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INDEMNIZAÇÃO AO LESADO PENSÃO DE INVALIDEZ DEDUÇÃO

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Tribunal da Relação do Porto Processo nº 0311610

Relator: MANUEL BRAZ Sessão: 07 Maio 2003

Número: RP200305070311610 Votação: UNANIMIDADE

Meio Processual: . Decisão: .

INDEMNIZAÇÃO AO LESADO PENSÃO DE INVALIDEZ DEDUÇÃO

Sumário

O valor das pensões de invalidez pagas ao lesado pelo Centro Nacional de Pensões e que o Fundo de Garantia Automóvel foi condenado a pagar àquela instituição de Segurança Social deve ser deduzido ao valor da indemnização que o Fundo de Garantia Automóvel foi condenado a pagar ao lesado.

Texto Integral

Acordam no Tribunal da Relação do Porto:

Na comarca de..., Laura... apresentou queixa, em nome de seu marido, António..., contra Paulo..., alegando que o António... estava impossibilitado física e psicologicamente de apresentar queixa.

O Paulo... foi constituído arguido.

A Laura... foi admitida como assistente.

O Mº Pº deduziu acusação contra o arguido, imputando-lhe a prática de um crime de ofensa à integridade física por negligência p. e p. pelo artº 148º, nº 1, do CP, na pessoa do António..., e uma contra-ordenação prevista no artº 13º, nº 1, do CE.

A Laura ... deduziu pedido de indemnização civil contra Paulo... e

Fundo de Garantia Automóvel,

pedindo a condenação destes a pagarem-lhe a quantia de 40.148.569$00, acrescida de juros de mora à taxa legal desde a notificação do pedido, a título de indemnização de danos patrimoniais (35.148.569$00) e não patrimoniais (5.000.000$00).

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O arguido requereu a abertura da instrução, o que foi deferido.

Durante a instrução, o arguido requereu o arquivamento dos autos, por

ilegitimidade do Mº Pº para exercer a acção penal, com o fundamento de que o ofendido não apresentou queixa.

O juiz de instrução decidiu que a queixa foi correctamente apresentada pela mulher do ofendido, por este se encontrar incapaz de exercer o direito de queixa, em conformidade com o documento de fls. 8.

Este despacho transitou em julgado.

O juiz de instrução julgou extinto o procedimento criminal e contra- ordenacional, ao abrigo da Lei nº 29/99.

A Laura... requereu o prosseguimento dos autos para apreciação do pedido cível, nos termos do artº 11º, nº 3, da Lei nº 29/99.

Contestando esse pedido, o Fundo de Garantia Automóvel e o Paulo...

invocaram a ilegitimidade da demandante.

Foi proferida decisão que, conhecendo da questão posta, julgou a demandante parte legítima para prosseguir com a acção cível, em representação do lesado.

Dessa decisão interpôs recurso o demandado Paulo..., sustentando, em síntese, na sua motivação:

- A demandante não é lesada, como se afirma na decisão recorrida, e portanto não pode ser considerada parte legítima.

- Sendo obrigatória a constituição de advogado para patrocínio do assistente/

demandante, a procuração conferida a sua mulher, que não é advogada, é nula.

- Como é nula a suposta ratificação do processado operada pelo lesado.

- O mandatário constituído é da Laura... e não do lesado.

- O lesado não agiu, pois, atempadamente nos termos do artº 11º, nº 3, da Lei nº 29/99.

- Não devem, assim, os autos prosseguir para julgamento da matéria cível.

O recurso foi admitido, para subir com o que se viesse a interpor da decisão que pusesse termo à causa.

Respondendo, a Laura... defendeu a rejeição deste recurso.

O Centro Nacional de Pensões deduziu pedido civil contra os referidos demandados, reclamando o reembolso das pensões pagas ao lesado, no montante de 537.630$00, acrescido de juros.

O Hospital... –... deduziu pedido de indemnização civil contra os mesmos demandados, reclamando o pagamento da quantia de 422.753$00, gasta em

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tratamentos proporcionados ao lesado.

