1
MET 1831 CEMAT –2009.1
Profa. Ivani de S. Bott
bott@puc-rio.br
OBS: Estas notas de aula foram feitas com base na apostila do Prof. Sidnei Paciornik
2
1. Introdução
Objetivo. Os materiais na Engenharia. Os materiais de Engenharia.
2. Ligação Atômica. Uma revisão.
Modelos de átomos. Ligações químicas.
3. Ordenação Atômica dos Materiais.
Cristalinidade. Estrutura cristalina. Sistemas cristalinos. Indexação de pontos, direções e planos em cristais. Difração de R-X.
4. Desordem atômica dos Materiais.
Cristais perfeitos, imperfeitos e materiais amorfos. Defeitos na rede cristalina : pontuais, lineares, superficiais e volumétricos. Vibrações atômicas. Difusão.
5. Diagramas de Fase.
Definição de fase. Diagramas de fase de substâncias puras ou elementos. Diagrama isomorfo. Regra da alavanca. Diagrama eutético. Diagrama ferro-carbono.
6. Propriedades Mecânicas.
Propriedades vs. estrutura. Diagrama tensão e deformação de engenharia e real.
Caracterização mecânica dos materiais: limite de resistência, limite de escoamento, ductilidade.
7. Os Materiais Metálicos.
Deformação elástica. Deformação plástica. Escoamento e encruamento. Endurecimento, recuperação, recristalização e crescimento de grão. Fratura. Fadiga. Fluência. Efeitos de Radiação.
8. Os Materiais Cerâmicos.
Estrutura cristalina e fases amorfas. Comportamento mecânico, elétrico e óptico.
9. Os Materiais Poliméricos.
Estrutura. Reações de Polimerização. Termoplásticos e termofixos. Aditivos. Propriedades mecânicas.
10. Os Materiais Compósitos.
Classificação. Propriedades mecânicas. Regra das Misturas.
AVALIAÇÃO Critério 5
PROGRAMA - MET 1831
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL W.D.Callister, Materials Science and Engineering- An Introduction, John Wiley, 1994
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR :
Sidnei Paciornik, APOSTILA, Ciência e Engenharia de Materiais, DCMM PUC-Rio. Endereço WEB: http://www.dcmm.puc-rio.br/dcmm_download.php J.F.Shackelford, Introduction to Materials Science for Engineers. Macmillan Publish-ing Company, 1985.
4 CRONOGRAMA 2009.1
Mês Dia Mês Dia
Março 3 14
5 19
10 21 Exercícios
12 26P2
17 28
19 Junho 02
24 04
5
Ciência e Engenharia de Materiais ???
•Como definir MATERIAIS ????
•O que diferencia os materiais ?
•Como selecionamos materiais ?
•Como classificamos os materiais ?
Introdução
Como definir MATERIAIS ????
8
•
Tipos de materiais
Metais
Fe, Au, aço (liga Fe-C), latão (liga Cu, Zn)
Cerâmicas
Vidros, argilas, cimento
9
Metais
•
Propriedades básicas
Fortes e podem ser moldados
Dúcteis (deformam antes de quebrar) Superfície “metálica”
Bons condutores de corrente elétrica e de calor
10
Cerâmicas e vidros
• Propriedades básicas
São uma combinação de metais com O, N, C, P, S São altamente resistentes a temperatura (refratários) São isolantes térmicos e elétricos
São frágeis (quebram sem deformar) São menos densas do que metais Podem ser transparentes
12
13
Polímeros
•
Propriedades básicas
São sintéticos - feitos pelo homem Altamente moldáveis - plásticos
São formados pela combinação de unidades - “meros” São formados por um número bem limitado de elementos.
C e H, O (acrílicos), N (nylons), F (fluor-plásticos) e Si (silicones).
São leves e não frágeis
Em geral são menos resistentes do que metais e cerâmicas
14
Compósitos
•
O que são ?
Combinação de metais, cerâmicas e polímeros
Preservam as propriedades “boas” dos componentes e possuem propriedades superiores às de cada componente separado.
Fibra de Vidro Madeira Concreto
16
Semicondutores
• Propriedades básicas
Todos os componentes eletrônicos do computador Condutividade finamente
controlada pela presença de impurezas - dopantes.
17
Os
semicondutores
na tabela periódica
Quando combinados entre si (coluna III-V e II-VI) os metais (quadrados claros) assumem propriedades semicondutoras.
18
Ciência e Engenharia de Materiais
Aplicações
Propriedades
Microestrutura e Composição (Atômica ou Molecular) Síntese e
Matéria Prima
Bruta Matéria PrimaBásica
Matéria Prima Industrial
Bens de consumo Sucata
+ Resíduos BIOSFERA
Terra
Ciclo dos Materiais
20
Pasta de dente Sabão em pó
21
Papel
Filme Fotográfico
Madeira
O que tem em comum entre esses produtos?
22
Garrafas coloridas
Tubos de vidro Lente
Computador
Pedra de quartzo
Fibras de vidro
Quartzo
O que diferencia os materiais ?
• As propriedades “cotidianas” dos materiais
dependem da estrutura em escala atômica e
da microestrutura - estrutura em escala intermediária
Fibras de vidro em uma matriz de polímero. Alumínio
(estrutura cúbica) (estrutura hexagonal)Magnésio
24
25
Como selecionamos materiais ?
26
Seleção de Materiais
•
Ex: Cilindro de armazenamento de gases
Requerimento: resistir a altas pressões (14MPa)
Resistência Metais
Cerâmicas Polímeros Semicondutores Compósitos
Seleção de Materiais
•
Ex: Vaso de pressão de uma aeronave
Requerimento: resistir a altas pressões e ser leve
Aqui o custo é menos importante do que a funcionalidade Prefere-se um material leve e forte, mesmo sendo caro.
Metais Cerâmicas
Polímeros Semicondutores Compósitos
Resistência Flexibilidade Leveza
29
Covalente
Metálica Secundária
Iônica
Metais
Polímeros Semicondutores
Cerâmicas e vidros
Podemos classificar quanto a ligação atômica !?
30
Ligação Atômica
• Porque estudar a estrutura atômica ?
As propriedades macroscópicas dos materiais dependem essencialmente do tipo de ligação entre os átomos.
O tipo de ligação depende fundamentalmente dos elétrons. Os elétrons são influenciados pelos prótons e neutrons que
formam o núcleo atômico.
Estrutura Atômica
Elétrons“girando” em volta do
núcleo em níveis de energia
discretos.
Mpróton= Mneutron= 1.66x10-24g= 1 amu
amu = atomic mass unit
unidade atômica de massa
Em uma grama teremos
1g
1.66x1024gamu
6.023x1023amu
NA= Número de Avogadro Núcleo contendo
prótons -dão o número atômico
neutrons -dão o número isotópico
Responsáveis pela ligação atômica
praticamente toda a massa do átomo está no núcleo.
