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A INTRODUÇÃO DEVE CONTEXTUALIZAR O TEMA NA ÍNTEGRA:

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Academic year: 2021

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Dicas de redação:

A introdução é a porta de entrada do texto e o primeiro contato que o corretor tem com suas ideias. Pensando nisso, é notável sua importância e a necessidade de empenhar-se para que chame a atenção de forma positiva. Ela é parte fundamental do processo de credibilidade para o texto e deve estar completa e organizada. Muitos alunos têm dúvidas e frequentemente afirmam não saber como começar, mas, apesar da ideia de que dar o ponto de partida é algo complicado, na verdade é justamente o contrário. É preciso, porém, atenção e organização, para que ela direcione o leitor quanto ao seu raciocínio, além de não se esquecer dos aspectos essenciais para a sua construção, afinal, você quer passar uma boa impressão.

Veja as dicas abaixo:

A INTRODUÇÃO DEVE CONTEXTUALIZAR O TEMA NA ÍNTEGRA: Seja esclarecedor. Não parta do pressuposto de o que leitor teve acesso aos textos motivadores como você. Se ele não souber nem mesmo o tema, deverá descobrir por meio da sua introdução. Portanto, não seja vago, subjetivo. Exemplo: se o tema for “A persistência da violência contra a mulher”, você não deve citar apenas a problemática do ato contra a figura feminina, mas também suas implicações a respeito de tal prática ainda permanecer em sociedade – persistência.

A INTRODUÇÃO DEVE CONTER, OBRIGATORIAMENTE, UMA TESE: A tese representa o seu ponto de vista sobre o assunto a ser discutido. Ela deve indicar a problematização que você fará a respeito do tema. Esquecer da tese é considerado um erro grave e compromete significativamente a sua nota .

SEJA OBJETIVO: É importante ressaltar que você não deve, ainda, desenvolver suas ideias, pois essa parte virá depois. Pense na introdução como um roteiro para os próximos parágrafos.

A INTRODUÇÃO DEVE TER 5 OU 6 LINHAS: É preciso ser breve, mas não deixe a introdução incompleta, portanto, organize-se, tendo em vista todos os detalhes que precisam estar no parágrafo. Nunca faça parágrafo frasal, que é aquele composto por apenas um período!

SELECIONE O QUE COLOCAR NA INTRODUÇÃO: Lembre-se de que todas as informações devem ser retomadas, mesmo que de forma breve, em algum momento do texto, já que fazem parte da composição geral e não podem ficar como “pontas soltas” na redação. Além disso, pondere bem se a informação é apropriada para a introdução ou se poderia ser encaixada em algum outro momento do texto, como argumento, por exemplo.

Os parágrafos de desenvolvimento são uma parte essencial da composição do gênero dissertativo-argumentativo, já que a partir deles você irá fundamentar a tese apresentada em sua introdução. É preciso organização para que tudo seja bem

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justificado e nenhuma informação falte nesses parágrafos “do meio” do texto. Atente-se às dicas a Atente-seguir, coloque-as em prática e aperfeiçoe ainda mais sua redação. Há inúmeras formas de iniciar o texto, e cabe a você, portanto, escolher a mais adequada ao seu estilo de escrita e argumentação. Observe, a seguir, alguns tipos de introdução e suas especificidades:

CITAÇÃO – Você pode iniciar o texto com uma citação relevante relacionada ao tema.

Exemplo:

O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire afirmava que “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Analisando o pensamento e relacionando-o à realidade da educação no Brasil, percebe-se a necessidade de um olhar mais atento para o aprimoramento do sistema de ensino, considerando sua importância para a promoção de uma sociedade mais crítica e reflexiva, que, por consequência, tende a ser mais justa, igualitária e humanizada. (Tema: Desafios da educação no Brasil do século XXI)

DEFINIÇÃO – Esta é uma forma simples e interessante de iniciar o texto: definindo, ou seja, explicando o assunto.

Exemplo:

Define-se como sedentário o indivíduo que não pratica atividades físicas no seu cotidiano. Doenças como obesidade, diabetes, aumento do colesterol e problemas cardíacos são algumas das que podem aparecer como consequência deste mau hábito. (…) (Tema: Sedentarismo: o grande mal do século?)