O Centro Nacional de Pensões requereu a ampliação do pedido para o valor de 6.502,50 €, referentes a pensões pagas ao lesado na procedência da acção até Abril de 2002, ampliação essa que foi admitida.

Procedeu-se ao julgamento, em processo comum com intervenção do tribunal singular, e no final foi proferida sentença que condenou

Paulo... e

Fundo de Garantia automóvel a pagarem - a António...:

17.457,93 € (3.500.000$00), a título de indemnização por danos não patrimoniais;

141.774,85 € (28.423.305$00), a título de indemnização por danos patrimoniais;

- ao Centro Nacional de Pensões:

6.502,50 € (1.303.634$00), a título de reembolso de pensões pagas ao lesado;

- ao Hospital...:

2.108,68 (422.753$00).

Sobre todas estas quantias acrescem juros de mora à taxa legal desde a notificação para contestar.

Dessa sentença interpuseram recurso o Paulo... e o Fundo de Garantia Automóvel, sustentando, em síntese, na sua motivação:

o primeiro:

O pedido civil foi deduzido por Laura..., e a sentença atribuiu a indemnização, não a ela, mas a outra pessoa, o que é uma perfeita anormalidade processual.

Não tendo esse pedido sido formulado por quem de direito, não podia o mesmo ser aceite e avançar para julgamento.

A Laura... é parte ilegítima.

O lesado não é interdito nem inábil.

o segundo:

A indemnização a atribuir ao lesado pela IPP deve ser reduzida para 20.000.000$00.

A esse valor deve deduzir-se o montante de 6.502,50 €, que o recorrente terá de pagar ao Centro Nacional de Pensões.

Os juros de mora relativamente ao valor da indemnização por danos não

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patrimoniais devem contar-se apenas a partir da sentença recorrida.

Os recursos foram admitidos.

Respondendo, o lesado António... defendeu a improcedência de ambos os recursos.

Colhidos os vistos legais, procedeu-se à realização da audiência.

Foram dados como provados os seguintes factos (transcrição ):

No dia 3/8/1996, a hora não concretamente apurada, Paulo... conduzia o automóvel ligeiro de passageiros de matrícula HR-..-.., de sua propriedade, pela estrada municipal que liga o lugar de... ao lugar de...

Circulava no sentido... – ...

Ao chegar ao lugar de..., freguesia de..., concelho de..., e, ao descrever uma curva para o seu lado direito, o Paulo... invadiu a metade esquerda da faixa de rodagem, atento o sentido em que seguia.

Em consequência, foi embater frontalmente no ciclomotor de matrícula 2-..-57, conduzido pelo seu proprietário, António..., que naquela altura se encontrava parado na berma.

Em resultado da colisão descrita, o António... sofreu lesões que lhe

determinaram, como consequência directa e necessária, 416 dias de doença, com incapacidade de trabalho nos primeiros 400 dias.

No local do acidente, a faixa de rodagem tem a largura de 5,60 metros e o veículo conduzido pelo Paulo... deixou no pavimento antes de embater no ciclomotor do ofendido um rasto de travagem de 24 metros.

O Paulo... actuou com desatenção, imprudência e desconsideração para com o ofendido, uma vez que ao invadir a hemifaixa de rodagem contrária àquela em que seguia não se certificou previamente que o fazia em segurança e sem perigo para os demais.

O ofendido nasceu em 5/3/1971.

À data do acidente gozava de boa saúde, era trabalhador, exercendo a profissão de pedreiro.

Trabalhava para o construtor civil Gaspar..., auferindo 304,27 €

( 61.000$00 ) mensais, com que fazia face às necessidades de subsistência.

Ficou com uma IPP de 100 %.

Gastou 19,82 € (3.974$00) em transportes de casa para hospitais e de regresso, efectuados pelos Bombeiros de...

Em fraldas descartáveis gastou o ofendido a quantia de 14,93 € (2.994$00).

Com ma consulta médica gastou 59,86 € (12.000$00).

Em taxas moderadoras, provenientes das consultas médicas externas nos

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hospitais, pagou 23,44 € (4.700$00).

Com senhas de consultas no Centro de Saúde... despendeu a quantia de 20,95 € (4.200$00).

