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Estudo comparativo sobre a variedade nos automóveis no Brasil e Estados Unidos

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Academic year: 2021

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Estudo comparativo sobre a variedade nos automóveis no Brasil e

Estados Unidos

Fabio da C. Freitas1 , Diego de C. Fettermann1, Luiz Philipi Calegari1

1 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

fabiodacfreitas@gmail.com; d.fettermann@ufsc.br; luizpcalegari@gmail.com

Resumo: O aumento da variedade de produto é mencionado como uma alternativa

para atender melhor às necessidades específicas dos clientes. Apesar disso, o aumento de opções no portfólio de produtos pode resultar em uma redução do desempenho operacional da empresa. No setor automobilístico, se verifica um crescente número de opções disponibilizados aos clientes, mesmo que estudos recentes indiquem uma baixa associação entre variedade disponibilizada aos clientes e volume de vendas em alguns mercados. No cenário nacional, os automóveis ainda apresentam uma quantidade restrita de opções de customização comparado com os níveis disponibilizados nos países desenvolvidos. Este estudo tem por objetivo comparar a associação entre variedade disponibilizada nos automóveis brasileiros e americanos com o volume de vendas em cada mercado. Por meio de uma análise de correlação de Spearman, os resultados indicam que a associação entre vendas e variedade externa no mercado brasileiro (ρ=0,642) é maior do que no mercado americano (ρ=0,330). Este resultado indica que a expansão da variedade de automóveis comercializados no mercado nacional pode não ser vantajoso, visto que níveis maiores de variedade, como verificado nos EUA, estão menos associados ao volume de vendas e mostra quais atributos estão mais associados às vendas em ambos os mercados.

Palavras-Chave: Variedade de produto; Indústria automobilística; Variedade

externa; Correlação de Spearman.

1. Introdução

A massificação da produção de automóveis, promovida por Henry Ford, com o lançamento do seu Modelo T, em 1908, foi um importante marco histórico para a indústria. Esse sistema de produção permitiu que o mercado consumidor americano

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pudesse adquirir produtos antes destinados apenas à parcela mais rica da população. Desde então, a indústria automobilística passou por inúmeras mudanças na estratégia de produção. No passado, os veículos possuíam um longo ciclo de vida e pouca variedade de atributos, como no caso do Ford T e o Volkswagen Fusca. Mas, a medida que o mercado consumidor começou a ficar mais exigente e seletivo, é natural pensar que a indústria automobilística teve de repensar a sua estratégia de oferta de produtos (SCAVARDA; BARBOSA; HAMACHER, 2005).

Com a popularização dos automóveis, formou-se um mercado consumidor mais amplo e exigente, em busca de variedade e personalização. Novas técnicas e estratégias produtivas surgiram e permitiram atender os clientes de maneira mais satisfatória. Essas mudanças possibilitaram ofertar uma maior variedade de produtos com bom nível de qualidade a preços ainda acessíveis.

A oferta de produtos mais variados se deu de várias formas. A diversificação e segmentação de modelos de veículos e tipos de carrocerias, a redução do ciclo de vida dos modelos e a oferta de uma grande variedade de combinação de atributos, tem sido algumas das estratégias adotadas pelas empresas em busca de uma melhor adequação ao mercado consumidor. Dessa forma, as empresas buscam atender melhor aos desejos dos consumidores (PINE II, 1993; SCAVARDA; BARBOSA; HAMACHER, 2005).

A oferta de maior variedade de atributos para um produto é uma estratégia utilizada em busca de competitividade, já que busca atender o cliente de forma personalizada, e traz consigo um importante trade-off (SILVEIRA et al., 2001; HAYES et al., 1996; MAPES et al., 1997). Segundo Shapiro (1977) e Karmarkar (1996), essa oferta de variedade pode trazer consigo um aumento nos custos operacionais, o que tem sido motivo de conflito entre os setores de vendas e manufatura das organizações. O nível de variedade a oferecer aos consumidores permanece uma questão importante sobre esse tema, como foi observado por Lancaster (1990) e Ramdas (2003). Muitos autores já chamaram a atenção para o trade-off entre o custo provindo do aumento da variedade de produto e o aumento das receitas (LANCASTER, 1990; RAMDAS; SAWHNEY, 2001; RAMDAS, 2003).

