• Nenhum resultado encontrado

APONTAMENTOS SOBRE O MOVIMENTO TEATRAL EM RIO GRANDE NO SÉCULO XIX

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "APONTAMENTOS SOBRE O MOVIMENTO TEATRAL EM RIO GRANDE NO SÉCULO XIX"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

\

MLKJIHGFEDCBA

APONTAM ENTOS SOBRE O M OVIM ENTO TEATRAL

EM RIO GRANDE NO SÉCULO XIX'

EZIO BITTENCOURT

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

"E n tre ore a l e oim a g in á rio va g u e ia o n o vo o lh a r d o h isto ria d o r. "

ASTOR DIEHL

RESUMO

No estudo das sociedades, devem ser levados

em consideração diversos fatores determinantes. Contar a

história de Rio Grande alijando desse processo o estudo da

cultura é desconsiderar aspectos imprescindíveis

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

compreensão da sociedade como um todo Este trabalho

pretende fornecer novos subsidios à reconstrução do passado

de Rio Grande, expondo, sucintamente, o ambiente teatral da

cidade durante o século XIX.

PALAVRAS - CHAVE: Teatros, companhias artisticas, atores, autores, espetáculos, público.

1 -INTRODUÇÃO

Os palcos sempre exerceram influência na cultura dos povos. Os

homens procuram exteriorizar seus anseios, exercitar seus pendores e

estados da alma por uma série de formas intelectivas. Não há nacionalidade

que não tenha no seu passado manifestações teatrais. Nesse sentido, Rio

Grande possui igualmente sua história.

A fundação de Rio Grande, em 1737, na embocadura da Laguna

dos Patos, está intimamente relacionada com o projeto português de

expandir seus domínios até o Prata. Sua importância geopolítica deve-se à

prO~imidade com a Colônia do Sacramento, marco do domínio lusitano na

~~ao. platina, às possibilidades de acesso e conquista do interior do

erntóno sulino através da rede hidrográfica da Laguna dos Patos e da

---:~notações referentes a projeto de pesquisa.

R . . . L . Professor do Dep. de Biblioteconomia e História - FURG. 1995. Especialista em """IõI8(Iade, Economia e Política do Rio Grande do Sul.

(2)

Bacia do Rio da Prata, e a constituir-se no único porto marítimo no extremo sul do Brasil.

Durante quase todo o século XVIII, a economia rio-grandina

esteve ligada

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à pecuária e à agricultura de subsistência. Entretanto, a perda

definitiva da Colônia do Sacramento aos espanhóis (Tratado de Santo

Ildefonso, 1777) e o estabelecimento das charqueadas em Pelotas a partir

de 1780, cuja produção viria a escoar pelo porto de Rio Grande,

proporcionaram-lhe uma nova configuração econômica. A tradição

agropastoril foi rapidamente superada pelo comércio atacadista de

exportação e de importação. Definiu-se nessa atividade a vocação e

pujança do rnuniciplo.'

A transferência da Alfândega da margem norte do canal para Rio

Gr=nde em 1804, a dragagem do canal e a construção do Porto Velho,

concluídas em 1823, dinamizaram o comércio citadino. Essas obras e

inúmeras outras de modernização da cidade foram financiadas por

comerciantes locais, evidenciando o "espírito de associação" e o

"progressismo" da elite rio-qrandina." .

Nas primeiras décadas do século XIX, Rio Grande havia se

transformado no "maior mercado do Brasil Meridional'". Em 1822, possuía

vinte e quatro lojas de fazenda, quinze armazéns de atacado, três boticas,

dois ferreiros, dois tanoeiros, dois ourives, duas lojas de louça, dois

latoeiros e um caldeireiro", a maior parte desse complexo comercial

localizado junto ao porto, na rua da Praia (hoje, rua Riachuelo), que margeia o canal.

A prosperidade decorrente das atividades comerciais foi

responsávei pela modificação da fisionomia da cidade. Para o viajante

Nicolau Dreys, a Vila de Rio Grande, "com suas casas suntuosas, seus ricos armazéns, seus cais regulares e seu porto retificado", podia concorrer "com

as mais notáveis cidades da América do

s o r . '

A elite comercial local "fez seu processo de modernização

importando os hábitos de viver das capitais européias, enquanto as

camadas da população que se seguiam permaneciam à margem desse

Rio Grande.

1SALVATORI, Elena et alii. Crescimento Horizontal da Cidade de

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

R e vista B ra sile ira d e G e o g ra fia . Rio de Janeiro. v. 51, n. 1, jan./maio 1989, p. 47.

2ISABELLE, Arséne. V ia g e m ao R io G ra n d e d o S u l (1833-1834). Porto Alegre:

Martins Livreiro, 1983, p. 77.

3LUCCOCK, John. A sp e cto s S u l-R io -G ra n d e n se s n o P rim e ira Q u a rte l d o S é cu lO X IX . Rio de Janeiro: Record, 1935, p. 116.

4CHAVES, Antônio Gonçalves Memórias econômico-políticas sobre a

administração pública do Brasil. Separata de: R e vista d o tn stttu to H istó rico e G e o g rá fico d oRiO

G ra n d e d o S u l. Porto Alegre, 2, 3. trim. 1922, p.325. &J

sDREYS, Nicolau. N o tícia D e scritiva d a P ro vín cia d o R io G ra n d e d e S ã o P e d ra S u l. Porto Alegre: INL, 1961, p. 110-1.

118 BIBLOS, Rio Grande. 8:117-137. 1!)96

6

processo.

A importância de Rio Grande em fins do século XIX atrai a

instalação no município de várias indústrias não-artesanais, prinCipalmente

de fiação e tecelagem, destacando-se a Companhia União Fabril (1873),

exportadora de tecidos de lã e algodão para todo o país e para o exterior.

A industrialização proporcionou empregos, crescimento

demo-gráfico, acelerada urbanização e gerou novas melhorias na barra, no porto

e a construção da estrada de ferro Rio Grande-Bagé, inaugurada em 1884.

O contato do Rio Grande do Sul com as demais regiões do país e com o exterior se fazia basicamente pelo porto de Rio Grande, o que levou a cidade à condição de pólo de atração populacional e movimentado centro cultural - primeiro núcleo urbano gaúcho visitado pelos elencos procedentes da Corte ou do Prata.

Terminada a temporada em Rio Grande, as companhias subiam a

Laguna dos Patos para apresentarem-se em Pelotas e Porto Alegre e

penetrar pelo rio Jacuí, atingindo Rio Pardo, ou demandavam o sul do

Estado através do canal São Gonçalo e Lagoa Mirim, alcançando Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. Por via terrestre a locomoção era morosa e se

fazia pelo sistema regular das diligências almofadadas que cortavam os

pampas gaúcho e platino. Muitos desses artistas apresentavam-se,

também, nas principais cidades do Prata."

Embora muitas cidades do Rio Grande do Sul possuíssem seus

teatros, a maior parte deles era de madeira e com instalações precárias. Durante grande parte do século XIX, somente os teatros Sete de Setembro, de Rio Grande (1832) e Sete de Abril, de Pelotas (1833), apresentavam boas condições para as práticas teatrais. Confirma a observação Francisco

José Soares Andrea, presidente da Província do Rio Grande do Sul, em1850:

h o je , e n tre n ó s , o s m a is a c e ito s d iv e rtim e n to s s ã o o s te a tro s e

a s g ra n d e s re u n iõ e s d a s fa m ília s , p o r s o c ie d a d e s d e b a ile e

c a n to . E m m u ito s lu g a re s d e s ta P ro v ín c ia h á te a tro s , d e v id o à s S o c ie d a d e s P a rtic u la re s m a is o u m e n o s a b a s ta d a s ; e s ã o m u ito re g u la rm e n te c o n s tru íd o s o s d o is d a s c id a d e s d e R io G ra n d e e

P e lo ta s . O s o u tro s s ã o o b ra s d e m e n o r im p o rtâ n c ia e d e d u v id o s a d u ra ç ã o (. ..).8

---~---G 6QUEIROZ, Maria Luiza B.A V ila d o R io G ra n d e d e S ã o P e d ra (1737-1822). Rio

~~ande: FURG, 1987. p.160. CF. LUCCOCK. p. 130-1. SAINT-HILAIRE, Auguste. V ia g e m ao

1 0G ra n d e d o S u l. São Paulo: USP, 1974, p. 80-1,86,90, 187-188.

part 7HESSEL, Loihar; RAEDERS, Georges. O T e a tro n o B ra sil: Sob Dom Pedra 1 1 (2a

e ). Porto Alegre: UFRGS, 1986, p. 250.