Melétron= 0.911x10-27g
Mpróton= 1822 Melétron =>
32
Estrutura Atômica
Exemplo: Sodio (Na)
numero atomico 11 11 elétrons
elétron
Núcleo
(protons + neutrons) Camada
(indexeda por n)
33
• possuem estados de energia discretos
• tendem a ocupar os estados de energia disponíveis mais baixos
3 Elétrons...
Fig. 2.5, Callister adaptado
ESTADO DE ENERGIA DO ELETRON
34
Orbitais e níveis de energia
•
Os elétrons são atraídos pelos prótons
•
Os elétrons se distribuem em orbitais
Níveis de energia bem definidos
Os elétrons não podem assumir níveis intermediários
Para trocar de nível, os elétrons tem que receber a energia exata que diferencia dois níveis.
A energia é função da distância dos elétrons ao núcleo Quanto mais perto do núcleo mais ligado o elétron
Quanto mais longe do núcleo menos ligado
Classificação das Ligações
•
Ligações Primárias ou Fortes
Iônica Covalente Metálica
•
Ligações Secundárias ou Fracas
van der Waals Dipolo permanente Dipolo induzido
36
0.04 0.06 0.08 0.10
Força de atração (entre os íons)
Espaçamento Interatômico
a a0 0.04 0.06 0.08 0.10FRep. e
a
0.04 0.06 0.08 0.10
Força de atração
0.04 0.06 0.08 0.10
37
Força e Energia de Ligação
Força de ligação Energia de ligação a0 a a
F = dE/da
O ponto em que a força de ligação é zero corresponde ao ponto de
mínima energia.
Configuração estável
Valores típicos para a0são da ordem de
0.3nm (0.3x10-9m)
Valores típicos para a energia de ligação são entre 600 e 1500 kJ/mol
A energia de ligação está diretamente relacionada com o ponto de fusão do material.
38
Ligação Iônica
•
Formada entre dois átomos que se ionizam
Na Cl • O Sódio tem apenas um elétron na última
camada. Este elétron é fracamente ligado porque os outros 10 elétrons blindama
atração do núcleo.
• O Cloro tem 7 elétrons na última camada. Se adquirir mais um elétron forma uma configuração mais estável.
• O Sódio perde um elétron e se ioniza, ficando com carga positiva (cátion).
• O Cloro ganha o elétron e também se ioniza, ficando Negativo (âNion).
• Os íons se ligam devido à atração Coulombianaentre cargas opostas.
• Note a diferença entre o raio atômico e o raio iônico.
Cl
• Energia Potencial : Utotal= Uatração(+,–) + Urepulsão(–, –)
Potencial Repulsão 1/rm
Atração Coulombiana Potencial 1/r Potencial Total
40
-41
Raio Atômico, Iônico e Covalente
• Raio atômico é o raio de um átomo na condição neutra,
normalmente medido entre primeiros vizinhos de um material puro deste tipo de átomo.
• Raio iônicoé o raio do átomo após sua ionização, depende do tipo de ionização
• Raio covalenteé o raio que um átomo teria na condição de ligação covalente
.
Raio (nm) Na Cl
Covalente 0,154 0,099
Atômico 0,190
-Iônico 0,060 (+1) 0,181 (-1)
0,026 (+7)
42
Propriedades Sólidos Iônicos
• Formados por atração Coulombiana entre íons.
grupos I cátions alcalinos emparelhados com ânions haletos do grupo VII, p. ex. Na+ Cl-.
• Alta energia coesiva (2-4 eV/ atom).
Alto Ponto de fusão e de ebulição
• Baixa condutividade Elétrica
Comentários sobre forças e energia-01
•
Força de repulsão
possui origem quântica. Princípio de
Exclusão de Pauli: duas partículas não podem ocupar o
mesmo estado quântico.
•
Força de atração
possui origem eletrostática, interação
Coulombiana, interações dipolares, interações entre
elétrons na última camada.
•
Energia de ligação
é a energia associada com a
formação da ligação partindo da condição inicial que
os átomos (íons) estão inicialmente separados de uma
distância infinita.
44
Comentários sobre forças e energia-02
•
Sempre que uma ligação é formada, o sistema
apresenta uma redução de energia.
•
A energia é mínima na condição interatômica de
equilíbrio (poço de potencial).
45
Expansão térmica
•
Os átomos estão constantemente vibrando ao redor da
posição de equilíbrio.
•
A distância interatômica de equilíbrio, a
o, só é bem
definida quando a temperatura é 0 K.
•
Normalmente o poço de potencial não é simétrico e a
distância interatômica média aumenta gerando a
EXPANSÃO TÉRMICA.
46
separação I nteratômica
r
Expansão Térmica
• A curva encontra-se na forma de um poço de energia potencial, e o
espaçamento interatômico em condições de equilíbrio a uma temperatura de 0 K, ro, corresponde ao ponto mínimo no poço
de energia potencial.
Expansão Térmica
• A expansão térmica se deve à curva do poço de energia potencial ser assimétrica, e não às maiores amplitudes vibracionais dos átomos em função da elevação da temperatura.
• Se a curva da energia potencial fosse simétrica não existiria qualquer variação liquida ou global na separação interatômica e, consequentemente, não existiria qualquer expansão térmica.
48
49
Direcionalidade e Coordenação
•
A ligação iônica é não direcional
A força de ligação é igual em todas as direções.
Para formar um material 3D é necessário que cada íon de um tipo esteja cercado de íons do outro tipo
Na+
Cl
-•Número de Coordenação (NC)
•Número de vizinhos mais próximos de um dado átomo
50
Exemplo
•
Calcule a força de atração entre Na
+e Cl
-em uma
molécula de NaCl
K= 9 x 109 V.m/C
Q1= Q2 = 1 x 1.6 x 10-19C
a = RNa++ RCl-= 0.098nm + 0.181nm = 0.278 nm
FKQ1Q2 a2
9x109V.m/C
1.6x1019C
1.6x1019C
0.278x109m
2F2.98x109V.C/m2.98x109J/m2.98x109N
Exemplo
•
Calcule a força de atração em uma molécula de Na
2O
Neste caso temos Na+ (valência 1) e O2-(valência 2)
onde Z1e Z2são as valências
a = RNa++ RO2-= 0.098nm + 0.132nm = 0.231 nm
x N
m x C x C x C m V x
F 2 9
9 19 19 9 10 64 . 8 10 231 . 0 10 6 . 1 ) 2 ( 10 6 . 1 ) 1 ( / . 10 9
F KZ1qZ2q a2
52
Ligação Covalente
•
Gerada pelo compartilhamento de elétrons de valência
entre os átomos.
