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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DE SEMENTES

DESEMPENHO DE SEMENTES DE MILHO TRATADAS COM

TIAMETOXAM EM FUNÇÃO DA DOSE E ARMAZENAMENTO

JOÃO CARLOS DA SILVA NUNES

PELOTAS

RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 2008

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DE SEMENTES

DESEMPENHO DE SEMENTES DE MILHO TRATADAS COM O

PRODUTO TIAMETOXAM EM FUNÇÃO DA DOSE E

ARMAZENAMENTO

JOÃO CARLOS DA SILVA NUNES

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia "Eliseu Maciel" da Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Silmar Teichert Peske, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Mestre em Ciências.

PELOTAS

RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 2008

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Dados de catalogação na fonte:

(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)

N972d Nunes, João Carlos da Silva

Desempenho de sementes de milho tratadas com tiametoxam em função da dose e armazenamento / João Carlos da Silva Nunes. - Pelotas, 2008.

28f.

Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. - Pelotas, 2008, Silmar Teichert Peske, Orientador.

1. Zea mays 2. Tratamento de sementes 3. Armazenamento 4. Neonicicotinóides 5. Tiametoxam 6. Qualidade fisiológica I Peske, Silmar Teichert (orientador) II .Título.

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DESEMPENHO DE SEMENTES DE MILHO TRATADAS COM O PRODUTO TIAMETOXAM EM FUNÇÃO DE DOSE E ARMAZENAMENTO

AUTOR: João Carlos da Silva Nunes

ORIENTADOR: Prof. Silmar Teichert Peske, Ph.D.

Comissão Examinadora:

___________________________________________________ Prof. Silmar Teichert Peske, Dr.

___________________________________________________ Prof. Leopoldo Baudet Labbé, Dr.

___________________________________________________ Prof. Orlando Antonio Lucca Filho, Dr.

___________________________________________________ Profª Maria Ângela André Tillmann, Dr.

___________________________________________________ Engo Agro Geri Eduardo Meneghello, Dr.

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Dedico a minha esposa Silvia e meus filhos Gabriela e Pedro, minha família que sempre me apoiou no decorrer da minha caminhada pessoal e profissional.

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v

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Silmar Teichert Peske, pela orientação, paciência, apoio, amizade e, principalmente pelo incentivo.

À colega Luciana Aparecida Marques De Bem, pela dedicação na condução dos testes de laboratório.

Aos colegas da Syngenta, Nestor Gabriel Silva, Mario Flavio Magalhães, Luiz Hildebrando Silva, André Luis Freitas de Oliveira, Marconi José Vaz e Dias pelo apoio e suporte.

Aos colegas da Monsanto, Claudio Zanin, Luciane Oba, Eric Godoi, Maria Goretti Perius e Cynthia Andreazzi, pela colaboração e fornecimento das sementes.

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vi

LISTA DE TABELAS

Página TABELA 1 – Dosagens testadas do princípio ativo Tiametoxam em

sua formulação comercial ... 10 TABELA 2 – Resultados dos testes de germinação, frio e emergência

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LISTA DE FIGURAS

Página FIGURA 1 – Germinação das sementes de milho ao longo do

armazenamento climatizado ... 15 FIGURA 2 – Germinação das sementes de milho ao longo do

armazenamento em ambiente convencional ... 16 FIGURA 3 – Vigor das sementes de milho, avaliadas pelo Teste de

Frio, ao longo do armazenamento climatizado ... 16 FIGURA 4 – Vigor das sementes de milho, avaliadas pelo Teste de

Frio, ao longo do armazenamento em ambiente convencional ... 17 FIGURA 5 – Emergência de plântulas de milho ao longo do

armazenamento climatizado ... 18 FIGURA 6 – Emergência de plântulas de milho ao longo do

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SUMÁRIO

Página

COMISSÃO EXAMINADORA ... iii

DEDICATÓRIA ... iv

AGRADECIMENTOS ... v

LISTA DE TABELAS ... vi

LISTA DE FIGURAS ... vii

RESUMO ... ix ABSTRACT ... x 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 3 3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 9 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 13 5. CONCLUSÕES ... 20 6. BIBLIOGRAFIA ... 21 ANEXOS ... 25

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ix

DESEMPENHO DE SEMENTES DE MILHO TRATADAS COM O PRODUTO TIAMETOXAM EM FUNÇÃO DA DOSE E ARMAZENAMENTO. UFPEL, 2008

Autor: João Carlos da Silva Nunes

Orientador: Prof. Silmar Teichert Peske, Ph.D.

