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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ÍNGRIDE PAMILLY RIBEIRO ARAÚJO DE OLIVEIRA

ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO EM BLOCOS SEGMENTAIS COMO ELEMENTOS DE PAISAGISMO EM CENTROS URBANOS

MOSSORÓ 2021

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ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO EM BLOCOS SEGMENTAIS COMO ELEMENTOS DE PAISAGISMO EM CENTROS URBANOS

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: John Eloi Bezerra, Prof. Dr.

MOSSORÓ 2021

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sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

O48e Oliveira, Íngride Pamilly Ribeiro Araújo de.

Estruturas de contenção em blocos segmentais como elementos de paisagismo em centros urbanos / Íngride Pamilly Ribeiro Araújo de Oliveira. - 2021.

53 f. : il.

Orientador: John Eloi Bezerra.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Civil, 2021.

1. Contenção. 2. Blocos segmentais. 3. Jardim vertical. I. Bezerra, John Eloi, orient. II.

Título.

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Agradeço primeiramente à Deus por estar sempre comigo, me abençoando, protegendo e iluminando o meu caminho. Por ter me dado coragem, determinação e sabedoria durante toda esta jornada. Obrigada, Deus, por tudo, sem a tua presença na minha vida eu não teria alcançado esta conquista. Agradeço também a Maria Santíssima por interceder por mim ao seu filho Jesus.

Aos meus pais, Lucineide e Verione, por todo amor, cuidado, carinho, incentivo e apoio. Por nunca medirem esforços para me proporcionar uma boa educação e ajudar a realizar os meus sonhos. Por serem meus exemplos de coragem, determinação, luta, humildade e honestidade. Minha inspiração diária.

A minha querida irmã, Luanna, pela irmandade, amizade e apoio em todos os momentos. Por sonhar junto comigo.

Ao meu amigo e namorado, Túlyo, pelo companheirismo, incentivo e atenção.

Buscando estar sempre presente, me ajudando do início ao fim da faculdade.

A todos os professores pelos conhecimentos transmitidos e pela dedicação em nos preparar para sermos bons profissionais. E especialmente ao orientador deste trabalho, o professor Dr. John Eloi, pelas orientações e conhecimentos compartilhados.

Por fim, agradeço aos meus familiares, amigos e colegas que estiveram comigo durante esta trajetória, contribuindo diretamente ou indiretamente para obtenção da minha formação.

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Com a urbanização, as paisagens naturais estão perdendo espaço para as construções, tornando as áreas verdes escassas nas cidades. Uma solução para amenizar esse problema é o cultivo de vegetações em superfícies verticais, como por exemplo: paredes de edifícios, muros de contenção e pilares de viadutos. Com isso, esta pesquisa visa estudar as estruturas de contenção em blocos segmentais como elementos de paisagismo em centros urbanos. O objetivo geral é apresentar os benefícios que os jardins verticais, ou seja, a vegetação cultivada nos muros de contenção com blocos segmentais proporciona ao ambiente urbano e a população. A pesquisa teve caráter bibliográfico sendo classificada como exploratória, na mesma foi utilizado como referências: livros, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses, manuais técnicos, artigos, sites e revistas para a revisão bibliográfica, coleta de informações e levantamento de dados. Constatou-se que o sistema de contenção em solo reforçado com geogrelhas e a face em blocos segmentais possui diversas vantagens. A incorporação de vegetação nos blocos segmentados formando jardins verticais transforma a estrutura de contenção em um elemento paisagístico de grande valor estético tornando os espaços urbanos sustentáveis. Os jardins verticais proporcionam benefícios físicos, psicológicos, sociais e ambientais aos centros urbanos e a população, contribuindo para a redução dos impactos ambientais negativos, auxiliando na preservação do meio ambiente e proporcionando qualidade de vida.

Palavras-chave: Contenção. Blocos segmentais. Jardim vertical.

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With urbanization, natural landscapes are losing space for buildings, making green areas scarce in cities. A solution for soften this problem is the cultivation of vegetation is on vertical surfaces, such as walls of buildings, retaining walls and viaduct pillars. With this, this research aims to study the containment structures on segmental blocks as elements of landscaping in urban centers. The general objective is to present the benefits which vertical gardens, that is, the vegetation cultivated on the retaining walls with segmental blocks affords to the urban environment and the population. The research had a bibliographic character and was classified as exploratory. In it, books, course completion papers, dissertations, theses, technical manuals, articles, websites and magazines for bibliographic review, information collection and data collection were used as references. It was found that the containment system in soil reinforced with geogrids and the face in segmental blocks has several advantages. The incorporation of vegetation on the segmented blocks forming vertical gardens transforms the containment structure into a landscape element of great aesthetic value making urban spaces sustainable. Vertical gardens provide physical, psychological, social and environmental benefits to urban centers and the population, contributing to the reduction of negative environmental impacts, assisting in the preservation of the environment and providing quality of life.

Keywords:Containment. Segmental blocks. Vertical garden.

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Figura 1 – Amostra de geogrelha ...…...…… 15

Figura 2 – Contenção em solo reforçado com geogrelha e a face de blocos segmentais ...… 16

Figura 3 – Muro de contenção com cultivo de vegetação nos blocos segmentais ...….… 17

Figura 4 – Muro de contenção com face em blocos segmentais ...…… 17

Figura 5 – Muro de contenção com plantio de vegetação nos vazios dos blocos da face ..… 18

Figura 6 – Contenção com cultivo de diversas plantas no interior dos blocos segmentais … 18 Figura 7 – Base do muro escavada ...…...…… 20

Figura 8 – Assentamento da primeira linha de blocos ...… 20

Figura 9 – Controle de alinhamento ...…...…… 21

Figura 10 – Controle de nivelamento ...…...…… 21

Figura 11 – Camada drenante de brita e areia junto à face de blocos ...…...…… 22

Figura 12 – Processo de compactação do solo ...…… 23

Figura 13 – Implantação da geogrelha ...…...…… 23

Figura 14 – Blocos e tábua posicionados à espera do material drenante ...…… 24

Figura 15 – Fixação da geogrelha ...…...…… 24

Figura 16 – Compactação do aterro e do material drenante sobre o reforço ...… 25

Figura 17 – Muro de solo reforçado em curva ...…...…… 25

Figura 18 – Muro com faces em 90º...…...……. 26

Figura 19 – Acabamentos laterais em curvas ...…...…... 26

Figura 20 – Execução da viga de coroamento ...…...…… 27

Figura 21 – Face de muro em blocos segmentais com vazios frontais ...…… 27

Figura 22 – Face de muro em blocos segmentais com ondulação na parte frontal ...…… 28

Figura 23 – Bloco Terrae-F ...…...…… 29

Figura 24 – Floreiras ...…...…… 30

Figura 25 – Comparativo de custos entre estruturas de contenção ...…… 31

Figura 26 – Jardim vertical em muro de contenção ...…… 34

Figura 27 – Jardim vertical de samambaias ...…...…… 35

Figura 28 – Jardins verticais no Corredor Verde da Avenida 23 de Maio ...…… 36

Figura 29 – Jardim vertical no viaduto Santa Generosa ...…...…… 36

Figura 30 – Jardins verticais em colunas de viaduto na cidade do México ...…...…… 37

Figura 31 – Concentração média de dióxido de carbono (CO2) em uma parede com jardim vertical e uma parede nua em um parque de estacionamento ...…...…… 39

