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Efeitos do Programa Nacional de Crédito Fundiário sobre as habitações rurais no estado do Ceará

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA,

CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO FEAACS

ÉRICO DE SOUZA BRITO

EFEITOS DO PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO SOBRE AS HABITAÇÕES RURAIS NO ESTADO DO CEARÁ

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ÉRICO DE SOUZA BRITO

EFEITOS DO PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO SOBRE AS HABITAÇÕES RURAIS NO ESTADO DO CEARÁ

Monografia apresentada à Faculdade de Economia,

Administração, Atuárias, Contabilidade e

Secretariado Executivo – FEAACS, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Brito Soares

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo

B875e Brito, Érico de Souza.

Efeitos do Programa Nacional de Crédito Fundiário sobre as habitações rurais no Estado do Ceará/ Érico de Souza Brito. – 2014.

60 f. : il. color.; enc.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia,

Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, Curso de Administração, Fortaleza, 2014.

Orientação: Prof. Dr. Ricardo Brito Soares.

1. Crédito agrícola 2.Habitações rurais - Ceará. I. Título.

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ÉRICO DE SOUZA BRITO

EFEITOS DO PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO SOBRE AS HABITAÇÕES RURAIS NO ESTADO DO CEARÁ

Esta monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Administração, como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de Bacharel em

Administração, outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se

à disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica.

Data da aprovação ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Nota Prof. Dr. Ricardo Brito Soares (Orientador) _____ Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________ Nota Prof. Daniel Barboza Guimarães _____

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Antônio Alves de Brito e Francisca Francimá de Souza Brito, pelo amor, dedicação e ensinamentos dos valores essenciais à vida.

Ao meu irmão, Emerson de Souza Brito, pelo apoio e aprendizado que obtive para a vida através de nossa convivência.

A minha namorada, Valéria Bernardino Sales, pelo amparo nas horas de dificuldade, proporcionando incentivo essencial para a realização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Ricardo Brito Soares pela oportunidade е apoio, através de

suas correções е orientações, mesmo no pouco tempo que lhe coube.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.

Aos amigos Fred, Mikaela, Mário, Cyntia, Felipe, Ícaro, Lianderson e

outros companheiros, irmãos na amizade, que fizeram parte da minha formação е

que vão continuar presentes em minha vida.

A todos os profissionais que contribuíram com as informações que permitiram a realização deste estudo.

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RESUMO

Este trabalho avalia os resultados gerados pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) sobre os municípios do Estado do Ceará. O foco do estudo está na observação dos efeitos causado por este Programa sobre as habitações no meio rural. Primeiramente, foi discutido o conceito e utilização de Políticas Públicas, tendo como prioridade a aplicação dessas políticas no Brasil, e principalmente, os programas de crédito e assistência voltados para o meio rural. Em seguida, são descritos em detalhes a origem, o funcionamento e os objetivos do PNCF e seus Projetos. As informações sobre a atuação do programa foram disponibilizadas pela Coordenadoria de Crédito e Políticas Afins (COCRED) da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) do Ceará. Estas informações foram relacionadas com dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos censos realizados nos anos de 2000 e 2010. Dois aspectos habitacionais foram considerados na análise: domicílios rurais próprios; e domicílios rurais ideais (com esgotamento sanitário, abastecimento de água e eletricidade). O estudo é feito através do cruzamento desses dados e informações dos municípios, gerando tabelas que permitiram o cálculo das porcentagens e médias destas variáveis. O método utilizado foi o das “diferenças em diferenças”, tendo como base a divisão de municípios beneficiados e não beneficiados pelo programa. Isso possibilitou a determinação de resultados, que evidenciaram um impacto pouco expressivo do PNCF sobre as habitações rurais do Estado.

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ABSTRACT

The present study aimed to evaluate the results produced by the “Programa Nacional de Crédito Fundiário” (PNCF - National Program for Land Credit) on the municipalities of the State of Ceará, in Brazil, furthermore, focused on the analysis of the impacts caused by this Program upon habitations in rural areas. Initially, the concept and use of Public Policies was debated, being given priority to the application of these policies in Brazil, and, mostly, the assistance and Credit programs aimed for rural areas. Afterwards the genesis, the operation and the goals of PNCF and its Projects were thoroughly described. The information about the performance of the Program was provided by the Coordination of Credit and Related Policies of the Secretariat of Agrarian Development of the State of Ceará. This information was connected to data collected by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in the censuses 2000 and 2010. Two aspects of the habitations were considered in the analysis: rural dwellings owned by their residents; and those deemed ideal for housing (with sewer, water and electricity services). The research was conducted by crossing these data and information from municipalities, generating tables that allowed the calculation of percentages and averages of these variables. The method used was the "difference in differences", based on the division of municipalities covered and not covered by the program. Such study allowed to determine the results, which showed that PNCF impacts in a not very significant way the rural habitations in the State.

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 – Renda Domiciliar Per Capita Média Rural ... 21

Quadro 1 – Quadro da diferença em diferença ... 30

Quadro 2 – Quadro da diferença em diferença das médias das porcentagens dos

domicílios ... 34

Quadro 3 – Quadro da diferença em diferença das médias das porcentagens dos

domicílios rurais próprios nos municípios ... 36

Quadro 4 – Quadro da diferença em diferença das médias das porcentagens dos

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LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico 1 – Crédito Rural - Plano Safra ... 18

Gráfico 2 – Porcentagem dos domicílios rurais nos municípios beneficiados ... 33

Gráfico 3 – Porcentagem dos domicílios rurais nos municípios não beneficiados .... 33

Gráfico 4 – Médias das porcentagens dos domicílios rurais nos municípios ... 34

Gráfico 5 – Porcentagem dos domicílios rurais próprios nos municípios

beneficiados ... 35

Gráfico 6 – Porcentagem dos domicílios rurais próprios nos municípios não

beneficiados ... 35

Gráfico 7 – Médias das porcentagens dos domicílios rurais próprios nos

municípios ... 36

Gráfico 8 – Porcentagem dos domicílios rurais ideais nos municípios

beneficiados ... 37

Gráfico 9 – Porcentagem dos domicílios rurais ideais nos municípios não

beneficiados ... 37

Gráfico 10 – Médias das porcentagens dos domicílios rurais ideais nos

municípios ... 37

Tabela 1 – Relação de Municípios beneficiados e não beneficiados pelo PNCF e

PHR ... 43 Tabela 2 – Dados do censo 2000 e 2010 ... 48

Tabela 3 – Dados do censo 2000 e 2010 - Municípios beneficiados pelo PNCF e

PHR ... 55

Tabela 4 – Dados do censo 2000 e 2010 - Municípios não beneficiados pelo PNCF e

PHR ... 59

Tabela 5 – Média das porcentagens de domicílios rurais próprios e considerados

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural BNH - Banco Nacional da Habitação