53
Ligação covalente (cont.)
A ligação covalente é direcional e forma ângulos bem definidos
Tem uma grande faixa de energias de ligação => pontos de fusão
Energias da ordem de centenas de kJ/mol
Ex: Carbono na estrutura do diamante 3550°C Ex: Bismuto 270°C
54
Exemplo em polímeros
•
Etileno e Polietileno
Na mólecula de etileno (C2H4), os carbonos
compartilham dois pares de elétrons.
A ligação covalente dupla pode se romper em duas simples permitindo a ligação com outros “meros” para formar uma longa mólecula de polietileno.
Molécula de etileno
Mero de etileno Molécula de
polietileno
56
Ligação Metálica
Nos metais, existe uma grande quantidade de elétrons quase livres, os elétrons de condução, que não estão presos a nenhum átomo em particular.
Estes elétrons são compartilhados pelos átomos, formando uma nuvem eletrônica, responsável pela alta condutividade elétrica e térmica destes materiais.
57
Ligação Metálica
58
Ligações Secundárias
É possível obter ligação sem troca ou compartilhamento de elétrons nas ligações secundárias ou devan der Waals. A ligação é gerada por pequenas assimetrias na distribuição
de cargas do átomos, que criam dipolos.
Um dipolo é um par de cargas opostas que mantém uma distância entre si.
Dipolos Permanentes e Induzidos
• Dipolo Permanente
Gerados pela estrutura da molécula.
Energias de ligação 20kJ/mol
Ex: Pontes de Hidrogênio em H2O
• Dipolo Induzido
A separação de cargas é pequena Energias de ligação são muito
pequenas (1kJ/mol)
O
H H
Átomos isolados de Ar (os centros das cargas
positivas e negativas coincidem)
+ +
Átomos deformados pela presença do outro
+
- - +
Magnitude do dipolo
Os átomos se ligam pela atração entre os dipolos induzidos
60
Comentários
As ligações covalente e iônica não são “puras” mas sim uma mistura com proporções que depedem, essencialmente, da diferença de eletronegatividade dos átomos envolvidos.
Covalente
Semicondutores
Material Ligação Pt.Fusão (°C)
NaCl Iônica 801
61
Coesão - O que segura a estrutura de um cristal
?
Esta coesão se deve exclusivamente à interação eletrostática atrativa entre as cargas negativasdos elétrons e as cargas positivasdos núcleos
…..com conhecimento das distribuições espacial e da velocidade dos
elétrons, e dos núcleos, pode se calcular as energias de de ligação
62
Para estabelecer uma ligação deste tipo entre átomos, é preciso otimizar 4 condições
(iv) enquanto estas condições abaixam a energia potencial, é preciso também manter a energia cinética baixa
(i) Manter a separação entre os núcleos positivospara minimizar a
repulsão Coulombiana
(ii) Manter a separação entre os elétrons negativospara minimizar a
repulsão Coulombiana
(iii) Manter a proximidade entre os elétrons negativos e os núcleos positivos paramaximizar a atração Coulombiana
Gases Inertes -ligações fracas
Metais Alcalinos -ligações de força intermediária
Metais de Transição -ligações fortes
Elementos Tetravalentes (Si,C) -ligações muito fortes
Compostos Iônicos -ligações fortes
64
Ligações nos gases inertes (nobres)
Os átomos dos gases inertes possuem camadas eletrônicas completamente preenchidas e portanto exibem altas energias de ionização (~11eV) e uma distribuição de carga que exibe simetria esférica
ao (nm) eV/atom TM Eion (eV)
Ne 0.313 0.02 24K 21.56
65
Distância Interatômica
Força Intermolecular
66
Distância Interatômica
• Fatores que controlam a distância interatômica
Diametrodosátomos involvidos Forças de Repulsão e Atração
For
ças
In
te
rm
o
le
c
u
la
res
Distância Interatômica Força Atrativa
Força Repulsiva Força Resultante
Posição de Equilíbrio
68
Rigidez
• A rigidez do material é proporcional a taxa de variação da força em função da quantidade de deslocamento
69
Generalizações
com base nas Ligações Atômicas
Propriedades Densidade
Rigidez
Expansão Térmica Condutividade
Fatores
Peso Atômico, raio atômico, empacotamento
Forças Interatômicas
Força da ligação e Tf
Movimento dos elétrons livres
70
• possuem estados de energia discretos
• tendem a ocupar os estados de energia disponíveis mais baixos Elétrons...
Estados Eletrônicos de um sólido cristalino
Á t omos Individuais na f ase gasosa S ólido
Estados bem definidos Bandas de Energia
A umento da densidade
de át omos
72
Bandas de Condução e Valência
73
Forcas de ligação e bandas de energia em sólidos
FORÇAS DE LIGAÇÃO EM SÓLIDOS
LIGAÇÃO IÔNICA–haletos alcalinos tais como NaCl, LiF, KBr, KCl são sólidos iônicos formados por ligações iônicas, estáveis e cristais duros, alta temperatura de evaporação. Bons isolantes.
transferência completa dos eletrons de valencia
LIGAÇÃO COVALENTE-Semicondutores tais como Si, Ge, ZnS e isolantes tal como diamantes são formados por ligações covalentes, onde cada átomo compartilha seus elétrons de valência com seus átomos vizinhos, duros, alto ponto de fusão, isolantes.
elétrons de valência compartilhados entre os átomos vizinhos
74
LIGAÇÃO METÁLICA-Elétrons de Valencia contribuem como um todo para o cristal A força de ligação é a atração entre os íons positivos e a nuvem eletrônica. A forca de ligação metálica é menos resistente que a iônica e a covalente, são bons condutores.
Compartilhamento de elétrons de valência em todo o cristal
LIGAÇÃO MOLECULAR-p.ex. Sólidos organicos , gelo. As forças de ligação são as forças de de van de Waals. Ligação fraca, baixo ponto de fusão e ebulição.
Observe :
•Sómente elétrons de valencia participam da formação da ligação !
