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Unidade II. Para entender melhor esse conceito, podemos recorrer a uma definição clássica de Martins (2005), que diz:

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Unidade II

5 10 15 20 2 ANÁLISE ABC

A diversidade de itens de estoque e os signifi cados diferentes de cada um deles em termos de quantidade e custo faz com que a gestão de estoques seja ainda mais complexa. Estudar, acompanhar cada um dos itens conhecendo suas características é uma forma de trabalhar adequadamente com esses itens.

Uma forma de realizar essa separação é fazer uma análise ABC. É uma das formas comuns em análise de estoques. Para simplifi car o conceito, podemos entender como a separação ou agrupamento dos itens de estoque em grau de importância, sendo classifi cação A os mais importantes em relação aos custos ou em sua movimentação; classifi cação B, os de média importância; e os de classifi cação C, os de menor importância.

Para entender melhor esse conceito, podemos recorrer a uma defi nição clássica de Martins (2005), que diz:

Não existe forma totalmente aceita para defi nição de qual o percentual do total dos itens que pertencem à Classe A, B ou C. Os itens da classe A são os mais signifi cativos, podendo representar algo em torno de 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens de classe B variam de 10% a 45%, e os itens C representam o restante.

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A proximidade nas empresas mostra que poucos itens, de 10 a 20% do total, são da classe A, enquanto uma grande quantidade, em torno de 50% , são da classe C, e 30 a 40% são da classe B. É importante lembrar que não há regra, depende muito dos valores, da quantidade e de cada tipo de produto.

Vejamos um exemplo

Construir a curva ABC do estoque sabendo-se que, durante um determinado ano-base, a empresa Condor apresentou a seguinte movimentação de seu estoque de quinze itens:

Item Consumo (unid./ano) Custo ($/unidade)

1010 450 2,35 1020 23.590 0,45 1030 12.025 2,05 1045 670 3,60 1060 25 150,00 2015 6.450 0,80 2035 2.460 12,00 2050 3.480 2,60 3010 1.250 0,08 3025 4.020 0,50 3055 1.890 2,75 5050 680 3,90 5070 345 6,80 6070 9.870 0,75 7080 5.680 0,35 Fonte: Martins, 2005.

O primeiro passo é fazer o cálculo do valor monetário consumido no período:

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Item Consumo (unid./ano) Custo total ($/unidade)

1010 450 x 2,35 1.057,50 1020 23.590 x 0,45 10.615,50 1030 12.025 x 2,05 24.651,25 1045 670 x 3,60 2.412,00 1060 25 x 150 3.750,00 2015 6.450 x 0,80 5.232,00 2035 2.460 x 12 29.520,00 2050 3.480 x 2,60 9.048,00 3010 1.250 x 0,08 100,00 3025 4.020 x 0,50 2.010,00 3055 1.890 x 2,75 5.197,50 5050 680 x 3,90 2.652,00 5070 345 x 6,8 2.346,00 6070 9.870 x 0,75 7.402,50 7080 5.680 x 0,35 1.988,00

O segundo passo é colocar os itens em ordem crescente de valor consumido durante o período:

Item Valor consumido

2035 29.520,00 1030 24.651,25 1020 10.615,50 2050 9.048,00 6070 7.402,50 2015 5.232,00 3055 5.197,50 1060 3.750,00 5050 2.652,00 1045 2.412,00 5070 2.346,00 3025 2.010,00 7080 1.988,00 1010 1.057,50 3010 100,00 Total 107.982,25

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Aqui já é possível perceber os valores consumidos por item. Agora, o próximo passo é encontrar os valores percentuais, ou o peso de cada item em relação ao total gasto.