CAF - Consolidação da Agricultura Familiar

CEDR - Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável CMDS - Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável COCRED - Coordenadoria de Crédito e Políticas Afins

CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura CPR - Combate à Pobreza Rural

CRDRS - Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável

DNTR-CUT - Departamento Nacional de Trabalhadores Rurais da Central Única dos Trabalhadores

FECOP - Fundo Estadual de Combate a Pobreza FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FTRA - Fundo de Terras e Reforma Agrária

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário

MDS - Ministério do Desenvolvimento Social NPT - Nossa Primeira Terra

PICS - Plano de Investimento Comunitário Sustentável PNCF - Programa Nacional de Crédito Fundiário PNHR - Política Nacional de Habitação Rural

PRONAF - Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar SAT - Subprojeto de Aquisição de Terra

SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo DAS - Secretaria do Desenvolvimento Agrário

SFH - Sistema Financeiro de Habitação SIB - Subprojeto de Investimento Básico SIC - Subprojeto de Investimento Comunitário SIDRA - Sistema IBGE de Recuperação Automática SRA - Secretaria do Reordenamento Agrário

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(13)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

2. POLÍTICAS PÚBLICAS ... 15

2.1. Conceito de Políticas Públicas ... 15

2.2. Políticas Públicas no Brasil ... 16

2.3. Programas de Crédito e Assistência para o meio rural ... 17

2.4. Demanda Habitacional ... 19

3. PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO ... 22

3.1. Objetivos do PNCF e área de atuação ... 22

3.2. Funcionamento do Programa ... 22

3.3. Beneficiários ... 23

3.4. Projetos que fazem parte do PNCF ... 25

3.4.1. Subprojeto de Aquisição de Terras (SAT) ... 25

3.4.2. Subprojeto de Investimentos Comunitários (SIC) ... 26

3.4.3. Projeto Habitação Rural ... 26

4. METODOLOGIA E BASE DE DADOS ... 28

4.1. Conceito de habitação ideal ... 29

4.2. Metodologia de diferenças em diferenças ... 30

4.3. Base de Dados ... 31

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 33

5.1. Domicílios rurais nos municípios ... 33

5.2. Domicílios rurais próprios ... 35

5.3. Domicílios considerados ideais ... 36

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 41

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1. INTRODUÇÃO

Fatores econômicos, sociais e regionais, fazem com que a demografia brasileira seja bastante diversificada. Esta grande variedade demográfica proporcionou a ocorrência de agentes que influenciaram diretamente no aspecto habitacional brasileiro, como por exemplo, a migração da área rural para a urbana. Essa migração foi o principal fator responsável pelo crescimento acelerado e desordenado dos grandes centros urbanos.

O chamado êxodo rural teve início em meados do século passado, tendo o seu auge na década de 1960 e provocou a aglomeração de domicílios nas grandes cidades. Esse fenômeno se caracteriza pelo abandono do ambiente rural por trabalhadores para se alocarem nas grandes metrópoles, com o intuito de buscar oportunidades de emprego. Isso acontece principalmente pela falta de boas condições de vida e a escassez de recursos para sobreviverem em seu meio. De

acordo com Todaro (1979), a migração “é um processo seletivo que afeta indivíduos

possuidores de determinadas características econômicas, sociais, educacionais e demográficas; a relativa influência dos fatores econômicos e não econômicos pode variar não somente entre as nações e regiões, mas também dentro de populações e

áreas geográficas definidas”.

Esse fenômeno foi responsável pelo aumento da população das cidades, que superou a rural ainda na década de 60. No ano 2000 a quantidade de habitantes nas metrópoles já representava 80% do total da população do país. Esta tendência à urbanização provocou a expansão das periferias nos grandes centros urbanos. Com esse crescimento descontrolado, ocorreu o processo de favelização, que trouxe grandes problemas para as cidades como a infraestrutura insuficiente para o volume populacional e a marginalização.

(15)

Nesse cenário foi elaborado o PNCF (Programa Nacional de Crédito Fundiário), que se constitui de um conjunto de ações de caráter complementar a outros programas, com a intenção de promover a reforma agrária e disponibiliza condições favoráveis de acesso à terra, fornecendo investimentos básicos e produtivos. O programa é formado por subprojetos, que garantem desde o financiamento para a aquisição de terra até crédito para compra de equipamentos, melhoramento da infraestrutura e construção de habitações.

O Projeto Habitação Rural, que é um dos elementos que compõem o PNCF, tem como objetivo fornecer habitação digna ao trabalhador rural. Uma moradia apropriada, segura e confortável é um desejo que pode ser considerado universal para uma família ou indivíduo. Porém, os custos da construção de um imóvel se tornam elevados, considerando as dificuldades enfrentadas pelas famílias que vivem da agricultura, mesmo que já tenham adquirido algum subsídio para o seu desenvolvimento, inclusive o crédito. Dessa forma, esse projeto se torna fundamental para favorecer o acesso à moradia.

Nesse contexto surge a indagação: qual o real impacto causado pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário, através do Projeto Habitação Rural, sobre as habitações no meio rural do Estado do Ceará?

O objetivo geral deste estudo é verificar a relevância do PNFC sobre a questão habitacional rural no Ceará. De uma forma mais específica: analisar os resultados gerados pelo Projeto Habitação Rural, tendo como base os 4 anos iniciais de sua atuação (2007 a 2010); obter resultados qualitativos e quantitativos sobre as moradias rurais; e chegar a uma conclusão sobre a importância dessa iniciativa do governo.

De acordo com Dye (1976, p. 1), fazer “Análise de Política é descobrir o

que os governos fazem, porque fazem e que diferença isto faz”. Para ele, fazer esta

análise é a exposição e explicação das causas e influências da ação do governo. Já Hirschman (1984, p. 184), ao falar da análise de políticas na América

Latina no início da década de 1970, afirmou: “sentimos agora uma nova inclinação

em explorar, quase a partir do zero, os mecanismos das interações entre a economia, a sociedade e o Estado. Pelo menos, é dessa maneira que interpreto o interesse atual pelos estudos detalhados dos determinantes e das consequências

(16)

2. POLÍTICAS PÚBLICAS

2.1. Conceito de Políticas Públicas

Para Souza (2006) as políticas públicas estão ligadas fortemente ao Estado, que institui como os recursos são distribuidos para o benefício de seus cidadãos, como o dinheiro sob a forma de impostos deve ser arrecadado e de como este deve ser investido.

