• Nenhum resultado encontrado

O ENSINO DE HISTÓRIA E OS USOS PEDAGÓGICOS DA REDE SOCIAL DIGITAL INSTAGRAM

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O ENSINO DE HISTÓRIA E OS USOS PEDAGÓGICOS DA REDE SOCIAL DIGITAL INSTAGRAM"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

O ENSINO DE HISTÓRIA E OS USOS PEDAGÓGICOS DA REDE

SOCIAL DIGITAL INSTAGRAM

Ms. Daniela Martins de Menezes Moraes1 Dra. Juliana Alves de Andrade2

RESUMO

O presente texto traz como problemática a grande influência das redes sociais online no processo de ensino-aprendizagem da História como parte de nossa pesquisa desenvolvida no mestrado, cujo objetivo central foi discutir as potencialidades pedagógicas que as redes possuem na aprendizagem da História, ampliando a perspectiva para além de simples instrumento didático. Desta forma, buscamos aqui trazer alguns dados no que se refere aos usos e hábitos dos estudantes nas redes sociais digitais, bem como as possibilidades didáticas oferecidas pela rede social online por nós eleita, o Instagram. Realizamos uma observação desta rede, buscando compreender sua dinâmica, almejando assim fazer uma apreciação dos usos pedagógicos possíveis e problematizar os seus perfis de usuários mais acessados que são voltados para a temática histórica. Os resultados nos mostraram que grande parte desses perfis não se propõe a fazer uma narrativa histórica com fins pedagógicos, mas exemplificar fatos e contar anedotas, sem uma reflexão profunda das temáticas expostas. Uma pesquisa de caráter quantitativo também foi realizada com nossos estudantes do ensino médio, a partir da aplicação de um questionário, que associada aos dados obtidos pelo Cetic.br nos auxiliaram a verificar seus hábitos e preferências no uso das tecnologias digitais e no acesso à Internet e as implicações disso na aprendizagem histórica.

Palavras-chaves: Ensino de História, Aprendizagem Histórica, História Digital, Redes Sociais Online, Era Digital.

INTRODUÇÃO

O presente texto é um recorte da nossa pesquisa homônima desenvolvida no Mestrado Profissional em Ensino de História- o ProfHistória- que teve por objetivo analisar os usos e possibilidades pedagógicas das redes sociais online da Internet para a aprendizagem histórica. Essa investigação partiu de inquietações cotidianas resultantes da nossa prática educativa como docente há pouco mais de dez anos da rede pública estadual de ensino integral onde atuamos numa escola da periferia da região metropolitana do Recife, o EREM Professor Benedito Cunha Melo localizado em Barra de Jangada no município de Jaboatão dos Guararapes. Também é fruto das reflexões iniciadas ainda na graduação onde tivemos o primeiro contato com o campo do Ensino de História a partir de leituras, produções textuais e participações em eventos.

1 Mestra em Ensino de História pela Universidade Federal de Pernambuco - ProfHistória/UFPE- e professora da

Rede Estadual de Ensino Integral do Estado de Pernambuco -SECUC/PE, menezes_dani@hotmail.com

2 Professora orientadora: doutora, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE,

(2)

Pensar o ensino de História é uma tarefa complexa para além do que se possa imaginar. Há na contemporaneidade inúmeros artigos, textos acadêmicos e documentos entre outras publicações cujo tema principal seja o ensino de História. Porém, tais debates e discussões, em sua maioria, ora ocorrem no campo da educação ora no campo da historiografia como se o ensino de História ficasse restrito a um destes campos, sem diálogo entre eles. É relativamente recente a produção que se propõe a romper os limites da pesquisa acadêmica e se aproxima da prática pedagógica do ensino de História não apenas como extensão, mas como objeto de pesquisa. Essa é a constituição do campo de estudos em Ensino de História, que atualmente luta por afirmação e legitimação na qual estão inseridos os Mestrados Profissionais, por exemplo, que representam um grande avanço dessa pauta.

