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Intolerância à lactose e alergia ao leite: Entenda pontualmente as diferenças

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Academic year: 2022

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Intolerância à lactose e alergia ao leite:  Entenda pontualmente as diferenças

Empresários do Mercado de Alimentação fora do Lar tem que entender quais são as  principais  doenças  que  exigem  restrições,  elaborar  produtos  para  estes  públicos,  treinar as equipes para saber vender/divulgar estes produtos e ter sucesso.

Ter produtos sem lactose no cardápio atende uma clientela que cresce sem parar.

Um  estudo  realizado  no  estado  de  Illinois,  nos  Estados  Unidos,  pela  Universidade  Northwestern,  mostrou  que,  nos  últimos  cinco  anos,  o  número  de  internações  e  consultas  hospitalares  decorrentes  de  crises  alérgicas  causadas  por  alimentos  aumentou cerca de 30% ao ano.

“Há  um  aumento  global  no  número  de  casos  de  alergia  em  diversas  partes  do  mundo”,  explica  Mário  C.  Vieira,  gastroenterologista  pediátrico  do  Hospital  Pequeno  Príncipe  (PR).  Há  vários  motivos  que  podem  contribuir  essa  estatística,  dentre  eles, 

“fatores ambientais, como as alterações na microbiota intestinal (por uso excessivo de  antibióticos, medicamentos inibidores de ácido gástrico, aumento dos nascimentos por  cesariana), exposição a alimentos industrializados e processados e baixos índices de  aleitamento materno”, explica.

As restrições ligadas ao consumo de lactose são mais comum no Brasil com a média  de  20milhoes  de  novos  casos  diagnosticados  ao  ano,  segundo  grupo  de  estudos  ligado aso Hospital Israelita Albert Einstein em SP.

Apesar  de  soarem  parecidas,  a  intolerância  à  lactose  e  a  alergia  ao  leite  são  duas  condições  bem  diferentes  e  que  não  podem  ser  confundidas.  Enquanto  a  primeira  é  uma  incapacidade  do  sistema  digestivo  em  digerir  a  lactose  por  falta  da  enzima  lactase,  a  segunda  é  uma  reação  do  sistema  imunológico  às  proteínas  do  leite.  O  tratamento é bem diferente em cada um dos casos e até mesmo as recomendações  de consumo do leite e derivados não são as mesmas.

O que é intolerância à lactose?

Pessoas  intolerantes  à  lactose  têm  uma  deficiência  na  produção  da  lactase,  uma  enzima  fundamental  para  a  quebra  desse  açúcar  presente  no  leite.  Essa  carência  enzimática pode ser parcial ou total e as consequências são mais severas conforme a  produção  dessa  enzima  –  quanto  menos,  piores  são  os  sintomas.  A  carência  de  lactase  impede  que  o  sistema  digestivo  quebre  a  molécula  de  lactose  (um 

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dissacarídeo, muito grande para ser absorvido) em duas outras menores: a glicose e a  galactose.

Causas da intolerância à lactose.

O problema tem três causas. A primeira é uma deficiência congênita da enzima. Isso  significa  que  a  criança  já  nasce  com  ela,  muitas  vezes  por  um  defeito  genético  que  impede  que  seu  corpo  produza  a  lactase.  Esse  problema  costuma  já  apresentar  sintomas nos primeiros meses de vida.

Uma  segunda  possibilidade  é  a  intolerância  causada  por  uma  diminuição  na  concentração  da  lactase,  como  resposta  a  um  problema  intestinal,  a  exemplo  da  diarreia  persistente.  O  desequilíbrio  no  órgão  acaba  atrapalhando  a  produção  da  enzima,  mas  isso  tende  a  voltar  ao  normal  uma  vez  que  o  indivíduo  recupere  sua  saúde gastrintestinal.

Há  ainda  uma  terceira  possibilidade,  quando  o  corpo  passa  a  produzir  menores  quantidades  de  enzima  com  o  passar  dos  anos.  Isso  é  observado  em  adultos  que  fizeram o consumo de leite e derivados durante toda a vida sem problemas, mas que  passaram a apresentar sintomas depois de uma certa idade.

A lactose ingerida com o leite não é aproveitada pelo corpo e se acumula no intestino. 

Ela passa, então, a ser fermentada pelas bactérias do intestino grosso, o que causa  um intenso desconforto gastrintestinal. Como resultado, a pessoa apresenta diarreia e  dor abdominal pela formação de gases, os dois principais sintomas da intolerância à  lactose.

Dependendo  do  grau  de  intolerância  e  da  quantidade  de  lactose  ingerida,  a  pessoa  pode  ainda  sentir  náuseas,  dor  de  estômago,  excesso  de  gases,  entre  outros. 

Segundo dados da Agência Brasil, cerca de 40% dos brasileiros possuem algum grau  de intolerância à lactose. Essa parcela da população, no entanto, consegue encontrar  opções  de  leites  e  seus  derivados  produzidos  sem  esse  açúcar.  Uma  alternativa  é  ingerir suplementos enzimáticos que ajudam o corpo a digerir a lactose.

O que é a alergia ao leite?

