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Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola. Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira

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Agrupamento de Escolas de São João da

Pesqueira

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola

Delegação Regional do Norte da IGE

Datas da visita: 24 a 26 de Março de 2009

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Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira 24 a 26 de Março de 2009

I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um «programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho».

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas.

Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 24 e 26 de Março de 2009.

Os capítulos do relatório ― Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

Escala de avaliação

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em

procedimentos explícitos,

generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos

resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa

individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola.

No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A

capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global.

As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo Agrupamento, encontra-se no

sítio da IGE em: www.ige.min-edu.pt

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira situa-se na sede do concelho, na região demarcada do Douro. Esta estrutura organizacional é constituída por uma escola básica e secundária (a escola sede), por doze jardins-de-infância e dois pólos itinerantes e por dez escolas básicas do 1.º ciclo, que distam da sede do concelho entre 7 e 32 quilómetros. Apesar da dispersão das escolas do 1.º ciclo, problema a ser superado com a construção de um futuro centro escolar, constata-se que estas foram objecto de melhoramentos/adaptações, por parte da Autarquia, para cumprirem as exigências da “escola a tempo inteiro” e que possuem aquecimento nos seus espaços. A escola sede apresenta carência de espaços, nomeadamente de salas específicas. O Agrupamento é frequentado por 1223 crianças/alunos: 214 na educação pré-escolar; 370 no 1.º ciclo; 189 no 2.º ciclo; 249 no 3.º ciclo; 155 no ensino secundário e, nos cursos de educação e formação e de formação de adultos, 26 e 20 alunos, respectivamente. O número de alunos que não têm o Português como língua materna é muito reduzido (3 alunos romenos).

Numa região em que a actividade económica predominante é, por tradição, a agricultura e onde a emigração é visível, beneficiam da Acção Social Escolar 67% dos alunos, sendo 45% do escalão A, 17%

do B e 5% do C. Do número total de alunos, 60% não possuem computador nem acesso à Internet em casa, 15% têm computador com acesso à Internet e os restantes têm computador sem ligação à Internet. Conhecem-se as actividades profissionais de 65% dos pais/encarregados de educação dos alunos e, destes, 38% são trabalhadores não qualificados, 22% operários artífices e trabalhadores da indústria, 16% trabalhadores dos serviços e comércio, 13% quadros superiores, dirigentes e profissões intelectuais, 6% trabalhadores da agricultura e pescas e 5% técnicos e profissionais de nível intermédio. São conhecidas as habilitações académicas de 90% dos pais e, destes, 82% possuem o ensino básico (39%, 30%, 13% nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos, respectivamente), 10% o ensino secundário, 1% o bacharelato, 4% a licenciatura e 3% não têm habilitações. O quadro de pessoal docente integra 126 elementos: 43% do Quadro de Escola, 38% do Quadro de Zona Pedagógica e 19% em regime de contratação. É uma classe experiente, na medida em que apenas 27% possuem menos que 10 anos de serviço e 48% têm mais de 40 anos de idade. Conta, ainda, com um quadro, também estável e experiente, de pessoal não docente. Dos 67 funcionários (12 assistentes técnicos e 55 assistentes operacionais), 48% pertencem ao quadro da função pública, 37% encontram-se em regime de contrato individual de trabalho e os restantes (15%) estão em regime de contrato a termo.

Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira 24 a 26 de Março de 2009

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. RESULTADOS BOM

Em 2007/08, no ensino secundário, a taxa de transição/conclusão do Agrupamento foi superior à sua homóloga nacional e a do 3.º ciclo aproximou-se do referente nacional. Todavia, as taxas de transição/conclusão, nos 1.º e 2.º ciclos, foram inferiores aos valores nacionais. No que respeita aos resultados da avaliação externa, em 2008, a percentagem de classificações positivas, nas provas de aferição do 4.º ano, foi superior ao referente nacional, mas, no 6.º ano, foi inferior, com particular referência para a disciplina de Matemática. No último triénio, os resultados dos exames nacionais do 9.º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, situaram-se abaixo das médias nacionais.

No que respeita ao 12.º ano, nas disciplinas de Português e Matemática, as classificações do Agrupamento têm vindo a aproximar-se das nacionais. Quanto à disciplina de História e nos últimos três anos, apenas, no ano transacto esteve ligeiramente abaixo da média nacional. Os alunos conhecem os seus direitos e deveres e manifestam-se co-responsáveis no desenvolvimento de actividades que integram o Plano Anual de Actividades e na tomada das decisões que lhes dizem respeito. No geral, manifestam um comportamento disciplinado e respeitador, observando-se uma forte identificação dos alunos com o Agrupamento. É também perceptível o bom ambiente vivido entre alunos, professores e outros funcionários. Refira-se que os alunos do ensino secundário são responsabilizados, sob a figura do “Aluno Tutor”, pela gestão e ordem da cantina. O Agrupamento, consciente da necessidade de

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Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira 24 a 26 de Março de 2009

diversificar a sua oferta educativa e de promover o sucesso efectivo para todos, criou cursos de educação e formação, os quais revelam uma taxa de sucesso plena. O abandono escolar, no ano lectivo 2007/2008, foi inexistente. No triénio 2006 a 2008, aumentou o número de alunos que integrou o Quadro de Excelência e que se candidatou e entrou no ensino superior, o que deixa perceber uma maior valorização das aprendizagens.