O problema de pesquisa identificado para esse estudo trata da dificuldade em saber se a disponibilidade de variedade está realmente associada com o volume de vendas de automóveis, em caso positivo, se esse impacto é positivo ou negativo. A partir disso, o objetivo desse artigo é comparar a variedade dos automóveis

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disponibilizada no mercado americano com o brasileiro e associar o número de opções disponibilizadas com o volume de vendas. A escolha dos mercados brasileiro e americano se dá pelo fato do primeiro ser o país de origem deste estudo e o segundo tratar de um país com longo histórico em produção industrial, inovação tecnológica e disponibilidade de itens de consumo para sua população. Os resultados obtidos podem ser utilizados como guia para identificar níveis adequados de opcionais dos automóveis no mercado nacional.

2. Revisão de Literatura

A revisão de literatura aborda os temas de aplicação da variedade de produtos em estudos sobre a indústria automobilística e as diferentes classificações de variedade, assim como formas de mensuração desta variedade também aplicadas à automóveis.

2.1 Variedade

De acordo com Stäblein et al. (2011), existem diferentes abordagens na literatura, as quais definem e exploram a variedade de produto de diferentes maneiras. Pil e Holweg (2004) classificaram a variedade de produto em estática ou dinâmica, Child et al. (1991) e MacDuffie et al. (1996) em externa ou interna e MacDuffie et al. (1996) também classificaram em fundamental, intermediária ou periférica. Cada uma dessas classificações aborda a variedade de produto de maneira distinta, mas não necessariamente excludente em relação as outras.

Uma definição satisfatória para a variedade de produto pode ser obtida a partir do nível de opções disponibilizadas ao cliente. Mesmo assim, existem atributos no produto que são mais difíceis de serem customizadas, visto que sua alteração implica em profundas modificações no produto e processos de fabricação (Koste e Malhotra, 1999 e MacDuffie et al., 1996). Como o caso de alterações nos chassis de um automóvel. A disponibilização de diferentes chassis de um automóvel, como no caso de uma camionete e um sedan implica em modificações significativas na estrutura do produto e no processo de manufatura.

Assim, de acordo com o impacto que o número de opções resulta nos processos internos da empresa, a variedade ainda pode ser classificada em Fundamental, Intermediária e Periférica (MacDuffie et al. (1996). A variedade

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fundamental é posicionada a nível de estrutura e plataforma de produto, a variedade intermediária em um nível intermediário de impacto das características no processo de fabricação, como diferentes tipos de motor ou transmissão em um veículo e, por último a variedade periférica em um nível de impacto a manufatura mais baixo, diz respeito a alterações ou adições realizadas no produto final.

De forma a atender a mesma necessidade em termos de classificação, ainda há uma categorização de variedade, descrita na literatura por Pil e Holweg (2004), que segue a seguinte estrutura:

a) Carroceria (body style), abrange possibilidades de corpo, como hatch e sedan, por exemplo e quantidade de portas;

b) Motor e transmissão (powertrain), compreende as opções de motorização e câmbio;

c) Pintura e acabamento interno (paint and trim), corresponde as alternativas de cores externas e acabamentos internos, como materiais e texturas para partes internas, bancos de couro ou de tecido, etc.;

d) Opcionais de fábrica (factory-fitted options), correspondem as alternativas de customização periféricas, ainda realizadas durante o processo de fabricação. Além dos itens de categorização citados, também podem ser inseridos os opcionais de customização disponíveis nas concessionárias (dealer-fitted options), sendo que estes não possuem impacto na manufatura (SCAVARDA, 2008).