Já Bucci (2002) tem o pensamento de que as políticas públicas não exercem uma força extraordinária que irá resolver todos os problemas sociais de forma imediata. Assim, as políticas públicas são mecanismos governamentais de ação, e organizados num estado por políticas, que se caracterizam pelo estado social, com o compromisso de efetivar direitos fundamentais.

...costuma-se pensar o campo das políticas públicas unicamente caracterizado como administrativo ou técnico, e assim livre, portanto do aspecto „político‟ propriamente dito, que é mais evidenciado na atividade partidária eleitoral. Este é uma meia verdade, dado que apesar de se tratar de uma área técnico-administrativa, a esfera das políticas públicas também possui uma dimensão política uma vez que está relacionado ao processo decisório. (cf. FERNANDES 2007 p. 203).

Na visão de Meksenas (2002) as políticas públicas não são um mecanismo usado pelo Estado para amparar os mais excluídos a elevar-se socialmente, mas uma forma de empregar o capital para se manter no poder sem a

objeção da parte necessitada da sociedade. Pode-se constatar isso no trecho a

seguir:

O conceito de políticas públicas aparece vinculado ao desenvolvimento do Estado capitalista e esse às relações de classe. No século XX, as políticas públicas são definidas como um mecanismo contraditório que visa à garantia da reprodução da força de trabalho. Tal aspecto da organização do Estado nas sociedades industriais, não traduz um equilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho. (MEKSENAS 2002 p. 77).

(17)

necessidades são gerenciadas de acordo com uma demanda que se cria por meio de mobilizações sociais.

2.2. Políticas Públicas no Brasil

Na visão de Fernandes (2007), durante a formação da cultura brasileira não se criou o hábito de participar politicamente das decisões do governo. Ao longo da história do Brasil pode-se perceber a inexistência da preocupação em praticar políticas em benefício social, isso ocorreu principalmente no período colonial, devido o interesse prioritário dos colonizadores na exploração de riquezas. Por esse motivo, os aspectos sociais nesse período foram coordenados pincipalmente pela Igreja Católica.

Nos momentos de ausência das políticas públicas com fins sociais, algumas instituições preencheram, ainda que de forma débil, o vazio deixado pelo Estado. No Brasil foi o caso do catolicismo, que dos tempos coloniais até à atualidade ofereceu forma de educação, ideias e valores manifestos nos rituais de solidariedade em várias comunidades no país (...). Muitos desses rituais de solidariedade foram reelaborados pelas religiões afro-brasileiras como forma de resistência cultural dos trabalhadores e também produziram laços de partilha. Da Colônia à República, as ações institucionais da Igreja católica apareceram no cuidado com os órfãos, viúvas, ou na atenção médica das Santas Casas, das coletas e da distribuição de esmolas. (cf. MEKSENAS, 2002 p.108-109).

Essa falta da cultura na participação política, sem dúvida é uma possível explicação para a desigualdade no Brasil. É o que defende FERNANDES (2007):

(18)

O Estado brasileiro tem a tradição de assumir muito mais a intenção de crescimento econômico e bem menos o objetivo de proteção social, caracterizando-se como centralizador. Isso fez com que adquiriscaracterizando-se uma postura de fazer, e não de regular. O Estado regulador necessita de interação entre o governo e a sociedade, o que dificilmente ocorre no Brasil.

O Brasil é um país muito heterogêneo e cada lugar exige uma solução que venha da sua realidade. Através de uma política centralizada, o tratamento é homogêneo, o que tornam as propostas ineficazes, essa é uma característica das políticas sociais no país. Por esse motivo há grande dificuldade de estimular a participação da sociedade. Para Bodstein (2000, apud GONÇALVES, 2011, p. 63):

O Estado deve ser entendido como uma instituição complexa, necessária para o bom andamento da democracia e da sociedade. Portanto, a confirmação dos direitos sociais diz respeito a uma democratização das sociedades que origina um Estado voltado para o interesse social, se opondo ao Estado Mínimo e ao conceito liberal, precisando criar um novo tipo de intervenção estatal, mais efetiva e eficiente. (BODSTEIN, 2000, apud Gonçalves, 2011, p. 63).

2.3. Programas de Crédito e Assistência para o meio rural

Para Rover (2007), durante a década de 90, os serviços públicos voltados para assistência ao meio rural eram direcionados apenas a produção agropecuária, ou seja, as políticas eram voltadas para as áreas de maior população. Na visão de Silva (1982) isso representa um modelo de crescimento urbano-industrial, pois proporciona maiores benefícios aos municípios com maior aglomeração urbana e industrial, o que deixava as zonas rurais sem assistência das principais políticas e serviços públicos. Esse modelo causou um grande retardo no desenvolvimento destas áreas.

Em decorrência disso, ainda é perceptível que muitos territórios rurais ainda não possuem acesso a muitos serviços públicos para incentivar a produtividade e auxiliar na infraestrutura social, o que se comprova com a ausência de condições de transporte, água encanada, telefonia e outros serviços.

(19)

processo de democratização do país e da Constituição Federal de 1988, que possibilitaram maior participação política e social.

Segundo Schneider; Cazella; Mattei, (2004, apud MUNARINI; ROVER, 2010). Muitas medidas foram tomadas pelo governo para suprir demandas sociais no meio rural como: aposentadoria especial para agricultores; o recolhimento do trabalho da mulher agricultora; salário maternidade e a aposentadoria por invalidez. A criação do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) representa uma reação das politicas públicas para atender a uma grande demanda, há muito tempo apresentada pelos agricultores familiares, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG) e do Departamento Nacional de Trabalhadores Rurais da Central Única dos Trabalhadores (DNTR-CUT). O que aconteceu também com a Política Nacional de Habitação Rural (PNHR).

O gráfico abaixo revela a disponibilização de crédito rural entre os anos de 2000 e 2010:

Gráfico 1 – Crédito Rural – Plano Safra

Fonte: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

(20)

planejamento, crédito, mecanização e infraestrutura. Bastos (2006, p. 52) denomina o crédito rural da seguinte maneira:

[...] um instrumento catalisador e indutor da proposta modernizadora para o qual se voltaram ou ao qual se filiaram as estratégias dos demais serviços agrícolas, públicos e privados. A condição de liderança do SNCR sobre as demais políticas públicas já estava determinada desde sua institucionalização. Os esforços subsequentes do arranjo institucional estavam condicionados pelo objetivo de fazer orientação individual, com a finalidade de produzir excedentes com base na absorção dos insumos modernos industrializados. (BASTOS, 2006, p. 52)

2.4. Demanda Habitacional

Em 1964 ocorreu a primeira iniciativa brasileira de criar uma política habitacional de relevância nacional, com metas e objetivos predeterminados, fontes de recursos permanentes e mecanismos próprios de financiamentos, através da

edição da Lei nº 4.380/64. Esta lei criou o Sistema Financeiro de Habitação (SFH),o

Banco Nacional da Habitação (BNH), a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, dentre outras ações.