8RELATÓRIO. Governo Soares Andrea. AHRS, ordem A-7, Caixa 96.

8 1 8 l a s . R,o Grande. 8 '117_137.1996.

(3)

IfG.l.o1I:

MLKJIHGFEDCBA

Ia loDo

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~ C I J . i

• ., I) 'M

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

I

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

/

/ /

/

/

. /

_______ .• Companhias artísticas oriundas da Corte, Rio de Janeiro.

...• Companhias artísticas oriundas do Prata.

• Cidades que possuíam seus teatros na primeira metade dos é c . XIX.

FIGURA 1 _ O acessO a muitas cidades do Rio Grande do Sul dava-se, principalmente, atravéS

da rede hidrográfica da Laguna dos Patos aproveitada para a navegação.

Adaptado de: FERREIRA FILHO, Arthur. H istó ria d o R io G ra n d e d o S u l. Porto Alegre: GlobO,

1958, p.31.

Mais tarde seriam erguidas outras casas de espetácUlOS .d~

construções sólidas e de bom aspecto: o Teatro de São' Gabriel (1856), O

São Pedro, de Porto Alegre (1858); o Independência, de Alegrete (1862),

Sete de Setembro, de Bagé (1863), etc.

B I B l O S . R i o G r a n d e . 8 : 1 1 7 . 1 3 7 . 1

1 2 0

I

1 . ~; ' " \ ) ; ~ :P ,~ ;

2 -O TEATRO EM RIO GRANDE NO SÉCULO XIX

É difícil precisar a época exata da primeira manifestação pública

do teatro em Rio Grande. Em 1809, o comerciante inglês John Luccock,

negociando na cidade, registrou em suas anotações as ruínas de um teatro

de madeira, que fora destruído por um incêndio, situado próximo à

residência do Governador (hoje a rua General Bacelar, esquina com a Pinto

Lima)H Possivelmente esse teatro fosse do final do século XVIII.

Na Ata da Câmara de 13 de fevereiro de 1822, consta que

"concedeu-se licença a Luiz Ferran, mestre de música do Batalhão de

Infantaria e Artilharia desta vila, para estabelecer' um teatro para

divertimento público (...) " . 1 0

Em 1829, um ofício da Comandância Militar da Vila do Rio Grande

relata que "em teatro particular se pôs em cena, à noite, uma peça"!' em

comemoração ao aniversário do Imperador D. Pedro I; teria sido

representada por oficiais do Batalhão 17 e por algumas outras pessoas.

Em 17 de setembro de 1830, a Câmara recebe um ofício do

Presidente da Província com uma Portaria de 21 de julho "sobre não

consentir-se representação de peças teatrais que ofendam as

autorldades"."

Durante a sessão da Câmara de 14 de outubro de 1830, o

vereador suplente José Antônio Gonçalves Cardoso requer que o também

suplente Manoel Pereira Bastos seja multado "por não ser verdadeira a

alegação de moléstia para não assistir às sessões, pois foi visto no dia 12 na Casa da Ópera enquanto ela [a peça] durou"."

As atividades teatrais tomam grande impulso em 1832, quando é

erguido o Teatro Sete de Setembro. Construído em alvenaria, e com

instalações próprias para as práticas cênicas, o Sete possibilitou o rápido

desenvolvimento da dramaturgia na cidade de Rio Grande. Motivo de

orgulho dos rio-grandinos, o edifício recebia grande público e não passava

década sem melhoramentos.

. 9LUCCOCK, p. 22-23. Antenor Monteiro em seu artigo Coisas de Teatro (Jornal

R io ~ ra n d e , 19 ago.1946), diz que Luccock teria encontrado "as ruínas de um teatro de

~elra, o São Pedro"; entretanto, o que o víajante inglês nos escreve é que observou "as

r e : eas de uma construção de madeira. outrora o T e a tro d e S . P e d ro ". O S . Pedro a que se

re Luccock é a Vila do Rio Grande de S ã o Pedra e não o nome do teatro.

1822 10ATAS e Termos da Câmara de Vereadores de Rio Grande. Rio Grande, 13 fev.

• P . 7 6 - 7 7 .

11

1946. MONTEIRO, Antenor. Coisas de Teatro. Jornal R io G ra n d e , Rio Grande, 19 ago.

12lbid.

'- P e t á 13lbid. Casa da Ópera parece ter sido a designação dada em Rio Grande à casa de

CUlos públicos.

1 2 1

. UFPR - BC/SA

(4)

Salas de espetáculos de dimensões modestas existiam na

Sociedade Dramática Particular Alemã (1864) (na atual rua Andradas); na'

Sociedade Dramática Particular União Artística (1869) (na atual rua

Napoleão Laureano); na Sociedade Dramática Particular Luso-Brasileira

(1870) (na atual av. Silva Paes, esquina Praça Sete de Setembro}": na

Sociedade Recreio Operário, e outras entidades."

Certamente Olyntho SANMARTIN tinha razão ao dizer que: "O

ardor pela arte dramática era, até o fim do século passado, verdadeiramente contarninador"."

Em Rio Grande, essa afirmativa encontra pleno fundamento, pois

na cidade fervilhavam as sociedades e grupos dramáticos locais. Entre eles,

a Sociedade Dramática Particular Recreação Rio-Grandense (1849); a

Sociedade Dramática Rio-Grandense (1856); a Sociedade Dramática

Particular Harmonia Rio-Grandense (1862); a Sociedade Dramática

Particular Alemã (1864); a Sociedade Recreio Comercial (1865); a

Associação Dramática Juvenil (1866); a Sociedade Dramática Talia e a

Sociedade Particular Filo-Dramática (1867), a Sociedade Dramática

Melpômene, Sociedade Dramática Particular União Artística e a Sociedade

Dramática Particular Luso-Brasileira (1869), formada por empregados do

comércio; a Sociedade Particular Fênix Rio-Grandense (1871); o Grêmio

Ginásio Dramático (1878); a Sociedade Culto ao Progresso e a Sociedade

Dramática Hebe (1879), fundada por comerciários; o Clube Carnavalesco

Boêmios (1880); a Sociedade Dramática Particular Filhos da Talia (1888), a

14MONTEIRO, Antenor. Coisas de Teatro II e 111. Jornal

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

R io G ra n d e , Rio Grande,

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2 1 e2 4 ago. 1 9 4 6 .

15Hessel e Raeders, comentam a presença Li11Rio Grande do Teatro Particular D.