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Quadro 1 – Propriedades do bloco Terrae-F ...…...…… 29 Quadro 2 – Propriedades da floreira ...…...…... 30

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1 INTRODUÇÃO ………...………. 10

1.1 Objetivos ……… 11

1.1.1 Objetivo geral ………. 11

1.1.2 Objetivos específicos ………. 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO ………... 12

2.1 Histórico das estruturas de contenção ……… 12

2.2 Estruturas de contenção ………... 12

2.3 Muros de gravidade ……….. 13

2.4 Estrutura de contenção em solo reforçado com geogrelhas e blocos segmentais ………. 14

2.4.1 Solo reforçado com geossintéticos ….……… 14

2.4.2 2.4.3 2.5 2.5.1 2.5.2 2.6 2.7 2.7.1 2.8 2.9 2.10 2.10.1 2.10.2 2.10.3 2.10.4 2.10.5 3 4 Sistemas com blocos segmentais ….………... Procedimento de execução ….……….... Tipos de blocos segmentais ……….. Bloco Terrae-F ……… Bloco floreira ……….. Comparativo de custos entre solo reforçado com face em blocos segmentais e outras alternativas de estruturas de contenção ...………… Sustentabilidade ……… Sustentabilidade na construção ………... Paisagem urbana ……….. Jardim vertical ……….. Benefícios dos jardins verticais ao meio urbano ……… Redução da temperatura e melhoria na qualidade do ar ………. Redução da poluição sonora ………... Aumento da biodiversidade ……… Efeitos estéticos, saúde e sensações causadas pela vegetação ………... Auxilia na redução de enchentes ……… METODOLOGIA DA PESQUISA ………. RESULTADOS E DISCUSSÕES ………... 16 19 28 28 29 30 32 32 33 34 38 38 40 40 41 41 42 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ………... 49

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1 INTRODUÇÃO

A industrialização acarretou a migração das pessoas do campo para as cidades, aumentando de forma considerável a população dos centros urbanos. Isso pode ocasionar uma série de problemas ambientais, como: devastação de áreas naturais, poluições, ilhas de calor, enchentes, produção de lixos e entre outros.

Ressalta-se que a urbanização proporciona um crescimento da indústria da construção civil. Sendo um setor que consome muitos recursos naturais e causa impactos negativos ao meio ambiente, como: geração de resíduos, consumo de energia, desperdício de água, aquecimento global e poluições. Com o intuito de amenizar esses danos ambientais surge a necessidade de introduzir técnicas sustentáveis nas construções (PRINCIPAIS... 2018).

O sistema de contenção com face em blocos segmentais durante o processo executivo se apresenta como uma obra que ocasiona poucos danos ao meio ambiente. É uma estrutura de contenção de muro de gravidade, que faz uso de geossintéticos sendo o mais usual as geogrelhas para reforço e estabilização do solo e a face é constituída de blocos pré-moldados (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016).

Esses muros de contenção apresentam inúmeras vantagens: são construídos a seco sem necessidade do uso de concreto, pode-se utilizar o solo local como aterro, execução simples e rápida, podem ser empregados em projetos urbanísticos de pequenas, médias e grandes alturas, a obra apresenta menos entulho, possuem um custo competitivo comparado a outros sistemas convencionais e apresentam um grande valor estético, pelo formato e o cultivo de vegetação nos blocos, permitindo assim a criação de jardins verticais (HUESKER, 2016).

Os jardins verticais são uma forma de aumentar as áreas verdes nos centros urbanos, podendo servir como ferramenta de compensação ambiental, sendo capazes de absorver os poluentes, reduzir a temperatura do ar e a poluição sonora, amenizar as enchentes e aumentar a biodiversidade (MOVIMENTO 90º, 2021).

Obras de contenções são necessárias em algumas cidades, como a estrutura de contenção em solo reforçado com geogrelhas e a face em blocos segmentais além de conter os maciços de terra permite a incorporação de jardins verticais é interessante estudá-la, pois pode solucionar tanto o problema de instabilidade dos solos quanto da falta de áreas de vegetações, que estão cada vez mais escassas nos grandes centros urbanos.

Com isso, esta pesquisa bibliográfica e exploratória busca analisar se a implantação de sistemas de contenção urbano utilizando muros segmentais com jardins verticais proporciona realmente benefícios satisfatórios para a comunidade e o meio ambiente.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Apresentar os benefícios que os jardins verticais, ou seja, a vegetação cultivada nos muros de contenção com blocos segmentais, proporciona ao ambiente urbano e a população.

1.1.2 Objetivos específicos

• Identificar as características, os pontos positivos e negativos do sistema de contenção com blocos segmentais;

• Apresentar os jardins verticais nos centros urbanos;

• Explanar como a vegetação nos espaços públicos é benéfica à saúde humana e melhora a qualidade de vida da população;

• Propor soluções sustentáveis que proporcionem obras de contenção de grande valor estético e paisagístico.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico das estruturas de contenção

Nas construções humanas, desde os tempos mais remotos havia indícios da utilização de estruturas de contenção. Na região sul da Mesopotâmia (Iraque) registra-se as mais antigas obras de contenção, são muros de alvenaria de argila contendo aterros, construídos entre 3.200 e 2.800 a.C. por sumerianos (KINDER; HILGEMANN, 1964 apud RANZINI; NEGRO JR., 1998).

Apenas no início do século XVIII surgiram as obras seguindo os preceitos de engenharia moderna, construídas por engenheiros franceses. Em 1776 Coulomb publicou um trabalho sobre regras de máximos e mínimos aplicadas a estrutura de arrimo, o que motivou o início da engenharia moderna de obras de contenção. Sendo o desenvolvimento das mesmas motivado pela colonização europeia que solicitou na maioria dos continentes terrestres a construção de estruturas de defesa e fortificações militares nos mais variados terrenos e locais (RANZINI; NEGRO JR., 1998).

No Brasil, foi durante o século XVIII, que surgiram as primeiras obras de contenção, justamente os fortes costeiros, sendo expandidas para as obras portuárias e de contenções urbanas no Rio de Janeiro e na Bahia com a chegada da corte portuguesa por volta do século XIX. As estruturas de contenção foram ainda mais difundidas com a expansão das obras ferroviárias estatais e particulares (RANZINI; NEGRO JR., 1998).

Ao longo dos anos com o desenvolvimento dos métodos construtivos, dos materiais de construção, assim como o desenvolvimento urbano, surgiu e vem surgindo diversas tecnologias que proporcionam soluções eficientes para as obras de contenção no Brasil e no mundo.

2.2 Estruturas de contenção

As estruturas de contenção possuem a finalidade de fornecer estabilidade contra a ruptura de maciços de solo ou rocha. Estas oferecem suporte aos maciços evitando escorregamentos ocasionados pelo seu peso próprio ou por cargas externas, ou seja, suportam as tensões laterais provocadas por eles (BARROS, 2017).

Existem diferentes tipos de estruturas de contenção, porém a escolha da estrutura adequada para uma determinada obra é um processo individualizado e criterioso que leva em

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consideração diversos fatores: físicos, geotécnicos e econômicos. Os físicos estão relacionados ao espaço disponível para a implantação, dificuldade de acesso, sobrecargas, altura da estrutura, etc.; os geotécnicos a capacidade de suporte do solo de base, o tipo de solo a conter, as condições do lençol freático, etc.; os econômicos ao custo final da construção da estrutura, o tempo de execução, a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e de materiais, o clima da localidade e entre outros (BARROS, 2017).