RESUMO. O objetivo do presente trabalho foi verificar o possível efeito

imediato e latente do inseticida Tiametoxam 350 FS sobre a qualidade fisiológica de sementes de milho híbrido. Utilizaram-se 15 híbridos da empresa Monsanto, sendo que as variáveis foram: três doses do inseticida 0, 0,7 e 1,05mg./60.000 sementes; cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses) e dois tipos de armazenamento (15oC e umidade relativa de 60% e sem controle de temperatura). Os parâmetros de avaliação foram: germinação, teste de frio e emergência em campo, conduzidos do laboratório de sementes da Aprosmat. Os dados foram discutidos conforme análise estatística sobre o efeito isolado do produto Tiametoxam e a interação ambiente/armazenamento no qual se obtiveram as seguintes conclusões: 1 – As sementes de milho podem ser tratadas com Tiametoxam e armazenadas até um ano em ambiente climatizado.; 2 – A emergência em campo não é afetada pelo tratamento de sementes de milho com o inseticida Tiametoxam mesmo em dosagem 50% acima da recomendada; 3 – Sementes de milho tratadas com Tiametoxam, mantêm sua qualidade fisiológica por até seis meses de armazenamento em ambiente convencional;

Palavras-chave: Zea mays, tratamento de sementes, armazenamento de sementes, neonicotinóides, Tiametoxam, qualidade fisiológica.

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x

PERFORMANCE OF MAIZE SEEDS TREATED WITH THE PRODUCT THIAMETHOXAM BASED IN RATES AND STORAGE. UFPEL, 2008

Author: João Carlos da Silva Nunes

Advisor: Prof. Silmar Teichert Peske, Ph.D.

ABSTRACT. The objective of this work was to verify the immediate and latent

effects of the insecticide Thiamethoxam 350 FS, on physiological quality of maize hybrid seeds. Fifteen high quality hybrids of Monsanto company were utilized, studied through three variables: three rates of the insecticide Thiamethoxam as follow : 0, 0.7 and 1.05 mg of active ingredient/60,000 maize seeds; five storage periods (0, 3, 6, 9 e 12 months) e two storage types (15oC and without temperature control). The three parameters of evaluation were: germination, cold test and field emergence, all of them conducted in the Aprosmat Seed Testing Laboratory. The data were discussed based on statistical analysis about the isolated effect of the product Thiamethoxam and the ambient/storage interaction in which were obtained the following conclusions: 1 – The maize seed can be treated with Thiamethoxam and remain stored for a period of one year under climatized environment; 2 – An overrate of 50% above the recommendation does not affect the field emergence of the maize seeds; 3 – Maize seed on a conventional environment without temperature and moisture control maintain their quality until six months of storage.; 4 – High physiological quality of maize seeds can be stored for about 1 year on an environment with temperature below 20oC.

Key words: Zea mays, maize, seed treatment, seed storage, neonicotinoid, Thiamethoxam, physiological quality.

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1. INTRODUÇÃO

O milho é um dos produtos agrícolas mais importantes cultivados no mundo. É utilizado na alimentação humana e animal, na indústria de farinhas, rações, cola, amido, óleo, álcool, flocos alimentícios, bebidas, etanol para combustível automotivo, e vários outros produtos. A cultura do milho no Brasil é de fundamental importância para o negócio agrícola e economia nacional. É um dos alicerces mais importantes para o pequeno produtor rural. É ainda insumo básico para a produção da agroindústria brasileira onde é utilizado em vários setores como, por exemplo, a produção de aves e suínos, produtos alimentícios, fonte de óleo e proteína, e outras utilidades. Componente estratégico no gerenciamento de cultivo do agricultor brasileiro, onde é utilizada como cultura de rotação e geradora de cobertura vegetal para o plantio direto.

Os maiores produtores mundiais de milho são os Estados Unidos, China e Brasil, que, em 2007, produziram: 280,2; 131,1; e 35,9 milhões de toneladas, respectivamente (EMBRAPA MILHO E SORGO, 2007).

A produção de milho tem crescido, porém o consumo tem aumentado mais que a produção, como conseqüência do aumento populacional e a redução na disponibilidade de áreas de cultivo, o aumento de produtividade é uma meta obrigatória. Para que seja revertida esta situação, a solução passa pelo aumento no uso de novas tecnologias. É sabido que a produtividade média nacional é muito baixa, ainda mais, se considerarmos o potencial genético produtivo que esta cultura tem e o material genético de alta qualidade disponibilizado pela indústria sementeira bem como sua alta qualidade fisiológica.

Se compararmos a produtividade americana com a brasileira, vemos que nos Estados Unidos da América, ela vem crescendo em média, 112 kg/ha./ano desde 1960 (USDA, 2006). Já no Brasil na safra de verão, o aumento médio de produtividade da série histórica dos dez últimos anos é de apenas 62kg/ha (CONAB, 2008).

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2 Nossa produtividade média está ao redor de 3,8t/ha (CONAB, 2008), o que contrasta com resultados obtidos por produtores brasileiros altamente tecnificados que superam 10 t/ha. Embora possam ser alegadas condições climáticas e de subsídios diferentes, o uso de tecnologia adequada é o fator mais importante na obtenção de altas produtividades.

