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O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA E A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO PÚBLICA NAS CAPITAIS DA REGIÃO NORDESTE

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO – FEAAC

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Disciplina: Monografia em Ciências Contábeis

JÉSSYKA ALVES DE SOUSA

O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA E A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO PÚBLICA NAS CAPITAIS DA REGIÃO NORDESTE

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JÉSSYKA ALVES DE SOUSA

O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA E A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO PÚBLICA NAS CAPITAIS DA REGIÃO NORDESTE

Artigo apresentado à Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof.ª Nirleide Saraiva Coelho e Cavalcante.

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O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA E A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO NAS CAPITAIS DA REGIÃO NORDESTE

RESUMO

É muito importante que sejam fornecidas para a população informações, referente ao processo público, com linguagem clara e acessível, para que as pessoas possam exercer a sua cidadania fiscalizando os atos dos governantes. Para aumentar o direito ao acesso das informações da administração pública, foi sancionada em 2011 a Lei de Acesso à Informação Pública, Lei nº 12.527/2011. Assim, o objetivo geral deste estudo é avaliar o nível de aderência da Lei de Acesso à Informação Pública nos Portais de Transparência dos municípios que formam as capitais da Região Nordeste. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa dos dados, aplicando um estudo de multicasos com análise de conteúdo. Verificou-se que os Portais de Transparência das capitais da Região Nordeste não apresentam todas as informações exigidas pela Lei de Acesso à Informação Pública, algumas informações são encontradas em sítios eletrônicos vinculados aos portais, como o site da prefeitura, e outras ainda não estão sendo apresentadas. Conclui-se que a criação da Lei nº 12.527/2011 foi um avanço em relação à divulgação da informação, mas certos requisitos ainda precisam ser atendidos para que as capitais que constituem a Região Nordeste possam atender por completo as exigências da lei.

Palavras Chaves: Portal da Transparência; Acesso e Divulgação da Informação.

1 INTRODUÇÃO

A transparência dos atos públicos é necessária para formação de um país democratico. É importante que o governo forneça informações com liguagem clara, para que a população possa acompanhar e fiscalizar a gestão pública. Liberar o acesso à informação para a coletividade a possibilita monitorar as decisões dos governantes, que devido à obrigação de transparência tendem a agirem com responsabilidade e dedicação na gestão governamental.

Visando aprimorar a transparência das informações públicas, foram criadas, no Brasil, várias leis que exigem a publicação das contas públicas e dos processos administrativos através de sítios eletrônicos, também conhecidos como websites.

O avanço da tecnologia vem proporcionando à população uma maior fiscalização dos administradores públicos quanto à aplicação dos recursos, permitindo, assim, a sociedade o conhecimento e a participação nas tomadas de decisões.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, foi vigorada para regulamentar a Constituição Federal na parte da Tributação e do Orçamento, dando ênfase nas finanças e dívidas públicas. O objetivo desta lei, de acordo com o caput do artigo 1º, consiste em estabelecer “normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal”.

Além de planejada, a LRF institui que a ação deve ser transparente. Com isso foi criada, em 27 de maio de 2009, a Lei Complementar nº 131, que acrescentou dispositivos a Lei Complementar nº 101/2000, visando melhorar a transparência das contas públicas.

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Diversas informações já estão sendo divulgadas nos chamados sítios eletrônicos. O mais utilizado hoje é o chamado Portal da Transparência, através desse pode-se acompanhar a destinação de recursos do Orçamento da União. Assim, diante do exposto, formula-se a seguinte questão: Qual o nível de aderência da Lei de Acesso à Informação Pública nos Portais da Transparência dos municípios que formam as capitais da Região Nordeste?

Com isso, constitui-se o objetivo geral da pesquisa que é avaliar o nível de aderência da Lei de Acesso à Informação Pública nos Portais da Transparência dos munícipios que formam as capitais da Região Nordeste. No sentido de viabilizar o alcance do objetivo geral, foram definidos quatro objetivos específicos: contextualizar sobre o controle da administração pública; apresentar as informações exigidas na Lei de Acesso à Informação que devem ser apresentadas nos sítios eletrônicos das capitais brasileiras; identificar quais informações exigidas pelo Art. 8º da Lei de Acesso à Informação estão sendo divulgadas nos Portais da Transparência dos municípios que compõem as capitais da Região Nordeste; e por fim comparar o nível de aderência da divulgação da informação nos Portais da Transparência entre os municípios que compõem as capitais da Região Nordeste.

Baseado na exigência dos agentes públicos terem um maior comprometimento com a transparência e fornecimento das informações, surgiu o interesse, por parte da autora, de analisar os sítios eletrônicos das capitais da Região Nordeste para verificar se essas estão fornecendo as informações exigidas pelas leis que já entraram em vigor.

