Novos arranjos familiares, redes de
afeto e o exercício da Maternidade e da
Paternidade
Reflexões e conceitos
Transformações socioculturais e os avanços da medicina
reprodutiva provocaram mudanças nos arranjos familiares.
Não se pode falar mais em modelo ideal de família, mas em
arranjos diversificados que vão sofrendo mudanças de acordo
com os avanços sociais, culturais e tecnológicos.
Que arranjos são esses? Como eles se estruturam? Que fatores
provocam as mudanças? Que significados tem para a família e
para a sociedade?
Censo de 2010 – IBGE: conceito tradicional de família composto
por um casal heterossexual com filhos, esteve presente em 49,9%
dos lares visitados, enquanto 50,1% a família ganhou novo
arranjo.
As famílias homoafetivas já somam 60.000; enquanto 10,1
milhão de famílias são formadas por pais ou mães solteiros.
Esses novos arranjos se baseiam mais nas relações de cuidado e no afeto do que em laços de parentesco ou consanguinidade (LOSACCO, 2007).
Szymanski (2002) entende família como sendo “uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo e, se houver, com crianças e adolescentes”, não levando em conta para isto, a existência de laços consanguíneos ou de parentesco.
Kaloustian (2005) retrata que a família é o espaço da garantia da proteção integral e da sobrevivência, independente do arranjo familiar em que se baseie, mas apesar de entender a importância do cuidado dentro da família, este autor não expõe que esta instituição também pode ser violadora de direitos e protagonista dos conflitos e violências para com os seus.
Mioto (2000) discute que, na atual conjuntura, existem diversas formas de organização familiar que se modificam continuamente com o objetivo de satisfazer as necessidades impostas pela sociedade. Segundo esta autora, “o terreno sobre o qual a família se movimenta não é o da estabilidade, mas o do conflito, o da contradição” (2000, p. 219).
Marcos das mudanças nos arranjos familiares
Segundo Sarti (2007), a família vem sofrendo transformações desde a Revolução Industrial, que separou o mundo do trabalho do mundo familiar, instituindo a questão da privacidade na família. O trabalho remunerado da mulher, a sua inserção no mundo do trabalho acaba por inaugurar uma fase de modificações na família contemporânea. Essas transformações trouxeram consigo uma crise na divisão dos papéis sexuais entre homens e mulheres na sociedade.
Outros fatores determinantes para tais mudanças são o avanço tecnológico e as
descobertas científicas no que tange, principalmente, a reprodução humana. A partir da
década de 60, um fator vem para separar a sexualidade feminina da reprodução: a ascensão da pílula anticoncepcional. A década de 80 também traz novas transformações para a instituição familiar com as tecnologias de reprodução assistida, que dissociam a relação sexual da gravidez.
Reprodução assistida e novos arranjos familiares
• A reprodução assistida reflete o direito à procriação e ao planejamento reprodutivo. Qualquer indivíduo juridicamente capaz, solteiro, viúvo, divorciado, homossexual, heterossexual, bissexual, transexual, pode ser beneficiário das técnicas médicas, independente do estado civil e da orientação sexual.
• A monoparentalidade programada, conhecida como “produção independente” mostra o empoderamento da mulher na segunda metade do século XX, marcando a possibilidade da mulher gerir suas próprias escolhas, e até o momento da gestação, em razão da criopreservação de seus óvulos. O homem sozinho, com a técnica de cessão temporária de útero e doação de óvulos, também pode ser pai e demonstra que a parentalidade pode ser buscada e vivenciada individualmente.
• O aparente obstáculo aos tratamentos dos casais homoafetivos já foi quebrado pelos Tribunais Superiores, que reconhecem as uniões homoafetivas como entidade familiar. Assim, não se discute a legalidade dos tratamentos, para dois homens ou duas mulheres.