2.2 Cálculo da variedade de produto

Existem vários meios para medir o nível de Variedade Externa de um produto. Para casos de produtos de baixa complexidade, como visto por da Silveira (1998), é possível apenas identificar a quantidade de produtos diferentes produzidos. No entanto, essa alternativa se torna inviável a medida que a complexidade do produto aumenta, visto que cada mudança conta como uma variedade de produto.

No caso do mercado automobilístico, a maneira alternativa de categorização da Variedade permite a utilização de uma proposta de cálculo mais elaborada, encontrada na literatura e descrito na Equação 1 (FISHER; ITTNER, 1999).

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Sendo que V é a Variedade Externa. No entanto, esse método ainda deixa a desejar em termos de precisão. Isso acontece pois podem existir restrições em modelos derivados que não seriam levadas em consideração. As restrições podem se dar das mais distintas formas, como a impossibilidade de teto solar em um conversível ou opcionais que só são disponibilizados em determinados pacotes ou versões (PIL; HOLWEG, 2004; SCAVARDA et al., 2010; STÄBLEIN; HOLWEG; MIEMCZYK, 2011). Assim, faz-se necessário um método que leve essas restrições em consideração. Considera-se a versão do modelo (i=1 até n) e a carroceria do modelo (j=1 até m). Então, para cada combinação de versão e carroceria (in×jm),

verifica-se a quantidade de combinações de motor e transmissão (aij) e a

combinação de acabamento externo e interno (bij). Então, são considerados os

opcionais disponíveis para cada combinação de versão e carroceria (cij). Por fim,

contabiliza-se as restrições Rij de customização para cada combinação entre versão

e carroceria (in×jm). Assim, o cálculo da Variedade Externa é dado pela Equação ( 2 )

(MACDUFFIE; SETHURAMAN; FISHER, 1996; PIL; HOLWEG, 2004).

3. Método de pesquisa 3.1 Descrição da amostra

Em paralelo com a organização da bibliografia deu-se a coleta de dados de vendas e variedade dos produtos nos dois mercados. Os dados de vendas para o Brasil foram inferidos através dos dados de licenciamentos de veículos da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE, 2013). Já para o mercado americano utilizou-se de site especializado no setor (GOOD CAR BAD CAR, 2015), visto que não se obteve acesso a esse tipo de dado por meio de organizações oficiais do setor. A amostra utilizada para o mercado brasileiro corresponde a 94,35% dos automóveis licenciados no Brasil em 2013, segundo a FENABRAVE. Já para o mercado americano foi utilizada uma amostra de 120 veículos, responsáveis por 90,01% das vendas naquele país, no ano de 2014, de acordo com o site Good Car, Bad Car (Tabela 1).

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transferidos para uma planilha do Microsoft Excel®. As amostras foram divididas em segmentos com base na categorização utilizada pela FENABRAVE. Os automóveis americanos foram redistribuídos nos mesmos segmentos, de forma a possibilitar a comparação com os automóveis do mercado brasileiro.

Tabela 1 - Descritivo da amostra (FENABRAVE, 2013; GOOD CAR BAD CAR, 2015) Brasil EUA Quantidade de modelos e analisados (Ford-Fiesta, New Fiesta,

Ecoesport, Focus, Fusion/ Fiat-Novo Uno, Palio, 500, Doblo, Ducato, Fiorino, Idea, Linea, Punto, Siena, Strada)...

118 120

Quantidade de fabricantes analisados (Ford, GM, Fiat, VW, Citroen, Peugeot, Renault, Audi, Chery, Jac, Honda, Nissan, Toyota, Land Rover, Mitsubishi, Suzuki, Hyundai, Kia)

18 27

Percentual de licenciamentos da amostra utilizada no ano de 2013

para o Brasil 94,35% -

Percentual de vendas correspondente a amostra utilizada para o

mercado americano - 90,01%

Quantidade de vendas dos modelos da amostra analisada em 2013

para o Brasil e 2014 para os EUA 3.377.610

15.010.77 8 Fonte: Elaborada pelo autor

Os dados de variedade dos automóveis foram coletados através dos configuradores de produto disponibilizados nos sites dos fabricantes de automóveis. A coleta se deu de forma criteriosa, levando em conta as restrições para a forma. Esses dados também foram inseridos em planilha do Microsoft Excel®, para facilitar a organização, execução dos cálculos de interesse, como a Variedade Externa e, posteriormente, a análise dos resultados.