Nesta perspectiva, entendemos o Ensino de História de acordo com Monteiro (2011), como um lugar de fronteira, um lugar de encontro entre Educação e História, sendo assim um outro campo de investigação. Desta feita, observando as multiplicidades que o compõem juntamente com as inúmeras situações propostas pela práxis educativa e as demandas contemporâneas, faz-se necessária uma reflexão sobre a aprendizagem histórica na Era Digital e uma nova cultura de aprendizagem, ou seja, como a escola tem gerado espaço para dialogar com essas novas formas de aprender.

Diante disso, investigamos o papel que as redes sociais online da Internet desempenham no processo de ensino-aprendizagem da História partindo da perspectiva da Educação Histórica, propondo em nossa dissertação uma atividade com essas plataformas digitais e uma análise especificamente dos Perfis e “InstaBlogs” dedicados à conteúdo histórico que são mais acessados na rede social online Instagram, uma rede que possui milhares de usuários e permite que os mesmos mantenham perfis e sigam outros que podem ser pessoais, profissionais ou temáticos com variados conteúdos. O Instagram possibilita ainda que estes usuários através dos perfis tenham também seguidores e recursos e dessa forma criem e compartilhem informações, documentos, links, vídeos e principalmente imagens. Além disso, há a possibilidade de construção de narrativas a partir também do recurso de comentário nos conteúdos compartilhados nestes perfis.

Assim, o objeto de nossa investigação é a Aprendizagem Histórica Digital nas Redes Sociais Online dispostas na Internet visando refletir como podemos interagir com as redes já que é facilmente observável em nosso cotidiano como professora de História a preferência de muitos alunos pelas aulas dispostas nos canais de YouTube ou pela narrativa dos Digital Influencers (influenciadores digitais, como são chamados os formadores de opinião das redes)

(3)

ao passo também que observamos como isso afeta ou contribui para a dinâmica de ensino-aprendizagem da História.

Tal pesquisa, se justifica primeiro pelo crescimento dessas redes e do seu uso constante para diversos fins como entretenimento, pesquisas escolares, busca por conhecimentos gerais e novas amizades, principalmente por parte dos adolescentes e jovens de quatorze a dezoito anos de idade que estão em período escolar. A democratização ao acesso à Internet trouxe inúmeras possibilidades, mas abriu caminho para diversas situações, tais como a preferência dos nossos jovens estudantes pela informação online -muitas vezes divulgada sem referencial teórico- e nesse crescente acesso muitos docentes ainda subestimam sua influência no cotidiano da sala de aula. Se vivemos na era da tecnologia, urge ao professor acompanhar as demandas de seu tempo.

É inconteste a afirmação de que estamos numa nova configuração social, onde jovens e crianças já nasceram imersos numa sociedade cada vez mais digital, os quais aprendem desde muito cedo a acessar e utilizar as tecnologias e recursos online onde as redes sociais digitais são uma importante ferramenta a serviço de seus interesses mais variados como entretenimento, busca por informações sobre beleza e estética, curiosidades em geral, jogos, atualizações tecnológicas, contato com outras culturas, fazer crescer o círculo de amizade dentre outros. Isto é, a partir do uso das redes sociais online a web passa a fazer parte do cotidiano da juventude e assim, mesmo que de forma indesejada ou ignorada, elas aparecem no dia a dia escolar e acabam por integrar as aulas e atividades. Dessa forma, possuem uma grande potencialidade enquanto ferramenta pedagógica desde que tenham uma intencionalidade. Gomez (2010) coloca que:

O mundo das redes sociais é relativamente novo. Os programas de redes sociais, sejam pessoais, temáticas ou profissionais, na realidade não foram criados para atividades educativas, embora nas escolas se estejam usando alguns deles (...). A rede é mais um espaço da escola contemporânea que necessita orientação e cuidado para se transformar em um dispositivo pedagógico (GOMEZ, 2010, P.88-99 apud LOPES & VAS, 2016, p.3)

Outra razão que nos fez pesquisar a temática são as lacunas na produção acadêmica a respeito da discussão sobre Ensino de História e o Ciberespaço. Nas últimas décadas vimos inúmeras publicações tratarem sobre o papel da tecnologia no ensino-aprendizagem como recurso didático e, principalmente, enfatizando a ludicidade, mas sem aprofundamento da perspectiva da aprendizagem histórica no ambiente digital, em especial, nas redes sociais online.