• comprimento da ligação , r
• Energia de ligação , Eo
F F
r
• Temperatura de fusão, Tf
Eo=
“energia de ligação”
Energia (r)
ro
r
Comprimento normal
r
maior Tf
menor Tf
Energia (r)
ro
Tf será alta se Eofor alta
Propriedade a partir da energia de ligação: T
f76
• E ~ curvatura em ro
• Módulo de Elasticidade E
area A da seção transversal
DL comp,Lo
F
Não deformado
deformado
DL F
Ao= E Lo
Módulo de Elasticidade
Energia
77
• Coeficiente de expansão térmica, a
• a~ simetria em ro
aserá maior se Eofor menor
DL comp, Lo
frio, T 1
aquecido, T 2 = a (T2-T1) DL
Lo
coef. expansão térmica
r
Baixo a
Alto a
Energia
ro
Propriedade a partir da energia de ligação :
a
78
Cerâmicas
(Ionica & covalente):
Metais
Ligação Metálica
Polímeros
(Covalente & Secundaria):
Alta Energia de ligação
Alta Tf
alto E pequeno a
Energia de ligação variável moderada Tf
moderada E moderada a
Propriedades Direcionais Ligações Secundárias dominam
baixa Tf
Estrutura Cristalina
O cristal IDEAL
2
Cubo com 6 quadrados idênticos
3
Prisma Hexagonal : 2 hexagonos e 6 retangulos
Piramide de base quadrada : 4 triangulos e 1 quadrado
4
Agua marinha –Hexagonal
Aço hipereutetóide Material Policristalino
6
7
Vidro não pode ser clivado porque é amorfo
8
O Cristal Perfeito - Estrutura Cristalina
Muitos materiais - metais, algumas cerâmicas, alguns polímeros - ao se solidificarem, se organizam numa rede geométrica 3D -a rede cristalina.
Estes materiais cristalinos, têm uma estrutura altamente organizada, em contraposição aos materiais amorfos, nos quais não há ordem de longo alcance.
Fronteira entre dois cristais de TiO2.
Note a organização geométrica dos átomos. Note a desorganização na posição dos átomos.Carbono amorfo.
2nm
Cristal 1
Cristal 2 Fronteira
Célula Unitária
Como a rede cristalina tem uma estrutura repetitiva, é possível descrevê-la a partir de uma estrutura básica, como
um “tijolo”, que é repetida por todo o espaço.
Célula Unitária
Menor “tijolo” que repetido reproduz a rede cristalina Células Não-Unitárias
10
Os 7 Sistemas Cristalinos
Só existem 7 tipos de células unitárias que preenchem totalmente o espaço
Cúbica a=b=c, 9°
Ortorrômbica abc, 9° Tetragonal
11
Sistemas Cristalinos e Redes de Bravais
Os sistemas cristalinos são apenas entidades geométricas.Quando posicionamos átomos dentro destes sistemas formamos redes (ou estruturas) cristalinas.
Existem apenas 14 redes que permitem preencher o espaço 3D.
Nós vamos estudar apenas as redes mais simples: a cúbica simples - cs (sc - simple cubic)
a cúbica de corpo centrado - ccc (bcc - body centered cubic)
a cúbica de face centrada - cfc (fcc - face centered cubic)
a hexagonal compacta - hc (hcp - hexagonal close packed)
12
As 14 Redes de Bravais
Cúbica Simples Cúbica de Corpo Centrado
Cúbica de Face Centrada Tetragonal Simples Tetragonal de Corpo Centrado Ortorrrômbica Simples Ortorrrômbica de Corpo Centrado Ortorrrômbica de Base Centrada Ortorrrômbica de Face Centrada Romboédrica Simples Hexagonal Monoclínica
Estruturas Cristalinas dos Metais
Como a ligação metálica é não direcional não há grandesrestrições quanto ao número e posição de átomos vizinhos. Assim, os metais terão NC alto e empilhamento compacto.
A maior parte dos metais se estrutura nas redes cfc, ccc e hc
Daqui prá frente representaremos os átomos como esferas rígidas que se tocam. As esferas estarão centradas nos pontos da rede cristalina.
14
A rede ccc
A rede cúbica de corpo centrado é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro do cubo. Os átomos se tocam ao longo da diagonal.
R a
Fator de empacotamento atômico (APF - atomic packing factor)
15
Numero de Coordenação para o CCC
Total de 8 atomos vizinhos mais proximos
Numero de Coordenação = 8
4
8 7 3 2
6
5 1
16
A rede cfc
A rede cúbica de face centrada é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro de cada face do cubo. Os átomos se tocam ao longo das diagonais das faces do cubo.
1/8 de átomo
1/2 átomo
Número de átomos na célula unitária Na= 6x1/2 + 8x(1/8) = 4
Relação entre a e r
4R = a2 => a = 2R2 NC = 12
Fator de empacotamento atômico FEAcfc= Volume dos átomos = 0,74
Volume da célula A rede cfc é a mais compacta R
• Número de Coordenação
19
• Número de Coordenação
• Número de vizinhos mais próximos • Empacotamento fechado : 12
20
• Número de Coordenação
Numero de Coordenação para o CFC
1 4
3 2
8 7 6 5
12 11
10 9
2R
R
2 2
R
2 2
Total 12 atomos vizinhos
23
27
28
Camada B Camada C
Camada A
31
32
•
Os espaços intersticiais são caracterizados pelo seu
número de coordenação =número de vizinhos mais próximos
Vazio Tetraédrico
Node Coordenação =4 NoVazio Octaédricode Coordenação =6
Isto é válido tanto para o CCCquanto para o CFC
Octaédrico
Tetraédrico
CFC
CCC
CFC
CCC Espaços Intersticiais
35
•
A rede HS ( hexagonal simples)
A rede hexagonal simples pode ser representada por
um prisma com base hexagonal, com átomos na base e
topo
36
A rede hc
A rede hexagonal compacta pode ser representada por um prisma com base hexagonal, com átomos na base e topo e um plano de átomos no meio da altura.
a c
c/2
Número de átomos na célula hexagonal
Na= 12x1/6 + 2x(1/2) + 3 = 6 Relação entre a e r
2R = a
FEAhc= 0,74 NC=12
A rede hc é tão compacta quanto a cfc
A rede hc (cont.)
Cálculo da razão c/aa2= d2+(c/2)2
a/2
d 30º
dcos30° = a/2 d3/2 = a/2 d = a/3
a2= a2/3 +c 2/4
c2= 8a2/3
c/a= 8/3 = 1,633
c/2 a a a a d 38
A rede hc (cont.)
Cálculo do fator de empacotamento atômico
39
Empilhamento ótimo
O fator de empilhamento de 0.74, obtido nas redes cfc e hc, é o maior possível para empilhar esferas em 3D.
A A A
A
A A A A
A A A A
A A A
A A A
A
B B
B
B B B
B B B
B B
B
C C C
C
C C
C C
C C C
C
cfc
hc
40
Cristalografia
•
Para poder descrever a estrutura cristalina é necessário
escolher uma notação para posições, direções e planos.
•
Posições
São definidas dentro de um cubo com aresta unitária.
Direções cristalográficas
As direções são definidas a partir da origem. Suas coordenadas são dadas pelos pontos que cruzam o cubo unitário. Se estes pontos forem fraccionais multiplica-se para obter números inteiros.