Pedro 11. em 1 8 4 0 , dando como fonte o jornal O Im p e ria lista de 1 '" de agosto de 1 8 4 0 ( 2 "

parte, p. 2 5 3 ) . Analisando esse jornal, no entanto, concluímos que o Teatro D. Pedro 11 não

existia na cidade, mas sim em Porto Alegre, localizado na rua de Bragança (depois, rua

Marechal Floriano) Confirma nossas observações Sanmartin em O T e a tro em P o rto A le g re n o

S é cu lo X IX (pA4). Os autores citam, também, a exístência da Sociedade União Operária, que,

em 1 8 7 5 , possuiria seu palco (p.2 5 3 ) . Nossos estudos nos dão como data da fundação dessa sociedade 1 8 9 3 /4 , e somente no início do século XX é que foi construído seu "palco-salão" e

criado o seu grupo dramático ( 1 9 0 2 ) . Mencionam, igualmente, a presença do Teatro 1 4 de

Maio em 1 8 6 4 (p. 2 5 3 ) . Não possuímos nenhuma referência dessa casa de espetáculos e

estamos inclinados a concluir que essa informação provém de uma leitura equivocada do

artigo de jornal "Coisas de Teatro-li", de Monteíro, no qual este escreve: "Existiam também alguns teatrinhos particulares: A 1 5 de Maio de 1 8 6 4 ( , . . ) " .A palavra Maio iniciada com letra

maiúscula, possivelmente um erro na impressão do periódico, e a leitura desatenta ~o

documento, levaram os autores à existência desse teatro. Outro possível erro de impressao

mudou seu suposto nome de 1 5para 1 4 de Maio, conforme consta na referida obra.

16SANMARTIN, Olyntho. O Teatro em Porto Alegre no Século XIX. In: CongreSSO

Sul-Rio-Grandense de História e Geografia, 3 , Porto Alegre, 1 9 4 0 , S e p a ra ta d o s A n a is ...porto

Alegre, Prefeitura Municipal, 1 9 4 0 . p.5 5 .

122 B I B L O S ,Rio Grande. 8 : 1 1 7 _ 1 3 7 .1 9 9 6

Sociedade Dramática Particular Recreio da Mocidade (1890)17; o Grêmio

Artístico Industrial (1890)18; Grêmio Recreio Operário 1 9 ; a Sociedade Culto á

Arte (1892); a Sociedade Dramática Particular Recreio Militar (1898); e

outros mais.

Importantes nomes do teatro nacional pisaram os palcos de Rio

Grande. Em 1856, o conhecido ator Furtado Coelho iniciou nesta cidade

sua longa carreira artística ao chegar de Portugal. Mesmo depois de

fixar-se na Corte, voltou ao Sul três vezes com sua companhia, em

1862, 1874 e 1885. Na última data atuou na mais nova casa de

espetáculos rio-grandina, o Politeama Rio-Grandense, estreando com o

drama F e d o ra , de Victorien Sardou. Em 1877, a Companhia Dramática

Simões com a estrela Lucinda Simões, apresentou-se em longa

temporada. E já afamada também a Companhia de Florindo Joaquim da

Silva, que, entre outras peças, encenou o drama O M a rq u ê s d e T o rre s

N o va s, de Camilo Castelo Branco (1866); a Companhia de Luiz de Braga

Júnior, com grande elenco de ópera-cômica (1884); a Companhia de

Augusto César de Lacerda e José Simões Nunes Borges2 0 e a

"criança-prodígio" Julieta dos Santos (1883)21

Várias companhias artísticas internacionais apresentaram-se

durante o século XIX na cidade, destacando-se: a Companhia Lírica

Verneuil2 2; a Companhia Inglesa de Variedades; a Companhia Italiana de

Óperas Tortini; a Companhia Lírica Italiana Narizano; a Companhia In~lesa

G.Hadwin & H.Willians; a Companhia Italiana Cuniberti e Millone 3 ; a

Companhia Espanhola de Zarzuelas " e muitas outras.

Diversos foram os gêneros teatrais e múltiplas as formas cênicas

levadas ao público rio-grandino. Desde comédias populares e dramas até

óperas, a sociedade local do século XIX conviveu com intensa

movimentação artístico-cultural. Atores e atrizes nacionais e internacionais,

representando os mais variados autores; companhias líricas com repertórios

de Verdi, Donizetti, Rossini, Mozart, Puccini, Bizet, Carlos Gomes,

enCantando platéias com o R ig o le tto , L a T ra via ta , O G u e re n i, A íd a , O

17MONTEIRO. Coisas de Teatro -111. Jornal R io G ra n d e , Rio Grande, 2 4 ago. 1 9 4 6 .

1

s

ECO DO SUL. Rio Grande, 1 '" abr. 1 8 9 0 . 19ECO DO SUL. Rio Grande, 1 1 abr, 1 8 9 0 . 2°HESSEL, 2 " parte, p.2 5 3 - 5 .

J . 21ANDRADE, Frederico. O Teatro Sob Diversos Aspectos, na Nossa Cidade.

ornalR Io G ra n d e , Rio Grande, 2 7jun. 1 9 3 5 . 22lbid.

8· . 23MONTEIRO, Antenor. R e b u sca s. C o isa s e F a to s d a C id a d e . Rio Grande:

iolbhoteca Rio-Grandense"passim. Essa obra consiste em material manuscrito e recortes de

l ~ ~ a l s da longa série C o isa s eF a to s d a C id a d e , publicada em periódico local na década de

O .O autor assina com o pseudônimo de Anteiro.

24ECO DO SUL, Rio Grande, 1 5 fev. 1 8 9 0 .

l l l a t os, Rio Grande. 8 : 1 1 7 - 1 3 7 , 1 9 9 6 .

(5)

T ro va d o r, F a u sto ,

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O B a rb e iro d e S e vilh a , C a rm e m , inúmeras sociedades

dramáticas locais em atividade ...

Nesse ambiente fértil à criação, situam-se os autores nascidos no

século passado nesta cidade: Apolinário Porto Alegre, Bernardo Taveira

Júnior, Artur Rodrigues da Rocha, Manuel José da Silva

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

B a s t o s '" e Manuel

Pereira Bastos Júnior possuem destacado papel na dramaturgia

sul-rio-grandense.

Importante para o teatro local foi também o trabalho do cenógrafo

e litógrafo hamburguês Carl Emil, que se radicou em Rio Grande em 1848.26

A noite nos teatros iniciava com a "Ouverture", na qual a orquestra que melodiaria a cena executava algumas partituras. Seguia-se o espetáculo

com peças divididas em vários atos. Finalizavam-se as apresentações com

declamações de poesias, bailados, números diversos, saraus musicais,

pequenos esquetes, etc2 7

No interior dos teatros, durante boa parte do século XIX, o traje de gala se impunha: cavalheiros de fraque, cartola e a inseparável bengala, e damas em longos vestidos, exibindo ricas jóias, faziam daqueles ambientes

privilégio de poucos. Com o decorrer dos tempos o teatro popularizou-se, e,

embora o gala obrigatório tivesse sido abolido, o cuidado no vestir persistia. O transporte do público ao teatro era feito no século passado pelos

T ilb u rys, C a b rio le ts (importados), S e g e s (fabricados aqui ou em Pelotas) e

pelos ca rro s, todos veículos puxados a cavalo. Em 1884, com a fundação da

Companhia Carris Urbanos do Rio Grande, teve início o transporte coletivo

feito por bondes com tração anirnal'". Era comum, nos prospectos

informativos dos teatros que eram distribuídos na cidade, o anúncio: "Haverá bonds para todas as linhas depois do espetáculo".

2.1 - O Teatro Sete de Setembro

O antigo Teatro Sete de Setembro de Rio Grande é considerado o primeiro edifício do yênero erguido no Rio Grande do Sul, isso falando em

25Dramaturgo e empresário rio-grandino, Manuel José da Silva Bastos ( 1 8 2 5 - 1 8 6 1 )

escreveu onze dramas e seis comédias. Promotor de festas públicas na cidade, principalmente

as do teatro, foi ele o responsável pela tournée do ator João Caetano dos Santos ao Sul do

país em 1 8 5 4 . Estimulou o teatro amador, organizando e dirigindo várias companhias

dramáticas locais. São atribuídas a Silva Bastos as pinturas do interior do Teatro Sete de

Setembro anteriores às do cenógrafo italiano Bernardo Grasseli (ver DAMASCENO, Athos.