3.2 Análise dos dados

Para analisar os dados propõe-se uma comparação entre a variedade dos automóveis disponibilizadas no mercado americano e brasileiro. Uma análise prévia identificou que os dados não apresentam distribuição normal a partir do teste Kolmogorov Smirnov (KS<0,05). Desta forma se procedeu uma análise não paramétrica dos dados. Para este objetivo sugere-se o teste de medianas de Mann-Whithney como realizado por Siegel (1988). Este teste é recomendado para identificar diferenças de tendência central dos dados quando estes não apresentam aderência a distribuição normal (SIEGEL, 1988). Posteriormente, são testados o nível de associação entre o nível de variedade disponibilizada e o volume de vendas. Pela mesma razão anterior foi selecionada a técnica não paramétrica de Spearman (SIEGEL, 1988). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o

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pacote estatístico SPSS® v.21.

4. Resultados

Os veículos analisados estão distribuídos entre os segmentos de forma bastante distinta nos mercados brasileiro e americano. Enquanto que no mercado brasileiro há uma grande quantidade de veículos compactos e maior disponibilidade de modelos de entrada, os resultados indicam que no mercado americano há maior preferência pelos SUV’s, como pode ser observado na Tabela 2.

Tabela 2 – Tamanho das amostras (modelos) analisadas

Atributos P a ís T o ta l E n tr a d a C o m p a c t o Se d a n U ti lit á ri o S U V n (amostra) BRA 118 16 38 26 17 21 EUA 120 8 24 30 10 48

Fonte: Elaborada pelo Autor

Analisando a Tabela 3, podemos verificar que o mercado americano apresenta uma variedade de automóveis muito superior ao mercado brasileiro em todos os segmentos. Os resultados do teste comparativo de Mann-Whitney confirmam esta percepção, apresentando valores significativos (p-valor<0,001) para a variedade geral e para todos os segmentos analisados. Como esperado, o número de opções disponibilizadas no mercado americano é muito superior às opções disponibilizadas no mercado nacional. Este resultado confirma estudos anteriores que apresentaram estudos comparativos baseados em análise descritiva de dados (SCAVARDA, 2010).

Tabela 3 – Teste de mediana Mann-Whitney para a variedade dos automóveis nos EUA e no Brasil

EUA Brasil p-valor

S e g m e n to

Geral Média (Desv. Pad) 9,08E+39 (4,88E+20) 5,84E+05 (5,84E+05) 0,000 Entrada Média (Desv. Pad) 1,33E+12 (3,08E+12) 2,66E+06 (6,94E+06) 0,000 Compacto Média (Desv. Pad) 4,88E+20 (2,39E+21) 5,72E+04 (2,23E+05) 0,000 Sedan Média (Desv. Pad) 8,25E+14 (4,51E+15) 3,81E+05 (1,89E+06) 0,000 Utilitário Média (Desv. Pad) 1,09E+41 (3,45E+41) 9,55E+04 (2,79E+05) 0,000 SUV Média (Desv. Pad) 7,47E+23 (4,45E+24) 2,22E+02 (5,95E+02) 0,000 Fonte: Elaborado pelo autor