Por outro lado, estes fatos remetem as soluções, ou seja, a intensificação da difusão e o incentivo a adoção destas tecnologias.

O Brasil ocupa lugar de destaque na produção mundial de milho, no entanto o sistema de produção brasileiro apresenta elevados índices de perdas, as quais são causadas em sua maioria, por danos físicos ocorridos durante as operações de colheita, transporte, secagem, beneficiamento e armazenagem, ou por agentes biológicos e pela própria respiração dos grãos (BROOKER et al., 1992).

As evoluções de produtividade que a cultura do milho no Brasil tem obtido ao longo dos anos estão ligadas a uma série de inovações tecnológicas introduzidas no seu manejo. Grande parte, graças às pesquisas de companhias produtoras de sementes de milho híbrido que tem introduzidos novos materiais genéticos e novas tecnologias de produção, bem como no seu esforço de difusão de tecnologia. Uma dessas inovações tecnológicas foi à introdução do sistema de comercialização de sementes de híbridos tratadas na indústria com inseticidas neonicotinóides sistêmicos.

Neste sentido o objetivo do presente trabalho foi determinar o desempenho de sementes de milho tratadas com o produto Tiametoxam (neonicotinóides) durante o armazenamento em dois ambientes diferentes.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

O inseticida Tiametoxam, representante da segunda geração deste grupo químico, tem sido utilizado na forma de tratamento industrial pelas principais companhias produtoras de sementes de milho híbrido. Seu uso, na forma de tratamento de sementes na indústria, atingiu cerca de 12% do total de sementes de milho híbrido de alta tecnologia comercializadas no Brasil em 2007 (KLEFFMANN, 2008). Este ingrediente ativo apresenta marcante ação inseticida para pragas de difícil controle. Têm forte ação principalmente para pragas sugadoras que injetam toxinas como o percevejo barriga-verde e sobre os insetos transmissores de viroses como, por exemplo: cigarrinhas e tripés. Possui atividade sobre algumas pragas mastigadoras importantes como adultos de vaquinha, cupins entre outros (Registro no MAPA sob o nº. 03105 – SYNGENTA, 2007).

Isto foi devido à introdução do conceito que a semente é um agente de conteúdo tecnológico que carrega uma série de materiais incluindo inseticidas para o controle de pragas. Ao mesmo tempo o valor da genética do milho, tem aumentado significativamente e as expectativas dos agricultores têm se intensificado.

Devido a estes fatores, os produtores de sementes de milho começam a ficar muito atentos a um potencial impacto de qualquer agente externo sobre a qualidade das sementes (BURRIS, 20031).

O uso preventivo de inseticidas no tratamento de sementes constitui-se num dos conceitos modernos de controle de pragas (BITTENCOURT et al., 2000).

Os produtos a serem aplicados devem oferecer proteção suficiente tanto às sementes como às plântulas no campo, mantendo os fungos e insetos devidamente controlados, bem como devem ser compatíveis entre eles para

1 BURRIS, J. The impact of seed treatments on maize storability, laboratory test and field

performance - Burris Consulting LLC, 1707 Burnett Ave. Ames, IA 50010 USA – Comunicação

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4 evitar problemas de fitotoxicidade às plantas ou estreitar seu espectro de ação (BAUDET & PESKE, 2006). Ainda estes mesmos autores informam que: O tratamento de sementes é uma realidade para aumentar o desempenho das sementes, principalmente daquelas espécies e variedades ou híbridos de alto valor. Este processo envolve produtos, formulações, combinações e equipamentos. Seu futuro vislumbra-se numa maior interação entre os produtores de sementes, os fabricantes, os pesquisadores e o próprio agricultor. E deixam ainda claro que um bom tratamento de sementes deve considerar os aspectos no que diz respeito à segurança, ao espectro amplo, a eficácia e ao custo.

O estabelecimento das plântulas no campo, de modo a proporcionar um estande adequado, constitui-se na base para obtenção de rendimentos elevados. Neste sentido, o tratamento de sementes é importante para garantir esta população, principalmente em condições adversas de ambiente (LUCCA FILHO, 2006).

Estudando o tratamento de sementes de trigo com inseticidas (Aldrin, Heptacloro e Carbofuran), em diferentes doses, Khalleq e Klantt (1986), verificaram que o Carbofuran, aplicado só ou em combinação com fungicidas reduziu a emergência de plântulas, tendo-se observado menor fitotoxidade quando a semeadura foi feita próxima à aplicação do produto. Por sua vez Oliveira e Cruz (1986), trabalhando com sementes de milho, estudaram o efeito de quatro inseticidas (Acefato, Aldrin, Carbofuran e Thiodicarb) aplicados em diferentes doses. Utilizando diversos períodos de armazenamento, sobre a germinação das sementes constataram que apenas o inseticida Carbofuran afetou a germinação, no teste realizado logo após a aplicação do produto, entretanto quando as sementes tratadas eram armazenadas por mais de 28 dias após o tratamento, todos os inseticidas causaram perda da germinação.