Posteriormente, foi atribuído ao Governo Federal elaborar a política nacional de habitação e organizar as ações públicas e privadas com o intuito de incentivar o financiamento e a construção de habitações. O BNH executou uma política habitacional, que teve como objetivo possibilitar o alcance à moradia, com meta de atender as famílias de baixa e média renda. O financiamento ocorreu por meio do SFH proveniente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Para Bolaffi (1977) a casa própria, bem como a alimentação e o vestuário, eram o principal investimento para a formação de um patrimônio, além de representar, de forma subjetiva, o sucesso econômico e a uma posição social mais elevada.

(21)

população, mas devido à deficiência dos serviços que deveriam ser supridos pelo Estado.

No final dos anos 70, a crise econômica provocou inflação, desemprego e queda dos níveis salariais, o que desequilibrou o Sistema Financeiro de Habitação, por conta de várias alterações nas regras de correção monetária e outros fatores. Essa situação provocou a desestruturação do BNH, que ocorreu através do Decreto-Lei 2.291/86 de novembro de 1986, e suas atribuições foram divididas entre outros órgãos do governo. Nesse contexto a gestão dos ativos, passivos, do pessoal e dos bens do BNH, assim como as operações do FGTS, foram assumidos pela Caixa Econômica Federal, que passou a ser o principal executor das políticas habitacionais do Governo Federal.

A grande concentração populacional nos centros urbanos, a crise econômica, o alto custo de imóveis, juntamente com a falta de política habitacional, fizeram com que as famílias de baixa renda buscassem alternativas precárias de moradia. Isso provocou o crescimento desordenado de favelas, a ocupação irregular e a construção de imóveis em áreas de risco, gerando os principais problemas urbanos brasileiros. Entre 1986 e 2002 pouco se fez para suprir o déficit habitacional no Brasil. Assim, o setor privado se encarregou de prover habitações para o setor de maior renda. Para as famílias de baixa renda a carência habitacional se agravou ainda mais, por conta da deficiência de ações de governo.

O Censo realizado pelo IBGE em 2010 mostrou que 16.267.197 pessoas estão vivendo em pobreza extrema, o que representa 8,5% da população. Os maiores índices de população em situação de miséria são do Nordeste (18%) e Norte (16,8%). Essas regiões possuem 75% dos brasileiros vivendo em extrema pobreza e 46,7% destes moram na zona rural, ou seja, um em cada quatro moradores do campo encontram-se nesta situação.

O Censo revelou ainda que o Estado do Ceará possui 1.502.924 moradores em domicílios em condição de miséria, com rendimentos mensais por pessoa que não ultrapassavam o valor de R$ 70,00. Dessa forma, 17,8% da população cearense é considerada em situação de miséria, tendo com base o critério especificado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Com esses dados conclui-se que o Ceará é o sétimo estado brasileiro com maior percentual de

pessoas nessa condição. Levando em conta os 16,3 milhões de brasileiros com

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coloca o Estado na terceira posição do país com maior quantidade de pessoas extremamente pobres. A figura a seguir mostra a renda domiciliar per capta média rural em 2010:

Figura 1 – Renda Domiciliar Per Capita Média Rural

Fonte: Instituto de Pesquisa e Estatística Econômica do Ceará (IPECE)

Considerando que o grande contingente da população de extremamente pobres residem na zona rural, e que o déficit de unidades habitacionais no Estado é muito acentuado (em torno de 307.058 unidades, sendo 220.464 da zona urbana e

85.594 da zona rural) e que o direito à moradia, enquadra-se no rol dos direitos

(23)

3. PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO

3.1. Objetivos do PNCF e área de atuação

O PNCF existe no Ceará desde 2000 e foi desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, através da Secretaria de Reordenamento Agrário, com o intuito de oferecer condições para que trabalhadores rurais, desprovidos de terra, possam adquirir um imóvel rural através de um financiamento. Os recursos são usados também para financiar a infraestrutura, que é essencial para a produção, e a assistência técnica que for necessária. O Programa busca fornecer ao agricultor a possibilidade de comprar implementos, preparar sua terra, construir a própria casa, obter acompanhamento técnico e o que for preciso para que se torne independente.

O Programa Crédito Fundiário é financiado com recursos do Fundo de Terras e Reforma Agrária do Governo Federal (Lei Complementar Nº 93, de 04 de Fevereiro de 1998 e regulamentado pelo Decreto Nº 4.892, de 25 de Novembro de 2003) e recursos do Subprograma de Combate à Pobreza Rural, com base no art. 6º da Medida Provisória Nº 2.183-56, de 24 de Agosto de 2001 (regido pelo Decreto Nº 6.672, de 02 de Dezembro de 2008 e Resolução Nº 4.177, de 07.01.2013).

No Ceará o PNCF atua em todo o estado, excluindo os municípios de Fortaleza e Eusébio, pois prevalece em sua economia a produção industrial e não possuem áreas agrícolas, diferente dos outros municípios que possuem grande parte de sua população vivendo em função do trabalho rural.

3.2. Funcionamento do Programa

O PNCF é formado por um conjunto de ações para promover o acesso a terra e aos investimentos básicos e produtivos, apoiando-se nos princípios da participação, controle social, transparência e descentralização.

(24)

Estadual de Desenvolvimento Sustentável (CEDR) e no Sistema de Rede de Apoio (SREDE) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para capacitação inicial e elaboração do Plano de Investimento Comunitário Sustentável (PICS) nas unidades produtivas a serem adquiridas. O processo para a contratação acontece inteiramente nos estados, através das Unidades Técnicas Estaduais (UTEs) e demais parceiros. O Programa tem diferentes condições, que variam de acordo com o valor financiado. O prazo de pagamento é de até 20 anos, com uma carência de 36 meses.

O Programa oferece três linhas de financiamento para suprir as necessidades dos beneficiários:

 Combate à Pobreza Rural (CPR): foi criada para atender as famílias rurais

mais necessitadas que estejam inscritas no Cadastro Único. Os recursos podem ser usados para a aquisição da terra (SAT) e em projetos de infraestrutura comunitários (SIC). Para o enquadramento, o agricultor deve ter renda familiar anual de até R$ 9 mil e patrimônio de até R$ 15 mil.