Justifica-se também pela observação na discrepância que existe entre a apatia com a aula narrativa tradicional ministrada em sala de aula e a euforia com as aulas dos “youtubers”,

(4)

com as páginas do Facebook, com os blogueiros etc., ou seja, com as narrativas dispostas nas redes e mídias sociais online pelos Influenciadores Digitais. A maioria dos nossos alunos não se identificam com as metodologias comumente ainda utilizadas no ambiente escolar. Eles, enquanto nativos digitais, são os próprios produtores de conhecimento e protagonistas da cultura compartilhada da web, ao passo que na escola muitas vezes ainda permanecem como meros receptadores. Dentro desta perspectiva convém citar Caimi (2015):

(...) Há a tarefa de problematizar algumas das principais demandas que se apresentam ao trabalho do professor de História, diante da pluralidade e complexidade das práticas sociais e culturais que adentram a escola na contemporaneidade. A escola brasileira, abrigando mais de 54 milhões de estudantes e cerca de dois milhões de professores na educação básica, tem se configurado como um lugar altamente desafiador para a docência. Isso porque a diversidade torna cada vez mais evidente a distância entre as culturas juvenis e a cultura escolar e amplifica a percepção da crise na educação escolar. Essa suposta crise se caracteriza, dentre outros aspectos, pela carência de sentido das propostas do sistema escolar perante os jovens, pela aparência obsoleta dos conteúdos, pela irrelevância de muitas das atividades que ali são desenvolvidas. (CAIMI, 2015, p. 106)

A escola há muito deixou de ser o único meio de acesso ao conhecimento (embora ainda seja o meio formal) e o uso das tecnologias provocaram e ainda provocam grandes impactos nas práticas de ensino-aprendizagem. Segundo Meirieu (1998) apesar da escola reconhecer a necessidade urgente de mudanças ainda apresenta resistências devido à inúmeros fatores, dentre os quais Neri & Bezerra (2013) destacam: o apego às ideias tradicionais de aprendizagem; a crença de que a transformação se dá através do estabelecimento de verdades científicas; e por último, pela insegurança na gestão da aprendizagem, já que não existem fórmulas prontas e eficazes que deem conta de tamanha complexidade.

O professor de História tem consciência de que em apenas um clique o aluno pode viajar pelo ciberespaço e ver que o que está sendo explicado com a narrativa tradicional pode ser estudado de modo mais atraente e dentro de sua linguagem. Dessa maneira, há a possibilidade de ressignificação do seu papel e das suas aulas ao fazer uso das redes sociais online, pois nesta perspectiva há o despertamento do interesse do aluno haja vista que pode haver uma identificação e empatia a partir da intencionalidade de sua aplicação.

Por fim, por presenciar muitas vezes nas nossas aulas de História na escola a apropriação feita pelos alunos dos usos que são feitos do passado e dos discursos que são formados nestes espaços digitais e que entram em atrito com o saber histórico escolar. Sobre isso afirma Carretero (2010):

A indústria do entretenimento aumenta seu poder enquanto instância legitimadora dos saberes compartilhados, em detrimento dos canais formais e disciplinados. (...) A complexidade que caracteriza os processos de construção das representações do passado nos introduz no problema dos usos da história, públicos, políticos, populares e popularizados, e a entendê-la não apenas como uma disciplina, mas também como um tipo particular de gestão a favor de uma memória coletiva instituída e que

(5)

institui. Por fim, não se trata apenas do que se lembra, mas também do que se esquece (CARRETERO, 2010. p.62)

Nesta perspectiva, as narrativas encontradas nas redes sociais e mídias digitais estão inseridas no processo de legitimação dos saberes em detrimento do saber histórico escolar. Oliveira (2003) faz a seguinte observação:

Ora, esses questionamentos sobre o papel da mídia só reforçam os problemas que apontamos, visto que, no Brasil, é preciso ainda esclarecer para os cidadãos as diferenças entre memória, pesquisa histórica e como a mídia se apropria delas e/ou descarta as duas, quando da sua conveniência (...) e esse papel de explicitação das diferenças, é entendido como tarefa da escola. (OLIVEIRA, 2003. p.170)

Sendo assim, levantamos algumas questões: é possível aprender História a partir destas narrativas? Como os professores podem se apropriar dessas narrativas históricas das redes e mídias sociais online nas aulas História? Como articular o conhecimento histórico presente nestes canais digitais com a colaboração dos estudantes?

