Prof. Jean Naves
ANIMAIS PEÇONHENTOS
QUEBRANDO A BANCA
O QUE SÃO ANIMAIS PEÇONHENTOS?
São aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais
para injetá-la em presas ou predadores.
Essa condição é dada naturalmente por meio de dentes modificados, aguilhão,
ferrão, quelíceras, cerdas urticantes, nematocistos entre outros.
ANIMAIS PEÇONHENTOS X VENENOSOS
Animais Peçonhentos Animais Venenosos
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno
que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por
onde o veneno passa ativamente
Portanto, peçonhentos são os animais que injetam veneno com
facilidade e de maneira ativa
Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho
inoculador (dentes e ferrões)
Provocando envenenamento passivo por: Contato (taturana),
Compressão (sapo), Ingestão (peixe baiacu)
PRINCIPAIS ANIMAIS PEÇONHENTOS
Peçonhento
Animal que produz peçonha em glândulas
especializadas e consegue inocular
Abelhas Águas vivas
Aranhas
Escorpião
Lagartas Serpentes
Animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são
encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo
acumulado
ACIDENTE OFÍDICO
Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento
decorrente da picada de serpentes.
No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em
saúde pública pertencem às Famílias Viperidae e Elapidae.
Os Acidentes estão divididos em quatro tipos:
Acidentes botrópicos
Acidentes crotálicos
Acidentes
laquéticos Acidente
elapídico Serpentes dos
gêneros Bothrops e Bothrocophias
Serpentes do gênero Crotalus
Serpentes do
gênero Lachesis Serpentes dos gêneros Micrurus
e Leptomicrurus jararaca,
jararacuçu, urutu,
caiçaca, comboia cascavel
surucucu-pico-de-jaca coral-verdadeira
Locais de picadura:
70% pés e pernas e 15% mãos e
antebraços
CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES
Fosseta loreal presente
A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o olho e a narina, daí
a denominação popular de
“serpente de quatro ventas”
Indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é
encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis.
CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES
Fosseta loreal ausente
As serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal e
possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na
região anterior da boca
QU A IS OS S INT OM A S P ODE M CA U
Acidente botrópico
Precoce ( < 6 horas )
Dor imediata
Edema e rubor no local
Aumento do tempo de coagulação Hemorragia nos
casos graves
Tardio ( > 6 horas )
Bolhas
Necrose local
Insuficiência renal (casos graves)
Equimoses
Grupo que causa maioria dos acidente com cobras no Brasil,
com 29 espécies em todo o território nacional
Encontradas em ambientes diversos, desde beiras de rios e
igarapés, áreas litorâneas e úmidas, agrícolas e periurbanas,
cerrados, e áreas abertas.
QU A IS OS S INT OM A S P ODE M CA U
São identificadas pela presença de um guizo, chocalho ou maracá na cauda e têm ampla distribuição em
cerrados, regiões áridas e
semiáridas, campos e áreas abertas.
Acidente crotálico
Sensação de formigamento
Dificuldade de manter os olhos abertos
Visão turva ou dupla
Mal-estar
Náuseas
Cefaleia
As manifestações podem ser acompanhadas por dores musculares generalizadas e urina escura nos casos mais
graves.
QU A IS OS S INT OM A S P ODE M CA U
A pico-de-jaca é a maior serpente peçonhenta
das Américas.
Acidente laquético
Quadro semelhante ao acidente por
jararaca
Pode ainda causar dor abdominal
Vômitos
Diarreia
Bradicardia
Hipotensão
Seu habitat é a floresta Amazônica e os remanescentes
da Mata Atlântica
QU A IS OS S INT OM A S P ODE M CA U
São amplamente distribuídos no país, com várias espécies
que apresentam padrão característico, com anéis
coloridos.
Acidente elapídico
Dor de intensidade variável
Visão borrada ou dupla
Pálpebras caídas e aspecto sonolento
Óbitos estão relacionados à paralisia dos músculos respiratórios, muitas vezes decorrentes da demora na busca por socorro médico.
TIPOS DE VENENO COMO PREVENIR ?
Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem
Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las
Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários
Não acumular entulhos e materiais de construção Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros,
cantos de parede
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés
Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos
Manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros;
Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada
Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE COM SERPENTES ?
Lavar o local da picada apenas com água e sabão Manter paciente deitado
Manter o paciente hidratado
Procurar o serviço médico mais próximo Se possível, levar o animal para identificação
O QUE NÃO FAZER EM CASO DE ACIDENTES COM SERPENTES
Não fazer torniquete ou garrote Não cortar o local da ferida
Não perfurar ao redor do local da ferida
Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes Não beber bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos
TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA
Acidente Botrópico
Específico: Consiste na administração, o mais precocemente possível, do soro antibotrópico (SAB) por via intravenosa
e, na falta deste, das associações antibotrópico-crotálica (SABC) ou antibotrópicolaquética (SABL).