Por se tratar de um tema de importância não apenas para profissionais e estudantes da área contábil, mas sim para toda a sociedade, pois aquilo que envolve o Estado e o Governo deve ser tratado com relevância nacional, não poderia existir maior incentivo para produção da pesquisa.

O estudo visa ampliar as fontes de informações sobre o tema para a sociedade, influenciando uma maior fiscalização e participação cidadã através do acesso e acompanhamento das informações que estão sendo divulgadas. E justifica-se pelo fato de identificar nas capitais da Região Nordeste a transparência da informação governamental e possibilitar a análise comparativa entre o divulgado e exigido pela Lei de Acesso à Informação.

O presente estudo é do tipo qualitativo, utiliza-se de pesquisa do tipo bibliográfica, abrangendo artigos relacionados com o tema do presente estudo, e pesquisa documental, tendo como fonte a legislação em vigor concernente ao problema da pesquisa, Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. A pesquisa também se classifica em descritiva, pois estuda o nível de atendimento dos estados da região nordeste a determinadas exigências legais.

O intuito é realizar uma coleta de dados, nos sítios eletrônicos das capitais da região nordeste, baseada no Artigo 8º, da Lei nº 12.527/11, que exige a divulgação das informações em fácil acesso no âmbito de suas competências. Com isso, foi realizado um estudo de multicasos, entre as nove capitais da região nordeste, comparando o nível de divulgação da informação entre elas, através de um somatório de notas que está estabelecido da metodologia.

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2INFORMAÇÃO PÚBLICA

A LRF é uma importante ferramenta gerencial a serviço da administração pública, pois ela harmoniza e consolida muitos dos objetivos do processo de regime fiscal. Já a Lei Complementar (LC) nº 131/09 auxilia no controle, na gestão fiscal e na transparência da informação fornecida pela Administração Pública. E para fortalecer o direito ao acesso das informações da administração pública foi sancionada a Lei nº 12.527/2011 que estabelece que o acesso à informação seja a regra, e que o sigilo a exceção. Segue abaixo um breve contexto sobre o controle da administração pública, a transparência pública e a criação do portal da transparência, como também um resumo sobre o que trata a lei destaque do trabalho.

2.1 Controle da Administração Pública

Controlar é uma das funções básicas da administração, é a verificação posterior para se ter certeza que tudo ocorreu conforme o planejado. Os conceitos de controle definidos por Koontz e O´Donnel (1955), Welsch (1996) e Gomes (1997), têm em comum a avaliação dos resultados apresentados e saber se estes são satisfatório, se estão de acordo com o planejado, do contrário, ações corretivas seriam implantadas para se chegar ao objetivo final.

De acordo com Peter e Machado (2003), o controle surgiu, na Administração pública, restrito aos aspectos orçamentários e financeiros registrando algumas ações disciplinares, tais como: tombamento de bens públicos, arrecadação de dízimos, registros de receitas e despesas e exigências de prestações de contas anuais por partes dos provedores das capitanias hereditárias e mesmo após a Proclamação da República e o fortalecimento das funções legislativas o controle mantinha o aspecto corretivo.

Existem dois tipos de controles aplicados à Administração Pública: o interno e o externo. O controle interno, que auxilia o externo, de acordo com Peter e Machado (2003), é o conjunto de atividades, planos, métodos e procedimentos que são utilizados para garantir que os objetos dos órgãos e entidades da Administração públicas sejam alcançados de forma confiável e concreta. O controle externo tem como objetivo fiscalizar o emprego do dinheiro público e é exercido por um órgão diferente do que é fiscalizado.

A Lei nº 4.320/64, o Decreto-lei nº 200/67, o art. 70 da Constituição Federal de 1988 e a Lei Complementar nº 101/2000, formam a base legal para o Controle na Administração Pública brasileira. Esses instrumentos se complementam e depõem diretrizes a serem obedecidas pelos gestores públicos tanto na esfera Federal, como Estadual e Municipal, sejam elas entidades da administração direta ou indireta, bem como qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário deverão exercer seus controles internos de forma integrada sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgãos equivalentes, e seus responsáveis darão ciência ao Tribunal de Contas da União quando tomarem conhecimento de qualquer irregularidade, assim como qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

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Contudo, com a atualidade e tecnologia o controle e a administração pública passaram por uma evolução. Os escândalos envolvendo políticos influenciaram ao governo na criação de novos dispositivos legais, exigindo um maior controle sobre a administração pública e consequentemente uma maior transparência na divulgação da informação.

2.2 Transparência Pública

A Lei Complementar nº 101/2000 é conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal, e tem como objetivo tornar a Administração Pública mais eficiente e comprometida com as necessidades da população em geral.