A REDE SOCIAL INSTAGRAM E OS TEMAS HISTÓRICOS

Tendo em vista o cenário a que se refere a definição de Aprendizagem Histórica Digital conforme Menezes (2018), conceito apoiado no tripé aprendizagem colaborativa – história digital – cibercultura, elegemos as redes sociais online como suporte para entender o ciberespaço como possibilidade de aprendizagem, pois segundo Recuero (2009) as redes sociais online são “ambientes onde as pessoas podem reunir-se publicamente através da mediação da tecnologia” (RECUERO, 2009, p. 3). Recuero (2009) vai classificar as redes sociais da Internet como uma nova forma de “espaço público mediado” numa apropriação do conceito utilizado por Boyd (2007) para nomear a mediação que proporciona o aparecimento de ambientes de lazer, onde regras sociais são ajustadas e permitem que os atores sociais se expressem.

Dentro dessa perspectiva, enfatiza ainda que o papel da Internet, enquanto mediação, permite que as informações sejam armazenadas, replicadas e procuradas e assim essas características fazem com que as redes sociais digitais ganhem status de grande importância pois “são essas redes que vão selecionar e repassar as informações que são relevantes para seus grupos sociais” (RECUERO, 2009, p.4).

A rede social online por nós escolhida foi o Instagram, nossa segunda opção pois durante boa parte de nossa pesquisa a opção inicial era o Facebook. Esta mudança se deu por dois motivos: o primeiro decorre da constatação da migração de boa parte de nossos alunos para esta rede em detrimento do uso contínuo do Facebook. Fazendo uso da linguagem mais corrente entre os jovens “o Facebook bugou”, ou seja, saiu de moda e não está tão empolgante quanto antes. Num pequeno espaço de dois anos, a rede social online mais utilizada pelos

(6)

jovens cede espaço para outra em rápida ascensão, algo que foi bastante perceptível em nossas observações empíricas.

A segunda razão está diretamente ligada à primeira e parte de uma pesquisa realizada pela Social Media Trends 2018 que indica que o Instagram é a rede social online que mais cresceu em 2018 subindo de 63,3% de adesão para 80,2%, consolidando-se assim como a segunda maior rede social digital em preferência no Brasil.3 Segundo dados do próprio Instagram, com cerca de quinhentos milhões de usuários ao redor do mundo 7% desse total são contas de brasileiros. Na pesquisa realizada por nós na escola em que trabalhamos, um questionário composto de vinte perguntas cujo objetivo era conhecer os hábitos e diferentes modalidades de acesso e uso da Internet pelos nossos estudantes em idade escolar, na questão em que eles respondem sobre quais as redes sociais online mais usadas (poderiam escolher mais de uma) os dados coletados mostram que o Instagram figura entre as redes mais utilizadas pelos alunos com pouco mais de 66%, ao lado do Facebook com quase 80% e do Whatsapp com mais de 91%. Apesar disso, na pergunta sobre a preferência por uma única rede social o Whatsapp dispara na frente com aproximadamente 43%, seguido do Instagram com quase 40% e do Facebook com pouco mais de 24%.

Aproximadamente 55% dos estudantes acreditam que as redes sociais influenciam parcialmente na opinião das pessoas e quando perguntados sobre os principais motivos que utilizam as redes sociais (poderiam assinalar mais de uma alternativa) cerca de 72% afirmam que é para lazer e entretenimento, 71% para comunicação, 45% para fazer novas amizades e apenas pouco mais de 42% utilizam para estudar. Dentre os resultados obtidos com o uso das redes sociais apenas cerca de 16% disseram que houve melhora na aprendizagem e aproximadamente 60% já tiveram seu rendimento escolar comprometido por causa do constante acesso às redes.