2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO BOM

Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, há planos anuais de actividades comuns. A gestão das orientações curriculares e dos conteúdos programáticos, a partilha de experiências e materiais pedagógicos, bem como a análise de resultados escolares são levadas a cabo, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, em Conselho de Docentes e, nos restantes ciclos, nos departamentos e nos conselhos de grupo/disciplina. A articulação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo e deste com as actividades de enriquecimento curricular é efectivada ao nível de cada estabelecimento. Entre o 1.º e o 2.º ciclos, a continuidade pedagógica é assegurada por acções conjuntas, no início do ano lectivo, da responsabilidade dos docentes do 4.º ano e dos directores de turma do 5.º ano. Entre o 2.º e o 3.º ciclos e entre este e o ensino secundário, o esforço de articulação, apesar de algumas iniciativas, baseadas na cooperação informal entre docentes, apresenta-se ainda incipiente. A coordenação interdepartamental assenta, fundamentalmente, na cooperação informal entre os respectivos coordenadores e a articulação interdisciplinar, visível em actividades transversais e na articulação de conteúdos entre disciplinas afins, é realizada ao nível dos conselhos de turma, onde também são programadas as actividades para as áreas curriculares não-disciplinares. A supervisão da prática lectiva em sala de aula não está instituída, sendo, no entanto, o seu acompanhamento assegurado, indirectamente, pelas estruturas de coordenação e supervisão.

O Agrupamento não dispõe de Serviços de Psicologia e Orientação. Conta, apenas, com o apoio pontual da Câmara Municipal e, recentemente, da Segurança Social, para algumas situações no âmbito da terapia da fala e do acompanhamento de alunos com situações especialmente delicadas. Na transição entre ciclos, os alunos contam apenas com o apoio dos directores de turma e, pontualmente, com a Psicóloga da Esprodouro para a sua orientação ao longo do percurso escolar. Os alunos com necessidades educativas especiais constituem grande preocupação para o órgão de gestão e estruturas intermédias, que tentam compensar a insuficiência de recursos humanos e físicos disponíveis, garantindo apoio educativo individualizado a todos os casos tidos como prioritários. O Agrupamento implementou um conjunto de dispositivos de apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem, nomeadamente a sala de estudo, as tutorias, e as actividades baseadas no uso das novas tecnologias de informação e comunicação (plataforma Moodle e quadros interactivos). É de realçar a abrangência das aprendizagens proporcionadas pelo Agrupamento que, para além do ensino regular, integra actividades de enriquecimento curricular e de apoio às famílias (na educação pré-escolar) e se alarga ainda aos cursos de educação e formação para jovens e adultos. A diversidade e a valorização atribuída aos clubes temáticos e aos projectos, entre outras iniciativas, contribuem para o aprofundamento das dimensões socioculturais e artísticas.

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR MUITO BOM

Os documentos estruturantes do Agrupamento, elaborados com consistência, articulam-se entre si e assentam num quadro de princípios orientadores e de linhas gerais de actuação muito claros e adequados. Estão identificadas as prioridades de formação para o pessoal docente e não docente, sendo de relevar a formação interna levada a cabo pelo Agrupamento nas áreas das novas tecnologias de informação e comunicação, orientada para a utilização da plataforma Moodle. Os recursos humanos são bem geridos, respeitando as regras internas definidas, num quadro em que prevalece uma política de distribuição de tarefas assente em critérios pedagógicos conhecidos da comunidade escolar. É visível a preocupação do Conselho Executivo em gerir os espaços escolares, de modo a ultrapassar,

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nomeadamente a falta de salas específicas e a inadequação dos laboratórios na escola sede. O Agrupamento gere cuidadosamente os recursos financeiros e demonstra iniciativa para captar verbas para aquisição/actualização de alguns materiais e equipamentos, através das múltiplas candidaturas a projectos de índole científica e pedagógica.

O Agrupamento apresenta-se acolhedor e com um bom clima relacional. A grande abertura e disponibilidade do Conselho Executivo contribuiu para escutar, estimular e apoiar os diferentes actores da comunidade escolar. Os responsáveis pelo Agrupamento recorrem a diferentes estratégias e formas de comunicação com o objectivo de fomentar o envolvimento dos pais. No entanto, os constrangimentos existentes, nomeadamente as distâncias e o horário dos transportes, levam a que este objectivo não tenha melhores resultados. A equidade e justiça estão presentes nos documentos estruturantes do Agrupamento, na organização interna e na vida da comunidade escolar.

Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira 24 a 26 de Março de 2009

4. LIDERANÇA MUITO BOM

Sustentada numa boa capacidade de auscultação da comunidade escolar e na delegação de funções, a actuação do Conselho Executivo é concordante com as linhas mestras de acção expressas nos documentos orientadores. Estas linhas estão claramente definidas e existem metas hierarquizadas e avaliáveis. Vive-se, no Agrupamento, um clima de confiança e de solidariedade, sendo a oferta educativa orientada para satisfazer as expectativas da comunidade escolar. A cooperação e a mobilização da comunidade educativa, em torno do órgão executivo, são áreas de excelência. Existe uma grande interacção e responsabilização entre as várias estruturas de coordenação e supervisão e as estratégias de acção definidas têm-se revelado consistentes e positivas na melhoria do serviço educativo prestado, embora ainda não totalmente conseguido ao nível dos resultados académicos.