A LRF expõe em seu art. 1º:

§ 1º - A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (BRASIL, 2000)

Este dispositivo legal, a LRF, sustenta-se em quatro pilares: o planejamento, a transparência, o controle e a responsabilização. O primeiro pilar é o Planejamento, onde o gestor encontrará instrumentos como o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), bem como diretrizes que o auxiliará a programar e fixar suas prioridades e as metas do seu programa de governo sem que exceda os limites de recursos e comprometa sua gerência.

Outro pilar da LRF é o Controle, pois para que os dispositivos da lei sejam cumpridos é necessário permanente acompanhamento e avaliação da política e dos atos da administração pública, através de um conselho de gestão fiscal. Cabendo aos representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciários das esferas municipais, estaduais e união, juntamente com o Ministério Público e as entidades representativas da sociedade, constituírem este conselho.

A Responsabilização talvez seja o pilar que mais induz o cumprimento da LRF por parte dos gestores públicos, pois conforme o art. 73-C da LC nº 131/2009 (Brasil, 2009), o não atendimento ao prazo de disponibilização das informações em tempo real, sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o respectivo ente sofrerá como sanção o não recebimento das transferências voluntárias que são a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

O próximo pilar, cujo trabalho tem maior ênfase é a Transparência, pois conforme o art. 48 da LRF (Brasil, 2000), “os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal” serão divulgados ao público inclusive por meios eletrônicos, a internet.

A Lei Complementar nº 101/2000 juntamente com a Lei Complementar nº 131/2009, dispõe sobre o estabelecimento de normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, sendo um novo modelo de gestão a ser seguido pelos administradores responsáveis pelos recursos públicos.

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orçamentário-financeiro. Esta nova legislação reforça a transparência dos gastos públicos sendo mais um grande degrau que a sociedade brasileira alcança. A expressão da lei “tempo real” requer que uma série de pré-requisitos de qualidade e maturidade na gestão pública seja pré-estabelecido. Com o acompanhamento online, erros sucessivos poderão ter consequências sérias (e muitos questionamentos) para o gestor público, bem como para os operadores dos procedimentos administrativos de caráter orçamentário-financeiro.

Disponibilizar para o conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, informações detalhadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público, assim como a adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atendam a padrões mínimos de qualidade estabelecidos pelo Poder Executivo da União são também objetivos da transparência.

O que se pretende com a transparência é primeiramente incentivar a participação popular e a realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

De acordo com Sales e Freire (2011, p. 6):

A transparência e a possibilidade de controle da população sobre as ações públicas proporcionadas a partir do advento das novas tecnologias trouxeram a necessidade de mudanças na legislação, a fim de que essa pudesse se adequar às novas necessidades dos cidadãos.

A transparência pode ser definida como a abertura de informações por parte do governo, onde os governantes justificam aos cidadãos suas decisões, e para fortalecer essa ação em 2011 foi implantada no Brasil a Lei de Acesso à Informação Pública que tem o objetivo de fortalecer o direito ao acesso do que interessa a coletividade.

2.3 Lei de Acesso à Informação Pública

Em 18 de novembro de 2011 foi sancionada a Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação, que começou a vigorar em maio de 2012. O Brasil tornou-se o 89º país a adotar esta Lei, essa abrange a administração direta e indireta de todos os poderes e todos os entes federativos e também entidades sem fins lucrativos que recebem recursos públicos.

É contemplado no artigo XIX da Declaração Universal de Direitos Humanos (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 1948) que:

Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Fortalecendo o direito de divulgar e receber informações, de acordo com a Cartilha Acesso à Informação Pública (CGU, 2011), a Lei nº 12.527/11 mudou o paradigma estabelecendo que o acesso à informação é a regra e que o sigilo é a exceção e exigindo uma publicação do maior número de informações possíveis.

Além de regulamentar o direito de acesso à informação, esta Lei traz dispositivos que desejam a proteção de dados pessoais, mas também determina que informações vistas pelas autoridades como sigilosas só podem ser acessadas em casos extraordinários previstos em leis. Ou seja, são determinadas pela Lei de Acesso à Informação quais informações devem ser disponibilizadas ao público, quais informações devem ser divulgadas mediante solicitação e qual o prazo de entrega da solicitação e quais informações devem ser mantidas em sigilo.

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Serviço de Informações ao Cidadão (SIC). A resposta ao solicitante deve ser dada em até 20 dias, adiáveis por mais 10 dias.

A solicitação de informação não precisa ser justificada, basta conter a identificação do requerente e a especificação do que se solicita. Tirando as cópias dos documentos, o serviço de busca e fornecimento de informações públicas é gratuito. Caso o pedido de acesso à informação seja negado, é direito do requerente ter conhecimento do porque da negativa de acesso.