Apesar disso, 49% acredita que tudo pode ser aproveitado nas redes sociais para melhora do desempenho escolar e de habilidades como leitura, argumentação, escrita, pesquisa etc. e 97% acreditam ser possível aprender História nas redes sociais. Pensando então como o Instagram possui potencial na aprendizagem da História, observamos, além dos seus recursos e características presentes em sua dinâmica, os conteúdos e temáticas sobre História presentes em seus perfis pois 73% dos estudantes curtem páginas com conteúdo de

3 Disponível em: <

https://materiais.rockcontent.com/social-media-trends?utm_source=mktc&utm_medium=instagram&__hstc=125963474.9978307b4a97b058bc1cc8fc5e8dd12a. 1539659110406.1539659110406.1539921047197.2&__hssc=125963474.1.1539921047197&__hsfp=34020890 40 > Acesso em: 19 out. 2018.

(7)

História nas redes em geral, mas no que se refere ao Instagram esse percentual cai para menos de 8%.

Sendo assim, em relação às páginas sobre História, uma rápida pesquisa no ícone de busca- a lupa- com a palavra-chave história fornece dados interessantes. Os resultados mostram que existem vários perfis relacionadas à História. Resolvemos considerar os perfis mais relevantes, ou seja, com mais seguidores e com frequência nas buscas. Os cinco mais relevantes por alcance de conteúdo e seguidores até setembro de 2108 são: História em Imagens com 675 mil seguidores, Aventuras na História com mais de 73 mil, As mina na História com quase 55 mil, História Liberta com pouco mais de 52 mil e História no Paint com aproximadamente 39 mil seguidores.

Existem ainda dezenas de páginas que a princípio não apareceram na pesquisa, geralmente páginas de professores com dicas para o ENEM ou mais páginas sobre curiosidades, fotografias, literatura ou temas invisibilizados. A página Historiocracia, por exemplo, que possui 118 mil seguidores e se define como “a história do mundo em imagens” não apareceu em nenhuma das pesquisas que fizemos. Também há várias outras que se referem ao ocultismo e teorias de conspiração. Entretanto, observando as dez que aparecem na pesquisa por ícone de perfil e as cinco com mais curtidas e seguidores podemos afirmar que a maioria dos perfis apresenta uma visão factual e com temáticas desconexas, trazendo postagens sem uma finalidade clara. Excetuando-se as páginas As Mina na História e História Liberta que possuem intenção explícita de militância, revisão historiográfica e conscientização política, as demais aparecem como simples páginas de curiosidades e entretenimento ou espaço de memória, conforme sintetizado em nossa dissertação no quadro abaixo com dados de novembro de 2018:

PÁGINA PÚBLICO CONTEÚDO PRINCIPAL

História em

Imagens 693 mil

Compartilhamento de raras e diversificadas fotografias sobre temas gerais

Aventuras na

História 76,1 mil

Publicações no estilo “neste dia” ou “nesta data” com imagens de fatos históricos legendadas, postadas na data do

acontecimento As Mina na

História 59,3 mil

Resgate na História da memória e do protagonismo de mulheres que mudaram o mundo

História

Liberta 52 mil

A partir de episódios recentes e que viraram notícia no Brasil, explora conceitos e categorias da História e questões voltadas

para a cidadania História no

Paint Oficial 39 mil

Produção e compartilhamento de memes com temática histórica

(8)

Talvez seja essa a intenção das páginas. Quem sabe seus moderadores não tenham o objetivo de proporcionar a aprendizagem histórica e queiram apenas fornecer dados e diversão como outras dedicadas aos mais variados conteúdos. A falta de planejamento é visível na execução das postagens, com publicações aleatórias, o que demonstra a ausência de intencionalidade pedagógica e que corrobora com o que já falamos anteriormente que é o fato de se fazer uso do recurso digital não supõe que aprendizagem significativa seja possível. Entretanto, essas páginas seriam úteis para a Aprendizagem Histórica Digital? O que nossos estudantes procuram quando seguem tais perfis?