EXEMPLIFICAÇÃO – Neste caso, você inicia o texto com algum dado estatístico, uma notícia, lei ou conhecimento de mundo que diz respeito ao tema.

Exemplo:

Segundo a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 196, é dever do Estado garantir o acesso à saúde, bem como é responsável pelas medidas públicas para zelar pelo bem-estar físico de todos os cidadãos brasileiros. Assim, faz-se necessário que o Poder Público atente-se para o sedentarismo enquanto situação que põe em risco a saúde de milhares de cidadãos do país. (Tema: Sedentarismo: o grande mal do século?)

ALUSÃO HISTÓRICA – Neste modelo de introdução, você apresenta um fato histórico que remete ao tema e compara-o à discussão na atualidade. O Enem cobra do aluno a capacidade de demonstrar conhecimentos de mundo e um bom repertório sociocultural, fazendo desta alternativa uma boa forma de dar credibilidade à sua argumentação.

Exemplo:

A intolerância religiosa é um problema recorrente na história da humanidade. Na Idade Média, por exemplo, os Tribunais do Santo Ofício – também chamados de Inquisição – julgavam e condenavam as pessoas que não acreditavam na religião católica. Apesar

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de o Brasil ser um país laico, tem-se, atualmente, um contexto análogo a essa situação: ainda persistem os casos de discriminação e preconceitos sofridos por algumas religiões. Sendo assim, encontrar caminhos para combater a intolerância religiosa, no Brasil, é um desafio que precisa ser enfrentado pela sociedade civil e pelo Estado. (Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil)

AFIRMATIVA – Neste caso, você faz uma espécie de declaração sobre o assunto logo no início, com uma frase de impacto, mas que não seja exagerada. O objetivo é chamar a atenção do leitor, por exemplo, com uma afirmação crítica. Exemplo:

O Brasil é uma nação historicamente machista e violenta, o que é perceptível ao analisarmos a persistência das agressões contra as mulheres mesmo depois das recentes medidas legais. (…) (Tema: A persistência da violência contra a mulher) COMPARATIVA – Neste modelo de introdução, você pode comparar o tema com algo semelhante ou oposto ao que se discute.

Exemplo:

Os Estados Unidos, referência em desenvolvimento tecnológico, são um bom exemplo de que a educação de qualidade e com a valorização adequada gera bons frutos. Em contrapartida, no Brasil a realidade tem sido bem distinta. O baixo piso salarial dos professores explicita essa falta de reconhecimento aos profissionais da educação. Tal desvalorização é fruto de baixos investimentos governamentais, aliado ao passado histórico brasileiro. (Tema: O histórico desafio de valorizar o professor)

Uma das formas de elaborar um bom parágrafo de desenvolvimento é seguindo estes 3 passos básicos:

Apresentação de um tópico frasal: tópico frasal é a ideia central do seu argumento, aquilo que você acredita ser a situação-problema relacionada ao tema e que será o foco de discussão do parágrafo. Geralmente é apresentado por uma frase breve que sintetiza o seu pensamento sobre a situação. Pode ser elaborado como uma afirmação, uma comparação ou uma referência histórica, por exemplo.

Fundamentação da ideia: depois de apresentar a situação-problema, você deve, então, comprovar a ideia. Procure responder às seguintes questões: por que tal problema acontece? Como acontece? Há exemplos, dados ou reflexões teóricas a respeito? Essas informações devem aparecer e denotam credibilidade ao que você afirma.

Fechamento da ideia: trata-se de retomar, reafirmar o tópico frasal, com o propósito de indicar que o seu ponto de vista foi válido e, portanto, claramente fundamentado por meio das respostas do passo 2 É praticamente você dizendo “Viu, leitor? Eu falei que o assunto era sério! Comprovei, exemplifiquei e tudo mais!”

