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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESCOLA REGULAR: PONTOS E CONTRAPONTOS DA PROPOSTA

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Academic year: 2021

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESCOLA REGULAR: PONTOS E

CONTRAPONTOS DA PROPOSTA

1FERNANDES, Ivani Márcia da Costa.

RESUMO:

A educação inclusiva é pauta de pesquisas, projetos, documentos e debates variados no mundo contemporâneo com o foco de análise à educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Diante do processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais à escola regular, a mesma necessita adequar-se de modo que obtenha estrutura com recursos físicos e humanos para tal público. No entanto, a intenção do presente artigo é abordar e refletir objeções entre a escola regular e a educação inclusiva, bem como analisar o progresso da mesma historicamente através de pesquisas e gráficos, bem como verificar benefícios que ela proporciona às pessoas com necessidades educacionais especiais. Em pesquisa constata-se que a inclusão escolar é um processo gradativo, e, para que aconteça na prática é necessário o comprometimento da família e comunidade escolar.

PALAVRAS-CHAVE

: Educação Inclusiva; Necessidades Educacionais

Especiais; Escola Regular.

ABSTRACT:

Inclusive education is the agenda of research, projects, documents and various debatesin the contemporary world with the focus of analysis to the education of pupils withspecial educational needs. Before the process of inclusion of pupils with special educational needs to school regularly, it needs to adapt itself in order to obtain structure with human and physical resources for this audience. However, the intent of this article is to discuss and reflect objections from regular school and inclusive education and analyze the progress of the historically through surveys and charts, as well as verifying benefits it provides to people with special educational needs. In research it is clear that educational inclusion is a gradual process, and it happens in practice is necessary involvement of family and school community.

KEYWORDS: Inclusive Education, Special Educational Needs; Regular School.

1

Pós-graduanda em Educação Inclusiva e Inspeção Escolar pela FACREDENTOR/ETTAL. E-mail: ivanimarciadacosta@hotmail.com

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho analisa a perspectiva da diversidade no âmbito da educação inclusiva.

Contemporaneamente está em vigor a política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva MEC (2008, p.54) que tem como objetivo:

Assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

Nessa atual conjuntura percebe-se a necessidade de mudanças no contexto educacional revendo finalidades de espaços como sala de recursos, denominada também como sala de recursos multifuncional, e profissionais especializados, bem como nova constituição da proposta pedagógica da escola, pois a mesma passa a incluir a educação especial em seus termos.

O desafio da educação inclusiva é atingir uma educação de qualidade, obtendo a escola regular como parceira organizando-se de modo que o atendimento aconteça com todos os alunos sem nenhum tipo de discriminação, de modo que reconheça as diferenças como fator de enriquecimento no cenário educacional.

GIL (2005, p. 18) revela que:

[...] a melhor resposta para o aluno com deficiência e para todos os demais alunos é uma educação que respeite as características de cada estudante, que ofereça alternativas pedagógicas que atendam às necessidades educacionais de cada aluno: uma escola que ofereça tudo isso num ambiente inclusivo e acolhedor, onde todos possam conviver e aprender com as diferenças.

Ou seja, trabalhar com alunos que têm necessidades educacionais especiais no âmbito da escola regular exige observação, dinamismo e uma maneira de atuar com ações diferenciadas no processo escolar, sempre

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compartilhadas com todos os ambientes da escola, com a principal finalidade em compartilhar e conhecer caminhos que são necessários para o aluno aprender a se desenvolver.

PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: A CAMINHO DA INCLUSÃO

Historicamente o aluno com necessidades educacionais especiais tem sido alvo de discriminação social, sendo rejeitados os direitos básicos à sua cidadania.

Por muitos anos as pessoas com necessidades educacionais especiais foram conservadas em completa exclusão social: pela família e pela própria sociedade em que as mesmas granjeavam extrema dificuldade de aceitação daqueles que se distanciam dos “padrões” estabelecidos pela sociedade.