Neste contexto, a motivação e o empenho são características determinantes da actuação dos diversos actores, tornando o Agrupamento um local aprazível para as aprendizagens. A inovação pedagógica em que o Agrupamento aposta fortemente tem mobilizado e facilitado a partilha de informação e de materiais educativos e a interacção entre alunos, pais e professores. Igualmente, a existência de parcerias efectivas e de projectos diversificados a nível local, nacional e internacional facultam interacções culturais e visam a procura de novos centros de interesse que favorecem e mobilizam os docentes e os discentes.

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

BOM

Assumindo uma cultura pró-activa de contínua exigência, o Agrupamento produziu um relatório de avaliação interna, identificando os aspectos positivos, nomeadamente os das estrutura de gestão de topo e intermédias e, ainda, elaborou uma listagem de sugestões/estratégias, com vista à melhoria do seu funcionamento pedagógico. Os responsáveis do Agrupamento mostram-se atentos às solicitações vindas do exterior, aproveitando bem as oportunidades que se lhe deparam, designadamente a participação em projectos nacionais e internacionais. A liderança ao nível da gestão e o clima interno existente muito têm contribuído na resposta aos constrangimentos que o envolvem, nomeadamente a inexistência de um Serviço de Psicologia e Orientação e a carência de espaços físicos específicos na escola sede. A dinâmica de empenho e de mobilização gerada é reveladora de que o Agrupamento se encontra num caminho de progresso sustentado.

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IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. RESULTADOS

1.1 SUCESSO ACADÉMICO

Os resultados académicos, referentes ao ano lectivo 2007/08, apresentam taxas de transição/conclusão de 89,4% no 1.º ciclo, de 83,4% no 2.º ciclo, inferiores aos valores nacionais (96,1% e 91,6%, respectivamente) e de 84,3% no 3.º ciclo, próxima do valor nacional que é de 85,3%. Contudo, no ensino secundário a taxa de transição/conclusão (79,6%) é superior à nacional em 2%. A taxa de conclusão no 9.º ano foi 11,9% inferior à taxa nacional e no 12.º ano foi de 63,2%, aproximando-se da taxa nacional que é de 64,8%. Face a estes resultados, os responsáveis do Agrupamento e as estruturas de coordenação e supervisão definiram prioridades e desenvolveram mecanismos no sentido de combater o insucesso verificado. As classificações positivas obtidas pelos alunos do 4.º ano, nas provas de aferição de 2008, situaram-se 3,1% e 5% acima do referente nacional, respectivamente, nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática. Contudo, no 6.º ano esses valores são inferiores aos nacionais, com particular referência para a disciplina de Matemática, com uma diferença de 17,1%.

No triénio 2006 a 2008, os resultados dos exames nacionais do 9.º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, são inferiores à média nacional, particularmente na segunda, cuja evolução é negativa. No que concerne às classificações dos exames do 12.º ano, nas disciplinas de Português e de Matemática, regista-se uma tendência de aproximação às médias nacionais, mantendo- se, em 2008, ainda inferiores em 1,1 e 2,3 valores, respectivamente. Porém, na disciplina de História tendo em conta o último triénio, apenas no ano transacto se situou 0,5 valores abaixo da média nacional. No ensino básico, os 17 alunos que foram alvo de planos de acompanhamento transitaram ou ficaram aprovados; dos 81 alunos que foram sujeitos a um plano de recuperação, 60,4% superaram as dificuldades de aprendizagem manifestadas. Apesar das situações menos conseguidas, quando comparadas externamente, é de salientar a tendência interna de evolução dos resultados nos últimos três anos. As razões identificadas, em vários painéis, para a melhoria dos resultados que se vem consolidando, baseiam-se na implementação de dinâmicas de articulação dos docentes, de reforço das aprendizagens dos alunos e de diversificação da oferta educativa e formativa. Apontam, como factores determinantes para o insucesso que ainda se mantém, o pouco empenho e as fracas expectativas da maior parte dos pais e a grande mobilidade de professores que se verificou até ao ano lectivo 2006/07. O abandono escolar verificado em anos transactos deve-se, em grande parte, às

“matrículas oficiosas”, ou seja, às matrículas de alunos que emigravam, frequentando escolas nos países de acolhimento. Em 2007/08 o abandono escolar é inexistente. Os cursos de educação e formação, nos últimos dois anos, obtiveram um sucesso de 100%.

1.2 PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CÍVICO

Sendo a educação para a cidadania e para os valores considerada uma das áreas de intervenção do Projecto Educativo, desenvolve-se no Agrupamento a formação de alunos e cidadãos autónomos, criativos e responsáveis. Assim, através de reuniões periódicas com os representantes da Associação de Estudantes e com os delegados de turma, fomenta-se uma cultura de participação dos alunos, tanto na tomada das decisões que lhes dizem respeito, como nas que orientam a vida escolar. Os alunos tutores, especialmente do ensino secundário, são responsabilizados pela utilização e manutenção de alguns materiais e espaços, nomeadamente pela ordem e disciplina na cantina, nas horas da refeição.