A rte s P lá stica s n o R io G ra n d e d o S u f).

26HESSEL, 2 " parte, p. 2 5 3 .

27Como os espetáculos eram os mais variados, essa ordem, obviamente não era

apresentada sempre; no entanto, era muito percebida e ilustra bem as noites nos teatroS da

época.

28MONTEIRO. R e b u sco s ... ,passim.

124 BIBLOS, Rio Grande, B: 117 _ 137, 1996·

construções que efetivamente possam receber o nome de teatro, construídas eP1condições indispensáveis a casas de espetáculo dessa natureza,

Para a edificação desse teatro foi constituída a Sociedade Sete de

Setembro que, por venda de ações a 1 0 0 mil réis, conseguiu o capital

necessário ao empreendimento.29

Em 31 de outubro de 1831 é lavrada a escritura da compra do terreno localizado à rua Direita (hoje, rua General Bacelar), fundos à Praça da Quitanda (hoje, Praça Júlio de Castilhos), então pertencente ao cônego Francisco Ignácio da Silveira,3o

Iniciaram-se as obras, e, em 7 de setembro de 1832, o teatro foi

inaugurado, O jornal O N o ticia d o r de 1 0 de setembro desse ano informa

que "às oito horas, no novo teatro desta vila - 7 de Setembro" foi

representada a peça de Antônio Xavier de Azevedo, O B o m A m ig o . Antes

de começar o espetáculo, CarlosAntônio da Silva Soares recitou um

"elogio". Terminou o "divertimento com uma jovial e graciosa pantomima e

com a farsa intitulada O C a sa m e n to p o r G a ze ta , Em tudo isto se fez sentir

a companhia com bastante espírito e jocosidade, o engraçado do enredo e

a boa execução dos atores". O mesmo jornal comenta que: "Nós não

podemos deixar de manifestar o nosso prazer por ver-nos nesta vila um

teatro ereto por uma sociedade composta de cidadãos que não pouparam

trabalho e despesas para sua conclusão; o qual servirá de escola para se

aprender os bons costumes, aumentar a civilização, e para se festejar os

Dias Nacionais e as nossas belas instituições".

O teatro possuía à sua entrada um pátio que se estendia por cerca de uns oito a nove metros distanciados do edifício. Nesse pátio, por ocasião

de bailes à fantasia, eram feitas fogueiras, sobre as quais saltavam os

foliões. Os fundos do prédio não iam até o alinhamento da rua do Pito (atual rua República do Líbano); um galpão de madeira, utilizado para depósito,

terminava a construção. Aos lados, em toda a sua extensão ficavam

estreitos corredores para o arejamento da platéia por meio de janelas aos

fundos dos carnarotss"

Em 1846, o jornal ilustrado O ste n so r, da Corte, comenta assim o

aspecto externo do Sete de Setembro: "um edifício de boa arquitetura, com

seu pórtico e um frontão triangular, anunciando que é esse lugar das

honestas recreações da noite,,32.

---~~---

29lbid.

3'\tigário da Matriz de São Pedro, esse religioso é citado nas anotações de viagem do ~aturalista francês Auguste de Saint-Hilaire quando esteve na cidade em 1 8 2 0 (SAINT-HILAIRE,

ugUste.V ia g e m aoR io G re n o e d o S u l. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1974, p. 62)

31MONTEIRO, R e b u sca s ... ,passirn.

li ( • 32ApUd HESSEL, Lothar; RAEDERS,Georges. O T e a tro n o B ra sil: Sob Dom Pedro

1. Parte) Porto Alegre: UFGRS, 1979, p. 216.

8I8LOs, RIO Grande, B: 117 _ 137, 1996.

(6)

w

~qd-~ /.

de

O;/~O

c:t:tr

~de-

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

FIGURA 2 _ Fachada original do Teatro Sete de Setembro. Gravura de 1847 de autor

desconhecido.

Extraído de: ASPECTOS BRASILEIROS - Meados do Século XIX. Rio Grande: Biblioteca

Rio-Grandense, 1937.

Sobre seu interior, O

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

N o ticia d o r de 10 de setembro de 1832

registra que "o novo teatro formava uma perspectiva encantadora e

elegante. Três ordens de camarotes uniformemente ornados eram ocupados pelo amável e belo sexo [mulheres]; e platéia por conspícuos e respeitáveis

cidadãos". O C o rre io M e rca n til do Rio de Janeiro, em 13 de março de 1833,

dizia que era um "teatro ricamente decorado e já em exerctcto"."

Em 1833, a associação promotora do teatro já se preocupava com

a organização disciplinar do mesmo; é o que se percebe no anúncio de O

N o ticia d o r de 28 de fevereiro: "Domingo, 3 de março, às 11 horas da manhã,

haverá sessão da Sociedade 7 de Setembro, para se começar a discussãO dos seus estatutos".

3 3Apud HESSEL. 1'" parte, p. 216.

BIBlOS. Rio Grande. 8 : 1 1 7 _ 1 3 7 . 1 9 9 6

126

A Câmara, em 11 de junho de 1840, recebeu um ofício datado de

16 de maio do Presidente da Província, com "apontamentos para que esta

organize uma Postura para o Teatro desta cidade, afim de nele se manter a ordem, a decência e a moral públicas". Em ofício de 27 do mesmo mês,

acrescenta que "os apontamentos que mandara para umas Posturas para

servir de Regulamento Policial no Teatro eram exatamente os mesmos que

o Exmo. Ministro do Império remeteu à Câmara do Rio de Janeiro no ano de

1831, por ocasião da desordem que houve no Teatro daquela capital,

apontamentos que reduzidos a Postura aprovada pelo Governo, produziram

o efeito de conservar nele sossego, ordem e a

decência."

Durante a Revolução Farroupilha (1835-1845), como o Rio Grande

não foi ocupado pelas hostes republicanas, possivelmente as atividades

teatrais mantiveram-se, embora menos numerosas". Terminado o conflito, a

cidade se preparou para receber Suas Majestades Imperiais D. Pedro 11 e D. Teresa Cristina, que visitavam a Província.

O jornal O R io -G ra n d e n se relata que em 12 de novembro de 1845,

às oito horas da noite, "o Imperador e toda a sua comitiva saem do Paço e

entre alas com mais de trinta mil luzes [velas e lampiões] dirigem-se ao

Teatro 7 de Setembro", onde a companhia dramática de Frutuoso Dias

encenava a peça A lm a n ço r o u O Ú ltim o R e i d o A lg a N e , de Serpa Pimentel.

Os soberanos retornaram ao teatro nas noites de 14 e 16 do mesmo mês,

assistindo, na primeira, as representações U m E rro o u Os R e m o rso s e A

C a rta d e R e co m e n d a çã o o u U m P o r O u tro , e na segunda, o grande drama

em sete atos Os D o is R e n e g a d o s.

A iluminação do teatro era precária, feita por velas de espermacete,

segundo mostra o jornal OR io -G ra n d e n se de 18 de outubro de 1849.