Todavia, a evolução a respeito das necessidades educacionais especiais retrata uma visão histórica global, assim definida por CLOUGH (2000):

1. O legado psico-médico: (predominou na década de 50) vê o indivíduo como tendo de algum modo um déficit e por sua vez defende a necessidade de uma educação especial para aqueles indivíduos.

2. A resposta sociológica: (predominou na década de 60) representa a crítica ao legado psico-médico, e defende uma construção social de necessidades educativas especiais.

3. Abordagens Curriculares: (predominou na década de 70) enfatiza o papel do currículo na solução - e, para alguns escritores, eficazmente criando - dificuldades de aprendizagem.

4. Estratégias de melhoria da escola: (predominou na década de 80) enfatiza a importância da organização sistêmica detalhada na busca de educar verdadeiramente.

5. Crítica aos estudos da deficiência: (predominou na década de 90) frequentemente elaborada por agentes externos à educação, elabora uma resposta política aos efeitos do modelo exclusionista do legado psico-médico.

Contudo, nos últimos anos a psicologia ganhou espaço na área educacional, sendo que a escola regular fosse determinada a cumprir uma educação compreendida como “o envolvimento completo da criança na sua parte física, psíquica, social e, por fim, intelectiva.” (JANNUZZI, 1985, p. 83)

Diante disso, percebe-se que os alunos com necessidades educacionais especiais estão com maiores oportunidades de aceitação, contrariamente há

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décadas atrás, percebendo um pouco mais de reconhecimento e valorização para com os mesmos.

A Declaração de Salamanca (1994) trás uma visão nova de educação especial, “àqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança capaz de satisfazer a tais necessidades”. (SALAMANCA, 1994, p. 1 e 2)

Acordado à Declaração de Salamanca, compreende-se que todas as crianças possuem suas diferenças perante as características, habilidades, interesses, no entanto as necessidades são únicas: têm o direito a educação e o ensejo de aprender.

Em pesquisa realizada (Wikipédia, 2012) analisa-se a evolução da educação inclusiva no Brasil pode ser comprovada através dos dados do censo escolar / INEP, o qual registra o crescimento da matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino tendo aumentado de 337.326 alunos, no ano de 1998, para 640.317 em 2005. Essa revolução reflete também no aumento de escolas da rede pública que registram matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais tendo aumentado de 4.498, em 1998, para 36.897 em 2005, conforme mostra os gráficos abaixo:

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Diante da evolução que mostra os gráficos acima se analisa o desenvolvimento gradual e progressivo da educação inclusiva no Brasil, rompendo barreiras, derrubando paradigmas em busca de formular novos conceitos, porém com muitos desafios a serem sancionados, pois, números não são suficientes para comprovar a qualidade de atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, no entanto é visível seu desenvolvimento no decorrer dos anos.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A educação inclusiva exige atendimento de necessidades educacionais especiais envolvendo o trabalho com a diversidade de forma interativa – comunidade escolar, família, setores / profissionais especializados – a inclusão requer que as pessoas com necessidades educacionais especiais saiam da exclusão e participem das classes comuns.

Wikipédia (2012) conceitua a educação inclusiva como sendo:

Um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística e democrática que percebe o sujeito e suas singularidades,

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tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

Entretanto, conforme supracitado há uma necessidade de compreensão indispensável em face de interlocução entre escola regular, família, sociedade e profissionais, de forma que aconteça a inserção social das pessoas com necessidades educacionais especiais para que possa suceder na melhoria da qualidade de atendimento e inclusão dos mesmos.

Ainda acordado à Wikipédia (2012):

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

Além disso, a Constituição da República (1988), a Lei nº 7.853/1989, o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a Declaração de Salamanca e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) garantem direito a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola regular e atendimento educacional especializado de acordo com as necessidades educacionais especiais apresentadas, de modo que realmente venha ocorrer na prática, com força transformadora uma sociedade totalmente inclusiva, conforme supracitado, reconhecendo os direitos desses educandos respeitando a diversidade humana.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA X ESCOLA REGULAR

De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium – IDDC) sobre a educação inclusiva, realizado em março de 1988 em Agra, na Índia, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes termos:

Reconhece que todas as crianças podem aprender;

Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição);

Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças;

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Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;

É um processo dinâmico que está em evolução constante;

Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.