Os inseticidas carbamatos sistêmicos Carbofuran e Thiodicarb não afetam a porcentagem de emergência de plântulas de arroz, diferente do que ocorre em sementes de algodão onde sua qualidade fisiológica é afetada. (GODOY et al., 1990). Em sementes de milho Faria (1990), revelou que o tratamento com o inseticida Deltametrin, foi eficiente na preservação da

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5 qualidade das sementes de milho durante 12 meses, em armazenamento desprovido de controles de temperatura e de umidade relativa. Em termos de dose, Fessel et al. (2003), observaram que alguns tratamentos químicos tendem com o aumento da dose, a gerar efeitos latentes, desfavoráveis ao desempenho das sementes, intensificados com o prolongamento do período de armazenamento, assim como Vieira e Gusmão (2006), relataram efeitos fitotóxicos a sementes de Genipa americana L. causado por doses elevadas de fungicidas e em contrapartida, observaram maior uniformidade de germinação das mesmas sementes quando tratadas com doses baixas.

O tratamento industrial de sementes com inseticidas sistêmicos começou em 2002, com a comercialização dos primeiros volumes de sementes tratadas com o inseticida Tiametoxam totalizando um volume de aproximadamente 1000 sacos de sementes realizado pela empresa Monsanto. Concomitantemente aos trabalhos de introdução do tratamento industrial de sementes de milho híbrido, foram desenvolvidas novas tecnologias de tratamento de sementes industriais no Brasil, com adoção de modernas máquinas automatizadas de tratamento de sementes por batelada (Arktos L100 1C e L100 2C) desenvolvidas em conjunto pela indústria nacional. Estes equipamentos, com seus sistemas computadorizados de controle de dose e aplicação, foram inteiramente projetados e construídos no Brasil. Aliado a isso, foi desenvolvido um inédito sistema de aferição de qualidade de dose composto de sistema de análise de recuperação de ingrediente ativo via HPLC (High Precision Liquid Chromatography) e SLAK (Seed Loading Analisis Kit), que juntos propiciaram alta qualidade e segurança em termos de dose correta e distribuição homogênea de produtos sobre as sementes.

Trabalhos para assegurar a manutenção da qualidade fisiológica das sementes tratadas, foram desenvolvidos nas principais empresas produtoras de sementes de milho híbrido. Por outro lado o tratamento de sementes na indústria tem uma serie de benefícios e conveniência para o agricultor tais como: certeza de dose correta, não necessita se envolver com a operação, economiza trabalho e tempo, não se expõe ao uso do produto.

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6 O objetivo do armazenamento de sementes é preservar a qualidade fisiológica das sementes. Condições ideais de armazenamento não aumentam vigor e germinação das sementes, já o armazenamento incorreto pode acarretar na perda da germinação, usualmente devido à deterioração fisiológica e desenvolvimento de fungos (BLACK et al., 2006). Ainda estes mesmos autores, discorreram que a deterioração das sementes ocorre pelo processo natural de envelhecimento, mas pode ser intensificado por manejo de condições incorretas no armazenamento. Baixos conteúdos de água causam dessecação, enquanto que incrementos de umidade favorecem o aumento do metabolismo e favorecimento do surgimento de fungos. Altas temperaturas desnaturam as membranas e enzimas, já temperaturas extremamente baixas (congelamento) também causam a danificação das membranas.

As reações de deteriorações que ocorrem nas sementes não germinadas, e seus efeitos negativos são frequentemente detectadas quando se colocam as sementes a germinar. Após a embebição, as sementes deterioradas perdem conteúdo celular devido à desestruturação das membranas, desenvolvem lentamente exibindo anormalidades (necroses e estruturas deformadas), podendo não ocorrer à emissão da radícula. Nos casos mais severos, sementes deterioradas têm poucas células viáveis que são incapazes de um desenvolvimento organizado, devido aos constituintes celulares estarem seriamente degradados (ZIMMER, 2006).

A deterioração é causada por um efeito conjugado de lesões nas macromoléculas, acumulada em conseqüência da dessecação ou durante o tempo seguido a maturação, e a progressiva inabilidade de reparar as lesões. Danos não reparados não permitem as células replicarem seu material genético o qual, por sua vez, atrasa ou impede mudanças celulares necessárias para complementar à germinação, e eventualmente leva a disfunção celular e sua morte (ZIMMER, 2006).

As condições em que as sementes são armazenadas afetam acentuadamente sua taxa de deterioração, e por esta razão afetam a sua armazenabilidade. O teor de água das sementes é considerado um dos fatores mais importantes, afetando a velocidade com que as sementes perdem sua

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7 viabilidade, especialmente em ambiente com altas temperaturas (POPINIGIS, 1985).