A fa lta d e ilu m in a çã o é u m d o s p re d ica d o s q u e b a sta n te in flu i p a ra a triste za e m o n o to n ia d a re p re se n ta çã o . S o b re o p a lco d e ve ig u a lm e n te re fle tir u m a lu z cla ra n ã o a m o rte cid a ; a co n se lh a ría m o s em ta l ca so a ilu m in a çã o a a ze ite (. . .). A lg u m a s ve ze s, n o n o sso ca m a ro te fo m o s in te rro m p id o s p e lo ru íd o q u e se fa zia se n tir n o s co rre d o re s. M u ito s n e g ro s (. ..) im p e d ia m o trâ n sito e p ro m o via m d isp u ta s. O xa lá q u e p a ra o u tra ve z se d issip e e sta fa lta q u e em o u tro q u a lq u e r te a tro n ã o e xiste . A ilu m in a çã o d o s co rre d o re s e sta va a m o rte cid a e m u ita s ve la s a p a g a d a s. A co n te ce u co n stra n g e re m -se m u ita s se n h o re s n ã o q u e re n d o p e n e tra r p o r e n tre a e scu rid a d e .

---

MLKJIHGFEDCBA

184 34ATAS e Termos da Câmara de Vereadores do Rio Grande. Rio Grande, 11 jun

0,p . 315-7.

35HESSEL, 1a parte, p. 217.

l I l I L o s , Rio Grande. 8 ' 1 1 7 _ 1 3 7 , 1 9 9 6

(7)

Os "negros" a que o cronista fez referência eram os escravos de

certas famílias, que, segundo Monteiro, acompanhavam-nas a fim de levar

cadeiras e clarear. o caminho com lampiões no trajeto da casa ao teatro. Pode parecer estranho, mas o autor enfatiza que as cadeiras eram levadas

ao teatro, pois este não as

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

p o s s u í a . "

A iluminação a azeite foi implantada provavelmente na década de

cinqüenta; entretanto, causou muitos desgostos às senhoras, que, por

vezes, tinham seus vestidos manchados pelos pingos de óleo que caíam

dos lampiões. Mais tarde o teatro passou a ser iluminado a querosene." O teatro passou por novas reformas em 1852: forração do teto do

edifício, dos camarotes e da entrada da platéia, e pintura da platéia, do

proscênio, da entrada do edifício e das 46 colunas de cedro que

intercalavam os c a m a r o t e s . "

Em agosto de 1854, chegou a Rio Grande João Caetano

dos Santos, considerado o "primeiro ator do Império". Viajando a bordo do

vapor Guanabara, o artista e sua companhia desembarcaram no

ancoradouro de São José do Norte e foram transportados pelo barco Ativo

até Rio Grande3 B Empresado pelo rio-grandino Manuel José da Silva

Bastos, João Caetano apresentou-se no Sete de Setembro a 27 de agosto,

encenando a peça A

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

D a m a d e S a in t- T ro p e z, de Anicet Bourgeois e Adolphe

D'Ennery. O teatro, repleto de "espectadores nacionais e estrangeiros, todos

trajando rigorosa gala", aplaudiu intusiasticamente o ator e sua companhia.

Palmas, bravos, "ondas de lenços e chapéus, agitavam a assistência. Por

duas vezes o ator foi chamado à cena, e de dois camarotes choveram dois

sonetos emocionados, da platéia outros tantos( ...) " 4 0 Entre as peças

apresentadas nessa temporada estão A G a rg a lh a d a , de Jacques Arago;

D o m C e sa r d e B a za n , de Philippe Dumanoir e Adolphe D'Ennery; A C â m a ra d e M in h a M u lh e r e Os S e is D e g ra u s d o

Crime",

De Rio Grande a

Companhia dirigiu-se a Pelotas, apresentando-se de 10 de setembro a 14 de

outubro. Essas duas cidades foram as únicas da Província que receberam João Caetano.

3 6MONTEIRO, R e b u sca s ... ,pass1m. 37lbid.

3 8HESSEL, 2" parte, p. 252.

39ANDRADE, Jornal R io G ra n d e , 27 de jun. 1935.

4oDIÁRI0 DO RIO GRANDE Rio Grande, 28 - 29 ago. 1854. A popularidade do

ator era tanta que na Fábrica Nacional de Chapéus, de Cândido & Bastos, eram vendidoS

"retratos fiéis do Sr. João Caetano a 3$000 cada um". "As cadeiras custavam 4$000, mas o~

camarotes chegaram a ser vendidos a 32$, 50$ e 60$, consonantes fossem de 1",2" e 31

ordens". (ANDRADE, Frederico. O Teatro, Sob Diversos Aspectos na Nossa Cidade. Jorn

3

R io G ra n d e 27 jun. 1935.)

41ANDRADE, Jornal R io G ra n d e . 27 de jun.1935.

BIBLOS, Rio Grande. 8: 117 _137,1996

1 2 8

O teatro fechou em 1855 para obras, sendo então demolido o

galpão de madeira atrás do prédio, aumentado o palco para os fundos,

construída a fachada à Praça São Pedro (antiga Praça da Quitanda e atual

praça Júlio de Castilhos), e a cena recebeu um novo "pano de boca"

[cortina] pintado gratuitamente pelo artista Joaquim Lopes de Barros Cabral

Feibi, professor da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro."

O jornal A Im p re n sa , em seu número de 20 de outubro de 1855,

assim anuncia a finalização das obras: "No Teatro Sete de Setembro,

estraordinários bailes masqués nos dias 4 e 11 de novembro (...). Estando a concluir-se as obras do teatro e metendo cobiça aos amantes dos bailes

esse grandioso palco que já se acha pronto, onde podem dançar nada

t ( ) " 43

menos que sessen a pares ... .

A iluminação a gás foi inaugurada no teatro em 1.4 de dezembro de 1862, "por um lustre de quarenta luzes". A cidade, no entanto, só gozou

desse sistema de iluminação em setembro de 1874.4 4

Em 1863 o edifício passou por mais reformas: grades e colunas de

ferro nos camarotes, melhorias nos bastidores, afora pinturas e

acabamentos em carpintaria."

A reabertura deu-se a 3 de abril de 1864, com o drama C in ism o ,

C e ticism o e C re n ça e as comédias D e p o is d o B a ile e C h a lé d e C a ch e m ira ,

levadas à cena pela companhia dos atores Lacerda e Areias."

Dizia o D iá rio d o R io G ra n d e de 26 de fevereiro de 1864:

P a ra o te a tro d e sta cid a d e , a ca b a d e ch e g a r d o s E sta d o s U n id o s u m g ra n d e lu stre . E sta e le g a n te p e ça já fo i d e sp a ch a d a n a a lfâ n d e g a , e se a ch a n o T e a tro p a ra se r co lo ca d a n o se u re sp e ctivo lu g a r. N ã o é o b ra d e p rim o r, to d a via , te m a lg u m a a rte e m e re ce se r a p re cia d o . C o m p õ e -se d e 5 8 b ico s d e g á s d ivid id o s em trê s o rd e n s d e m a io r a m e n o r, d e m o d o q u e a p rim e ira o rd e m te m 34 b ico s, a se g u n d a 16 e a te rce ira 8. C o m u m tã o va lio so a u xílio , a p a r d o im p o rta n tíssim o m e lh o ra m e n to q u e e stá re ce b e n d o o n o sso T e a tro , n ã o re sta d ú vid a q u e e le

se to rn a rá , a p e sa r d e p e q u e n o , d ig n o d e se r visita d o , p o r to d o s a q u e le s q u e já tê m visto e a p re cia d o o q u e h á d e b o m n e ste g ê n e ro . P o d e m o s a g o ra d ize r se m n o s e n ve rg o n h a r q u e a

cid a d e d o R io G ra n d e já te m u m T e a tro , n ã o p e lo se u ta m a n h o , m a s sim p e lo lu xo e g o sto co m q u e e stá a rra n ja d o ".

---42HESSEL, 1" Parte, p. 252

43MONTEIRO. R e b u sca s ,passim.

44MONTEIRO; R e b u sca s ,passim.

45lbid.

46HESSEL, 2" Parte, p. 270.