Diante dos termos supracitados, considerando a legislação que regulamenta a educação especial no Brasil, percebe-se a perspectiva de um olhar sobre os processos diferenciados, bem como o desenvolvimento de uma cultura escolar respaldada pela idéia de um ato diferencial, o reconhecimento e valorização que àqueles que possuem necessidades educacionais especiais vêm buscando ao longo das décadas.

Ao tratar sobre o conceito de diferenciação no ensino ratifico a ideia de André (2005, p. 22) ao afirmar que:

Diferenciar é dispor-se a encontrar estratégias para trabalhar com os alunos mais difíceis. Se o arranjo habitual do espaço de sala não funciona com esses alunos, se os livros e materiais didáticos não são adequados para eles, se, enfim, as atividades planejadas não os motivam, é preciso modificá-las, inventar novas formas, experimentar, assumir o risco de errar e dispor-se a corrigir. Diferenciar é, sobretudo, aceitar o desafio de que não existem respostas prontas, nem soluções únicas; é aceitar as incertezas, a flexibilidade, a abertura das pedagogias ativas que em grande parte são construídas na ação cotidiana, em um processo que envolve negociação, revisão constante e iniciativa de seus atores.

Acordado à autora, a possibilidade de olhares diferentes, bem como formas e critérios variados que a escola regular pode experimentar, reinventando seu processo pedagógico é de grande importância aos alunos com necessidades educacionais especiais, em sua citação a autora nos remete à reflexão que é possível a inclusão em classes comuns.

No entanto, para que realmente haja a inclusão em escolas regulares é necessário que a mesma venha a estar preparada para receber esses alunos: estrutura física, recursos humanos – profissionais preparados – cooperação e criatividade para atender a uma diversidade maior de alunos, tendo que se adaptar a metodologias diferenciadas na busca de reconhecimento do outro independente de suas condições sociais, intelectuais ou físicas, conforme complementa Fonseca (2003, p. 104) “educar uma criança com necessidades educacionais especiais ao lado de crianças normais é um dos principais basilares da sociedade democrática e solidária”.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste artigo demonstrou-se que a educação inclusiva está mais evoluída e mais valorizada historicamente, com o crescimento das matrículas dos alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares que aumentaram com grande intensidade nos últimos anos.

Desse modo entende-se como o processo de inclusão é amplo, com transformações pequenas e grandes, tanto em ambientes físicos como na sociedade, entretanto, para que ocorra a inclusão nas escolas regulares é imprescindível a preparação do ambiente em todos os sentidos, de modo que esse aluno não se sinta discriminado e venha aprender e desenvolver com dignidade como todo cidadão, conforme prevê a legislação educacional e Constituição Federal.

“Inclusão é sair das escolas dos diferentes e promover a escola das diferenças!” (MANTOAN)

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REFERÊNCIAS:

ANDRÉ, Marli E.D.A de. Estudo de Caso: Pesquisa e Avaliação Educacional. Brasília: Líder Livro Editora, 2005.

CLOUGH, Peter. Teorias da Educação Inclusiva. Guia do Estudante. Londres,

Sage / Paul Chapman Publishing, 2000. Disponível em

http://wikipedia.org/wiki/educacao_inclusiva - Acesso em 28 de março de 2012. http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_inclusiva Acesso em 28 de março de 2012.

FONSECA, Vítor da. Tendências Futuras da Educação Inclusiva. Educação, Porto Alegre, v.49. mar. 2003.

GIL, Marta. Educação Inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? Universidade de São Paulo, 2005.

JANNUZZI, Gilberta. A Luta Pela Educação do Deficiente Mental no Brasil. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985.

MEC, Inclusão. Revista da Educação Especial. Secretaria de Educação Especial. v.4, nº 1 – jan/jun, 2008.

SALAMANCA, Declaração de. Sobre Princípios, Políticas e Práticas em Educação Especial. Espanha, 1994.

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