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Tenha em mente que:

Esse não é o método único de organização dos parágrafos de argumentação, apenas uma (boa!) sugestão

 As dicas devem ser adaptadas quando você mudar a estratégia argumentativa, por exemplo, causa e consequência, enumeração, entre outros modelos de apresentação do assunto. O importante é nunca deixar o leitor se perguntando o porquê e as consequências daquilo que você diz ser o problema.

 Outro aspecto ao qual você deve ficar atento é que essas estratégias servem tanto para um argumento negativo quanto positivo. Não leve “ao pé da letra” a palavra problema. Pense em situação. Você pode abordar tanto uma situação que seja negativa, quanto uma que seja positiva.

 É, inclusive, muito enriquecedor quando você é capaz de demonstrar que há aspectos negativos, mas também positivos sobre a temática. Só não se esqueça de posicionar-se, afirmando que, por não completamente eficiente e satisfatória, medidas devem ser tomadas, para garantir o aperfeiçoamento daquilo que se discute.

Veja um exemplo prático do tópico acima: suponhamos que o tema trata-se de uma reflexão sobre o SUS (Sistema Único de Saúde). Conhecemos bem as críticas ao sistema, fundamentar o lado negativo é fácil, mas também é muito comum. E é preciso “fugir” do senso comum, certo? Para isso, é necessário ir além. Por exemplo, aborde os pontos favoráveis do sistema. Quais são eles?

 Há apenas 20 anos a saúde não era um direito de todos, era privilégio dos trabalhadores de carteira assinada e seus dependentes, o que colocava as demais pessoas excluídas da possibilidade de assistência médica. O SUS universalizou o atendimento, qualquer cidadão tem, por direito, acesso à saúde!

 Em 2012, o sistema foi foco de discussão no comitê de Genebra da Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo foi apresentá-lo para ajudar outros países a também construírem um sistema público de saúde semelhante, ou seja, nosso sistema é referência para outras nações.

“Apesar disso…” É aí que entra o seu senso crítico sobre o tema. Basicamente, o aluno deve considerar que o sistema é bom, na teoria, mas não tem sido eficiente na prática, o que evidencia a necessidade de aprimoramentos, mudanças, intervenções. Uma dica prática e muito didática é gravar a palavra GOMIFES: cada uma das letras que formam a palavra é um agente diferente: Governo, ONGs, Mídia, Indivíduo, Família, Escola e Sociedade. Procure aprofundar seu conhecimento sobre cada uma dessas esferas, por exemplo, os vários órgãos governamentais e suas funções, para designá-los de forma direcionada.

Algumas das reflexões de Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês, além de alguns possíveis temas de redação em que é possível relacionar as suas teorias. As principais reflexões de Bauman dizem respeito às relações na chamada pós-modernidade, caracterizadas por ele, metaforicamente, como “líquidas”, ou seja, inconstantes, incertas e voláteis, que modificam-se facilmente. Bauman fala de como

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os relacionamentos tendem a não ser mais duradouros, sobre a constante insatisfação e frustração do ser humano, além de questionar, também, a sociedade de consumo atual. Suas principais obras são Modernidade Líquida (1999), Amor Líquido (2003) e Tempos Líquidos (2007).

Com essas informações já conseguimos estabelecer uma série de assuntos possíveis de discutir, concorda?

Veja algumas citações que selecionamos e os exemplos de temas do nosso site com os quais elas podem se relacionar.

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1. “As redes sociais são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha.” (Bauman em entrevista ao jornal El País) 2. “O consumismo de hoje, porém, não diz mais respeito à satisfação das

necessidades — nem mesmo as mais sublimes, distantes (alguns diriam, não muito corretamente, ‘artificiais’, ‘inventadas’, ‘derivativas’) necessidades de identificação ou a auto-segurança quanto à ‘adequação’.” (Bauman em Modernidade Líquida)

3. “Não se pode escapar do consumo: faz parte do seu metabolismo! O problema não é consumir; é o desejo insaciável de continuar consumindo… Desde o paleolítico os humanos perseguem a felicidade… Mas os desejos são infinitos. As relações humanas são sequestradas por essa mania de apropriar-se do máximo possível de coisas.” (Bauman em entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia) 4. “Não são as crises que mudam o mundo, e sim nossa reação a elas.”