" o s , Rio Grande. 8: 117 -137,1996.

(8)

No ano de 1865 inicia-se grande reforma na frente do edifício, sendo construídos "dois corpos avançados, dois salões, um de cada lado do pátio de entrada"."

A Augusto de Pinho, relata em 1869:

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T e a tro S e te d e S e te m b ro , ú n ico q u e a li h á , é u m d o s m e lh o re s e d ifício s d o R io G ra n d e ; a fa ch a d a p rin cip a l, q u e e stá situ a d a à R u a d o P rín cip e [h o je , ru a G e n e ra l B a ce la r}, é sim p le s m a s a iro sa ; à d ire ita e à e sq u e rd a d o ve stíb u lo h á d u a s sa la s,

em u m a d e la s e stá u m b o te q u im b e m p ro vid o e n a o u tra u m b ilh a r; p o r cim a d e ste s e sta b e le cim e n to s a ch a m -se co lo ca d o s d o is te rra ço s, o n d e os fre q ü e n ta d o re s, n a s n o ite s a ca lo ra d a s d e e sp e tá cu lo s, vã o g o za r d a b risa re frig e ra n te (..). O fu n d o d o T e a tro d á p a ra u m la rg o , e su a p e rsp e ctiva é m u ito m a is im p o n e n te e b e la d o q u e se u fro n tisp ício .(. . .) O sa lã o d o s e sp e cta d o re s é va sto , os b a n co s sã o fo rra d o s d e p a lh in h a e m u ito cô m o d o s; n a s trê s o rd e n s d e ca m a ro te s co rre m e le g a n te s g ra d e s p in ta d a s d e b ra n co e o u ro ;o p a lco é e sp a ço so

e a p in tu ra in te rn a e e xte rn a e stá b e m co n se rva d a ; a ilu m in a çã o , p o ré m , d a sa la d o s e sp e cta d o re s, é fe ita p o r u m e n o rm e lu stre q u e d á m u ita lu z, m a s a b a fa ea ca n h a osa lã o .48

O Sete de Setembro registra em sua história não somente

apresentações artísticas, mas também momentos de civismo. Foi o que

aconteceu com a aclamação do General Osório e diversos militares de terra e mar, em 25 de agosto de 1871, quando retomaram vitoriosos da Guerra do

Paraguai. Por ocasião da Revolução Federalista, o teatro também foi

utilizado como alojamento para os soldados legalistas que participavam dos

embates de 1893.4 9

A iluminação a gás, em 1878, foi estendida aos camarotes, e no mesmo ano a platéia foi aumentada consideravelmente.i"

47lbid. p. 252

4BpINHO, Augusto. U m a V ia g e m a o S u l d o B ra sil. Rio de Janeiro: F. A. de Souza,

1872, p. 71-72. Além de Luccock e Pinho, outros viajantes também citaram o Teatro Sete de

Setembro em suas anotações. É o caso do francês Arséne Isabelie, que esteve em RIO

Grande em 1834, e do irlandês Michael Mulhali, em 1873. Isabelie comenta a "prosperidade de

S. Pedro" e menciona que "um teatro acaba de ser levantado (... ) a custa dos negociantes da

cidade" (p. 76-7). Escreve Mulhall que na cidade "há um pequeno teatro chamado 'Sete de

Setembro' em homenagem a data da Independência do Brasil." (O R io G ra n d e d o S u l e su a S C o lô n ia s A le m ã s. Porto Alegre: Bels: 1974, p. 47).

49MONTEIRO, R e b u sca s ... ,passim.

50lbid

130 BIBlOS.RIOGrande, 8:117_137,1996·

O bom aspecto do teatro, observado no final da década de

sessenta, alterou-se e, em 1881, Artur Leonino, em suas "Impressões de

Viagem", registra a má aparência externa do edifício. Comenta que seu

interior é bem conservado e percebe alguma semelhança deste com o

Teatro Lucinda, do Rio de Janeiro51

O Sr. F. Bianchini, conhecido empresário da época, estabeleceu-se em 1887 ao lado do teatro, no já existente Grande Hotel, que oferecia boa comodidade às companhias artísticas forasteiras que se apresentavam

em Rio Grande. Antes da construção desse estabelecimento, o Hotel

Internacional (1826) (hoje Paris Hotel) praticamente monopolizava o setor

hoteleiro da cidade.

Em 1895, Bianchini alugou o salão da direita à entrada do teatro e ali instalou um bar e sala de refeições, ligando-o a seu hotel através de uma

pequena porta5 2 . Nesse mesmo ano, Alfredo Correa Leite adquiriu essa casa

de espetáculos, pagando à Sociedade Sete de Setembro 24:500$000 réis5 3.

Entrando em acordo com o novo proprietário, Bianchini arrenda o teatro em 1899. Aumenta a sala de refeições, demolindo paredes do teatro, e constrói

dois ~landes arcos que permitiam maior comunicação com o Grande

Hotel.

Por essa ocasião, a terceira ordem de camarotes foi transformada

em galeria5 5

O Teatro passa a se adaptar às novas realidades, dando à população maior acesso aos espetáculos

O edífício erguido em 1832 passou por inúmeras modificações

durante o século XIX, perdendo completamente suas características

originais. Em 1949 o prédio foi demolido, dando lugar ao'novo Cine-Teatro

Sete de Setembro.

MLKJIHGFEDCBA

2.2 - O Teatro Politeam a Rio-Grandense

Falando sobre os palcos de Rio Grande, não podemos deixar de mencionar o trabalho do empresário Albano Pereira. Artista eqüestre, assim como toda a sua família, era proprietário e diretor de um circo que, por duas vezes, já havia se exibido na cidade, instalado na Praça Sete de Setembro.

Em 21 de setembro de 1875, Albano Pereira recebeu licença da

Câmara para o funcionamento na cidade de uma casa de espetáculos

51ApUd HESSEL, 1a Parte, p. 216.

52MONTEIRO, R e b u sca s ... ,passim.

53HESSEL, 2a Parte, p. 252.

54MCNTEIRO, R e b u sca s ... ,passim. Conforme o autor, o terraço que existia sobre

~ parte térrea do edifício comunicava-se co m uma vasta sala que, na reforma de 1910, foí

ranSformada em vários quartos alugados ao Grande Hotel (R e b u sca s ... ,passim).

55MONTEIRO, R e b u sca s ... ,passim.

BIBLQS. Rio Grande, 8'117_137,1996.

(9)

semelhante ao "Circo Universal", que possuía em Porto AlegreS6

O circo-anfiteatro foi inaugurado em 1

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

0 de janeiro de 18765 7 No

mesmo ano, a Companhia de Fenômenos, da empresa Scherman, atuava

no novo picadeiro da cidade."

Em 30 de outubro de 1877, a famosa Companhia Lírica Italiana, da

empresa Narizano, estreava com a apresentação de

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

F a u sto , de Gounod.

Por não ter hasteado a bandeira nacional, logo ao subir o pano a companhia sofreu grande pateada*, reforçada pelo lado da rua por pedradas e pauladas no taboado e no telhado de zinco.O subdelegado de polícia teve que intervir,

ordenando a suspensão do espetáculo. No dia seguinte a companhia

embarcou no vapor Cervantes para o Prata.5 9

Foi também nesse "barracão" que, em 1878, atuou a Companhia

Inglesa G Hadwin & H. Willians, apresentando o afamado malabarista

Georges Lagal, "o rei do ar"so Em 28 de dezembro do mesmo ano, Rio

Grande conheceu pela primeira vez o "Skating Rink", com a transformação do espaço destinado á platéia em pista de patinação."