O artigo 8º da Lei de Acesso à Informação, pelo o qual o estudo deste trabalho será baseado, estabelece que:

É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. (CGU, 2011)

Nos parágrafos do Art. 8º são regulamentadas as novas exigência da divulgação da informação na internet. Conforme Souza (2011, p.179):

Passa a ser obrigatória a divulgação na internet de informações em que constem, no mínimo: registros de despesas, repasses e transferências de recursos financeiros; registros de competências e estrutura organizacional das unidades, com horários, endereços e telefones; informações de licitações, seus editais e resultados, e contratos celebrados; dados gerais de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e respostas a perguntas frequentes da sociedade.

O primeiro parágrafo do artigo da lei em questão apresenta quais informações devem ser divulgadas independente de requerimentos, como, por exemplo, registro das competências, das transferências, das despesas etc.

Todas estas informações devem ser divulgadas em sites na internet, conforme exigência do 2º parágrafo do artigo 8º, estes sites podem ser o Portal da Transparência, que surgiu junto com as regulamentações da Lei de Responsabilidade Fiscal, ou páginas da internet da prefeitura, governo etc.

Já no parágrafo terceiro são expostas as exigências de outros requisitos específicos que deverão ser atendidos: conter ferramentas de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva e clara; possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos; possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos; divulgar os formatos utilizados para estruturação da informação; garantir a autenticidade das informações; manter as informações atualizadas; permitir local para comunicação e garantir a acessibilidade para pessoas deficientes.

2.4 Portal da Transparência

Como forma de incentivar o controle social e a participação da sociedade na fiscalização das finanças públicas, conferindo transparência aos atos da administração pública, a Controladoria-Geral da União (CGU), criou o Portal da Transparência como página na Internet, onde se pode acompanhar a execução dos programas e ações do Governo Federal consolidados no Orçamento Geral da União, principalmente as transferências de recursos a estados e municípios e os repasses feitos diretamente aos cidadãos.

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Em junho de 2005, foi sancionado o Decreto nº 5.482 que determinou que as informações da entidade pública federal deveriam ser divulgadas nas redes de computadores. O Portal da Transparência do Poder Executivo Federal passou a ter a finalidade de divulgar informações detalhadas sobre a execução orçamentária e financeira da União.

De acordo com Sales e Freire (2011, p. 8):

Nesses portais, o indivíduo pode verificar os dados referentes aos gastos públicos, aos repasses dos Municípios de cada ente, às quantias arrecadadas a título de tributos e contratos administrativos, além de outras informações básicas e a prestação de diversos serviços pela internet.

Dobrões e Lima (2011, p. 7) afirmam que “no Portal da transparência do Governo Federal estão disponibilizadas as informações sobre os repasses de verbas federais aos munícipios, tais como: o valor recebido, a data do recebimento e qual a destinação da verba”.

Após a criação e sucesso do portal da transparência do Governo, em 2004, a iniciativa se estendeu para os Estados e Municípios e se tornou um dos mais eficazes instrumentos para o atendimento das leis que tratam da transparência na administração pública.

3 METODOLOGIA

Richardson (2008, p.70) define método em pesquisa como sendo “a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos”, sendo esses procedimentos os responsáveis por “delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las a partir das relações encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias existentes”. Assim, um trabalho de pesquisa implica no levantamento de dados que permite a descoberta de novas informações.

Pode-se dividir a metodologia da pesquisa, quanto à forma de abordagem do problema, sob duas formas: quantitativa e qualitativa. Essa descreve e analisa situações, enquanto a aquela utiliza indicadores numéricos e percentuais sobre determinado fenômeno.

O presente trabalho faz uso de uma abordagem qualitativa. Segundo Richardson (2008), por meio das técnicas qualitativas, é possível interpretar os resultados e ampliar o conhecimento. Nesta pesquisa são identificadas as informações disponibilizadas à sociedade, nos meios eletrônicos das capitais da Região Nordeste, verificado se essas estão cumprindo as determinações da Lei nº 12.527, Lei de Acesso à Informação.

Quanto aos objetivos, a pesquisa científica pode ser classificada como: descritiva, explicativa e exploratória. A descritiva tem como objetivo descrever um fenômeno; a explicativa tem como meta identificar o que contribui para ocorrência deste fenômeno; e a exploratória busca conhecer um fenômeno com profundidade.