• Outros desenhos geracionais também podem ser pensados, por exemplo, a avó que empresta o útero para sua filha e passa a ser mãe e avó de uma mesma criança. E mais, a reprodução póstuma – que viabiliza família após a morte dos doadores de material genético.
Marcos normativos e legais do Brasil
Constituição Federal de 1988 promoveu mudanças no que se
refere à família, tais como:
1. A quebra da chefia conjugal masculina, tornando a sociedade conjugal compartilhada em direitos e deveres pelo homem e pela mulher;
2. O fim da diferenciação entre filhos legítimos e ilegítimos, reiterada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990, que os define como ‘sujeitos de direitos’. Com o exame de DNA, que comprova a paternidade, qualquer criança nascida de uniões consensuais ou de casamentos legais pode ter garantidos seus direitos de filiação, por parte do pai e da mãe (SARTI, 2007, p.24).
Todas essas mudanças ganham visibilidade em novos arranjos familiares, que expressam diferentes formas de família e distintas maneiras de se relacionar dentro dela, que acarretam uma redefinição de papéis e responsabilidades para os seus membros.
Refletindo Arranjos Familiares
- Bourdieu (1999, p.18) analisa que: “A ordem social funciona como uma imensa máquina simbólica que tende a ratificar a dominação masculina sobre a qual se alicerça: é a divisão social do trabalho, distribuição bastante estrita das atividades atribuídas a cada um dos dois sexos, de seu local, seu momento, seus instrumentos; é a estrutura do espaço, opondo o lugar de assembleia ou de mercado, reservados aos homens, e a casa, reservada às mulheres; ou, no interior desta, entre a parte masculina, com o salão, e a parte feminina, com o estábulo, a água e os vegetais; é a estrutura do tempo, a jornada, o ano agrário, ou o ciclo de vida, com momentos de ruptura, masculinos, e longos períodos de gestação, femininos”.
- Para Romanelli (2003), a autoridade masculina sempre foi propagada como algo natural, assim como as atribuições distintas para homens e mulheres, e isto foi defendido não só pelas diferentes religiões, mas também pelos aparatos jurídicos. Corroborando com Bourdieu (1999, p.18) “A força da ordem masculina se evidencia no fato de que ela dispensa justificação: a visão androcêntrica impõe-se como neutra e não tem necessidade de se enunciar em discursos que visem a legitimá-la”. E, assim como a autoridade masculina é naturalizada, o instinto materno é defendido pela religião, encontrando apoio também no saber científico e psicológico.
Refletindo Arranjos Familiares
- Pode-se dizer que não podemos mais identificar a família como um modelo ideal e único a ser seguido, haja vista as diferentes formas que ela vem se constituindo; e nem podemos estabelecer papéis a serem exercidos nas diferentes configurações familiares.
- Silva (2012) pontua que os novos arranjos familiares trazem consigo novas responsabilidades para cada indivíduo que compõe a família; contudo, estas funções serão definidas a partir da particularidade de cada família, e não baseadas em funções pré-determinadas ou práticas tradicionalmente delegadas ao homem e a mulher. Vê-se, assim, que estes papéis se modificarão com o tempo e serão definidos dentro de um processo, que são as transformações e modificações constantes da sociedade.
- Apesar de historicamente ser delegado à mulher o papel de cuidadora e mãe, observa-se que, cada vez mais, o homem vem exercendo o seu papel de pai de forma ativa, não se limitando somente à função reprodutiva, mas se debruçando também nas questões referentes ao cuidado e ao afeto.
Refletindo Sobre Paternidade e Maternidade
Em decorrência da monoparentalidade, muitas vezes se estabelece a ausência paterna e todo o suporte afetivo e a responsabilidade recaem sobre a figura da mãe.
O modelo patriarcal de família, que se caracteriza pelo arranjo composto por pai, mãe e filhos que convivem sob a égide da autoridade do primeiro sobre os demais, está em crise. Neste sentido, o pai desempenha o papel social de provedor do sustento da família e ocupa o lugar socialmente legitimado de autoridade sobre a mulher e os filhos. Tal crise vem de longa data, devido a uma realidade construída historicamente pelas lutas de emancipação feminina e de conscientização das mulheres em um contexto de transformações no mercado de trabalho, na ciência tecnológica e na economia globalizada (Castells, 1999).