Alguns sistemas típicos de contenções são: muros de gravidade, muros a flexão, paredes diafragma e cortinas de estacas. Cada um apresenta materiais e métodos construtivos diferentes. Os muros de gravidade, por exemplo, podem ser de pedras argamassadas, gabiões e solo reforçado com geossintéticos. Embora cada tipo apresente suas peculiaridades todos tem em comum a função de conter as rupturas dos maciços e estão presentes nos mais diversos tipos de projetos de engenharia, como: rodovias, estabilização de encostas, prédios, pontes, metrôs e entre outros.

2.3 Muros de gravidade

Muros são estruturas de contenção constituídas de parede vertical ou quase vertical apoiada em uma fundação rasa ou profunda. Os muros de gravidade denominados também de muro de peso são erguidos em seção plena (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016).

Os muros de gravidade recebem este nome pois utilizam o seu peso próprio e em alguns casos o peso de uma parte do bloco de solo incorporado a estrutura para assegurar a estabilidade do maciço de solo contido, mediante os empuxos horizontais exercidos. Entre as principais vantagens do método construtivo, ressalta-se a simplicidade na execução, não solicitando geralmente mão-de-obra especializada (BARROS, 2017).

As estruturas de contenção à gravidade são construídas com diversos tipos de materiais e apresentam as mais variadas formas. Quanto ao tipo de material que as constitui são divididas em estruturas rígidas e estruturas flexíveis. Estruturas rígidas são aquelas em que os materiais não aceitam qualquer tipo de deformação, por exemplo, pedras argamassadas e concreto ciclópico. As estruturas flexíveis são construídas com materiais deformáveis, que se adaptam aos movimentos e acomodações do solo dentro de limites aceitáveis, sem se tornar instável, como: gabiões, blocos articulados e entre outros (BARROS, 2017).

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2.4 Estrutura de contenção em solo reforçado com geogrelhas e blocos segmentais

2.4.1 Solo reforçado com geossintéticos

Desde 3000 a.C. os materiais naturais, geralmente os materiais vegetais constituídos de fibras resistentes, como: estivas de junco, bambus e palhas eram usados com o intuito de melhorar a qualidade dos solos, como podem ser encontrados em obras do Império Romano, na Muralha da China e nos zigurates da Mesopotâmia (VERTEMATTI, 2004).

Atualmente, cada vez mais é necessário erguer obras de engenharia em solos que necessitam de reforços, tratamentos, etc., com isso, surgiram as soluções geotécnicas para contornar esses problemas. Entre elas a confecção dos geossintéticos que são materiais poliméricos capazes de desempenharem diversas funções nas obras civis: reforço de solos, separação de solos, drenagem, filtração e barreias impermeáveis.

No Brasil, por volta dos anos 80 e 90, nas obras de contenção eram implementados geotêxteis como elemento de reforço dos solos. Passando essa técnica a ser difundida no país por apresentar facilidade construtiva e um custo relativamente baixo quando comparado a outras estruturas de contenções convencionais (ABRAMENTO; KOSHIMA; ZIRLIS, 1998).

O uso de geossintéticos como reforço de solo apresenta diversas vantagens em relação ao método construtivo: os taludes e aterros podem ser construídos com inclinações acentuadas, reduz impactos ambientais, diversos materiais podem ser usados como acabamento de face dos taludes, as obras podem ser executadas em locais de difícil acesso, não é necessário mão-de-obra qualificada, equipamentos de simples utilização e construção rápida (VERTEMATTI, 2004).

Uma das principais utilizações dos geossintéticos é justamente como reforço e estabilização de maciços de solo em obras de contenção de aterros e encostas. Os tipos de geossintéticos mais comuns para essa finalidade são os geotêxteis e as geogrelhas, sendo as geogrelhas o mais apropriado e utilizado (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016).

As geogrelhas aumentam a resistência do maciço de terra, proporcionando a resistência à tração que o solo não possui. As mesmas devem ser dimensionadas visando a garantia que o maciço sendo construído em solo compactado não sofra instabilização pela formação de cunha de ruptura. Assim como, garantir que os deslocamentos e as deformações impulsionadas pelo maciço não afetem a adequada condição de operação da estrutura (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016).

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Segundo Vertematti (2004) a geogrelha é um material em forma de grelha (Figura 1) que apresenta resistência à tração, podendo ser considerada unidirecional quando possui uma elevada resistência à tração em apenas uma direção ou bidirecional quando apresenta resistência à tração nas duas direções principais.

Figura 1 – Amostra de geogrelha

Fonte: Huesker (2016).

As geogrelhas são caracterizadas por seus parâmetros mecânicos e físicos, como:

resistência e módulo de rigidez à tração, abertura de malha e a capacidade de ancoragem.

Geralmente são fabricadas pelos polímeros: poliéster (PET), poliálcool vinílico (PVA) e polietileno de alta densidade (PEAD) aos quais influenciam nas suas propriedades a longo prazo. A resistência delas pode variar de 10 kN/m ou 20 kN/m até mais de 2000 kN/m (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016).

O maciço de terra reforçado com geogrelha é considerado uma estrutura de contenção por gravidade. A geogrelha possibilita os aterros reforçados serem construídos em praticamente qualquer tipo de solo, permite elevada altura e paramentos verticais ou semiverticais. O acabamento frontal pode ser feito com blocos segmentais que são apropriados para tal finalidade ou por diversos outros tipos de materiais: concreto projetado, gabião, pedra argamassada, alvenaria não estrutural e vegetação (GERSCOVICH;

DANZIGER; SARAMAGO, 2016).

A Figura 2 apresenta uma contenção em solo reforçado com geogrelha e a face com blocos segmentais.

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Figura 2 – Contenção em solo reforçado com geogrelha e a face de blocos segmentais

Fonte: Huesker (2016).

2.4.2 Sistemas com blocos segmentais

Os muros segmentais são sistemas de contenções constituídos de geossintéticos, geralmente, geogrelhas para reforço do solo e de blocos pré-fabricados intertravados como paramento frontal. Apresenta um alto valor estético e também paisagístico, permitindo o cultivo de vegetação nos vazios frontais dos blocos. Essa estrutura de contenção está presente em projetos urbanísticos, paisagístico, infraestrutura viária, edificações, canalização e em diversos outros. Sendo capaz de conter desde pequenas a grandes alturas e relevos desafiadores (HUESKER, 2016).

A Figura 3 e a Figura 4 demonstram estruturas de contenção em blocos segmentais com um excelente acabamento estético.

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Figura 3 – Muro de contenção com cultivo de vegetação nos blocos segmentais

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

Figura 4 – Muro de contenção com face em blocos segmentais

Fonte: Terrae Engenharia (2021).

Os blocos segmentais como paramento não apresentam função estrutural, porém protegem a estrutura de intempéries, alguns permitem a formação de jardins verticais tornando-a esteticamente agradável, gerando baixos impactos visuais e evitando ações de vândalos.

A Figura 5 e a Figura 6 apresentam estruturas de contenção com blocos segmentais permitindo a criação de jardins verticais.

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Figura 5 – Muro de contenção com plantio de vegetação nos vazios dos blocos da face

Fonte: Terrae Engenharia (2021).

