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MORFOLOGIA DA GERMINAÇÃO E DAS PLÂNTULAS DE FOENICULUM VULGARE MILL

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Academic year: 2021

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MORFOLOGIA DA GERMINAÇÃO E DAS PLÂNTULAS DE FOENICULUM VULGARE MILL

Camila Firmino de Azevedo1; Riselane de Lucena Alcântara Bruno1; Zelma Glebya Maciel Quirino2; Elizanilda Ramalho do Rego3; Pollyana Karla da Silva1

1UFPB/CCA – Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Areia - PB; 2UFPB/CCAE – Departamento de Engenharia e Meio Ambiente, Mamanguape - PB; 3UFPB/CCA – Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais, Areia – PB; e-mail: camfiraze@bol.com.br, zelmaglebya@yahoo.com.br, riselane@pq.cnpq.br, elizanilda@pq.cnpq.br, polly-k@hotmail.com.

RESUMO

A erva-doce, Foeniculum vulgare Mill., pertence à família Apiacea e também é conhecida como anis e funcho. É uma erva perene ou bienal, entouceirada, aromática e apresenta propriedades aromáticas, condimentares e medicinais. Ela tem origem Européia e é amplamente cultivada em todo o Brasil, onde existem algumas outras espécies que também são conhecidas como erva-doce devido a similaridades morfológicas. Tendo em vista estas considerações, o presente estudo teve como objetivo fornecer informações sobre a morfologia da germinação e das plântulas de F. vulgare. As sementes de erva-doce foram semeadas em areia e mantidas em casa de vegetação por 25 dias, sendo realizadas regas para a manutenção da umidade. Foram selecionadas plântulas normais e de padrão uniformes para as análises macroscópicas, realizadas com material in vivo. Partes das plântulas (raiz, zona de transição, caule, cotilédones e primeiras folhas) foram selecionadas para análises morfológicas, realizadas com auxílio câmera fotográfica digital e desenhos esquemáticos. A plântula de erva-doce apresenta germinação epígea, com parte aérea e a radícula emergindo dos pólos da semente, e plântulas fanerocotiledonares. A germinação iniciou-se seis dias após a semeadura, começando

pela protrusão da raiz primária, rompendo o tegumento, e posterior desenvolvimento da parte aérea. A caracterização morfológica da plântula de F. vulgare ajuda na identificação da espécie e na padronização e diferenciação de plântulas normais; fornecendo informações sobre o desenvolvimento da erva-doce que auxiliam em estudos fisiológicos, taxonômicos e ecológicos.

PALAVRAS-CHAVE: Foeniculum vulgare Mill., Apiaceae, erva-doce, germinação, identificação de plântulas.

ABSTRACT

Germination and seedlings morfology of Foeniculum vulgare Mill

The fennel, Foeniculum vulgare Mill., belongs to Apiacea family and is known as anise and funcho. Is a perennial herb or biennial, aromatic and presents medicinal and condimental properties. It has European origin and widely cultivated and used in Brazil, where exist other species also known as fennel just morphologic similarities. Observing these considerations, the present study objectified to supply information about the seedling morphology and germination of F. vulgare. The seeds fennel was sowed in sand and maintained in greenhouse for 25 days, with irrigations for humidity maintenance. Were

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INTRODUÇÃO

A erva-doce é uma oleaginosa cultivada de grande importância econômica e medicinal no Brasil em vários outros países. Porém, existem algumas espécies morfologicamente similares, dificultando a sua identificação (PIMENOV & LEONOV, 2003). Simões et al. (2004) citam a semelhança entre Foeniculum vulgare e Pimpinella anisum L., que são conhecidas também como erva-doce. F. vulgare, pertencente à família Apiaceae (Umbelliferae), também é chamada de funcho, falsa-erva-doce e anis-doce. É aromática e apresenta porte baixo com 40-90cm de altura; com folhas inferiores alargadas podendo atingir até 30cm de comprimento e superiores mais estreitas, com pecíolo largo e folíolos reduzidos a filamentos. Possui a inflorescência em forma de umbela composta por 10-20 umbelas menores, com flores pequenas, hermafroditas e de cor amarelo-pálida.

Os frutos são oblongos, compostos por dois aquênios com cerca de 4mm de comprimento (LORENZI & MATOS, 2008), sendo considerados como fruto-semente (unidade de dispersão). A erva-doce é originária da bacia do mediterrâneo oriental e do Cáucaso e atualmente é cultivada sob a forma de numerosas variedades; foi trazida para o Brasil na época da colonização (SIMÕES et al., 2004) e destaca-se por possuir propriedades aromáticas, condimentares e medicinais. Segundo Von Hertwig (1991), os frutos, as raízes e as folhas frescas, são as partes mais utilizadas para fins terapêuticos. Essa cultura também é de grande importância para indústria cosmética, por possuir óleo essencial utilizado na produção de sabonetes, hidratantes e perfumes.