Item (Valor consumido / Valor total) X 100 Percentual acumuladoPercentual

2035 29.520,00 / 107.982,25 27,34 27,343 1030 24.651,25 / 107.982,25 22,83 50,174 1020 10.615,50 / 107.982,25 9,83 60,005 2050 9.048,00 / 107.982,25 8,38 68,38 6070 7.402,50 / 107.982,25 6,86 75,23 2015 5.232,00 / 107.982,25 4,85 80,08 3055 5.197,50 / 107.982,25 4,81 84,89 1060 3.750,00 / 107.982,25 3,47 88,36 5050 2.652,00 / 107.982,25 2,46 90,82 1045 2.412,00 / 107.982,25 2,23 93,05 5070 2.346,00 / 107.982,25 2,17 95,23 3025 2.010,00 / 107.982,25 1,86 97,09 7080 1.988,00 / 107.982,25 1,84 98,93 1010 1.057,50 / 107.982,25 0,98 99,91 3010 100,00 / 107.982,25 0,09 100,00 107.982,25

Fazendo uma análise desse quadro e seguindo a proposição de Martins (2005, p. 213), percebe-se na tabela que os três primeiros itens (2035, 1030, 1020) representam 60% dos gastos totais com materiais de estoques no período. Esses itens poderiam perfeitamente ser classifi cados como produtos de Classe A, pois somente três itens consomem mais da metade dos gastos dos estoques.

Os quatro itens seguintes (2050, 6070, 2015, 3055) somados representam mais de 25% dos gastos com materiais (8,38% + 6,86 + 4,85 + 4,81 + 3,47 = 28,37%). Seriam então classifi cados como produtos de classe B.

3 O pensamento seria: se comprar somente o primeiro item, quanto

vai custar? Perceba que gastou 27,34% do total gasto.

4 Se acumular com o segundo, quanto vai gastar? Gastou 50,17%

do total.

5 Acumulando com o terceiro: 60% do total.

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Os oito itens restantes representam 15% dos gastos, sendo, assim, de classe C.

3,47 + 2,46 + 2,23 + 2,17 + 1,86 + 1,84 + 0,98 + 0,09 =15,1% dos gastos.

Percebe-se então que:

Classe A = 3 itens, que representam 20% dos itens e 60% dos gastos.

Classe B = 5 itens, que representam 26,67% dos itens e 25% dos gastos.

Classe C = 8 itens, que representam 53,33% dos itens e 15% dos gastos.

Grafi camente, fi caria assim:

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 2035 1030 1020 2050 6070 2015 3055 1060 5050 1045 5070 3025 7080 1010 3010

Classe A Classe B Classe C

Fonte: Martins, 2005, p. 215.

Essa ferramenta de análise por classificação proporciona a possibilidade de gerenciar cada item como ele merece ser tratado, e priorizando aquilo que possa trazer a diferença para 5

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a empresa. Por exemplo, imagine perder tempo negociando algum desconto para o item 3010, que representa 0,09%, menos de 1% dos gastos totais. Esse é o tipo de produto que financeiramente o fornecedor teria pouca importância para a empresa.

Ao passo que o item 2035, sozinho, representa quase 30% dos gastos totais; assim, qualquer ganho nesse produto é relevante para a empresa – vale a pena selecionar melhor o fornecedor, negociar com mais afinco, etc. É o tipo de produto, inclusive, do qual vamos controlar melhor a saída de estoque, para que possa ter um estoque estrategicamente mais enxuto. Em uma conferência física também seremos mais rigorosos, conferindo 100% dos itens dessa classe.

Por outro lado, se levarmos em consideração a movimentação dos itens, ou sua entrada e saída de estoque, poderíamos fazer a mesma classifi cação. Aquele produto que sai mais vezes (classe A) deve fi car em regiões próximas à porta, os itens de classifi cação B em posição intermediária e os itens de menor movimentação poderiam estar mais ao fundo do estoque. Esse posicionamento estratégico possibilita atender as necessidades da empresa com menos movimentação e ter acesso aos itens com maior facilidade.

Perceba que gestão de estoques requer cálculos matemáticos constantes, e podemos reforçar isso com o exemplo a seguir:

Um fabricante produz três produtos diferentes (X, Y, Z), que vêm em embalagens diferentes. Considerando as especificações abaixo, vamos determinar o melhor arranjo físico e a quantidade de aparelhos de cada tipo de produto num palete PBR. 5 10 15 20 25 30

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O palete padrão tem as seguintes dimensões:

1,20 m 1,00 m

Palete padrão (PBR1)

Em relação aos produtos, foi feita mensuração, e os dados obtidos estão listados abaixo:

Dimensões da caixa

Peso

(kg) Empilhamentomáximo

Produto Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)

X 476 378 397 11 4

Y 616 485 492 19 3

Z 962 661 595 58 2

Elaborado pelo autor, Jean Carlos Cavaleiro.