Figura 6 – Contenção com cultivo de diversas plantas no interior dos blocos segmentais

Fonte: Terrae Engenharia (2021).

Segundo Huesker (2016) o sistema de contenção em blocos segmentais apresenta diversas vantagens: construído a seco sem necessidade do uso de concreto; execução simples e rápida; versátil na execução de curvas, cantos e patamares; sistema auto-drenante; grande valor estético; utiliza o solo local como aterro evitando volumes de bota-fora e necessidade de importação de material, ou seja, simplifica o planejamento e a logística da obra; a obra

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apresenta menos entulho; possui um custo atrativo comparado a outros sistemas convencionais.

Como trata-se de uma estrutura em solo reforçado com geossintéticos algumas desvantagens podem ser destacadas: atrás do muro é necessário um espaço considerável com o intuito de obter uma largura suficiente para promover a estabilidade externa e interna do sistema; cuidado com a deterioração das geogrelhas expostas em relação a severidade do meio, como, danos mecânicos de instalação e a agressividade química; responsabilidade compartilhada entre fornecedores e compradores de materiais (BERG; CHRISTOPHER;

SAMTANI, 2009 apud ANDRADE, 2018).

2.4.3 Procedimento de execução

A execução de muros de solo reforçado com paramento em blocos segmentais segundo Gerscovich, Danziger e Saramago (2016) deve ser realizada levando em consideração as recomendações descritas a seguir.

Primeiramente, analisa-se o material de fundação do muro para verificar se possui características que propiciem um fator de segurança adequado em relação à capacidade de carga da fundação. Caso seja necessário é adotado medidas que controlem algum problema ou executado uma fundação.

Inicia-se a preparação da base do muro, devendo sempre ser horizontal e nivelada. O embutimento, ou seja, a profundidade da base em relação ao terreno em frente ao muro é especificada no projeto. Na maioria dos casos esse embutimento é de 40 cm a 60 cm, normalmente alguns projetistas utilizam 10% da altura do muro. Em terrenos com inclinações no sentido longitudinal do muro os blocos não devem ser instalados inclinados, a base deve ser escavada em patamares horizontais com degraus de 20 cm ou 40 cm para que o muro acompanhe a inclinação do terreno. A Figura 7 demonstra um exemplo de escavação para a base de um muro.

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Figura 7 – Base do muro escavada

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

É necessário para a instalação da primeira linha de blocos fazer uma cava horizontal e nivelada, podendo utilizar degraus para acompanhar a geometria do terreno, as suas dimensões (largura e profundidade) vão depender do número de blocos que serão embutidos.

A primeira fiada de blocos instalada no interior da cava, pode ser assentada diretamente sobre uma camada de concreto magro ou argamassa recém-lançada ou também de areia compacta, como é apresentado na Figura 8. A instalação deve sempre ser iniciada pelo ponto mais baixo do muro.

Figura 8 – Assentamento da primeira linha de blocos

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

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Os blocos devem ser alinhados pelas linhas e nivelados tanto individualmente quanto em relação aos outros com um nível de bolha comprido. Ressalta-se que é extremamente importante para uma execução adequada o controle do nivelamento e do alinhamento da primeira linha de blocos, erros nessa etapa serão propagados por toda a execução do muro.

A Figura 9 e a Figura 10 apresentam o posicionamento dos blocos, os detalhes do alinhamento e nivelamento, respectivamente.

Figura 9 – Controle de alinhamento

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

Figura 10 – Controle de nivelamento

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

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É necessário um sistema de drenagem, para proteger o trecho reforçado, pois a presença de água altera a tensão efetiva e consequentemente a resistência do solo. Essa drenagem pode ser realizada através da implantação de camadas drenantes na base do muro e também junto à camada de blocos e ao trecho não reforçado, como pode ser visto na Figura 11. O projeto deve contemplar esse sistema de drenagem, porém caso seja necessário é preciso elaborar um projeto específico de drenagem superficial e drenagem profunda.

Figura 11 – Camada drenante de brita e areia junto à face de blocos

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

A compactação é realizada inicialmente junto aos blocos em um faixa de aproximadamente 1 m de largura, utilizando equipamentos de compactação leve, como, soquete vibratório ou placa vibratória, para evitar deslocamentos horizontais da face de blocos devido a tensão horizontal induzida durante o processo. Seguindo em direção ao talude a compactação é feita com rolos, um equipamento mecânico de maior porte, com o intuito de aplicar uma maior tensão vertical no solo durante o processo de compactação. Ressalta-se que o compactador não deve ser posicionado diretamente sobre os blocos para não ocasionar danos aos mesmos.

A Figura 12 demonstra o processo de compactação sendo realizado com o soquete vibratório e o rolo.

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Figura 12 – Processo de compactação do solo

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

Os vazios dos blocos que são dispostos no embutimento devem ser preenchidos com brita, aterro ou concreto, de acordo com o especificado no projeto.

A geogrelha unidirecional deve ser posicionada de forma que a direção mais resistente fique no sentido perpendicular à direção longitudinal do muro. O comprimento dela deve ser especificado no projeto. A Figura 13 mostra a forma correta de implantação da geogrelha em um trecho linear.

Figura 13 – Implantação da geogrelha

Fonte: Huesker (2016).

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Após posicionada a geogrelha deve-se colocar sobre ela a linha de blocos e uma tábua provisória para a colocação do material drenante nos vazios da parte de trás dos blocos e no espaço entre os blocos e a tábua, como apresentado na Figura 14. A geogrelha deve ser esticada e fixada com pequenos piquetes de madeira (Figura 15) e o aterro é lançado. Após a compactação do aterro como mostrado na Figura 16 é preciso limpar o topo dos blocos, para retirar os resíduos de areia e/ou brita para que a próxima fiada de blocos seja assentada em uma superfície limpa.

Figura 14 – Blocos e tábua posicionados à espera do material drenante

Fonte: Agrogeo Engenharia (2012).

Figura 15 – Fixação da geogrelha

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

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Figura 16 – Compactação do aterro e do material drenante sobre o reforço

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

A implantação das demais camadas de reforço e de blocos segue a mesma sequência, obedecendo os espaçamentos determinados no projeto. Recomenda-se que o espaçamento da geogrelha não seja superior a duas vezes a profundidade dos blocos (EHRLICH; BECKER, 2009).

Ressalta-se que para faces de muro em curvas ou em 90º, como apresentado na Figura 17 e Figura 18, respectivamente, os reforços nesse trecho deverão ser analisados pelos projetistas, pois não vale o estado plano de deformações.

Figura 17 – Muro de solo reforçado em curva

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

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Figura 18 – Muro com faces em 90º

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

Esse sistema de contenção também permite o acabamento lateral em curva, como demostrado na Figura 19. É um acabamento que proporciona uma estética agradável e eficiente no controle de águas superficiais, pois evita erosões no entorno do muro.

Figura 19 – Acabamentos laterais em curvas

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

Geralmente é recomendado a execução de uma viga de coroamento ligando os blocos da última camada, como mostra a Figura 20. A mesma apresenta pequenas dimensões sendo

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normalmente executada sobre os vazios posteriores dos blocos, preenchendo-os, proporcionando o travamento entre os blocos e a viga.

Figura 20 – Execução da viga de coroamento

Fonte: Gerscovich, Danziger e Saramago (2016).