O jornal local D iá rio d o R io G ra n d e de 22 de dezembro de 1881

relata:

T ive m o s o n te m o ca siã o d e visita r e ste e le g a n te e d ifício , p ro p rie d a d e d o in fa tig á ve l a rtista S r . A lb a n o P e re ira . A s n o tá ve is re fo rm a s p o r q u e a ca b a d e p a ssa r a q u e le e sta b e le cim e n to e n o q u a l d e sp e n d e u a vu lta d a so m a , g a ra n te m -lh e a p rim a zia e n tre to d o s os te a tro s d a P ro vín cia . A so lid e z d a o b ra e o e sm e ro eo

'Expressão utilizada na época. que nomeia batida com os pés no chão em sinal de

reprovação ou desagrado.

56Consta na Ata e Termos da Cãmara de Vereadores do Rio Grande de 2 1 de

setembro de 1 8 7 5 (p.6 8 - 6 9 ) que o Sr. Albano Pereira requereu licença para o estabelecimento

de um circo na cidade pelo prazo de quinze anos, que seria construido próximo à Praça

Municipal (hoje Praça Xavier Ferreira), entre o Mercado Público e o anuqo prédio já demolido

da Associação Comercial (hoje Câmara do Comércio).Foram-lhe concedidos, entretanto,

somente quatro anos, com a condição expressa de ser demolido se, antes desse prazo, a

Câmara resolvesse aumentar o edifício do Mercado.

5?O D iá rio d o R io G ra n d e de 2 - 4 de janeiro de 1 8 7 6 comenta a inauguração: "A

Companhia do Sr. Albano Pereira [Companhia de Cavalinhos e Pantomimas] veio no dia 1.°de

Pelotas e. na noite desse mesmo dia, estreou no seu belo anfiteatro. Uma numerosissima

concorrência acudiu ao anfiteatro e assistiu à primeira função, onde os artistas foram muito

aplaudidos. Domingo e ontem houve funções. sendo concorridas.Tornam-se notáveis os

trabalhos de um artista árabe que faz parte dessa companhia. Os demais artistas são bons e

já conhecidos do público."

58MONTEIRO. R e b u sca s .... passirn.

59lbid. A referida companhia veio de Pelotas. onde apresentou as óperas F a u sto , O G u a ra n i. L a F a vo rita , E rn a n i. O T ro va d o r eA íd a .(HESSEL, 2 '" . parte, p.2 5 6 ) .

6oMONTEIRO, R e b u sco s ... passim.

61ECO DO SUL, Rio Grande. 2 7 dez. 1 8 7 8 .

1 3 2 BIBLOS. Rio Grande. 8:1 1 7 . 1 3 7 .1 9 9 6

ca p rich o co m q u e fo i e xe cu ta d a co lo ca m -n o em co n d içõ e s d e o fe re ce r a o p ú b lico co m o d id a d e s su p e rio re s a q u a lq u e r o u tro e d ifício d a q u e la n a tu re za . É d ig n o d e e n cô m io s [louvores] o S r. A lb a n o P e re ira p e lo s g ra n d e s sa crifício s a q u e se e xp ô s p a ra d o ta r n o ssa cid a d e co m u m te a tro n a s co n d içõ e s em q u e se a ch a

o P o lite a m a - R io -G ra n d e n se . 62

FOTO1 -Aspecto externo do Teatro Politeama Rio-Grandense em 1 8 8 9 .

Extraido de: Arquivo de Fotografias da Biblioteca Rio-Grandense, Rio Grande.

---v' . _ Politeama era a denominação utilizada para designar teatros que apresentavam

anos generos de representações.

. p . 62Segundo Monteiro, essa foi a primeira vez que o anfiteatro aparece com o nome

P O"tea~a Rio-Grandense". Anteriormente era conhecido por "Circo ou Anfiteatro Albano erelra. (R e b u sca s ... ,passim).

-,

OIOlOS. Rio Grande. 8:1 1 7 . 1 3 7 . 1 9 9 6 .

(10)

FOTO 2 _ O interior do Teatro Politeama Rio-Grandense no inicio do século XX. Extraido de: FONTANA, Amilcar

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Á lb u m Ilu stra d o d a C id a d e d o R io G ra n d e (1850-1912). Rio Grande:

Atelier Fotográfico Fontana, s/d.

Em dezembro de 1883, a famosa atriz brasileira Apolônia Pinto

também sofreu nesse local uma das maiores pateadas de que há notícia

nesta cidade. O protesto foi feito pelo Clube Saca-Rolhas, ofendido pelo

pouco caso que a atriz teria dispensado a um ramalhete de flores ofertado

por essa sociedadePor não oferecer mais segurança aos espectadores, a construção de

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

6 3

madeira foi demolida em 1884. Em 18 de setembro de 1884, os engenheiros, irmãos Ricardo e Emílio Calcagno, solicitam à Câmara a aprovação do projeto de edificação do teatro que Albano Pereira e Antônio Marques de Oliveira Rey queriam construir na rua Andradas esquina General Câmara

6 4

63HESSEL, 2a Parte, p. 253.

64

ATAS e Termos da Câmara de Vereadores do Rio Grande. 18 set 1884, p. 14

4 .

BIBlOS, Rio Grande, B: 117 _137, 1996·

134

Aprovado o projeto, logo iniciaram-se as obras, e nas noites de 15,

17 e 22 de fevereiro de 1885, o novo Politeama Rio-Grandense deu seus

. f t . 6 5

bailes a an asia.

O prédio do novo Politeama Rio-Grandense foi construido em

alvenaria, Com o interior arredondado, contava com uma ordem de camarotes. uma ordem de galerias e platéia'". Suas dimensões eram bem superiores às do Teatro Sete de Setembro, e sua acústica muito elogiada. Nesse edifício,

mantiveram-se as atividades circenses, sendo a platéia transformada em

picadeiro e o teatro funcionando somente com os camarotes e as galerias.

Com a nova construção, o Politeama Rio-Grandense consolida-se

no cenário artístico local e Rio Grande passa a possuir duas boas casas de

t' I 6 7

espe acu os.

3 -

MLKJIHGFEDCBA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cidade de Rio Grande, durante o século XIX, vivenciou notável

movimentação artístico-cultural, resultante de sua destacada posição no

cenário sul-rio-grandense do período,

Num tempo em que os meios de comunicação eram precários e as

dificuldades temporais e físicas impunham o isolamento, uma forma de

contato com o mundo fora dos limites municipais dava-se através dos

teatros, Por meio dos palcos, as cidades, presas a seus ciclos próprios, universalizavam-se.

Apesar da amplitude social restrita, os teatros constituíam-se em

importantes espaços de sociabilidade. Neles afluía grande público e eram

tratados os mais variados temas de interesses comuns à época.

Os estudos das manifestações teatrais e do papel dos teatros

devem ser encarados como elementos articulados à história social e integrar ,as análises dos diferentes níveis estruturais existentes na sociedade. Dessa

forma busca-se a compreensão das verdadeiras articulações existentes

entre estes.

650 D iá rio d o R io G ra n d e de 15 de fevereiro de 1885 comenta que os bailes

COntariam com "a hábil direção do reputado Carlitos do Grande Hotel, que sempre fez respeitar

a boa ordem e convida as respeitáveis famílias a irem visitar o novo Politeama que neste dia

~bre as portas de par a par para receber os distintos clubs Saca-Rolhas, Diógenes, Terriveis,

ongo e Mina e mais um sem número de máscaras que farão as delícias dos respeitáveis

OUvintes ao som de bonitas quadrilhas, valsas, chotes, havaneiras, mazurcas e polcas

executadas ~ela banda de música Duas Coroas que promete estar sublime".

me '. 6Seus camarotes e galerias eram construidos em madeira e, de acordo com a

rnona local, teriam sido aproveitados da antiga construção.

rn 6 7Mais popular que o aristocrático Sete de Setembro, o Politeama Rio-Grandense

anteve_se em atividade até a década de 1950, quando foi desativado e demolido.