(Bauman em entrevista à revista ISTOÉ)

5. “Mas foi provado, além de qualquer dúvida razoável, que a nossa induzida intolerância à dor é uma fonte inesgotável de lucros comerciais. Por essa razão, podemos esperar que essa nossa intolerância se agrave ainda mais, em vez de ser atenuada.” (Bauman em entrevista à revista ISTOÉ)

6. “Os tempos são ‘líquidos’ porque tudo muda tão rapidamente. Nada é feito para durar, para ser ‘sólido’.” (Bauman em entrevista à revista ISTOÉ)

7. “Tudo é mais fácil na vida virtual, mas perdemos a arte das relações sociais e da amizade”. (Bauman em entrevista ao El País)

8. “Não é o ideal de perfeição que lubrifica as engrenagens da indústria de cosméticos, mas o desejo de melhorar. E isso significa seguir a moda atual. Todos os aspectos da aparência corporal são, atualmente, objetos da moda, não apenas o cabelo ou a cor dos lábios, mas os tamanhos dos quadris ou dos seios.” (Bauman em entrevista à revista ISTOÉ)

9. “No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos da ambivalência.” (Bauman em Modernidade Líquida: sobre a fragilidade dos laços humanos)

10. “A modernidade líquida em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos – um amor líquido. A segurança inspirada por essa condição estimula desejos conflitantes de estreitar esses laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos.” (Bauman em Modernidade Líquida: sobre a fragilidade dos laços humanos)

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Abaixo alguns temas de redação com os quais você poderá relacionar as citações e reflexões de Bauman:

SUPEREXPOSIÇÃO NAS REDES SOCIAIS OS HÁBITOS DE CONSUMO NO BRASIL

O AUMENTO DA DEPRESSÃO ENTRE OS JOVENS NO BRASIL

AS RELAÇÕES PESSOAIS EM TEMPOS DE MODERNIDADE LÍQUIDA

O CULTO À PADRONIZAÇÃO CORPORAL NO BRASILé preciso reforçar um aspecto importantíssimo na redação: A RETOMADA DE IDEIAS. Portanto, atenção às dicas a seguir:

Atente-se ao planejamento e organização do texto. Quando as ideias são apresentadas de forma clara e objetiva, a redação possui uma sequência de desenvolvimento que obedece às regras de lógica e coesão. Por isso, você deve estruturar bem seu raciocínio para que o texto seja facilmente compreensível.

Retomada não é repetição de informações. Você deve reiterar as ideias, ou seja, demonstrar o propósito de terem aparecido no texto, reafirmá-las, por exemplo, com o objetivo de comprovar, comparar ou exemplificar algo.

Coesão diz respeito à boa ligação entre as orações de um período, os períodos do parágrafo e os parágrafos do texto como um todo. Observe se essas relações estão bem estabelecidas na redação.

Não faça períodos muito longos. Os períodos não devem passar de 3 linhas. Mais do que isso compromete a clareza do raciocínio apresentado e indica pouca capacidade de uso das expressões coesivas.

Seja capaz de modalizar o discurso. Observe as duas orações abaixo, que podem aparecer no parágrafo de desenvolvimento de um texto:

1. “Percebe-se, portanto, que é preciso investir em setores que gerenciam os recursos destinados à saúde.”

2. “Percebe-se, portanto, que há uma falta de investimento em setores que gerenciam os recursos destinados à saúde.”

Repare que a primeira opção é um esboço de proposta no meio da argumentação. Já a segunda alternativa, ao ser reelaborada, passa a ser fundamentação do argumento, problematização, sendo, portanto, a mais adequada para o parágrafo de desenvolvimento.

Tenha linearidade de pensamento. “Fez as malas, despediu-se de todos e partiu”. Repare que as ideias possuem um encadeamento lógico: algo começa, desenvolve-se e acaba (ou, em casos específicos, continua em processo). Atenção às sequências temporais: “Antes não havia nem mesmo um projeto, hoje já é considerado o mais importante recurso disponível”.