A Figura 21 apresenta a face de um muro com blocos pré-moldados que possuem vazios frontais aos quais são preenchidos com solo vegetal sendo capazes de permitir o plantio de vegetação. A Figura 22 também representa um paramento de blocos segmentais, porém de outro formato, proporcionando uma face com ondulações.

Figura 21 – Face de muro em blocos segmentais com vazios frontais

Fonte: Construtora Barros (2021).

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Figura 22 – Face de muro em blocos segmentais com ondulação na parte frontal

Fonte: Huesker (2016).

2.5 Tipos de blocos segmentais

Existem blocos segmentais de diferentes formatos e propriedades: peso, dimensões, resistência à compressão. A inclinação da face do muro assim como a altura máxima que ele pode ser construído está relacionado com essas propriedades do bloco. A escolha do tipo de bloco a ser utilizado em uma obra de contenção depende das características desejadas.

Sendo este trabalho relacionado as estruturas de contenção com blocos segmentais como elementos paisagísticos nos centros urbanos serão apresentados alguns blocos que permitem o plantio de vegetação nos seus vazios frontais.

2.5.1 Bloco Terrae-F

O bloco Terrae-F foi um dos pioneiros no Brasil, sua utilização é comum em obras de contenção (HUESKER, 2016). O mesmo permite que o vazio frontal seja preenchido com solo vegetal adubado para o cultivo de vegetação, proporcionando assim a implantação de jardins verticais nos paramentos. A Figura 23 apresenta o design desse tipo de bloco e o Quadro 1 as suas propriedades.

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Figura 23 – Bloco Terrae-F

Fonte: Huesker (2016).

Quadro 1 – Propriedades do bloco Terrae-F

Fonte: Adaptado da Tabela de propriedades dos blocos Terrae da Huesker (2016).

2.5.2 Bloco floreira

O bloco floreira é indicado para o revestimento de taludes, permite o cultivo de diversas plantas no seu interior e é fabricado em diferentes cores, entre elas ocre e cinza.

Considera-se um elemento decorativo, pois proporciona beleza aos espaços externos onde são implantados (SOPLACAS, 2012). A Figura 24 demonstra as floreiras e o Quadro 2 descreve suas propriedades.

Bloco Terrae-F

Peças/m2 13 unid

Peso referencial 25 kg – 30 kg

Altura 19,5 cm

Largura 40,0 cm

Profundidade 40,0 cm

Resistência à compressão 6 MPa

Inclinação de face do muro 1:1 a 1:4 (H:V) 45º a 76º

Altura máxima do muro 5,0 m

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Figura 24 – Floreiras

Fonte: Soplacas (2012).

Quadro 2 - Propriedades da floreira Floreira

Quantidade por m2 6,7 unid

Peso unitário 43 kg

Altura 30 cm

Largura 50 cm

Profundidade 39 cm

Altura máxima do muro Condicionada às características próprias do talude

Fonte: Adaptado do quadro Floreiras – Refª 310 da Soplacas (2012).

2.6 Comparativo de custos entre solo reforçado com face em blocos segmentais e outras alternativas de estruturas de contenção

As estruturas de contenção de solo reforçado com geossintéticos são as mais econômicas quando comparadas a outros sistemas de contenção de grande aplicabilidade, como: muro de flexão em concreto armado, estrutura de gabião e terra armada (AVESANI NETO; HAYASHIDA; PEREIRA, 2013).

A Figura 25 apresenta um comparativo de custos por metro quadrado (m2) de face entre muro de flexão em concreto armado, estrutura de gabião, terra armada e solo reforçado com geossintéticos considerando três alternativas de faceamento: blocos segmentais, painéis e envelopamento.

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Figura 25 – Comparativo de custos entre estruturas de contenção

Fonte: Avesani Neto, Hayashida e Pereira (2013).

No gráfico apresentado na Figura 25 o eixo das abcissas representa a altura do muro em metros (m) e o eixo das ordenadas o custo (unidade fictícia UC – Unidade de Custo) por metro quadrado (m2) de face.

Conforme o gráfico, os sistemas de contenção de solo reforçado com geossintéticos (bloco, painel e envelopado) para praticamente todas as alturas foram os que apresentaram menores custos, sendo o de bloco segmental o mais oneroso dos três, o envelopado foi o menos, pois não considera nenhum elemento para a face e o de painel ficou entre os dois por apresentar uma maior produtividade devido a dimensão do painel ser quatro vezes maior que a dimensão do bloco, reduzindo assim os custos de execução. Para alturas mais elevadas, fora os muros reforçados com geossintéticos, a segunda estrutura de contenção mais econômica foi a terra armada, o muro de flexão foi considerado o mais oneroso de todos até a altura de aproximadamente 7 m e a estrutura de gabião é apenas para pequenas alturas economicamente viável crescendo os custos à medida que a altura aumenta (AVESANI NETO; HAYASHIDA;

PEREIRA, 2013).

Para a composição dos custos não foram inclusos os serviços comuns a todos os sistemas de contenções, como por exemplo, locação da obra, acompanhamento topográfico, compactação de aterro, controle de qualidade e os sistemas de drenagens superficiais e no tardoz das contenções (AVESANI NETO; HAYASHIDA; PEREIRA, 2013).

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2.7 Sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade é algo que vem cada dia mais ganhando ênfase e sendo discutido no mundo inteiro. Basicamente entende-se por sustentabilidade a conservação e preservação do planeta para que possa atender as necessidades da humanidade no presente e no futuro. Tendo em vista que alguns recursos naturais apresentam um certo limite podendo se esgotar. De acordo com Boff (2012) a definição mais integradora e compreensiva para sustentabilidade é a seguinte:

Sustentabilidade é toda ação destinada a manter as condições energéticas, informacionais, físico-químicas que sustentam todos os seres, especialmente a Terra viva, a comunidade de vida e a vida humana, visando sua continuidade e ainda atender as necessidades da geração presente e das futuras, de tal forma que o capital natural seja mantido e enriquecido em sua capacidade de regeneração, reprodução e coevolução. (BOFF, 2012, p. 107).

Para obter uma sociedade sustentável é necessário conscientizar as pessoas quanto às questões socioambientais, utilizar recursos renováveis e recicláveis, assim como preservar a natureza e buscar meios de amenizar os danos ambientais ocasionadas pelo uso constante dos recursos não renováveis. As ações sustentáveis são essenciais para viver em um ambiente saudável e garantir um planeta melhor para as gerações futuras.

2.7.1 Sustentabilidade na construção

A construção civil é um setor que consome muitos recursos naturais e gera impactos ambientais, como: geração de resíduos, desperdício de água, consumo de energia, aquecimento global e poluição. Com isso surge a necessidade de introduzir técnicas sustentáveis (PRINCIPAIS... 2018). A busca por construções sustentáveis atualmente é bastante debatida com o intuito de amenizar os danos ocasionados ao planeta.

Construção sustentável é um método holístico que tem como objetivo restaurar e conservar a harmonia entre o ambiente natural e o construído. Também pode criar estabelecimentos que assegurem a dignidade humana e incentivem a igualdade econômica (CIB; UNEP-ITC, 2002 apud ARAÚJO, 2009).

A sustentabilidade na construção deve ser considerada desde a etapa de planejamento até a pós-construção. Em síntese, o que caracteriza uma construção sustentável é o uso de materiais ecológicos, eficiência energética, sistemas que propiciem um consumo de água sustentável, gestão de resíduos gerados durante a construção, aproveitamento das condições naturais locais e implantação de áreas verdes (LIMA, T., 2019).