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e o volume de vendas, tanto no mercado dos EUA quanto no Brasil. Podemos verificar que as vendas são mais expressivas nos EUA, onde há mais variedade de carros, porém a venda nem sempre está correlacionada à variedade disponível. Também podemos verificar que a razão entre a quantidade de opções (variedade externa) e o volume de vendas é aparentemente muito superior nos EUA que no Brasil. Isso evidencia que a quantidade de opções para a customização do veículo por unidades vendidas é muito superior no mercado americano que no brasileiro. Ao avaliarmos o nível de associação entre variedade e volume de vendas, verificamos que de forma geral esta se apresenta significativa (p-valor<0,000) em ambos os mercados, apesar que no mercado brasileiro possui uma associação superior (ρ=0,642). Ao analisarmos os segmentos de automóveis de forma isolada, verificamos associações significativas (p-valor<0,05) somente no mercado brasileiro, como no caso dos segmentos de automóveis de entrada (ρ=0,755; p-valor=0,001), compactos (ρ=0,514; p-valor=0,001), sedan (ρ=0,411; p-valor=0,037) e utilitário (ρ=0,862; p-valor<0,000). No segmento de SUV, não foi identificada correlação significativa em ambos mercados.

Tabela 4 – Correlação de Spearman entre a variedade de veículos e o volume de vendas

Segmento País n Variedade Externa (média) Vendas (EUA 2014 / BRA 2013) (média) Variedade/ Vendas Correlação de Spearman ( ρ ) p valor Geral BRA 118 5,84E+04 28.623,80 2,04 0,642

** p<0,000**

EUA 120 8,86E+39 121.054,66 7,32E+34 0,330** p<0,000**

Entrada BRA 16 2,50E+06 76.817,60 32,54 0,755

** p=0,001*

EUA 8 1,33E+12 66.850,25 1,99E+07 0,303 p=0,465

Compacto BRA 38 4,70E+06 20.695,80 227,10 0,514

** p=0,001**

EUA 24 4,88E+20 117.005,42 4,17E+15 -0,094 p=0,663

Sedan BRA 26 3,19E+06 25.149,30 126,84 0,411

* p=0,037**

EUA 30 8,25E+14 130.955,10 6,30E+09 -0,109 p=0,558

Utilitário BRA 17 9,55E+04 31.023,70 3,08 0,862

** p<0,000**

EUA 10 1,09E+41 250.891,00 4,34E+35 0,408 p=0,242

SUV BRA 21 2,12E+02 10.013,50 0,02 -0,042 p=0,856

EUA 48 7,48E+23 105.447,58 7,09E+18 0,005 p=0,970

*significativo a 5%/**significativo a 1% Fonte: Elaborada pelo Autor.

Uma análise descritiva da variedade dos produtos em relação aos diferentes segmentos, permite observar que há atributos que variam de forma semelhante em ambos os mercados e em todos os segmentos. Por outro lado, há atributos, que são ofertados em maior quantidade no mercado americano, como pode ser visto na

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Tabela 5. As diferenças mais expressivas são verificadas na disponibilidade superior de opções nos atributos de número de Modelos, de Cores Externas e Opcionais de Fábrica Internos e Externos, que apresentam sempre número de opções superiores no mercado americano (Tabela 5).