Considere a qualidade e não quantidade. O excesso de informações não é considerado uma vantagem. A competência 3 pede “seleção” de ideias, já que devem ser relevantes e apresentadas de forma aprofundada. Portanto, escolha falar sobre aquilo que você sabe desenvolver bem.

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Tenha um repertório diversificado de conectivos para não repeti-los ao longo do texto. Por exemplo, há inúmeras conjunções adversativas. Estude-as para variar entre os parágrafos. Há o mEstude-as, porém, entretanto, no entanto, contudo e todavia. Além disso, é importante conhecer bem a função desses conectivos para não usá-los de forma equivocada e comprometer o sentido que se quer passar. Por exemplo, temos a conjunção “portanto”, cujo sentido é de conclusão ou consequência de algo citado anteriormente, e “por tanto”, que indica valor ou quantidade

O ideal é que sua proposta de intervenção venha no último parágrafo e ocupe mais ou menos 6 linhas. Ao avaliá-la, o corretor irá observar se você:

REAFIRMOU SUA TESE NO INÍCIO DO PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO É inadequado já começar o parágrafo com a proposta de intervenção. Contextualize que você está concluindo a ideia geral do texto por meio de uma retomada de tese. Não se trata de repeti-la, mas sim reafirmá-la. A retomada é importante para demonstrar que você sabe fazer o bom encadeamento das ideias em toda a redação. Mas, atenção: seja breve.

DETALHOU BEM A PROPOSTA

Você deve levar em conta que há um espaço limitado e que tudo o que for apresentado como problema na sua argumentação deve ser resolvido no final. Organize-se para conseguir ser completo: apresentar QUEM irá resolver o problema, DE QUE FORMA isso será feito e PARA QUAL PROPÓSITO.

DIVIDIU AS RESPONSABILIDADES

É próprio do senso comum responsabilizar exclusivamente o governo na proposta. O ideal é que você atribua responsabilidades sociais. Grave o macete: GOMIFES > Governo, ONGs, Mídia, Indivíduo, Família, Escola e Sociedade. Escolha o agente mais adequado para resolver a situação-problema e estabeleça, por exemplo, parcerias entre eles. Ex.: Governo e mídia… Família e Escola…

APRESENTOU SOLUÇÕES VIÁVEIS

É realmente possível colocar em prática sua proposta? Se sim, ela é viável. Não dê soluções fantasiosas, lembre-se de que o Enem não espera uma solução inovadora desde 2013. Além disso, observe se o agente escolhido é, de fato, capaz de intervir na situação. Você pode, inclusive, aprimorar uma proposta já existente, como o governo ampliar leis já em vigor ou a mídia divulgar assiduamente campanhas já veiculadas sobre determinado assunto, por exemplo.

RESPEITOU OS DIREITOS HUMANOS

Desrespeitar os Direitos Humanos é um erro comum e que pode levar o candidato à nota zero. Todo cidadão tem direito à igualdade, à livre manifestação religiosa, entre outros. Portanto, não dê propostas que vão contra esses direitos e cuidado com as expressões tendenciosas que incitam à violência. Observe alguns trechos de propostas que receberam nota zero na redação no Enem 2015 pelo Inep:

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“deve sofrer os mesmos danos causados à vítima, não em todas as situações, mas em algumas ou até mesmo a pena de morte”;

“fazer sofrer da mesma forma a pessoa que comete esse crime”; “deveria ser feita a mesma coisa com esses marginais”;

“as mulheres fazerem justiça com as próprias mãos”; “merecem apodrecer na cadeia”;

“muitos dizem […] devem ser castrados, seria uma boa ideia”.  FINALIZOU O TEXTO

A redação não deve acabar “do nada”. Elabore um período breve e objetivo que dê fechamento às ideias Não use frases de efeito e evite linguagem que remeta ao sentimentalismo, por exemplo: “Com tais medidas será possível, por fim, salvar as crianças de situações lamentáveis como essas.” A ideia de que a sua proposta irá salvar as crianças é um tanto utópica e você não pode garantir isso. Portanto, evite. É comum surgirem muitas ideias para resolver o problema. Por isso, seja criterioso e opte por descrever a intervenção que melhor se aplica aos problemas.