 Consolidação da Agricultura Familiar (CAF): atende agricultores que já estão

na terra ou ainda os que possuem minifúndios e querem aumentar sua área. Os recursos podem ser utilizados para aquisição da terra (SAT) e para investimentos básicos (SIB), destinados a terra e estruturação produtiva. Para o enquadramento, o agricultor deve ter renda familiar anual de até R$ 15 mil e patrimônio anual inferior a R$ 30 mil.

 Nossa Primeira Terra (NPT): é destinada a jovens rurais, filhos e filhas de

agricultores, estudantes de escolas agrotécnicas e centros familiares de formação por alternância, com idade entre 18 e 29 anos, que queiram viabilizar o próprio projeto de vida no meio rural. Para o enquadramento, o agricultor deve ter renda familiar anual de até R$ 15 mil e patrimônio anual inferior a R$ 30 mil.

3.3. Beneficiários

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 Trabalhadores rurais sem terra (assalariados permanentes ou temporários, diaristas, empreiteiros, etc.);

 Pequenos produtores e produtoras rurais com acesso precário a terra

(meeiros, arrendatários, parceiros, posseiros, agregados, comodatários, etc.);

 Proprietários e proprietárias de minifúndios que não alcancem a dimensão de

propriedade familiar, definida no inciso II do art. 4º da Lei Nº 4.504, de 30 de novembro de 1964;

 Jovens Rurais com idade entre 18 anos e 28 anos, podendo ter até 30%

(trinta por cento) de membros com idade até 32 anos;

 Jovens com 16 (dezesseis) anos de idade e menos de 18 (dezoito),

emancipados com averbação no cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais;

 Proponentes com mais de 65 anos, com aprovação expressa dos CRDRS.

Além de fazerem parte destes grupos específicos são exigidos os seguintes requisitos para que possam participar do PNCF:

 Ser membro de associação legalmente constituída;

 Ter tradição na atividade agropecuária de no mínimo 5 anos, nos últimos 15

anos, podendo contar tempo de colégio agrícola, escolas agrotécnicas e Centros Familiares de Formação por Alternância;

 A soma da renda familiar anual seja inferior a R$ 9.000,00 (nove mil reais) e o

patrimônio familiar inferior a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), não incluindo a casa de moradia da família e aposentadorias rurais;

 Dedicar pelo menos 80% do tempo de trabalho nas atividades agropecuárias

da propriedade;

 O candidato e seu cônjuge não tenham sido beneficiários de quaisquer outros

programas de reforma agrária (federal, estadual e municipal);

 O candidato e cônjuge não sejam funcionários em órgãos federais, estaduais,

municipais, autarquias ou em funções fiscais;

 O candidato não tenha sido proprietário de imóvel rural com área superior a

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 Que o candidato não seja promitente comprador, ou possuidor de direito de ação e herança em imóvel rural com área superior a de uma propriedade familiar;

 O candidato e seu cônjuge estejam dispostos a assumir o compromisso de

tomar e, posteriormente, pagar o empréstimo para aquisição da terra e, quando houver projetos de infraestrutura básica social e produtiva, realizar a aplicação dos recursos em conformidade ao projeto aprovado;

 Apresentar um ou mais proprietários dispostos a vender-lhe o imóvel que

deseja adquirir;

 Manifestar a intenção de adquirir por compra, via associação representativa,

um imóvel rural capaz de permitir desenvolver atividades produtivas rentáveis;

 A declaração de elegibilidade dos candidatos ao PNCF esteja assinada pelo

candidato e cônjuge, bem como, pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, e em caso de impedimento deste, pelo CMDS;

 Declaração de elegibilidade dos candidatos e candidatas, devidamente

assinadas, pelos proponentes e STTR, deverá ser apreciada pelo CMDS, ou conselho similar.

3.4. Projetos que fazem parte do PNCF

Garcia (2007) define projeto como um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo. É nessa perspectiva que os projetos integrantes do PNCF funcional, os quais estão relacionados a seguir.

3.4.1. Subprojeto de Aquisição de Terras (SAT)

(27)

Os recursos destinados ao SAT são provenientes do Fundo de Terras e Reforma Agrária (FTRA), instituído pela Lei Complementar Nº 93, de 4 de fevereiro de 1998, regulamentado pelo Decreto Nº 4982, de 25 de novembro de 2003 e regido pelo Decreto Nº 6.672, de 02 de Dezembro de 2008. As propostas de SAT podem ser apresentadas de forma individual (CAF) ou de forma coletiva (CPR). Os financiamentos do SAT podem beneficiar associações, cooperativas ou outras formas de organização desde que aprovados pelo Conselho Estadual de

Desenvolvimento Rural Sustentável – CEDRS.

3.4.2. Subprojeto de Investimentos Comunitários (SIC)

O segundo componente básico do CPR é composto pelos Subprojetos de Investimentos Comunitários (SIC), que representam os projetos de infraestrutura básica e produtiva, não reembolsáveis, apresentados pelas associações rurais de trabalhadores e trabalhadoras beneficiários do PNCF. Esses projetos possuem os respectivos planos de aplicações de recursos, cronograma de execução e desembolso das parcelas que financiarão as condições de infraestrutura básica. Esses recursos permitirão a instalação das famílias e a exploração rentável das potencialidades agropecuárias do imóvel.

Os recursos do SIC são oriundos da linha de financiamento de Combate à Pobreza Rural e não são reembolsáveis, são dotações do Orçamento Geral da União, com recursos provenientes do Tesouro Nacional ou operações de crédito e doações, conforme Decreto Nº 6.672, de 2 de dezembro de 2008.

3.4.3. Projeto Habitação Rural

O Projeto atua em complemento ao Programa Nacional de Crédito Fundiário e passou a ser implantado nos Assentamentos do PNCF em 2007, disponibilizando recursos para construção de unidades habitacionais. Hoje tem o título de Projeto de Habitação Rural nas Unidades Produtivas do PNCF.

(28)

de acesso às políticas e serviços públicos; fortalecer o capital social e produtivo; e contribuir com a melhoria das condições habitacionais nas áreas dos assentamentos.

O público alvo é constituído por famílias de agricultores e agricultoras com baixa renda, reunidas em Associações, beneficiadas com financiamento de imóveis rurais. Ressalta-se que as famílias selecionadas não possuem moradia e que os Convênios são firmados logo após a aquisição dos imóveis através do PNCF.

Este projeto envolve recursos dos quais 60% são oriundos do PNCF, 30% do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP) e 10% como contrapartida das Associações Comunitárias, podendo ser através de mão-de-obra, material ou dinheiro.