Não há problemas se elas estão constituídas assim. O problema reside no estudante que a segue e passe a considerar aquele conhecimento mais importante do que o outro que o professor direciona com finalidade pedagógica, ocorrendo o risco de “consumir uma história entretenimento” esquecendo-se da História-ciência.

Observamos que dessa forma as FanPages não funcionam como espaço de aprendizagem. O que fazer então para sanar essa lacuna? Poderiam nossos estudantes criarem novas páginas em conjunto com os professores? Que tipo de material poderia auxiliar os professores na construção de espaços online com conteúdo histórico e intencionalidade pedagógica? Estariam assim os professores incentivando a Aprendizagem Histórica Digital? Acreditamos que sim e por isso em nossa pesquisa construímos um produto didático- um e-Book- para proporcionar aos professores um conhecimento geral dessa relação História-TDICs para além da mera inserção, mas considerando a criação de espaços dentro das redes sociais digitais utilizando-as com finalidade pedagógica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciarmos nossa pesquisa para a construção da dissertação do mestrado tínhamos em mente todas as questões trazidas por nossos alunos ao longo da última década em que atuamos como professora da rede pública estadual. Foram várias situações, debates e polêmicas que afetavam o andamento das aulas bem como a aprendizagem dos estudantes. Diante de tantas questões trazidas à luz nos últimos anos com os momentos de reflexões e sugestões que realizamos em classe, destacou-se a maciça presença do aparelho telefônico celular na vida desses jovens. Como uma tecnologia tão recente foi capaz de provocar mudanças tão profundas na comunicação, informação e educação? Essa foi a nossa questão inicial.

(9)

Movida por essas inquietações, ao passo que simultaneamente estava desestimulada devido aos inúmeros problemas que são recorrentes no ensino público, a oportunidade de cursar o Mestrado Profissional em Ensino de História pela UFPE apresentou-se não apenas como a possibilidade de continuar minha formação e ressignificar minha escolha profissional, mas também como a chance de investigar o papel que as TDICs possuem no processo ensino-aprendizagem.

O desenvolvimento desta pesquisa foi profundamente marcado pelas aulas que tivemos durante o curso desse mestrado e em especial pelas referências bibliográficas sugeridas em cada disciplina. O contato com obras do recente campo em constituição, do Ensino de História, foi como janelas que se abriam e concatenavam-se com nossa experiência profissional. Aliando assim teoria e prática chegamos à temática central do texto dissertativo.

Neste artigo optamos por enfatizarmos apenas os dados obtidos pelo Cetic.br e através da aplicação de um questionário local para entender os perfis e as demandas dos nossos estudantes. Resolvemos delinear ligeiramente a base da pesquisa, as redes Sociais online, com ênfase na rede social digital Instagram. Como fruto de nossa imersão no universo digital ao aprendermos alguns conceitos, conhecermos algumas características das redes e nos aprofundarmos nas dinâmicas dos recursos da rede Instagram, a escolhida por nós depois de termos feito boa parte da pesquisa pensando sobre o Facebook, explicamos as razões desse cambio de plataformas e fizemos a proposta de projeto pensando em todas as redes sociais digitais, mas exemplificando com a rede eleita por nós.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CAIMI, Flávia Eloísa. O que precisa saber um professor de história? História & Ensino, Londrina, v.21, n.2, p.105-124, jul/dez. 2015

__________________. História Escolar e memória coletiva: como se ensina? Como se aprende? In: ROCHA, Helenice (Org.) A escrita da história escolar: memória e historiografia. 1ª edição. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

CARRETERO, Mario. Documentos de Identidade: a construção da memória histórica em mundo globalizado. Trad. Carlos Henrique Lucas Lima. Porto Alegre: Artmed, 2010.

FREITAS, Itamar. Aprender e ensinar história nos anos finais da escolarização básica. Aracaju: Criação, 2014.