O conteúdo de reservas das sementes é fundamental para sua longevidade. Os cereais, por exemplo, com alto conteúdo de amido, tem boa capacidade de suportar longos períodos de armazenamento. Sementes com alto teor de óleo têm tendência a um maior risco de deterioração devido a reações envolvendo a peroxidação. Isto ocorre em sementes com alto conteúdo de ácidos graxos poli-insaturados, porém, obter novos cultivares de oleaginosas com baixa proporção de ácidos linoleicos e linolenicos não melhora a longevidade das sementes (BLACK et al., 2006).

A aplicação de produtos estranhos à semente como a própria água, fungicidas, inseticidas, nematicidas, nutrientes, antídotos, reguladores de crescimento e hormônios, aminoácidos, polímeros e corantes, aumentam os riscos de deterioração da qualidade fisiológica das sementes em menor ou maior grau dependendo do agente utilizado. Por outro lado, são inegáveis as vantagens de se utilizar uma semente protegida, como veículo de transporte de tecnologia, além do combate contra agentes biológicos externos como fungos, insetos, nematóides, etc. Daí a importância da realização de estudos específicos de tratamento de sementes com produtos de ultima tecnologia envolvendo o armazenamento (Peske e Baudet 2006).

Gutormson e Patin (2007) relatam que as companhias produtoras de sementes de milho, podem usar estes testes de laboratório, para estimar o desempenho das sementes no campo, mas não como uma estimativa da emergência em campo.

Hammann2 (2008) questiona o uso dos testes saturado de frio e o teste de frio normal em solo saturado de água como indicadores de vigor para sementes tratadas. Isto, devido ao elevado número de sementes tratadas, colocadas por volume de substrato nestes testes, sejam eles conduzidos em papel ou caixas com solo. Este risco é devido à elevada concentração de químicos por volume de solo nestes testes de laboratório em relação ao real

2

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8 potencial de diluição dos químicos em condições de campo. Em campo, a diluição do ingrediente ativo, é muito maior reduzindo drasticamente os riscos de fitointoxicação das sementes e plântulas. Ainda, segundo a autora, a ausência de sintomas de fitointoxicação, significaria ausência de efeito deletério sobre a germinação e vigor das sementes. Já a presença de sintomas de perda de vigor nestes testes de laboratório (excetuada a emergência a campo), não significaria necessariamente risco de redução na emergência ou no vigor das sementes.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizadas sementes de milho híbrido de alta qualidade fisiológica com teor de umidade de 12% e com vigores e germinações iguais ou superiores a 90%. Os materiais utilizados representaram 15 diferentes híbridos comerciais de milho cujas sementes foram produzidas na safra 2004/05. As sementes foram previamente tratadas com Deltametrin (K-O-Biol - 8mL/100 kg de sementes) e metil-pirifós (Actellic 500 CE, 1,6 mL/100 kg de sementes) para proteção contra pragas de armazenamento e com fludioxonil + mefenoxan-m (Maxim XL, 150 mL/100 kg/sementes) fungicida recomendado para tratamento de sementes.

As sementes foram tratadas com a molécula alvo desta pesquisa, o Tiametoxam (Cruiser 350 FS, contendo 350g de ingrediente ativo por litro de produto comercial), na unidade de beneficiamento de sementes da empresa Monsanto em Uberlândia, MG. As doses testadas foram: 0; 0,7 (dose recomendada pelo fabricante) e 1,05 mg de ingrediente ativo Tiametoxam por unidade de semente (representa 50% a mais que a dose recomendada para o controle de pragas iniciais). A dose de 0,7 mg por unidade de sementes, corresponde a 120 mL do produto comercial Cruiser 350 FS/60.000 sementes. As empresas produtoras de sementes de milho, geralmente comercializam a quantidade de 60.000 sementes por saco.

Para aplicação do Tiametoxam foi utilizada uma máquina de tratamento de sementes de batelada - modelo Tratec – MECMAQ, equipada com disco de atomização rotativo. Utilizou-se um volume de calda (inseticida + água) de 200mL/60.000 sementes para distribuir o produto sobre as mesmas. O ciclo de tratamento consumiu 20 segundos por batelada/amostra de 5kg. Após o tratamento, as amostras de sementes, com 5 kg cada, foram acondicionadas em sacos de papel multifoliado iguais aos originalmente utilizados pela indústria no armazenamento e comercialização e imediatamente enviadas para o laboratório de análises de sementes da Associação dos Produtores do Mato Grosso - Aprosmat na cidade de Rondonópolis, MT, para as avaliações de

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10 qualidade fisiológica. No laboratório, as sementes tratadas foram armazenadas em dois ambientes. Um com temperatura (15oC ± 2oC) e umidades relativa de 60%, denominado armazém climatizado e outro ambiente sem controle destes parâmetros denominado armazém convencional.