Geral:
Manter elevado e estendido o segmento picado
Emprego de analgésicos para alívio da dor
Hidratação: manter o paciente hidratado, com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto, e 1 a 2
ml/kg/hora na criança
Antibioticoterapia: o uso de antibióticos deverá ser indicado quando houver evidência de infecção.
Acidente Crotálico
Específico: O soro anticrotálico (SAC) deve ser administrado intravenosamente. A dose varia de
acordo com a gravidade do caso, devendo-se ressaltar que a quantidade a ser ministrada à criança é a mesma do adulto. Poderá ser utilizado
o soro antibotrópico-crotálico (SABC).
Geral:
A hidratação adequada é de fundamental importância na prevenção da IRA e será satisfatória
se o paciente mantiver o fluxo urinário de 1 ml a 2 ml/kg/hora na criança e 30 a 40 ml/hora no adulto.
A diurese osmótica pode ser induzida com o emprego de solução de manitol a 20% (5 ml/kg na criança e 100 ml no adulto).
Caso persista a oligúria, indica-se o uso de diuréticos de alça tipo furosemida por via intravenosa (1 mg/kg/ dose na criança e
40mg/dose no adulto).
TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA
Acidente Laquético
Específico: O soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL) deve ser
utilizado por via intravenosa
Nos casos de acidente laquético comprovado e na falta dos soros específicos, o tratamento
deve ser realizado com soro antibotrópico, apesar deste não neutralizar de maneira eficaz
a ação coagulante do veneno laquético.
Acidente Elapídico
O soro antielapídico (SAE) deve ser administrado na dose de 10 ampolas, pela via intravenosa. Todos os
casos de acidente por coral com manifestações clínicas devem ser considerados como
potencialmente graves.
Nos casos com manifestações clínicas de insuficiência respiratória, é fundamental manter o paciente adequadamente ventilado, seja por máscara e AMBU, intubação traqueal e
AMBU ou até mesmo por ventilação mecânica.
QUESTÕES
1. (UFMA – 2019) No atendimento à vítima de acidente ofídico, é correto:
(A) Estimular a vítima a correr para eliminar o veneno pelo suor.
(B) Garrotear o membro afetado para impedir a circulação do veneno no organismo.
(C) Sugar o local da picada para reduzir a quantidade de veneno na circulação sanguínea.
(D) Realizar perfurações em torno do local da picada para promover sangramento, diminuindo assim a quantidade de veneno no sangue.
(E) Elevar o membro afetado para reduzir edema local.
1. (UFMA – 2019) No atendimento à vítima de acidente ofídico, é correto:
(A) Estimular a vítima a correr para eliminar o veneno pelo suor.
(B) Garrotear o membro afetado para impedir a circulação do veneno no organismo.
(C) Sugar o local da picada para reduzir a quantidade de veneno na circulação sanguínea.
(D) Realizar perfurações em torno do local da picada para promover sangramento, diminuindo assim a quantidade de veneno no sangue.
(E) Elevar o membro afetado para reduzir edema local.
2. (UPA-CS – 2018) Em relação ao acidente ofídico crotálico, assinale a alternativa incorreta.
(A) Após 12 horas, pode ocorrer incoagulabilidade sanguínea. A paralisia respiratória pode ser ainda mais precoce.
(B) Eritema, dor intensa, bolhas e equimose podem surgir de 1 a 3 horas após o evento, no local da picada.
(C) Mialgia generalizada, rabdomiólise e mioglobinúria são frequentemente observadas.
(D)Ptose palpebral bilateral, fácies miastênica, disfagia e diplopia podem ocorrer.
2. (UPA-CS – 2018) Em relação ao acidente ofídico crotálico, assinale a alternativa incorreta.
(A) Após 12 horas, pode ocorrer incoagulabilidade sanguínea. A paralisia respiratória pode ser ainda mais precoce.
(B) Eritema, dor intensa, bolhas e equimose podem surgir de 1 a 3 horas após o evento, no local da picada.
(C) Mialgia generalizada, rabdomiólise e mioglobinúria são frequentemente observadas.
(D)Ptose palpebral bilateral, fácies miastênica, disfagia e diplopia podem ocorrer.
3. (QUADRIX – 2019) Um paciente de 42 anos de idade, pequeno produtor rural, deu entrada no pronto‐socorro, queixando‐se de muita dor na perna após ter sido picado por cobra não identificada. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa incorreta em relação ao atendimento de emergência a ser realizado.