Este trabalho estuda o nível de atendimento de um grupo de capitais do Brasil a determinadas exigências legais. Serão analisadas as informações disponíveis nos sites da amostra escolhida para obter as conclusões necessárias para o atendimento dos objetivos do estudo. Assim, quanto aos objetivos, esta pesquisa classifica-se como descritiva. Para Gil (2009, p. 42), o objetivo primordial das pesquisas descritivas, é “a descrição das características de determinada população ou fenômenos ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis”.

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Dentre as fontes bibliográficas que foram utilizadas neste trabalho destacam-se: artigos científicos, monografias e as legislações pertinentes ao assunto.

Ainda de acordo com Gil (2009, p. 45), a pesquisa documental “vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”. As informações disponíveis nos portais da transparência das capitais da região nordeste são as fontes de pesquisa documental utilizada neste trabalho.

Para a realização da interpretação dos dados coletados nos portais da transparência pesquisados, faz-se necessário à utilização da técnica de análise de conteúdo. Segundo Bardin (2009), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens.

Também será utilizado o estudo de multicasos, pois serão analisadas e comparadas às informações, referente à Lei de Acesso à Informação, nos Portais da Transparência nos municípios das capitais que compõem a Região Nordeste. O estudo de multicasos é contextualizado por Gil (2009) como um estudo aprofundado que permite conhecimentos detalhados de vários objetos.

Foram definidos dezesseis requisitos, com base no Art. 8º da Lei de Acesso à Informação, para avaliar o aspecto da transparência das capitais da região nordeste, que totalizam nove. Os requisitos correspondem às exigências dos parágrafos primeiro e terceiro do artigo escolhido. O Quadro 1 apresenta os requisitos que serão pesquisados nos Portais da Transparência dos municípios que compõem as capitais da Região Nordeste.

Quadro 1 – Requisitos Lei nº 12.527 – Lei de Acesso da Informação - Art. 8º.

Parágrafo/Referência Item Requisitos

1º Independente de Requerimentos

1 Registros das Competências 2 Estrutura Organizacional

3 Endereços, Telefones e Horários de Atendimento nas Unidades 4 Repasses ou Transferências de Recursos Financeiros

5 Despesas

6 Procedimentos Licitatórios (Editais, Resultados e Contratos Celebrados)

7 Acompanhamento de Programas, Ações, Projetos e Obras 8 Perguntas mais frequentes da Sociedade

3º Na forma de regulamento

2º Na Forma de Regulamento

9 Ferramenta de Pesquisa 10 Gravação de Relatórios

11 Acesso Automatizado por Sistemas Externos

12 Divulga Formatos Utilizados para Estrutura da Informação 13 Garantia de Autenticidade das Informações

14 Manutenção da Atualização da Informação 15 Local que permita a Comunicação (“fale conosco”) 16 Acessibilidade para Pessoas com Deficiência Fonte: Elaborada pela autora (2013)

4 RESULTADO DA PESQUISA

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numerações vinculadas aos requisitos apresentados na metodologia e horizontalmente com as capitais da Região Nordeste.

Cada informação analisada recebeu uma nota que dependeu dos requisitos do Art. 8º serem ou não apresentados nos Portais eletrônicos das Capitais da Região Nordeste. Se a informação não foi divulgada recebeu nota 0 (zero), já se a informação foi divulgada de forma satisfatória recebeu nota 2 (dois) e se a informação foi apresentada de forma parcial recebeu nota 1 (um). O máximo de pontos possível é 32 (trinta e dois), no caso de todos os requisitos serem atendidos, e o mínimo possível é 0 (zero), caso nenhum requisito tenha sido divulgado. Para encontrar os links dos Portais da Transparência dos nove municípios que compõem as capitais da Região Nordeste partiu-se da determinação de modelo do Portal da Transparência do Governo Federal, que determina que a forma dos portais dos municípios siga o seguinte padrão: xx.transparencia.gov.br/ Nome_do_Município. E também que se o município já estiver seu portal deve vincular um banner que dê acesso à página do portal do governo federal, que apresenta os repasses e os convênios do município.

As visitas aos portais da transparência foram feitas entre os meses de outubro e novembro de 2013. Na página do portal do Governo Federal destinada a cada município existe um campo nomeado “Mais Transparência no Município” onde consta outro link que leva ao portal da transparência ou a página da prefeitura do município. Aos que levam a página da prefeitura, alguns apresentam dentro desta página um link específico para seu portal outros simplesmente apresentam as informações na página da própria prefeitura.

Primeiramente, serão explicados os caminhos feitos para se encontrar os Portais da Transparência de cada município. Logo após, serão destacado quais requisitos do Art. 8º da Lei de Acesso à Informação foram encontrados, quais não foram em cada município e por fim os somatórios das notas, que teve os valores destacados na metodologia, serão comparados.