TABELA 1 - Doses testadas do princípio ativo Tiametoxam em sua formulação comercial

Princípio ativo Nome

comercial Grupo químico

Doses utilizadas no ensaio em mg de ingrediente ativo por unidade de semente

Tiametoxam Cruiser 350 FS neonicotinóides 0

Tiametoxam Cruiser 350 FS neonicotinóides 0,7 Tiametoxam Cruiser 350 FS neonicotinóides 1,05

A temperatura e a umidade relativa do ar dos ambientes foram registradas a cada duas horas durante todo o período de armazenamento. Esta medição foi feita através do uso de dois termo-higrógrafos da Onset Corporation, modelo Hobo RH/Temp. H08-003-02 registrando as variações de temperatura e umidade relativa do ar durante o período.

As avaliações da qualidade fisiológica foram realizadas utilizando os seguintes testes: Teste de Germinação (TG), realizado de acordo com as RAS – Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 1992), Teste de Frio (TF) e Emergência em Campo (EC), de acordo com Marcos Filho (1998).

O TG foi feito com 4 repetições de 50 sementes semeadas em papel umedecido e postas a germinar a 25°C durante cinco dias. Para a instalação do teste foi utilizado papel especial, marca Germitest. A quantidade de água utilizada para o umedecimento do papel foi calculada através da relação peso de água (g) por peso do substrato (g), sendo o peso da água equivalente a 3,0 vezes o peso do substrato, de acordo com as RAS (BRASIL, 1992). Para a confecção dos rolos, as sementes foram distribuídas sobre as folhas de papel, cada rolo de germinação foi composto de quatro folhas de papel, sendo duas

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11 na parte inferior (onde foram depositadas as sementes) e duas na parte superior (cobrindo as sementes). Em seguida, os rolos foram unidos por atilhos de borracha, identificados (nº. do tratamento/ repetição) e colocados nos recipientes (caixas plásticas) previamente lavados com detergente, solução de hipoclorito e assepsia com álcool 70%, em posição vertical, e estes foram acondicionados no interior dos gabinetes tipo WG, onde ficaram expostos à luminosidade e com temperatura controlada (25ºC), durante quatro dias, até o dia da avaliação (avaliação de % de plântulas normais).

O TF em solo foi conduzido em caixas de plástico com dimensões de 25 x 35 cm e 12 cm de altura preenchidos com areia lavada. Foram realizadas 4 repetições com 25 sementes por caixa (repetição), mantidas durante 7 dias a 10°C e na seqüência transferidas para um ambiente a 25°C durante mais 7 dias. A areia utilizada foi de primeiro uso, previamente peneirada, uniforme e isenta de partículas muito pequenas ou muito grandes, e de substancias tóxicas e de microorganismos.

A quantidade de água adicionada para umedecer o substrato foi de 50% da sua capacidade de saturação. Nas caixas plásticas as sementes foram distribuídas sobre o volume de 2L de areia e coberta por uma outra camada com cerca de 1,0-2,0cm de espessura (1L de areia). Após essa camada, foi distribuída a água para atender a necessidade de acordo com os cálculos prévios.

O teste de emergência em canteiros (EC) foi realizado com 4 repetições de 100 sementes por metro linear em solo de canteiros construídos para este fim. O adequado suprimento de irrigação para a germinação das sementes foi efetuado. Aos 14 dias após a semeadura, foi efetuada a contagem de plântulas emergidas.

As épocas de avaliação foram aos 0, 90, 180, 270 e 360 Dias Após o Tratamento das Sementes (DATS).

Procedimento estatístico - O ensaio foi montado e conduzido em

delineamento experimental em blocos casualizados com 15 repetições em um esquema fatorial 3 (doses de Tiametoxam) X 2 (ambientes de armazenamento)

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12 X 5 (épocas). Para tanto os diferentes 15 híbridos foram considerados como repetições e colocados como blocos. A análise dos dados foi processada utilizando o programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2000). Para as comparações de médias foi utilizado o teste de Scott Knott a 5% de probabilidade e regressões para os parâmetros quantitativos.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância dos dados mostrou efeito significativo ao nível de 5% de probabilidade para a dose do Tiametoxam sobre os três parâmetros de avaliação: germinação, emergência e teste de frio, respectivamente, isso somente quando a analise foi realizada após um ano de armazenamento das sementes. Essa análise foi realizada com separação de médias. Por outro lado a interação ambiente x armazenamento foi significativa, levando a discussão e apresentação dos resultados de forma conjunta com análise de regressão, em que se discutiu o efeito do armazenamento dentro de cada ambiente para os três parâmetros da qualidade de sementes analisados.

A germinação das sementes de milho após um ano de armazenamento foi afetada levemente pelo tratamento com Tiametoxam, em que dose normal de 0,7mg/60.000 sem, apresentou um decréscimo de dois pontos percentuais (pp) em relação à testemunha (Tabela 2).

