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Rev. esc. enferm. USP vol.14 número2

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Academic year: 2018

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A N Á L I S E D O E N S I N O D E V A C I N A Ç Ã O N O C U R S O D E G R A D U A Ç Ã O E M E N F E R M A G E M *

Emiko Yoshikawa Egry **

EGRY, E. Y. Análise do ensino de vacinação no Curso de Graduação em Enfermagem. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 74(2):133-137, 1980.

Analisa-se o conteúdo programático do ensino de vacinação no Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Em seguida são relacionados os principais problemas encontrados durante o ensino da matéria e dadas sugestões visando maior objetividade do ensino e maior aproveitamento e satisfação por parte dos alunos.

I N T R O D U Ç Ã O

O ensino de graduação na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo faz, atualmente, parte d o conteúdo programático da disciplina Enfermagem Preventiva e Comunitária, cuja duração teórico-prática é de 120 horas. Esta dis-ciplina é ministrada n o 7.° o u 8.° semestre d o curso e, portanto, os alunos j á a relacionam c o m seus conhecimentos de microbiologia, farmacologia, anatomia, fisiología, fundamentos d e enfermagem, enfermagem pediátrica, enfermagem e m doenças transmissíveis, etc.

A parte da disciplina destinada exclusivamente à vacinação é pequena, cons-tituindo cerca de 12 horas teóricas e de 8 a 12 horas práticas. Durante o estágio, correspondentes às outras partes da disciplina, o aluno orienta pais e responsáveis pelas crianças sobre os assuntos pertinentes à matéria.

C O N T E Ú D O D O P R O G R A M A D E V A C I N A Ç Ã O O conteúdo deste programa, resumidamente, refere-se a: 1. Cuidados gerais:

— precauções antes e após a aplicação das vacinas; — contra-indicações gerais das vacinas;

— conservação das vacinas e

— material e condições para o funcionamento de u m a sala de vacinação. 2 . Dados relativos a cada vacina, i n c l u i n d o :

— tipo d o produto;

* Trabalho apresentado n o Painel "Imunizações: vacinação, programas e dificuldades operacionais". 1.° Encontro de Enfermeiras de Doenças Transmissíveis. Jornada de Enfermagem e m Doenças Trans-missíveis " A n o Internacional da Criança". P r o m o v i d o pela Associação Brasileira de Enfermagem Se-ção de São Paulo.

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— tipo de imunidade;

— idade para a vacinação;

— doses e intervalo para a vacinação (básica e de r e f o r ç o ) ;

— contra-indicações específicas;

— cuidados específicos;

— técnica de aplicação e

— orientações de enfermagem.

Cabe ainda referir, e m relação a este tópico, que é dada maior ênfase nas va-cinas que são rotineiramente administradas nos Centros de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde d o Governo do Estado de São Paulo, por ser c a m p o usual de estágio dos alunos da nossa Escola. A s outras vacinas que não estão incluidas nesses programas rotineiros são, e m geral, abordadas de maneira mais suscinta, a não ser em casos de epidemia, quando u m a determinada vacina não de rotina é administrada ( E x . m e n i n g i t e ) .

3 . Esquema de vacinação.

São abordados, neste tópico, os critérios de seleção de prioridades para a for-mulação d o esquema, b e m c o m o o calendário vigente de vacinações da referida Secretaria.

4 . Caderneta de vacinação.

Procura-se enfatizar não somente as normas de utilização da caderneta de vacinação, c o m o também o m o d o de preenchê-la e os cuidados relativos à sua conservação

P R O B L E M A S E N C O N T R A D O S D U R A N T E 0 E N S I N O D A M A T É R I A

Os principais problemas encontrados durante o ensino da matéria serão a seguir enumerados, juntamente c o m as sugestões propostas para minimizá-los.

P R O B L E M A S

1. Cisão n o ensino da matéria.

Os aspectos curativos das doenças transmissíveis e os cuidados de enfer-m a g e enfer-m aos doentes são abordados na disciplina Enfermagem e m Doenças Transmissíveis e os aspectos preventi-vos são abordados na disciplina Enfer-m a g e Enfer-m Preventiva e CoEnfer-munitária, não havendo integração entre elas. Isto

S U G E S T Õ E S

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acarreta o descontentamento p o r parte dos alunos e docentes, b e m c o m o , u m a assistência incompleta aos clientes e pacientes.