[1 0 0]
[0 1 0] [0 0 1]
[1 1 0] [1 1 1]
[1 -1 1] 1 1 1
[1/2 1 0]=[1 2 0] [0 1 1/2]=[0 2 1]
42
Exemplo 1: Determine as coordenadas da seguinte direção cristalografica
Ao longo do eixo x: 1 a z
43 a b c x y z
Exemplo 2: desenhe a direção
1 comprimento do vetor unitário ao longo de x
-1 comprimento do vetor unitário ao longo de y
[1 01 ]
0 comprimento do vetor unitário ao longo de z
Origem ] 0 1 1 [ 44 x y z O
A 1/2, 1/2, 1
[1 1 2]
OA=1/2 a + 1/2 b + 1 c
P Q
x
y z
PQ = -1 a -1 b + 1 c
-1, -1, 1
Direções
•
Famílias de direções
Formadas por posições semelhantes dentro da estrutura cristalina.
<111> = [111],[111],[111],[111],[111],[111],[111],[111]
•
Ângulo entre direções no sistema cúbico
Dado pelo produto escalar entre as direções, tratadas como vetores.
Direções cristalográficas (cont.)
D ua vb wc
D 'u'a v'b w'c
D D ' D D ' cos
cos D D '
D D '
uu'vv'ww'
u2v2 w2 u'2v'2w'2
Ex: [100] e [010]
Ex: [111] e [210]
0 2 2 2 2 2
2 0 0 0 1 0 0 90
1 0 0 1 0 0 1
cos
0 2 2 2 2 2
2 5 39,2
3 0 1 2 1 1 1 0 1 1 1 2 1
cos
46
Planos cristalográficos
•
A notação para os planos utiliza os
índices de Miller
,
que são obtidos da seguinte maneira:
Obtém-se as intersecções do plano com os eixos.
Obtém-se o inverso das intersecções.
Multiplica-se para obter os menores números inteiros.
47
Planos cristalográficos (cont.)
• 11, • 1, 1, 0 • (110)
• 1/2, • 0, 2, 0 • (020)
• 1, -1, 1 • 1, -1, 1
• (111)
• 11, 1 • 1, 1, 1 • (111)
• 1, -1, • 1, -1, 0
• (110)
?
Quando as intersecções com os eixos não são óbvias, deve-se deslocar o plano até obter as intersecções corretas. • 1, • 0, 1, 0 • (010) 48 z x y a b c
4. Indices de Miller (110)
exemplo a b c z
x
y
a b
c
4. Indices de Miller (200)
1. Interceção 1 1
2. Reciproco 1/1 1/1 1/
1 1 0 3. Redução 1 1 0
1. Interceção 1/2
2. Reciproco 1/½ 1/ 1/
2 0 0 3. Redução 2 0 0
z
x
y
a b
c
4. Indice de Miller (634) exemplo
1. Interceção 1/2 1 3/4a b c 2. Reciproco 1/½ 1/1 1/¾
2 1 4/3
3. Redução 6 3 4
50
x
y z
x
y z
x
y z
51
(1 1 0) _ ( 1 1 0 )
( 1 0 1 )
( 0 1 1 ) _ ( 0 1 1 )
( 1 0 1 ) _
{ 1 1 0 }
Família de Planos {110} no CFC(x, y, z) ou (h, k, l)
52
[ UVW ] Miller
[u v t w] Miller-Bravais
(a
1a
2a
3c)
no plano basal c=0
Na direção a1 os índices são [100] onde U = 1
V = 0 W = 0
A transformação de 3 para 4 índices
[UVW] para [u v t w] requer a utilização das formulas :
u = 1/3 (2U-V)
v = 1/3 (2V-U)
t = - (u + v)
u + t + v = 0
w = W
54
55
Planos da Rede Hexagonal
a1
a2
a3
c
1
-1
• , 1, -1, • 0, 1, -1, 0 • (0 1 1 0)
Face do prisma Índices de Miller-Bravais
• 4 coordenadas
56
Planos do HC
a2
a3
a1
z
exemplo a1 a2 a3 c
4. Indice Miller-Bravais (1011) 1. Interceção 1 -1 1 2. Reciproco 1 1/
1 0 -1-1 1 1 3. Redução 1 0 -1 1
58
Planos são geralmente expressos
Famílias de planos equivalentes
Direções
Pontos da Rede
Observe que a direção não é
h,kl, h,kl, h,kl, z , y , x
h,kl,
, ,
59
Resumo
•
Direções
[uvw]
•
Famílias de direções
<uvw>
•
Planos
(hkl) (índices de Miller)
Na hexagonal (hkil) (índices de Miller-Bravais)
i = - (h + k)
•
Famílias de planos
{hkl}
Densidade
•
Sejam as duas células abaixo, onde cada uma delas
possui o mesmo volume
Se cada átomo tem a mesma massa qual célula pesa
mais e porque ?
A célula com maior número de átomos tem mais massa por unidade de volume esta propriedade da matéria é chamada
DENSIDADE (massa/volume)
62
Densidade Atômica Planar
•
Análogo ao fator de empacotamento atômico, que
corresponde à densidade volumétrica de átomos,
podemos definir a
densidade atômica planar
DAP = Área Total de Átomos/Área do Plano
•
Exemplo
63
Densidade Atômica Linear
•
Análogo à DAP podemos definir a
densidade atômica
linear
DAL = Comprimento Total de Átomos/Comprimento de uma direção
•
Exemplo
Calcule a DAL das direções <100> na rede CFC
1/2 átomo
Comprimento total de átomo = 2 x Raio de 1 átomo = 2R Comprimento da Direção = a e 4R = a2 => a = 2R2 DAL = 2R/a = 2R/ 2R2= 1/277
64
Planos e Direções Compactas
•
Como já vimos, as redes CFC e HC são as mais densas
do ponto de vista volumétrico.
•
Por outro lado, em cada rede, existem planos e direções
com valores diferentes de DAP e DAL.
•
Em cada rede, existe um certo número de planos e
direções compactos (maior valor de DAP e DAL)
As direções compactas estão contidas em planos compactos
Estes planos e direções serão fundamentais na deformação mecânica de materiais.
A deformação mecânica normalmente se dá através do
Sistemas de deslizamento
•
O deslizamento ocorrerá mais facilmente em certos
planos e direções do que em outros.
•
Em geral, o deslizamento ocorrerá paralelo a planos
compactos, que preservam sua integridade.
•
Dentro de um plano de deslizamento existirão direções
preferenciais para o deslizamento.
•
A combinação entre os planos e as direções forma os
sistemas de deslizamento (slip systems), característicos
das diferentes estruturas cristalinas.
66
Sistemas de deslizamento (cont.)
Distância Plano não
denso
67
Sistemas de deslizamento (cont.)