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As construções sustentáveis são vistas como um diferencial tanto no quesito de preservação ambiental como de economia, trazendo para as empresas de construção que desenvolvem obras sustentáveis uma maior visibilidade no mercado.

O poder público federal, estadual e municipal tem o dever de promover a sustentabilidade, no entanto as construções sustentáveis devem ser implementadas nas obras públicas para proporcionar a sociedade qualidade de vida, ambientes sustentáveis, consciência ambiental, assim como incentivar as empresas privadas a construir de forma ecologicamente correta.

2.8 Paisagem urbana

Segundo Santos (1988, p. 21): “Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.”

A industrialização ocasionou uma série de mudanças nos centros urbanos, as pessoas passaram a migrar do campo para as cidades, aumentando de forma considerável a população urbana, as cidades se desenvolveram, as paisagens naturais foram a cada dia se extinguindo sendo transformadas em paisagens artificiais. O verde das vegetações perdeu espaço para o cinza das construções.

Atualmente a paisagem urbana das grandes cidades é cada vez mais transformada pelo homem, sendo constituída por ruas pavimentadas, fluxo de veículos, edifícios comerciais e residenciais, construções civis por toda parte. As áreas verdes, as vegetações foram relegadas a segundo plano em meio aos interesses econômicos, políticos e sociais.

Porém as vegetações são essenciais para a qualidade ambiental das paisagens urbanas, estando inseridas nos espaços privados e públicos, como: jardins, praças, parques, vias de circulação e nas residências (LIMA, V., 2013). Proporcionando inúmeros benefícios à saúde, valor estético e cores para alegrar o cinza das construções.

A implementação do paisagismo nos centros urbanos seria uma forma de recuperar parte da vegetação da paisagem natural urbana perdida com a urbanização, amenizando os impactos ambientais, proporcionando qualidade de vida para a população e ações sustentáveis.

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O paisagismo não é um simples jardim e sim um espaço externo que, em harmonia com a arquitetura, procura proporcionar lazer, convívio social, esporte, cultura, contemplação e educação ambiental, trazendo dignidade e qualidade de vida a todos – o que é fundamental em meio ao estresse e à conturbada vida moderna. (ABBUD, [2013]).

2.9 Jardim vertical

O desenvolvimento urbano torna o uso e ocupação do solo das cidades restrito para áreas verdes. Como uma forma de amenizar esse problema as vegetações estão sendo cultivadas em superfícies verticais, como: paredes de edifícios, muros de contenção, pilares de viadutos, formando jardins verticais, um instrumento paisagístico implementado com o intuito de aproveitar o máximo espaço urbano, proporcionar beleza e valor as vias públicas, assim como, qualidade ambiental e de vida para a população.

Segundo Loh (2008 apud BARBOSA; FONTES, 2016, p. 115): “jardins verticais refere-se à vegetação que cresce diretamente na parede da construção ou em um sistema estrutural separado, que pode ser independente e adjacente ou fixo na parede.” De acordo com Verde Vertical (2021):

Jardins Verticais têm o potencial de aumentar a área verde nas densas cidades.

Transformam panos desnudos da arquitetura, quebram a dureza dos muros, refrescam ambientes áridos e tornam os espaços mais humanizados e sustentáveis, proporcionando um ar mais fresco e limpo, bem-estar e alegria para seus usuários.

(VERDE VERTICAL, 2021).

A Figura 26 mostra um muro de contenção com a face constituída de blocos floreiras com plantio de vegetações formando um jardim vertical cheio de cores dando vida a paisagem cinza do muro de contenção, tornando-o um elemento contemplativo, embelezando a cidade.

Figura 26 – Jardim vertical em muro de contenção

Fonte: Soplacas (2021).

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Na Figura 27 é apresentado um muro de contenção em blocos segmentais com plantio de samambaias formando um jardim vertical, uma área verde.

Figura 27 – Jardim vertical de samambaias

Fonte: Lima Júnior (2016).

A implantação de jardins verticais é uma forma de inserir a natureza nos diferentes espaços urbanos, transformando as paisagens urbanas, contribuindo para a sustentabilidade.

Estes jardins vêm ganhando ênfase nas cidades do Brasil e do mundo.

No ano de 2017 a Prefeitura de São Paulo inaugurou o Corredor Verde da Avenida 23 de Maio com 10.950 metros quadrados de jardins verticais em uma extensão de quase 6 quilômetros. Sendo implantados em muros públicos, nos viadutos Tutóia, Santa Generosa, Beneficência Portuguesa, Pedroso, São Joaquim e Jaceguai. Proporcionando benefícios para mais de 1 milhão de pessoas que transitam diariamente pela Avenida 23 de Maio. Benefícios esses físicos, psicológicos, sociais, econômicos e ambientais segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). As plantas são cultivadas em estruturas sobrepostas aos muros formadas por painéis confeccionados de lixo reciclado (SÃO PAULO, 2017).

A Figura 28 apresenta os jardins verticais na extensão dos muros da Avenida 23 de Maio e a Figura 29 apresenta um trecho do viaduto Santa Generosa localizado no Corredor Verde da Avenida 23 de Maio.

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Figura 28 – Jardins verticais no Corredor Verde da Avenida 23 de Maio

Fonte: Movimento 90º (2021).

Figura 29 – Jardim vertical no viaduto Santa Generosa

Fonte: Movimento 90º (2021).

No município de São Paulo os jardins verticais e tetos verdes podem ser utilizados como compensação ambiental de acordo com o decreto nº 55.994 publicado em março de

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2015 que regulamenta o Termo de Compensação Ambiental (TCA), viabilizando assim a execução do Corredor Verde da Avenida 23 de Maio (MOVIMENTO 90º, 2021).

Na cidade do México os jardins verticais foram implantados em colunas de viaduto de uma das principais rodovias da capital, um viaduto que corta 27 quilômetros da cidade. Sendo uma área equivalente a 60 mil metros quadrados de concreto coberta por plantas. As estruturas de sustentação da vegetação foram produzidas de materiais reciclados. Esses jardins proporcionam inúmeros benefícios, dentre eles: ajudam a filtrar gases poluentes nocivos à saúde, apreender e processar metais pesados presentes no ar, reduzir as ilhas de calor, a poluição sonora, diminuir o estresse e a ansiedade da população (LAGUNA, 2019). A Figura 30 mostra os jardins verticais implantados em colunas de viaduto na cidade do México.

Figura 30 – Jardins verticais em colunas de viaduto na cidade do México

Fonte: Hypeness (2018).

A escolha da vegetação para compor um jardim vertical é uma tarefa importante.

Deve-se levar em consideração diversos fatores para obter um bom funcionamento, como: os fatores climáticos da região onde o jardim vai ser implantado e a exposição à radiação solar, considerando a necessidade da espécie de pleno sol, meia-sombra ou sombra plena;

necessidade hídrica; exigência nutricional; características de crescimento e hábito, podem ser uma vegetação rasteira, arbustos ou trepadeiras, levando em consideração o sistema estrutural que será plantada (BARBOSA; FONTES, 2016).

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De acordo com Ritzmann (2017) é ideal escolher para os jardins verticais plantas perenes para evitar manutenções constantes.