Começando o estudo pelo Município de Aracaju, no Portal do Governo Federal o link que aparece chama-se “Transparência – Prefeitura de Aracaju”. Este link nos leva a página da prefeitura que apresenta dois campos relacionados à transparência: Portal da Transparência e Portal do Contribuinte – Contas Públicas. No Portal da Transparência são apresentadas as receitas e as despesas e no Portal do Contribuinte são apresentados orçamentos, receita, despesa, compras e demonstrações contábeis.

Ao analisar o município de João Pessoa, existe a seguinte veiculação: “Prestando Contas Lei nº 131/2009 - JP - Governo Municipal”. Este link leva ao site da prefeitura e nesse consta um campo chamado “Governo Transparente”, que se divide em Portal da Transparência e Editais e Licitações.

Referente aos municípios de Maceió e São Luís, as abas que aparecem no Portal do Governo Federal nomeadas de “Portal da Transparência Municipal – Prefeitura de Maceió” e “Portal da Transparência da Prefeitura de São Luís” apresentam erro na página. Assim, procurou-se pelos sites das Prefeituras na tentativa de achar algo relacionado à transparência. Em Maceió, na aba “Serviços” do sítio da prefeitura foi encontrado um campo nomeado “Portal da Transparência”. E em São Luís um campo chamado “Portal da Prefeitura”.

Verificando o município de Teresina, o link no site do governo federal também dá erro. Procurou-se pelo sítio da prefeitura e se encontrou nesse uma aba chamada “Transparência” que encaminha até o portal.

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Natal”; “Portal Transparência Salvador” e “Portal da Transparência – Prefeitura de Fortaleza”.

Já quanto a Recife a aba que existe se chama “Prestação de Contas – Prefeitura de Recife”, que leva para o site da prefeitura que contêm o link denominado de “Gastos Públicos” que nos leva até ao portal da transparência do município.

Considerando os requisitos exigidos pelo Art. 8º da Lei de Acesso à Informação, chegou-se aos seguintes resultados referentes aos municípios das capitais da Região Nordeste, demonstradas na Tabela 1. Destaca-se que foram considerados os requisitos encontrados no site da prefeitura, já que a Lei de Acesso à Informação determina que as informações devem estar presentes em sítios eletrônicos.

Tabela 1 – Resultados do Acesso aos Portais da Transparência.

Item Aracajú Fortaleza J. Pessoa Maceió Natal Recife Salvador São Luís Terezina

1 0 2* 2* 0 2* 2* 0 0 0

2 0 0 0 2* 2* 0 2* 0 0

3 1* 1* 2* 1* 1* 1* 0 0 1*

4 1 2 2 2 1 1 1 1 1

5 2 2 2 2 2 2 2 2 2

6 2* 2 2 2 2 2* 2 2 2

7 2* 2* 2* 2* 2* 2* 2* 2* 2*

8 0 0 2 0 0 2 0 0 0

9 2 2 2 2 2 2 2 2 2

10 2 2 2 2 2 2 2 2 2

11 0 2 2 2 0 2 2 0 0

12 2 2 2 2 2 2 2 2 2

13 0 2 0 2 2 0 0 0 2

14 0 0 0 0 0 0 0 0 0

15 2* 2 2 0 0 2 2 0 2

16 0 2* 2* 0 0 0 0 0 0

TOTAL 16 25 26 21 20 22 19 13 18

% 50,00 78,13 81,25 65,63 62,50 68,75 59,38 40,63 56,25

(*) Dados encontrados no Sítio da Prefeitura do Município Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

Começando pelas informações que independem de requerimento, o primeiro requisito, Registros das Competências que se refere às atribuições do órgão, foi encontrado nos municípios de Fortaleza, João Pessoa, Natal e Recife. Em Fortaleza o requisito não foi encontrado no portal, mas no site da prefeitura na página de cada órgão. Em João Pessoa também foi encontrado na prefeitura o campo “Secretarias, Órgãos e Coordenadorias” que apresenta as atribuições de cada departamento. Verificando Natal e Recife foi encontrado na prefeitura a aba “Secretarias e Órgãos” com as competências e obrigações de cada órgão.

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nos municípios de Maceió, Natal e Salvador. Em todos os organogramas foram encontrados no site da prefeitura do referido município.

Referente ao terceiro requisito, Endereço, Telefone e Horário de Atendimento das Unidades, pode-se observar que as capitais Aracaju, Fortaleza, Maceió, Natal, Recife e Teresina apresentam no sítio da prefeitura Telefone e Endereço e que se precisa acrescentar o Horário de Atendimento dos departamentos destes municípios. João Pessoa foi a única capital que apresentou Telefone, Endereço e Horário de Atendimento, requisito também encontrado no site da prefeitura na aba “Secretarias e Órgãos”. Para os municípios que apresentaram endereço e telefone e não horário de atendimento foi atribuído nota 1 (um).