Mesmo sendo uma espécie com grande potencial medicinal e para a indústria cosmética, e por representar uma importante fonte de renda para os produtores, poucas pesquisas foram realizadas com enfoques morfológico e fisiológico com a espécie F. vulgare (BERNATH et al., 1996; SOUSA et al., 2005), existindo trabalhos que enfatizam principalmente a utilização de extratos em ensaios biológicos. Além disso, também são escassas as pesquisas com descrição estrutural de plântulas com a família Apiaceae (PÜTZ & SUKKAU, 2002; HACKBART &

CORDAZZO, 2007); estudo de fundamental importância para a compreensão da fisiologia da família. Tendo em vista estas considerações, o presente estudo teve como objetivo fornecer informações sobre a morfologia da germinação e das plântulas de F. vulgare.

selected normal seedlings and with patterns uniforms for macroscopic analyses, realized with live stock. Seedlings parts (root, transition zone, stem, cotyledons and leaves first) was selected for morphologic analyses, realized with aid of digital camera and schematic drawings. The fennel seedlings present epigeous germination, with hypocotyl and root emerging of seed polar regions, and phanecotylar seedlings. The germination initiated eight days after the sowing, starting for increase of the primary root, breaching the

seed tegument, and posterior leaf area development. The morphologic characterization of seedling of F. vulgare aid in specie identification, and in standardization and differentiation of normal seedlings;

supplying information of development of the fennel, that assist in physiological, taxonomic and ecological studies.

KEYWORDS: Foeniculum vulgare Mill., Apiaceae, fennel, germination, seedling identification.

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MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias - UFPB, em Areia; com plântulas provenientes de sementes coletadas num campo experimental, localizado na fazenda Boa Sorte no município de Montadas–PB. Cerca de 50 sementes foram semeadas, a 1cm de profundidade, em bandejas plásticas contendo o substrato areia, umedecida a 60% de sua capacidade. As bandejas foram mantidas em casa de vegetação por 25 dias, sendo realizadas regas para a manutenção da umidade. Foram selecionadas plântulas normais e de padrão uniformes, com 25 dias, para as análises macroscópicas, realizadas com material in vivo. Partes das plântulas (raiz, zona de transição, caule, cotilédones e primeiras folhas) foram selecionadas para análises posteriores em laboratório através de observação direta. As descrições morfológicas foram realizadas com auxílio de câmera fotográfica digital para análise e representação de alguns órgãos, que também foram esquematizados através de desenhos. Foram realizadas medições dos órgãos com paquímetro digital e régua graduada em centímetros. Estas análises foram feitas com quatro plântulas, onde cada uma representou uma repetição (calculada pela média de cinco medições); e o resultado final foi dado pela média das repetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

F. vulgare. é uma Angiosperma, Eudicotiledônea, com germinação epígea e plântulas fanerocotiledonares. Esse tipo de germinação é caracterizado pelo crescimento dos cotilédones acima do nível do solo (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000), com desenvolvimento do ápice caulinar e dos cotilédones após o alargamento do hipocótilo (ESAU, 1998). A germinação iniciou-se oito dias após a semeadura, começando pela protrusão da raiz primária, rompendo o tegumento da semente, e posterior desenvolvimento da parte aérea. As plântulas avaliadas apresentaram padrão de germinação uniforme, com parte aérea e a radícula emergindo dos pólos da semente. Tais eventos, desde a emissão da radícula até o desenvolvimento da primeira folha, podem ser visualizados na Figura 1. Inicialmente, a raiz apresenta-se cilíndrica, glabra e esbranquiçada; porém o sistema radicular mostra-se axial e ramificado cerca de quinze dias após a semeadura, adquirindo cor amarelo-clara e pêlos absorventes curtos à medida que ocorre o alongamento.