Como em qualquer outro processo alérgico, ela é uma reação do sistema imunológico  à substância identificada como invasora. No caso do leite de vaca, essa ameaça são  as proteínas (caseína, alfa­lactoalbumina, beta­lactoglobulina) ou o soro do leite. Para  combater esse corpo estranho, o organismo começa a liberar uma série de enzimas e  substâncias  em  cascata,  produzindo  uma  reação  alérgica  que  pode  variar  de  leve  à  severa.

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Essa  cascata  alérgica  é  desencadeada  não  apenas  após  a  ingestão  do  leite  e  seus  derivados, mas também com o simples contato com a pele, por exemplo. Famílias com  crianças  alérgicas  devem  seguir  recomendações  rigorosas  na  cozinha,  para  evitar  contaminação cruzada ou a presença de traços de leite no alimento do alérgico.

No Brasil, cerca de 350 mil crianças convivem com a alergia. Os primeiros sintomas  aparecem  ainda  na  infância,  logo  no  primeiro  ano  de  vida,  indicando  que  todos  os  alimentos e produtos que contenham leite e derivados, incluindo traços de leite, devem  ser completamente eliminados do cardápio e do cotidiano de quem convive com este  tipo de alergia.

Sintomas da alergia ao leite

A  lista  de  sintomas  à  alergia  ao  leite  é  extensa  e  tem  relação  com  o  tipo  de  alergia  apresentado  pela  criança.  Nem  sempre  a  reação  aparece  logo  depois  de  a  pessoa  ingerir  leite  e  derivados  (ou  entrar  em  contato  com  esse  tipo  de  alimento).  Por  isso,  caso haja desconfiança sobre o problema, o mais indicado é procurar o médico.

Alguns sintomas:

• Urticária (placas vermelhas disseminadas, geralmente com coceira associada),

• Angioedema (inchaço dos lábios e dos olhos);

• Vômitos em jato e/ou diarreia após a ingestão do leite;

• Anafilaxia

• Choque anafilático

• Chiado no peito e respiração difícil

• Vômitos tardios;

• Diarreia com ou sem muco e sangue;

• Sangue nas fezes

• Cólicas e irritabilidade;

• Intestino preso;

• Baixo ganho de peso e crescimento

• Inflamação do intestino

• Assadura e/ou fissura perianal

• Dermatite  atópica  moderada  a  grave  (descamação  e  ressecamento  da  pele,  com ou sem formação de feridas).

• Asma

• Refluxo

• Inflamação do esôfago (esofagite eosinofílica)

• Inflamação do estômago

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• (gastrite eosinofílica)

• Diarreia, vômito e dor abdominal

• Baixo ganho de peso e crescimento.

Cuidados para alérgicos ao leite.

Os cuidados não devem, infelizmente, ser restritos apenas à alimentação. Uma série  de  produtos  e  objetos  do  dia  a  dia  contêm  traços  de  proteínas  do  leite.  Entre  eles  estão  giz  escolar,  balão  de  festa  e  alguns  sabonetes.  Por  isso,  é  fundamental  que  mães e pais leiam com bastante atenção os rótulos à procura de ingredientes como  caseína,  lactoalbumina,  lactoglobulina,  caseinato  e  ou  leitelho,  que  indicam  a  presença de leite ou derivados em sua composição.

Bebês  alérgicos  que  ainda  mamam  no  peito  podem  e  devem  continuar  sendo  amamentados.  Nesses  casos,  a  mãe  deverá  apenas  seguir  uma  dieta  totalmente  isenta de leite, derivados e de alimentos que contêm proteínas do leite. Se a criança já  estiver  na  fase  da  mamadeira,  o  leite  de  vaca  poderá  ser  trocado  por  formulações  específicas, de acordo com o tipo de reação que ela apresenta.

Vale ressaltar que a alergia tem cura: espontânea, quando a criança melhora sozinha  depois  que  cresce;  ou  através  do  tratamento  de  dessensibilização,  com  acompanhamento  médico,  onde  o  corpo  vai  “se  acostumando”  com  o  leite.  Menos  comum,  adolescentes  e  adultos  também  podem  apresentar  essa  doença,  então  chamada de alergia tardia.

Cuidados médicos e substituições.

Embora  os  leites  de  cabra,  de  ovelha  e  de  búfala  possam  ser  indicados  em  alguns  casos  de  intolerância  à  lactose,  eles  não  são  bons  substitutos  para  as  alergias.  Isso  ocorre porque possuem proteínas semelhantes às do leite de vaca, podendo causar as  mesmas reações alérgicas.

Tanto nos casos de alergia ao leite quanto na intolerância à lactose, é indispensável o  acompanhamento médico e nutricional. Além de indicarem os melhores tratamentos e  ajudarem  na  seleção  dos  produtos  que  podem  ou  não  ser  consumidos,  esses  profissionais ainda poderão pedir algumas suplementações minerais. Um exemplo é a  reposição  do  cálcio  para  formação  e  manutenção  da  integridade  óssea  em  alguns  pacientes.

Fonte:

• Aretha Yarak ­ 04/09/17 

• https://www.jasminealimentos.com/alimentacao/alergia­ao­leite­x­intolerancia­

a­lactose/

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• https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2015/07/alergia­

alimentar­casos­aumentam­quase­30­ao­ano­aponta­estudo­americano.html

Referências

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