Com os tratamentos de fisioterapia a que foi sujeito, gastou o lesado a quantia de 164,60 € (33.000$00).

Com medicamentos para tratamento das lesões, gastou a importância de 120,49 € (24.156$00).

Estão em débito as despesas hospitalares com internamento, tratamento e medicamentos no Hospital..., no total de 2.108,68 €

(422.753$00).

Com o acidente, o ciclomotor do lesado ficou danificado, tendo sido pedido um orçamento para a sua reparação, pelo valor de 1.030,63 € (206.662$00).

Como consequência do acidente, o ofendido sofreu grandes dores físicas, não só na hora do acidente, como posteriormente com os tratamentos e lesões que o acompanham.

O ofendido tem a percepção da sua incapacidade e dependência, vivendo a angústia do futuro.

Viu-se humilhado por não poder andar e ter de usar fraldas.

À data do acidente, o veículo automóvel conduzido pelo Paulo... não tinha contrato de seguro válido com qualquer seguradora.

O lesado é beneficiário do Centro Nacional de Pensões, tendo o nº ...

Desde Setembro de 1999 até Abril de 2002 foram pagas pensões de invalidez ao lesado no valor de 6.502,50 € (1.303.634$00), sendo o valor mensal

inicialmente de 169,59 € (34.000$00) e, a partir de Dezembro de 2001, de 189,54 € (37.999$00).

Fundamentação:

1. Recurso interposto pelo demandado Paulo... do despacho que decidiu no sentido da legitimidade da Laura...:

Diz o recorrente que a Laura... não pode ser julgada parte legitima, por não ser a lesada.

Mas, o que no despacho recorrido se decidiu foi que a Laura... tinha legitimidade para representar no processo o lesado. Não decidiu que tinha legitimidade para por si prosseguir com a acção cível. Escreveu-se ali, com efeito: “julga-se a demandante parte legítima para prosseguir a presente acção em representação do lesado”.

E foi como representante do lesado que a Laura... se apresentou a deduzir o pedido de indemnização civil e a pedir o prosseguimento do processo para

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apreciação desse pedido, nos termos do artº 11º, nº 3, da Lei nº 29/99.

Da declaração médica de fls. 8 resulta que o lesado na altura se encontrava incapacitado para estar em juízo sem representação, sendo que o recorrente não pôs em causa o valor probatório desse documento, cujo conteúdo até se encontra confirmado pela constatação do juiz de instrução a fls. 149. E a incapacidade para estar em juízo não está dependente de interdição ou inabilitação.

O recorrente até já se conformou com o entendimento de que do documento de fls. 8 resulta que o lesado se encontrava incapacitado, pois essa

incapacidade foi afirmada como fundamento do despacho que, a fls. 185,

decidiu ter a Laura... legitimidade para exercer o direito de queixa, despacho esse transitado em julgado. Como transitou em julgado o despacho que, a fls, 42 e 43, admitiu, com o mesmo fundamento, a Laura... como assistente.

É certo que a Laura... não foi nomeada representante do lesado. Mas, se a representação deste por parte daquela foi irregular, a irregularidade ficou sanada, tudo se passando como se não tivesse existido, com a posterior intervenção do lesado nos autos, declarando ter ultrapassado a fase de incapacidade e ratificando os actos praticados pela Laura..., nos termos do artº 23º do CPC, como se vê de fls. 224 e 225. Na verdade, se a irregularidade de representação se sana com a intervenção do representante do incapaz e a ratificação dos actos praticados, por maioria de razão isso terá de acontecer se a ratificação vier do próprio representado, entretanto saído do estado gerador da incapacidade.

Foi, pois, correcta a decisão recorrida.

2. Recurso da sentença:

2.1. Recurso do Paulo...:

Diz este recorrente que o pedido civil, por ter sido deduzido por quem não é lesado, deve ser considerado inexistente, constituindo uma anormalidade processual o facto de o pedido ter sido formulado por uma pessoa e a indemnização ser atribuída a outra.

Trata-se de questão já decidida. O pedido de indemnização civil foi deduzido pelo lesado António..., representado pela mulher, Laura..., sendo que a irregularidade dessa representação foi sanada nos termos já afirmados.