O diâmetro observado da raiz, 25 dias após a semeadura, foi de aproximadamente 52,0ìm e o comprimento foi de cerca de 9,5cm. A região de transição entre a raiz e o caule é clorofilado e cilíndrico, com cor amarronzada e completamente desprovido de tricomas. O caule é de cor verde, cilíndrico, de 6-7cm de comprimento e de 57-65ìm de diâmetro. Os cotilédones são verdes desde o início do desenvolvimento, glabros, sésseis, clorofilados, foliáceos, de formato filiforme e bordas inteiras, apresentando nervuras peninervas pouco evidentes. O comprimento é de 3,8-4,1cm, a largura é de 1,6-2,1mm e a espessura é de 23- 28ìm. A primeira folha é composta por três folíolos verdes, de consistência membranaceae, clorofilados, de formato ternifoliado e sistema de venação actinódromo. O seu comprimento varia de 1,8-2,2cm e sua espessura, de 18 a 22ìm. A plântula estudada é do tipo Macaranga (VOGEL, 1980) por mostrar-se fanerocotiledonar, com cotilédones finos, persistentes, verdes e de função assimiladora após a germinação. Como ocorre em muitas dicotiledôneas de germinação epígea, os cotilédones da plântula estudada são delicados e semelhantes a

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estruturas foliares (FAHN, 1990). Segundo Cabral et al. (2004), essas estruturas são importantes fontes de energia e responsáveis pelo crescimento inicial da plântula e sua remoção pode causar redução da biomassa na planta jovem; o que pode reduzir o vigor fisiológico de plântulas adultas e influenciar o crescimento e a reprodução desses indivíduos. As sementes de F. vulgare apresentam germinação epígea e as plântulas, desenvolvimento fanerocotiledonar. Dessa forma, conclui-se que a caracterização morfológica da plântula de erva-doce auxilia na identificação da variedade e na padronização e diferenciação de plântulas normais.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e à FINEP, pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS

BERNATH, J; NEMETH, E; KATTAA, A; HETHELYI, E. 1996. Morphological and chemical evaluation of fennel (Foeniculum vulgare Mill.) populations of different origin. Journal of essential oil research 8: 247-253.

CABRAL, EL; BARBOSA, DCA; SIMABUKURO, EA. 2004. Crescimento de plantas jovens de Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook. Moore submetidas a estresse hídrico. Acta Botânica Brasílica 18: 241-251.

CARVALHO, NM; NAKAGAWA, J. 2000. Semente: ciência, tecnologia e produção. Jaboticabal:

Funep.

ESAU, K. 1998. Anatomia das Plantas com Sementes. São Paulo: Edgard Blücher.

FAHN, A. 1990. Plant anatomy. Oxford: Pergamon Press.

HACKBART, VCS, CORDAZZO, CV. 2007. Germinação e crescimento de plântulas de Hydrocotyle bonariensis lam. (Apiaceae) em diferentes concentrações de NaCl. Atlântica 29: 85-92.

LORENZI, H; MATOS, FJA. 2008. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa:

Instituto Plantarum.

PIMENOV, MG, LEONOV, MV. 2004. The asian Umbelliferae biodiversity database (Asium) with particular reference to south-west Asian taxa. Botanical Garden 28: 139-145.

PUTZ, N, SUKKAU, I. 2004. Seedling establishment, bud movement, and subterranean diversity of geophilous systems in Apiaceae. Flora 197: 385-393.

SIMÕES, CMO; SCHENKEL, EP; GOSMANN, G; MELLO, JCP; MENTZ, LA; PETROVICK, PR. 2004. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/Editora da UFSC.

SOUSA, LA, ALBUQUERQUE, JCR, LEITE, MN, STEFANINI, MB. 2005. Sazonalidade dos ductos secretores e óleo essencial de Foeniculum vulgare var. vulgare Mill. (Apiaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia 15: 155-161.

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Figura 1. Desenho esquemático mostrando o desenvolvimento da plântula de erva-doce. (a) semente. (b) semente embebida e ruptura do tegumento. (c) cinco dias após a semeadura. (d) seis dias após a semeadura.

(e) dez dias após a semeadura. (f) plântula com quinze dias. (g) plântula com vinte dias. (h) plântula vinte e cinco dias. (rp = raiz primária; cot = cotilédone; zt = zona de transição; rs = raiz secundária; c = caule;

pf = primeira folha). [Schematic drawings showing the development of fennel seedling. (a) seed. (b) soaked seed and tegument rupture. (c) five days after the sowing. (d) six days after the sowing. (e) ten days after the sowing. (f) seedling with fifteen days. (g) seedling with twenty days. (h) seedling with twenty and five days. (rp = primary root; cot = cotyledon; zt = transition zone; rs = secondary root; c = stem; pf = leaves first)]. Centro de Ciências Agrárias, Areia, PB, 2009.

VON HERTWIG, IF. 1991. Plantas aromáticas e medicinais: plantio, colheita, secagem, comercialização. São Paulo: Ícone.

VOGEL, EF. 1980. Seedlings of dicotyledons. Wageningen: Pudoc.

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