A família também representa o dinamismo das relações sociais, pois não é apenas uma unidade biológica; é uma construção social que apresenta formas e finalidades diversas em cada tempo histórico, se construindo de diferentes formas e arranjos, de tal maneira que tendemos com mais correto falar categoricamente de Famílias, e não de um modelo monolítico contido no termo singular Família.
Refletindo Sobre Paternidade e Maternidade
- A pluralidade afetiva, a igualdade de gênero e a diversidade sexual não representam ameaça às famílias, mas integram-se como novas possibilidades.
- Por outro lado, os laços consanguíneos não garantem mais os laços afetivos entre pais e filhos. Quando as separações acontecem, muitos pais preferem não continuar mantendo uma relação com seus filhos e há ainda aqueles que nunca participaram da criação dos filhos ou se mantêm ausentes por diversos outros fatores. Diante disso, a mãe e os filhos tendem a deslocar a figura de autoridade delegada ao homem a outros homens que compõem a rede familiar. Independente do arranjo familiar, os pais têm o direito e o dever de cuidar e manter uma relação de afeto com seus filhos a fim de lhes garantir um pleno desenvolvimento.
Refletindo Sobre Paternidade e Maternidade
Observa-se que o crescimento de famílias chefiadas por mulheres, assim como outras configurações familiares diferentes do modelo tradicional, tem sido acelerado nas sociedades ocidentais, cuja organização sociocultural foi tradicionalmente pautada em um modelo patriarcal (Castells, 1999).
Diante de um mundo em mudança, a família se transformou e vê-se, cada dia mais, o nascimento de uma nova paternidade, onde os pais passam a assumir um cuidado e afeto maior para com seus filhos, marcando assim:
“(...) a passagem de uma paternidade estritamente biológica a uma paternidade afetiva e social, e traz novos desafios para estes sujeitos, em especial este homem, que necessitará acolher os filhos de um outro homem e preservar uma boa relação com os seus (ZAMBERLAM, 2001, p108).”
• Homoparentalidade
2011 - decisão do STF reconheceu a união estável entre
pessoas do mesmo sexo permitindo a esses casais serem
considerados uma unidade familiar como qualquer outra.
2013 - norma médica que regulamenta o funcionamento da
prática da Reprodução Assistida no país faculta o acesso de
casais de mulheres e homens aos procedimentos.
• Transparentalidade
“Esterilidade simbólica” da população trans.
Reprodução e HIV+ - SUS
• Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e
Hepatites Virais/Ministério da Saúde.
Reprodução e HIV+ - SUS
• Em gestações planejadas, com intervenções realizadas adequadamente durante o pré-natal, o parto e a amamentação, o risco de transmissão vertical do HIV é reduzido a menos de 2%. No entanto, sem o adequado planejamento e seguimento (WHO, 2016), está bem estabelecido que esse risco é de 15% a 45%.
• Situação 1: MULHER POSITIVA para o HIV e parceria sexual HOMEM NEGATIVO para o HIV - Autoinseminação vaginal programada.
• Situação 2: HOMEM POSITIVO para o HIV e parceria sexual MULHER NEGATIVA para o HIV - Concepção natural planejada durante o período fértil da mulher - O uso da TARV com boa adesão, associada a CV-HIV indetectável (últimos 6 meses), reduz o risco de transmissão sexual do HIV em até 100% (Barreiro, 2007), além do rastreio de IST negativo para ambas as parcerias (Vernazza, 2008; Vernazza, 2016) e sem práticas sexuais de risco com outras parcerias sexuais. Essa medida é especialmente efetiva entre as parcerias sexuais heterossexuais (Savasi, 2012; Attia, 2009; Donnell, 2010; Cohen, 2011; Wilson, 2008).