Há uma forte identificação dos alunos com o Agrupamento, como transpareceu nos painéis. Estes dizem ser ouvidos para a concretização de trabalhos, nomeadamente na Área de Projecto.

Manifestam-se co-responsáveis nas actividades do Plano Anual de Actividades e é visível a sua adesão a projectos que lhes são propostos nos vários níveis de ensino. Os trabalhos realizados pelos alunos são expostos nos espaços escolares e divulgados na revista “Ventos D’ouro”. Os alunos valorizam a dedicação, o empenho e o apoio que diariamente recebem do Conselho Executivo, dos

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directores de turma, dos professores e dos funcionários. As aprendizagens escolares e os comportamentos meritórios dos alunos são valorizados e divulgados na referida publicação escolar.

1.3 COMPORTAMENTO E DISCIPLINA

Os alunos evidenciam, de um modo geral, um comportamento disciplinado e respeitador. Em coerência com o Projecto Educativo, os responsáveis pelo Agrupamento têm procurado prevenir as situações de incumprimento das regras estabelecidas, com abordagens metódicas e focalizadas, por exemplo, na área de Formação Cívica, nas actividades ligadas à direcção de turma e no atendimento aos pais. Existem “penas pedagógicas” para os alunos que manifestem um comportamento menos correcto, dentro e fora da sala de aula, como sejam, a permanência numa sala de estudo e/ou a realização de tarefas de apoio nas escolas. Os alunos conhecem as regras do Agrupamento e, com base no Regulamento Interno, sentem-se responsáveis pelos seus comportamentos, modificando, de uma forma geral, as suas atitudes após o cumprimento das referidas penas. Não se evidenciaram situações graves de indisciplina, nos últimos três anos. Ficou patente o bom ambiente vivido entre alunos, professores e funcionários, sendo todos tratados com consideração e respeito. Constatou-se que a disciplina, a assiduidade e a pontualidade são fomentadas, procurando-se que todos cumpram as regras.

1.4 VALORIZAÇÃO E IMPACTO DAS APRENDIZAGENS

A opção estratégica do Agrupamento, ao assumir claramente a diversificação da sua oferta educativa, que passa pela criação dos cursos de educação e formação para jovens e adultos como combate ao insucesso e situações de abandono escolar de alunos, teve consequências na valorização e no impacto das aprendizagens. A comunidade educativa reconhece este facto como uma boa oportunidade para o desenvolvimento local. Os pais confiam no serviço educativo oferecido, o qual procura responder às suas necessidades. No domínio das aprendizagens, alguns aspectos tornaram-se já cultura de escola: o acesso livre às tecnologias da comunicação e informação, as Olimpíadas de Matemática, as visitas de estudo e os trabalhos de articulação dos docentes, desenvolvidos pelos diversos grupos disciplinares.

Existe um conhecimento informal sobre o percurso escolar ou profissional dos alunos, após a conclusão dos estudos de nível secundário. Nos últimos três anos, existem dados que revelam uma maior valorização das aprendizagens, por parte dos alunos do Agrupamento, e um aumento das suas candidaturas e entradas no ensino superior. Assim, no referido período, o número de alunos que integraram o “Quadro de Excelência” aumentou de 19 para 30 e, no ano transacto, dos 24 alunos que se candidataram, 21 entraram para o ensino superior

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2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

2.1 ARTICULAÇÃO E SEQUENCIALIDADE

Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, há planos anuais de actividades comuns, existindo naquele nível de educação um projecto curricular – “Era uma vez um país…” – comum a todos os jardins-de- infância do Agrupamento. Nas reuniões dos conselhos de docentes, faz-se a gestão das orientações curriculares e dos conteúdos programáticos, a partilha de experiências e materiais pedagógicos, bem como a análise de resultados escolares. A articulação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo e deste com as actividades de enriquecimento curricular é efectivada ao nível de cada estabelecimento, fazendo-se a avaliação do desenvolvimento de ambas no final de cada período. Nos 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário, a gestão dos programas, as planificações didácticas, a elaboração cooperativa de alguns materiais didácticos e instrumentos de avaliação, a fixação de critérios de avaliação, bem como a análise dos resultados escolares realizam-se nos departamentos e nos conselhos de grupo/disciplina.

Entre o 1.º e o 2.º ciclo, a continuidade pedagógica é assegurada por acções conjuntas, no início do ano lectivo, da responsabilidade dos docentes do 4.º ano e dos directores de turma do 5.º ano. Entre o 2.º e o 3.º ciclo e entre este e o ensino secundário, o esforço de articulação, apesar de estar a ser objecto de preocupação crescente nos grupos disciplinares e da concretização de algumas iniciativas baseadas na cooperação informal entre docentes, apresenta-se ainda incipiente. A coordenação interdepartamental

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assenta fundamentalmente na cooperação informal entre os respectivos coordenadores. A articulação interdisciplinar é visível em actividades transversais e na articulação de conteúdos entre disciplinas afins, sendo realizada ao nível dos conselhos de turma, onde também são programadas as actividades para as áreas curriculares não-disciplinares. Na transição entre ciclos, os alunos contam, apenas, com a colaboração dos directores de turma e, pontualmente, com a Psicóloga da Escola Profissional do Alto Douro – Esprodouro.