(11)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4.1-Publicações

1. ANDRADE. Frederico. O

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T e a tro S o b D ive rso s A sp e cto s, n a N o ssa C id a d e . Jo rn a l R io G ra n d e , Rio Grande, 27 jun.1935.

2. ASPECTOS BRASILEIROS. Meados do Século XIX. Rio Grande: Biblioteca

Rio-Grandense, 1937.

3. CHAVES, Antônio Gonçalves. Memórias econômico-políticas sobre a administração

pública do Brasil. ..R e vista do In stitu to H istó rico e G e o g rá fico do R io G ra n d e do S u l

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o '

Porto Alegre (2): 149-373, 3. trimestre 1922. Separata.

4. CHARTIER, Roger. A H istó ria C u ltu ra l: entre práticas e representações. Lisboa:

Difel,1990.

5. DACANAL, J. H. & GONZAGA, S. (org.). R S :E co n o m ia e P o lítica . Porto Alegre: Mercado

Aberto, 1979.

6. DAMASCENO. Athos et alii, O T e a tro S ã o P e d ro n a V id a C u ltu ra l d o R io G ra n d e do S u l.

Porto Alegre: SEC,1975.

7. DAMASCENO, Athos. A rte s P lá stica s n o R io G ra n d e do S u l. Porto Alegre: Globo, 1971.

8. DIÁRIO DO RIO GRANDE. Rio Grande, 28-29 ago.1854.

9. DIÁRIO DO RIO GRANDE. Rio Grande. 26 fev.1864.

10. DIÁRIO DO RIO GRANDE. Rio Grande, 2-4 jan. 1876.

11. DIÁRIO DO RIO GRANDE. Rio Grande, 22 dez.1881.

12. DIÁRIO DO RIO GRANDE. Rio Grande, 15 fev.1885.

13. DIEHL, Astor. A C u ltu ra H isto rio g rá fica n o s A n o s 8 0 . Porto Alegre: Evangraf,1993.

14. DREYS, Nicolau. N o tícia D e scritiva da P ro vín cia do R io G ra n d e d e S ã o P e d ro do S u l.

Porto Alegre: INL, 1961.

15. DUVAL, Paulo. Apontamentos Sobre o Teatro no Rio Grande do Sul e Síntese Histórica

do Teatro Sete de Abril de Pelotas. R e vista do In stitu to H istó rico e G e o g rá fico do R io G ra n d e do S u l, Porto Alegre (97): 37-65, 1 .0trimestre 1945.

16. ECO DO SUL. Rio Grande, 27 dez.1878.

17. ECO DO SUL. Rio Grande, 1.0 abr.1890.

18. ECO DO SUL.Rio Grande, 11 abr.1890.

19. ECO DO SUL Rio Grande, 15 fev.1890.

20. FONTANA. Amílcar. Á lb u m Ilu stra d o da C id a d e do R io G ra n d e (1850-1912). Rio Grande:

Atelier Fotográfico Fontana, s/d.

21. HESSEL, Lothar & RAEDERS, Georges. O T e a tro n o B ra sil: sob Dom Pedro II (1a

Parte). Porto Alegre: UFRGS,1979.

22. . OT e a tro n o B ra sil: sob Dom Pedro 1 1 (2" Parte). Porto Alegre: UFRGS,1986.

23. ISABELLE, Arsene. V ia g e m ao R io G ra n d e do S u l (1833-1834). Porto Alegre: Martins

Livreiro,1983.

24. LUCCOCK, John. A sp e cto s S u /-R io -G ra n d e n se s n o P rim e iro Q u a rte l do S é cu lo X IX Rio

de Janeiro: Record,1935.

25. MONTEIRO, Anterior. Coisas de Teatro. Jo rn a l R io G ra n d e , Rio Grande, 19 ago.1946.

26. . Coisas de Teatro-H. Jo rn a l R io G ra n d e , Rio Grande, 21 ago. 1946.

27. . Coisas de Teatro 1 1 1 . Jo rn a l R io G ra n d e , Rio Grande, 24 ago. 1946.

28. MULHALL, Michael. O R io G ra n d e do S u l e S u a s C o lô n ia s A le m ã s. Porto Alegre:

Bels,1983.

29. O NOTICIADOR. Rio Grande, 10 set. 1832.

30. O RIO-GRANDENSE. RIo Grande, 12 novo 1845.

31. O RIO-GRANDENSE. Rio Grande, 18 out. 1849.

32. PESAVENTO, Sandra. H istó ria do R io G ra n d e do S u l. Porto Alegre: Mercado Aberto,

1980.

33. PINHO, Augusto. U m a V ia g e m ao S u l do B ra sil. Rio de Janeiro: F. A de Souza, 1872.

136 BIBLOS, Rio Grande. 8: 117 _137,1996

34 QUEIROZ. Maria Luíza. A V ila d o R io G ra n d e d e S ã o P e d ro (1737-1822). Rio Grande:

FURG,1987.

35. SAINT-HILAIRE, Auguste. V ia g e m ao R io G ra n d e d o S u l. São Paulo: USP.1974.

36 SALVATORI, Elena et alii, Crescimento Horizontal da Cidade de Rio Grande. R e vista

B ra sile ira d e G e o g ra fia . Rio de Janeiro,.21 (1): 27-52, jan./maio 1989.

37. SANMARTIN. Olyntho. O Teatro em Porto Alegre no Século XIX. In: Congresso

Sul-Rio-Grandense de História e Geografia, 3, Porto Alegre, 1940. S e p a ra ta d o s A n a is ..

Porto Alegre. Prefeitura Municipal, 1940. p.38-58.

4.2 - Manuscritos

ATAS e Termos da Cãmara de Vereadoresdo Rio Grande. Rio Grande, 13 fev. 1822.

ATAS e Termos da Câmara de Vereadores do Rio Grande. Rio Grande, 11 jun. 1840.

ATAS e Termos da Câmara de Vereadores do Rio Grande. Rio Grande, 18 ago. 1840.

ATAS e Termos da Câmara de Vereadores do Rio Grande. Rio Grande, 21 set, 1875.

ATAS e Termos da Câmara de Vereadores do Rio Grande. Rio Grande. 18 set. 1884.

MONTEIRO. Antenor. R e b u sca s. C o isa s e F a to s d a C id a d e . Rio Grande: Biblioteca

Rio-Grandense, s/d.

RELATÓRIO Governo Soares Andréa. AHRS, Ordem a-7,Caixa 96.

BIBLOS.RIOGrande. 8' 117 -137.1996.

Referências

Documentos relacionados

A Liquidez corrente tem como papel principal analisar o caixa da empresa verificando se o cumprimento de suas obrigações financeiras em curto prazo estão sendo realizados

Salvador: Livraria Progresso Editora; 1952. A vacinac¸ão BCG

Para tanto, no Laboratório de Análise Experimental de Estruturas (LAEES), da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EE/UFMG), foram realizados ensaios

Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Direito da PUC-Rio.. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo

também, de Augusto Abelaira. Organizado por Paulo Alexandre Pereira. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2008. Grandes Romances).. Ensaio de

Com o objetivo de compreender os significados e sentidos, para crianças vítimas de violência física intrafamiliar, de viverem submetidas à violência, procedeu-se a uma breve

O canabidiol é um composto presente na planta Cannabis sativa, que promove diversos benefícios à saúde humana, como por exemplo sobre as doenças neurológicas como epilepsia,

Parte da constatação de que a vida das pessoas compreende dois aspectos: um voltado para o exterior e outro para o interior. A vida exterior, que envolve a pessoa nas