• PreP (Profilaxia Pré-exposição)
–
seguir o “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de Risco à Infecção pelo HIV”.Reprodução e HIV+ - outras técnicas
• Quando a mulher é portadora do HIV e o parceiro não é acometido, o tratamento mais comum é a inseminação intrauterina, desde de que as tubas uterinas sejam normais e a qualidade do sêmen seja boa. Uma outra opção interessante e com taxas de gravidez mais elevadas é a Fertilização in vitro (FIV). Assim que ocorre a gravidez, a mãe deve usar a terapia antirretroviral, planejar o parto de acordo com a carga viral, e não amamentar. Essas medidas garantem um risco de menos de 2% de transmissão para a criança.
• Quando apenas o homem é portador do HIV, existem técnicas de preparo do sêmen como a centrifugação com gradiente de densidade, a dupla lavagem do sêmen e a realização do PCR, um exame que identifica a presença do vírus no sêmen. Após o preparo do sêmen, em menos de 1% dos casos será detectado o vírus pelo PCR, o que impossibilita o tratamento. Contudo, na grande maioria das vezes o tratamento é viável e seguro, permitindo tanto a inseminação intrauterina quanto a fertilização in vitro (FIV).
• Quando ambos possuem HIV, a proposta terapêutica é a mesma. Isso porque o HIV, por ser um vírus mutante, leva a vários estágios diferentes da doença em cada indivíduo, e vários tipos de resistência aos medicamentos antirretrovirais.
Paternidade e Cuidado na Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Homem
• Engajamento dos homens nas ações do
planejamento reprodutivo e no acompanhamento do
pré-natal, parto e pós-parto de suas parceiras e nos
cuidados no desenvolvimento da criança, trazendo
como possibilidade real a todos envolvidos uma
melhor qualidade de vida e vínculos afetivos
saudáveis.
• Ações da Coordenação Nacional de Saúde do
Homem: Pré-natal do Parceiro; cursos Ead; Mês de
Pré-natal do Parceiro
• Colaborar para o exercício da paternidade ativa e consciente e,
por outro, integrar os homens nos serviços de saúde ofertados,
possibilitando que eles realizem exames preventivos, tais como
HIV, Sífilis, Hepatites, Hipertensão e Diabetes, e atualizem sua
carteira de vacinação, entre outros.
- 30 horas;
- Voltado para profissionais e gestores de saúde. Link:
- https://avasus.ufrn.br/local/avasplugin/cursos/curso.php?id=77
- 12 horas;
- Voltado para pais e futuros pais. - https://goo.gl/qWyqGk
Cursos Ead
Estimular a paternidade ativa e consciente, promovendo impactos positivos para o desenvolvimento das crianças
Mês de Valorização da
Paternidade - Agosto
• Comitê Vida (RJ): grupo de trabalho intersetorial que integra
profissionais de organizações governamentais e
não-governamentais, universidades e demais pessoas e
instituições interessadas.
• Diferentes ações: mídia (posts, entrevistas, outros materiais);
nota técnica conjunta: Recomendações do Ministério da
Saúde para regulamentar as atividades de orientação sobre
paternidade em relação ao Marco Legal da Primeira Infância,
(Lei Nº 13.257 de 08 de março de 2016); seminário/oficina
sobre Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado com enfoque
no Pré-Natal do Parceiro na tríplice fronteira; etc.