2 . Informações contraditórias encon-tradas e m diferentes fontes

bibliográfi-cas.

A s diversas fontes bibliográficas n e m sempre coincidem nas recomenda-ções sobre a aplicação das vacinas e os cuidados c o m as mesmas. A eleição da fonte bibliográfica a ser seguida n e m sempre é fácil, o que acarreta proble-mas operacionais Ex.: A O M S consta-tou, por m e i o de pesquisa, que não existe interferência da ingestão de leite materno e m horário p r ó x i m o à admi-nistração da vacina Sabin, para a for-mação de anticorpos. P o r é m a Sectaria de Estado da Saúde continua re-comendando que se mantenha u m in-tervalo entre a mamada e a aplicação da vacina Sabin.

Pesquisar os assuntos controvertidos e publicar os resultados, a f i m de que possam ser seguidas as mesmas orien-tações.

3 . Insegurança dos alunos na execu-ção de técnicas ( i n j e ç ã o e mediexecu-ção p o r via o r a l ) por falta de adestramento, acarretando demora n o atendimento do cliente.

Dar maior oportunidade e m todas as disciplinas d o curso de graduação para que o aluno desenvolva a habili-dade manual principalmente quando se trata de cuidados c o m crianças, pois na aplicação de vacinas nelas reside a maior dificuldade.

4 . Dificuldade na supervisão dos alu-nos não só por ser reduzido o tempo destinado a esta atividade, c o m o tam-b é m , pelo número insuficiente de do-centes.

Promover a integração docente as-sistencial o mais breve possível.

5 . Inexistência de recursos materiais e financeiros para a realização de pes-quisas nesta área dentro da Escola de Enfermagem da U S P . A s pesquisas, em geral, são subvencionadas pelos pró-prios docentes.

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6 . Divergência nas orientações rece-bidas pelos alunos e pelos funcionários d o campo de estágio, o que gera con-flito entre os mesmos, e também inse-gurança no cliente. E x . Na triagem dos clientes para vacinação o aluno é orientado a verificar a temperatura de todas as crianças, mas o funcionário verifica somente daquelas que apresen-tam queixa de febre.

Promover entrosamento c o m en-fermeiras d o c a m p o de estágio para tro-ca de experiências e uniformidade nas orientações.

7 . Falha nas técnicas de conservação e esteriliazção do material nos Centros de Saúde. E x . Utilização de seringas e agulhas úmidas e uso de agulhas rom-budas.

Verificar a possibilidade financei-ra de substituir o atual material por ou-tro descartável; supervisão contínua dos funcionários por parte das enfer-meiras de c a m p o .

8 . Falta de normas para conservação de vacinas à temperatura ambiente. E x . E m caso de falta de energia elétrica, bastante c o m u m em São Paulo, as va-cinas o u são desprezadas ou são utiliza-das c o m o váliutiliza-das; não há qualquer nor-ma sobre o assunto para o pessoal nele se basear.

P r o m o v e r pesquisas relacionadas à questão ou instalação de equipamen-to para fornecimenequipamen-to de energia elétri-ca de emergência.

C O N C L U S Ã O

Concluindo, o ensino de imunização n o curso de graduação em enfermagem deve ser melhorado pois:

— as doenças transmissíveis constituem, ainda, problema de âmbito nacional e regional e muitas delas p o d e m ser prevenidas por m e i o de vacinas;

— as falhas ou erros na triagem, aplicação e orientação pós vacinais sempre acarretam danos ao cliente, os quais p o d e m assumir maiores proporções de acor-do c o m o erro;

— o enfermeiro desempenha importante papel na orientação do público a res-peito de prevenção de doenças transmissíveis, e m qualquer local onde ele trabalha.

Para que se melhore o ensino de vacinação nesta Escola é necessário que:

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— sejam realizadas pesquisas sobre o assunto, para as quais é necessário que haja recursos financeiros e materiais.

E G R Y , E. Y . Teaching of immunization in undergraduate nursing programs. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 74(2):133-137, 1980.

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