Estrutura Cristalina Planos de Deslizamento Direções de Deslizamento Número de Sistemas de Deslizamento Geometria da
Célula Unitária Exemplos
CCC
{110} {211} {321}
<111>
6x2 = 12 12 24
-Fe, Mo, W
CFC {111} <110> 4x3 = 12 Al, Cu, -Fe, Ni HC {0001} {1010} {1011} <1120> 3 3 6
Cd, Mg, -Ti, Zn
A tabela mostra os sistemas de deslizamento das 3 redes básicas. Em vermelho aparecem os sistemas principais. Em cinzaaparecem os secundários. Por exemplo: Como a rede CFC tem 4 vezes mais sistemas primários que a HC, ela será muito mais dúctil.
68
Determinação da estrutura
•
Pergunta básica
Como se pode determinar experimentalmente a estrutura cristalina de um material ?
•
Uma boa resposta
Estudar os efeitos causados pelo material sobre um feixe de radiação.
•
Qual radiação seria mais sensível à estrutura ?
Radiação cujo comprimento de onda seja semelhante ao espaçamento interplanar (da ordem de 0.1 nm).
Difração de raios-x.
70
O espectro eletromagnético
raios gama raios-x
luz visível
microondas
71
Difração (revisão ?)
•
Difração é um fenômeno de interferência
+
=
+
=
Interferência Construtiva
Interferência Destrutiva
72
•
Considerando apenas
a camada atômica
superficial, podemos
ver que
•A e Bestão em fase e viajam a mesma distância x=y
A lei de Bragg
Raios-X incidentes
Raios-X difratados
Diferença de caminho dos dois raios: AB + BC = 2AB = 2d sen
Condição para interferência construtiva 2d sen= n
Onde né um número inteiro e
é o comprimento de onda do raio-x
A C
B
d
= distância interplanar Planos
atômicos
74
’
75
•
O angulo 2
é o angulo entre o feixe incidente
e ofeixe difratado
É importante observar que a Lei de Bragg não depende do espaçamento entre os átomos, mas do espaçamento INTERPLANAR
76
• Distancia Interplanar
l + k + h
a =
Métodos de difração de raios-X
Laue
Uma amostra mono-cristalina é exposta a raios-X com vários comprimentos de onda (poli-cromático).
A lei de Bragg é satisfeita por diferentes conjuntos de planos, para diferentes comprimentos de onda.
Para cada condição satisfeita, haverá uma forte intensidade difratada em um dado ângulo.
Fonte de raios-X policromático
Colimador
Mono-cristal Filme ou detetor
180°-2
78
Métodos de difração de raios-X
Difratômetro (ou método do pó)
Uma amostra poli-cristalinaé exposta a raios-X monocromático. O ângulo de incidência varia continuamente.
79
Espectro de Difração
(110) (200) (211) z x y a b c
Angulo de difração 2
Espectro de difração para o Ferro – (CCC)
In te ns ida de (r elat iv a) z x y a b c z x y a b c
É como uma impressão digital ….
80
•
Ex: Espectro de difração para Al
= 0,1542 nm (CuK)
In te nsid ad e (u .a )
Ângulo (2)
Uma amostra desconhecida é analisada e seus picos comparados com os de materiais conhecidos e tabelados, permitindo assim a
A lei de Bragg (cont.)
• A lei de Bragg relaciona quatro variáveis:2d sen= n
- o comprimento de onda dos raios-X
– pode assumir apenas um valor (monocromático)
– pode assumir muitos valores - raios-X “brancos” (policromáticos)
d - o espaçamento entre os planos
– pode assumir diferentes valores, em função do conjunto de planos que difrata o feixe de raios-X
- o ângulo de incidência dos raios-X
– pode variar continuamente dentro de uma faixa
– pode variar aleatoriamente em função da posição relativa dos diversos mono-cristais que formam uma amostra poli-cristalina
n - a ordem da difração
83
Defeitos na Estrutura Cristalina
•
Os cristais descritos até agora são todos ideais ou seja,
não possuem defeitos.
•
Os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, que são
classificados por sua “dimensionalidade”.
Defeitos Pontuais (dimensão zero)Vacâncias
Impurezas intersticiais e substitucionais Defeitos Lineares (dimensão um)
Discordâncias (dislocations)
Defeitos Planares (dimensão dois) Interfaces e fronteiras de grão
Defeitos Volumétricos (dimensão tres) Vazios, fraturas, inclusões e outras fases.
84
Defeitos Pontuais
• Devido à agitação térmica, os átomos de um cristal real estão sempre vibrando.
• Quanto maior a energia térmica (ou temperatura), maior será a chance de átomos sairem de suas posições, deixando um vazio em seu lugar.
• Por outro lado, dentro da rede cristalina existem inúmeros
interstícios, espaços vazios entre os átomos, nos quais é
possível alojar outros átomos.
• Finalmente, é praticamente impossível obter um material
infinitamente puro. Sempre haverá impurezas presentes na rede cristalina.
86
Visualização de Defeitos Pontuais
Auto-intersticial
átomo da própria rede ocupando um
interstício
Impureza Intersticial
átomo diferente ocupando um
87
•
Para formar defeitos é necessário dispor de energia.
•
Normalmente esta energia é dada na forma de energia
térmica. Isto quer dizer que quanto maior a temperatura,
maior será a concentração de defeitos.
•
Para muitos tipos de defeitos vale o seguinte:
onde CD é a concentração de defeitos
QD é a energia de ativação para o defeito
k é a constante de Boltzmann
T é a temperatura absoluta em Kelvin
Concentração de defeitos
CD ND
N exp
QD kT
88
Conc. de defeitos (cont.)
• Ex: Concentração de vacâncias em cobre a 200ºC e a 1080ºC (Tf= 1084ºC)
Dados:QD= 0,9 eV/atom (1 elétron-volt = 1,6 x 10-19J)
k = 8,62 x 10-5eV/atom-K
T1= 200 + 273 = 473 K
CD= exp (-0,9 / 8,62 x 10-5x 473) = 2,59 x10-10
T2= 1080 + 273 = 1353 K
CD= exp (-0,9 / 8,62 x 10-5 x 1353) = 0,445 x10-3
ou 1/2 vacância para cada 1000 átomos no volume
O Gráfico de Arrhenius
•
Gráfico de C
Dversus T
CD ND
N exp
QD kT
CD
T
ln CD QD k
.T1
ln(CD)
1/T
QD= k tan()
A partir de um gráfico experimental de ln(CD) versus 1/T é possível determinar a energia de ativação.