Lembrando que a citação direta deve vir no texto entre aspas e escrita da mesma forma como foi dita. Quando for muito grande, cite parte dela entre aspas e coloque o restante com suas palavras, destrinchando e relacionando ao tema discutido. Não coloque uma citação só para “enfeitar” o texto, ela deve ter um propósito para aparecer na sua redação. Lembre-se, ainda, de retomar a citação para encadear bem as ideias no texto.

Pense na estética da redação. “A primeira impressão é a que fica”? Na sua redação, este famoso ditado popular sem dúvidas se aplica. Em meio a tantos textos, o corretor tende a um olhar mais otimista em relação aos que são bem organizados e possuem letra legível, elevando a chance de atribuir a eles uma nota mais alta.

Mantenha a proporção da letra e dos parágrafos ao longo do texto. Não comece com a letra grande e depois diminua. Mostre que seu texto foi bem planejamento e que você não se viu, de repente, sem espaço para concluir. Palavras muito distantes umas das outras também passam uma noção de que você só quer ocupar espaço, mas sem muitas ideias relevantes para abordar. Além disso, é interessante dividir o número de linhas disponíveis para o número de parágrafos que você irá apresentar, de forma que eles tenham mais ou menos o mesmo tamanho.

Utilize as 30 linhas. Se um outro estudante tiver ideias tão boas quanto as suas, mas escrever três linhas a mais que você, de certa forma ele passará a impressão de que se empenhou mais para escrever. Ou seja, otimizar todo o espaço disponível é importante e mostra que você soube aproveitá-lo bem para desenvolver o raciocínio sobre o tema. Mas lembre-se: não ultrapasse as 30 linhas, pois o que for escrito fora do espaço não será considerado pelo corretor.

Evite colocar título. Como o título é opcional, muitos professores aconselham a não colocá-lo. Imagine correr o risco de perder pontos por ser pouco criativo ou conter um erro de norma culta, sendo que ele nem precisava estar ali? Uma linha a mais para o desenvolvimento pode ser, inclusive, muito mais útil para elevar sua nota. Mas, se quiser colocar, tudo bem. Só não se esqueça de escolher um que seja coerente com sua argumentação e não salte uma linha depois do título.

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Não inicie o texto como se estivesse respondendo uma pergunta. Pense da seguinte forma: se o leitor não soubesse o tema da redação que você escreveu, ele deveria descobrir do que se trata por meio da sua introdução. Portanto, aborde de forma clara e objetiva o tema na íntegra em sua introdução, já indicando o posicionamento crítico que será desenvolvido ao longo do texto (tese).

Evite começar o texto com expressões como: “hoje em dia”, “nos dias de hoje”, “atualmente”, “diariamente”, “a cada dia que passa”. Elas são consideradas comuns, “clichês”.

Parágrafos de desenvolvimento devem ter um início, meio e fim. Cada parágrafo tem sua função específica e, por isso, é preciso pensá-los também de forma independente, até que, por fim, formem o texto. Ao selecionar um argumento para o desenvolvimento, apresente-o de forma a conter início, meio e fim. Ou seja, seu argumento deve ser introduzido (tópico frasal), desenvolvido e concluído dentro do parágrafo (retomando a resposta ao tema).

Não faça o desenvolvimento em apenas um parágrafo. O ideal é que seu texto tenha, no mínimo, quatro parágrafos. Introdução, dois ou três de desenvolvimento, conclusão.

Você pode falar pontos positivos e negativos sobre um mesmo tema. O que não pode é ficar “em cima do muro”. É importante enfatizar, ao longo da redação, seu ponto de vista sobre o assunto. Pense que, apesar de algo ser muito bom, sempre pode ser aprimorado. Seja crítico e saiba problematizar.

Selecione as ideias que você sabe desenvolver melhor… e descarte as que você só sabe “mais ou menos”. É melhor apresentar dois argumentos bem desenvolvidos, do que quatro pouco fundamentados. Portanto, atente-se à relevância das ideias que você tem e seja objetivo. A regra vale também para a hora de exemplificar. Menos é mais.