(A) Antes de aplicar o soro antiofídico, deve‐se realizar o teste de sensibilidade cutânea em região do membro superior oposto à perna lesionada pela picada.
(B) Para detectar reações anafiláticas, deve‐se monitorar o paciente durante a infusão e nas primeiras horas após o início da soroterapia.
(C) Para evitar a insuficiência renal aguda, deve‐se instalar a hidratação endovenosa precocemente.
(D) Deve‐se orientar o paciente e sua família sobre a possibilidade de reações tardias, como urticária, febre baixa, artralgia e adenomegalia, surgirem no período de uma a quatro semanas após a soroterapia.
(E) Deve‐se providenciar a notificação compulsória do acidente com animal peçonhento e a investigação do caso por órgãos competentes.
3. (QUADRIX – 2019) Um paciente de 42 anos de idade, pequeno produtor rural, deu entrada no pronto‐socorro, queixando‐se de muita dor na perna após ter sido picado por cobra não identificada. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa incorreta em relação ao atendimento de emergência a ser realizado.
(A) Antes de aplicar o soro antiofídico, deve‐se realizar o teste de sensibilidade cutânea em região do membro superior oposto à perna lesionada pela picada.
(B) Para detectar reações anafiláticas, deve‐se monitorar o paciente durante a infusão e nas primeiras horas após o início da soroterapia.
(C) Para evitar a insuficiência renal aguda, deve‐se instalar a hidratação endovenosa precocemente.
(D) Deve‐se orientar o paciente e sua família sobre a possibilidade de reações tardias, como urticária, febre baixa, artralgia e adenomegalia, surgirem no período de uma a quatro semanas após a soroterapia.
(E) Deve‐se providenciar a notificação compulsória do acidente com animal peçonhento e a investigação do caso por órgãos competentes.
4. (INSTITUTO AOCP – 2019) Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Esses animais gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo acumulado. Em caso de picada de serpente, NÃO é recomendado
(A) lavar o local da picada apenas com água e sabão.
(B) procurar o serviço médico mais próximo.
(C) fazer torniquete ou garrote.
(D) levar o animal até o serviço de saúde para correta identificação, se possível.
(E) manter-se hidratado.
4. (INSTITUTO AOCP – 2019) Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Esses animais gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo acumulado. Em caso de picada de serpente, NÃO é recomendado
(A) lavar o local da picada apenas com água e sabão.
(B) procurar o serviço médico mais próximo.
(C) fazer torniquete ou garrote.
(D) levar o animal até o serviço de saúde para correta identificação, se possível.
(E) manter-se hidratado.
5. (
IDCAP – 2018)Acidentes crotálicos são causados por serpentes do gênero Crotalus. Temos como exemplo de serpentes desse grupo a:
(A) Jararaca.
(B) Coral verdadeira.
(C) Cascavel.
(D) Surucucu.
(E) Jibóia.
5. (
IDCAP – 2018)Acidentes crotálicos são causados por serpentes do gênero Crotalus. Temos como exemplo de serpentes desse grupo a:
(A) Jararaca.
(B) Coral verdadeira.
(C) Cascavel.
(D) Surucucu.
(E) Jibóia.
6. (IBADE – 2020)
Os profissionais de saúde têm atribuições comuns e específicas no controle dos acidentes por animais peçonhentos. É correto afirmar que uma das atribuições específicas do Técnico/Auxiliar de Enfermagem nestes casos está exemplificada na alternativa:(A) identificar sinais de gravidade de acidentes por animais peçonhentos.
(B) solicitar exames complementares, quando necessários.
(C) orientar a população sobre medidas de prevenção de acidentes, sinais, sintomas e recursos de saúde disponíveis para as situações de acidentes por animais.
(D) diagnosticar precocemente os casos de acidentes por animais peçonhentos.
(E) enviar ao setor competente semanalmente as informações epidemiológicas referentes aos acidentes por animais peçonhentos da área de atuação da UBS.
6. (IBADE – 2020)
Os profissionais de saúde têm atribuições comuns e específicas no controle dos acidentes por animais peçonhentos. É correto afirmar que uma das atribuições específicas do Técnico/Auxiliar de Enfermagem nestes casos está exemplificada na alternativa:(A) identificar sinais de gravidade de acidentes por animais peçonhentos.
(B) solicitar exames complementares, quando necessários.
(C) orientar a população sobre medidas de prevenção de acidentes, sinais, sintomas e recursos de saúde disponíveis para as situações de acidentes por animais.
(D) diagnosticar precocemente os casos de acidentes por animais peçonhentos.
(E) enviar ao setor competente semanalmente as informações epidemiológicas referentes aos acidentes por animais peçonhentos da área de atuação da UBS.