2.2. Recurso do Fundo de Garantia Automóvel:

O recorrente começa por discordar do montante da indemnização fixada pela perda da capacidade laboral do lesado – 141.350,75 € (28.338.282$00) –

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pretendendo a sua redução para 20.000.000$00.

O lesado, em resultado das lesões sofridas no acidente, ficou com uma

incapacidade de 100 %, deixando de poder obter rendimentos do seu trabalho, o que se traduz num dano patrimonial.

Não está em causa a existência desse dano, mas apenas a forma de o indemnizar.

Nos termos do artº 562º do CC, essa indemnização deve reconstituir a

situação que existiria, se não se tivesse verificado o evento causador do dano.

O cálculo dos danos futuros, que é do que aqui se trata, tem de ser feito com apelo à equidade, visto estar-se perante danos apenas previsíveis, cujo valor, por isso, não é possível averiguar com exactidão – artº 566º, nº 3, do mesmo código.

A restituição do lesado à situação que existiria, se não tivesse havido a lesão, alcança-se, como é geralmente aceite, com a atribuição de uma quantia em dinheiro que produza o rendimento que o lesado deixou de obter em

consequência da incapacidade, mas que ao mesmo tempo, para não propiciar um enriquecimento injustificado à custa do lesante, terá de achar-se esgotado no final da vida activa do lesado.

Para tanto deve recorrer-se a critérios de verosimilhança ou probabilidade, partindo dos dados que forem conhecidos e atendendo ao que é normal acontecer.

Há, assim, que entrar em linha de conta com o tempo provável de vida activa do lesado, o salário auferido, a evolução que este previsivelmente teria no futuro e a taxa de juro que, segundo as indicações disponíveis, poderá perdurar ao longo do período de vida activa, uma vez que o montante da

indemnização, que será recebido de uma só vez, produzirá normalmente juros.

No caso, o lesado tinha à data do acidente 25 anos de idade, faltando-lhe, pois, em termos de probabilidade, 40 anos para atingir a reforma. Mas, é normal os homens continuarem a trabalhar para além da idade da reforma, sendo que a esperança de vida dos homens no nosso país anda pelos 75 anos.

Auferia, como pedreiro, o salário mensal de 61.000$00, correspondente a 304,27 €, em 1996, um pouco acima do salário mínimo nacional, que era nesse ano de 54.600$00 – DL nº 21/96, de 19/3 –, devendo entender-se que, com aumentos anuais ligeiramente inferiores a este, o salário do lesado andaria actualmente pelos 400,00 €.

A taxa de juro líquida dos depósitos a prazo situa-se actualmente em cerca de 2 % ao ano, sendo que a dos certificados de aforro, que é uma referência, era em Março último de 1,98 %, devendo considerar-se que a tendência será para subir, mas, com a adesão à moeda única, moderadamente. É, assim, adequado ter como referência uma taxa de juro de 3 %, e não a de 5 %, proposta pelo

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recorrente.

Ponderando estes dados, conclui-se que o montante indemnizatório fixado na sentença por este dano, que, se fosse hoje depositado a prazo, produziria o rendimento mensal de cerca de 200,00 €, ou seja, metade do salário que previsivelmente o lesado teria actualmente, nada tem de exagerado.

Em segundo lugar, pretende o recorrente que se subtraia ao valor da

indemnização pela incapacidade do lesado o valor que foi condenado a pagar ao Centro Nacional de Pensões a título de reembolso das pensões por este pagas ao lesado – 6.502,50 €.

Nisso tem razão.

Diz, na verdade, o artº 16º da Lei nº 28/84, de 14/8: “No caso de concorrência, pelo mesmo facto, do direito a prestações pecuniárias dos regimes de

segurança social com o de indemnização a suportar por terceiros, as

instituições de segurança social ficam sub-rogadas nos direitos do lesado até ao limite do valor das prestações que lhes cabe conceder”.

E, no caso, pelo mesmo facto – a incapacidade laboral do lesado – concorrem o direito do lesado às pensões de invalidez e o direito a indemnização, a ser-lhe paga pela recorrente.

