa.

Referências

BRUNI, Adriano e FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

CREPALDI, Silvio A. Contabilidade Gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GILL, Antonio C. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2008.

PADOVEZE, Clovis L. Controladoria básica. 1. Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

PADOVEZE, Clovis L. Contabilidade Gerencial. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, Raimundo N. S. e LINS, Luiz S. Gestão de Custos, contabilidade, controle

Referências

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