Quanto ao quarto requisito, Repasses ou Transferências de Recursos Financeiros que está vinculado às informações apresentadas no Portal da Transparência do Governo Federal, foi atribuído nota máxima apenas para os municípios que apresentaram o link “Transparência” que direciona para o portal do Governo Federal. Nos municípios Aracaju, Natal, Recife, Salvador, São Luís e Teresina foram encontrados os repasses do governo federal, estado e de outros municípios na página das Receitas, mas sem direcionamento para Página do Portal do Governo Federal. Já as capitais Fortaleza e Maceió apresentam uma aba chamada “Transparência” que direciona direto para o Portal federal. E João Pessoa apresenta um campo de nome “Portais Relacionados” que também direciona ao portal federal.

Verificando o quinto requisito, Despesas, esse foi encontrado em todos os portais de todos os municípios. Despesas divididas em correntes e de capital, com valores fixados, liquidados e pagos por mês e departamento. Algumas capitais como João Pessoa teve as suas Despesas dividida por Entidade, Órgãos da Administração Direta ou Indireta e Fundos de Capitais. Outras como Natal apresentaram gráficos com valores em porcentagens.

O sexto requisito, Procedimentos Licitatórios que se refere a editais, resultados e contratos celebrados, também foi localizado em todos os municípios, alguns ofertaram a informação no próprio portal da transparência como Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Natal, Salvador e São Luís. Já os demais apresentaram as informações sobre os processos licitatórios apenas no sítio da prefeitura. Algumas capitais apresentavam uma aba chamada “Compras” que dividia os materiais em consumo e imobilizado. Os Editais e Licitações eram apresentados por ano e departamento. Certos municípios, como Aracaju, apresentaram um campo “Fornecedor” no portal da transparência com informações de CNPJ, número do contrato, objeto, modalidade da licitação, empenho, liquidação e pagamento, mas o acesso ao contrato era apenas encontrado na prefeitura.

Analisando o sétimo requisito, Acompanhamento de Programas, Ações, Projetos e Obras, os municípios que apresentaram este requisito colocaram as informações no site da prefeitura. Em todos os municípios foi possível acompanhar algumas ações relacionadas a algum dos seguintes temas: educação, moradia, saúde, participação popular, cultura e obras.

Pesquisando pelo oitavo requisito, Perguntas mais Frequentes da Sociedade, esse foi encontrado apenas nos municípios de João Pessoa e Recife. Os demais apresentavam uma página “Glossário” que não utilizava uma linguagem de fácil compreensão.

Partindo para os requisitos na forma de regulamento, referente à Ferramenta de Pesquisa de Conteúdo nos portais da transparência de todas as capitais pode-se verificar as informações que estavam disponibilizadas de forma objetiva, transparente e de fácil compreensão.

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em planilha de Excel e em Portable Document Format (PDF). Mas houve alguns, como Aracaju, que disponibilizou só a imagem dos relatórios.

O Acesso Automatizado por Sistemas Externos está relacionado com o direcionamento de uma aba do portal da transparência para outras páginas relacionadas. Só não foi encontrado este requisito nos municípios de Aracaju, São Luís, Natal e Teresina, os demais direcionam para páginas da prefeitura, principalmente na verificação das Compras – Licitações. Alguns municípios como Fortaleza e Maceió redirecionam para o Portal do Governo Federal.

Identificou-se que os Formatos Utilizados para Estrutura da Informação estão em páginas da internet, planilha de Excel e em PDF, todos com acesso à impressão. As demonstrações contábeis e os Contratos Licitatórios, em sua maioria, são disponibilizados em PDF.

Quanto ao décimo terceiro requisito, Autenticidade das Informações que se refere à fonte das informações disponibilizadas, foi encontrado nos municípios de Maceió, Natal, Teresina e Fortaleza. Alguns, como Fortaleza, disponibilizaram o link “origem dos dados”, os demais colocaram no início ou no final dos dowlouds dos relatórios a origem das informações. Em alguns municípios, como Recife, foram encontradas as origens nas repostas das “Perguntas Frequentes”, mas mesmo assim considerou-se nota zero.

O requisito “Fale Conosco”, local que permita comunicação, foi encontrado nos municípios de Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador e Teresina. Considerando que nos municípios de Aracaju e Teresina o requisito foi encontrado nos sítios de suas prefeituras.