Sabendo a quantidade de itens existentes, suas dimensões e que há a intenção de unitizar (colocar vários itens em um único volume), pode-se começar a pensar em quantos paletes teremos, em vez de pensar em quantos produtos, pois vamos movimentar e estocar os paletes.

Quantos paletes teremos? Podemos fazer por m2. Produto X Largura 0,476 x 0,397 comprimento = 0,19 m2. Palete 1,0 x 1,20 = 1,2 m2. Então, 1,2 / 0,19 = 6,31 unidades. 5 10 15

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Como não pode por um pedaço de um produto, colocaremos seis unidades em cada nível. Cabe agora encontrarmos um arranjo físico para colocar as seis unidades em um nível: 1,0 m 1,2 m 0,397 m x 3 = 1,19 Quase de 1,2 m 0,476 m x 2 = 0,952 Menos de 1,0 m 0,476 m 0,397 m

Elaborado pelo autor, Jean Carlos Cavaleiro.

Como se mencionou acima, o produto A pode ser empilhado em quatro níveis; logo, 6 x 4 = 24 unidades por palete; e para completar as informações, cada caixa pesa 11Kg; então, o palete vai pesar:

11 x 24 = 264 kg. Desconsiderando o peso do palete.

E como o produto X tem 0,378 de altura, o palete montado vai ter 0,378 x 4 = 1,512 M. Um pouco mais de um metro e meio de altura. Essas informações são essenciais para organizar o espaço físico de estoque.

Produto Y

Largura 0,616 x 0,492; comprimento = 0,30 m2.

Então = 1,2 / 0,303 = 3,9 unidades – como não pode exceder, o palete vai colocar somente três unidades.

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1,0 m

1,2 m 0,416 m

0,692 m

Como menciona três níveis, teremos nove unidades nesse palete – como cada embalagem pesa 19 kg, teremos 171 kg no palete. E a altura de cada embalagem é de 0,485 m, então teremos uma altura total de 1,455 m.

Produto Z

Largura 0,962 x 0,595 comprimento = 0,57 m2. Então: 1,2 / 0,57 = 2,10 ou duas unidades.

1,0 m

1,2 m 0,562 m

0,962 m

Como temos dois níveis, o palete terá quatro unidades – cada unidade pesa 58 kg,então o peso do palete será de 232 Kg. Cada 5

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embalagem tem 0,661 m de altura; logo, a altura total será de 1,322 m.

Ampliando o conceito, suponha que recebeu as seguintes quantidades dos produtos:

Produtos Quantidade

A 600

B 400

C 200

Fica a pergunta:

Quantos paletes teremos depois da unitização dos produtos?

Perceba que uma informação leva à outra. Então, como fazer?

Produto A = 600/24 = 25 paletes. Produto B = 400/9 = 45 paletes. Produto C = 200/4 = 50 paletes. No total, 120 paletes para estocar.

Vejamos como proceder para estocar todo esse material em um espaço disponibilizado pela empresa que tenha as seguintes dimensões:

1,25 m 15 m

27 m

Layout do armazém Palete

Imagem ilustrativa – espaço físico estoque.

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Uma questão que seria comum: em qual local estocar cada um dos produtos? Antes de continuar lendo, é interessante parar e fazer uma análise, escolher posições; depois sim, veja se pensou corretamente.

Iniciando a organização

Sabe-se que cada palete tem 1,2 m2 e que, multiplicando por 120, precisará de 144 m2 para estocar todo esse material – caso não queira sobrepor um sobre o outro.

A aplicação do conceito ABC pressupõe a necessidade de estocar cada item de acordo com seu giro – produto de maior giro fi caria em local de melhor acesso.

Seguindo essa ideia

Vamos supor que os itens foram recebidos de acordo com seu giro – e um relatório de saídas do estoque mostrou a seguinte movimentação no último período:

Produto X = 40 paletes Produto Y = 60 paletes Produto Z = 100 paletes

Ao fazer a classifi cação ABC – pela movimentação –, pois o objetivo é facilitar as operações corriqueiras do estoque,

• produto Z seria classifi cação A; • produto Y seria classifi cação B; • produto X seria classifi cação C.