(29)

4. METODOLOGIA

O presente trabalho é constituído de duas fases, em que a primeira consiste na discursão sobre a importância do objeto de estudo (PNCF) para o meio em que atua e seu detalhamento. Já na realização da segunda fase optou-se por fazer uma comparação entre os municípios que receberam auxílio do PNCF, bem como do Projeto Habitação Rural, e os que não obtiveram a atuação desse Programa. Para tanto, foram coletados dados referentes às habitações rurais dos

municípios do Ceará no ano de 2000 – início da execução do programa – e no ano

de 2010, com o intuito de comparar os resultado gerado.

O Projeto Habitação Rural teve início no ano de 2007 e sua finalidade é o que mais impacta nesse estudo, porém os outros projetos integrantes pelo PNCF (Subprojeto de Investimentos Comunitários e Subprojeto de Aquisição de Terras) foram levados em consideração, pois o financiamento de imóveis produtivos e os investimentos em sua infraestrutura têm como objetivo elevar a qualidade de vida das famílias, bem como facilitar a obtenção de uma moradia digna.

Tendo em vista que a área para realização desse estudo é o ambiente rural, foram coletados os dados de 182 municípios, pois Fortaleza e Eusébio, por ter sua economia focada principalmente na produção industrial e não possuir áreas agrícolas, foram excluídos da análise.

As informações referentes aos resultados do PNCF e do Projeto Habitação Rural foram fornecidas pela Coordenadoria de Crédito e Políticas Afins (COCRED) da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA). Os dados pertinentes às habitações foram obtidos através do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), que possibilita a geração de tabelas com micro dados dos municípios.

(30)

padrão. Posteriormente foram reunidas todas as informações obtidas, sendo ordenadas por período (2000 e 2010). Isso possibilitou analisar com maior precisão a diferença de crescimento do número de habitações rurais próprias e consideradas ideais, nos municípios beneficiados e não beneficiados pelo PNCF.

Por fim foi realizada a análise dos dados e a demonstração dos resultados através de tabelas e gráficos gerados, que facilitam a representação e a verificação das informações obtidas.

4.1. Conceito de habitação ideal

De acordo com o IBGE, uma unidade habitacional para ser considerada ideal ou digna, precisa dispor de características básicas estruturais, além de possuir dormitórios com capacidade para acomodar pelo menos dois moradores. Essa definição acaba sendo muito subjetiva, pois cada região pode apresentar necessidades diferenciadas na estrutura de um imóvel. Apesar disso, alguns aspectos são indispensáveis como: saneamento básico; abastecimento de água; e energia elétrica.

Para a realização deste trabalho foi fundamental definir as necessidades básicas de infraestrutura, tendo como foco a população residente no meio rural do Estado do Ceará. É evidente que as características mencionadas anteriormente são fundamentais, portanto, foram estas estabelecidas para compor uma moradia ideal:

 Sistema de esgotamento sanitário: possibilita o controle e prevenção de

doenças, permitindo condições se saúde, além da relevância econômica, pois permite a conservação de recursos naturais, valorizando terras e propriedades.

 Sistema de abastecimento de água: o elemento mais importante para se ter

condições dignas de moradia, pois além de ser condição indispensável para a vida, a água executa um papel imprescindível para a saúde, possibilitando ainda a higiene pessoal e dos domicílios.

 Energia elétrica: proporciona inúmeros benefícios como o uso de bombas de

(31)

televisão) e a conservação de produtos como hortaliças, frutas, leite e pescados.

Todos estes fatores representam melhoria das condições de vida, estimulando a permanência do indivíduo em seu ambiente familiar e social. Portanto a definição de habitação ideal considerada nesse estudo é a reunião dessas características, tendo em vista a descrição de sua importância.

4.2. Metodologia de diferenças em diferenças

Muitas pesquisas realizadas em economia são baseadas na análise dos denominados experimentos naturais. Para Wooldridge (2003), esses experimentos acontecem quando um evento Produzido por fatores externos, como a mudança de política do governo, influencia o ambiente de indivíduos, famílias, empresas ou cidades.

Para realizar a análise de um experimento natural é preciso ter um grupo de controle, ou seja, um grupo que não sofreu influência da mudança, e um grupo de tratamento, afetado pelo evento, sendo os dois grupos com características equivalentes. Diferente de um experimento real, em que os grupos de tratamento e controle são escolhidos aleatoriamente para impedir viés nas estimativas, em um experimento natural os grupos surgem de acordo com que a mudança acontece.

Para estudar as diferenças entre os grupos é preciso obter dados de antes e depois do evento. Dessa forma, a amostra é agrupada em quatro partes: grupo de controle antes da mudança; grupo de controle depois da mudança; grupo de tratamento antes da mudança e grupo de tratamento depois da mudança. Essa divisão pode ser observada no quadro a seguir:

Antes Depois Diferenças

Controle A B A-B

Tratamento C D C-D

Diferenças A-C B-D (C-D)-(A-B)

Quadro 1 – Quadro da diferença em diferença

(32)

A-B e C-D mostram a dimensão em que o grupo de controle e o de tratamento se alteram, respectivamente, entre o período anterior e posterior ao evento que está sendo avaliado. Como por hipótese o grupo de controle não sofre impacto do evento, as mudanças se devem a outros fatores, que também influenciaram o grupo de tratamento.

A-C e B-D representam as diferenças entre os grupos de controle e de tratamento antes e depois do evento, respectivamente. Subtraindo-se A-B de C-D, ou A-C de B-D, é possível encontrar a diferença da diferença observada entre os grupos, nos dois períodos.

Por esse motivo denomina-se método da diferenças em diferenças, que pode ser representado matematicamente com a equação:

g3 = (y2,b – y2,a) – (y1,b – y1,a)

Na qual “y” representa a média da variável (domicílios rurais próprios ou

considerados ideais) em cada ano e grupo. Os números subscritos representam o período da amostra (1, para antes da mudança e 2, para depois da mudança), que

neste estudo são os anos de 2000 e 2010. E as letras “a” e “b” representam o grupo

a qual o dado pertence (a, para o grupo de controle e b, para o grupo de tratamento), nesse caso os beneficiados e não beneficiados pelo PNCF. A

estimativa esperada a partir da diferença em diferença é representada por “g3”.

Determinando “g3” obtém-se o diferencial de desempenho do experimento natural

sobre a variável estudada.