Ampliação de acesso e melhoria da qualidade do
acompanhamento pré-natal, assistência ao parto
e puerpério
Programa de Humanização do Parto e do Nascimento (2000)Rede
Cegonha
(2011)
Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal (2005)Saúde Materna
• Novos exames e testes rápidos de HIV e Sífilis
• Teste rápido de gravidez nas UBS: proporcionar a ampliação da oferta de métodos e prevenir a gravidez não planejada
• Vinculação da gestante ao local do parto • Sisprenatal web
Qualificação da atenção pré-natal e puerpério
• Acompanhante de livre escolha (mulher e RN)
• Ambiência nas maternidades, Boas práticas de Atenção • Enfermeira obstétrica no cuidado - capacitações
• Centro de Parto Normal, Casa de Gestante, Bebê e Puérpera
Qualificação da atenção
ao parto e nascimento
Fortalecer o trabalho em rede e alterar as práticas de cuidado
materno e neonatal
mudança do modelo de atenção ao parto e nascimento
• Práticas profissionais contrárias às evidências científicas do parto e
nascimento seguros
• Infra-estrutura e ambiência das maternidades inadequadas à RDC 36
• Pouco investimento em outras estruturas que favoreçam a fisiologia do parto,
como Centros de Parto Normal
• Descumprimento da Lei nº 11.108/2005 e do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que estabelecem o direito ao acompanhante
• Violência obstétrica
• Necessidade de humanização da atenção ao abortamento
• Atualmente 40 % dos partos no SUS são cesáreos
• Preferência inicial pela cesariana: 27,6%, variando de 15% (primíparas no setor público) a 73,2% (multíparas com cesariana anterior no setor privado)
• principal motivo para escolha do parto normal foi a melhor recuperação e para escolha da cesariana foi o medo da dor do parto.
• Distribuição de testes rápidos de sífilis (2,2 milhões) e HIV (2,7 milhões) e
acompanhamento das ações de prevenção, atenção e tratamento relacionados à
transmissão vertical da sífilis e HIV • inclusão do pré-natal do parceiro
• Agenda de Ações Estratégicas para a Redução da Sífilis Congênita no Brasil
• Repasse de recurso para exames do pré-natal e teste rápido de gravidez
• Distribuição de 3,19 milhões de caderneta da gestante
• Qualificação da atenção ao puerpério e saúde sexual e reprodutiva – LARC, APA, APP
• Mudança nas práticas de gestão dos serviços • Estratégias de comunicação – mudança de
cultura
• Constituição de Fóruns Perinatais Rede Cegonha
Incorporação progressiva das boas práticas de
atenção ao parto e nascimento nas maternidades
Mudança dos modelos de atenção ao Parto e Nascimento no SUS e setor suplementar - ação ANS e MS para reduzir cesarianas
Mudança da formação em obstetrícia – Hospitais de Ensino
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Parto Normal e Cesariana RDC 36 de 2008, Centros de Parto Normal Formação de enfermeiras(os) obstetras e obstetrizes
Investimento em equipamentos, reformas e construção de maternidades, Centros de Parto Normal e Casa da Gestante, Bebê e Puérpera
.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas
Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde
Marco Legal da Primeira Infância - Lei 13.257 de 8
de março de 2016
Avanços e desafios às políticas públicas
Parto e nascimento – Rede Cegonha
Direito ao parto natural cuidadoso
Art 19 altera o art 8o § 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções
cirúrgicas por motivos médicos
2 faltas para acompanhar pré-natal, 1 falta por ano para
acompanhar consultas do filho até os 6 anos
Art. 37 altera Art. 473 da CLT - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira;
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Parto e nascimento – Rede Cegonha
Direito a acompanhante de sua preferência durante o
período do pré-natal, do trabalho de parto e do
pós-parto imediato
Art 19 altera o art 8o do ECA § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
Direito de pais/responsáveis estarem presentes nas
unidades neonatais, de terapia intensiva e de
cuidados intermediários
Art 22 que altera art 12 do ECA “Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.”
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Parto e nascimento – Rede Cegonha
Direitos das gestantes
Acesso ao planejamento reprodutivo, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde, com pré-natal realizado na atenção primária, vinculação ao estabelecimento do parto no último
trimestre e alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como acesso a grupos de apoio à amamentação.