Com essa percepção, os espaços marcados e delimitados para cada produto seriam uma sugestão de localização e posterior endereçamento dos itens no estoque, pois estariam resultando em menor movimentação; é um posicionamento 5

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lógico – deixar mais próximos da saída os itens de maior movimentação.

A

B

C

Imagem ilustrativa – suposição de localização

É importante observar que essa classificação ABC vai dar uma visão parcial do significado de cada item, pois considera custos e giro quantitativamente – utiliza-se de pura matemática. É necessário observar a importância dos itens em relação à operação do sistema como um todo.

Martins (2005) reforça isso dizendo que itens de manutenção de baixo preço unitário e comprados em pequenas quantidades podem afetar o funcionamento do sistema produtivo e a segurança da fábrica, pois um simples parafuso de baixo custo e consumo, que seria de classificação C, pode interromper a produção de um produto ou serviço essencial para as operações da empresa.

Esse então é um problema a ser solucionado; não se pode pensar somente em custo e consumo. Uma alternativa amplamente utilizada pelo mercado é fazer uma avaliação quanto ao grau de criticidade dos itens de estoque. O autor defi ne criticidade como a avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação da empresa, na imagem da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por um outro e na velocidade de obsolescência.

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Como a visão de classifi cação é uma classifi cação de grau de importância, podemos fazer a mesma aplicação quanto à criticidade.

Classifi cação quanto à criticidade

Classe Grau de importância

A Imprescindível: sua falta interrompe imediatamente a produção. B Importante: sua falta não interrompe a produção no curto prazo. C Demais itens – que podem ser substituídos: têm fácil acesso, muitos fornecedores.

Fonte: Martins, 2005.

O interessante seria fazer uma análise cruzando o grau de criticidade com o grau de importância. Vejamos exemplo:

Fazer uma classifi cação dos itens do exercício anterior cobrindo criticidade e análise ABC simples (custo x volume). A análise de criticidade dos quinze itens de estoque levou à classifi cação exposta na tabela abaixo.

Classe Classifi cação quanto à criticidade

Itens Percentual em relação ao total

A 2015 – 5050 São dois itens de um total de 15.2/15 = 13.3%

B 1020 – 1060 – 3025 – 6070 26,7%

C – 2050 – 3010 – 3055 – 5070 1010 – 1030 – 1045 – 2035

– 7080 60% dos itens

Fazendo-se uma análise cruzada da tabela acima dos graus de criticidade com a análise ABC (custo X quantidade), constatamos a seguinte posição:

Criticidade A B C Total A 1020 1030 – 2035 3 B 2015 6070 2050 – 3055 4 5050 1060 - 3025 1010 – 1045 – 3010 8 5 10

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Analisando os dados da tabela, quanto à criticidade, temos dois itens (2015 e 5050) na classe A, quatro itens na classe B (1020, 6070, 1060 e 3025) e os nove itens restantes na classe C (1030, 2035, 2050, 3055, 1010, 1045, 3010, 5070 e 7080).

Quanto à análise ABC simples, que leva em consideração custo unitário e consumo, temos três itens na classe A (1020, 1030 e 2035), quatro itens na classe B (2015, 6070, 2050 e 3055) e os oito itens restantes (5050, 1060, 3025, 1010, 1045, 3010, 5070 e 7080) estão na classe C.

Uma análise mais precisa, sem considerar somente cálculos matemáticos, é classifi car como AA os itens que são A em uma das duas classifi cações – AA – AB – BA; classifi car como BB as células AC – BB – CA e, fi nalmente, classifi car como CC as células BC – CB – CC.

Essa percepção facilita conhecer e tratar de forma adequada cada um dos itens, tanto na compra quanto na estocagem, volume a manter na empresa, inventário físico, etc.

Então, com essa visão, fi caria:

Classifi cação Itens % em relação ao total de itens

AA 1020 – 2015 13,33

BB 5050 – 6070 – 1030 – 2035 26,67 CC – 3055 – 1010 – 1045 1060 – 3025 – 2050

– 3010 – 5070 - 7080 60,00

Fonte: adaptado de Martins, 2005.

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Referências

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