As plantas escolhidas devem ser bem adaptadas ao local, ressalta-se que as mesmas podem apresentar necessidades hídricas diferentes. Quanto a irrigação existe diversas formas, dentre elas, o sistema de gotejamento. Pode-se armazenar água das chuvas para regá-las ou reaproveitar águas cinza tratadas.

2.10 Benefícios dos jardins verticais ao meio urbano

O aumento da população dos centros urbanos ocasiona uma série de impactos ambientais negativos, como: devastação de áreas naturais, poluições, geração de ilhas de calor, enchentes, produção de lixos e entre diversos outros.

Na passagem do século XIX para o XX surgiram as primeiras discussões e teorias ecológicas para a implantação de jardins verticais com preocupações ambientais, passando a serem utilizados como um mecanismo que pode ajudar a atenuar os problemas relacionados a preservação da natureza e ao conforto ambiental (PEREIRA, 2014).

Os jardins verticais proporcionam inúmeros benefícios ao meio urbano onde são implantados: aumenta a biodiversidade, reduz o efeito de ilha de calor, melhora a qualidade do ar, proporciona sensação de conforto e saúde característico da natureza (SOUSA, 2012).

Além de possuir um grande valor estético e contribuir para uma cidade sustentável.

2.10.1 Redução da temperatura e melhoria na qualidade do ar

Os jardins verticais diminuem de forma significativa as temperaturas do ar e das superfícies construídas, durante os períodos de maior incidência direta de radiação solar (CAMERON; TAYLOR; EMMETT, 2014 apud MOVIMENTO 90º, 2021). Em cidades de alta densidade urbana os jardins verticais podem proporcionar reduções de pico de temperatura de até 10 ºC., além de amenizar as condições microclimáticas locais devido os efeitos da evaporação e transpiração (ARUP, 2016 apud MOVIMENTO 90º, 2021).

A implantação desses jardins contribui também na purificação do ar, sendo capazes de liberar oxigênio e absorver poluentes. Segundo Sharp et al. (2008 apud BARBOSA;

FONTES, 2016, p. 121) “as plantas absorvem partículas poluidoras que estão presentes em alta concentração no ar como óxidos de enxofre e nitrogênio, dióxido de carbono e compostos orgânicos voláteis (VOC).”

(41)

De acordo com o site Kyocera apud Costa (2011): “no Japão calculou-se que 1 m2 de folhagem absorve anualmente 3,5 kg de CO2. Assim, por ano, um jardim vertical de 4 m2 irá absorver o equivalente de CO2 a um cedro (14 kg/ano de CO2).”

Em um parque de automóvel de diversos andares a presença de áreas com grande folhagem podem reduzir a concentração de emissões. Com isso, um jardim vertical formado por uma grande massa de folhagem de plantas pode absorver dióxidos de carbono e partículas de metais pesados (SOUSA, 2012). Como é apresentado na Figura 31, a concentração média de dióxido de carbono (CO2) em um parque de estacionamento (Stuttgart-Vaihingen) em uma parede com jardim vertical e outra parede nua, ou seja, sem vegetação.

Figura 31 – Concentração média de dióxido de carbono (CO2) em uma parede com jardim vertical e uma parede nua em um parque de estacionamento

Fonte: Sousa (2012).

Em relação ao aparecimento das ilhas de calor, principalmente, nas grandes cidades, os jardins verticais são capazes de regulá-las, de acordo com Costa (2011):

Com a purificação do ar, a sua contribuição para a redução dos efeitos das ilhas de calor também é digno de nota, pois a água da chuva pode ser absorvida ou retraída pelo substrato, as plantas aumentam a umidade do ar e agem como isolantes térmicos, impedindo que as paredes se aqueçam e armazenem calor. (COSTA, 2011).

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2.10.2 Redução da poluição sonora

As plantas, ou seja, as árvores e a vegetação em geral, podem contribuir para amenizar o ruído de cinco formas diferentes: pela absorção do som, desviação, reflexão, refração e por ocultamento. A vegetação depende de alguns fatores para amenizar a poluição sonora, fatores estes relacionados às propriedades do som, como: o tipo, a origem, a intensidade e o volume, como também relacionados às características do vegetal incluindo a espécie, o arranjo espacial em relação às fontes emissoras e receptoras, a densidade e altura da barreira (MASCARÓ; MASCARÓ, 2005).

As barreiras protetoras com uma altura superior a dois metros oferecem proteção acústica e visual em relação a fonte emissora de ruído, provocando um efeito psicológico benéfico que aparentemente ameniza os efeitos irritantes dos ruídos, embora que a cortina protetora não proporcione efetivamente esse efeito. Os locais que apresentam uma maior necessidade de inserção de barreiras acústicas protetoras, são: margens de rodovias, áreas residenciais e industriais, parques e áreas de recreação (MASCARÓ; MASCARÓ, 2005).

Os ruídos gerados pelo tráfego nos centros urbanos podem ser absorvidos de forma eficaz pelos jardins verticais. Na cidade de São Paulo, no ano de 2016, a Prefeitura Municipal, tornou público a lei 16.499/16 que visa mapear o ruído urbano da cidade. O mapa do ruído tem como objetivos estimular a utilização de novas tecnologias, dentre elas, os jardins verticais, com o intuito de mitigar as emissões de ruídos, assim como, de nortear medidas de adoção de ações e políticas públicas que visem a melhoria da qualidade ambiental e urbanística da cidade (MOVIMENTO 90º, 2021).

2.10.3 Aumento da biodiversidade

A incorporação de jardins verticais nos centros urbanos é uma forma de resgatar a natureza, a biodiversidade que nas grandes cidades encontra-se escassa. Permitindo a reprodução da flora e da fauna, atraindo por exemplo, borboletas e pássaros. Segundo Costa (2011):

Como um jardim vertical permite recriar um sistema semelhante a ambientes naturais, ele representa uma maneira de acrescentar elementos naturais a lugares onde estes foram uma vez removidos pelo homem. Com bons conhecimentos de botânica, é possível recriar paisagens naturais, mesmo que estas sejam altamente artificiais. As experiências mostram que, em qualquer cidade, uma parede nua pode ser transformada em um jardim vertical e, portanto, torna-se um refúgio importante para a biodiversidade. (COSTA, 2011).

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2.10.4 Efeitos estéticos, saúde e sensações causadas pela vegetação

Os jardins verticais são considerados elementos paisagísticos de grande valor estético, capazes de proporcionarem conforto visual pela beleza que incorporam à paisagem urbana. As áreas verdes transmitem uma sensação de tranquilidade, paz, conforto atraindo as pessoas a caminharem por esses locais nas cidades. A natureza torna os ambientes mais agradáveis colaborando para o bem-estar e a saúde da população.

De acordo com Piva (2016) a professora Teresinha Maria Gonçalves coordenadora do laboratório de psicologia ambiental na Unesc (Santa Catarina - SC) relata que “a natureza estimula as dimensões simbólica e estética. Alimenta a alma, as pessoas ficam mais felizes, produzem hormônios [de felicidade], oxigena o cérebro. Tudo melhora, corpo e alma.”

O Departamento de Saúde Pública dos Estados Unidos financiou uma pesquisa que apresentou uma diminuição na incidência de doenças crônicas e um aumento na expectativa de vida entre a população que convive em bairros mais verdes em comparação a dos bairros mais “cinzas” (PIVA, 2016).