Art 19 altera o art 8o do ECA caput, §1º 2º e 3º
Temas obrigatórios a serem trabalhados com gestantes
Maternidade e paternidade responsáveis, aleitamento materno, alimentação complementar saudável e CD infantil, prevenção de acidentes e educação sem uso de castigos físicos para favorecer a formação e
a consolidação de vínculos afetivos e estimular o desenvolvimento integral da criança Art 13 § 3º e Art 19 altera o art 8o do ECA § 7º
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Prisional
Prisão domiciliar para gestantes (antes era só a
partir do 7º mês) , mulheres e homens com filhos
menores de 12 anos que sejam responsáveis
Art. 41 altera o Art. 318 do CPP. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
IV - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Prisional
Autoridade policial, autoridade judiciária e auto de
prisão em flagrante devem colher informações sobre a
existência de filhos
Art. 41 altera os artigos 6º, 185, 304 do Código de Processo Penal.
art 6º - acréscimo do 'inciso X' autoridade policial ao ouvir o indiciado deverá: colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome de contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, a ser indicado pela pessoa pressa.
art 185 - acréscimo do § 10 - Do interrogatório do acusado perante a autoridade judiciária deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome de
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, a ser indicado pela pessoa pressa.
art 304 - acréscimo do '§ 4º' "Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome de contato de eventual
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Prisional
Presídios com gestantes e crianças na 1ª infância
devem respeitar normas sanitárias e estimular o
desenvolvimento infantil
Art 19 altera o art 8o § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que
atenda às normas sanitárias e assistenciais do SUS para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança
.
Assistência psicológica a gestantes e mães que se
encontrem em situação de privação de liberdade
Art 19 altera o art 8o do ECA § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Paternidade
Prorrogação para 20 dias da licença paternidade
para programa empresa cidadã - vale para adoção
art 38 Os arts. 1o, 3o, 4o e 5o da Lei no 11.770,
“Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar:
II - por 15 (quinze) dias a duração da licença-paternidade, nos termos desta Lei, além dos 5 (cinco) dias estabelecidos no § 1o do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
§ 1o II - será garantida ao empregado da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que o empregado a requeira no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprove participação em
programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável.
§ 2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, à empregada e ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.”
Marco Legal da Primeira Infância
Avanços e desafios às políticas públicas
Paternidade
Inclusão gratuita do nome do pai e averbação de
reconhecimento de paternidade a qualquer tempo na
certidão de nascimento
Art 33 altera art 102 do ECA
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.”
2 faltas para acompanhar pré-natal, 1 falta por ano
para acompanhar consultas do filho até os 6 anos
Art. 37 altera Art. 473 da CLT - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de
gravidez de sua esposa ou companheira;
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 0 a 9 A n o s
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA
Eixo estratégico: desenvolvimento integral da
primeira infância - DPI
Caderneta
de Saúde
da
criança
MUNICÍPIO MATERNIDADES 100% dos recém-nascidos recebem a cadernetaA Caderneta para além do conteúdo
Comunicação - diálogo interprofissionais/intra/inter serviços
e com as mães/pais/cuidadores.
Crianças – concretização da conquista de seus direitos
P R E E N C H I D A
Gestão - possibilita seguir os indicadores de saúde de cada
criança que é atendida no Sistema Único de Saúde (SUS).
V
igilância - instrumento de acompanhamento à saúde da
Contatos:
Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno/MS:
(61) 3315.9070 / 3315. 7988 E-mail: crianca@saude.gov.br
Ana Paula da Cruz Caramaschi: ana.pcruz@saude.gov.br
Coordenação-Geral de Saúde das Mulheres/MS:
(61) 3315.9101. E-mail: saude.mulher@saude.gov.br Mariana Ramos Rodrigues: mariana.rodrigues@saude.gov.br
Coordenação Nacional de Saúde do Homem/MS
(61) 3315-6222. E-mail: saudedohomem@saude.gov.br
Juliano Mattos Rodrigues: juliano.rodrigues@saude.gov.br