LEE, Peter. Em direção a um conceito de literacia histórica. Educar. Trad. Elizabeth Moreira dos Santos Schmidt, Luciana Braga Garcia, Maria Auxiliadora Schmidt e Tânia Braga Garcia. Curitiba: Editora UFPR, p. 131-150, 2006.

(10)

__________. Por que aprender História? Educar em Revista. Trad.: Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt e Marcelo Fronza. Curitiba: Editora UFPR, n. 42, p. 19-42, out./dez. 2011.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. (Trad. Carlos Costa). São Paulo: Editora 34, 2009.

LOPES, Cristiano; VAS, Braz Batista. O ensino de história na palma da mão: o whatsapp como ferramenta pedagógica para além da sala de aula. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (SIED) E ENCONTRO DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EnPED), 2016, UFSCAR, p. 1-14.

MEIRIEU, P. Aprender...Sim, mas como? 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

MONTEIRO, Ana Maria; PENNA, Fernando Araújo. Ensino de História: saberes em lugar de fronteira. Educação & Realidade, Porto Alegre. v. 36, n.1, p. 191-211, jan./abr., 2011. Disponível em: http://www.ufrgs.br/edu_realidade

NERI DE SOUZA, Francislê; BEZERRA, Anna Cecília. De la Enseñaza Activa al Aprendizage Activo: El Rol de la Investigación em la Formación del Profesor del Futuro. Revista de Investigación Universitária, v. 2, p.11-22, 2013.

NOIRET, Serge. História Pública Digital. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 11, p. 28-51, 2015.

OLIVEIRA, Margarida Dias; FREITAS, Itamar. Ensino de História e formação da consciência crítica. In: MOLINA, Ana & FERREIRA, Carlos. Entre textos e contextos: caminhos do ensino de história. Curitiba: CVR, 2016.

OLIVEIRA, Margarida Dias. O direito ao passado: Uma discussão necessária à formação do profissional de História. Tese de Doutorado em História- Programa de pós-Graduação em História-Centro de Filosofia e Ciências Humanas, UFPE. Recife, 2003.

RECUERO, R. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Ed. Sulina, 2009. 191 p.

____________. Redes Sociais na Internet, Difusão de Informação e Jornalismo: Elementos para discussão. Disponível:www.raquelrecuero.com/artigos/artigoredesjornalismorecuero.pdf; Acesso em 27 de novembro de 2017.

SILVA, Marco. Infoexclusão e analfabetismo digital: desafios para a educação na sociedade da informação e na cibercultura. In: FREITAS, Maria Tereza de Assunção (Org.). Cibercultura e formação de professores. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2009.

Referências

Documentos relacionados

As reservas internacionais são os ativos do Brasil em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques

Em nossa época, em que as tecnologias digitais fazem parte do cotidiano, podemos agregar outro locus de aparecimento da morte, as redes sociais na internet.. Nesse espaço digital,

Quando se compara a carga tributária e os encargos de uma empresas enquadrada no SIMPLES e outra não enquadrada, verifica-se que quanto menor a empresa, mais competitiva se torna,

Presenta/ Presenta / Apresenta Isabel Mociño González (UVigo)  A guerra e os conflitos bélicos: a sua recepção pelas famílias. no âmbito da

Porém, o processo de transferência de acadêmicos entre IES tem sido um dos componentes apontados negativamente na prestação de serviços, como pode ser atestado pela

CONTRATO PARA O “FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉCTRICA PARA AS INSTALAÇÕES ALIMENTADAS EM MÉDIA TENSÃO, BAIXA TENSÃO ESPECIAL, BAIXA TENSÃO NORMAL E BAIXA TENSÃO NORMAL

A contratação dos serviços contidos no presente material é de responsabilidade exclusiva dos participantes, não sendo a B3 responsável, sob qualquer pretexto, por perdas decorrentes

Mesmo com a limitac¸˜ao de ter uma perna de pau (a esquerda), ele ganhou seis medalhas na gin´astica: trˆes de ouro, duas de prata e uma de bronze.. O gerente de uma loja de