Os jardins verticais segundo um estudo realizado pela Universidade do Colorado nos Estados Unidos, melhoram a qualidade do sono, pois o convívio com os elementos naturais produz a melatonina o hormônio do sono. Reduzem o estresse, os níveis de cortisol o hormônio relacionado ao estresse, são capazes de diminuírem em contato com a natureza meia hora por dia, de acordo com um estudo da Universidade de Stanford na Califórnia. A natureza também proporciona efeitos benéficos ao cérebro, aumentando a concentração e a criatividade das pessoas (ECOTELHADO, 2019).

2.10.5 Auxilia na redução de enchentes

Nos centros urbanos as áreas de vegetações reduzidas e a impermeabilização do solo devido as construções, a pavimentação das ruas, provocam um rápido escoamento superficial da água das chuvas, porque não tem meios que proporcionem a infiltração de forma adequada.

Sendo um dos motivos para o surgimento do problema de enchente.

Os jardins verticais ajudam a amenizar esse problema, reduzindo a velocidade da água no momento da chuva por meio da absorção e outra maneira seria criar um sistema de irrigação para o jardim que aproveite as águas pluviais, captando e armazenando em reservatórios (MOVIMENTO 90º, 2021). É um sistema bastante interessante ser implantado, pois é uma prática de gestão sustentável da água.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A pesquisa tem caráter bibliográfico e se classifica como exploratória. Os procedimentos metodológicos realizados foram: definição do universo da pesquisa; revisão bibliográfica; levantamento de dados e coleta de informações; análises e discussões dos resultados.

Primeiramente definiu-se o universo da pesquisa, determinando as estruturas de contenção em blocos segmentais como elemento de estudo e a incorporação de jardins verticais nesses sistemas como elemento paisagístico, com o intuito de analisar a capacidade dos mesmos de proporcionar benefícios aos centros urbanos e a população. Esta pesquisa foi dividida em três etapas.

A primeira etapa teve como foco as estruturas de contenções, realizou-se uma revisão bibliográfica em livros especializados em sistemas de contenções, dando ênfase ao sistema de contenção com blocos segmentais e um levantamento de dados em trabalhos de conclusão de curso, manuais técnicos, artigos e sites de empresas que comercializam geossintéticos e blocos segmentais que permitem o plantio de vegetação.

A segunda etapa estava relacionada ao conceito de sustentabilidade, as construções sustentáveis e a paisagem urbana, sendo a pesquisa realizada em livros, dissertações, teses e sites.

Na terceira etapa coletou-se informações em livros, sites, revistas, monografias, dissertações, teses e artigos sobre os jardins verticais como elementos paisagísticos, assim como os benefícios que proporcionam ao meio urbano e a população.

Analisou-se o referencial teórico, as informações, os dados e conceitos obtidos em todas as pesquisas, agrupando-os para que se tenha conhecimentos sobre a implantação do sistema de contenção em blocos segmentais sendo incorporado jardins verticais. Obteve-se os resultados desses elementos de estudos, os quais foram discutidos e alcançadas as conclusões.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

As estruturas de contenção eram utilizadas desde épocas remotas. São necessárias em projetos de engenharia, como: rodovias, estabilização de encostas, prédios, pontes, metrôs e entre outros. Com o passar dos anos as mesmas foram se aperfeiçoando nos quesitos de materiais utilizados na construção e nos processos executivos, surgindo os mais diversos tipos.

A escolha do sistema de contenção adequado para uma determinada construção, segundo Barros (2017), depende dos fatores físicos, geotécnicos e econômicos, pois cada obra apresenta suas peculiaridades em relação as sobrecargas, altura da estrutura, tipo de solo, disponibilidade de materiais e mão-de-obra qualificada, custos, tempo de execução, etc.

De acordo com a seção 2.3 deste trabalho, conclui-se que o sistema de contenção em solo reforçado com geogrelhas e blocos segmentais é uma estrutura de contenção à gravidade do tipo flexível, pois os materiais que as constituem se adaptam as acomodações e movimentos do solo dentro de certos limites, ou seja, são capazes de se deformarem.

As geogrelhas é o geossintético mais utilizado e adequado para a estabilização e reforço dos maciços de solo em contenções de aterros e encostas, proporcionando ao solo resistência à tração (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016). Os blocos segmentais pré-fabricados utilizados como paramento frontal servem de proteção a estrutura aos efeitos de intempéries, não desempenhando função estrutural.

Agrupando as vantagens de um maciço de terra reforçado com geogrelhas, segundo os autores Gerscovich, Danziger e Saramago (2016) com as vantagens do sistema de contenção em blocos segmentais citadas pela Huesker (2016), obtém-se para a estrutura de contenção em solo reforçado com geogrelhas e blocos segmentais as seguintes vantagens:

• Pode ser construída em praticamente qualquer tipo de solo;

• Admite alturas elevadas;

• Permite paramentos verticais ou semiverticais;

• Construção a seco, sem necessidade do uso de concreto;

• Execução simples e rápida;

• Versátil na execução de curvas, cantos e patamares;

• Sistema auto-drenante;

• Utiliza o solo local como aterro, evitando importação de material e volumes de bota- fora;

(46)

• Gera pouco entulho;

• Custo atrativo;

• Valor estético.

Quanto as desvantagens deste tipo de estrutura, foram relatadas por Berg, Christopher e Samtani (2009 apud ANDRADE, 2018):

• É necessário por trás do paramento um espaço considerável para obter uma largura suficiente com o intuito de promover a estabilidade externa e interna da estrutura;

• As geogrelhas expostas merecem atenção em relação a deterioração ocasionada pela severidade do meio, ou seja, danos mecânicos de instalação e a agressividade química;

• Responsabilidade compartilhada entre fornecedores e compradores de materiais.

As vantagens indicam que o sistema de contenção em solo reforçado com geogrelhas e blocos segmentais é uma obra de contenção que ocasiona poucos impactos ambientais negativos no processo construtivo, por apresentar: uma construção a seco devido os blocos serem intertravados e os seus vazios preenchidos por britas ou terra, sem necessitar para o preenchimento dos vazios o uso de concreto, que é constituído por materiais industriais que apresentam um potencial poluidor como o cimento, por recursos não renováveis como a água e que necessita de energia para a fabricação (uso de betoneiras); o solo do próprio local sendo utilizado como aterro e a geração de pouco entulho não carece do transporte excessivo de materiais em caçambas, evitando a emissão de gases poluentes ao meio ambiente provenientes desses veículos.

Como o processo executivo é simples não é necessário mão-de-obra qualificada e equipamentos de complexa utilização, sendo executado também de forma rápida, ocorre redução de custos levando em consideração esses quesitos. Quanto ao valor estético deve-se ao fato de permitir a execução de curvas, cantos e patamares, os blocos apresentam diversos formatos e alguns permitem o plantio de vegetação sendo capazes de obter estruturas com um alto potencial paisagístico.

Na seção 2.4.3 deste trabalho, segundo Gerscovich, Danziger e Saramago (2016) os vazios dos blocos dispostos no embutimento devem ser preenchidos com brita, aterro ou concreto de acordo com o projeto. Essa citação provoca uma certa discordância com a citação da Huesker (2016) que foi considerada como uma vantagem a construção a seco sem a utilização de concreto. Porém, deve-se entender que os autores Gerscovich, Danziger e Saramago (2016) eles descrevem no livro o procedimento executivo de uma forma geral, a Huesker (2016) como é uma empresa que fornece suporte técnico no desenvolvimento de

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