Tabela 5 - Análise descritiva da variedade dos produtos por Segmento

Atributos P a ís T o ta l E n tr a d a C o m p a c to S e d a n U ti lit á ri o S U V n (amostra) BRA 118 16 38 26 17 21 EUA 120 8 24 30 10 48 Corpo BRA 1,06 (0,25) 1,18 (0,40) 1,00 (0,00) 1,00 (0,00) 1,31 (0,48) 1,00 (0,00) EUA 1,27 (0,92) 1,00 (0,00) 1,00 (0,00) 1,00 (0,00) 4,00 (1,41) 1,00 (0,00) Opções de porta BRA 1,08 (0,27) 1,19 (0,40) 1,00 (0,00) 1,00 (0,00) 1,35 (0,49) 1,00 (0,00) EUA 1,07 (0,25) 1,13 (0,35) 1,08 (0,28) 1,00 (0,00) 1,30 (0,48) 1,00 (0,00) Modelos BRA 3,71 (2,79) 3,25 (2,59) 3,66 (2,80) 3,19 (1,67) 4,82 (3,86) 3,90 (2,96) EUA 5,31 (3,20) 5,75 (4,40) 6,17 (4,51) 5,13 (2,37) 5,80 (3,71) 4,81 (2,51) Motorização BRA 1,48 (0,60) 1,62 (0,62) 1,47 (0,65) 1,50 (0,50) 1,47 (0,72) 1,38 (0,50) EUA 1,40 (0,69) 1,25 (0,46) 1,25 (0,44) 1,30 (0,60) 2,10 (0,74) 1,42 (0,74) Cambio BRA 1,58 (0,63) 1,31 (0,48) 1,71 (0,61) 1,65 (0,48) 1,65 (0,86) 1,38 (0,67) EUA 1,36 (0,54) 1,50 (0,53) 1,71 (0,55) 1,17 (0,38) 1,40 (0,52) 1,27 (0,45) Cores Externas BRA 6,61 (2,73) 7,19 (2,71) 7,31 (2,86) 6,61 (2,08) 5,82 (2,86) 7,19 (3,06) EUA 9,11 (3,15) 8,38 (1,30) 9,50 (2,65) 9,20 (2,37) 10,00 (7,67) 8,79 (1,29) Acabamento interno BRA 2,42 (2,27) 2,12 (2,47) 2,89 (1,46) 2,57 (2,02) 1,82 (1,07) 3,14 (3,81) EUA 2,63 (2,18) 1,88 (1,13) 3,50 (3,19) 2,60 (2,25) 1,90 (1,10) 2,48 (1,65) Opcionais de fábrica Internos BRA 2,01 (2,95) 2,44 (3,95) 2,28 (1,46) 1,73 (2,60) 3,24 (3,15) 0,57 (0,93) EUA 8,74 (5,95) 6,63 (4,07) 8,54 (8,23) 8,37 (4,94) 11,50 (6,80) 8,85 (5,02) Opcionais de fábrica externos BRA 1,13 (2,38) 1,75 (3,62) 2,26 (3,14) 0,96 (2,00) 2,18 (2,86) 0,19 (0,68) EUA 10,24 (9,00) 6,00 (4,24) 9,42 (8,01) 7,17 (4,86) 17,60 (8,62) 11,75(10,84)

média (desvio padrão)

Fonte: Elaborada pelo autor.

A análise de correlação de Spearman entre o número de atributos oferecidos (variedade) e o volume de vendas em cada segmento de mercado (total, entrada, compacto, sedan, utilitário e SUV) é apresentado na Tabela 6. Os valores de correlação significativos estão destacados na Tabela 6. Quando o valor da correlação se apresenta significativo e positivo, podemos interpretar que o número de opcionais do determinado atributo analisado no referente segmento de mercado está associado significativamente (p-valor<0,05) ao número de vendas. Este resultado é um indicativo de que o número de opcionais disponibilizado está mais adequado ao mercado. Identificamos que o maior valor de correlação foi verificado no número de opcionais de fábrica externos (ρ=0,866; p-valor<0,01), indicando que o número de opcionais deste atributo é o que mais contribui para a venda de veículos entre todos os atributos analisados.

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Foram verificadas mais correlações significativas entre quantidade de opções dos atributos e vendas no mercado brasileiro. Ao total foram identificadas sete correlações significativas no mercado brasileiro e uma no mercado americano. As maiores correlações (ρ>0,7) foram obtidas principalmente no mercado brasileiro, mais especificamente nos atributos de número de opções de modelos, acabamento interno, câmbio, opcionais de fábrica interno. Entre as maiores correlações, somente uma ocorrência foi registrada no mercado americano, referente ao número de opcionais na customização na venda.