2.2 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA LECTIVA EM SALA DE AULA

Há uma subordinação do planeamento das actividades lectivas aos documentos estruturantes e orientadores do Agrupamento, bem como às orientações dos departamentos/conselhos de grupo/disciplina e dos conselhos de docentes. Nestas estruturas ocorre a supervisão pedagógica e a monitorização dos resultados. Práticas instituídas de observação de aulas não existem, sendo o acompanhamento da prática lectiva assegurado indirectamente pelas estruturas de coordenação e supervisão, através da análise dos resultados escolares, do controlo do cumprimento dos programas e da avaliação da eficácia dos planos de recuperação e de acompanhamento. Nas reuniões dos conselhos de turma e de docentes faz-se a avaliação do desenvolvimento dos projectos curriculares de turma e monitoriza-se o cumprimento das metas estabelecidas. Estes projectos estão adaptados às necessidades e características de cada turma e, sempre que considerado necessário, redefinem-se estratégias. Por sua vez, os professores que revelem dificuldades são apoiados pelos coordenadores dos departamentos ou por outros colegas mais experientes que os procuram ajudar.

2.3 DIFERENCIAÇÃO E APOIOS

Os discentes com necessidades educativas especiais são objecto de atenção e acompanhamento por parte dos diversos órgãos e estruturas do Agrupamento, que tentam compensar a insuficiência de recursos humanos e físicos disponíveis (apenas dois professores de educação especial e escassez de salas). Existem 34 crianças/alunos com necessidades educativas especiais: 1 de intervenção precoce; 6 na educação pré-escolar; 25 no ensino básico e 2 no ensino secundário. O Agrupamento, não dispondo de Serviços de Psicologia e Orientação, recorreu ao apoio da Câmara Municipal (CM), contando com a colaboração de uma terapeuta da fala (uma vez por semana) e de uma psicóloga (três manhãs). Para além da intervenção ao nível do diagnóstico, a psicóloga também faz o acompanhamento dos casos especialmente delicados. A terapeuta da fala está a acompanhar 30 alunos que se deslocam às instalações da CM para consulta. Recentemente e para casos mais complicados, o Agrupamento recorreu, também, à psicóloga da Segurança Social. Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, o apoio educativo individualizado é feito na sala de aula. Nos restantes ciclos, é prestado fora da turma. Os alunos com dificuldades de aprendizagem são referenciados nas reuniões de Conselho de Docentes e de Conselho de Turma que planificam a implementação de medidas de diferenciação pedagógica, estabelecem linhas de actuação comuns a todos os professores e procedem ao acompanhamento e avaliação destas medidas. As dificuldades mais comuns prendem-se com o raciocínio matemático e a leitura/interpretação de textos. Face aos recursos disponíveis, é feita a selecção dos casos prioritários.

No presente ano lectivo, o número de horas de apoio, no 1.º ciclo, é de três horas semanais em cada turma. Os dois professores de apoio socioeducativo conhecem previamente os planos de recuperação dos alunos, bem como as planificações elaboradas pelo professor titular de turma. A sala de estudo, as actividades de apoio na biblioteca e o uso crescente das novas tecnologias de informação e comunicação (plataforma Moodle e quadros interactivos) constituem outras formas de apoio a estes alunos. As tutorias, implementadas no presente ano lectivo, também constituíram uma mais–valia para resolver dificuldades de aprendizagem e de integração dos alunos.

2.4 ABRANGÊNCIA DO CURRÍCULO E VALORIZAÇÃO DOS SABERES E DA APRENDIZAGEM

A oferta educativa do Agrupamento contempla dois cursos de educação e formação, nas áreas de electricidade e de informática e um curso de educação e formação para adultos. Na educação pré- escolar e no 1.º ciclo, a dimensão artística é valorizada, através do trabalho programado pelos

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educadores de infância e pelo docentes titulares de turma na área das expressões - que, não obstante perde importância no 4.º ano de escolaridade - e das diversas actividades que integram a componente de apoio à família e de enriquecimento curricular. Nos 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário, os clubes e projectos dão continuidade ao esforço de valorização da componente artística da educação (atelier de artes manuais, dia da poesia, oficina de gravura em xisto, concurso de fotografia). Os laboratórios inadequados e mal equipados prejudicam a integração de actividades experimentais no ensino das ciências, sendo apenas garantidas, quer no ensino básico, quer no secundário, as experiências programaticamente obrigatórias. No âmbito da biblioteca, dos clubes e dos projectos em curso, promove-se um variado leque de iniciativas e actividades inscritas no Plano Anual de Actividades e orientadas para a valorização do conhecimento nas suas dimensões científica, histórica, cultural e artística (clube e Olimpíadas da Matemática, feira do livro, jornadas culturais, MatUtad, Olimpíadas de Física, Química e Astronomia, Eco Escolas).