Não dê propostas de intervenção no meio do desenvolvimento. O parágrafo final é destinado à proposta de intervenção dos problemas que você apresentou no texto. Portanto, só depois de problematizar e fundamentar bem a questão é que virá a indicação de uma possível forma de resolvê-los. Mesmo os temas cujo comando demanda uma proposta, como o tema de 2016 “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, fale sobre como ele acontece, as causas e consequências, pois é a partir da problematização que você fará sugestões para solucionar.

Não faça parágrafo frasal. Parágrafo frasal é aquele composto por apenas um período. Não é adequado, pois indica pouca capacidade de estabelecer coesão, por meio dos conectivos, além de tornar a leitura confusa e cansativa. Faça períodos curtos e estude boas formas de retomar o pensamento por meio de articuladores da língua.

Divida as responsabilidades na proposta. Não responsabilize única e exclusivamente o governo pela solução de todos os problemas. Atribua responsabilidades sociais, como parcerias entre escola e família, mídia e ONGs, governo e sociedade, entre outros. Sinta-se livre para sugerir, também, o aprimoramento de algo que já está em vigor, por exemplo, ampliação de leis.

Seja impessoal, use a 3ª pessoa do discurso. Apesar de o ENEM permitir o uso da 1ª pessoa do plural, o discurso tende a ser muito pessoal, fazendo com que você corra o risco de ser sentimental e até mesmo mudar o gênero, produzindo, por exemplo, um artigo de opinião – erro gravíssimo, que leva à nota zero por não adequação ao gênero dissertativo-argumentativo.

Saiba rasurar. A rasura na redação não é proibida, porém deve ser evitada ao máximo. Quando ocorrer o erro, faça a correção de forma “limpa”, sem borrões ou rabiscos exagerados. O ideal é colocar um traço único em cima da palavra e, opcionalmente, entre parênteses. Ex.: A população acaba ficando sendo prejudicada pela falta de posicionamento governamental.

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Nunca converse diretamente com o leitor. O uso da 2ª pessoa do discurso não é admitido no gênero dissertativo-argumentativo. Observe: “Em situações como esta,

você percebe a importância do engajamento social”. Substitua “você” por “o

indivíduo”.

Escreva do início ao fim da linha. Esta é uma dica importante, tanto para contribuir para a organização do seu texto, quanto para otimizar espaço.

Não repita palavras ao longo do texto e varie bastante as conjunções. Demonstre um repertório vocabular diversificado, faça substituições e adequações quando necessário.

Seja simples. Usar palavras muito rebuscadas no texto todo pode soar pedante, além de você correr o risco de usar termos muito arcaicos e de forma equivocada.

Cuidado com o sentimentalismo. É comum usarmos “infelizmente”, “lamentavelmente”, “indubitavelmente”, dentre outras expressões que denotam juízo de valor. Elas são muito pessoais (o que é lamentável para você, pode não ser para o outro) e pouco adequadas ao gênero.

Sempre especifique as siglas. Toda vez que uma sigla nova aparecer no seu texto, ela deve ser especificada entre parênteses.

Evite o uso da palavra “através”, pois, em seu sentido literal, significa “atravessar”, “passar de um lado para o outro”. Substitua por expressões equivalentes, como “por meio de” ou “por intermédio”.

Não use expressões subjetivas. Observe a seguinte frase: “A falta de escolaridade e as precárias condições de vida são algumas das causas que levam o indivíduo a entrar para o mundo do crime.” A expressão “mundo do crime”, tão comum na oralidade, é extremamente subjetiva. Não existe, de fato, um mundo inteiramente voltado para a criminalidade, é uma força de expressão, assim como “navegar na internet” ou “o tempo voa”. Substitua por expressões concretas: “uma realidade que envolve a prática criminosa”, “utilizar o recurso digital”, “o tempo pouco otimizado”.

Saiba usar as conjunções. Elas são importantes para articular as partes do texto e devem estar presentes em todos os parágrafos. Mas é preciso atenção: não confunda, por exemplo, “mas” (conjunção adversativa) e “mais” (advérbio que indica maior quantidade, intensidade, excesso). Estude a função das conjunções antes de usá-las e evite erros.

Referências

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