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Alfabetização e Letramento para Todos os Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental I. Inaura Amâncio Clemente, Irene da Silva Coelho

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Academic year: 2022

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Anais do Encontro Nacional de Pós-Graduação – VIII ENPG Vol.3 (2019) Página 267

Alfabetização e Letramento para Todos os Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental I

Inaura Amâncio Clemente, Irene da Silva Coelho Universidade Metropolitana de Santos

E-mail: inaura_amancio@hotmail.com

Resumo: Este estudo aborda a temática do processo de letramento do aluno com necessidades educacionais especiais nos anos iniciais e a necessidade de que a escola e todos os educadores de que dela fazem parte tenham uma postura inclusiva e recebam uma formação adequada para que o atendimento educacional ofertado tenha qualidade. Trata-se de pesquisa exploratória e descritiva que utiliza os documentos oficiais do Ministério da Educação e Cultura sobre inclusão e de autores que abordam a questão da inclusão numa perspectiva da alteridade. São retomados alguns conceitos essenciais para que o letramento seja realizado numa perspectiva inclusiva. O objetivo é descrever esses conceitos e aqueles que estão relacionados ao desenvolvimento das habilidades de leitura. As crianças apresentam dificuldades significativas em suas percepções e para ensiná-las a ler é necessário mesclar diferentes procedimentos e incluir recursos visuais e gestuais para dar suporte a atividade da criança.

Palavras-chave:Alfabetização; Letramento; Necessidades Educacionais Especiais; Leitura Abstract: This study addresses the issue of the literacy process of students with special educational needs in the early years and the need for the school and all the educators in it to have an inclusive posture and receive adequate training so that the care offered have quality.

This is an exploratory and descriptive research that uses the official documents of the Ministry of Education and Culture on inclusion and authors that address the issue of inclusion in a perspective of otherness. Some essential concepts are taken up so that literacy can be done from an inclusive perspective. The goal is to describe these concepts and those that are related to the development of reading skills. Children have significant difficulties in their perceptions and to teach them to read it is necessary to merge different procedures and include visual and gestural resources to support the child's activity.

Keywords: Literacy; Literacy; Special Educational Needs; Reading

Introdução

A inclusão de crianças que apresentam necessidades especiais no ambiente escolar tem se mostrado desafiadora para educadores e alunos, pois os professores ainda não têm sido devidamente preparados para o atendimento à diversidade que se apresenta na escola pública e na privada. As pesquisas vêm apontando a necessidade de maior abrangência na formação inicial dos professores para que esses profissionais se sintam preparados para promover a

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interação entre os alunos e o conhecimento, de forma sensível e que promova uma experiência de fato significativa para os alunos.

A escola precisa promover uma prática pedagógica que supra as necessidades dos alunos, atendendo a todos os alunos e propiciando a apropriação do conhecimento, no caso deste estudo, trata-se da promoção do letramento. Quando a questão é a prática inclusiva, trata-se de envolver todos os educandos, levando em consideração as dificuldades apresentadas, e desenvolvendo uma metodologia adequada a essas dificuldades.

O termo “educação inclusiva” está relacionado ao movimento de tentativa de aplicação prática ao campo da educação, ou seja, ao movimento mundial denominado

“Inclusão Social”, que foi proposto como um novo paradigma, que implicaria a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos [1].

Encaixa-se neste contexto, o Brasil que participou da “Conferência Mundial de Educação para Todos”, em 1990, e da “Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade”, em 1994. Encontros que consolidaram e deram mais visibilidade aos direitos das pessoas com deficiência. É válido destacar, que não somente a participação política se faz suficiente para a adequação do que foi acordado nesses eventos, mas são necessárias ações que garantam esses direitos proporcionando as pessoas com deficiência uma educação de qualidade [2].

O objetivo deste estudo é:

 descrever alguns dos princípios que orientam uma educação inclusiva que visa ao letramento do aluno com necessidades educacionais especiais numa perspectiva da alteridade.

Uma das inovações trazidas pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva [2008] é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), um serviço da educação especial que "[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas" [3].

O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino e é parte integrante do projeto político pedagógico da escola. É realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais, em que são atendidos de preferência, alunos público-alvo da educação especial, conforme estabelecido na

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Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto N.6.571/2008.

É preciso enfatizar que a organização do Atendimento Educacional Especializado considera as peculiaridades de cada aluno e que podem necessitar de atendimentos diferenciados. Por isso, o primeiro passo para se planejar o Atendimento não é saber as causas, diagnósticos, prognóstico da suposta deficiência do aluno, mas sim compreender que antes da deficiência, vem a pessoa, o aluno, com sua história de vida, sua individualidade, seus desejos e diferenças.

Materiais e Métodos

A pesquisa, documental e descritiva, encontra-se ainda em andamento. Nesta fase ainda inicial, foram utilizados como procedimentos metodológicos, o levantamento documental de fontes primárias e secundárias, por meio desse procedimento, fez-se a leitura de documentos do Ministério da Educação e Cultura sobre inclusão, as declarações que vêm orientando as ações inclusivas e obras de autores que abordam a questão da inclusão, do letramento de alunos com necessidades educacionais especiais.