90
Impurezas
• Impurezas poderão assumir dois tipos de posição na rede cristalina de outro material
Interstícios - espaços vazios na rede
Substituindo um átomo do material
• Impureza intersticial - um exemplo fundamental
Carbono em -Ferro (aço)
91
Soluções Sólidas
• A presença de impurezas substitucionais gera uma mistura entre os átomos das impurezas e os do material, gerando uma
solução sólida.
Água Álcool
Mistura em nível
molecular = Solvente
= Soluto
Solução Líquida Solução Sólida
92
As regras de Hume-Rothery
•
Para que haja total miscibilidade entre dois metais, é
preciso que eles satisfaçam as seguintes condições
Seus raios atômicos não difiram de mais de 15%
Tenham a mesma estrutura cristalina
Tenham eletronegatividades similares
Difusão
94
Difusão
•
Como já vimos, devido à presença de vacâncias e
interstícios, é possível haver movimento de átomos de
um material dentro de outro material.
Cu Ni Cu Solução Ni
Tempo
95
96
99
Elemento Impureza
100
As leis de Fick
•
1ª Lei
O fluxo da impureza na direção x é proporcional ao
gradiente de concentração nesta direção.
Jx= Fluxo de átomos através da área A [átomos/m2.s]
D = coeficiente de difusão ou difusividade [m2/s]
J
x
D
c
Difusão em Estado Estacionário
•
Estado estacionário => J constante no tempo
Ex: Difusão de átomos de um gás através de uma placa metálica, com a concentração dos dois lados mantida constante.
J
Ca Cb xa xb
Posição x Ca
Cb
Jx Dc
x D
Cb Ca xb xa
102
Exemplo
• Exemplo 5.1 (Callister) - Calcular J para :
Uma placa de ferro exposta a uma atmosfera rica em carbono de um lado, e pobre do outro.
Temperatura de 700ºC
103
As Leis de Fick (cont.)
• 2ª Lei
A taxa de variação da concentração com o tempo, é igual ao gradiente do fluxo
Se a difusividade não depende de x
Esta equação diferencial de segunda ordem só pode ser resolvida se forem fornecidas as condições de fronteira.
cx
t
x D
cx
x
cx
t D
2
cx
x2
104
Exemplo
• Sólido muito comprido (“semi-infinito”) em cuja superfície se
mantém uma impureza com concentração constante.
Condições de contorno
t = 0 => C = C0, 0 x
t > 0 => C = Cs, x = 0 (concentração constante na superfície) C = C0, x =
x
Exemplo (cont.)
A solução da equação diferencial com estas condições de contorno é
onde Cxé a concentração a uma profundidade x depois de um tempo t
e
onde erf(x/2Dt) é a função erro da Gaussiana
x 0 t > 0
Cx C0
CsC0 1erf x
2 Dt
106
Exemplo (cont.)
•
Função erf(z)
Cs
Cx
Cx C0
Cs C0 1erf x
2 Dt
107
Aplicação - Carbonetação
• Exemplo 5.2 - Callister
É possível endurecer uma camada superficial de uma peça de aço através da difusão de carbono. Isto é obtido expondo a peça a uma atmosfera rica em hidrocarbonetos (ex. CH4) a alta temperatura.
Dados
Concentração inicial de C no aço C0= 0,25wt% Concentração na superfície (constante) Cs = 1,20wt% Temperatura T = 950ºC => D = 1,6 x 10-11m2/s
Pergunta: Quanto tempo é preciso para atingir uma concentração Cx= 0,80wt% a uma profundidade de 0.5mm (5 x 10-4m)?
t erf t erf C C C C s x 5 , 62 4210 , 0 10 6 , 1 ( 2 10 5 1 25 , 0 20 , 1 25 , 0 80 , 0 11 4 0 0 108
Carbonetação (cont.)
Para determinar t deve-se consultar a tabela de erf(z) e interpolar para o valor 0.4210
– z = 0,35 => erf(z) = 0,3794
– z = ? => erf(z) = 0,4210
– z = 0,40 => erf(z) = 0,4284
– Obtém-se z = 0,392
Assim
– 0,4120 = erf(62,5/t) = erf(0,392)
– 0,392 = 62.5/t
– t = 25400 s = 7,1 h
Ou seja, após 7 horas, a uma temperatura de 950ºC e uma concentração externa constante de 1,2wt%, obtém-se uma concentração de 0,8wt% de Carbono a uma profundidade de 0.5mm.
Mecanismos de difusão
•
Pode haver difusão de átomos do próprio material,
auto-difusão
, ou de impurezas,
interdifusão.
•
Ambas podem ocorrer através da ocupação do espaço
vazio deixado por vacâncias.
•
A interdifusão também pode ocorrer através da ocupação
de interstícios. Este mecanismo é mais veloz porque os
átomos das impurezas são menores e existem mais
interstícios do que vacâncias.
•
Tudo isto indica uma dependência da difusão com o tipo
de impureza, o tipo de material e a temperatura.
110
Fatores que influenciam a difusão
•
Tipo de impureza e tipo de material
Impureza Material D0(m 2
/s) Qd (eV/átomo)
Difusividade (T=500ºC)
Difusividade (T=900ºC) Fe -Fe 2,0x10-4
2,49 1,1x10-20
3,9x10-15
Fe -Fe 5,0x10-5
2,94 1,1x10--17
7,8x10-16
C -Fe 6,2x10-7
0,83 2,3x10-12
1,6x10-10
111
Fatores que influenciam a difusão
•
Temperatura
Como os mecanismos satisfazem um gráfico de Arrhenius, a difusividade terá a mesma dependência com a
temperatura.
onde D0é uma constante independente de T
Qdé a energia de ativação para difusão (J/mol, eV/átomo)
R é a constante universal dos gases perfeitos (8,31 J/mol.K ou 8,62 x 10-5eV/átomo.K)
T é a temperatura em K DD0exp Qd
RT
T R Q DD ln d . 1
ln 0
112
Gráficos de Arrhenius para D
Ni em Fe cfc
Cu em Al
Zn em Cu C em Fe cfc
114
Exemplo: o diamante Hope e o rubi Rosser Reeves
O diamante Hope (44,5 carats), o qual é quase carbono puro.
115
m = (44,5 carats)[(0,200 g)/(1 carat)] = 8,90 g
moles mol g g massa m
n 0,741
/ 011 , 12 90 , 8 mol
por
átomos N mol atomos mol N n N A 23 23 10 46 , 4 ) / 10 022 , 6 )( 741 , 0 ( . 116 (b)
m = (138 carats)[(0,200 g)/(1 carat)] = 27,6 g.
101,9612u (15,9994u)
3 (26,9815u) 2
molecular massa
Massa de 2 áts de Al Massa de 3 áts de O
Cálculos como este na parte (a) revelam que o Rubi Rosser Reeves contém 0,271 moles ou 1,63 x 1023moléculas de Al
Defeitos LINEARES
2
Discordâncias
•
São defeitos lineares. Existe uma linha separando a
seção perfeita, da seção deformada do material.