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

3.1 CONCEPÇÃO, PLANEAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE

O Projecto Educativo (PE) apresenta o levantamento de problemas e necessidades e um quadro de princípios orientadores e linhas gerais de actuação muito claros e congruentes. Prevê também estratégias de acção e resultados a alcançar expressos de modo quase sempre avaliável. O Projecto Curricular de Agrupamento define as prioridades, estabelece orientações por ciclo, cria dispositivos destinados a garantir a articulação horizontal e vertical do currículo e revela perfeita consonância com o PE. São também traçadas orientações precisas para a elaboração dos projectos curriculares de turma.

O Plano Anual de Actividades, encerrando uma grande variedade de iniciativas que cobrem um leque alargado de áreas do conhecimento e da cultura, vai ao encontro dos problemas e necessidades detectados e obedece às prioridades definidas no PE. A elaboração dos documentos orientadores foi precedida da recolha de dados, da elaboração de um relatório de avaliação interna/documento reflexão realizado no final do ano lectivo 2006/07 e da apresentação de propostas pelas estruturas de coordenação e supervisão. A direcção executiva faz o planeamento anual, com base em critérios previamente definidos e difundidos pela comunidade escolar, concilia tais orientações com o que se encontra legislado e tem em conta os constrangimentos relativos às instalações, aos transportes escolares e às actividades de apoio.

Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira 24 a 26 de Março de 2009

3.2 GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS

A distribuição do serviço docente e a atribuição das direcções de turma têm por base o critério da continuidade pedagógica e têm em conta a competência profissional e a capacidade de relacionamento interpessoal. Os professores são acompanhados e apoiados no desempenho das suas funções, quer através das estruturas que integram, quer pelo Conselho Executivo, revelando satisfação com as oportunidades de participação que lhes são criadas. Apesar de estarem identificadas as prioridades de formação contínua, para o pessoal docente e não docente, a oferta externa tem ficado, até ao momento, aquém das expectativas de todos. No entanto, considerando as referidas prioridades, o Agrupamento realizou formação interna na área das novas tecnologias de informação e comunicação, sobretudo orientada para a utilização e exploração das potencialidades da plataforma Moodle. Beneficiaram desta formação 58,6% dos docentes e, ainda, as assistentes técnicas e operacionais que dela necessitam em função das tarefas que lhes estão atribuídas. A afectação do pessoal não docente às diversas áreas faz- se em função das características e das competências do funcionário, procurando-se conciliar este critério com os interesses e as apetências dos implicados. Quer nos serviços administrativos, quer relativamente aos assistentes operacionais, a dedicação dos funcionários, aliada a uma gestão eficaz dos recursos, permite assegurar as substituições que se revelem necessárias. Há uma boa estabilidade nas relações pessoais e profissionais e boas relações entre funcionários e alunos. Recolheram-se evidências de um elevado grau de satisfação dos utentes, quanto ao desempenho profissional do pessoal não docente. Para o bom clima relacional existente no Agrupamento, muito contribui a

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abertura do Conselho Executivo e a sua disponibilidade para escutar, estimular e apoiar os membros da comunidade escolar.

3.3 GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS

As instalações dos estabelecimentos visitados apresentavam-se limpas, num estado de conservação satisfatório e sem problemas estruturais limitadores da acção educativa. Excepção feita, na escola sede devido à insuficiência de salas específicas, à inadequação dos laboratórios e à falta de materiais, que prejudicam a prática experimental e, ainda, a problemas na estrutura física da cozinha. As salas da educação pré-escolar dispõem de materiais e equipamentos pedagógicos adequados, em quantidade e em qualidade, mas no 1.º ciclo, os materiais e os equipamentos pedagógicos são antiquados. Em contrapartida, o acesso à Internet e a sua utilização são optimizados neste nível de ensino. Na escola sede, o acesso à Internet está generalizado a todos os espaços escolares através de rede wireless. A Biblioteca Escolar, fruto de um trabalho de adequação bem estruturado, encontra-se apetrechada com equipamento audiovisual e informático suficiente. A gestão dos recursos financeiros, provenientes essencialmente do Orçamento de Estado, é feita tendo em conta as prioridades do Projecto Educativo e do Plano Anual de Actividades. O Agrupamento mostra-se atento e revela iniciativa e preocupação em atrair receitas acrescidas, que resultam sobretudo da adesão a projectos e de actividades desenvolvidas como a Feira Etnográfica, as Marchas de S. João, entre outras, permitindo aumentar as oportunidades formativas dos alunos. A gestão do Agrupamento manifesta, também, preocupação com a segurança das instalações, dispondo de equipamentos básicos de combate ao fogo.

3.4 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E OUTROS ELEMENTOS DA COMUNIDADE EDUCATIVA O Agrupamento fomenta o envolvimento e a participação dos pais no acompanhamento dos seus educandos e na vida escolar. Neste sentido, promove reuniões, no início do ano lectivo e no final de cada período, recorre a várias formas de comunicação (caderneta do aluno, telefone, página na Internet) e os directores de turma disponibilizam-se, quando necessário, para atender os pais fora das horas previstas. Estes são convidados a assistir à entrega de prémios aos alunos que constam do Quadro de Excelência, a fim de vivenciarem o sucesso dos seus educandos. Por razões que se prendem com as distâncias e com os horários dos transportes públicos, a participação dos pais diminui com a entrada dos educandos no 2.º ciclo. Não obstante, a primeira reunião anual é muito participada. A Associação de Pais colabora na resolução de alguns problemas, em articulação com a direcção executiva, e participa nas reuniões em que tem assento. Há sintonia e colaboração entre o Agrupamento e a Câmara Municipal, que apoia directamente actividades inscritas no Plano Anual de Actividades e contribui, de modo regular, para a superação de dificuldades pontuais. Há também cooperação institucionalizada com várias entidades locais.