Resultados

A criança com necessidades educacionais especiais pode apresentar muitas limitações, o trabalho pedagógico deve principalmente respeitar o desenvolvimento mais debilitado do aluno e oferecer-lhe estimulações adequadas para o desenvolvimento de suas habilidades.

Atividades devem ser criadas e implementadas de acordo com as especificações das crianças e exige adaptações de ordem curricular que requerem acompanhamento dos educadores e pais.

É preciso que a criança receba estímulos motores, afetivos e sociais nos primeiros anos de vida, pois são cruciais para sua vida. Também o desenvolvimento da autonomia se faz necessário, pois leva a criança a poder tornar-se crítica, criativa, questionadora e poder assim, interferir no meio em que vive.

A escola, adotando uma proposta que se baseie no princípio da alteridade e na interação, permitirá que a criança especial adquira conhecimentos que potencializem a memória e os conhecimentos que serão cobrados pela sociedade e que são indispensáveis para o crescimento de qualquer indivíduo.

O ensino das crianças especiais deve ocorrer de maneira organizada, seguindo previamente passos estabelecidos, o ensino não deve ser metódico, deve ocorrer de maneira

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lúdica para atrair a criança através de diferentes estimulações e agradável para despertar o interesse.

Todas as atividades proporcionadas à criança devem ter por objetivo a aprendizagem que possibilite a criança desenvolver suas habilidades. Frente a grande variação das habilidades e dificuldades da criança, programas individuais devem ser considerados e nestes enfatizar-se as possibilidades de aprendizagem de cada criança e a motivação necessária para o seu desenvolvimento.

Discussão

Um programa estruturado de aprendizagem permite que as crianças com necessidades especiais desenvolvam seu pensamento lógico, a observação e a compreensão do ambiente por meio de diferentes tipos de atividades que promovam o desenvolvimento de habilidades de leitura.

Atividade de associação - a associação implica que o aluno perceba e discrimine visualmente objetos e desenhos, entendendo suas características. Na medida em que a criança avança no conhecimento, fará outras associações de objetos diferentes. É necessário usar material manipulável e objetos que sejam atraentes para as crianças. Os desenhos serão óbvios, com contornos bem definidos, que permitem uma percepção clara. O objetivo desses trabalhos nas fases iniciais é associar objetos ou desenhos iguais. O trabalho de associação com lápis e papel, começa quando o aluno tem a facilidade manual e a capacidade de controlar o movimento da mão guiada pela visão. O uso de etiquetas autoadesivas, papéis recortados e cola é muito útil, mas pode ser difícil para algumas crianças devido às suas limitações manipulativas. Trabalhos preparados em folhas de papel devem conter todos os tipos de desenhos e imagens que ajudam a criança a rever e aumentar o vocabulário, o conhecimento que é adquirido, incluindo aqueles referidos às propriedades dos objetos e as relações ou associações que existem. A tarefa perceptivo-discriminativa é acompanhada por uma resposta grafo motora que está alinhada ao nível da criança -às suas habilidades de pré - escrita.

Seleção – As atividades de seleção devem ser realizadas aproveitando as circunstâncias normais e naturais da vida e dos jogos da criança. As primeiras atividades são aquelas que são feitas nomeando pessoas e coisas, pedindo à criança que olhe, aponte ou pegue o nome.

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Cartões com fotos – o cartão de foto é o elemento essencial no início do Programa de Leitura. Para fazê-lo, é necessário ter fotografias individuais do aluno, seus pais e irmãos, ou outras pessoas próximas a ele. A pessoa retratada pode ser percebida e facilmente reconhecida pelo aluno. Cada uma das fotos é colada em um cartão juntamente com o nome da pessoa. O nome deve ser escrito: com letras grandes e claras.

Bingo com palavras – as cartelas serão feitas com as primeiras palavras que a criança reconhece e associa aos cartões de fotos e cartões de palavras.

Alfabeto móvel – O alfabeto tem o objetivo de acostumar a criança a dizer palavras que começam com determinada letra, dessa forma ela revela as palavras que pertencem ao seu vocabulário e fazem o reconhecimento da letra inicial. A atividade poderá ser expandida de acordo com o progresso do aluno e objetivos estabelecidos pelo professor.

Considerações

A educação das crianças com necessidades especiais é possível, pois elas são capazes de aprender, desde que respeitadas suas especificidades. É necessário superar o paradigma posto e concretizar efetivamente o que se vem sendo debatido e trabalhar em prol da inclusão de todos os alunos em uma escola de qualidade. Para que isso ocorra, práticas que visem ao letramento do aluno são necessárias e devem ser adequadas às suas necessidades de aprendizagem.

Referências

1.Mendes, E. Inclusão Marco Zero: começando pelas creches. Araraquara: Junqueira e Marin:

2010.

2. Ferreira, G; Andrade, L. Políticas públicas de inclusão na educação infantil. In: I Seminário internacional de pesquisa em políticas públicas e desenvolvimento social. Franca:2014.

3. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Projeto político pedagógico de curso de especialização lato sensu em atendimento educacional especializado – AEE (2009/2010). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/

arquivos/pdf/ppp_curso _seesp.pdf>. Acesso em: Mar, 2019.

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