3
Discordância em linha
A discordância em linha corresponde à borda (edge) do plano extra.
Discordância em linha Plano Extra
4
DEFEITOS LINEARES
O circuito e o vetor de Burgers
Cristal Perfeito discordância em linhaCristal c/
O circuito se fecha. O circuito não se fecha. O vetor necessário para fechar o circuito é o vetor de Burgers, b, que
caracteriza a discordância.
Neste caso bé perpendicularà discordância
6
Discordância em Hélice
Discordância
Neste caso o vetor de Burgers é paralelo à
7
Discordância mista
Linha da discordância
O vetor de Burgers mantém uma direção fixa no espaço. Na extremidade inferior esquerda, onde
a discordância é pura hélice, bé paralelo à discordância. Na extremidade superior direita, onde a
discordância é pura linha, bé perpendicular à discordância.
Discordâncias e deformação mecânica
•
Uma das maneiras de representar o que acontece
quando um material se deforma é imaginar o
deslizamento
de um plano atômico em relação a outro
plano adjacente.
Rompimento de diversas ligações atômicas simultaneamente.
Plano de deslizamento (slip plane)
Baseado nesta representação, é possível fazer uma estimativa teórica da tensão cisalhante crítica.
10
Discordâncias e def. mec. (cont.)
A tensão cisalhante crítica é o valor máximo, acima do qual o cristal começa a cisalhar.
No entanto, os valores teóricos são muito maiores do que os valores obtidos experimentalmente.
11
Discordâncias e def. mec. (cont.)
1 2 3
4 5 6
tensão cisalhante
tensão cisalhante
tensão cisalhante tensão cisalhante
12
Direção do movimento Linha:
mov. na direção da tensão
Hélice: mov. normal a direção da tensão.
O efeito final é o mesmo.
Fronteiras de grão e interfaces
•
Um material poli-cristalino é formado por muitos
mono-cristais em orientações diferentes.
•
A fronteira entre os monocristais é uma parede, que
corresponde a um defeito bi-dimensional.
14
Fronteira de baixo ângulo
15
Modelo de Contorno de Grão
Vazios em fluência
19
Corrosão intergranular em aço INOX 316
20
Podemos classificar quanto ao tamanho
22
23
Empilhamento de discordâncias
Aço inox HC
24
Recristalização
Liga de AlMg
26
27
Contorno de grão
Alto angulo >15º
Baixo angulo < 15º
28
Macla (twin)
•
Fronteira de alta simetria onde um grão é o espelho do
outro.
Formadas pela aplicação de tensão mecânica ou em tratamentos térmicos de recozimento (annealing) Plano de
macla (twin plane)
30
Outras fronteiras
•
Fronteira de grande ângulo
Fronteira de rotação com ângulos maiores do que 15º Mais difícil de interpretar (unidades estruturais).
31
Diagramas de Fase
32
DEFINIÇÕES
•Componente–metal puro
•Solvente - hospedeiro (ou componente em maior quantidade)
•Soluto - elemento dissolvido (ou componente em menor quantidade)
•Sistema- conjunto de ligas possíveis do mesmo componente
•Solubilidade limite - concentração máxima de soluto que pode ser dissolvido a uma dad temperatura.
Conceito Metal Puro 99,99999%
Impurezas Elementos de liga
Solução sólida Segunda fase
f ( impureza, T, %)
Não há formação de novas estruturas O soluto esta uniformente distribuído na rede
34
35
Grau de Liberdade = é o número de variáveis tais como temperatura, pressão, e/ou concentração dos componentes de uma fase, a qual deve ser arbitrariamente fixada de modo que a condição do sistema possa ser perfeitamente definida.
Analogia algébrica
•É sabido que um sistema de duas equações pode ser resolvido para duas incógnitas •Porém se o sistema contém tres incógnitas e sómente duas equações, uma desta variáveis independentes deve ser definida de modo a resolver as outras duas.
NESTE CASO O SISTEMA POSSUI UM GRAU DE LIBERDADE
Portanto
GRAU DE LIBERDADE (F) = NÚMERO DE VARIÁVEIS–O NÚMERO DE EQUAÇÕES
Regras das fases
36
Variáveis
As variáveis involvidas no diagrama de fases são :
TEMPERATURA, PRESSÃO, E FRAÇÃO MOLAR DE COMPONENTE DENTRO DE CADA FASE
•Uma vez que a soma da fração molar dos componentes é igual a unidade, é possível determinar a fração molar de um componente se o resto é conhecido.
•Portanto cada fase tem um número de variáveis independentes igual ao número de componentes menos um.
Resultado o sistema tem um número de variáveisindependentes igual ao
número de fases x (número de componentes –1) + temperatura + pressão ou variáveis =
Equações;
As equações usadas são um resultado direto da relação de energia livre de Gibbs.
Se 3 fases estão em equilíbrio a variação em energia livre de cada componente da fase é zero.
Por exemplo: Seja um sistema binário de componentes A e B e considere um ponto no qual as tres fases , , estão em equilíbrio.
A equação resultante para o componente A será dGA= dGAe dGA= dGA.
Observe que o número de equaçõespara o componente A é igual ao número de fases menos um. Portanto
o número total de equações = número de componentes x (o número de fases –1)
ou
Equações = C (P-1)
38
F = variáveis - equações
39
Regra das Fases
F = C –P + 2
F = graus de liberdade
C = No. de componentes do sistema
P = No. de fases em equilíbrio
Se pressão e temperatura são variáveis
F = C –P + 1 Se a pressão é mantida constante
40
F = C
–
P + 1
F =2
F =1
C=2
F= 3-P
Na reação eutética P =3
(L, , )
F=0
Ex: Aplique a regra das fases nos pontos indicados
A B
L
L+S
S
a
b
c
d
F = C-P+1 Ponto a F=2 -1+1 = 2
Ponto b F=2 -2+1 = 1
Ponto c F=2 -1+1 = 2
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Usando a eq. F+P = C+N
E considerando a pressão constante de 1atm N=1
Portanto F+P = C+1
C=2 ( dois componentes Pb e Sn)
P=2 ( duas fases) sólido e líquido
Portanto F= C + 1–P
F= 2 +1–2 = 1
F=1
Isto significa que esta mistura bifásica pode ser retida no resfriamento ou aquecimento. A mudança de temperatura“utiliza”a liberdade do sistema e deve ser acompanhada com mudanças na composição.
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b) Calcule o número de graus de liberdade para uma solução sólida de Sn monofásica, dissolvida em Pb
F = C–P + 1
F = 2–1 + 1