3.5 EQUIDADE E JUSTIÇA

Os princípios de equidade e justiça encontram-se presentes nos documentos orientadores do Agrupamento e são operacionalizados através da diversificação da oferta formativa e de actividades de complemento curricular, do esforço para oferecer novas experiências de aprendizagem (todos os alunos do 1.º ciclo foram ver uma peça de teatro ao Porto), do empenho para melhorar o apoio aos alunos com necessidades educativas especiais e da vontade em facilitar o acesso a equipamentos informáticos e culturais, através da disponibilização das salas de informática e da biblioteca. Das entrevistas realizadas, constatou-se que, na distribuição do serviço docente e não docente, na atribuição de cargos e responsabilidades, na constituição de turmas e na aplicação das regras estabelecidas, os responsáveis escolares mostram que se guiam por critérios de justiça e de imparcialidade.

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4. LIDERANÇA

4.1 VISÃO E ESTRATÉGIA

Bem explicitadas nos seus documentos orientadores, as linhas de acção expressam, com clareza, a visão do Agrupamento, e as metas são claras, priorizadas, concretizáveis e avaliáveis, tendo como referentes os resultados escolares e as atitudes. Estes documentos identificam uma estratégia articulada das unidades educativas que compõem o Agrupamento. A actuação da direcção executiva é suportada em mecanismos de auscultação à comunidade escolar e verifica-se que existe delegação de funções, o que proporciona um clima de confiança e subsidiariedade. Tendo em conta os recursos do Agrupamento, a oferta educativa é determinada por critérios que visam dar resposta às aspirações dos alunos e dos docentes. Porém, o alargamento dos cursos de educação e formação a áreas relacionadas com a região demarcada do rio Douro é uma possibilidade que poderá ajudar o Agrupamento a cumprir os seus objectivos. A construção de um ambiente interno de solidariedade, equidade e justiça, onde professores, alunos e funcionários gostam de estar e a participação efectiva em concursos inter- escolas são áreas de bom desempenho reconhecidas pelos vários painéis.

4.2 MOTIVAÇÃO E EMPENHO

Os responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas de coordenação e supervisão conhecem bem a sua área de acção, definiram estratégias que se têm revelado eficazes e estão motivados em executá-las. Existindo uma grande interacção e responsabilização entre as diferentes lideranças, ficou evidente a cooperação e a mobilização da comunidade educativa, em torno do órgão executivo, sendo este aspecto considerado em todos os painéis como uma área de excelência. Da mesma forma, os alunos e o pessoal docente e não docente sentem-se parte integrante do Agrupamento, reconhecem a dinâmica do Conselho Executivo e estão empenhados na concretização dos diversos projectos implementados. As lideranças acompanham a assiduidade dos alunos, incentivam-na e premeiam-na, nomeadamente através da divulgação de comportamentos meritórios. O número de faltas é reduzido, tanto ao nível dos discentes como do pessoal docente e não docente.

4.3 ABERTURA À INOVAÇÃO

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O Agrupamento aposta na abertura à inovação pedagógica e organizacional, procurando motivar a comunidade escolar a alterar rotinas e a aderir às novas tecnologias. Relevam-se, neste campo, a criação do blog “Conversa à solta”, que mobiliza e cativa os alunos, a plataforma Moodle, alargada ao 1.º ciclo, e o aumento para o dobro das requisições de material informático, entre 2006/07 e 2007/08.

Esta estratégia tem-se revelado facilitadora do acesso a materiais pedagógicos e da interacção entre os diferentes intervenientes, que inclui uma caderneta virtual por cada discente, a biblioteca digital e 91 documentos digitais de apoio em vários domínios. O apetrechamento e utilização de meios tecnológicos e de comunicação educacional, nomeadamente através de quadros interactivos e de videoprojectores, são também reveladores dessa atitude de inovação. De igual modo, a busca e a adesão a projectos diversificados com instituições locais, nacionais e internacionais tem permitido trilhar caminhos de qualidade e tornar a escola um local aprazível de aprendizagens onde se gosta de estar.

4.4 PARCERIAS, PROTOCOLOS E PROJECTOS

Com apoios externos significativos, existe na comunidade escolar uma pluralidade de iniciativas, ao nível do Agrupamento e das turmas, que favorecem e mobilizam tanto os alunos como os professores.