O último requisito, Acessibilidade para Pessoas com Deficiência, estabelecido pela lei nº 10.098/2000 em seu Art. 17, foi encontrado apenas em dois municípios, Fortaleza e João Pessoa. Uma aba denominada “Acessibilidade” que ao ser acessada pode-se verificar as descrições das ferramentas que podem ser utilizadas pelas pessoas portadoras de deficiência. As ferramentas são as seguintes: botões para diminuir e aumentar as fontes, campo para mudar os tons das cores e versão contrastada para melhorar a visualização do conteúdo.

De posse dos resultados, podem-se destacar alguns pontos. Primeiramente, observa-se que o município de São Luís foi único que apresentou somatório menor que 50%, fato que deixa a capital atrasada quando se refere à divulgação de informação em relação às demais capitais da Região Nordeste.

O melhor município do estudo foi João Pessoa, com 81,25% do total da pontuação. A capital dá uma ampla divulgação dos seus atos e seu portal é de fácil acesso, bem estruturado e diretamente vinculado ao sítio da prefeitura que também contêm bastante informação. Fortaleza foi o segundo município com o melhor desempenho da pesquisa, com 78,13% da pontuação máxima. A cidade possui um portal de fácil acesso e com linguagem clara. Apenas estes dois municípios com maior pontuação apresentaram o requisito Acessibilidade para pessoas com deficiência.

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Alguns requisitos, como Despesas e Licitações, obtiveram nota máxima em todos os municípios. Em todas as capitais eram apresentadas os valores empenhados, liquidados e pagos, e mesmo que no sítio da prefeitura os contratos também eram disponibilizados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para se obter uma boa divulgação da informação é importante que o divulgador se preocupe em como vai divulgar esta informação, pois a transparência é algo, hoje, exigido em lei, que se tornou uma importante ferramenta do acompanhamento dos gastos públicos.

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de aderência da Lei de Acesso à Informação Pública nos Portais da Transparência dos munícipios que formam as capitais da Região Nordeste. Buscou-se identificar quais informações exigidas pelo Art. 8º da referida lei estão sendo divulgadas em seus portais da transparência.

A amostra escolhida para análise foi os municípios que formam as capitais da Região Nordeste, totalizando nove capitais. Detectou-se em todos os municípios estudados que as informações divulgadas estão distribuídas em seus Portais da Transparência e em seus Sítios da Prefeitura.

Para o encontro dos Portais da Transparência dos municípios estudados, iniciou-se a pesquisa pelo Portal da Transparência do Governo Federal a procura de links que destinassem aos sites específicos dos portais de cada capital. Algumas páginas deram erro e com isso houve a necessidade da procura dos sites das prefeituras das capitais na tentativa de achar algo relacionado à transparência. De modo geral, os sites das prefeituras apresentaram um link denominado Portal da Transparência, Transparência ou Governo Eletrônico logo na primeira página, que dá acesso às informações municipais.

Para analisar o nível de aderência das capitais à Lei de Acesso à Informação, utilizou-se 16 (dezesutilizou-seis) critérios retirados do Art. 8º da referida lei. Verificou-utilizou-se que os requisitos apresentados pelos municípios não eram divulgados em sua totalidade no Portal da Transparência e que algumas destas informações não divulgadas no portal eram encontradas no site da prefeitura, e como a lei exige a divulgação da informação em sítio eletrônico foi considerada como divulgada as informações que eram encontradas nos sites das prefeituras. Atribui-se notas de 0 a 2 de acordo de como a informação era divulgada.

Percebeu-se que os municípios estudados ainda não atendem 100% a Lei de Acesso à Informação, mas alguns estão caminhando para isso, como Fortaleza e João Pessoa que apresentaram mais de 75% no somatório dos requisitos. Apenas, São Luís apresentou menos de 50% do somatório e Aracaju apresentou exatamente os 50%, os demais apresentaram entre 50% e 70%, considerado pela autora como um bom status.

Destaca-se que as informações disponibilizadas são de fácil acesso, mas nem todas tiveram suas fontes divulgadas e estavam atualizadas. Os requisitos menos encontrados foram “Perguntas Frequentes”, encontrado apenas em João Pessoa e Recife, e “Acessibilidade para Pessoas Deficientes”, também, encontrado só em dois municípios, Fortaleza e João Pessoa, e no sítio da prefeitura de cada um.

Concluiu-se que alguns municípios estão com o nível de aderência a Lei de Acesso à Informação mais avançado do que outros, mas que nenhum está atendendo a lei em sua totalidade, e talvez isso se deva a falha de uma fiscalização que aponte as falhas dos municípios na disponibilização das informações on-line para população.

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sítio da prefeitura, para aumentar a facilidade ao acesso à informação pública e, consequentemente, uma maior compreensão do que está sendo divulgado.

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Tabela 1 – Resultados do Acesso aos Portais da Transparência.

Referências

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