TABELA 2 - Resultados dos testes de germinação, frio e emergência em função da dose de Tiametoxam, após um ano de armazenamento das sementes.

Dose Germinação Frio Emergência 1,05 92. C 89B 97A 0,7 94. B 92A 97A 0 96. A 92A 97A

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente a 95 % de probabilidade, pelo Teste Scott Knott.

Em relação à emergência, as doses não apresentaram diferença estatística entre si. Por outro lado, no desempenho das sementes sob o teste de frio a dose de 1,05mg /60.000 sementes apresentou uma diferença de três pontos percentuais em relação à testemunha e à dose de 0,7mg /60.000 sementes (Tabela 2).

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14 Considerando as condições em que o tratamento das sementes de milho com Tiametoxam foi analisado, utilizando 15 híbridos, duas condições de ambientes e 5 períodos de armazenamento durante um ano, pode se considerar, para efeitos práticos, que o Tiametoxam não afeta a emergência de sementes de milho, inclusive quando a dose passa do indicado tecnicamente pelo fabricante.

Outro aspecto a ser considerado é que as sementes possuíam alta qualidade fisiológica inicial de tal maneira, que mesmo com a super dose de 1,05 mg / 60.000 sementes o teste de frio, apresentou uma média de 89% de germinação, que pode ser considerada alta, de acordo com padrões de controle interno de qualidade de diversas empresas de sementes.

Relacionando os resultados deste trabalho com outros encontrados na literatura, verifica-se que Fessel et al. (2003) observaram que alguns tratamentos químicos tendem a gerar efeitos latentes, desfavoráveis ao desempenho das sementes com o aumento das doses e intensificados com o prolongamento do período de armazenamento. Neste sentido, Oliveira e Cruz (1986) constataram que inseticidas causaram queda da germinação.

Ainda, Godoy et al. (1990), estudando o efeito dos inseticidas Thiodicarb e Carbofuran (700g i.a./100kg de sementes), verificaram que as sementes de milho, apresentaram menor porcentagem e velocidade de emergência de plântulas em relação à testemunha, sendo tais diferenças mais marcantes após 15 dias de armazenamento.

Assim diferentemente dos resultados obtidos por estes autores com outros inseticidas de vários grupos químicos, neste trabalho de maneira geral não foram observados problemas com o inseticida Tiametoxam, na dose de 0,7 mg de i.a./100 kg de sementes na emergência em campo.

Por outro lado, Silva3 (2008), obteve resultados semelhantes utilizando o mesmo produto após 12 meses de armazenamento em ambiente controlado. O autor relata ainda que o Imidacloprid (outro neonicotinóide) apresentou efeitos deletérios de fitoxicidade nas sementes logo após o tratamento,

(27)

15 evidenciando a existência de diferenças entre produtos de mesmo grupo químico.

Analisando a interação ambiente x períodos de armazenamento em relação ao desempenho das sementes no teste de germinação (Figura 1), podemos observar que as sementes no ambiente com controle de temperatura de 15oC durante um ano, não apresentaram redução em seu percentual de germinação; por outro lado, no ambiente convencional (Figura 2) a germinação se manteve praticamente por seis meses, vindo a decrescer a partir deste período. y = -0,0075x + 97 R2 = 0,74 50 60 70 80 90 100 0 90 180 270 360 D I A S % G e rm in ão

FIGURA 1 - Germinação das sementes de milho ao longo do armazenamento em ambiente climatizado.

O efeito do ambiente x períodos de armazenamento no teste de frio apresentou efeito mais acentuado, onde se pode observar na Figura 3, o desempenho fisiológico das sementes em ambiente climatizado que durante o período de armazenamento permaneceu praticamente inalterado, em contra partida em ambiente não climatizado, apresenta uma acentuada tendência na redução da qualidade a partir do sexto mês de armazenamento das sementes (Figura 4).

Em termos de grandeza e confiabilidade dos dados, pode-se observar na Figura 4, em ambiente não climatizado, que a equação do segundo grau apresentou um coeficiente de determinação de 0,97%, explicando assim mais

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16 de 95% de variação dos dados, e pela equação pode se estimar que a redução no desempenho das sementes aos 12 meses de armazenamento é de 21 pp em relação ao início do armazenamento.

y = -7E -05x2 + 0,0115x + 97 R2 = 0,84 50 60 70 80 90 100 0 90 180 270 360 D I A S % G e rm in a ç ã o

FIGURA 2 - Germinação das sementes de milho ao longo do armazenamento em ambiente convencional. y = -0,010x + 98 R2 = 0,97 50 60 70 80 90 100 0 90 180 270 360 D I A S % T e s te d e F ri o

FIGURA 3 - Vigor das sementes de milho, avaliadas pelo Teste de Frio, ao longo do armazenamento climatizado.