4.3. Base de Dados

(33)

A Tabela 1 mostra os resultados do PNCF e Projeto Habitação Rural no período de 2000 a 2010, destacando os seguintes tópicos relevantes para a análise:

 Número de famílias atendidas: quantidade de famílias beneficiadas;

 Número de habitações construídas pelo Projeto Habitação Rural;

Já na Tabela 2 estão relacionados às seguintes informações, adquiridas através do Censo realizado pelo IBGE no ano de 2000 e 2010, respectivamente:

 Número total de domicílios (rural e urbano);

 Número de domicílios rurais;

 Número de domicílios rurais próprios;

 Número de domicílios rurais com esgotamento sanitário, água e eletricidade;

 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O agrupamento de todos esses dados permitiu a divisão de municípios em beneficiados e não beneficiados pelo PNCF (representados pela Tabela 3 e pela Tabela 4, em anexo), bem como o cálculo da porcentagem das variáveis. Com a obtenção dos valores percentuais, a média e o desvio padrão também foram mensurados, gerando gráficos imprescindíveis para a análise.

(34)

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1. Domicílios rurais nos Municípios

Inicialmente foi observada a porcentagem de domicílios rurais em cada município, fazendo uma comparação entre os anos de 2000 e 2010. Nos gráficos que se seguem, é notável a diminuição de habitações rurais na maioria dos municípios, isso evidencia um crescimeto nas áreas urbanas. Fatores como: falta de empregos, deficiência na infraestrutura para produção, escassez de recursos naturais, baixa qualidade de ensino e necessidade de serviços públicos, são as principais justificativas para este processo de redução de domicílios rurais.

Gráfico 2 – Porcentagem dos domicílios rurais nos municípios beneficiados.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Gráfico 3 – Porcentagem dos domicílios rurais nos municípios não beneficiados.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

(35)

Tendo como base as Tabelas 3 e 4, foram calculadas as médias dos dois grupos, revelando que a porcentagem de domicílios rurais nos municípios beneficiados pelo programa diminuiu 4,5 pontos percentuais, e nos não beneficiados, houve uma queda de 5,6 pontos percentuais. Isso mostra que o PNCF esteve presente nos municípios com menor diminuição da porcentagem de habitações rurais. O gráfico abaixo ilustra esses resultados:

Gráfico 4 – Médias das porcentagens dos domicílios rurais nos municípios.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Aplicando o método da diferença-em-diferença, é possível relacionar o grupo de controle e tratamento com os períodos analisados, isso permitiu concluir que nos municípios beneficiados pelo programa houve uma menor redução em relação aos municípios não beneficiados. Conforme se observa no Quadro 2, há uma diferença de - 1,1 pontos percentuais, que podem representar uma indicação de desempenho do programa na permanência das populações no meio rural:

Antes (2000) Depois (2010) Diferenças

Controle

(Não-Beneficiados) 46,3% 40,7% 5,6%

Tratamento

(Beneficiados) 47,7% 43,2% 4,5%

Diferenças 1,4% 2,5% - 1,1%

(36)

5.2. Domicílios rurais próprios

O percentual de domicílios rurais próprios revelou uma importante evolução no ano de 2010. Este crescimento pode transmitir a informação de que, apesar da porcentagem de domicílios rurais ter diminuído, houve um significativo progresso na aquisição da casa própria por parte das famílias. Os gráficos abaixo mostram este crescimento:

Gráfico 5 – Porcentagem dos domicílios rurais próprios nos municípios beneficiados.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Gráfico 6 – Porcentagem dos domicílios rurais próprios nos municípios não beneficiados.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

(37)

Gráfico 7 – Médias das porcentagens dos domicílios rurais próprios nos municípios.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Fazendo a relação dos dados pelo método da diferença em diferença, o resultado observado foi de 0,4 pontos percentuais, que mesmo sendo um baixo valor, favorece a indicação de crescimento da porcentagem de domicílios rurais próprios dos municípios beneficiados em relação aos não beneficiados. É o que apresenta o Quadro 3:

Antes (2000) Depois (2010) Diferenças

Controle

(Não-Beneficiados) 73,0% 79,0% 6,0%

Tratamento

(Beneficiados) 72,0% 78,4% 6,4%

Diferenças 1,0% 1,4% 0,4%

Quadro 3 – Quadro da diferença em diferença das médias das porcentagens dos domicílios rurais próprios nos municípios. Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

5.3. Domicílios considerados ideais

(38)

Gráfico 8 – Porcentagem dos domicílios rurais ideais nos municípios beneficiados.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Gráfico 9 – Porcentagem dos domicílios rurais ideais nos municípios não beneficiados.

Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Analisando a média dos percentuais, percebeu-se que o crescimento desta variável ocorreu, novamente, de forma semelhante para os dois grupos. Com esse resultado, a atuação do PNCF pode ser considerada, mais uma vez, com baixo

desempenho, em comparação aos municípios que não beneficiou.

Gráfico 10 – Médias das porcentagens dos domicílios rurais ideais nos municípios.

(39)

O Quadro 4, a seguir, revela o resultado causado pelo programa sobre o percentual de domicílios ideais nos municípios beneficiados. Para esta varável, o método da diferença em diferença gerou resultado negativo (- 2,5 pontos percentuais), indicando que apesar da atuação do programa, os municípios beneficiados obtiveram menor crescimento em relação aos não beneficiados.

Antes (2000) Depois (2010) Diferenças

Controle

(Não-Beneficiados) 35,8% 55,0% 19,2%

Tratamento

(Beneficiados) 30,3% 47,0% 16,7%

Diferenças 5,5% 8,0% - 2,5%

Quadro 4 – Quadro da diferença em diferença das médias das porcentagens dos domicílios rurais ideais nos municípios. Fonte: Dados do IBGE e SDA. Elaboração Própria.

Ainda que as tabelas e gráficos tenham revelado o baixo desempenho do PNCF sobre as habitações rurais do Ceará, levando em conta os aspectos observados neste estudo, percebe-se que sua atuação ocorreu nos municípios com menor percentual de domicílios próprios e ideais, no ano de 2000. É o que se

observa nos Gráficos 10 e 7.

(40)

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo analisar os resultados do Programa Nacional de Crédito Fundiário sobre as habitações rurais no Ceará em nível municipal. Para tanto, com informações dos Censos 2000 e 2010, divulgados pelo IBGE, calculou-se a evolução no percentual de domicílios rurais próprios e considerados ideais nos municípios cearenses. Observou-se um grande desenvolvimento das variáveis no decorrer desses dez anos.