A adesão a projectos, quer vindos do exterior, quer de iniciativa própria, é uma área de excelência reconhecida por todos os entrevistados. Estes projectos facultam interacções culturais internas e promovem a projecção do Agrupamento para o exterior. Entre outras entidades, o Agrupamento desenvolve iniciativas e parcerias efectivas com a Câmara Municipal, a Escola Profissional do Alto Douro, o Centro de Saúde, os Bombeiros Voluntários, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, a Segurança Social, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo e com as Universidades de Aveiro e de Trás-os-

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Montes e Alto Douro. Paralelamente, coexistem e/ou coexistiram projectos que consolidam a integração regional, nacional e internacional do Agrupamento e que têm reflexo na melhoria do serviço prestado. Destes projectos e iniciativas destacam-se os seguintes: “Escolas Promotoras de Saúde”, Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, “Computadores, Redes e Internet na Escola”, o concurso “Safer Internet Day 2007”- numa parceria com uma escola polaca - o uso de ferramentas como o blog, a plataforma Moodle e chats com uma escola italiana, o Intercâmbio Jovens em Movimento, com a localidade francesa de Bessancourt, o projecto de intercâmbio com a Escola Básica dos 1.º e 2.º ciclos de Vila Praia de Âncora - Entre o Douro e o Mar -, o jornal electrónico escolar, o Museu Virtual, a Feira Etnográfica, os projectos “Cidades Criativas”, “Casa Ecológica”, “Água e Sustentabilidade”e “Ciência na Escola”, da Fundação Ilídio Pinho, e a revista escolar “Ventos D’ouro”, onde o Agrupamento divulga, também, as acções desenvolvidas e os seus resultados.

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

5.1 AUTO-AVALIAÇÃO

Em 2006, um grupo de trabalho iniciou um processo de recolha de informações sobre a realidade escolar, no sentido de compreender os resultados das suas actividades e propor a melhoria da qualidade educativa. Em 2008, este grupo foi substituído pela “Comissão de Avaliação Interna”, constituída por alunos, docentes e não docentes e pais, que, na sequência do trabalho anterior, produziu um documento de avaliação interna. Este documento foi elaborado com base na recolha de dados, quer através de inquéritos, quer através de debates realizados em reuniões específicas. Os campos de análise incidiram nos seguintes domínios: resultados, prestação do serviço educativo, organização e gestão escolar, liderança e capacidade de auto-regulação e melhoria da escola. O documento em apreço, divulgado no Agrupamento, identifica os aspectos positivos das estruturas de topo e das intermédias e elabora uma listagem de sugestões/estratégias, com vista à constante melhoria do funcionamento pedagógico do Agrupamento. O processo de auto-avaliação revela-se, assim, uma prática em progressão e já com resultados evidentes, nomeadamente na organização escolar.

5.2 SUSTENTABILIDADE DO PROGRESSO

Como reflexo da avaliação interna, o Agrupamento tem consciência dos seus pontos fortes e fracos.

Assim, valoriza a dinâmica implementada pelo Conselho Executivo, pelas estruturas intermédias e, ainda, a abertura à inovação. Tomou conhecimento e reconhece, também, os seus pontos fracos, elaborando uma listagem de sugestões/estratégias para os combater, designadamente uma melhor articulação entre os distintos departamentos, selecção/elaboração de materiais pedagógicos específicos ajustados às necessidades dos alunos, promoção da troca de saberes dentro da comunidade escolar, entre outros. O Agrupamento tem capacidade para responder aos obstáculos que lhe apareçam, bem como está receptivo para abraçar novos desafios. Está atento às solicitações do exterior e sabe aproveitar bem as oportunidades que se lhe oferecem, nomeadamente a participação em projectos regionais, nacionais e internacionais. O empenho da comunidade escolar e a capacidade de liderança das estruturas de topo e intermédias têm procurado minimizar os constrangimentos que o envolvem, sobretudo os relacionados com a não existência de Serviços de Psicologia e Orientação e a carência de espaços físicos na escola sede, nomeadamente de laboratórios adequados.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção

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identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o Agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; por constrangimento: condição ou possibilidade externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

 A co-responsabilização dos alunos em várias actividades e iniciativas do Agrupamento e nas decisões que lhe dizem respeito;

 A coerência e a articulação dos documentos estruturantes do Agrupamento;

 A diversificação e a valorização das aprendizagens, através da implementação de cursos profissionalizantes, de projectos e de clubes temáticos;

 A formação interna dos profissionais do Agrupamento orientada para uma maior utilização das novas tecnologias de informação e comunicação;

 A cooperação e mobilização da comunidade educativa em torno do Conselho Executivo;

 A inovação pedagógica associada à existência de projectos diversificados a nível local, nacional e internacional.

Pontos fracos

 As taxas de insucesso nos 1.º e 2.º ciclos, bem como o insuficiente desempenho dos alunos nas provas de avaliação externa dos 6.º, 9.º e 12.º anos, em 2008;

 A incipiente articulação curricular entre os 2.º e 3.º ciclos e entre este e o ensino secundário;

 A inexistência de supervisão e acompanhamento da prática lectiva em sala de aula.

Oportunidades

 A localização do Agrupamento na região demarcada do Douro pode proporcionar o alargamento das áreas de formação dos cursos profissionalizantes;

 A redefinição da rede escolar ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, com a construção de novos centros escolares, poderá melhorar a utilização e partilha de recursos didácticos e o desenvolvimento de projectos entre esses níveis de ensino.

Constrangimentos

 A inexistência de Serviços de Psicologia e Orientação pode dificultar a qualidade do apoio aos alunos, bem como a sua adequada orientação vocacional;

 A inadequação dos laboratórios prejudica o desenvolvimento da componente experimental no ensino das ciências.

Referências

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