Em relação ao teste de emergência em canteiro, realizado nas sementes durante o armazenamento, constatou-se que em condições

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17 climatizadas as sementes mantém sua qualidade fisiológica (Figura 5), entretanto em ambiente não climatizado os efeitos começam a se manifestar a partir dos seis meses de armazenamento, porém apresentando um declínio suave em que à diferença da emergência após este período de estocagem, é de apenas três pp em relação ao início do armazenamento.

y = -0,00024x2 + 0,0307x + 97,407 R2 = 0,97 50 60 70 80 90 100 0 90 180 270 360 D I A S % T e s te d e F ri o

FIGURA 4 - Vigor das sementes de milho, avaliadas pelo Teste de Frio, ao longo do armazenamento convencional.

Relacionando os resultados deste trabalho envolvendo controle de temperatura e período de armazenamento, verifica-se que ratifica os resultados obtidos por outros autores como Harrington (1972), em que salienta que a temperatura e umidade são os dois fatores que mais afetam o armazenamento das sementes. Também Helmer (1965), Bilia et al. (1994) e Razera et al. (1886) obtiveram resultados similares. Convém destacar que a grandeza da redução da qualidade fisiológica obtida neste estudo é menor que o indicado na literatura, inclusive Harrington (1972), salienta que a cada 5,5oC na redução da temperatura há um aumento no potencial de armazenamento das sementes.

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18 y = -0,001x + 98 R2 = 0,81 50 60 70 80 90 100 0 90 180 270 360 D I A S % E m e rg ê n c ia

FIGURA 5 - Emergência de plântulas de milho ao longo do armazenamento climatizado.

y = -0,0001x2 + 0,0127x + 98 R2 = 0,96 50 60 70 80 90 100 0 90 180 270 360 D I A S % E m e rg ê n c ia

FIGURA 6 - Emergência de plântulas de milho ao longo do armazenamento convencional.

As explicações para a manutenção da alta qualidade das sementes estudadas mesmo depois de doze meses de armazenamento climatizado, foram devido às condições adequadas de umidade e temperatura, a uma boa seletividade do Tiametoxam, ao uso de sementes de alta qualidade fisiológica, onde o processo de deterioração é mais lento, como indica Delouche e Baskin (1973) e, outra hipótese, é que o desempenho das sementes é em função da

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19 espécie, como mostra Popinigis (1985), em que algumas sementes possuem naturalmente alto potencial de armazenamento e outras baixo, sendo as sementes de milho consideradas de alto potencial.

Este estudo ratifica o procedimento das empresas de sementes de milho onde armazenam seus materiais em ambientes com baixa temperatura, por um período de 12 meses, mantendo a qualidade fisiológica das sementes.

Estes resultados corroboram também pelo menos no quesito temperatura os trabalhos de Bilia et al. (1994), que trabalhando com três ambientes de armazenamento durante seis meses concluíram que o controle da temperatura e umidade do ar de armazenamento, principalmente da umidade do ar (câmara seca), favorece a conservação da qualidade das sementes e de Razera et al. (1986) que trabalhando em diferentes regiões salientou as dificuldades de armazenamento de sementes em áreas quentes e úmidas.

Entretanto, ao observarmos os gráficos do controle dos parâmetros ambientais em anexo, verificamos que neste caso especifico as condições ambientais nos dois tipos de armazenamentos (climatizado e convencional), o fator mais influente foi à temperatura, sendo que no armazenamento convencional variou de 20,19 a 33,170C. Já a umidade relativa dos ambientes, tanto o climatizado como o convencional ficou ao redor de 60%.

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5. CONCLUSÕES

Nas condições em que foi realizado o presente trabalho, pode-se concluir que:

1 – As sementes de milho podem ser tratadas com Tiametoxam e armazenadas até um ano em ambiente climatizado;

2 – A emergência em campo não é afetada pelo tratamento de sementes de milho com o inseticida Tiametoxam mesmo em dosagem 50% acima da recomendada;

3 – Sementes de milho tratadas com Tiametoxam mantêm sua qualidade fisiológica por até seis meses de armazenamento em ambiente convencional.

(33)

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26 TABELA 1 - Decomposição dos graus de liberdade da analise estatística.

Fonte de Variação GL Blocos 14 Dose 2 Ambiente 1 Armazenamento 4 Dose x Ambiente 2 Dose x Armazenamento 8 Ambiente x Armazenamento 4

Dose x Ambiente x Armazenamento 8

ERRO 406

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27

FIGURA 1 - Temperatura – Armazém climatizado 05/2005 a 03/2006

FIGURA 2 – Temperatura °C – Armazém convencional - sem controle dos parâmetros ambientais maio/2005 a maio/2006.

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FIGURA 3 – Umidade relativa % – Armazém Climatizado 05/2005 a 05/2006

FIGURA 4 – Umidade relativa % – Armazém convencional - sem controle dos parâmetros ambientais maio/2005 a maio/2006.

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