Tabela 6 – Análise de correlação de Spearman entre a variedade e vendas por segmento Segmento País Total Entrada Compacto Sedan Utilitário SUV

n (amostra) BRA 118 16 38 26 17 21 EUA 120 8 24 31 10 50 Corpo BRA 0,361 ** 0,515* - - 0,302 - EUA 0,044 - - - 0,699* 0,107 Modelos BRA 0,414 ** 0,704** 0,756** 0,276 0,300 0,758** EUA 0,150 0,275 0,216 0,197 0,398 -0,133 Motorização BRA 0,418 ** 0,570* 0,379* 0,447** 0,475 0,422** EUA 0,394** 0,203 0,310 0,162 0,576 0,406** Combustível BRA -0,086 - 0,032 -0,099 -0,147 -0,073 EUA 0,454** - - - 0,667* 0,300* Câmbio BRA 0,155 0,378 0,218 0,080 0,241 0,788 ** EUA 0,079 0,237 -0,221 0,045 0,128 0,248

Cores Externas BRA 0,184

* 0,470 0,079 0,147 0,519* -0,175

EUA 0,086 0,256 -0,385 -0,182 0,155 0,261 Acabamento Interno BRA 0,216

* 0,706** 0,398 0,103 0,317 -0,065 EUA -0,138 0,309 -0,380 -0,391* 0,463 0,090 Opcionais de Fábrica Internos BRA 0,467** 0,774** 0,230 0,589** 0,317 -0,072 EUA -0,105 -0,157 -0,267 -0,237 -0,229 -0,075 Opcionais de Fábrica Externos BRA 0,559** 0,866** 0,410* 0,406* 0,363 -0,074 EUA 0,032 -0,039 -0,329 -0,136 0,040 0,033 Customização na venda (Acessórios de concessionária) BRA 0,510** 0,541* 0,051 0,511** 0,430 -0,168 EUA 0,357** 0,865** 0,716** 0,622** 0,223 0,189 *significativo a 5%/**significativo a 1%

Fonte: Elaborado pelo autor.

5. Considerações Finais

Este artigo teve como objetivo verificar a associação entre variedade de automóveis disponibilizados pelos mercados americano e brasileiro ao volume de vendas nestes mercados. Foram analisados 118 modelos de automóveis no mercado brasileiro e 120 modelos no mercado americano. Esta amostra corresponde à 94,35% das vendas no mercado brasileiro de 2013 e 90,01% no mercado americano de 2014. Os

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resultados obtidos na amostra indicam que a variedade externa apresentou valores superiores no mercado americano comparado com o mercado brasileiro (p-valor<0,001). A análise de correlação entre a variedade externa e o volume de vendas se apresentou positiva e significativa tanto no mercado brasileiro quanto no americano (BRA ρ=0,642; p-valor<0,000 / EUA ρ=0,330; p-valor<0,000). Esse resultado indica que o Brasil oferece uma variedade de automóveis mais apropriada ao seu mercado do que os Estados Unidos.

Ao analisar os resultados de correlação entre o numero de opções e o volume de vendas para os diferentes segmentos de automóveis, verificou-se que o segmento de Utilitários no Brasil é o que possui maior nível de associação. Esse resultado indica que, entre os segmentos de automóveis analisados, os utilitários no brasil são os que apresentam uma maior adequação entre a variedade disponibilizada e o volume de vendas.

Ainda, foi possível observar a associação da variedade de cada atributo nos diferentes segmentos. Esses resultados indicam quais atributos devem ser ofertados com maior variedade, para cada segmento. Por exemplo, para os carros de Entrada, os atributos cuja oferta de variedade está mais associada com o volume de vendas são: Opcionais Externos, Opcionais Internos e Modelos, para o mercado brasileiro. No entanto, para o mesmo segmento, no mercado americano, o atributo mais associado é o de Customização na venda.

Por fim, esse tipo de análise pode ser útil como suporte a decisão, durante o planejamento e projeto do produto, quando será necessário decidir o nível de variedade a disponibilizar para o modelo de veículo em desenvolvimento.

Referências

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