Com o pagamento daquela quantia ao lesado, o Centro Nacional de Pensões ficou na posição de credor dos responsáveis pela indemnização – os

demandados – relativamente a esse montante. Por efeito desse pagamento foi- lhe transferido o correspondente crédito do lesado.

Por isso é que nos artºs 1º, nº 2, e 2º, nº 3, do DL nº 59/89, de 22/2 se prevê a possibilidade de as instituições de segurança social deduzirem pedido de reembolso dos valores que tenham pago. E, como se lê no preâmbulo desse diploma, quando há perda dos rendimentos do trabalho dos beneficiários em consequência de evento pelo qual há terceiros responsáveis, a segurança social “assegura provisoriamente a protecção do beneficiário”.

Tem aqui validade o que se escreveu em acórdão do STJ de 1/6/1995:

“(...) a medida de carácter social pode não ter, à partida, uma natureza

definitiva, o que se compreende, – até se conhecer se o facto (morte, invalidez, etc.) que determinou o pagamento das prestações sociais deriva ou não de lesão provocada por terceiro e só se lhe pode exigir responsabilidade civil, aquela medida tem natureza provisória e extinguir-se-á a partir do momento em que se defina com trânsito essa responsabilidade; se o facto que

determinou o pagamento das prestações sociais não deriva de terceiro ou se, em certos e concretos casos, desse terceiro não é possível obter essa

responsabilização, então a medida tem carácter definitivo” (CJ, acs. STJ, 1995, II, página 223).

Foi, pois, correcta a decisão de condenar os demandados a reembolsar o

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Centro Nacional de Pensões do valor que este pagou ao lesado em pensões de invalidez.

E, sendo assim, esse valor terá de ser deduzido ao valor da indemnização calculada pelo dano concretizado na incapacidade laboral do lesado. De outro modo, nessa parte, os demandados estariam a pagar duas vezes pelo mesmo dano e o lesado obteria um enriquecimento indevido.

Em terceiro lugar, pretende o recorrente que os juros sobre o valor da indemnização pelos danos não patrimoniais se conte a partir da sentença recorrida e não, como ali se decidiu, desde a notificação do pedido, alegando que essa indemnização foi actualizada com referência à data daquela decisão.

Mas, da sentença não resulta que o juiz ao fixar a indemnização fez apelo ao critério actualizador referido no artº 566º, nº 2, do CC. Pelo contrário, vê-se dela que o juiz, ao raciocinar com base no valor indicado no pedido, que achou exagerado, teve em vista o valor do dano à data da dedução desse pedido, o que, note-se, ocorreu já há vários anos – em 27/10/1997.

Sendo assim, a condenação em juros a partir da notificação para contestar o pedido está de acordo com o acórdão uniformizador da jurisprudência do STJ de 9/5/2002, publicado no DR I série-A, de 27/6/2002.

Não assiste, pois, razão ao recorrente nesta parte.

Decisão:

Em face do exposto, acordam os juízes desta Relação em - negar provimento aos recursos do demandado Paulo...;

- conceder parcialmente provimento ao recurso do Fundo de Garantia

Automóvel, com aproveitamento ao demandado Paulo..., alterando a sentença recorrida do seguinte modo: Ao valor da indemnização pelo dano patrimonial consubstanciado na incapacidade do lesado – 141.350,75 € – é deduzido o valor de 6.502,50 €, que o lesado recebeu do Centro Nacional de Pensões, a título de pensões de invalidez, e que os demandados foram condenados a pagar a essa instituição de segurança social, passando, em consequência, o valor da indemnização por danos patrimoniais a pagar pelos demandados ao lesado António... a ser de 135.272,35 € (cento e trinta e cinco mil e duzentos e setenta e dois euros e trinta e cinco cêntimos).

Sem prejuízo do apoio judiciário, as custas são a pagar pelo lesado e pelo demandado Paulo..., na proporção do respectivo decaimento, visto o Fundo de Garantia Automóvel delas estar isento.

Porto, 07 de Maio de 2003 Manuel Joaquim Braz

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Luís Dias André da Silva

António Manuel Clemente Lima

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