Tendo como base o estudo realizado em dois grupos – beneficiados e

não beneficiados – e a comparação da evolução dos seus domicílios, foi possível

concluir que o PNCF teve um baixo diferencial de desempenho em relação aos municípios que não beneficiou. Isso pode ser justificado pela atuação de outras Políticas Públicas ou por uma melhora na administração de recursos nos municípios não beneficiados. É possível concluir ainda, que o programa pode ter proporcionado um crescimento essencial aos municípios que beneficiou, no sentido de acompanhar a evolução dos não beneficiados, evitando, desta forma, uma diferença ainda maior entre os grupos.

Apesar deste resultado, as ações executadas por meio do PNCF são importantes para o fortalecimento da política de Governo, objetivando reduzir a pobreza de considerável parcela da população, especialmente na zona rural. Além disso, a construção de moradias dignas, bem como o acesso a terra, proporcionam impacto positivo contra o êxodo rural.

Diante da nova perspectiva das famílias beneficiadas de permanecerem no meio rural, o programa influencia a permanência dos jovens e o seu envolvimento nas atividades desenvolvidas nos Assentamentos. Essas condições oferecidas ocasionam impacto importantíssimo no desenvolvimento local, facilitando também o acesso a outras políticas e serviços públicos, além de contribuir para a melhoria da renda familiar.

Após as considerações abordadas neste trabalho é importante ressaltar a

relevância da análise de Políticas Públicas. Para Weiss (1998): “Avaliação de um

programa é a produção de um conhecimento sistemático sobre a sua operacionalização, comparada a padrões implícitos ou explícitos como meio de

(41)

que a avaliação de programas é necessária conforme as políticas proporcionam o combate das desigualdades sociais.

A avaliação é um fator fundamental para as Políticas Públicas e pode ser realizada em todas as etapas de um programa ou projeto, pois auxilia no sucesso e na melhoria dos resultados a serem alcançados. Além disso, é também uma forma de aprendizado, permitindo ao gestor detectar as ações de maior importância. Vale ressaltar que uma política precisa ter mecanismos que mantenham seus efeitos positivos após o fim de sua atuação.

(42)

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(44)

ANEXOS

1 Abaiara - - - - - - - -

-2 Acarape 39 351.084,52 288.024,24 639.108,76 12 27.000,00 54.000,00 9.000,00 90.000,00

3 Acaraú 39 301.040,00 328.350,00 629.390,00 8 18.000,00 36.000,00 6.000,00 60.000,00

4 Acopiara 44 261.828,00 453.682,40 715.510,40 - - - -

-5 Aiuaba 87 416.660,00 679.690,00 1.096.350,00 - - - -

-6 Alcantaras - - - - - - - -

-7 Altaneira - - - - - - - -

-8 Alto Santo - - - - - - - -

-9 Amontada 4 35.600,00 61.712,00 97.312,00 8 49.800,00 21.600,00 8.000,00 79.400,00

10 Antonina do

Norte - - - - - - - -

-11 Apuiarés 26 223.160,00 531.680,00 754.840,00 18 - 118.800,00 19.800,00 138.600,00

12 Aquiraz - - - - - - - -

-13 Aracati 20 107.060,00 216.860,00 323.920,00 12 81.000,00 - 9.000,00 90.000,00

14 Aracoiaba 30 218.111,00 343.904,00 562.015,00 20 54.000,00 108.000,00 18.000,00 180.000,00

15 Ararenda - - - - - - - -

-16 Araripe 39 294.680,00 391.400,00 686.080,00 26 58.500,00 117.000,00 19.500,00 195.000,00

17 Aratuba - - - - - - - -

-18 Arneiroz 22 93.280,00 171.720,00 265.000,00 - - - -

-19 Assaré 6 39.100,00 140.012,00 179.112,00 3 9.900,00 19.800,00 3.300,00 33.000,00

20 Aurora 47 211.473,88 315.853,06 527.326,94 - - - -

-21 Baixio - - - - - - - -

-22 Banabuiu 20 137.800,00 223.700,00 361.500,00 - - - -

-23 Barbalha 56 508.528,00 871.772,00 1.380.300,00 16 36.000,00 72.000,00 12.000,00 120.000,00

24 Baroquinha 15 53.000,00 157.800,00 210.800,00 15 31.148,45 70.101,55 11.250,00 112.500,00

25 Barreira - - - - - - - -

-26 Barro - - - - - - - -

-27 Baturite - - - - - - - -

-28 Beberibe 28 155.093,04 208.013,48 363.106,52 - - - -

-29 Bela Cruz 39 230.500,00 327.470,00 557.970,00 20 45.000,00 90.000,00 15.000,00 150.000,00

30 Boa Viagem 48 275.526,71 292.796,65 568.323,36 - - - -

-31 Brejo Santo 16 74.200,00 247.300,00 321.500,00 16 108.000,00 - 12.000,00 120.000,00

32 Camocim 56 473.450,00 434.777,00 908.227,00 21 47.250,00 94.500,00 15.750,00 157.500,00

33 Campo Sales 15 68.900,00 126.830,00 195.730,00 - - - -

-34 Canindé 92 493.155,21 675.892,40 1.169.047,61 - - - -

-35 Capistrano 8 73.580,00 125.173,60 198.753,60 - - - -

-36 Caridade 32 243.800,00 140.200,00 384.000,00 - - - -

-37 Cariré 23 170.350,00 261.090,00 431.440,00 17 38.250,00 76.500,00 12.750,00 127.500,00

38 Caririaçu 9 81.500,00 150.070,40 231.570,40 8 22.200,00 44.400,00 7.400,00 74.000,00

39 Cariús 10 52.000,00 88.000,00 140.000,00 - - - - -Nº DE HABITAÇÕES CONSTRUIDAS RECURSOS DO FUNDO DE COMBATE A POBREZA - FECOP

RECURSOS DO SUBPROJETO DE

INVESTIMENTO COMUNITÁRIO - SIC

CONTRAPARTIDA DAS ASSOCIAÇÕES Nº de Mun. Município Fam. Subprojeto de Aquisição de Terra-SAT- Valor Financiado- Reembolsável Subprojeto de Investimentos Comunitários-SICs - Valor Disponibilizado - Não reembolsável

Valor Total do Projeto SAT + SIC

DADOS DO PROJETO HABITAÇÃO RURAL - 2007 a 2010 DADOS DO PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO - 2000 a 2010

VALOR TOTAL DAS HABITAÇÕES

Imagem

Gráfico 3  –  Porcentagem dos domicílios rurais nos municípios não beneficiados.
Gráfico 5  –  Porcentagem dos domicílios rurais próprios nos municípios beneficiados.
Gráfico 9  –  Porcentagem dos domicílios rurais ideais nos municípios não beneficiados
Tabela 1 – Relação de Municípios beneficiados e não beneficiados pelo PNCF E PHR
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Referências

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